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PENAL III Professora: Thaís Bandeira thaisdir@yahoo.com.br APLICAÇÃO DA PENA Livro: Parte geral – Paulo Queiroz Livro especifico: Jose Antônio Paganela boch – Das penas e seus critérios de aplicação Sentença penal- Ricardo Schmidt Saulo de carvalho – Aplicação da pena e garantimos Provas: 19/09 21/11 FUNÇÕES DA PENA 1-Teorias legitimadoras: Fundamentar o direito penal, o direito de punir, essa teoria é a tradicional, aqui se reconhecem legitimidade para o Estado intervir na liberdade do cidadão por meio do direito penal. 1.1 Teoria absoluta A ideia da pena é de retribuição, ou seja, o sujeito deve ser punido porque violou uma norma penal. Dois doutrinadores embasam tais teorias: Kant: a pena é uma reação estatal legitima ao indivíduo que teve uma ação ilegítima, seria irrelevante investigar se a pena seria ou não capaz de motivar ou dissuadir delinquentes; imperativo categórico – necessária aplicação da pena para restabelecimento do sistema e Hegel: crime anula o direito e a pena anula o crime – a consequência é que a pena reascende o direito; o direito é uma manifestação da vontade racional sobre e a pena é a reafirmação da vontade racional sobre a vontade irracional, servindo para restaurar uma ideia, precisamente para restaurar a razão do direito, precisamente anulando a razão do delito. Nessa ideia não tem o significado de melhorar o indivíduo, meramente retribuir o mal feito. A pena tem um fim em si mesmo, não tem ideia de prevenção de novos crimes, sua legitimidade decorre do fato de haver sido cometido um delito, incompatível com o perfil do Estado contemporâneo e sendo inconciliável com a crescente relativização dos modos de atuação dos sistemas penais contemporâneos (penas alternativas). 1.2 Teorias relativistas A função da pena com a ideia de prevenção de novos delitos, que vai se dar de duas formas: prevenção geral (exercida sobre toda a sociedade) e a prevenção especial (é aquela exercida sobre o sujeito criminoso). Prevenção geral: A ideia aqui é de fortalecer os valores éticos-sociais. A prevenção geral positiva trata das Leis, tentando demostrar a sociedade uma segurança no código, proteção aos bens jurídicos, o fim da pena consiste na manutenção da norma enquanto modelo de orientação de conduta. Já a Negativa tem função de intimidação, ex: maria da penha – proteção especifica - a ideia aqui é de criação de tipos penais, intimidar a pratica de futuros delituosa, o fim da pena é a prevenção de novos delitos por meio da coação psicológica exercida sobre seus destinatários. Prevenção especial: A finalidade do direito penal é prevenir novos crimes, ressocializando os seus autores, reeducando. Von Liszt diz que o fim da Pena é prevenir a pratica de futuros, mas conforme as peculiaridades de cada infrator, para os ocasionais uma advertência, para os que precisam de correção é ressocializa-los com educação durante execução penal e para o delinquente incorrigível ou habitual é torna-lo inócuo indeterminado. A positiva (ressocialização através de acompanhamento social, oferecimento de educação ou trabalho durante o cumprimento de pena, a ideia de melhoramento do sujeito) e a Negativa (neutralização, afastamento temporário do sujeito com a sociedade 1.3 Teoria dialética unificadora Uma proposta de Claus Roxin, ela não abandona as teorias anteriores, aqui tem a ideia de interlocução das duas, mas vai sintetiza-las. A ideia dela é que ela tem essas funções, mas dependente do momento que enxergamos a pena (três momentos). I- Aqui enxergamos o momento a pena cominada, a pena que é prevista em lei (ex: “matar alguém”) ela é a prevenção geral, sua função é observada que não há alguém delinquindo, está mostrando a sociedade e tentando evitar um comportamento criminoso. A limitação para o legislador é a proporcionalidade entre o bem jurídico que pretende resguardar e a pena prevista. II- Aqui vemos a pena aplicada, momento da sentença. Ela tem a função de reprovação do comportamento criminoso. A limitação do juiz nesse momento é a culpabilidade e a individualização das penas. III- Pena executada, efetivamente o sujeito vai cumprir. Sua função é de prevenção especial, neutralizar o sujeito pela privação da liberdade e trabalhar para que ele volte a sociedade, ressocialização. O limite aqui é a humanização das penas, está na CF – 88 ( pena de morte, perpetua, pena de 5 anos contravenção 30 anos de crime , banimento e caráter cruel) Art. 59- - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. É uma função mista- reprovação e de prevenção Roxin conclui que o direito penal tem natureza subsidiaria, intervenção só é legitima se for indispensável a sociedade, quando basta pelo direito civil ou público o penal deve se retirar e o direito penal não pode se preocupar com condutas meramente imorais ou que não lesem bens jurídicos. A execução da pena é para reintegração social do delinquente, proibindo tratamentos coercitivos que interfira em sua personalidade (proteger por meio da prevenção geral e especial). 2-Teoria deslegitimada: Questionar se funciona na pratica, propor o funcionamento do direito penal, negam semelhantemente legitimidade, por considerar intervenção penal desnecessária; seja ela imediata (abolicionismo) ou mediata (minimalismo). Recusam a legitimidade do Estado para exercer poder punitivo. 2.1 bases criticas I- Roxin: o direito penal trabalha um sistema de emergências, criticando novos tipos penais para atender a interesses momentâneos da sociedade (ex: feminicidio). II- A criação por si só de novos tipos penais não inibe o cometimento de crimes, “ não é só criar o tipo penal”. Não há ressocialização. III- Encarcerar é um contrassenso dos próprios termos, ele é colocado para fora da sociedade, as regras e limitações do sistema prisional por si só dessocializam. IV- O Estado é o principal violador de direitos humanos, pois os estabelecimentos prisionais retiram a liberdade do indivíduo, assim como, outros tantos direitos fundamentais. Opera a margem da legalidade. V- As cifras ocultas do direito penal, a sociedade já convive com a ausência do direito penal, pois o número de condenados é infinitamente menor do que os crimes que são praticados. VI- Falta de participação da vítima na resolução do conflito. O direito penal atua para punir o infrator. Não é regra retribuir os danos à vítima. VII- O direito penal é estigmatizador, ele rotula pessoas e comportamentos (“labelling approch”) VIII- Seletividade do sistema penal, seleciona parte da sua “clientela” (Zaffarone- fala em vulnerabilidade do sistema penal, ele ataca em três frentes: 1_ aqueles com estigma de criminoso (jovens, negros e pobres), 2_ comoção social – casos grotescos- natureza do crime praticado, 3_ vulnerabilidade política.) 2.2 abolicionismo e minimalismo penal Possíveis soluções I-Abolicionismo penal: Aqui vem pregar a inexistência de todo o sistema repressivo penal (ex: até a polícia), deve desaparecer, pois carrega em si todos os vícios mencionados a cima, remendar esse sistema não irá funcionar, mas sim a criação de algo novo. A nossa resolução de possível solução é a Justiça Restaurativa, que está sendo implantada (ex: juizado especial- crime de pequenas causas, até 2 anos - “ameaça”). Ela traz para o conflito a vítima, sair da conciliaçãosatisfeita, pois o que existe hoje não satisfaz a vítima. Radicais abolicionistas: Louck Hulsmon – Penas perdidas II-Minimalistas Paulo queiroz e Zaffaroni Prega uma retração do direito penal, somente para infrações de alto relevo, e implementando outras formas de resolução de conflitos para infrações mais brandas. Manter a “última ratio”. Aqui querem fazer uma passagem gradual para chegar a um segundo estágio (abolicionismo pela), (ex: liberação da maconha no Uruguai, uma aposta para o melhoramento). PENA DE MULTA art. 49 a 52 1- Espécies de multa Existem três espécies de pena, que estão no art.32: pena de multa, privativa de liberdade e a restritiva de direitos. Multa pode aparecer no ordenamento de três maneiras diferentes: cumulada com a privação de liberdade (ex: art.155 furto), alternada com a privação de liberdade (ex: art.163 dano) e fora do código penal, na lei de contravenções penais encontramos a multa isolada, única pena prevista para contravenção penal. 1.1 Efeitos O efeito tem a ver com a prescrição - prazo prescricional – quando ela aparece isolada ela prescreve em dois anos (multa isolada); já nas hipóteses de cumulada ou alternada ela prescreve no mesmo prazo da privação de liberdade. Nas alternadas fica a critério do juiz escolher a multa ou privação de liberdade, onde vindo sozinha prescreve em dois anos. 2- Sistema de aplicação Não existe valor prefixada na lei sobre a multa, é determinada em sistema de dias- multa, sendo um sistema bifásico e leva em consideração aspectos referentes ao criminoso (culpabilidade, antecedentes, conduta social e etc) e a sua capacidade econômica; por fim é analisado o delito que foi praticado. 2.1 fases Art. 49 caput e parágrafo 1° , a fase começa por fixar n° dias –multa entre 10 a 360, logo em seguida o juiz vai fixar o dia multa (um dia multa) que pode ser em 1/30 e 5x o valor do salário mínimo vigente a época do fato. 2.2 aumentos dos parâmetros Algumas legislações especiais verificaram que estes parâmetros são ínfimos à criminalidade praticada e trouxeram por tanto novos parâmetros (ex: lei de drogas 11.343/06 – art. 33 tráfico de drogas 500 a 1500 dias multa). No art 12 diz que as regras da parte geral se aplicam na parte especial e também se aplica nas leis especiais se ela não trouxer algo de diferente para aplicação. 2.3 valor acrescido Dentro do código penal pode existir o acréscimo deste valor, situado no art.60 caput e parágrafo 1, aumentada até o triplo, permitido pela natureza do crime e capacidade econômica do réu onde os parâmetros se mostraram que o valor a ser aplicado inicialmente era ineficaz. Apesar de se utilizar o valor do salário mínimo vigente ao tempo do fato, o art.49 parágrafo 2°, o valor é atualizado no momento da aplicação da multa. 3- Destinação A multa é destinada ao fundo penitenciário nacional (FUNPEN) e não significa indenização a vítima, serve para reforma de instalações internas e etc, tudo que relaciona com o sistema prisional. 4- Prazo de pagamento Precisa que a condenação dê transito em julgado, tendo início do pagamento da multa deve se dar em 10 dias depois do transito em julgado a sentença, podendo o valor ser parcelado, que pode ser descontado direto na folha desde que a multa aplicada de forma isolada ou se a privação de liberdade foi suspensa ou convertida em pena alternativa. 5- Multa não paga Não se converte em privação de liberdade a multa não paga, o nome do agente será inscrito na dívida ativa da união como se não tivesse pago um tributo, que será executado pela vara da fazenda pública, segundo Greco a execução deveria ser penal (!) e não fiscal na vara pública; se for penal aplica o código de processo penal e na execução fiscal é pelo código do processo penal e só continua penal o prazo de prescrição, segundo Rogerio Greco o condenado perder em ideias de garantias pelo CPC. 6- Doença mental superveniente O réu que durante a execução se torna incapaz, no art 52 determina que deve existir a suspensão do pagamento da multa se sobrevém doença mental PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 1- Espécies Existem três espécies, duas previstas para os crimes (reclusão e detenção) e uma para contravenções (prisão simples). 1.1diferenças Reclusão ≠ detenção, a gravidade dos crimes (reclusão para crimes mais graves e a detenção para crimes mais brandos); quando relativas a medidas de segurança, se o doente mental pratica um fato punido com reclusão a medida de segurança será a internação (mais gravosa) se for um fato punido com detenção mais branda será um tratamento ambulatorial. Varia também no regime inicial no regime de cumprimento de penas, nos crimes punidos com reclusão tem regime inicial aberto, semiaberto ou fechado, já a detenção o regime inicial pode ser aberto ou semiaberto 2- Método de aplicação A parti da reforma de 1984 o método trifásico proposto por Nelson Hungria foi previsto no art. 68 como sendo a forma de aplicação da privação de liberdade. Primeira fase: fixação da pena-base de acordo com as circunstancias judiciais Segunda fase: aplicação das atenuantes e agravantes Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição Partida Critério Chegada 1° fase Pena cominada – prevista em lei Circunstancias judiciais que estão no art.59 (culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos do crime, consequências, circunstancias do crime e o comportamento da vítima) Pena base 2° fase Pena-base Circunstancias legais (atenuantes e agravantes) art.61 e 65. Estão previstas somente na parte geral do código e não possuem tarifação dadas pelo legislador (quantidade) Pena provisória- intermediaria 3º fase Pena intermediaria- provisória Causas de diminuição (minorante) e aumentos (majorantes) Pena definitiva (achou a pena, mas não está aqui fixado o regime inicial da pena e após seja observada a se pode pena O legislador tarifa sobre a taxa fracionaria de aumento ou diminuição, que estão na parte geral e especial. restritiva de direitos e não sendo cabível pena restritiva de direitos observa a possibilidade de Sursis (suspensão condicional da pena). OBS: A qualificadora representa um novo patamar de pena mínimo e máximo, maior do que a forma simples prevista no mesmo tipo penal. Já o privilegio é um novo patamar de pena menor do que a forma simples dentro do mesmo tipo penal. A qualificadora e o privilegio como representam nova pena cominada será a primeira avaliação do juiz quando da dosimetria da pena. Se existir mais de uma qualificadora no crime, apenas uma delas será usada com está função, as demais poderão ser utilizadas como agravantes se previstas no rol dos art’s 61 e 62 ou como circunstâncias judiciais. A ordem de preferência é necessária se é qualificadora ou privilegio, em segundo as causas de diminuição ou aumento, após observa-se os agravantes ou atenuante e por último as circunstancias judiciais (soldado reserva). 3- Analise das fases 3.1 circunstancias judiciais 3.2 atenuantes e agravantes 3.3 causas de diminuição e aumento EX: Pedro furtou o carro de victor, para tanto se utilizou de chave falsa (art.155). Sabe-se que Pedro má conduta social, pois é visto como desordeiro na faculdade (art.59). Após o crime Pedro confessou a sua pratica (art.65) e ainda na fase de inquérito devolveu o carro furtado (art.16). Indique as circunstanciaspresentes no caso e a fase da dosimetria em que elas serão utilizadas. Resposta: Chave falsa – qualificadora, pena cominada Conduta social – circunstancia judicial, fixar a pena base Confissão – atenuante Arrependimento posterior – diminuição 1/3 a 2/3 PENA BASE 1- Conceito A pena base representa um número “x” dentro dos limites cominados pelo legislador de onde irão partir as demais fases da dosimetria. A pena base não pode ser fixada a quem do mínimo legal e nem além do máximo. 2- Formas de fixação Para se chegar à pena base o juiz deverá avaliar as oito circunstancias judiciais; contudo nem sempre as oito circunstancias influenciaram a dosimetria, devendo o juiz mencionar a circunstância e justificar a sua não avaliação. 2.1 circunstâncias judiciais As circunstancias judiciais representam dados que podem ou não estar presentes nos crimes e que serão avaliadas de forma fundamentada pelo juiz. São oito as circunstancias judiciais: culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima. A avaliação é feita pela veia da “tarifação”, o juiz deve partir sempre da mínima pena cominada em lei, só se justifica fixar a pena base acima do mínimo se alguma circunstância judicial for desfavorável. As circunstancias favoráveis elas mantem a pena no mínimo, são as desfavoráveis que à aumentam. O art.59 não trouxe a tarifação dessas circunstancias, porem há uma indicação jurisprudencial. A jurisprudência dominante, pensando nas oito circunstancias, cada uma delas representa 1/8, devendo o juiz, portanto aumentar 1/8 da pena para cada uma desfavorável. O aumento deve ser 1/8 do intervalo de pena mínima e máxima As circunstancias judiciais, pela análise do art.59: Art. 59. - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. Culpabilidade: a culpabilidade do art 59 não se confunde com a do conceito de crime, pois a aplicação da pena pressupõe que o fato é típico ilícito e culpável; aqui se fala em culpabilidade com o significado de reprovabilidade da conduta, a doutrina dá indicativos de como graduar, umas das formas que a doutrina indica para dosagem da culpabilidade é análise da espécie de dolo e da espécie de culpa. Conduta social: para que ela possa ser avaliada, deve ser trazida ao processo por prova testemunhal, já que ela representa o comportamento do agente na sua comunidade; existem testemunhas abonatórias (a testemunha que vai ao processo para falar bem do sujeito) dando fatos que ele tem boa conduta social; existe críticas a esta circunstância “conduta social” porque ela deixa de lado o julgamento de um fato e passa a valorar o autor. Personalidade do agente: é um conjunto de atribuições psíquicas, parte adquirida por herança genética, e parte adquiridas com o meio, os juízes fazem um “migue”, confunde a personalidade com outros circunstancias de forma equivocada, e vindo-lhe a prejudicar lembre-se que irá aumentar a pena; a crítica sobre a personalidade é que não há dentro do processo penal profissionais habilitados para esta verificação, não existe tem hábil para que se façam pericias e os juízes não podem confundir outras circunstancias com a personalidade. Circunstancias judiciais: são dados peculiares ao delito que não representem um elementar e que também não sejam utilizadas em outras fases da dosimetria, é a última avaliação, se já usou não pode colocar novamente, subsidiário, não foi enquadrado antes. Motivos do crime: são circunstancias que levam o agente a prática delituosa, podendo ser considerados pela sua nobreza, ou pela futilidade ou torpeza. Consequências dos crimes: são dados peculiares sobre os efeitos provocados com a conduta criminosa, algo mais que comum. Comportamento da vítima: ao invés de minimizar os efeitos do crime, o direito penal trouxe uma forma de avaliar a vítima a luz do criminoso; esta é uma das críticas ao direito penal sempre foi a neutralização da vítima e a reificação do conflito (coisificação do conflito, esquece-se que alguém foi vitima), mas com a reforma de 84, se buscou resgatar o papel da vítima, porem esse movimento de resgaste se deu com a vitimodogmatica, utilizando o comportamento da vítima como forma de dosimetria da pena. A vitimização é primariamente (primeiramente com o agressor), secundariamente pelo instituto de controle, terciariamente pela crítica da sociedade e por último a autovitimização (atribuição de culpa pela vítima, pelo próprio comportamento). 2.2 antecedestes: conceito é construído de forma subsidiaria, pois só gera maus antecedentes as condenações com transito em julgado, que não gerarem reincidência. Obs: segundo a sumula 241 do STJ, a mesma condenação transitada em julgado não pode ser usada simultaneamente como antecedente e reincidência. CIRCUNSTANCIAS LEGAIS 1- Nomenclaturas Estamos agora na pena base indo para intermediaria, circunstancias legais que são atenuantes e agravantes, que estão previstas nos art. 61 até o 66 do código. O art. 61 trata dos agravantes, o 62 são agravantes no caso de concurso de agente, o 63 e o 64 são as reincidências, o 65 atenuantes e o 66 atenuante inominada. O art. 61 e 62 são taxativos, o 65 é rol exemplificativo por causa da atenuante inominada. São circunstancias legais, pois para agravar a pena há um rol taxativo em lei, para atenuar existe uma certa liberdade ao juiz por conta do art. 66 do código. 1.1 Atenuante inominada Está prevista no art. 66 e diz respeito a possibilidade do juiz utilizar qualquer circunstância que entenda como relevante seja esta anterior ou posterior ao crime. 2- Agravantes Caput do Art. 61. - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 2.1 utilização Não constitui e nem qualifica o crime, não elementar. 2.2 reincidência Art.61 I Ta aí, mas não diz o conceito, somente no art. 63, ela é a pratica de um novo crime, depois de transitar em julgado sentença penal condenatória por crime anterior. Os crimes não precisam ser iguais, contudo ser foram crime igual, é reincidência especifica, o sujeito perde alguns direitos, veda a pena restritiva de direitos. Para a lei de contravenções penais o conceito de reincidência se dá com a pratica de uma contravenção penal, após sentença penal transitada em julgado por crime ou contravenção anterior. Um crime depois de uma sentença condenatória transitada em julgado de uma contravenção não gera reincidência, gera um conceito de maus antecedentes. 2.3 maus antecedentes Forma mais especifica de reincidência; são circunstancias judiciais usadas por tanto na primeira fase da dosimetria, o conceito de antecedentes é subsidiário em relação ao da reincidência, ou seja, condenações penais com transito em julgado que não gerem reincidência geram maus antecedentes. A sumula 241 do STJ a mesma condenação não pode ser usada simultaneamente como reincidência e antecedentes, prevalece a reincidente (Súmula 241/STJ - 12/07/2016. Pena.Reincidência. Circunstância agravante e judicial. CP, arts. 59 e 61, I. «A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.») Nos inquéritos policiais e ações penais em curso, por força do princípio da presunção de inocência não podem ser levados em consideração para agravar a pena do agente (sumula 444 STJ). O mérito fica transitado em julgado com o Tribunal, onde pode começar a execução provisória da pena, no STJ recorre para saber se fere a lei e no STF se fere a CF. Em que pese ser pratica de alguns magistrados a utilização de inquéritos e ações em curso como personalidade ou como má conduta social é preciso lembrar que a sumula 444 do STJ veda está utilização para qualquer forma que venha a agravar a pena base, ou seja, não se pode utilizar como mau antecedente e nem como nenhuma outra circunstância judicial. Período depurador é um prazo estabelecido em lei para que se apaguem os efeitos da reincidência, o prazo para apagar tais efeitos é de 5 anos que se encontra no art.64 inciso I. Após o cumprimento integral da pena contados mais cinco. A segunda forma de contagem do dia em que se opera a extinção da punibilidade é contado mais cinco anos. Nos casos de livramento condicional é a terceira forma de contagem, sujeito que recebe benefício que o coloca em condicional já conta como prazo, pois ele está na rua, pode cometer um outro crime, o período condicional já é depurador também como período depurador, exceto se este benefício for revogado, contudo se a condicional for maior se espera o prazo da condicional acabar e o período depurador está dentro. Se não existe reincidência gera maus antecedentes, mesmo apagado uma corrente doutrinaria diz que sim e outra diz que não. Após o período depurador apagado o conceito de reincidência pode a sentença condenatória com transito em julgado gerar maus antecedentes? Duas correntes doutrinarias, para a corrente majoritária toda sentença com transito em julgado que não gera reincidência gera mus antecedentes sendo este mais um caso; já para a minoritária não há razão de ser para o período depurador findar não há que se falar nem de reincidência nem de maus antecedentes, zera os efeitos. Crimes que não geram reincidências: crime militar próprio (so existe no código penal militar) e o por último são crimes com motivações políticas. 3- Formas de aplicação A forma de aplicação é segundo artigo 67 do código penal primeiro as atenuantes e em seguida as agravantes, mas não possuem tarifação para os juízes utiliza-las. 4- Limites Por serem circunstancias não tarifarias a jurisprudência atribuiu limites para aplicação das atenuantes e agravantes 4.1 sumula 231 STJ: segundo esta sumula a incidência de circunstancia atenuante não pode reduzir a pena abaixo do mínimo legal, a parti desta sumula se conclui que as agravantes também não podem aumentar a pena acima do máximo legal. Art. 65. - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Críticas: 1) A sumula entra em contradição com o texto do art.65 do CP que determina que aquelas circunstancias sempre serão usadas como atenuantes (modificar o “sempre”). 2) Aqui temos a conclusão que o teor da sumula viola o princípio constitucional da individualização das penas, pois equipara um réu com algumas atenuantes a aquele que não possui nenhuma. 3) O fato de não existir tarifação deixa o juiz a utilizar de métodos próprios para seu calculo, obviamente dentro dos limites. 4.2 limite jurisprudencial Como atenuantes e agravantes são circunstancias não tarifadas, para chegar ao limite jurisprudencial a doutrina tomou como base as causas de diminuição e aumento, assim verificou-se que a menor causa de diminuição ou aumento é representada pela fração de 1/6, dessa fração em diante teremos causas de aumento e diminuição, estando o magistrado livre para se utilizar de qualquer fração menor ou igual a 1/6 como atenuante e agravante 5- Compensação Existindo atenuantes e agravantes não preponderantes a maioria da doutrina e jurisprudência entende que é possível compensa-las (uma com outra). 51. circunstancias preponderantes: encontram-se no art.67 CP “Art. 67. - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência”, são elas reincidência, personalidade do agente e motivos do crime. A jurisprudência considera mais duas preponderantes que são a confissão e a idade do agente (menor de 21 na data do fato ou maior de 70 na data da sentença). CAUSAS DE DIMINUIÇÃO E AUMENTO 1- Conceito São circunstancias tarifadas previstas tanto na parte geral como na parte especial e utilizadas na terceira fase da dosimetria da pena 2- Forma de aplicação Segundo o artigo 68 do CP, primeiro devem ser utilizadas as causas de diminuição e em seguida as causas de aumento. Art. 68. - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 3- Limites Nesta terceira fase não precisa respeitar a pena mínima, pode ser menor ou maior, não é necessário se ater aos limites da pena cominada, deve ser usada a fração prevista como aumento ou diminuição, ainda que isso conduza a uma pena abaixo do mínimo ou acima do máximo. 4- Concurso de causas na parte especial No código penal diz que será feita uma única operação, se tiver mais de uma causa de aumento ou de diminuição, na parte especial deve ser feita uma única operação prevalecendo a fração que mais aumente ou que mais diminua. “Art. 68 Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.” PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 1- Conceito As penas restritivas de direitos são também chamadas de penas alternativas, pois representam uma possibilidade de não aplicação da privação de liberdade quando da prolação da sentença. No momento em que o juiz prolata a sentença ao em vez de pena privativa ele sentencia em uma pena privativa. Em verdade trata-se de penas de penas pecuniárias (multa substitutiva), restritiva de liberdade (recolhimento domicilia, limitação de finais de semana) e as restritiva de direito propriamente (interdição temporária de direitos). Sendo vedadação total ou parcialmente na Lei de drogas(proibiu expressamente quanto ao crime de tráfico e equiparados, assim como inafiançáveis e insusceptíveis de sursis, graça, indulto e etc) e violência doméstica e familiar. 2- Forma de aplicação Na sua aplicação o juiz fixa a privação de liberdade como se está pena fosse ser efetivamente cumprida, na oportunidade da pena definitiva ele analisa os requisitos da substituição por pena restritiva de direitos. Sendo um rol taxativo, não podendo o juiz inverte-las arbitrariamente, isto é, sem que a lei preveja. 3- Requisitos Art. 44. - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II - o réu não for reincidente em crime doloso; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 1º - (VETADO) 2º - Na condenação igual ou inferior a 1 (um) ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a 1 (um) ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 3º - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude de prática do mesmo crime. 4º - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de 30 (trinta) dias de detenção ou reclusão. 5º - Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Art. 44 do CP, se divide em objetivos e subjetivos, nos objetivos existe uma subdivisão em ser crime doloso e culposo. Para o crime culposo é sempre cabível a restrição de direito, independentemente da natureza do crime e da quantidade de pena. Para crimes dolosos a pena aplicada na sentença necessita ser menor ou igual a 4 anos, necessário ser feita toda dosimetria do crime, além necessita ser sem violência ou grave ameaça a pessoa. Existem três crimes que são exceção por conta das leis (9.099\95) dos juizados especiais (JeCrim), passou a julga crimes de menor potencial ofensivo (crimes com no máximo 2 anos de pena), para os crimes de menor potencial a regra é o cabimento das penas restritiva de direitos, a lei do juizado prevalece por ser especial e posterior ao código, três crimes com violência ou grave ameaça passaram a se beneficiar com penas alternativas: lesão corporal leve (art.127 caput), constrangimento ilegal (art.146) e a ameaça (art.147), apesar de serem com violência ou grave ameaça estão abarcados. Os requisitos subjetivos são o réu não podendo ser reincidente especifico em crime doloso e o último requisito são as circunstancias judiciais (sendo que somente 6, retiradas o comportamento da vítima e consequências da vitima, não avalia o que estiver ligado a vitima), precisa ser favorável a culpabilidade, antecedes, conduta social, personalidade, motivos do crime, circunstancias, todas 6 favoráveis. 4- Espécies Segundo o art. 43 do CP as restrições de direitos são: I - Prestação pecuniária: consiste no pagamento a vítima seus familiares ou entidades públicas de um valor entre 1 e 360 salários mínimos. Sendo a prestação a ter caráter penal, não se confundindo com a indenização, pois está tem caráter civil. O que foi recebido como valor de prestação pecuniário não evita o processo civil por indenização, contudo este valor é abatido no valor da indenização. Não necessitar ser efetivamente em dinheiro, pode ser de outra natureza (ex: sexta básica para instituições) sendo proporcional ao valor. II- Perda de bens e valores: a perda de bens e valores recai sobre o patrimônio licito do condenado, o ilícito perde obrigatoriamente, tendo valor ao proveito do crime ou ao prejuízo causado, sendo o que for mais elevado. O dinheiro não vai para vítima, é revertida para o FUNPEN (fundo penitenciário nacional). III- Prestação de serviços à comunidade: continho no art. 46, sendo recomendada para condenações superiores a 6 meses, consiste assim na atribuição de tarefas gratuitas de acordo com as aptidões do condenado, prevista do parágrafo 2° alguns exemplos (ex:prestação em hospitais, escolas, orfanatos, entidades assistenciais. A duração da prestação de serviços em regra será realizada uma hora por dia de segunda sexta no mesmo prazo referente a privação de liberdade, mas se a condenação for superior a um ano a prestação de serviços pode ser realizada em tempo inferior à condenação desde que respeitada metade da condenação, pois a carga máxima diária deve ser de duas horas. IV- Interdição temporária de direitos: previstas no art.47 do CP, sendo a proibição em nomeação em concurso público, proibição do exercício de cargos ou funções públicas, proibição de exercício de certas profissões ou atividades e proibição de frequentar determinados locais. V- Limitação de final de semana: prevista no art. 48 do código penal, sendo a limitação em comparecimento obrigatório 5 horas no sábado e 5 horas no domingo a cursos e palestras, relacionando com o crime. 5- Forma de conversão Situado no art. 44 parágrafo 2°, depende do tempo da condenação: sendo menores ou iguais a um ano o juiz escolhe uma restritivas de direitos ou aplica uma multa (multa substitutiva a privação de liberdade) ou sendo a condenação maior que um ano é aplicada duas restritivas de direito ou restritiva de direito ou uma restritiva de direito e uma multa. 6- Efeitos de cumprimento Aqui o efeito do cumprimento é a extinção da punibilidade. 7- Descumprimento injustificado Se foi descumprida será retornado a pena privativa de liberdade, sendo a ser cumprido o tempo restante, pois foi computado o período já cumprido como restrição de direitos. Sendo previsto um saldo mínimo para privação de liberdade de 30 dias, mesmo que o cumprimento injustificado se der faltando período inferior. SURSIS 1- Conceito Significa suspensão condicional da pena privativa de liberdade, não é cabível sursis para pena de multa e nem restritiva de direito. Na lei 9099/95 que fala sobre a suspensão condicional do processo, onde não se confundem. No instituto sursis, suspensão condicional da pena, acontece com o juiz, servindo nos crimes com pena mínima menor ou igual a um ano. 1.1 Traço distinto Não se confunde o Sursis do Código penal, com o Sursis processual na lei 9099/95 art.89, a suspensão do processo surge no momento em que o Ministério Publico oferece a denúncia, sendo cabível sempre que a pena mínima cominada for menor ou igual a um ano e o sujeito não estiver respondendo a outra ação penal. Se não couber suspensão o juiz irá receber a denúncia, o acusado contesta (resposta à acusação), podendo acontecer a absolvição sumaria findando o processo, entendendo que não há absolvição será marcada a audiência de instrução e julgamento (devendo ser uma única audiência, ouvindo a testemunha de acusação, testemunha de defesa e por último o interrogatório), terminadaa audiência será dada a sentença, sendo condenatória e a pena privativa de liberdade existindo a possibilidade da Sursis 2- Espécies Segundo a doutrina majoritária existe três espécies de sursis: simples, especial e etário-humanitário. Se for aceito o acusado será dado o período de provas 3- Período de prova Para o simples e o especial será o período de prova é de 2 a 4 anos e no etário- humanitário será um prazo de 4 a 6 anos. 4- Requisitos Os requisitos para ser dado o Sursis, se divide em requisitos objetivos e subjetivos, encontram-se no art.77 caput e os incisos I, II e III. Requisito de natureza objetiva é não ser cabível as penas restritivas de direitos, assim como a condenação necessita ser menor ou igual 2 anos (sempre um a prazo superior ao que seria a pena privativa de liberdade). Os requisitos de natura subjetiva são que o sujeito não pode ser reincidente em crime doloso e necessita que as circunstancias do crime sejam favoráveis (culpabilidade, motivos do crime, circunstancias do crime, antecedentes, conduta social e personalidade do sujeito; retiradas as duas sobre a vítima). Na etária-humanitária nos requisitos objetivos não pode caber pena restritiva de direitos, a condenação necessita ser menor ou igual a 4 anos. Já os requisitos de natureza subjetiva estão no art.77 parágrafo 2°, o sujeito ser maior de 70 anos ou portador de doença grave. 5- Condições a serem cumpridas A diferença do sursis simples para o especial se encontram aqui, pois no simples haverá um primeiro ano de prova mais rígido, onde neste primeiro ano segundo o art.78 parágrafo 1° o sujeito deve se submeter a prestação de serviços à comunidade ou limitação dos finais de semana, ultrapassado o primeiro ano o sujeito se submete às condições do art.78 parágrafo 2°, onde não deverá se ausentar da comarca sem previa autorização do juízo, assim como não irá frequentar determinados locais e o comparecimento mensal em cartório (vara que foi condenado) para informar atividades, sendo estas condições podem ser acrescidas de outras fixadas na sentença. No Sursis especial, por conta da reparação do dano, serão dispensadas as condições do primeiro ano de prova, ou seja, durante todo o período o sujeito irá se submeter às condições do art.78 parágrafo 2° (onde não deverá se ausentar da comarca sem previa autorização do juízo, assim como não irá frequentar determinados locais e o comparecimento mensal em cartório (vara que foi condenado) para informar atividades, sendo estas condições podem ser acrescidas de outras fixadas na sentença), assim como outras estabelecidas pelo juiz. No sursis etário-humanitário será todo período de prova o sujeito irá se submeter às condições do art.78 parágrafo 2°. 6- Cumprimento integral Ultrapassado período de prova com o cumprimento integral das restrições estabelecidas estará extinta a punibilidade do agente (art.82). 7- Revogação Existindo revogação do Sursis, como a pena privativa de liberdade está suspensa o sujeito deverá cumprir integralmente a pena fixada na sentença. Sursis não é cumprimento de pena, a pena voltará integralmente. 7.1 obrigatória Art. 81 I, II e III. Um dos requisitos é que o sujeito esteja condenado por outro crime sendo doloso, assim como o descumprimento das condições estabelecidas no art.78 parágrafo 1°, no Sursis especial se o dano não for reparado o benefício será revogado. 7.2 facultativa Art. 81 parágrafo 1°. Na revogação facultativa o descumprimento do art.78 parágrafo 2°. O sujeito que sofre condenação por crime culposo ou por contravenção. 8- Prorrogação do período de prova Art.81 parágrafo 2°, se durante o Sursis o sujeito está sendo processado por outro crime ou contravenção o período de prova será prorrogado enquanto durar este novo processo, pois havendo condenação será o benefício revogado. CONCURSO DE CRIMES 1- Espécies Ocorrer quando o sujeito prática mais de uma infração penal, sendo que esse concurso pode ser material (art.69), formal (art.70) ou crime continuado (art.71). 2- Formas de aplicação A primeira forma de aplicação da pena é o somatório (cumulo material) e exasperação (aplicação de uma das penas com causas de aumento). CONCURSO MATERIAL 1- Conceito Concurso material é quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão pratica dois ou mais crimes. 2- Espécies Duas espécies: primeiro o homogêneo, quando os resultados são crimes idênticos (ex: Suzane Richtofen) estão no mesmo tipo penal. Já como crimes diferentes é heterogêneo, o resultado são crimes diversos. 3- Forma de aplicação da pena Somatório, ou seja, cumulo material. 4- Execução A execução da pena terá início sempre pelo regime mais gravoso, existindo a possibilidade de progressão. Com o somatório de penas, é possível que a pena aplicada na sentença ultrapasse os 30 anos, contudo, por mais que exista um limite de execução de execução da pena, a pena aplicada na sentença é a que será utilizada para os cálculos dos benefícios da execução (Ex: progressão de regime). CONCURSO FORMAL 1- Conceito Ocorre quando o agente mediante uma única conduta pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. 2- Espécies I. Perfeito ou Próprio: Não existe dolo de praticar mais de um resultado. Ou é tudo culposo ou preterdoloso. II. Imperfeito ou improprio: o agente tem o dolo de com uma única conduta praticar mais de um crime (“desígnios autônomos” – vontade autônoma para um dos crimes). 3- Forma de aplicação da pena No perfeito não tem dolo, já o imperfeito tem o dolo de praticar mais de uma conduta criminosa. No perfeito a aplicação é pelo sistema da exasperação, ou seja, aplica-se uma só das penas, se todas iguais qualquer uma delas, se diferentes a que for mais grave, com uma causa de aumento de 1/6 a metade. No imperfeito ou improprio aplica-se o cumulo material (somatório das penas). 4- Cumulo material benéfico Segundo o art.70 parágrafo único, sempre que a exasperação prejudicar o agente ela deve ser desconsiderada e deve-se aplicar o somatório benéfico. CRIME CONTINUADO 1- Conceito O crime continuado ocorre quando o agente mediante mais de uma conduta, prática dois ou mais crimes e pela semelhança entre as condutas as demais serão consideradas como se fossem uma continuação da primeira. O legislador criou uma ficção jurídica. 2- Requisitos Entre as condutas deve haver mesmas condições de tempo, lugar, execução e outras semelhanças. Modos operantes igual, sistema de forma continuada. Todas as características não precisam existir. Para os resultados precisam ser crimes de mesmas espécies, do mesmo tipo penal. A jurisprudência diz que entre uma conduta e outra precisa existir um lapso temporal menor ou igual que 30 dias. 3- Distinção: permanente e continuado 4- Crime continuado especifico No crime continuado comum a pena é aplicada no sistema da exasperação, ou seja, aplica-se uma só das penas, a mais grave ou qualquer uma delas se idênticas aumentada de um 1/6 a 2/3. Na fase de dosimetria o juiz faz pra cada uma das condutas e pega a mais gravosa. O crime continuado especifico, situado no art.71 paragrafo único e além dos requisitos do caput (mesmas condições de tempo...), aqui é exigido mais 3 condições: os crimes todos dolosos, que seja contra vítimas diferentes e que seja com violência ou grave ameaça (três requisitos cumulativos e necessário todas as exigências). Nesses casos a aplicação da pena éfeita a aplicação de uma só das penas aumentada até o triplo, cumulo matéria benéfico. 5- Continuidade e crimes dolosos contra a vida A sumula 605 do STF “Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida”, hoje tem previsão legal pelo parágrafo único do art.71, o entendimento foi superado pelo momento que foi feito, na época não existia o parágrafo único, contudo, com a reforma do código passou-se a ter a previsão legal. 6- Continuidade entre estupro e atentado violento ao pudor Antes de 2009 existia dois tipos penais tratando dos crimes sexuais: art.213 – estupro (conjunção carnal) – e atendado violento ao pudor (atos libidinosos), assim, se o sujeito pratica-se conjunção carnal e outro ato libidinoso incorreria nesses dois tipos com penas somadas. Com a lei 2.015/09 a conduta da pratica de atos libidinosos passou a fazer parte do crime de estupro, havendo, portanto, único tipo penal, a parti de então o STF passou a admitir continuidade delitiva entre a conjunção carnal e outros atos libidinosos, aplicando a técnica da exasperação ao invés do somatório. MEDIDA DE SEGURANÇA 1- Sistema aplicado Dois sistemas possíveis: duplo binário/cumulativo que é o sistema que o agente deveria cumprir medida de segurança e ao cessar a periculosidade ele passará a cumprir pena; o segundo sistema é do duplo alternativo (adotado pelo ordenamento brasileiro) em que o agente ou cumpri pena (culpabilidade) ou cumpre medida de segurança (periculosidade). Para cumprir a medida de segurança o sujeito pratica o fato típico, ilícito, mas não é culpável, pois o sujeito é inimputável, decorrente de doença mental, ele prática injusto penal. 2- Espécies As duas espécies de medida de segurança que podem ser aplicadas ao doente mental são: o tratamento ambulatorial (doente mental fica em liberdade comparecendo ao centro de atendimento psicossocial –CAPS- para tomar os medicamentos em dias e horários designados, mas como a execução é complicada os magistrados não gostam muito desta sanção); a segunda espécie da medida de segurança é a internação (medida mais drástica, internação em hospital de custodia e tratamento). Depende do fato típico para internação ou tratamento ambulatorial, quando for reclusão ele é mais gravoso e é aplicado a internação, já se o fato típico for detenção é sentenciado o tratamento ambulatorial. Não é obrigado que o magistrado siga tais designações, em que em grande maioria aplica-se a internação, pois os juízes têm medo de cumprimento aos medicamentos e cuidados. 3- Forma de fixação Se for notado que que no decurso do processo a defesa ou acusação nota que o autor do crime podia ser doente mental, se suspende o processo para que se submeta o agente a uma análise da sua sanidade mental a requerimento da defesa ou do MP, exame que é designado como Incidente de sanidade metal. Enquanto isto o processo penal ficará suspenso. Aqui é feito um conjunto de perícia, decorrente de um sistema biopsicologico, ele é portador de doença mental, mas além disso, no momento da ação ou omissão fazia com que o agente entendesse que tal conduta é correta, feita exclusivamente pela área medica. Durante o incidente de sanidade metal são realizados exames para que se verifique se o sistema biopsicologico se aplica ao agente, ou seja, o agente é portador de doença mental e tal doença no momento da ação ou omissão afeta a sua capacidade de entendimento da ilicitude do fato. Se a perícia indicar a inimputabilidade do agente o processo principal a que ele responde deverá ser julgado através de sentença absolutória impropria, é absolutória porque o fato é típico e ilícito, mas não e culpável, e é impropria porque apesar de não existir pena será imposta medida de segurança. A sentença vai pensar um prazo mínimo para internação, podendo ser de um a três anos e após isto será renovado o exame para saber se o agente ainda tem risco de voltar a sociedade, exame de cessação de periculosidade – novas perícias, entende-se por periculosidade a possibilidade do agente voltar a praticar fatos típicos. 4- Duração máxima Em não cessando a periculosidade no prazo mínimo estabelecido na sentença deve o exame ser repetido anualmente. Como na lei não há prazo máximo para internação a jurisprudência dizia que só poderia ficar internado 30 anos, sendo superada pela sumula que fala sobre o prazo máximo de pena cominada no tipo praticado – sumula 529 do STJ. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 1- Conceito da punibilidade Punibilidade não faz parte, mas decorre a parti do conceito analítico de crime: fato típico, ilícito e culpável, a parti do cometimento de um crime nasce para o Estado o direito de punir e de executar a pena (“jus puniende” e “jus exequendi”). Estudaremos daqui as situações onde o direito de punir nasce, contudo, será extinto por alguns motivos, existe também situações onde o direito nem chega a nascer (escusas absolutórias). 2- Diferenças em relação as escusas absolutórias As escusas absolutórias são também chamadas condições negativas da punibilidade, nesses casos apesar de haver o crime não nasce para o Estado o direito de punir. Crime de favorecimento pessoal é um dos exemplos de escusa absolutória, quando comente um crime e pede para se esconder, existe a extinção da punibilidade para ascendentes, descendentes, irmãos ou conjugue do criminoso. Interpretação e analogia só para beneficiar. Outro exemplo de escusa absolutória está no art. 181 do CP, aqui vai dizer que não há punibilidade para crime sem violência ou grave ameaça praticado entre ascendentes e descendentes ou entre conjugues (companheiros) durante a constância da sociedade conjugal. Por conta do estatuto do idoso, se o pai tiver mais de 60 anos, passa a ter punibilidade. Terceiro não tem escusa absolutória. 3- Momentos de ocorrência A extinção aparece em dois momentos: antes do transito em julgado comenta-se que o Estado perdeu a pretensão punitiva (perde o direito de punir); após o transito em julgado o Estado perdeu a pretensão executória (perdeu direito de executar a pena). 4- Rol do art. 107 do CP – Rol exemplificativo I- Morte do agente Por força da intrancendencia das penas, a morte do agente extingue a punibilidade. A questão de atestado de óbito falso, sendo juntado, o atestado de óbito falso existe dois posicionamentos divergentes: a posição doutrinaria no sentido de que houve coisa julgada não cabendo revisão criminal contra o réu, devendo os agentes envolvidos responder pela gravidade do ato; e o SFT diz que se a sentença se baseia numa prova falsa ela é uma sentença inexistente devendo ser descartada do processo e retomando o caso de onde parou. A morte da vítima influencia em um único caso extingue a punibilidade: ação penal privada personalíssima, ou seja, somente a vítima tem legitimidade para propor a ação, art.236 do CP. Art. 236. - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. II- Anistia, graça ou induto III- Abolitio criminis IV- Prescrição, decadência e perempção V- Renúncia e perdão VI- Retratação e perdão judicial
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