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18/05/2013 1 CEREBELO Profa: Dra. Paula L. Scalzo Departamento de Morfologia – ICB/UFMG CEREBELO � Está localizado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. � Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital. Está separado do lobo occipital através da tenda do cerebelo, que é uma prega da dura-máter. 18/05/2013 2 CEREBELO � O cerebelo liga-se à medula e ao bulbo através do pedúnculo cerebelar inferior, à ponte através do pedúnculo cerebelar médio e ao mesencéfalo através do pedúnculo cerebelar superior. Úvula do Vérmis Pedúnculo Cerebelar Médio Pedúnculo Cerebelar Superior Flóculo (Parcialmente destruído) Fissura Horizontal CúlmenLóbulo Central Pedúnculo Cerebelar Inferior CEREBELO � Possui uma região ímpar e mediana (vérmis cerebelar) ligado a duas massas laterais (hemisférios cerebelares). � Na face superior, o vérmis cerebelar não é muito bem separado dos hemisférios, mas na face inferior do cerebelo existem dois sulcos bem evidentes. 18/05/2013 3 CEREBELO � A superfície do cerebelo possui sulcos de direção predominantemente transversal, que delimitam as folhas do cerebelo. � Existem sulcos mais profundos (fissuras do cerebelo) que delimitam os lóbulos. Constituição do Cerebelo � É constituído por um centro de substância branca (corpo medular do cerebelo), de onde irradiam lâminas brancas do cerebelo, revestidas externamente por fina camada de substância cinzenta (córtex cerebelar). 18/05/2013 4 Córtex Cerebelar � O córtex cerebelar é formado por 3 camadas: • Camada molecular • Camada de células de Purkinje • Camada granular 18/05/2013 5 Córtex Cerebelar � Camada Molecular: • É a mais externa, formada principalmente por fibras de direção paralela e contém células estreladas e células em cesto. Possuem árvore dendrítica grande e são inibitórias. • As células em cesto formam sinapses axossomáticas em torno do soma das células de Purkinje (6 a 8 células), como se fosse um cesto. Córtex Cerebelar � Camada de Células de Purkinje: • As células de Purkinje são células grandes e piriformes, com dendritos que se ramificam na camada molecular e um axônio em direção oposta, que termina nos núcleos centrais do cerebelo e tem ação inibitória. Os axônios das células de Purkinje são as únicas fibras eferentes do córtex cerebelar. Córtex Cerebelar � Camada Granular: • É constituída pelas células granulares ou grânulos do cerebelo e células de Golgi. • As células granulares são muito pequenas, possuem vários dendritos e um axônio que atravessa a camada de células de Purkinje, atingindo a camada molecular. O axônio bifurca em T e forma as fibras paralelas, fazendo milhares de sinapses com as células de Purkinje. São as únicas células excitatórias do cerebelo. Córtex Cerebelar � Camada Granular: • As células de Golgi possuem muitas ramificações, mas são menos numerosas que as granulares. Seus dendritos ramificam-se até a camada molecular, onde fazem sinapses inibitórias com as fibras paralelas, trepadeiras e musgosas. 18/05/2013 6 Células Estreladas Células em Cesto Fibras Paralelas Camada Molecular Camada de Células de Purkinje Camada Granular Células de Purkinje Fibras Trepadeiras Axônio das Células de Purkinje Oliva Inferior Núcleo Pontino Fibras Musgosas Células Granulares Células Golgi Células de Purkinje Córtex Cerebelar � As células de Golgi, em cesto, estreladas e de Purkinje são gabaérgicas. � As células granulares são glutamatérgicas. Núcleos Centrais do Cerebelo � No interior do corpo medular do cerebelo existem 4 pares de núcleos de substância cinzenta (núcleos centrais do cerebelo): denteado, emboliforme, globoso e fastigial. � Recebem sinapses inibitórias das células de Purkinje e emitem fibras eferentes. 18/05/2013 7 Corpo Medular do Cerebelo � É constituído de substância branca e formado por fibras mielínicas. • Fibras aferentes ao cerebelo: penetram através dos pedúnculos cerebelares e se dirigem ao córtex onde perdem a bainha de mielina. • Fibras formadas pelos axônios das células de Purkinje: dirigem-se aos núcleos centrais do cerebelo e ao sair do córtex tornam-se mielínicas. Divisão Anatômica do Cerebelo � Importância apenas topográfica. � Divisão do cerebelo em vérmis e hemisférios cerebelares. � Divisão do vérmis e hemisférios em lóbulos. A cada lóbulo do vérmis correspondem dois lóbulos nos hemisférios. Língula Fissura pré- central Lóbulo Central Fissura pré-culminar Cúlmen Fissura Prima Declive Fissura pós- clival Folium Fissura Horizontal 18/05/2013 8 Nódulo PirâmideÚvula Túber Fissura Pré Piramidal Fissura Pós- Piramidal Fissura Póstero- Lateral Divisão Ontogenética do Cerebelo � Divisão proposta por Larsell baseia-se na ontogênese do cerebelo, levando em consideração o surgimento das fissuras: • Primeira fissura: fissura póstero-lateral que separa o cerebelo em lobo flóculo-nodular e corpo do cerebelo. • Segundo fissura: fissura prima, que divide o cerebelo em lobo anterior e posterior. Divisão Ontogenética do Cerebelo Lobo flóculo-nodular Corpo do cerebelo Lobo anterior Lobo posterior 18/05/2013 9 Divisão Filogenética do Cerebelo � Divisão do cerebelo em 3 fases na filogênese: • Arquicerebelo ou cerebelo vestibular: recebe impulsos do aparelho vestibular e permitem o cerebelo coordenar a atividade motora para manter o equilíbrio. • Paleocerebelo ou cerebelo espinhal: recebe impulsos de proprioceptores e permitem a regulação do tônus muscular e da postura. Divisão Filogenética do Cerebelo • Neocerebelo ou cerebelo cortical: estabelece conexões recíprocas com o córtex cerebral, sendo importante para o controle dos movimentos finos. 18/05/2013 10 Organização Transversal � Divisão do cerebelo de acordo com o surgimento das fissuras. A fissura póstero- lateral separa o cerebelo em lobo flóculo- nodular e corpo do cerebelo. E a fissura primária separa o corpo do cerebelo em lobo anterior (língula, lóbulo central e cúlmen) e lobo posterior (declive, folium, tuber, pirâmide e úvula). 18/05/2013 11 Organização Longitudinal � O cerebelo é dividido em uma zona medial (vérmis), zona intermediária e zona lateral. Os axônios das células de Purkinje da zona medial são projetados para o núcleo fastigial. Na zona intermediária para os núcleos globoso e emboliforme e na zona lateral para o núcleo denteado. ANATOMICA transversal ANATÔMICA longitudinal FILOGENETICA FUNCIONAL Lobo anterior Zona medial + Intermedia Paleocerebelo Espinocerebelo Lobo posterior Zona lateral Neocerebelo Cerebrocerebelo Lobo flóculo-nodular Flóculo-nodulo Arquicerebelo Vestibulocerebelo CLASSIFICAÇÃO DO CEREBELO N. denteado N. interpósito N. Fastigial Três eferências cerebelares (Zona medial) Zona lateral Zona intermédia Conexões Aferentes e Eferentes � As conexões aferentes do cerebelo seguem a organização transversal e as conexões eferentes deixam o cerebelo seguindo a organização longitudinal. Conexões Aferentes do Cerebelo � As fibras que penetram no cerebelo se dirigem para o córtex e são de dois tipos: • Fibras musgosas: provenientes de diferentes áreas. • Fibras trepadeiras: provenientes do complexo olivar inferior. 18/05/2013 12 Conexões Aferentes do Cerebelo � Fibras trepadeiras: • Fibras provenientes do complexo olivar inferior: tracto olivo-cerebelar. � Fibras musgosas: • Fibras de origem vestibular:fascículo vestíbulo- cerebelar. • Fibras de origem espinhal: tractos espino-cerebelar anterior e posterior. • Fibras de origem pontina: fibras ponto-cerebelares. Conexões Aferentes do Cerebelo � Fibras musgosas: ao penetrarem no cerebelo emitem ramos colaterais que fazem sinapses excitatórias com os neurônios dos núcleos centrais. Depois atingem a camada granular, onde se ramificam, terminando em sinapses excitatórias axodendríticas com muitas células granulares, que através das fibras paralelas se ligam às células de Purkinje. Núcleos profundos específicos Diferentes origens Originam no complexo olivar inferior Sinapses axodendríticas excitatórias Conexões Aferentes do Cerebelo � Fibras trepadeiras: recebem esse nome por se enrolarem nos dendritos das células de Purkinje, sobre as quais exercem ação excitatória. Originam do complexo olivar inferior. 18/05/2013 13 Conexões Eferentes do Cerebelo � Zona medial: • Fastígio-vestibular → vestíbulo-espinhal. • Fastígio-reticular → retículo-espinhal. � Zona intermédia: • Via interpósito-rubro-espinhal → rubro-espinhal. • Via interpósito-tálamo-cortical → córtico-espinhal. � Zona lateral: • Via dento-tálamo-cortical → córtico-espinhal. Circulação Cerebelar � É proveniente do sistema vértebro-basilar: • Artéria cerebelar póstero-inferior • Artéria cerebelar ântero-inferior • Artéria cerebelar superior 18/05/2013 14 A. Carótida Interna A. Basilar Artéria Vertebral A. Cerebral Posterior A. Cerebelar Superior A. Cerebelar Inferior Anterior A. do Labirinto A. Espinhal Anterior A. Cerebelar Inferior Posterior A.Meningea Média A. Comunicante Posterior Aspectos Funcionais do Cerebelo � Manutenção do equilíbrio e postura. � Controle do tônus muscular. � Controle dos movimentos voluntários: planejamento do movimento (via córtico- ponto-cerebelar → dento-tálamo-cortical) e correção do movimento (tractos espino- cerebelar anterior e posterior → via interpósito-tálamo-cortical). � Aprendizagem motora. Síndromes Cerebelares � Síndrome do arquicerebelo: ocorre comprometimento do equilíbrio, sem alteração do tônus e da coordenação motora. � Síndrome do paleocerebelo: comum no alcoolismo crônico, causando déficit de equilíbrio e ataxia de MMII. � Síndrome do neocerebelo: ataxia importante.
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