Buscar

Apostila 2 - INTEMPERISMO E PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DOS SOLOS

Prévia do material em texto

APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 
 
 
UNIDADE 2 – PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DOS 
SOLOS 
2.1. CICLO DAS ROCHAS: 
 São conhecidos na natureza três tipos de rochas: Ígneas ou Magmáticas, Metamórficas 
e Sedimentares. 
Rochas Ígneas ou Magmáticas: são as rochas que são originadas da consolidação do 
magma, sendo que através de sua textura podemos identificar o processo pelo qual foi 
formada. Quando a consolidação do magma ocorre dentro da crosta terrestre, de modo que o 
resfriamento seja lento dando condições para que os cristais se desenvolvam sucessivamente, 
as rochas originadas deste processo são denominadas rochas plutônicas ou intrusivas. Em 
condições onde ocorra o extravasamento do magma na superfície, passando do estado liquido 
para o gasoso num pequeno intervalo de tempo, as rochas originadas serão denominadas 
rochas vulcânicas ou extrusivas, cuja textura será vítrea, como conseqüência do pequeno 
intervalo de tempo que impossibilita a cristalização dos minerais. 
Rochas Metamórficas são assim chamadas porque se originam da transformação de 
rochas magmáticas ou sedimentares por processos que alteram a organização dos átomos de 
seus minerais. Surge, então, uma nova rocha, com outras propriedades e, às vezes, com outros 
minerais; muitas rochas metamórficas se formam quando rochas de outro tipo são submetidas 
a intensas pressões ou elevadas temperaturas. Quando, por exemplo, por mudanças ocorridas 
na crosta, uma rocha magmática é empurrada para regiões mais profundas e de maior pressão 
e temperatura, alterando a organização dos minerais. 
Rocha sedimentar é um tipo de rocha das mais abundantes na superfície de nosso 
planeta. São denominadas rochas sedimentares por serem constituídas de sedimentos, que 
são as inúmeras partículas de rocha, lama, matéria orgânica, podendo até mesmo possuir em 
sua composição restos corpóreos de vegetais e animais. Quando toda esta matéria é 
transportada e acumulada em um determinado local, sofrendo ação da temperatura (frio ou 
calor), ocorre o fenômeno da diagênese ou litificação, ou seja, a transformação de sedimento 
em rocha. Os locais mais comuns para a ocorrência do processo são os lagos, baías, lagunas, 
estuários, deltas e fundo de oceanos. 
• Rochas sedimentares detríticas – predominantemente constituídas pelos detritos de 
outras rochas, resultante do processo conhecido como “meteorização” de outras 
rochas já existentes. As sedimentares detríticas apresentam-se de duas formas, 
podendo ser a) não consolidadas, como depósito de balastros, areias, siltes e argilas, 
e b) consolidadas, formadas pela consolidação destes mesmos sedimentos detríticos 
por diagênese. 
• Rochas sedimentares quimiogênicas – originárias do processo de precipitação de 
minerais em solução. Neste grupo temos o calcário, o gesso e o sal-gema. 
APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 
 
• Rochas sedimentares biogênicas – são rochas constituídas de sedimentos de origem 
biológica, resultado dos restos físicos de seres vivos ou resultantes de sua atividade. 
Exemplos de rochas sedimentares biogênicas são o calcário e o carvão. 
 
 
 
 
 
2.2. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO 
 As rochas da litosfera, se expostas à atmosfera, sofrem a ação direta do calor do sol, 
umidade das chuvas, crescimento de organismos, dando início a processos dos quais decorrem 
inúmeras modificações no aspecto físico e na composição química dos minerais. A esse 
processo damos o nome de Intemperismo ou Meteorização, fenômeno responsável pela 
formação do material semiconsolidado que dará início à formação do solo. 
 O intemperismo pode se manifestar pela decomposição e alteração do tamanho e 
formato dos minerais, denominado Intemperismo Físico ou Desintegração. Outra forma de 
APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 
 
manifestação é através da modificação da composição química, denominado Intemperismo 
Químico ou Decomposição. 
 Após a sua alteração a rocha recebe o nome de Regolito ou Manto de Intemperização, 
porque forma uma camada que recobre as que estão em vias de decomposição. É na parte 
mais superficial do Regolito que se dá a formação do solo. 
 A maior parte das rochas originam-se em grandes profundidades e sob condições de 
temperatura e pressão elevedas. Quando expostas a atmosfera e a diferentes condições de 
umidade, temperatura e pressão surgem fendas (mediante a variação da dilatação térmica). 
Como a maior parte das rochas é constituída de mais de um mineral, com coeficientes de 
dilatação diferentes, essas variações de volume fazem surgir inúmeras rachaduras, que abrem 
caminho para o intemperismo químico, através da água e dos organismos que penetram essas 
fendas. 
 O intemperismo químico tem como seu principal agente a água, com o gás carbônico 
nela dissolvido, sua intensidade de ação é diretamente proporcional ao aumento da 
temperatura. Podemos dizer então que quanto mais úmido e quente for o clima, mais intensa 
será a decomposição dos minerais que compõem as rochas. Em regiões de clima mais seco ou 
onde existe escassez de água, o intemperismo físico é mais forte, pois a umidade do ar 
funciona como uma reguladora térmica (devido ao calor específico da água), de forma que a 
variação de temperatura nesses lugares é muito brusca, o que aumenta a dilatação e 
contração térmica dos minerais, originando as já mencionadas fendas e rachaduras. 
 As reações químicas provocam, na maior parte dos minerais, transformações que 
desmantelam o arranjo original dos cristais e, em conseqüência, desprendem alguns dos 
elementos químicos que estavam retidos na sua estrutura inicial. As reações químicas mais 
importantes em termos de solo são: 
• Hidrólise: ataque, pela acidez da água, nas estruturas dos cristais; 
• Oxidação: desintegração de minerais mais comumente possuem ferro mais solúvel 
(Fe2+) e móvel, transformando-o em óxidos pouco solúveis; 
• Redução: o oposto da oxidação; o ferro no estado menos solúvel (Fe3+), é dissolvido; 
• Solubilização: dissolução completa (como, por exemplo, a da rocha calcaria, que pode 
formar cavernas) 
APOSTILAS DE PEDOLOGIA
 
 
 Dentre os principais elementos liberados nesse processo
denominados metais básicos: Na, K, Ca, Mg; os quais, depois de destacados no interior dos 
minerais primários, são fracamente 
partículas dos minerais secundários e do húmus. Nessa situação esses minerais estão em 
condições de serem cedidos para as raízes quando essas precisarem.
 As partículas de argila e húmus, que são de pequen
estão dentro do que, em química, se denomina colóides. Ao redor delas, alguns nutrientes são 
adsorvidos com intensidade um pouco maior que outros. O Ca, Mg, K, por exemplo, tem maior 
afinidade por esses colóides que o Na, sendo então este último, por isso, 
APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA
Dentre os principais elementos liberados nesse processo, estão os quimicamen
denominados metais básicos: Na, K, Ca, Mg; os quais, depois de destacados no interior dos 
minerais primários, são fracamente retidos na superfície de algumas das pequeníssimas 
partículas dos minerais secundários e do húmus. Nessa situação esses minerais estão em 
condições de serem cedidos para as raízes quando essas precisarem. 
As partículas de argila e húmus, que são de pequeno tamanho (menor que 
estão dentro do que, em química, se denomina colóides. Ao redor delas, alguns nutrientes são 
adsorvidos com intensidade um pouco maior que outros. O Ca, Mg, K, por exemplo, tem maior 
ses colóidesque o Na, sendo então este último, por isso, 
PROF. FLAVIO ALMEIDA 
 
 
, estão os quimicamente 
denominados metais básicos: Na, K, Ca, Mg; os quais, depois de destacados no interior dos 
retidos na superfície de algumas das pequeníssimas 
partículas dos minerais secundários e do húmus. Nessa situação esses minerais estão em 
o tamanho (menor que 0,002 mm) 
estão dentro do que, em química, se denomina colóides. Ao redor delas, alguns nutrientes são 
adsorvidos com intensidade um pouco maior que outros. O Ca, Mg, K, por exemplo, tem maior 
ses colóides que o Na, sendo então este último, por isso, mais facilmente 
APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 
 
removido pelas águas que infiltram e percolam no solo. São justamente os três primeiros que 
estão entre os principais macroelementos essenciais para o crescimento das plantas. Por 
outro lado, as águas dos mares, repositório universal de tudo que foi lavado dos solos dos 
continentes são mais ricas em sódio do que em cálcio e magnésio. 
 
2.3 - BIBLIOGRAFIA: 
1- Lepsch, Igo F.; Formação e Conservação dos solos, oficina de textos, 2002; 
2- Curi, N. et al. – Vocabulário da Ciência do Solo – Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência 
do Solo, 1993.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes