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Nutrição, Esporte e Saúde final

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Nutrição, 
EsportE E saúdE
Elaboração
Sergio L. A. Rochelle
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1 
AS RELAÇÕES ENTRE A ALIMENTAÇÃO, O ESPORTE E AS CONDIÇÕES DE QUALIDADE PARA A 
SAÚDE E A VIDA ....................................................................................................................... 9
UNIDADE II
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS ................................................................................................ 13
CAPÍTULO 1
IMPORTÂNCIA E CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................... 16
CAPÍTULO 2
AS DOENÇAS CARDIOCIRCULATÓRIAS .................................................................................. 17
CAPÍTULO 3
AS DISLIPIDEMIAS ................................................................................................................... 32
CAPÍTULO 4
A DIABETES ............................................................................................................................. 35
CAPÍTULO 5
O CÂNCER ............................................................................................................................ 43
CAPÍTULO 6
A OBESIDADE ......................................................................................................................... 51
UNIDADE III
DISCUSSÕES FINAIS ............................................................................................................................. 59
CAPÍTULO 1
DISCUSSÕES FINAIS ................................................................................................................ 59
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 65
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Conhecer, estudar e compreender as relações entre a alimentação saudável e a prática regular 
de atividades físicas na prevenção das principais doenças crônico-degenerativas que afetam a 
população em geral.
Objetivos
 » Estudar e compreender a relação da alimentação e da atividade física com as 
doenças e a saúde.
 » Conceituar e classificar os processos doentios estudados, discutindo sua etiologia, 
sua patogenia e as consequências finais dos mesmos.
 » Conhecer aspectos preventivos das doenças de maior interesse e de maior 
importância para o profissional preocupado com a nutrição e a saúde do esportista, 
tais como o sedentarismo, a obesidade, a constipação, a hipertensão, as doenças 
cardiovasculares, as dislipidemias, e o câncer, dentre outras.
 » Fornecer os conceitos básicos para que as outras disciplinas do curso possam 
relacionar seus conteúdos com a prevenção das doenças crônico-degenerativas, 
no âmbito das diversas profissões dos participantes.
9
UNIDADE IINTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 
As relações entre a alimentação, o 
esporte e as condições de qualidade 
para a saúde e a vida
Quando se fala em “qualidade”, “qualidade de vida”, a primeira coisa que nos vem à mente, sem 
dúvida, é o próprio significado do termo “qualidade”.
Segundo o dicionário Aurélio, o termo se refere a uma “propriedade, atributo ou condição das coisas 
ou das pessoas, capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza” ou, ainda num 
conceito mais filosófico, “o aspecto sensível e que não pode ser medido, das coisas”.
Mas o que isso tem a ver com o nosso curso, com as nossas disciplinas e mesmo com o nosso dia 
a dia profissional?Devemos ter em mente que talvez o aspecto mais importante de nossas vidas e aquele que mais diga 
respeito à nossa própria sobrevivência, é a nossa saúde!
Afinal, sem saúde, ou pior, com o aparecimento de doenças e disfunções orgânicas, limitamos não 
somente as condições que nos conferem aquela almejada qualidade, mas também o nosso próprio 
tempo conosco mesmos e com os que nos cercam.
Por isso, a saúde deve ser a principal meta de vida das pessoas para que elas possam aproveitar 
da melhor maneira possível sua passagem por esse mundo, vivendo com bem estar, harmonia e 
felicidade.
Como seres heterotróficos e, portanto, necessitados de que outros seres produzam nossos nutrientes 
mais básicos, precisamos ingerir todos os dias os diversos alimentos que podem fazer parte de 
nossa dieta, a fim de realizarmos, não somente o metabolismo basal, mas também todas as outras 
atividades relacionadas com o nosso modo de viver, pensar, trabalhar, se divertir etc.
Muito embora o nosso organismo seja uma máquina altamente capacitada a realizar reações 
químicas e funções complexas, é preciso conhecer suas características e necessidades, que podem 
variar muito, em decorrência também das atividades motoras que possam ser realizadas.
10
UNIDADE I │INTRODUÇÃO
O sistema digestório dos seres humanos foi preparado e adaptou-se com o decorrer dos milênios de 
vida sobre a terra, para suprir as necessidades de um organismo essencialmente herbívoro (que se 
alimentava principalmente de raízes, plantas, frutos e sementes) e, portanto, coletor. 
Se compararmos com os outros animais, nosso intestino, por exemplo, é muito semelhante ao 
comprido intestino dos herbívoros, o que já não acontece com os carnívoros, que os possuem (o 
delgado principalmente), em tamanho muito mais reduzido. 
Os nossos dentes, são exemplos típicos de herbívoros e frutívoros, pois esses alimentos deixam 
marcas características ao serem mastigados, que podem ser mais bem observadas por meio da 
microscopia eletrônica.
Também esse “animal” não podia ser muito pesado, pois precisava deslocar-se para os locais onde 
deveria encontrar esses alimentos fartos e frescos, o que muitas vezes não ocorria em virtude das 
alterações climáticas e até sazonais. 
Com o passar do tempo e, a partir do momento em que esses seres aprenderam e conheceram 
mais o mundo que os cercava, foram estabelecendo novas relações com suas fontes alimentares, 
pois o objetivo maior não era passar fome e, portanto, sobreviver. Assim, conhecendo melhor os 
tipos de plantas, suas características, o que pode e o que não pode ser ingerido, suas formas de 
obtenção e preservação e conservação, entenderam como plantar e, assim sendo, deram um enorme 
salto qualitativo na sua forma de vida, passando a ser agora, agricultores. Dessa forma, dominaram 
melhor a oferta dos seus insumos básicos de sobrevivência e “domesticaram” as intempéries, 
podendo agora, também, deixar de ser coletores e seres errantes, e se fixar, estabelecer moradia e 
iniciar o desenvolvimento de comunidades e uma sociedade primitiva.
A introdução do consumo da carne na dieta desses seres humanos ocorreu mais tardiamente no 
seu desenvolvimento, o que os fez também adquirirem novos hábitos, necessidades e, sobretudo, 
como consequência, o aparecimento de outras doenças associadas a esse consumo, pois, como já 
vimos, nosso sistema digestório é, ainda, mais adaptado ao consumo de vegetais e não de altas 
concentrações de proteínas animais. 
Não se trata de comer ou não comer carne, mas, sim, de evitar os excessos ou até as substituições 
por outros alimentos não equivalentes nos seus nutrientes, visto que elas são ricas em proteínas de 
alto valor biológico (aquelas que possuem muitos aminoácidos essenciais aos seres humanos). Na 
nutrição o que importa não é somente a quantidade, mas também a qualidade dos nutrientes, sua 
harmonia e adequação aos indivíduos. Tanto isso é importante, que na atualidade existem comitês 
da Organização Mundial da Saúde que estabelecem referências nutricionais para os indivíduos com 
suas diferentes peculiaridades: homens, mulheres, ativos, sedentários, jovens, idosos etc.
Ainda assim, eles precisavam correr atrás dos animais para caçá-los e, portanto, não poderiam ser 
muito pesados, caso contrário não comeriam! E também iriam forçosamente emagrecer até poder 
correr mais para pegá-los novamente e, então comer!
Portanto, não houve tempo ainda para que nos adaptássemos a essa mudança imensa em nossa dieta, 
o que tem nos trazido consequências muito desagradáveis, quando pensamos, principalmente, no 
aparecimento e agravamento das principais doenças crônico-degenerativas que nos acometem cada 
vez mais. Também se deve lembrar que os alimentos eram ingeridos em sua grande maioria crus, e o 
desenvolvimento de outras formas de preparação, também podem ter colaborado para o agravamento 
11
INTRODUÇÃO │ UNIDADE I
de nossos processos digestivos de degradação, absorção e eliminação de nutrientes e catabólitos, 
resultando até no aparecimento de doenças que não existiam naquela época ou que eram muito raras 
naqueles indivíduos. 
Exemplificando, a introdução do sal e de vários outros produtos e elementos na dieta básica do ser 
humano primitivo, também modificou muito suas características metabólicas e também contribuiu 
para o aparecimento, sobretudo, das doenças hipertensivas, que juntamente com as outras, têm 
trazido enormes problemas para a saúde pública mundial. 
Mesmo deixando de ser coletor, caçador e andarilho e passando agora a agricultor e criador de 
animais estabelecidos e vivendo em comunidades, os seres humanos foram desenvolvendo, com 
o passar do tempo, várias outras modificações não só dietéticas como também de movimento e de 
características de vida. Hoje, quem não cultiva ou cria, precisa comprar os seus alimentos, trocá-los 
por alguma coisa, que na maior parte das vezes, é o dinheiro percebido por suas outras atividades e 
trabalhos desenvolvidos. 
As “comodidades” da vida moderna limitam cada vez mais os nossos movimentos! Se antigamente 
corríamos para comer, hoje estamos sentados, conectados ao mundo, movendo quando muito os 
nossos dedos e falanges nos diversos teclados, botões, telinhas ou mesmo abrindo embalagens 
e tirando alimentos dos freezers. Eles então serão deglutidos em altas doses de carboidratos e 
proteínas, dentre outros nutrientes (que necessitamos sim), mas que provavelmente não nessas 
quantidades ou formulações, e que sejam mais úteis ao nosso desenvolvimento, trazendo o mínimo 
risco para o aparecimento e agravamento das doenças que nos afetam.
Para tudo hoje existe o disque: disque-pizza, disque-sanduíche, disque-cozinheira para encher o 
freezer etc.; também existe o forno de micro-ondas, onde tudo pode ser rapidamente esquentado, 
até mesmo sem a sua presença e devidamente programado para estar quentinho quando de sua 
chegada em casa ou até no próprio trabalho, afinal porque não comer na frente do computador!
Onde está o nosso movimento para ir retirar o alimento do solo ou da árvore, para ir prepará-lo 
e deixá-lo em condições higiênicas mais adequadas? Você correu atrás do frango no quintal para 
pegá-lo para o almoço de hoje? O prato de hoje deu muito trabalho para selecionar, comprar, lavar, 
cortar, preparar tudo para ser devidamente ingerido? Cadê o exercício físico de antigamente? 
Pior ainda, se você precisa ir à feira ou na mercearia da esquina você vai a pé ou de carro? Telefona 
pedindo e alguém traz, ou você mesmo vai buscar? Desce e/ou sobe as escadas ou só anda de 
elevador? 
Como se percebe, infelizmente, essas comodidades todas estão na gênese de hábitos de vida 
inadequados e para os quais nossos organismos ainda não estão adaptados e, como consequência, há 
o aparecimento das doenças crônico-degenerativas que, dentre outras, têm trazidomuita infelicidade 
para a nossa sobrevivência. 
Devemos também lembrar que os seres humanos primitivos, em geral, na época das cavernas, não 
viviam muito mais do que 20-22 anos, em virtude principalmente das doenças infectocontagiosas 
e outras, como acidentes etc., que abreviavam muito o seu tempo de vida. Por isso, o auge da vida 
de uma pessoa, ocorria por volta dos seus 20 anos. Na época dos romanos, a expectativa de vida já 
subiu para os 40 anos a, ainda sim, eram muito raras as pessoas mais idosas ou por perto dos 80 
12
anos. Hoje, com o desenvolvimento da medicina, o surgimento de tratamentos mais adequados 
e prevenção de muitas doenças, houve um acentuado recrudescimento dessas enfermidades de 
outrora, mas, em compensação, com os seres humanos tendo uma expectativa de vida muito maior, 
já ao redor dos 100 anos em muitos países, surgiram novas doenças ou aquelas provocadas por 
um desgaste da idade, como é o caso da osteoporose, entre outras. Ou seja, hoje é mais comum e 
mais natural aparecerem as doenças dos idosos, de velhos, como as cardiocirculatórias, cânceres, 
hipertensão etc.
Dessa forma, temos que nos preparar melhor para viver cada vez por mais tempo e por isso, temos 
que nos alimentar e nos exercitar mais para termos uma qualidade de vida maior. Afinal, não basta 
viver mais, queremos viver mais, mas com condições de vida que nos permitam aproveitar melhor 
nosso tempo maior de vida. Morrer aos 100 anos sim, mas com todos os dentes e totalmente lúcido!
Exercitar-se e alimentar-se adequadamente e principalmente sob a supervisão e acompanhamento 
de profissionais capacitados a fazê-lo, não é mais um luxo, é algo inerente ao nosso próprio 
desenvolvimento futuro como seres humanos, se quisermos dar prioridade à nossa saúde. Lembre-
se que, a qualidade não é algo que pode ser medido e, portanto, deve ser avaliada isoladamente para 
cada indivíduo.
Ao invés de lotarmos academias, restaurantes, clínicas e hospitais para o tratamento de doenças 
que poderiam ser mais bem controladas e evitadas, por que não prestarmos mais atenção no que 
todos sabem, mas não querem ou fingem não saber ou mesmo não fazem direito: alimentar-se 
bem e realizar exercícios físicos rotineiramente? Devemos, portanto, voltar às lições do passado se 
quisermos ter um futuro enquanto seres em desenvolvimento.
Temos urgentemente que cuidar mais da nossa saúde. Não é questão somente de ir ao médico quando 
sentimos alguma coisa ou então algo está errado. Devemos trabalhar bastante com a prevenção das 
doenças. Que tal ir ao médico quando você não sente nada? Exatamente para que ele possa fazer 
exames de rotina e verificar ou diagnosticar alguma doença em seu início? Que tal alimentar-se 
equilibradamente? Que tal exercitar-se continuamente e não somente quando o colesterol já estiver 
elevadíssimo ou o enfarte ocorrido?
Esse cuidado é ainda muito mais urgente para os homens, visto que é sabido que frente às mulheres, 
postergam os cuidados com sua própria saúde e, dessa forma, contribuem para o grande aumento 
das taxas de mortalidade em decorrência dessas enfermidades.
Lembremos que cada centavo gasto com a prevenção de doenças, polpará milhares de outros reais 
no tratamento das doenças degenerativas e de suas sequelas. Todos que trabalham na área da saúde 
devem promover e discutir esses assuntos, afinal o sistema de saúde não é extremamente rico para 
não se importar com a prevenção. As economias advindas daí seriam muito mais importantes em 
outros setores da economia e da própria saúde. 
Portanto, mãos à obra, vamos trabalhar com a divulgação da prevenção das doenças!
Acesse o site do youtube (www.youtube.com) e sob o termo “qualidade de vida” procure 
assistir a um ou mais vídeos que possam contribuir para que você defina qualidade de 
vida e diga quais fatores poderiam ajudar ou prejudicar uma pessoa a consegui-la.
Elabore um texto com 1 a 2 laudas que deverá ser postado nas atividades da disciplina 
como atividade 1.
13
UNIDADE II
DOENÇAS 
CRÔNICO-
DEGENERATIVAS
No mês de maio de 2004, durante a 57a Assembleia Mundial da Saúde, aprovou-se um documento 
com as novas estratégias mundiais da OMS sobre o Regime Alimentar, a atividade física e a saúde. 
Esse documento é fruto de uma ampla consulta aos países membros da organização e o resultado 
de uma petição que havia sido formulada pelos estados membros na Assembleia Mundial da Saúde, 
realizada no ano de 2002.
A íntegra do documento pode ser encontrada no Anexo 1 e peço que todos os participantes do curso 
possam lê-lo para melhor apreciar o seu conteúdo.
Ele chama a atenção sobre a importância do aumento da incidência das doenças relacionadas aos 
problemas alimentares e à atividade física inadequada, as chamadas doenças crônico-degenerativas 
ou, ainda, as doenças não transmissíveis, exatamente porque acabam provocando uma enorme carga 
econômica para os sistemas de saúde dos diversos países com a população mais afetada. Também 
estabelece metas e objetivos com o intuito de estabelecer estratégias para promover e proteger a 
saúde, por meio da adoção de medidas sustentáveis, tanto a nível individual, como comunitário, 
nacional e mundial, procurando reduzir a morbilidade e as taxas de mortalidade relacionadas a uma 
alimentação pouco saudável ou à falta de atividade física regular.
Os quatro principais objetivos dizem respeito:
1. à redução dos fatores de risco das enfermidades não transmissíveis associadas aos 
problemas alimentares e de exercícios físicos inadequados;
2. à promoção de uma consciência e conhecimentos gerais a cerca desses problemas, 
assim como ao reconhecimento da importância das medidas de intervenção e 
proteção;
3. a fomentar o estabelecimento e fortalecimento de políticas e de planos de ação 
regionais, comunitários, nacionais e mundiais a respeito desses problemas e,
4. a continuar a impulsionar e respaldar as pesquisas nessas áreas do conhecimento a 
fim de que possam contribuir para a melhoria das condições de vida das populações 
envolvidas.
Com esses objetivos, espera-se que ocorram mudanças graduais tanto nos hábitos alimentares dos 
indivíduos, como nos hábitos de mobilidade, diminuindo sobremaneira com o passar do tempo 
as taxas de prevalência dessas enfermidades e os fatores de risco e sequelas a elas associadas, 
fortalecendo os níveis de saúde populacionais.
14
UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Em maio de 2008, durante a 61ª Assembleia Mundial da Saúde, foi aprovada uma resolução final e 
um plano de ação sobre a prevenção e o controle das enfermidades não transmissíveis e os marcos 
e as recomendações para a aplicação a nível nacional foram então estabelecidos. Esse documento, 
que serviu de base para as ações nacionais nos últimos anos, é mais uma referência importante para 
o estudo dessa questão (Anexo 5).
No momento em que iniciamos um novo ano, o de 2011, vemos que essas questões estão no dia a 
dia de nosso trabalho ou de nossas atividades profissionais ou domiciliares, fazendo com que nos 
preocupemos também com a prevenção dessas doenças. 
Quando se fala em ações para o controle das doenças crônicas, deve-se lembrar que um aspecto 
muito importante diz respeito à mudança de um paradigma nos sistemas de saúde, visto que 
ele é organizado em torno de um modelo de tratamento de casos agudos e episódicos, não mais 
atendendo adequadamente os pacientes com condições crônicas. Outro fator, é que as doenças 
crônicas instauram-se muitas vezes lentamente e o fator tempo, portanto, é fundamental também 
porque muitos pacientes convivem com esses problemas por longos períodos, enquanto que os 
profissionais da área de saúde também não gostam de trabalhar com uma coisa só por muito tempo, 
querem resultados mais rápidos.
As doenças e condições crônicas estão aumentando em todo o mundo em virtudedos progressos 
da saúde pública, do envelhecimento cada vez maior da população, da urbanização e dos estilos de 
vida pouco salutares, da comercialização mundial de produtos nocivos à saúde e também pela falta 
de atenção e de recursos por parte dos órgãos competentes em encarar o problema de frente. Ver o 
Relatório Mundial sobre Doenças não transmissíveis e Saúde Mental da OMS de 2002 – Cuidados 
inovadores para condições crônicas (Anexo 6).
Os trabalhos de Carvalhaes et al., em 2008, nos mostram os resultados da aplicação de um sistema 
de monitoramento dos fatores de risco para o controle das doenças crônicas não transmissíveis 
(DCNT), por meio de entrevistas telefônicas realizadas no Município de Botucatu – S.P. Esses 
trabalhos são importantes frutos das determinações da OMS de 2002 e 2008 e culminaram, ainda, 
com a publicação pelo Ministério da Saúde, no ano de 2009, da VIGITEL Brasil 2008: Vigilância de 
fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Esse documento (Anexo 
9) mostra as estimativas sobre a frequência e a distribuição dos fatores de risco e proteção para as 
doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no distrito federal no ano de 2008 e, nos 
permite visualizar esses dados estatísticos de maneira a que conheçamos melhor o problema. Ele foi 
atualizado depois em 2009 e republicado em 2010. Ver o Anexo 10 (VIGITEL, 2009).
De maneira geral, entrevistou-se cerca de 55 mil pessoas quanto às estimativas sobre o hábito do 
tabagismo, do excesso de peso e da obesidade, o consumo alimentar, a atividade física, o consumo de 
bebidas alcoólicas, a questão do câncer e de sua prevenção, as morbidades referidas e também a auto 
avaliação do seu estado geral de saúde. São, portanto documentos síntese que nos mostra a situação 
mais atual da população frente à incidência e morbidade dessas doenças crônicas e seus fatores de 
risco. Eles devem ser lidos com calma para que possamos extrair deles todas as informações sobre 
o que foi encontrado e nos ajudar a conhecer e trabalhar som esse assunto.
15
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Fonte: FORMENTI, Lígia. OMS quer combater doenças crônicas. O Estado de S. Paulo. São Paulo, p. A17, 5 out. 2005.
Neste curso, estudaremos a seguir algumas dessas doenças, como parte do conhecimento para 
ajudar a enfrentar o problema em nossas atividades profissionais.
Após a leitura dos textos dos Anexos 1 a 10, elabore um documento comentando as 
principais medidas e estratégias que deverão ser empregadas para conhecer, discutir 
e prevenir os fatores de risco das doenças crônicas degenerativas em suas atividades 
profissionais e na sua região de trabalho. O que você poderá fazer na sua atividade 
profissional para ajudar a prevenir essas doenças?
Esse documento de, no máximo, 3-4 laudas deverá ser postado nas atividades da disciplina 
como atividade 2.
16
CAPÍTULO 1
Importância e classificação
No anexo 2, que trata da prevenção das doenças não comunicáveis (crônico-degenerativas), 
relacionadas aos problemas da dieta e da atividade física (Relatório do Fórum Econômico 
Mundial),verifica-se que, no ano de 2005, essas enfermidades seriam responsáveis por cerca de 
60% de todas as mortes verificadas em todo o mundo ou seja, cerca de 35 milhões de pessoas das 
quais cerca de 80% encontradas nos países mais pobres e em desenvolvimento.
Dentre essas doenças, as cinco mais comuns são: as doenças cardiocirculatórias, os derrames (e 
outros Acidentes Vásculo-Cerebrais – AVCs) decorrentes muitas vezes de processos hipertensivos, 
os cânceres, a diabetes e as doenças respiratórias crônicas. Existe forte evidência científica de 
que uma dieta saudável aliada a uma atividade física adequada (isto é, de 30 ou mais minutos de 
atividade física de intensidade moderada por cinco ou mais dias da semana), desempenha um papel 
importantíssimo na prevenção dessas doenças, reduzindo sobremaneira o seu impacto nos custos 
dos sistemas de saúde.
Estima-se que 80% das doenças cardíacas, dos AVCs, das diabetes tipo 2 e que 40% dos cânceres 
possam ser evitados com as medidas preventivas adequadas contra essas doenças. Somente no 
Brasil, os gastos públicos estimados com essas doenças, saltariam dos U$ 2,7 bilhões em 2005 para 
mais de U$ 9,3 bilhões em 2015, com um total de cerca de U$ 50 bilhões no período. Ao se verificar 
os dados da China, veríamos um salto de U$ 18,3 para cerca de U$ 60 bilhões no mesmo período! 
Imaginem o que poderia ser feito no mundo com todos esses recursos adequadamente investidos 
em outros setores mais necessitados!
Nesse mesmo documento, a tabela 2 faz um resumo das principais atividades que promovem uma 
redução dos fatores de risco associados a essas doenças, onde se nota que o incremento da atividade 
física, associada a melhores escolhas nutricionais e à redução do colesterol, são fundamentais para 
que isso ocorra. 
17
CAPÍTULO 2
As doenças cardiocirculatórias 
As doenças cardiocirculatórias ou cardiovasculares (DCV) provocam cerca de 20 milhões de mortes 
todos os anos, o que equivale a um terço de todas as mortes do mundo sendo que 80% delas somente 
em países de baixa e média renda. Por essa razão, constituem-se na principal causa de mortalidade 
nos países em desenvolvimento.
Por outro lado, mais uns 20 milhões de pessoas sobrevivem aos infartos e aos Acidentes Vásculo-
Cerebrais (AVCs) a cada ano, fazendo com que os problemas advindos dessas enfermidades, se 
acumulem ano após ano e também se constituindo em outra enorme sobrecarga aos sistemas de saúde. 
Fonte: PENNAFFORT, Roberta. Cai mortalidade por doenças cardiovasculares. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A13, 11 abr. 
2009.
O quadro no Brasil é muito semelhante. Já faz vários anos que elas se constituem também nas 
principais causas de morte em nosso país. Contudo, paradoxalmente, temos observado nos últimos 
anos uma importante queda na porcentagem de mortalidade por essas doenças, especialmente nas 
regiões mais desenvolvidas de nosso país (redução média de 3 a 5% desde 1980). Isso se deve ao 
que parece aos avanços técnico-científicos da área médica, à melhoria do atendimento hospitalar 
como um todo, ao pronto atendimento dos pacientes enfartados e, principalmente à melhoria dos 
sistemas de informação sobre essas doenças, suas causas e fatores de risco, aliados a uma maior 
percepção por parte da população sobre a importância do controle desses fatores e da necessidade 
de mudanças nas condições de saúde e de vida.
18
UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
As principais doenças cardiovasculares incluem: as doenças coronarianas (ou doenças isquêmicas 
cardíacas/infarto ou enfarte); a doença vascular cerebral (derrames ou AVCs); a hipertensão 
(pressão alta); a insuficiência cardíaca e a doença reumática cardíaca (febre reumática). 
Enfartes
Cerca de 50% de todas as mortes por DCVs são causadas pelas doenças isquêmicas cardíacas, sendo 
as principais os enfartos. O enfarte é um foco de necrose (morte celular) que se produz quando a 
quantidade de sangue que irriga determinado tecido cai abaixo dos limites suportáveis. Ele pode 
ocorrer em qualquer órgão do nosso corpo, sendo muito mais importante e comprometedor quando 
atingir aqueles órgãos onde a circulação sanguínea for mais pobre ou ele apresentar poucas artérias 
que o irriguem, como é o caso do rim (que apresenta somente uma artéria renal) ou do coração (que 
apresenta a artéria coronária). 
Esse foco de necrose destrói então uma região do órgão que perde a sua função progressiva ou 
imediatamente. Se a área atingida for grande o suficiente, o órgão para de funcionar adequadamente 
e, no caso do coração, ocorre a parada cardíaca. 
Essas doenças cardíacas costumam ocorrer mais frequentemente em pessoas de meia-idade,prejudicando também o desenvolvimento socioeconômico de muitas famílias e em muitos países. 
19
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
As pessoas mais susceptíveis também são as mais carentes, pois estão mais expostas aos fatores de 
risco e às sequelas dessas doenças.
A principal causa de enfarte, e especialmente do enfarte cardíaco, diz respeito ao excesso de 
colesterol no sangue ou hipercolesterolemia. Discutiremos mais pormenores sobre esse assunto no 
item de dislipidemias, logo a seguir.
Basicamente, o excesso de colesterol no sangue, especialmente da fração LDL (low density 
lipoprotein) do colesterol, faz com que ocorra progressivamente o seu depósito na parede dos vasos 
sanguíneos mais susceptíveis (geralmente entre a camada íntima e a média das artérias de maior 
calibre), formando-se a chamada placa de colesterol ou ateroma (placa fibrino-gordurosa). Esse 
depósito provoca uma resposta inflamatória no local e a chegada dos macrófagos, faz com que eles 
fagocitem esse colesterol LDL oxidado e se transformem nas células esponjosas. Com a progressão 
desse fenômeno, a parede do vaso sanguíneo vai se tornando mais espessa, diminuindo a sua luz 
e consequentemente deixando passar cada vez menos sangue pela região. O acúmulo de colesterol 
na placa forma cristais pontiagudos minúsculos, provocando, ainda, uma calcificação, que deixa a 
parede do vaso sanguíneo mais rígida. Essa placa (chamada agora de ateroma) torna o vaso mais 
rígido e espesso e também mais sujeito a lesões. Uma vez lesionado, o vaso precipita a cascata de 
coagulação, na tentativa de reparar a região atingida, formando um ou mais trombos (coágulos de 
sangue), que poderão causar a obstrução progressiva ou súbita da passagem do sangue. Se a artéria 
é muito importante, essa obstrução provoca inicialmente uma isquemia (angina se no coração) e 
com o seu prosseguimento, gera um enfarte. 
Esse maior espessamento da parede dos vasos sanguíneos já havia sido observado no passado por 
Leonardo Da Vinci, quando estudava cadáveres de seres humanos e tanto jovens quanto idosos, 
embora muito mais frequente nesses últimos. Hoje se sabe que desde o nascimento os seres humanos 
já estão depositando cristais de colesterol em seus vasos sanguíneos. O processo é, contudo, mais 
insidioso em algumas pessoas do que em outras, tanto por causa de fatores genéticos e hereditários, 
como pelos hábitos inadequados de vida, sobretudo uma alimentação rica em gorduras saturadas e 
a vida sedentária, entre outros (tabagismo, hipertensão etc.). Também é muito mais frequente em 
obesos, em virtude destes apresentarem geralmente hipercolesterolemia e outras dislipidemias, que 
são os principais fatores de risco para essas enfermidades. 
Hoje se ficarmos na porta do INCOR, em São Paulo, vamos encontrar cada vez mais crianças na 
emergência cardíaca com problemas de hipercolesterolemia e até enfartos, mostrando o agravamento 
do problema.
O enfarte cardíaco é ainda sem sombra de dúvida a principal consequência do aparecimento dessas 
placas de colesterol na artéria coronária, mas esse depósito pode ocorrer ainda nas artérias carótidas 
que levam o sangue para o cérebro, provocando a piora na irrigação sanguínea cerebral. Isso pode 
levar ao aparecimento precoce de disfunções e morte cerebral, gerando esquecimento e outros 
sintomas importantes; dizemos muitas vezes que a pessoa fica esclerosada.
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Fonte: LOPES, Adriana Dias. Risco cardiáco está na cintura e não na balança. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A21, 29 set. 
2006.
A hipercolesterolemia é ainda o risco mais importante no aparecimento de um enfarte do miocárdio 
(colesterol sanguíneo acima de 200mg%) mas deve-se lembrar que o mais importante é deixar a 
fração LDL do colesterol abaixo de 110mg%. A fração protetora do colesterol ou HDL colesterol 
(high density lipoprotein) não deixa o LDL se depositar na parede dos vasos e portanto diminui o 
risco da formação da placa de ateroma. Por isso, quanto maior for a concentração do HDL no sangue, 
melhor proteção será conferida ao paciente. As taxas de HDL colesterol aumentam no sangue em 
decorrência da atividade física. Também a fração VLDL do colesterol (very low density lipoprotein) 
não deve estar muito elevada, pois no fígado ela pode ser convertida em LDL, contribuindo dessa 
forma para aumentar o problema.
Alguns indivíduos têm hipercolesterolemia porque simplesmente produzem mais colesterol do que 
o normal no seu metabolismo corpóreo, enquanto que outros apresentam excesso de colesterol 
no sangue porque ingerem alimentos ricos em gorduras saturadas em excesso. Para se reduzir o 
colesterol, é importante aumentar-se a ingestão de fibras (aveia, por exemplo) e produtos ricos em 
vitamina B1 (tiamina), além das mudanças de hábitos alimentares e de atividade física.
Nos últimos anos, as pesquisas científicas mostraram que o mais importante para o paciente não é 
somente controlar o seu peso. Descobriu-se que quanto mais gordura é depositada mais próxima 
aos órgãos mais importantes, maior será a chance do aparecimento de um enfarte. Daí porque 
preocupar-se também em obter a relação cintura-quadril para se determinar esses depósitos e riscos.
Os enfartes são mais frequentes nos homens do que nas mulheres mas, nelas, por vezes, são muito 
mais graves, provocando geralmente a morte, enquanto neles a sobrevida é mais comum. 
Há vários anos temos convivido com campanhas de alerta e de prevenção para os riscos e o controle 
dessas enfermidades, o que explica em grande parte o porquê da diminuição das mortes percentuais 
21
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
mas, como mencionado, hoje temos cada vez mais pessoas que sobreviveram com sequelas dessas 
doenças, os gastos públicos têm sido enormes e crescentes. 
Esse aumento das DCVs reflete uma mudança significativa nos hábitos alimentares, nos níveis de 
atividade física e no consumo de cigarros no mundo. Pessoas que se alimentam cada vez mais, com 
alimentos de alto teor calórico e um baixo nível de nutrientes, e que possuem um baixo nível de 
atividades físicas, acabam tendo um importante desequilíbrio nutricional que leva muitas vezes à 
hipercolesterolemia. Portanto, chega de consumir sal em excesso, gorduras saturadas e carboidratos 
refinados! Precisamos de mais frutas, verduras e exercício físico regular, se possível todos os dias!
Quem já sofreu um enfarte ou mesmo um derrame (um acidente vásculo-cerebral decorrente de 
uma isquemia cerebral) tem sério risco de sofrer a recorrência do problema. Esse risco, contudo, 
pode ser reduzido se houver uma importante mudança dos hábitos de vida inadequados, associados 
à tomada diária de medicamentos como as estatinas (para reduzir as taxas de colesterol), a aspirina 
(para reduzir a possibilidade da formação de coágulos de sangue) e outros medicamentos, que 
controlem a pressão arterial e a possibilidade do aparecimento de derrames ou ataques cardíacos. 
Portanto, as ações políticas e os programas econômicos, sociais e educacionais, devem ser 
empreendidos com o intuito de ajudar a orientar a população sobre a necessidade imperiosa em se 
reduzir os fatores de risco para as DCVs. A participação de todos é fundamental nesse processo. Já 
foi falado que cada centavo empregado na prevenção de doenças ajudará a economizar milhares de 
reais nos tratamentos dessas mesmas enfermidades, resultando num melhor aproveitamento dos 
parcos recursos existentes. 
Para finalizar, as evidências têm mostrado que algumas estratégias dietéticas são importantes e 
eficazes na prevenção das DCVs e que também auxiliam muito os pacientes que estão sob tratamento:
 » aumentar o consumo de ácidos graxos ômega-3, provenientes de óleos de peixes e 
de outras fontes vegetais;
 » procurar consumir uma dieta ricaem frutas, verduras, nozes e grãos integrais e, 
com poucos grãos refinados;
 » procurar substituir cada vez mais o consumo de gorduras saturadas por gorduras 
insaturadas;
 » evitar o consumo exagerado de alimentos muito salgados ou muito açucarados; aliás, 
neste ano, o Conselho Federal de Nutrição (CFN) estará implantando importante 
campanha de prevenção ao consumo excessivo de sal na alimentação (menos sal é 
mais vida!);
 » procurar realizar pelo menos 30 minutos de atividades físicas contínuas e regulares 
por dia;
 » deixar de fumar;
 » procurar manter um peso saudável.
Como se vê, isso tudo serve para toda a nossa discussão neste Curso!
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Diversos estudos da OMS e da OPAS têm mostrado a importância dessas campanhas. Obtiveram-se 
resultados muito satisfatórios na redução da mortalidade por essas doenças no Reino Unido, nas 
Ilhas Maurício, na Coreia do Sul, no Japão, na Finlândia, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. 
Empresas alimentícias estão reformulando seus produtos, as taxas de colesterol da população estão 
caindo, a ingestão de sal está diminuindo, o consumo de gorduras saturadas também diminui e 
cada vez mais pessoas estão se exercitando. Há fortes indícios de que também entre nós isto esteja 
ocorrendo. 
Um interessante documento da OPAS, lançado em 2007, ajuda muito a entender como estabelecer 
políticas e estabelecer estratégias regionais de prevenção e de controle das doenças crônicas, 
incluindo a dieta, a atividade física e a saúde. Sugere-se também a sua leitura (Anexo 14).
Como ocorre a formação de um ateroma?
Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs)
As doenças vasculares cerebrais, também chamadas de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) 
podem ser classificadas em isquêmicas (com frequência de 80%) ou hemorrágicas (com cerca 
de 20%). As isquêmicas ou provocadas por falta de uma irrigação sanguínea adequada do tecido 
cerebral, também chamadas de derrames, podem ter etiologia embólica ou ainda aterotrombótica 
e apresentarem evolução transitória ou não. As hemorrágicas podem ser hipertensivas ou não, e 
também provocam hemorragias meningeanas traumáticas ou não traumáticas. Também estas 
últimas podem ser originadas por doenças hipertensivas (mais de 50% dos casos), malformações 
artério-venosas, por tumores, coagulopatias ou ainda por drogas diversas, como a cocaína, a 
anfetamina e alguns anticoagulantes. 
O diagnóstico dessas doenças é feito geralmente pelo exame médico neurológico e também com 
o uso de exames de imagem, como a tomografia ou a ressonância magnética nuclear, que podem 
mostrar estenoses nas artérias carótidas ou nas artérias cerebrais. 
Quando a isquemia atinge a artéria cerebral média, costuma provocar hemiplegia ou hemiparesia 
contralateral (predominantemente a face e o braço) e quando atinge a artéria cerebral anterior, a 
paralisia do pé e da perna. 
Os principais fatores de risco ligados ao aparecimento dessas doenças são a hipertensão arterial, 
o tabagismo, a diabetes e o excesso de colesterol no sangue, que podem provocar a formação de 
êmbolos, ateromas ou até de coágulos no sangue e contribuindo dessa forma para a obstrução dos 
vasos sanguíneos. 
Hoje são responsáveis sozinhas pela morte de quase 100 mil brasileiros por ano, o que as torna 
importantes do ponto de vista da saúde pública.
23
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Fonte: THOMÉ, Clarissa. Problemas vasculares no cérebro matam 1 brasileiro a cada 5 minutos. O Estado de S. Paulo, São 
Paulo, p. A12, 1 nov. 2010.
Também as sequelas para os pacientes que sobrevivem são importantes, pois muitos (30%) não 
andarão, enquanto que outros desenvolvem outras doenças cardíacas. Cerca de 60% deles chegarão 
a óbito nos cinco primeiros anos após o AVC. 
O tratamento que muitas vezes é multiprofissional e, principalmente a prevenção, também requer 
o emprego de hábitos saudáveis de vida (alimentação controlada e atividade física), contribuindo 
dessa maneira à redução dos índices de mortalidade por essas doenças. 
Defina o que é derrame.
Hipertensão
A hipertensão sistêmica pode ser definida como sendo a elevação da pressão arterial acima dos 
limites considerados normais.
A hipertensão arterial, comumente chamada de pressão alta, é um outro sério problema de saúde 
pública, por sua alta incidência na população e por sua morbidade e mortalidade. Ela está muito 
associada às doenças cárdio e cerebrovasculares (como vimos anteriormente). Estima-se que atinja 
cerca de 35% da população com 40 anos ou mais, o que representa 17 milhões de pessoas. Nas diversas 
24
UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
cidades brasileiras a prevalência está entre 22 e 43%, segundo dados das diretrizes da Sociedade 
Brasileira de Hipertensão (SBH).
Por ser uma doença silenciosa (pois não apresenta sinais e sintomas iniciais), ela acaba sendo 
subdiagnosticada, o que aumenta a chance do aparecimento de lesões no coração, no cérebro, nos 
olhos e nos rins. 
A aferição da pressão arterial e dos fatores de risco, aliada a tratamentos adequados são fundamentais 
para a prevenção e a minimização de complicações a ela associadas. 
O coração é uma bomba que bate de 60 a 80 vezes por minuto e o sangue ao circular pelos nossos 
vasos sanguíneos é impulsionado pela sístole cardíaca, que exerce certa pressão nas artérias por onde 
o sangue passa. Quando o coração relaxa temos uma pressão mínima, chamada de diastólica e quando 
ele contrai, a pressão é máxima e chamada de sistólica. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia 
(SBC), a pressão é considerada normal quando a pressão sistólica estiver inferior a 13 mmHg (máxima) 
e a diastólica for inferior a 85 mmHg (mínima). Portanto, considera-se hipertenso o indivíduo que 
em várias aferições pressóricas, apresentar pressão máxima acima de 14 e mínima acima de 9 e não 
hipertenso, aquele que tiver pressão menor do que 12x8, o que seria o melhor para ele.
Deve-se lembrar de que todos nós podemos ter a elevação da pressão arterial em algum momento, 
quando ficamos ansiosos, tensos, praticamos algum exercício ou até quando ingerimos certos 
alimentos ou bebidas alcoólicas ou ainda quando fumamos, mas isso não significa que já tenhamos 
pressão elevada, pois ela pode oscilar.
O uso de equipamentos adequados (esfigmômetros ou esfigmógrafos) devidamente aferidos, bem 
como a observação dos procedimentos operacionais adequados e a correta informação do paciente, 
são fundamentais para que a aferição da pressão sanguínea seja obtida satisfatoriamente. 
Os principais fatores de risco para a hipertensão incluem:
 » a hereditariedade (história familiar);
 » ser afrodescendente;
 » ser do sexo masculino e ter idade acima de 30 anos;
 » ser do sexo feminino e ter idade acima de 40 anos;
 » ser idoso ou idosa;
 » apresentar doenças associadas como a diabetes e a obesidade;
 » ter a presença de uma ou mais fatores ambientais como o excesso de ingestão de sal 
(acima de 5g/dia); o sedentarismo, o uso excessivo de bebidas alcoólicas; a presença 
de estresse, o tabagismo e o uso de alguns medicamentos;
Hoje é muito difícil falar em cura da hipertensão, mas sim falar em seu controle. Por essa razão, 
deve-se procurar aferir e tratar de maneira adequada, a fim de diminuir as consequências. 
A seguir, colocamos a tabela de classificação de valores de referência para pacientes maiores de 18 
anos: 
25
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Classificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica (mmHg)
Ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130 – 139 85 – 89
Fonte: DBH 6/2010
Abaixo colocamos a tabela de classificação das hipertensões: 
Classificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica (mmHg)
Hipertensão Estágio 1 140 – 159 90 – 99Hipertensão Estágio 2 160 – 179 100 – 109
Hipertensão Estágio 3 ≥ 180 ≥ 90
Hipertensão Sistólica Isolada ≥ 140 < 90
Fonte: DBH 6/2010
Obs.: Quando as pressões sistólicas e diastólicas dos pacientes encontrarem-se em categorias 
diferentes, deve-se proceder a classificação da pressão segundo o maior valor aferido. 
O diagnóstico e a abordagem do tratamento devem ser feitas pelo médico responsável pelo paciente 
e deve incluir as mudanças de hábito e o controle dos fatores de risco já estudados anteriormente. O 
tratamento medicamentoso deve ser instituído segundo o critério médico. 
A prevenção da hipertensão poderá consumir muita verba do Ministério da Saúde, mas também 
ajudará a economizar muito mais:
Fonte: SANT’ANA, Emílio. Previnir hipertensão reduziria gastos em R$ 804 milhões por ano. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 
A18, 25 abr. 2008.
A eliminação dos fatores ambientais de risco é muito importante para o controle adequado do 
paciente. Ela deve incluir uma alimentação equilibrada e saudável (rica em vegetais e fibras); a 
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
redução do peso corporal; a redução do consumo de sal (cuidado com o sódio presente em alguns 
alimentos ou conservantes etc.); a redução do consumo de bebidas alcoólicas; deixar o hábito de 
fumar; realizar uma atividade física regular; controlar as doenças associadas (como a diabetes) e 
realizar medidas efetivas para diminuir o estresse.
O tratamento pode ser medicamentoso ou não medicamentoso, sendo que este último pode envolver 
um controle alimentar do hipertenso e a importante realização de exercícios físicos. 
Fonte: TOLEDO, K. Mãe muda dieta do filho após crise hipertensiva. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A24, 4 jul. 2010.
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DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Fonte: HENRIQUE, Brás. caminhada reduz hipertensão em idosos, diz estudo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A18, 20 out. 
2009.
O tratamento medicamentoso farmacológico tem como objetivo reduzir a pressão arterial 
rapidamente, auxiliando as medidas de mudança de hábito. O uso de medicamentos anti-
hipertensivos é indicado pelos médicos, sendo alguns dos mais utilizados os diuréticos (que 
provocam a natriurese e até vasodilatação com o uso prolongado), os que atuam em nível do sistema 
nervoso autônomo simpático (como os bloqueadores adrenérgicos, os bloqueadores β-adrenérgicos 
e as substâncias que atuam em receptores adrenérgicos do SNC). 
Para as crises de urgência e emergência hipertensiva, têm-se os vasodilatadores de ação direta 
(que não são usadas rotineiramente no tratamento da hipertensão) como os nitratos orgânicos e a 
hidralazina. 
28
UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Também podem ser utilizados os antagonistas dos canais de cálcio, e os medicamentos que atuam 
no sistema renina-angiotensina (os inibidores da enzima conversora de angiotensina - captopril e 
os agentes que inibem os receptores AT1 de angiotensina II). 
Já existe, no Brasil, o inibidor direto da renina, que promove um controle mais direto dos níveis 
pressóricos.
É, contudo, muito importante que se faça um controle da adesão do paciente ao tratamento 
medicamentoso, pois cerca de metade dos hipertensos não segue adequadamente o tratamento que 
é prescrito, ficando a mercê de todas as consequências advindas. Cuidado também com a chamada 
hipertensão do avental branco (aquela que aumenta só do paciente estar frente ao médico, por 
exemplo). 
Deve-se lembrar de que um hipertenso não deve deixar de tomar o medicamento adequado segundo 
a orientação de seu médico nenhum dia; pode ser exatamente nesse dia que ele apresente uma 
sequela hipertensiva grave.
Por que não se pode deixar de tomar a medicação anti-hipertensiva nem um dia sequer?
Fonte: SANT’ANNA, Emílio. Só 10% dos hipertensos faem tratamento correto. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A18, 24 set. 
2008.
29
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Saliente-se, ainda, que os medicamentos também podem apresentar uma série de efeitos colaterais 
(espoliadores de potássio, por exemplo), além do que alguns pacientes poderão não fazer uso de 
alguma classe farmacológica, em virtude de outros problemas de saúde, o que deve ser devidamente 
avaliado e acompanhado pelos seus médicos. 
A hipertensão é o principal fator de risco associado às mortes causadas por acidentes vásculo-
cerebrais (AVCs ou derrames) e pelos infartos. Portanto, se ela não for devidamente tratada os 
riscos dessas complicações mais graves aumentam muito. Também podem ocorrer as insuficiências 
cardíacas (principalmente nos idosos) e as insuficiências renais, que muitas vezes demoram 
mais para ser diagnosticadas e onde os pacientes acabam, muitas vezes, tendo que se submeter à 
hemodiálises frequentes ou até a transplantes renais. Ocorrem ainda anginas e alterações na visão 
que podem levar à cegueira.
Fonte: THOMÉ, Clarissa. A pressão alta lesa o rim, sem dor. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A25, 4 jul. 2010.
O consumo excessivo de sal (cloreto de sódio) e de qualquer outro produto que contenha sódio, 
como muitos conservantes etc. deve ser evitado ao máximo e o controle da ingestão deve ser muito 
bem controlado. No máximo 5 a 6 g por dia é o recomendado. Se for o caso, deixe de salgar os 
alimentos para então incluir depois a dose recomendada (por dia!).
Muitas campanhas estão sendo desenvolvidas para que o controle da ingestão de sal e sódio seja 
mais bem compreendido e acima de tudo feita por todos os interessados em prevenir a hipertensão.
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Fonte: TOLEDO, K. Hipertensos não sabem relacionar sal e sódio nos rótulos dos alimentos. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 
24, 4 jul. 2010.
Todas as pessoas devem procurar detalhadamente as informações nos rótulos dos alimentos a cerca 
da quantidade de sal e principalmente de sódio que eles apresentam.
Também muitos alimentos ainda apresentam além de quantidades excessivas de sal (sódio), grande 
quantidade de açúcar e de gordura acima do recomendado, o que os torna proibidos para pacientes 
hipertensos.
Fonte: TOLEDO, K.; GONÇALVES, A. Produtos têm sal e gordura acima do recomendado. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 
A16, 10 fev. 2009.
31
O tratamento e a prevenção da hipertensão devem ser feitos por toda a vida principalmente se 
quisermos viver mais e com uma qualidade cada vez melhor. 
A abordagem multiprofissional é muito importante também no tratamento e controle dos 
hipertensos.
O controle da pressão alta está em nossas mãos!
Qualidade de vida se conquista!
32
CAPÍTULO 3
As dislipidemias
As dislipidemias também chamadas de hiperlipidemias ou de hiperlipoproteinemias são alterações 
muito frequentes na população mundial e inclusive no Brasil, onde cada vez mais os laboratórios e 
os médicos constatam os excessos de lipídeos sanguíneos. 
As dislipidemias compreendem um grupo de alterações nas quais existe o excesso no sangue das 
taxas de gorduras (ou lipídeos), como o colesterol e os triglicerídeos (ou triacilgliceróis). 
Os lipídeos são um grupo heterogêneo de compostos que estão relacionados direta ou indiretamente 
com os ácidos graxos e possuem a propriedade de serem insolúveis na água e solúveis em solventes 
apolares. Dentre eles podemos citar os ácidos graxos, os triglicerídeos e os fosfolípides. O colesterol, 
que é considerado geralmente um lipídeo, é um álcool que pertence à classe dos esteroides. 
Os ácidos graxos são compostos constituídos por cadeias de carbono e que podem apresentar 
ligações que os tornam saturados ou insaturados. Eles possuem função energética e participam da 
síntese de lipoproteínas e de prostaglandinas (importantes na resposta inflamatória). 
Os triglicerídeos são formados pela esterificação do glicerolpor três moléculas de ácidos graxos 
e também possuem papel energético, quando são utilizados imediatamente ou então armazenados, 
para utilização posterior. Eles são componentes gordurosos do sangue, cujo aumento está 
relacionado com o aparecimento das doenças cardiovasculares (como as anginas e os infartos), 
cerebrovasculares (derrames) e com algumas doenças digestivas (como as pancreatites). Saliente-se 
ainda que existam dois tipos de LDLs, a pequena e densa ou a grande e flutuante. A pequena penetra 
mais facilmente e se oxida na parede dos vasos sanguíneos, contribuindo mais para a formação 
da placa ateromatosa. Quanto mais altos os níveis sanguíneos dos triglicerídeos, maiores também 
serão os níveis das LDLs pequenas, predispondo então ao aparecimento dessas doenças. 
Os fosfolipídios são compostos complexos formados por glicerol, ácidos graxos, uma base 
nitrogenada e fósforo.
O colesterol pode se apresentar sob a forma livre ou esterificada e somente é encontrado nos 
animais e não nos vegetais. É uma substância gordurosa que tem uma função muito importante no 
nosso organismo, pois participa de muitos processos bioquímicos. É um constituinte importante 
das membranas celulares e das lipoproteínas (proteínas que o transportam no sangue). É precursor 
dos ácidos biliares e da vitamina D e de alguns hormônios corpóreos (esteroides). Cerca de 70% 
do colesterol do organismo é produzido pelo fígado e o restante provém da dieta do indivíduo, 
principalmente dos alimentos de origem animal (carnes vermelhas gordurosas, ovos, queijos 
amarelos, manteiga, gordura do leite etc.). Ácidos graxos saturados também podem ser encontrados 
no óleo de coco. Como o colesterol é insolúvel na água, ele é transportado em nosso organismo ligado 
a uma proteína (lipoproteína), geralmente a LDL-colesterol (do inglês low density lipoprotein), que 
também é conhecida como a fração ruim do colesterol, pois transporta o colesterol do fígado para o 
33
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
sangue e para os tecidos. A HDL-colesterol, (do inglês high density lipoprotein) é outra lipoproteína 
que se liga ao colesterol, mas, nesse caso, ela é chamada de fração protetora, porque ela devolve o 
colesterol dos tecidos ou do sangue para o fígado metabolizá-lo. Quando o LDL está em excesso 
no sangue, pode lesionar os vasos sanguíneos e provocar a produção da placa ateromatosa, como 
vimos. 
Os lipídeos, por serem insolúveis em meio aquoso, são transportados em nosso organismo sob a forma 
de partículas chamadas de lipoproteínas, que são formadas por uma capa hidrofílica constituída 
por fosfolipídios, colesterol livre e proteínas, envolvendo um núcleo hidrofóbico que contêm 
triglicerídeos e colesterol esterificado. As proteínas são também chamadas de apolipoproteínas ou 
simplesmente apoproteínas (apo), que além de sua função estrutural, interagem com os receptores 
da membrana celular e/ou atuam como cofatores enzimáticos. As principais fontes de lipídeos para 
o nosso organismo são da síntese interna (endógena) e a alimentação (exógena). 
A tabela abaixo mostra os valores de referência para o Colesterol Total (CT), LDL colesterol (LDL-c), 
HDL colesterol (HDL-c) e para os triglicerídeos, no indivíduo adulto (idade de 20 anos) e aceitos e 
recomendados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia:
Lipídeos Valores (mg/dl)
desejáveis
Valores (mg/dl)
limítrofes
Valores (mg/dl)
aumentados
CT < 200 200 - 239 > 240
LDL-c < 130 130 - 159 > 160
HDL-c > 35 – –
TG < 200 – > 200
Infelizmente, hoje, no mundo, a prevalência de pessoas com excesso de colesterol (hipercolesterolemia) 
ou de triglicerídeos (hipertrigliceridemia) está aumentando consideravelmente e um dos grandes 
responsáveis por isso, além do próprio fator genético envolvido (via endógena), é a inadequada 
ingestão de alimentos (via exógena), principalmente aqueles ricos em gorduras saturadas. Também 
a inatividade física colabora muito com o problema, pois faz com que os níveis da fração protetora do 
colesterol (o HDL) diminuam no sangue, favorecendo com o passar do tempo a formação de placas 
ateromatosas nos vasos sanguíneos corpóreos. O estresse, o tabagismo e a hipertensão também 
agravam o quadro, pois muitas vezes diminuem o calibre dos vasos sanguíneos, reduzindo o fluxo 
de sangue e a irrigação dos órgãos subjacentes. 
Essas anormalidades são consideradas fatores de risco importantes para o desenvolvimento das 
doenças cardiovasculares, devido, principalmente, ao papel do colesterol na gênese da aterosclerose. 
Algumas formas de dislipidemias também podem levar ao aparecimento de pancreatite aguda.
As dislipidemias são classificadas em dislipidemias primárias (de causa genética) ou secundárias 
(provenientes muitas vezes de outras alterações patológicas, como por exemplo, a diabetes).
O seu diagnóstico é feito por meio da determinação laboratorial em jejum de doze horas, dos 
níveis plasmáticos de colesterol (total e frações) e também dos triglicerídeos (em conjunto ou 
isoladamente).
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos que reduzam os valores sanguíneos 
dessas gorduras (são usadas as nistatinas – inibidores da HMG-CoA redutase), com o intuito de se 
reduzirem os riscos cardiovasculares. O nível muito elevado dos triglicerídeos pode ser reduzido com 
o uso de fibratos. A associação dessas duas drogas é muito eficiente, mas, causa um risco bastante 
aumentado do aparecimento de dores musculares e de rabdomiólise, devendo, nesses casos, haver 
o controle médico efetivo desses pacientes. 
As medidas não farmacológicas envolvem alterações dietéticas, com a diminuição da ingestão de 
gorduras saturadas e o aumento da ingestão de lipídeos monoinsaturados (azeite de oliva, por 
exemplo), além de fibras e de polissacarídeos complexos. Também a ingestão de gorduras poli-
insaturadas como os Ômega 3 ajuda ainda a aumentar o HDL colesterol (a fração protetora do 
colesterol). A realização periódica de exercícios físicos (corrida, marcha, natação e tênis, entre 
outros), ajuda a diminuir diretamente os níveis de LDL colesterol, o que é importante para se 
controlar o peso corporal e o índice de massa corporal (IMC).
A dieta do Mediterrâneo (que abrange mais um estilo de vida do que propriamente uma dieta) 
é muito eficaz no controle das dislipidemias. Essa dieta inclui a atividade física, relaxamento, 
ingestão moderada de vinho tinto nas refeições, ambiente familiar e ameno e com alimentos 
preferencialmente não refinados, ricos em cereais e derivados, frutas, vegetais, laticínios, azeitonas, 
óleo de oliva, nozes, amêndoas, leguminosas etc.
Essas medidas andam ao lado das mesmas que devem ser tomadas para se abaixar os riscos das 
outras enfermidades que estudamos em nosso Curso. 
Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2o Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias: 
avaliação, detecção e tratamento. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 1996; 67: 1-16. 
Disponível em: <publicacoes.cardiol.br/abc/1996/6702/67020009.pdf>.
35
CAPÍTULO 4
A Diabetes
A diabetes é uma enfermidade metabólico-genética caracterizada pela diminuição relativa ou 
absoluta da insulina, resultando numa alteração do metabolismo de carboidratos, lipídeos e 
proteínas e causando hiperglicemia e outros transtornos aos pacientes acometidos. Deve-se lembrar 
de que a insulina é um hormônio regulador do metabolismo e o principal responsável por carrear 
a glicose para o interior das células, a fim de participar do seu metabolismo energético. Ela é 
produzida pelas células β das Ilhotas de Langerhans do pâncreas, numa quantidade, ao redor do 
nascimento, de cerca de 110 UI/dia e que vai decrescendo com o avanço da idade do indivíduo. Caso 
essa quantidade caia para menos da metade/dia, instala-se o quadro dadoença.
Além da hiperglicemia (glicose sanguínea acima de 126 mg%), o indivíduo acometido pode 
apresentar os seguintes sinais e sintomas: poliúria (aumento da frequência e volume urinário/dia/
noite), desidratação, polidipsia (aumento da sede) e polifagia (aumento da necessidade de ingestão 
de alimentos), emagrecimento rápido, grande fadiga associada a dores musculares intensas, 
aparecimento de dores e/ou dormência nas pernas, dores de cabeça, náuseas e vômitos, problemas 
nos olhos e visão turva, aparecimento de infecções repetidas na pele ou nas mucosas (periodontite, 
infecções geniturinárias) e ainda dificuldades de cicatrização.
A diabetes apresenta diversas formas clínicas e pode se classificar em diabetes Tipo I, diabetes Tipo 
II, diabetes gestacional, diabetes induzina por fármacos ou agentes químicos (ácido nicotínico, 
corticoides, hormônios tireoidianos etc.), diabetes por defeitos genéticos e funcionais das células 
β, diabetes por defeitos genéticos na ação da insulina, diabetes por doenças do pâncreas exócrino 
(pancreatite, neoplasias, fibrose cística etc.), diabetes causadas por endocrinopatias (Síndrome de 
Cushing, aldosteroloma etc.), diabetes causadas por infecções (rubéola congênita, citomegalovírus 
etc.), ainda formas incomuns de diabetes imunomediadas e outras síndromes genéticas, por vezes 
associadas ao diabetes mellitus (como a Síndrome de Down etc.). 
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Examinaremos aqui os dois tipos principais, por serem mais prevalentes na população brasileira: 
 » a diabetes Tipo I, de origem genética e cuja principal característica é a não produção 
de insulina pelo pâncreas. Ela também é chamada de diabetes insulinodependente 
(porque geralmente a destruição das células β do pâncreas produz falta absoluta 
de insulina) e costuma aparecer mais em crianças e adolescentes, embora também 
mais raramente nos adultos;
 » a diabetes Tipo II, resultante muitas vezes da incapacidade do organismo em 
responder adequadamente à ação da insulina produzida pelas células β do pâncreas 
(defeito na ação e na secreção de insulina). Esse tipo é o mais comum e mais 
frequente nos adultos e idosos, embora sua incidência também esteja aumentando 
entre as crianças e os adolescentes. Esses pacientes também podem apresentam 
resistência insulínica.
O diagnóstico pode ser feito por meio da realização da dosagem de glicose no sangue de uma pessoa 
em jejum de pelo menos 8 horas e, especialmente o Teste de Tolerância à Glicose ou Curva de 
Tolerância à Glicose, aonde o paciente irá ao laboratório em jejum, coletará sangue para a dosagem 
da glicemia e depois por mais 3 ou 4 horas (de hora em hora), coletará novamente o sangue para 
essa determinação, após ingerir uma solução de dextrosol. Os resultados obtidos deverão ser 
interpretados pelo médico do paciente, que tomará as medidas cabíveis para o acompanhamento e 
tratamento do caso. 
Deve-se lembrar que o controle das taxas de glicose sanguíneas tem de ser feito de maneira constante 
em alguns casos, fazendo com que a coleta de sangue e utilização de aparelhos transportáveis possam 
ser utilizados para esse fim. Não se deve, contudo, prescindir das orientações médicas ou de outros 
profissionais para esses pacientes.
Os diabéticos também podem apresentar glicosúria (perda excessiva de glicose pela urina), mas esse 
exame não fecha o diagnóstico da doença porque algumas pessoas podem apresentar essa perda de 
glicose na urina simplesmente porque os seus limites de reabsorção renal estão mais baixos do que 
o normal (glicosúria renal).
O grande problema dessa doença crônica, é que sua incidência no mundo está aumentando de 
maneira alarmante. Até o ano de 2030, segundo a OMS, deveremos ter cerca de 380 milhões de 
diabéticos, praticamente o dobro do que existia no ano 2000 e um dos seus principais e maiores 
fatores de risco, que também está aumentando muito, é a obesidade.
Documento importante que analisa a vigilância dos fatores de risco e de proteção para as doenças 
crônicas por inquérito telefônico é o VIGITEL (Brasil, 2009), que foi divulgado em 2010 e que está 
no Anexo 10.
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DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Fonte: CHACRA, G. Incidência de diabete subirá 54% até 2030. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A28, 14 nov. 2010.
O custo direto dessa doença crônica para a saúde pública também é altíssimo, consumindo de 3 a 
20% dos orçamentos da saúde dos países com a população mais afetada, como a China, a Índia, os 
Estados Unidos, a Indonésia, a Rússia, o Paquistão, a Itália, os Emirados Árabes Unidos e também 
o Brasil.
Em termos de custos indiretos, esses valores poder-se-ão multiplicar por três ou quatro, 
representando uma enorme sobrecarga aos sistemas de saúde desses países. 
A maior expansão da diabetes está ocorrendo nos países em desenvolvimento, em virtude do seu 
rápido aumento demográfico e do envelhecimento da população, além dos seus hábitos alimentares 
pouco saudáveis, à obesidade e ao estilo de vida sedentário ainda de boa parte dessa população. 
Enquanto nos países desenvolvidos a maior parte dos diabéticos tem 65 anos de idade ou mais, a 
maior incidência da diabetes do Tipo II nos países em desenvolvimento tem atingido a população 
jovem e na faixa dos 45-65 anos, exatamente nos seus anos de maior produtividade. 
Hoje, cerca de 5 milhões de pessoas morrem no mundo todos os anos em virtude de suas complicações, 
das quais as principais são as cardiopatias. 
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Fonte: FORMENTI, L. Aumento da obesidade no País faz crescer em 10% as mortes por diabete. O Estado de S. Paulo, São 
Paulo, p. A20, 15 dez. 2010.
Quando eu iniciei meus estudos universitários há alguns anos, a incidência da doença estava em 
cerca de 2-3% na população. Hoje, ela já alcança os 5-6% no Brasil e estima-se que suba ainda 
mais nos próximos anos. Trabalho de Schmidt et al. (2009), baseado em inquérito de morbidade 
autorreferida, de 54.369 participantes de 27 capitais brasileiras em 2006, revelou que a prevalência 
da diabetes foi de 5,3% sendo maior para as mulheres (6,0%) e a média do estado de S. Paulo foi de 
6,2%, enfatizando essa tendência. Estima-se que hoje (início de 2011) existam cerca de 15 milhões 
de diabéticos no Brasil.
Como o grande problema do paciente é sofrer de hiperglicemia, que acaba descontrolando todo o 
seu metabolismo e a produção de energia pelas células, deve-se fazer todo o possível para manter as 
taxas plasmáticas de glicose dentro dos seus valores normais, ou seja, entre 70 e 120 mg%. Quando 
ela está abaixo do normal, o paciente pode sofrer de hipoglicemia, com a consequente lipotimia 
resultante. Quando ela está em excesso, e persistir elevada por longos períodos, pode descontrolar 
o metabolismo de lipídeos e proteínas gerando, por exemplo, a produção excessiva de corpos 
cetônicos, com a neuropatia daí resultante. 
Outras complicações dizem respeito às doenças cardiovasculares (infarto, AVC, hipertensão 
arterial), que são responsáveis por cerca de 75% dos casos de morte desses pacientes. Incluem-se 
aí também os outros fatores de risco para o agravamento da diabetes, como a elevação dos níveis 
sanguíneos de colesterol, a obesidade, o tabagismo e a hipertensão, que também podem estar 
associados na síndrome metabólica. Os problemas circulatórios daí resultantes, como a trombose e 
a embolia, além de provocarem morte súbita, também contribuem para a neuropatia e o surgimento 
de lesões ou feridas nas extremidades, levando também à amputação de membros, principalmente 
dos inferiores. Muito já se ouviu falar também dos cuidados dos pés dos diabéticos, pois um simples 
corte de unha mal feito, pode infeccionar e evoluir para a septicemia e morte do paciente. 
39
DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│UNIDADE II
Também os problemas oculares são importantes nesses pacientes, onde pesquisas apontam que 
após 15 anos da doença, 2% dos pacientes ficam cegos (em virtude principalmente da retinopatia 
diabética) e outros 10% desenvolvem deficiência visual grave. 
A insuficiência renal é outra consequência importante que pode aparecer nesses pacientes, levando 
à possibilidade da necessidade da realização de diálises ou até de transplantes renais.
Devido à sua natureza essencialmente crônica, a doença, como já vimos, representa um enorme 
peso financeiro para os sistemas públicos de saúde, além de ser um problema para o paciente e 
também para a sua família.
O tratamento final da doença ainda não existe. Pode-se quando muito tentar ajudar o paciente a 
manter equilibrados os seus níveis de insulina ou repondo esse hormônio por meio da injeção de uma 
dose diária (atualmente utiliza-se a insulina sintética) ou tentando estimular as células do pâncreas 
a produzirem um pouco mais de insulina, por meio da administração de drogas que estimulam esse 
órgão. Contudo, hora pode-se administrar insulina em excesso, hora de menos, o que pode provocar 
o temido coma diabético. Também o paciente poderá ter que coletar gotinhas de sangue todos os 
dias para verificar como estão as taxas de glicose no sangue. Como se observa também a dieta do 
paciente é fundamental, pois aquele docinho a mais poderá desregular as taxas de glicose, com todas 
as sequelas daí resultantes. E como controlar tudo isso? Deve-se ter, sobretudo, muita paciência e 
um rígido controle alimentar associado a um acompanhamento médico e laboratorial constantes. 
Por isso, a participação de vários profissionais da área da saúde, como médicos, nutricionistas, 
biomédicos, farmacêuticos etc., é fundamental para o acompanhamento e a ajuda desse paciente. 
Também o diabético deve conhecer muito bem a sua condição e ter um treinamento constante em 
saber o que deve ou não comer, na contagem de carboidratos e outras atividades que vier a realizar, 
incluindo-se aí qualquer atividade física adicional que possa vir a fazer. A atividade física regular é 
fundamental para esse paciente,
Diferencie as diabetes do tipo 1 das do tipo 2.
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
Fonte: SANT’ANNA, Emílio. Nova droga é mais eficaz no controle da diabete. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A18, 29 maio 
2008.
Um exame interessante para o acompanhamento desse paciente é a realização da hemoglobina 
glicosilada, feita no sangue do mesmo e que deve ter valor normal de até 7%. Ele ajuda a avaliar se 
esse indivíduo teve nos últimos meses um grande desequilíbrio em suas taxas de glicose no sangue, 
permitindo um planejamento mais adequado de suas atividades.
Nos últimos anos, fala-se em transplante de células de pâncreas e até no uso de células tronco 
para estimular a produção de insulina novamente, mas, esses estudos ainda são experimentais. 
Esperemos que para um futuro não muito distante, eles possam realmente auxiliar os pacientes 
com a doença já instaurada. Também o uso do chamado pâncreas artificial (um aparelho eletrônico 
que controla a liberação para o sangue de certa quantidade de insulina de seu reservatório) tem se 
mostrado útil, mas o seu custo é inviável para a população em geral.
Fonte: GIRARDI, Giovana. Brasileiros testam com sucesso células-tronco contra diabete tipo 1. O Estado de S. Paulo, São 
Paulo, p. A16, 11 abr. 2007.
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DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS│ UNIDADE II
Fonte: Célula comum é transformada em produtora de insulina. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A20, 28 ago. 2008.
Por enquanto, o mais importante que temos a fazer é trabalhar com a prevenção da doença.
A chamada prevenção primária vai trabalhar principalmente com os chamados fatores de risco para 
o desenvolvimento da diabetes (do Tipo II), que incluem um plano alimentar adequado e saudável, 
associado a uma atividade física regular. Daí o papel fundamental de nosso Curso de Nutrição 
Esportiva e dentro dele de nossa disciplina de Nutrição, Esporte e Saúde. Deve ser dada maior ênfase 
à parcela mais necessitada da população e privada de recursos financeiros adequados, para que 
possam se proteger dessa doença.
Já a prevenção secundária, visa realizar o diagnóstico adequado e precoce dos fatores de risco e 
da doença, realizar o tratamento dos pacientes enfermos e controlar e retardar o mais possível o 
aparecimento de eventuais sequelas, como a hipertensão ou a hipercolesterolemia e as doenças 
cardiocirculatórias. Os estudos têm mostrado em todo o mundo que a redução do peso dos pacientes, 
associada a uma atividade física de pelo menos meia hora por dia, tem contribuído para diminuir a 
incidência da doença significativamente. 
Devemos, portanto, enfatizar essa linha de conduta para os pacientes acometidos. 
Finalmente, saliente-se que os trabalhos de Castro et al. (2008), chamaram a atenção para o fato 
de a diabetes mellitus ter um efeito profundo na qualidade de vida dos pacientes acometidos e 
que assim sendo, a adoção da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 
(CIF), tem se constituído num instrumento válido para se verificar a influência desses componentes 
da saúde na qualidade de vida desses pacientes. Dessa maneira, o CIF pode ajudar a melhorar a 
qualidade de vida dos pacientes com diabetes. Mas somente mudar o estilo de vida desses pacientes 
não é suficiente para resolver o problema. Deve-se também procurar instituir um tratamento que 
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
o paciente consiga cumprir adequadamente. Uma conversa sincera com o paciente é vital para o 
sucesso do tratamento.
Fonte: SANT’ANNA, Emílio. Só mudar o estilo de vida do diabético não é suficiente. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. A17, 29 
abr. 2008.
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CAPÍTULO 5
O câncer
A palavra câncer vem do grego Karkínos que significa literalmente caranguejo e isto porque os 
antigos gregos observaram que quando essa doença atingia os seios de uma mulher, abraçavam-
nos como se fosse as garras de um caranguejo. O termo hoje é utilizado como sinônimo de uma 
neoplasia maligna. Os tumores são inchaços provocados pelo acúmulo de líquido (edema) ou de 
células e, neste último caso, quando elas são de natureza neoplásica, temos células de crescimento 
contínuo, exponencial, sem nenhum propósito útil ao organismo e que ainda por cima consomem 
as reservas energéticas orgânicas somente para se auto multiplicar indefinidamente. Muitas vezes 
disseminam-se ou se metastatizam pelo organismo, gerando focos secundários do tumor em outras 
regiões mais distantes.
Como antigamente era muito difícil estudar e classificar essas doenças, visto que em cada lugar 
doenças semelhantes podiam ter nomes e classificações muito distintas, a Organização Mundial da 
Saúde resolveu padronizar o seu estudo, por meio da introdução da nomenclatura e classificação 
internacional dos tumores. 
Desde então, diversos trabalhos tem demonstrado o acerto dessa medida, permitindo um estudo 
mais abrangente de sua incidência na população, assim como as suas consequências. 
Para essa classificação e para a nomenclatura dessas enfermidades, a OMS se valeu do estabelecimento 
de critérios morfológicos, histológicos, genéticos e de comportamento (estadiamento) dos tumores. 
Assim sendo, podemos grosseiramente classificá-los em tumores benignos e malignos. Os benignos, 
geralmente de crescimento mais lento, expansivos, circunscritos e menos agressivos, não costumam 
provocar o aparecimento de metástases e, portanto seu tratamento é mais rápido e realizado 
principalmente por cirurgias, não comprometendo dessa maneira a vida da pessoa acometida. Já 
os malignos, ou cânceres propriamente ditos, são totalmente o oposto isto é, seu crescimento é 
rápido, invasivo, descontrolado

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