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CCJ0021-WL-B-PP-Ponto 19 – Da Ordem Social - Sabrina Rocha

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1 
 
Curso completo de Direito Constitucional 
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha 
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12 
 
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das 
obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. 
J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso 
D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura 
Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio 
Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson 
Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & 
William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a 
apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos 
pessoais. 
 
PONTO 19 – DA ORDEM SOCIAL 
 
 A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como 
objetivo o bem-estar e a justiça sociais. 
 Prevendo e prevenindo uma extraordinária gama de direitos que partem 
do trabalho para alcançar o bem-estar da coletividade geral com distribuição de 
justiça social, a Ordem Social cuida, de modo analítico (detalhado), da 
Seguridade Social (saúde, previdência e assistência), da Educação, da Cultura, 
do Desporto, da Ciência e da Tecnologia, da Comunicação Social, do Meio 
Ambiente, da Família (adolescente, criança e idoso) e dos Índios, cujos arts. 
Vão do 194 ao 232, CF. 
 
19.1 - DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
 Envolve ações de seguridade: a saúde, a assistência e a previdência 
sociais. Compreende, em suma, um complexo de ações e benefícios 
promovidos pelo Estado e pela sociedade civil no sentido de garantir ou 
assegurar aos indivíduos uma manutenção digna à condição humana, quando 
em momentos de dificuldades para com o sustento próprio e o da família. 
 Na ordem social, especial atenção deve ser dispensada à seguridade, 
notadamente ao que se relaciona com seus princípios, seu financiamento e, 
isoladamente, com as suas ações (saúde, previdência e assistência). 
 
19.1.1 - PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
 Os princípios constitucionais específicos da seguridade, de que 
trata o art. 194, revelam uma intensa preocupação social do sistema para com 
os seus beneficiários. Vejamos: 
 
1) UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO  
segundo esse princípio, a seguridade deve beneficiar 
indistintamente a todas as pessoas, independente de qualquer 
contribuição. Sob a ótica subjetiva, universalidade abrange todas 
as pessoas; sob a objetiva, todas as prestações e benefícios. A 
universalidade da cobertura deve ser entendida como a 
2 
 
necessidade das pessoas atingidas por uma contingência humana 
(idade avançada, morte, impossibilidade de retorno ao trabalho 
etc.); a de atendimento refere-se às adversidades ou 
acontecimentos em que a pessoa não disponha de condições 
próprias de renda ou subsistência. Há universalidade na saúde, 
pois todos têm direito a socorro do sistema, independente de 
contribuição, sendo direito da pessoa e dever do Estado (art. 196, 
CF). 
 
2) UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E 
SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS  desdobra-
se do princípio da igualdade, no sentido de não permitir distinções, 
isto é, não deve haver ‘duas formas’ no regime geral, mas apenas 
uma (uni). A prestação securitária (ou o objeto da obrigação 
securitária) se dá por meio de benefícios (prestações pecuniárias ou 
em dinheiro) e/ou serviços (p. ex.: reabilitação profissional). 
 
3) SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DE 
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS  seletividade significa escolher ou 
selecionar politicamente (por meio de lei) a prestação conforme as 
disponibilidades o sistema de seguridade. Distributividade, de 
caráter social, implica solidariedade para distribuição dos recursos 
securitários. 
 
4) IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS  trata-se de 
segurança jurídica em favor dos segurados, a fim de preservar o 
valor real da prestação percebida (§ 4º, art. 201, CF). 
 
5) EQÜIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO DO CUSTEIO  
embora de difícil verificação, ante as diversas fontes de alimentação 
do sistema, o princípio quer efetivar isonomia no financiamento da 
seguridade. Tal se caracteriza, p. ex., quando é fixado que as 
contribuições sociais do empregador poderão ter alíquotas ou bases 
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da 
utilização intensiva de mão-de-obra (art. 195, § 9º). 
 
6) DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO  refere-se às 
fontes de onde provirão os recursos para custear o sistema. O art. 
195, CF, determina o custeio pelos entes públicos, pelos 
empregadores, pelos trabalhadores e por renda dos concursos de 
prognósticos. 
 
7) ADMINISTRAÇÃO DEMOCRÁTICA E DESCENTRALIZADA  a 
gestão do sistema, segundo exigência da Lei Magna, deve atender 
à participação efetiva de representantes dos trabalhadores, dos 
empresários, dos aposentados e do Governo. Órgãos colegiados 
são, v.g., o CNPS – Conselho Nacional de Previdência Social, o 
CNS – Conselho Nacional de Saúde, o CRPS – Conselho de 
Recursos da Previdência Social etc. 
 
3 
 
 No que se relaciona ao financiamento ou custeio da seguridade social, 
ocupar-nos-emos das contribuições sociais (art. 195, CF), cuja natureza, 
estudada na parte referente ao Sistema Tributário Nacional, é de exação 
tributária. 
 A disposição (art. 195) deve ser estudada em conjunto com o art. 149, 
CF, onde estão as bases para a criação das contribuições sociais. A 
competência para instituir é exclusiva da União, exceto quanto às 
contribuições previdenciárias e assistenciais que podem ser instituídas pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios a serem cobradas de seus servidores 
e revertidas em benefício deles. 
 É assentamento do STF que as contribuições sociais de que trata o art. 
195, cobradas dos empregadores, trabalhadores e as incidentes sobre a 
receita de prognósticospodem ser instituídas por meio de lei ordinária (não 
se aplicam o art. 146, III, ‘a’, referente a impostos, nem o § 4º do 195, relativo à 
competência residual da União para criar contribuição de seguridade sobre 
fonte nova). 
 
Entendimento do STF: 
 
“A seguridade social será financiada por toda a sociedade. As contribuições para seu custeio são 
devidas por todos, inclusive pelas empresas que realizem operações relativas à energia elétrica, aos 
serviços de telecomunicações, aos derivados de petróleo, combustíveis e minerais, não se aplicando a 
elas, as empresas, a imunidade objetiva prevista no art. 155, § 3º” (RREE 227.832-PR; 230.337-RN; 
233.807-RN). 
 
19.1.2 - A SAÚDE 
 
 O Estado deve prestar assistência à saúde de sua gente de modo 
integral e gratuito, independente de sua condição ou status social, isto é, quer 
esteja empregado quer desempregado, quer se trate de natural quer de 
estrangeiro etc., precisamente porque a Ordem Maior a concebe como direito 
de todos e dever do Estado. 
 O Texto Fundamental preceitua que as ações e os serviços de saúde 
são de relevância pública. Ao Poder Público cabe dispor acerca da 
regulamentação, fiscalização e controle. 
 A execução das ações DEVE ser de modo direto (regra geral), facultada 
a prestação terceirizada por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 A saúde é consistente dum sistema único de ações numa integração 
da rede regionalizada e hierarquizada, tendo como diretrizes a 
descentralização (no nível de cada esfera de governo), o atendimento integral e 
a participação da comunidade. 
 Os entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) devem 
aplicar anualmente um percentual mínimo de suas arrecadações, a ser 
estabelecido em lei complementar, em ações e serviços de saúde. 
 Por expressa determinação da inclusão procedida por intermédio da EC 
51, de 14 de fevereiro de 2006, os gestores locais do sistema único de saúde 
poderão admitir agentes comunitários de saúdeeagentes de combateàs 
endemiaspor meio de processo seletivo público (ou processo seletivo 
simplificado, como, p. ex., análise de currículos), o que configura uma 
flexibilização das normas constitucionais atinentes à contratação de agentes 
apenas por intermédio de concurso público de provas ou de provas e títulos, 
4 
 
devendo, para tanto, considerar a natureza e complexidade das atribuições e 
requisitos específicos para a atuação no desiderato fixado nessa nova ordem. 
 Restou reservada à Lei federal a atribuição para dispor sobre o regime 
jurídico e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e 
agente de combate às endemias. 
 Essa nova ordem constitucional incluída pelo Poder Reformador (EC 
51/06) no sentido de que tais agentes somente poderão ser contratados 
diretamente pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios na forma 
por agora estabelecida, cuja constitucionalidade é claramente duvidável, 
assentou que além das hipóteses de perda do cargo reservada aos servidores 
estáveis (conforme § 1º do art. 41) e bem assim a sua perda para fins de 
controle dos gastos da administração (como posto no § 4º do art. 169, CF), o 
servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde 
ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de 
descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu 
exercício. 
 A iniciativa privada participa do sistema único de modo complementar, 
por meio de contratos ou convênios, dando-se preferência a entidades 
filantrópicas e sem fins lucrativos, vedada a participação do capital estrangeiro 
na assistência à saúde no País, salvo nos casos dispostos em lei. 
 As competências do SUS estão baseadas no controle e 
fiscalizaçãode procedimentos, de produtos e substâncias, na participação da 
produção de medicamentos, equipamentos imunobiológicos, hemoderivados 
etc. 
 Cabe-lhe, também, a vigilância sanitária, controlede epidemiologia, a 
execuçãoda saúde do trabalhador, a ordenaçãoda formação dos recursos 
humanos de saúde, a participaçãona formulação da política de saúde e da 
execuçãodas ações de saneamento básico. 
 Compete ao SUS, ainda, incrementaro desenvolvimento científico e 
tecnológico e fiscalizar e inspecionaralimentos e bebidas para consumo 
humano. 
 Finalmente, além de outras ações legais, é da atribuição do SUS 
participardo controle e da fiscalização da produção, do transporte, da guarda e 
da utilização de substâncias, produtos psicoativos, tóxicos e radiativos, além 
do deverde colaborar na proteção do meio ambiente. 
 
19.1.3 - A PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 A previdência social busca amparar o indivíduo que doou sua força de 
trabalho anos a fio para o crescimento econômico e desenvolvimento social de 
seu Estado, recorrendo agora, quando não mais lhe restam forças para 
trabalhar, à proteção do sistema para o qual contribuiu e formou, sendo coberto 
por eventos de doença, invalidez, morte (em relação aos dependentes), 
maternidade etc. 
 Diferentemente da saúde, o regime geral da previdência é de filiação 
obrigatória e contributivo por todos quantos participem do sistema. 
 Quanto ao que afeta à previdência, a CF cuida de fixar as linhas mestras 
dos regimes geral e complementar privado. 
 Regula que o acesso à aposentadoria poderá ocorrer por tempo de 
CONTRIBUIÇÃO (o homem com 35 e a mulher com trinta anos de 
5 
 
contribuição, reduzidos 5 anos para professores exclusivos da educação infantil 
E no ensino fundamental e médio) e decurso de idade (o homem com 65 e a 
mulher com 60, reduzidos 5 anos para rurais, de economia familiar, garimpeiro, 
produtor rural e pescador). 
 As demais condições de aposentadoria (para a especial, por invalidez, 
doença profissional) e o estabelecimento de outros benefícios ficam a cargo da 
legislação infraconstitucional que regula a matéria pertinente à seguridade 
social. 
 
19.1.4 - A ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 Tutela a assistência à sociedade no seu sentido mais amplo, mesmo 
àqueles que, pelos desígnios de sua própria história, jamais vieram a contribuir 
na formação do sistema. Essa é a assistência material e psicológica, 
treinamento e capacitação para o trabalho etc. 
 Seus objetivos básicos são a proteçãoà família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice; o amparoàs crianças e adolescentes 
carentes; a promoçãoda integração ao mercado de trabalho; a habilitação e 
reabilitaçãodas pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; a garantiade um salário mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não 
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família, conforme dispuser a lei. 
 As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas 
com recursos do orçamento da seguridade social (art. 195), além de outras 
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: descentralização 
político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera 
federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às 
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de 
assistência social, e participação da população, por meio de organizações 
representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos 
os níveis. 
 
19.1.5 - A EDUCAÇÃO 
 Em gênero, é um direito de todos e dever do Estado e da família. Será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
 O ensino será ministrado com base nos princípios: 
 
1) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
2) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, 
a arte e o saber; 
3) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência 
de instituições públicas e privadas de ensino; 
4) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
5) valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, 
planos de carreira para o magistério público, com piso salarial 
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de 
provas e títulos; 
6 
 
6) gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
7) garantia de padrão de qualidade. 
 
 As universidades gozam de autonomia didático-científica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao 
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, sendo-lhes 
facultado admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da 
lei, e aplicando-se esses princípios às instituições de pesquisa científica e 
tecnológica. 
 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante as 
garantias de: 
 
1) ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, 
sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na 
idade própria; 
2) progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
3) atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
4) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis 
anos de idade; 
5) acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da 
criação artística, segundo a capacidade de cada um; 
6) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando; 
7) atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de 
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde. 
 
 O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público 
subjetivo, importando em responsabilidade da autoridade competente o não-
oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular. 
 Cumpridas as normas gerais de educação nacional e observadas a 
autorizaçãoe a avaliação de qualidade pelo Poder Público, o ensino é livre à 
iniciativa privada. 
 O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, 
assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas 
maternas e processos próprios de aprendizagem. 
 Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na 
educação infantil, enquanto os Estados e o Distrito Federal no fundamental 
e médio. 
 Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo 
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas 
em lei, que comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação e assegurem a destinação de seu patrimônio a outra 
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso 
de encerramento de suas atividades. 
 As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber 
apoio financeiro do Poder Público. 
7 
 
 A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração 
plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus 
diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à: 
 
1) erradicação do analfabetismo; 
2) universalização do atendimento escolar; 
3) melhoria da qualidade do ensino; 
4) formação para o trabalho; 
5) promoção humanística, científica e tecnológica do País. 
 
 
19.1.6 - A CULTURA 
 
 É dever do Estadogarantir a todos o pleno exercício dos direitos 
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiar e incentivar a 
valorização e a difusão das manifestações culturais, proteger as 
manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de 
outros grupos participantes do processo civilizatório nacional, devendo, ainda, 
fixar, por lei, as datas comemorativas de alta significação para os diferentes 
segmentos étnicos nacionais. 
 Não bastassem todas essas disposições de eficácia limitada, trazidas 
originariamente no corpo da Carta de 1988, a Emenda Constitucional nº 48, de 
10 de agosto de 2005, também trouxe mais um programa a ser atendido por lei 
regulamentadora do legislador constituído (infraconstitucional), dispondo que 
deve a lei estabelecer o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, 
visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do 
poder público que conduzem à: 
 
1) defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; 
2) produção, promoção e difusão de bens culturais; 
3) formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura 
em suas múltiplas dimensões; 
4) democratização do acesso aos bens de cultura; 
5) valorização da diversidade étnica e regional. 
 
 O patrimônio cultural brasileiro é constituído dos bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
 
1) as formas de expressão; 
2) os modos de criar, fazer e viver; 
3) as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
4) as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados às manifestações artístico-culturais; 
5) os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
 
 O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e 
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, 
8 
 
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento 
e preservação. 
 A própria Carta Magna já determinou que ficam tombados todos os 
documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos 
quilombos. 
 A Emenda Constitucional nº 71 de 29/01/12 acrescentou o art. 216 – 
A para instituir o Sistema Nacional de Cultura, como segue: 
“O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, 
de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e 
promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e 
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por 
objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno 
exercício dos direitos culturais. 
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de 
cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e 
rege-se pelos seguintes princípios: 
I - diversidade das expressões culturais; 
II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; 
III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens 
culturais; 
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados 
atuantes na área cultural; 
V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos 
e ações desenvolvidas; 
VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; 
VII - transversalidade das políticas culturais; 
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; 
IX - transparência e compartilhamento das informações; 
X - democratização dos processos decisórios com participação e controle 
social; 
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das 
ações; 
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos 
públicos para a cultura. 
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas 
esferas da Federação: 
I - órgãos gestores da cultura; 
II - conselhos de política cultural; 
III - conferências de cultura; 
IV - comissões intergestores; 
V - planos de cultura; 
VI - sistemas de financiamento à cultura; 
VII - sistemas de informações e indicadores culturais; 
VIII - programas de formação na área da cultura; e 
IX - sistemas setoriais de cultura. 
9 
 
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de 
Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou 
políticas setoriais de governo. 
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus 
respectivos sistemas de cultura em leis próprias." 
 
19.1.7 -O DESPORTO 
 
 É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como 
direito de cada um, observados: 
 
1) a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, 
quanto a sua organização e funcionamento; 
2) a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do 
desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto 
de alto rendimento; 
3) o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- 
profissional; 
4) a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação 
nacional. 
 
 O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. 
 O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça 
desportiva, que terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da 
instauração do processo, para proferir decisão final. 
 
19.1.8 - A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA 
 
 O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a 
pesquisa e a capacitação tecnológicas. 
 Entende-se como ciência o conjunto das formulações teóricas dos 
estudos empreendidos acerca de uma área do saber humano. Tecnologia 
seria, de outra sorte, a aplicação prática dos resultados teóricos obtidos pela 
ciência. “Tecnologia é a ciência aplicada” (Celso B. Ribeiro). 
 A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado, 
tendo em vista o bem público e o progresso das ciências, voltados 
preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o 
desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional. 
 O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de 
ciência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e 
condiçõesespeciais de trabalho. 
 Conforme se dispuser a lei apoiará e estimulará as empresas que 
invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e 
aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de 
remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, 
participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu 
trabalho, sendo facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de 
10 
 
sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à 
pesquisa científica e tecnológica. 
 O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de 
modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar 
da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal. 
 
19.1.9 - A COMUNICAÇÃO SOCIAL 
 
 Amanifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, 
sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, 
observado o disposto na Constituição. 
 Observadas as disposições quanto aos direitos e garantias 
fundamentais, nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à 
plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação 
social, ficando vedada toda e qualquer censura de natureza política, 
ideológica e artística. 
 A regulação das diversões e dos espetáculos públicos será dada por lei 
federal, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas 
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação 
se mostre inadequada. 
 Também é matéria de lei federal o estabelecimento dos meios legais 
que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de 
programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto 
acerca da moralidade e individualidade da família e do indivíduo, bem como 
normatizar a defesa contra a propaganda de produtos, práticas e serviços que 
possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. 
 A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, 
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais e conterá, sempre 
que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. 
 Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, 
ser objeto de monopólio ou oligopólio, sendo firme que a publicação de veículo 
impresso de comunicação independe de licença de autoridade. 
 A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão 
atenderão aos seguintes princípios: 
 
1) preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e 
informativas; 
2) promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção 
independente que objetive sua divulgação; 
3) regionalizaçãoda produção cultural, artística e jornalística, 
conforme percentuais estabelecidos em lei; 
4) respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. 
 
 A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 
dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sede no País. Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do 
capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão 
sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a 
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão 
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obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da 
programação. 
 A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção 
da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou 
naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação 
social. 
 A participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens será regulada por lei, devendo as 
alterações de seu controle societário ser comunicadas ao Congresso 
Nacional. 
 Compete ao Poder Executivooutorgar e renovarconcessão, permissão 
e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, 
observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e 
estatal, cujo ato será analisado pelo Congresso Nacional. 
 A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação 
de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal, 
sendo certo que o ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos 
legais após deliberação pela Casa Legislativa indicada, auxiliada pelo 
Conselho de Comunicação Social, e que o cancelamento da concessão ou 
permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial. 
 O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as 
emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. 
 
19.1.10 - O MEIO AMBIENTE 
 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. 
 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
 
 preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
 preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
 definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização 
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
 exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
 controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de 
vida e o meio ambiente; 
 promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
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 proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de 
espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
 Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da lei, sendo que as condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
 
19.1.11 - FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, DO JOVEM (EC n° 65 de 13-
07-10) E IDOSO 
 
 A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. O 
casamento é civil e gratuita a celebração, mas o casamento religioso tem efeito 
civil, nos termos da lei. 
 Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
 A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos 
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim 
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. 
 A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da 
criança e do adolescente. A adoção será assistida pelo Poder Público, na 
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte 
de estrangeiros. 
 São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às 
normas da legislação especial (ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente). 
 A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar aspessoas 
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua 
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
Obs: CUIDADO! Tivemos duas Emendas Constitucionais que alterou este 
capítulo da Constituição, foram as EC n° 65 e 66. A primeira acrescentou a 
palavra jovem em todos os dispositivos que tem criança, adolescente e ao 
jovem (art. 227, caput; §§ 1°+ II; § 3°, VII; § 7°, I e II). A segunda facilitou a vida 
de quem deseja se divorciar, pois não precisa mais de nenhum requisito, bata o 
querer para acontecer (art. 226,§ 6°)

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