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CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS

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CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS
A.1 DOLOSO: 
Nos termos do art.18, I, do Código Penal, o crime é considerado doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. O dolo é uma vontade determinada que, como qualquer vontade, pressupões um conhecimento determinado, ou ainda, uma consciência dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. Assim, o dolo é formado por dois elementos, sendo um elemento intelectual- consciência- e um elemento volitivo-vontade-. O crime doloso não ocorre quando há falta de algum destes elementos.
Todos os crimes previstos no Código Penal são dolosos, apenas é possível punir a título de culpa- culposo- quando houver previsão legal.
Segundo a redação do art. 18, I, pode-se concluir que o Código Penal adotou as teorias da vontade (dolo direto) e do assentimento (dolo eventual). Para a nossa lei, portanto, age dolosamente aquele que, diretamente, quer a produção do resultado- teoria da vontade-, bem como aquele que, mesmo não o desejando de forma direta, assume o risco de produzi-lo- teoria do assentimento-.
O dolo pode ser distinguido em direto e indireto. 
Diz-se direto quando o agente quer, efetivamente cometer a conduta descrita no tipo. O agente, nesta espécie de dolo, pratica sua conduta visando o resultado por ele pretendido inicialmente.
 Em relação as fases de realização da ação, o dolo direto pode ser classificado em:	
Dolo direto de primeiro grau: com relação ao fim proposto e ao meio escolhido, não há possibilidade de ocorrer efeitos diferentes daquele pretendido, considerado como principal. 
Dolo direto de segundo grau: é aquele em que o agente para alcançar o resultado pretendido, realiza outro não diretamente visado, mas necessário para alcançar o fim último. Este outro resultado não diretamente visado é efeito colateral do resultado efetivamente desejado. O agente não deseja imediatamente os efeitos colaterais da conduta, mas tem por certa a sua ocorrência.
O dolo indireto apresenta-se quando o agente pratica a ação sem desejar um resultado certo, definido e determinado, porém previsto como possível. Pode ser dividido em alternativo e eventual.
 
Dolo indireto alternativo: A vontade do agente encontra-se direcionada de maneira alternativa. Seja em relação ao resultado ou em relação à pessoa contra qual o crime for cometido. Logo, para o mesmo é indiferente gerar este ou aquele resultado.
Dolo indireto eventual: O agente não deseja o resultado previsto, mas se abstém de agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e aceito. Não se pode identificar a vontade do agente como um de deus elementos integrantes, havendo somente a consciência, o dolo eventual é uma espécie de culpa com representação.
O dolo geral ou hipótese de erro sucessivo é aquele que o agente realiza a conduta visando certo resultado e, acreditando tê-lo produzido, passa a realizar uma conduta, com outra finalidade, mas esta última é que acaba produzindo o resultado inicialmente desejado. O agente responderá pelo resultado final, mesmo que este advenha de outro modo que não aquele pretendido.
A.2 CULPOSOS
Conforme disposto no art. 18, II, tem-se o crime culposo, quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Conduta culposa é aquela voluntária que produz um resultado ilícito indesejado, mas previsível, que poderia com o devido dever de cuidado, ser evitado. 
Os crimes culposos, são, em sua maioria, considerados tipos abertos. Isso porque não existe uma definição típica completa e precisa para que se possa, como acontece em quase todos os delitos dolosos, adequar a conduta do agente ao modelo abstrato previsto na lei, ou seja, a ação do tipo culposo não está determinada legalmente. Seus tipos são, por isso, abertos ou com necessidade de complementação para o caso concreto.
Para caracterização do delito culposo é preciso conjugação de vários elementos, a saber:
Conduta humana voluntária: ato humano voluntário dirigido à realização de um fim lícito. Se a conduta não for voluntária, o fato será atípico.
Inobservância de um dever de cuidado: Todos nós temos um dever de adotar toda a cautela, preocupação e cuidado possível, para não causarmos lesões, danos aos bens jurídicos. Quando há omissão da ação cuidadosa, há a inobservância desse dever de cuidado podendo ser dada por imprudência, negligência e imperícia, constituindo um delito culposo.
Resultado lesivo indesejado: ocorrência de um resultado naturalístico consequente da inobservância do dever de cuidado. Quando houver o dever de cuidado, mas ainda assim o resultado acontecer, não há crime culposo. O limite do dever de cuidado é a inevitabilidade. O resultado pode se dar de forma:
Nexo de causalidade: relação de causa e efeito entre a conduta praticada e o resultado desta.
Previsibilidade objetiva do resultado: O resultado deve ser objetivamente previsível- controlável, dominável, evitável pela prudência comum-, ou seja, se o resultado for imprevisível, não há o que se falar em crime, tratando-se ao mero acaso.
Objetiva: “homem médio, de prudência normal”;
Subjetiva: análise por ocasião do estudo da culpabilidade da pessoa do agente se era exigível, nas circunstâncias em que se encontrava, agir de outro modo.
Tipicidade (formal + conglobante + material+ antinormativa): há crime culposo quando houver previsão legal expressa para essa modalidade de infração.
Em todos os delitos culposos há a inobservância do dever de cuidado. Essa falta de observância ao dever de cuidado pode ocorrer em virtude de imprudência, negligência ou imperícia do agente.
Imprudência: Conduta positiva praticada de forma perigosa sem os cuidados que o caso requer.
Negligência: Ausência de precaução, é a não realização de uma conduta que deveria ser praticada. Podem interligar imprudência e negligência, causadoras do resultado lesivo.
Imperícia: Está ligada a atividade profissional do agente. É a falta de aptidão, destreza momentânea ou não, do agente para o exercício de uma profissão.
Espécies de culpa:
Culpa consciente: ocorre quando o agente prevê o resultado, não deixa de praticar a condutada acreditando que o mesmo não venha a ocorrer. O resultado embora previsto não é assumido ou aceito pelo agente que confia na sua não ocorrência.
Culpa inconsciente: ocorre quando o agente não prevê o resultado, embora fosse previsível pelo homem médio.
Culpa imprópria: fala-se em culpa imprópria nas hipóteses das chamadas descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo. O agente somente estará isento de responder pelo resultado, quando a culpa for exclusiva da vítima. Ex: hipótese de legítima defesa putativa (erro de tipo permissivo).
A compensação de culpa não se admite em Direito Penal. Não importa se ambas as partes foram causadoras dos resultados lesivos, sendo estas concorrentes do status de agente. Cada qual responderá pela sua conduta culposa, independentemente do fato de ter a outra pessoa também contribuído para a produção do mesmo resultado.
A.3 PRETERDOLOSOS
Atualmente, ocorre o crime qualificado pelo resultado quando o agente atua com dolo na conduta e dolo quanto ao resultado qualificador; ou dolo na conduta e culpa no que diz respeito ao resultado qualificador. Daí dizer-se que todo crime preterdoloso é crime qualificado pelo resultado, mas nem todo crime qualificado pelo resultado é crime preterdoloso. O crime qualificado pelo resultado é o gênero, do qual são suas espécies: dolo e dolo, ou dolo e culpa. 
Como exemplo do primeiro caso temos a lesão corporal qualificada pela perda ou inutilização de membro, sentido ou função. Nesse caso, o agente dirige sua conduta a, conscientemente, fazer com que a vítima sofra esse tipo de lesão gravíssima. O resultado, isto é, a perda ou a in utilização de membro, sentido ou função,é que faz com que seja agravada a pena cominada ao agente.
COMISSIVOS E OMISSIVOS
A conduta do agente consiste num fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Quando o agente faz alguma coisa que estava proibido, fala-se em crime comissivo; quando deixa de fazer alguma coisa que estava obrigada, temos um crime omissivo. Os crimes omissivos podem ser omissivos próprios - puros ou simples- e omissivos impróprios - comissivos por omissão -.
Crimes omissivos próprios são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalístico. Para a existência do crime basta que o autor se omita quando deve agir. Caso o agente se abstenha de praticar a conduta exigida, ocorrerá as sanções cominadas a tais tipos penais, como exemplo a omissão de socorro (art.135), o abandono material (art.244), o abandono intelectual (art.246), a omissão de notificação de doença (art.269).
Crimes omissivos impróprios, comissivos por omissão ou omissivos qualificados são aqueles que para sua existência, é preciso que o agente possua um dever de agir para evitar o resultado. Esse dever de agir não é atribuído a qualquer pessoa, como acontece em alguns crimes omissivos próprios, a exemplo do art. 135 do Código Penal, mas tão somente àquelas que usufruem do status de garantidoras da não ocorrência do resultado. Nestes crimes não há prévia definição típica, é preciso que o julgador elabore um projeto de adequação, situando a posição de garantidor do agente aos fatos ocorridos, considerando, ainda, a sua real possibilidade de agir. Sendo assim, o garante somente se eximirá de responder pelo resultado do crime (doloso) quando demostrada absoluta impossibilidade de agir. Exigindo assim a lei a conjugação de duas situações: o dever de agir com o poder de agir.
Denomina-se também os crimes omissivos impróprios como crimes de omissão qualificada porque os sujeitos devem possuir uma qualidade específica, que não é inerente e nem existe nas pessoas em geral. O sujeito deve ter com a vítima uma vinculação de tal ordem, para a proteção de seus bens jurídicos que o situe na qualidade de garantidor desses bens jurídicos.
 A conduta deste crime é positiva, isto é, comissiva, só que praticada via omissão do agente, por isso denomina-se também como crime comissivo por omissão, porque a conduta comissiva prevista no tipo é praticada de forma omissiva pelo agente
Somente assumem a posição de garante, conforme o §2º do art. 13 do Código Penal aquelas pessoas que:
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; tendo como exemplo cônjuges, pais e filhos, médico, bombeiro e policial;
de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; tendo como exemplo contratos com babás e empregadas;
com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Os resultados, nos crimes omissivos impróprios, podem ser alcançados em razão da conduta dolosa ou culposa do agente. 
INSTANTÂNEOS E PERMANENTES
A base que conceitua os crimes em instantâneos e permanentes, para a doutrina brasileira, está na consumação do crime. A consumação segue o conceito do Código Penal, no seu artigo 14, inciso I, que afirma: diz-se do crime consumado “quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”, ou seja, quando iniciam os atos de execução de determinado crime até seu resultado. 
Crime instantâneo é aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga, como por exemplo, o homicídio, furto, injúria etc. A consumação ocorre em um momento certo, definido.
Crime permanente existe quando a consumação se prolonga no tempo, dependente da ação do sujeito ativo, por exemplo, o sequestro (art. 148). Tem como base a execução do fato típico e não, simplesmente, sua consumação.
No crime permanente ocorre uma nova execução do fato típico. Após sua consumação ele volta a exercer uma nova conduta, ligada por um nexo causal, tendo o resultado pretendido dolosamente. Podemos entender como um ciclo da execução da ação, que passa pela conduta, tendo nexo, chegando ao resultado constantemente, de forma dolosa pelo agente. Pode-se entender que nesse ciclo se confunde o momento do início da conduta da nova execução e o momento da consumação da anterior, tornando-se algo permanente até o momento que não aconteça mais nenhuma execução, como por exemplo, no caso do sequestro, quando a vítima desaparecida é encontrada.
DE DANO E DE PERIGO
Os crimes de dano são aqueles que, para a sua consumação, deve haver a efetiva lesão ao bem juridicamente protegido pelo tipo. A conduta do agente, portanto, é dirigida finalisticamente a produzir o resultado, acarretando dano ou lesão para o bem protegido pelo tipo penal, a exemplo do que ocorre com os crimes de homicídio, lesão à vida; ao patrimônio, no furto; à honra, na injúria; etc.
No que concerne aos crimes de perigo, a produção de um dano efetivo não é condição sine qua non para que ocorra a consumação. O comportamento do agente não está dirigido finalisticamente a produzir dano ou lesão ao bem juridicamente protegido pelo tipo, causando-lhe, contudo, uma situação de perigo.
Cria-se uma infração penal de perigo para que seja levada a efeito a punição do agente antes que seu comportamento perigoso venha, efetivamente, causar danos ou lesão ao bem juridicamente protegido. Dessa forma, os crimes de perigo são, em geral, de natureza subsidiária, sendo absorvidos pelos crimes de dano quando estes vierem a acontecer.
 Os crimes de perigo, que podem ser subdivididos em perigo abstrato e perigo concreto, constituem uma antecipação da punição levada a efeito pelo legislador, a fim de que o mal maior, consubstanciado no dano, seja evitado. 
Sendo as espécies do crime de perigo, o perigo abstrato e o perigo concreto, aborda-se que nos crimes de perigo concreto, o perigo só é reconhecível por uma valoração subjetiva da probabilidade de superveniência de um dano. O perigo deve ser comprovado, tendo em vista que a realização do tipo implica em uma efetiva produção de perigo para o bem jurídico tutelado, de maneira que a inexistência de lesão se trata de mera eventualidade. Nesse sentido, o perigo concreto se caracterizaria pela ausência casual do resultado, e a casualidade representa circunstância em cuja ocorrência não se pode confiar, o indivíduo possui, ainda, pleno conhecimento do perigo que está acarretando, ou seja, possui o dolo de perigo.
Os crimes de perigo abstrato, entretanto, pressupõem-se perigosos por si só e, em virtude disso, não exigem comprovação do perigo. São crimes de natureza juris et de jure, não precisa ser provado, pois a lei contenta-se com a simples pratica da ação – omissiva ou comissiva- que pressupõe perigosa. Nota-se, desse modo, o caráter preventivo de tais crimes, que possuem como escopo a diminuição do risco e não a punição. Diferenciam-se dos crimes de perigo concreto, portanto, uma vez que, neste, a existência ou não do dolo é desimportante.
DE AÇÃO ÚNICA E OU AÇÃO MÚLTIPLA
São conhecidos como de ação múltipla os crimes que preveem uma multiplicidade de comportamentos nucleares, sendo que a prática de vários deles pelo agente não importa, consequentemente, também numa multiplicidade de crimes. 
Nos crimes de ação múltipla, mesmo que o agente pratique várias condutas previstas no tipo, deverá ser responsabilizado por somente uma infração penal. Tem-se como exemplo, o art. 122 do Código Penal. Aquele que induz ou instiga alguém a suicidar-se ou presta-lhe auxílio para que o faça, mesmo que, hipoteticamente, tenha conseguido levar a efeito os três comportamentos previstos pelo tipo penal, somente responderá por um único delito. 
Também é a hipótese do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, que diz: 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas aindaque gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
Se o agente, por exemplo, além de adquirir, tiver em depósito a droga para fins de tráfico ilícito, somente será responsabilizado por um único crime.
Mirabete conceitua crime de ação simples aquele “cujo tipo penal contém apenas uma modalidade de conduta, expressa no verbo que constitui o núcleo da figura típica”.
FORMAIS, MATERIAIS E DE MERA CONDUTA
São chamados crimes formais aqueles que preveem um resultado naturalístico, mas não exigem sua ocorrência para efeitos de reconhecimento de consumação. Nessas infrações penais, o legislador antecipa a punição, não exigindo a produção naturalística do resultado previsto pelo tipo penal, a exemplo do que ocorre com o delito tipificado no art. 159 do Código Penal, que prevê o crime de extorsão mediante sequestro, dizendo: Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Nesse caso, basta que tenha havido a privação da liberdade, não importando que o agente tenha, com isso, conseguido a obtenção da vantagem. A prática, portanto, da conduta descrita no núcleo do tipo já possui o condão de fazer com que a infração penal se consume, independentemente da produção naturalística do resultado por ele previsto expressamente (obtenção da vantagem, como condição ou preço do resgate).
O crime material é aquele cuja consumação depende da produção naturalística de determinado resultado, previsto expressamente pelo tipo penal, a exemplo do que ocorre com os arts. 121: “ matar alguém” e art. 163: “ destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia” do Código Penal. Dessa forma, somente haverá a consumação do delito de homicídio com o resultado morte da vítima, constante do tipo penal em questão; da mesma forma, somente podemos falar em dano consumado quando houver a destruição, deterioração ou inutilização da coisa alheia.
O crime de mera conduta, como a própria denominação diz, não prevê qualquer produção naturalística de resultado no tipo penal. Narra, tão somente, o comportamento que se quer proibir ou impor, não fazendo menção ao resultado material, tampouco exigindo sua produção, a exemplo do que ocorre com a violação de domicílio, tipificada no art. 150 do Código Penal.
O resultado que se exige para a diferenciação entre os crimes material, formal e de mera conduta é tão somente o naturalístico, ou seja, aquele que causa uma modificação perceptível no mundo exterior.
COMUM E DE MÃO PRÓPRIA 
Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, não exigindo o tipo penal nenhuma qualidade especial para que se possa apontar o sujeito ativo. A qualidade de comum também poderá ser considerada levando-se em consideração o sujeito passivo. Isso quer dizer que pode ocorrer, em algumas situações, que o crime, por exemplo, seja comum com relação ao sujeito ativo e não o seja com relação ao sujeito passivo, cuja qualidade especial é exigida pelo tipo. 
Como regra geral, o delito de lesões corporais amolda-se ao conceito de crime comum, tanto no que diz respeito ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo. Qualquer pessoa pode praticar o delito tipificado no art. 129, caput, do Código Penal – ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem-, bem como figurar como seu sujeito passivo, sofrendo, assim, com a conduta levada a efeito pelo agente.
O crime de mão própria, como sugere sua própria denominação, é aquele cuja execução é intransferível, indelegável, devendo ser levado a efeito pelo próprio agente, isto é, "com as próprias mãos". São infrações penais consideradas personalíssimas, as quais somente determinada pessoa, e mais ninguém, pode praticá-las. Como regra, nos crimes de mão própria não se permite o raciocínio da autoria mediata,
São exemplos de crimes de mão própria o falso testemunho, a prevaricação e a deserção.
HABITUAIS
Considera-se habitual o delito em virtude do qual se exige do agente um comportamento reiterado, necessário à sua configuração. Assim, nos crimes habituais, ou o agente pratica a cadeia de condutas indispensáveis à caracterização da infração penal, consumando-a, ou, como regra, o fato será atípico.
Tem-se como exemplo do crime de curandeirismo, previsto no art. 284 do Código Penal, em que o núcleo do tipo em estudo é o verbo exercer. Isto é, somente quem exerce, ou seja, pratica o curandeirismo, "prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; fazendo diagnósticos" é que deverá ser responsabilizado criminalmente por esse delito. Assim, se o agente, sem a habitualidade exigida pelo tipo, prescreveu a um amigo o uso de determinada substância, enaltecendo o seu poder curativo, não poderá responder pelo delito em estudo.
O crime habitual não admite tentativa, pois ou há reiteração de atos e consumação, ou não há essa habitualidade e os atos são penalmente indiferentes.

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