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APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA UNIDADE 5 – COMPONENTES DO SOLO Os horizontes do solo são constituídos de quatro componentes principais: partículas minerais, materiais orgânicos, água e ar. Na natureza esses componentes são encontrados misturados, de forma que sua separação só pode ser feita em laboratório. As partículas minerais, juntamente com os minerais orgânicos, formam a fase sólida de um determinado horizonte e suas proporções são relativamente fixas. A quantidade dos materiais orgânicos pode variar tanto entre um tipo de solo e outro, como entre horizontes de um mesmo perfil. Normalmente maiores teores desses materiais são encontrados nos horizontes mais superficiais (horizontes O e A). A parte do solo que se encontra preenchida por água e ar é denominada espaços vazios ou espaço poroso. Suas proporções ao contrario dos sólidos minerais e orgânicos, podem ter grandes variações em espaço de tempo relativamente pequeno. Podemos tomar como exemplo uma forte chuva, as maiores partes dos poros estarão preenchidas com água, sendo mínima a quantidade de ar presente. Se o terreno for mais argiloso ou possuir uma boa drenagem, algumas horas após a chuva, parte da água se infiltra e escoa em profundidade voltando o ar a ocupar os vazios. Fonte: http://water.me.vccs.edu/courses/CIV246/lesson1.htm APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 5.1- CONSTITUINTES MINERAIS: As partículas minerais do solo podem ser classificadas tanto a seu tamanho como sua origem e composição. Em relação à origem, existem dois tipos: • Os remanescentes da rocha que deu origem ao solo; • Os produtos secundários, decompostos e/ou recompostos depois da intemperização dos minerais da rocha-mãe. Os primeiros são denominados minerais primários ou minerais originais, os segundos, minerais secundários ou pedogênicos. Os minerais primários existentes, na maior parte dos solos, são aqueles componente das rochas mais resistentes ao intemperismo químico e, por isso, permanecem mais tempo no solo, mantendo sua composição original, mas podendo fragmentar-se pela ação do intemperismo físico. Os minerais secundários provem da decomposição daqueles da rocha- mãe, que são mais suscetíveis de se alterarem. Em sua maioria, encontram-se caracteristicamente em partículas de pequeno tamanho e a composição química é muito peculiar. São, em sua grande maioria, as argilas que imprimem ao solo propriedades muito importantes. 5.1.1- MINERAIS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS: Os minerais de fração cascalho e areia são quimicamente inertes e constituem o “esqueleto mineral do solo”, sendo a maior parte deles minerais primários, em geral quartzo. Outros tipos de minerais encontrados em frações de areia são: mica, zircão, turmalina, magnetita, ilmetita, fedspatos. Mica Zircão Turmalina APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA Entre os minerais secundários que podem ocorrer na fração arenosa estão os óxidos de ferro que aparecem como nódulos bastante endurecidos e algumas partículas de sílica amorfa. Esses minerais podem ser denominados como fitólitos e são originados da combinação de compostos de silício no interior de tecidos vegetais. Quando retornam ao solo ficam normalmente depositados no Horizonte A, na forma de areia fina ou silte. Ao contrario da areia a argila é bastante ativa quimicamente. Sua grande atividade é justificada por conta o tamanho minúsculo de suas partículas, o que lhe agregam fatores coloidais. Essa propriedade da argila obtem maior importância quando analisamos a sua afinidade com a água e pelos elementos químicos nela dissolvidos. Isso ocorre por conta da vasta superfície específica e da existência de cargas elétricas presentes nessas superfícies. As argilas apresentam mais comumente o formato de plaquetas que são compostas por laminas extremamente finas. Essas lâminas formam pequenos conjuntos destacáveis, tal como acontece com as micas ou malacachetas, as quais podem estar ligadas umas as outras com maior ou menor força. Se fizermos a comparação entre a caulinita e a vermiculita ou montmorilonita, poderemos perceber a diferença entre as superfícies específicas. A caulinita que possui apenas superfície externa oposta (argila do tipo 1:1) varia em media de 5 a 20 m²/g, enquanto a vermiculita e a montmorilonita (argilas do tipo 2:1) que possuem superfícies internas de ativação podem se expandir ate 800 m²/g. As argilas com grande superfície interna tem a propriedade de quando umedecidas se expandirem, pois possuem a capacidade de absorver grande quantidade de moléculas de água e de cátions trocáveis entre suas laminas. A essa característica damos o nome de argilas expansíveis ou argilas de alta atividade. Magnetita Ilmetita Feldspato APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA Segue abaixo um esquema da estrutura dos argilominerais 1:1 e 2:1. Fonte:http://www.ebah.com.br/content/ABAAABg9kAF/preparacao-uso-argila- organofilica-como-adsorvente-mistura-benzeno-tolueno 5.2- ADSORÇÃO DE NUTRIENTES E SUAS TROCAS: A maioria dos nutrientes disponíveis no solo estão adsorvidos na superfície das partículas de argila. Os átomos desses elementos são encontrados na forma iônica, ou seja, providos de cargas elétricas negativas(anions) ou positivos (cátions). A adsorção de cátions deve-se a presença de cargas elétricas negativas não neutralizadas existentes na superfície da argila. Essas cargas atraem e retêm cátions dissolvidos na água do solo. A esse fenômeno damos o nome de Adsorção Iônica. APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA Entre os cátions adsorvidos, ocorrem em maiores quantidades nos colóides do solo o cálcio, o magnésio, o potássio, o hidrogênio e o alumínio. Nem todos servem para a nutrição vegetal e alguns são prejudiciais como o alumínio e o hidrogênio que estão presentes em grande proporção. Podemos então dizer que as argilas possuem capacidade de troca de cátions (CTC), por conta da capacidade de adsorver elementos químicos em forma iônica e trocá-los por outros. 5.2.1 – Argilas de atividade alta (Ta) e baixa (Tb): Refere-se a capacidade de troca de cátions (CTC) da fração de argila, determinada a pH 7,0 e descontada a contribuição da matéria orgânica. É pertinente ao horizonte diagnóstico B, ou alternativamente o C (na ausência do B) e do A (na ausência do B e do C). Considera-se que a argila tem atividade alta quando a CTC for igual ou superior a 24meq/100g argila e de atividade baixa quando for inferior. Uma forma de se conhecer a atividade da argila é utilizando-se da seguinte equação: CTC/100g argila= [(CTC/100g de solo) – (4,5 x %C)] x (100/%argila) 5.2.2 – Distrofia e Eutrofia: Propriedades traduzidas pelo estado do solo quanto à saturação por bases. Referem-se à proporção de cátions básicos trocáveis em relação à capacidade de troca de cátions (CTC) determinada a pH 7,0, expressa por: V% = 100.S / CTC S: valor da soma das bases = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+; CTC ou valor T: valor S + Al3+ + H+ (acidez extraível do pH). A saturação por bases é considerada alta quando seu valor é igual ou superior a 50% e baixa quando abaixo de 50% , baseado nesse cálculo podemos denominar então solos como: Eutróficos e Distróficos respectivamente. APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 5.2.3 Propriedade álica: Diz respeito ao estado do solo quanto a saturação da CTC efetiva por alumínio igual ou maior que 50%. Denota a proporção de alumínio trocável em relação à soma de cátions básicos trocáveis. Pode ser expressa pela fórmula: m = (Al3+ /(S + Al3+)) X 100 m= saturação por alumínio. 5.2.4 Retenção de Cátions:A retenção de cátions (RC) é também utilizada para classificar quimicamente o solo em superfície, e assim definida: RC = (S+Al3+) X 100 / % de argila É de grande importância considerar que os termos eutrófico, distrófico, álico ou ácrico são relativos ao horizonte diagnóstico de subsuperfície B ou, na sua ausência, o horizonte C; ou A nos Litossolos e solos Litólicos. A tabela abaixo tem a representação dos valores SOLOS EUTRÓFICOS VALOR DE SATURAÇÃO POR BASES (V) MAIOR QUE 50%. SOLOS DISTRÓFICOS VALOR DE SATURAÇÃO POR BASES (V) ATÉ 50%. SOLOS ÁLICOS VALOR DA SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO (m) MAIOR QUE 50%. SOLOS ÁCRICOS VALOR DE RETENÇÃO DE CÁTIONS (RC) MENOR A 1,5 cmol(+)/ kg argila. No caso de solos ricos em sódio trocável, o valor V não deve ser levado em consideração devido a presença desse elemento, que é nocivo à maioria das plantas cultivadas, além de provocar péssimas condições físicas do solo. Também o valor V não deve ser levado em conta nos solos altamente intemperizados tais como os que apresentam predominância de cargas elétricas. APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA É ∆pH é a diferença entre o valor do pH em KCl e o valor do pH em água. Quando o resultado numérico é negativo, quer dizer que no colóide predominam cargas elétricas negativas, quando positivo significa que na fração coloidal predominam cargas positivas. Se o valor for nulo significa que o número de cargas negativas e positivas se equivalem e esse é o chamado ponto de carga zero (PCZ) ou ponto isoelétrico. 5.2.5 – Teor de sais O solo é considerado como salino devido a presença de sais mais solúveis em água fria do que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade que interferem no desenvolvimento da maioria das plantas e é expressa pela condutividade elétrica do extrato de saturação igual ou maior que 0,4 MPa (a 25°). 5.2.6 – Materiais minerais e orgânicos Material orgânico: é formado por relevante proporção de compostos orgânicos, de importância decisiva, em razão da preponderância da ação desses constituintes, dando origem à maioria dos atributos apresentados por horizontes ou pelo solo todo. Para conteúdos intermediários de argila, limites mínimos proporcionalmente intermediários de carbono orgânico, pode ser expressos pela equação: C%≥ 8+0,067 x argila %. Material Mineral: compreende as composições cuja conceituação procede o corolário do atributo anterior. Diz respeito à preponderância de matéria sólida inorgânica componente de horizontes ou camadas dos solos. As proporções desse material, em confronto com o orgânico, requeridas por definição, são o oposto aos limites anteriormente especificados, referentes ao atributo contraposto. É essencialmente formado por constituintes inorgânicos. Sua composição mineralógica é muito variável, quanto à natureza, quer primária ou secundária, quer quanto o estádio de intemperização, quer quanto às proporções dos constituintes inorgânicos presentes. APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 5.2.7 – Saturação por Sódio O termo sódico se refere à saturação por sódio elevada no horizonte B ou C, dentro dos dois metros de profundidade a partir da superfície. Podemos usar a expressão abaixo para encontrar o nível de saturação: (Na+/CTC) X 100 ≥ 20% Por outro lado, o termo solódico especifica a saturação por sódio mais baixa do que no caráter sódico. Pelo menos na parte inferior do perfil, a saturação por sódio no complexo de troca catiônica varia de 8 a 20%. Admite- se valores pouco inferiores a 8% na base do horizonte B, se o topo do horizonte C tiver valor ≥ 8% e, na ausência do horizonte B, teores ≥ 8% são exigidos pelo menos na parte superior do horizonte C. 5.3- MATÉRIA ORGANICA: Fonte: http://sustentabilidade.allianz.com.br/?729/Reciclagem-o-tesouro-oculto A matéria orgânica do solo é proveniente da adição de restos de origem vegetal ou animal. As folhas, raízes, caules, frutas e outros detritos vegetais e produtos de origem animal, como os corpos dos vermes e de micróbios bem APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA como o esterco, estão entre esses principais tipos de adição, tanto quanto naturais, tanto quanto artificiais. Através de processo de mineralização esse resto orgânico é transformado em húmus. Em condições idéias de temperatura e aeração, a matéria orgânica original se mineraliza relativamente depressa, disponibilizando de forma rápida os nutrientes para as plantas. Em regiões de climas mais secos esse processo de mineralização ocorre de forma mais lenta, ocorrendo um maior acúmulo de húmus. O húmus é a parte mais estável da matéria orgânica, aproximadamente similar aos argilominerais, tão desintegrado, que atinge o estado coloidal, com alta densidade de cargas elétricas em sua superfície, capazes de adsorver e trocar cátions. Sua capacidade de troca catiônica excede em muito à das argilas, o que faz com que pequenas quantidades aumentem grandemente as características dinâmicas dos solos, ocorrendo principalmente no horizonte A. Isso faz do húmus um elemento fundamental para a manutenção da vida no solo. A matéria orgânica do solo é benéfica de várias maneiras. Algumas substancias provenientes da decomposição dos restos orgânicos servem de cimento na formação dos agregados do solo, melhorando suas características físicas, notavelmente a permeabilidade, a porosidade e a retenção de água. Outra aplicação útil diz a respeito dos microorganismos do solo, para os quais os materiais orgânicos servem de fonte de alimentos e portanto de energia; alguns desse microorganismos ajudam na fixação de nitrogênio do ar, incorporando o nos colóides sob a forma de cátions (NH4+) e anions (NO3-) possíveis de serem absorvidos pelas plantas. 5.4- ÁGUA DO SOLO: O solo tem o poder de reter a água por um determinado período de tempo, dessa forma as plantas absorvem parte dessa água devolvendo-a sob a forma de vapor (Evapotranspiração). Sua reposição pode ser feita naturalmente através das chuvas ou artificialmente por sistemas de irrigação. No interior dos solos ela fica retida tanto nos poros, entre agregados, como em finas películas em torno de superfícies das partículas coloidais. Em relação a quantidade de água disponível podemos classificar o solo como: molhado, úmido e seco. Em um solo molhado, todos os poros são preenchidos com água, sendo a presença de ar quase nula. Após a saturação do solo, em condições naturais, essa água é consumida pelos vegetais e evaporada, dessa forma o ar passa a APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA ocupar o lugar da água. Contudo nem toda água é evaporada ou consumida pelos vegetais. O líquido contido nos poros maiores são drenados para baixo ou lateralmente, indo molhar as partes mas profundas, ou juntar-se ao lençol d’água subterrâneo e dá origem às nascentes. Essa água recebe o nome de Água Gravitativa, pois atua no solo sobre a ação da gravidade. Fonte: http://dc238.4shared.com/doc/6TnJG29J/preview.html Após a penetração da água gravitativa o solo se torna úmido e contem ar nos macroporos (maiores que 0,05mm de diâmetro) e a água nos microporos (menores que 0,05mm). Esses poros menores funcionam como tubos bem finos e por isso são chamados de capilares, dessa forma a água nela contida recebe o nome de Água Capilar, e fica retida no solo com tal força, que consegue por mais tempo manter-se nos poros, mesmo contra a ação da força da gravidade. (Para entender melhor sobre o processo físico que ocorre nesses processos recomendamos a bibliografia existente sobre SSPA). Nem todos os solos tem a mesma capacidade de armazenar essa água. Ela varia em função das características diversas como: textura, tipo de argila, estrutura, conteúdode matéria orgânica. Por exemplo, solos arenosos e com pouco húmus tem menor capacidade de armazenar água disponível do que os argilosos ou de textura média ricos em húmus. Quando seco, o solo pode conter ainda alguma quantidade de água, sob a forma de películas extremamente finas, ao redor das partículas coloidais. Essa água é retida com força superior a capacidade de extração das raízes e das plantas e, por essa razão, é denominada água inativa ou higroscópica. APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA Fonte: https://www.meted.ucar.edu/ A água no solo pode conter quantidades variáveis de sais minerais, oxigênio e gás carbônico. Esses elementos quando combinados formam o que denominamos como solução do solo. O tipo e quantidade de elementos que se encontram dissolvidos nessa solução dependem muito dos elementos e compostos químicos que estão adsorvidos em torno dos colóides, os quais funcionam como uma espécie de reservatório, sendo a água o principal veículo. Graças a CTC existe um equilíbrio entre os sólidos coloidais e a solução do solo. Assim por exemplo o cálcio é o cátion que prevalece entre os adsorvidos, ele prevalecerá também na solução do solo, que será neutra ou quase neutra. Em outra situação, o alumínio predominar entre todos os cátions adsorvidos na superfície dos colóides, ele predominará também na solução do solo que, consequentemente, se torna ácida. A maioria das plantas não de desenvolvem bem em solos ácidos. Contudo na maior parte dos casos a acidez não é o maior problema para o crescimento vegetal. O problema se encontra em alguns fenômenos colaterais que ela ocasiona, como o aparecimento de elementos tóxicos ás plantas (Alumínio), insolubilização (impossibilidade de juntar-se à solução do solo de alguns nutrientes como o fósforo e o boro) e remoção de outros pela substituição iônica. APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA A acidificação do solo é um fenômeno comum em regiões de clima úmido, onde grande quantidade de chuva acarreta a lavagem progressiva, pela água gravitacional, de quantidades apreciáveis de cátions básicos (Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio). Estas quando lavadas ou lixiviadas do perfil, são substituídas inicialmente pelo hidrogênio que é responsável pela reação ácida da solução do solo. Com prosseguimento do processo, o hidrogênio adsorvido nos colóides do solo pode ser substituído pelo alumínio que intoxica as plantas cultivadas, afetando o crescimento da parte aérea (tronco, galhos e folhas) e, mais ainda subterrânea (raízes). Fonte:http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2011/06/neutralizacao-da-acidez- subsuperficial.html APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA 5.5- AR DO SOLO: Fonte: http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/pedologia No solo o ar ficar localizado nos poros (espaços vazios) tanto em agregados (geralmente macroporosos) como entre partículas unitárias de argila e silte (normalmente microporos). Encontra-se livre ou em pequenas bolhas de água. Portanto, existe uma relação dinâmica entre as fases líquidas e gasosas do solo. O volume de ar no solo varia ao longo do tempo de acordo com o volume de água no solo, donde, se o volume de ar aumenta significa que o volume de água diminuiu e vice-versa. O solo é um meio biologicamente ativo, as raízes das plantas, micróbios e pequenos animais ao respirarem ou realizarem trocas gasosas, consomem o oxigênio e liberam gás carbônico. Dessa forma o solo possui quantidades de CO2 maiores que a atmosfera. As plantas através de suas raízes consomem APOSTILAS DE PEDOLOGIA – PROF. FLAVIO ALMEIDA oxigênio para produção de energia, energia essa utilizada para a absorção de nutrientes da fase líquida. Dessa forma é essencial para o desenvolvimento vegetal que alem de água exista ar disponível no solo. Cerca de 70% do ar são compostos de gás nitrogênio. No entanto, este não pode ser diretamente aproveitado pelas plantas antes de ser transformado em íons. A forma mais comum de fixação de nitrogênio ocorre através de microorganismos em que esses incorporam a substancia nos colóides e água do solo. Esse processo de fixação também pode ocorrer através de processos de fermentação e decomposição orgânica no solo, onde o gás amoníaco é transformado no íon amônio que se dissolve na água ficando assim disponível como nutriente. A atividade dos microorganismos é dada de acordo com a aeração do solo. Em casos de terras encharcadas permanentemente, como por exemplo os pântanos, a decomposição dos restos vegetais ocorre de forma bastante lenta, formando-se assim turfeiras e espessos solos orgânicos. 5.6- BIBLIOGRAFIA: 1. Lepsch, Igo F.; Formação e Conservação dos solos, oficina de textos, 2002; 2. Oliveira, João Bertoldo de.; Classes gerais de solos do Brasil: Guia auxiliar para seu reconhecimento; Funep; 1992. 3. Prado, Helio do; Classificação dos solos brasileiros, Embrapa, 2002.
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