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Curso de Ressonância Magnética Módulo 1

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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Ressonância Magnética 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Ressonância Magnética 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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3 
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SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
INTRODUÇÃO 
HISTÓRICO 
BIOSSEGURANÇA 
BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS 
Efeitos Térmicos 
Indução Elétrica e Efeitos Cardíacos 
Efeitos Neurológicos 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRIOGÊNIO 
Considerações Elétricas em um Resfriamento (Quench) 
BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS DE GRADIENTE 
BIOEFEITOS DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DE RF 
Imagens de Rm e Exposição à Radiação de Rf 
Órgãos Termossensíveis 
Radiação de Rf “Pontos Quentes” 
ORIENTAÇÕES DA FDA NORTE-AMERICANA PARA APARELHOS DE RM 
IMAGENS DE RM E RUÍDO ACÚSTICO 
INVESTIGAÇÕES DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS IMAGENS DE RM 
Implantes e Dispositivos Ativados Elétrica, Magnética ou Mecanicamente 
Paciente com Implantes e Corpos Estranhos Metálicos 
Imagens de Rm durante a Gravidez 
Claustrofobia, Ansiedade e Distúrbios de Pânico 
Monitorização de Parâmetros Fisiológicos durante Imagens de Rm 
Técnicas para Monitorização de Parâmetros Fisiológicos 
Preparação do Paciente 
 
 
 
 
 
 
4 
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MÓDULO II 
Componentes de um Sistema de Ressônancia Magnética 
1- Magneto Principal 
A) Magnetos Permanentes 
B) Eletromagnetos Solenóides 
B.1 Magnetos de resistência 
B.2 Magneto supercondutor 
2- Bobinas Homogenizadoras “Shim Coils 
3- Bobinas de Gradiente “Gradiente Coils” 
4- Bobinas de Radiofreqüência 
Bobinas de volume ou transceptoras 
Bobinas de arranjo em fase ou PHASE ARRAY Bobinas de superfície 
Relação de outras bobinas utilizadas 
5-Sistema de Computador e Processamento de Imagem 
Introdução àFísica e Química da Ressonância Magnética 
Precessão 
A Ressonância 
Excitação 
O Sinal da Ressonância Magnética 
Decaimento Livre da Indução (D.L.I.) 
Fatores que Influenciam as Imagens em RM 
Fatores Intrínsecos 
Densidade de Prótons 
Tempo de Relaxamento T2 
Tempo de Relaxamento T1 
Magnetização No Voxel 
Susceptibilidade Magnética 
Efeitos de Fluxo 
 
 
 
 
 
5 
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MÓDULO III 
FATORES EXTRÍNSECOS 
Tempo de Repetição (TR) 
Tempo de Eco (TE) 
Flip Angle (Ângulo de Excitação) 
Formação de Imagens 
Seleção de Cortes 
Codificação de Fase 
Matriz 
Campo de Visão (Fov- Field Of View) 
Rfov- Fov Retangular 
Espessuras de Cortes 
Nsa Ou Nex (Número de Medidas) 
Intensidade do Campo Magnético (B0) 
Bobinas de Recepção 
Homogeneidade do Campo Magnético 
ARTEFATOS E AS TÉCNICAS PARA SUA REDUÇÃO 
SEQÜÊNCIAS DE PULSO 
Spin-Eco 
Fast Spin-Cho 
Seqüência Turbo-Spin-Eco-Trem De Eco 
Stir (Short Ti Inversion- Recovery) 
Flair 
Spir (Spectral Presaturation With Inversion Rcovery) 
Seqüência Eco e Gradiente ou Fast Fild Echo (Ffe) 
Eco-Planar 
 
Grase (Gradiente And Spin-Echo) 
ANGIOGRAFIA POR RM 
TÉCNICAS ESPECIAIS 
 
 
 
 
 
6 
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Colangiopancreatografia por Rm 
Rm Funcional: Ativação Cerebral, Perfusão e Difusão 
Angioressonância 
Ressonância Magnética do Coração 
Espectroscopia 
Uroressonância 
Mamografia Por Rm 
Outros Avanços 
 
MÓDULO IV 
PLANEJAMENTO, SEQUÊNCIAS E SEUS PRINCÍPIOS BÁSICOS EM RM 
1. CABEÇA E PESCOÇO 
I- ENCÉFALO 
II- FACE E PESCOÇO 
III- OUVIDO 
IV- ÓRBITA 
V- HIPÓFISE 
VI- ATM 
2. COLUNA VERTEBRAL 
3 COLUNA LOMBAR 
SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO 
MAMA 
ABDOME 
PELVE 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
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INTRODUÇÃO 
 
Os fundamentos da ressonância magnética (RM) aplicada à medicina são 
basicamente explicados através da física clássica e da física quântica. 
Para os profissionais da área da saúde, a navegação por este universo 
complexo é muito difícil, pois na prática clínica e cirúrgica apenas os apaixonados 
por estes temas poderiam desenvolver esta especial aptidão. 
O objetivo do presente trabalho é oferecer apenas, através dos conceitos 
básicos expostos de maneira bem simples, informações para aqueles que, de uma 
maneira ou de outra, necessitem alcançar um nível de entendimento adequado para 
uma avaliação das imagens obtidas através deste meio diagnóstico. 
 
 
HISTÓRICO 
 
As primeiras publicações a respeito do fenômeno da ressonância magnética 
(RM) foram feitas por dois grupos de cientistas americanos independentes: Felix 
Bloch e colaboradores, da Universidade de Stanford, e Edward Purcell e 
colaboradores, da Universidade de Harvard. Em 1952, ambos ganharam o Prêmio 
Nobel de Física por esta descoberta que basicamente reside no fato de que núcleos 
precessando em uma faixa fina de radiofreqüência podem emitir um sinal capaz de 
ser detectado por um receptor de rádio. 
O valor de tal descoberta foi notado alguns anos mais tarde quando foi 
demonstrado que a freqüência precisa, com a qual ocorre a RM, é uma função do 
meio químico específico, no qual o núcleo reside (chemical shift). Durante os anos 
50 e 60, a RM foi utilizada como um método analítico por Químicos e Físicos, para 
determinação das estruturas químicas, configuração atômica e processos de reação. 
A primeira aplicação biológica foi proposta por Jasper Johns que obteve 
sinais de animais vivos somente em 1967. Entretanto, foi Paul Lanterbur, em 1973, 
quem modificou os espectrômetros para fornecer sinais espaciais codificados 
 
 
 
 
 
8 
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através da variação linear do campo magnético e obtiveram as primeiras imagens de 
um objeto não homogêneo, dois tubos de água, as primeiras demonstrações de 
imagens por RM. A partir daí, a evolução da RM aplicada à medicina foi rápida. 
As primeiras imagens humanas foram descritas por Sir Peter Mansfield em 
1976, focalizando-se mais nas mãos e no tórax e, posteriormente, em 1977, na 
cabeça e no abdômen. Em 1983, depois de contínuas melhorias no software e 
hardware, os aparelhos de RM de corpo inteiro apresentavam um sistema capaz de 
realizar exames, com imagens de ótima resolução espacial, em poucosminutos. 
As imagens na medicina podem ser produzidas por diferentes fontes que 
interagem no tecido humano. O tecido biológico em geral é opaco à radiação de 
comprimento de onda intermediário, como ultravioleta, infravermelho e a de 
microondas (freqüências inferiores a 150 Mhz). 
Entretanto, o corpo humano é relativamente transparente às radiações de 
comprimento de onda curto (por ex. raios-X), que interagem com os elétrons e às 
de comprimento de onda longo (ondas de rádio), que interagem com os núcleos. As 
técnicas radiográficas (raios x convencionais e tomografia computadorizada) 
produzem imagens resultantes da atenuação dos fótons dos raios-X pelo tecido 
corporal. As variações de contraste, nestes casos, se baseiam na variação das 
densidades de cada tecido que está sendo examinado. Imagens podem também ser 
produzidas por ultra-som, onde a clareza do sinal é o resultado da quantidade 
relativa de sinais refletidos. 
O ultra-som não utiliza a radiação ionizante contida no raios-X e na 
tomografia computadorizada (TC), porém oferece resolução espacial bastante 
inferior. Além disso, o ultra-som é limitado pela presença de uma janela acústica, 
entre a superfície externa e a região de interesse. 
As imagens por RM, contudo, são obtidas de modo não invasivo, têm 
extraordinária resolução espacial, não empregam radiação ionizante e se baseiam 
na resposta específica do próton de hidrogênio, de absorver e refletir energia contida 
em ondas eletromagnéticas. Desta forma, em função da abundância de prótons de 
hidrogênio no corpo humano, as imagens, em última instância, representam um 
mapeamento da distribuição dos mesmos, nos diferentes tecidos examinados, num 
 
 
 
 
 
9 
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determinado tempo. Além disso, a RM é o único método de imagem que permite a 
obtenção dos três planos ortogonais (sagitais, coronais e axiais), sem 
reposicionamento do paciente. 
Em resumo, num exame de RM: 
A. O paciente é colocado em um grande magneto, o que provoca a 
polarização dos seus prótons de hidrogênio, que se alinham em um determinado 
eixo (paralelo ou antiparalelo), pois os prótons de hidrogênio funcionam na natureza 
como minúsculos ímãs. 
B. Os prótons de hidrogênio executam ainda um movimento em torno do seu 
eixo longitudinal e outro circular, simultaneamente, como se imitassem um pião. Este 
fenômeno chama-se precessão e tem uma freqüência própria para cada campo 
magnético específico e depende da intensidade do campo magnético (por isso que, 
quanto maior a potência do magneto, melhor a qualidade da imagem e mais rápido o 
exame). 
C. O alinhamento dos prótons rompe-se com a aplicação de pulsos de 
radiofreqüência aplicados ao paciente, fazendo com que os prótons de hidrogênio 
precessem em sincronia, em fase. Isto cria um novo vetor magnético. 
D. Quando o pulso de radiofreqüência é subitamente desligado, os prótons 
de hidrogênio voltam à sua posição normal e se realinham; nessa circunstância eles 
emitem um sinal que é captado por uma bobina localizada ao redor da área a ser 
examinada (por exemplo, bobina de crânio, de coluna, de joelho, de mama, da ATM, 
etc.). 
E. O sinal emitido e captado pela bobina é utilizado pelo computador que, 
através de complexos princípios matemáticos, transforma-o em imagens. 
No modulo II, passamos a explicar de forma mais sucinta alguns fenômenos 
físicos e químicos, para melhor entendimento do mecanismo de obtenção de 
imagens do corpo humano, através da ressonância magnética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOSSEGURANÇA 
 
Durante a realização de estudo por ressonância magnética (RM), o paciente 
é exposto a três formas diferentes de radiação eletromagnética: campo magnético 
estático, campos magnéticos de gradiente e campos eletromagnéticos de 
radiofreqüência (RF). 
Todos podem causar bioefeitos significativos se aplicados em níveis de 
exposição suficientemente altos. Inúmeras investigações foram realizadas para 
identificar possíveis bioefeitos adversos do estudo por RM. Embora nenhum tenha 
identificado a presença de quaisquer riscos significativos ou inesperados, os dados 
não são suficientemente amplos para se supor segurança absoluta, além dos 
bioefeitos relacionados à exposição aos campos eletromagnéticos, usados para 
estudo de RM. Portanto, esta discussão dos bioefeitos de campos estáticos, de 
gradientes e eletromagnéticos de RF é suplementada por uma visão geral de outras 
10 
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11 
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considerações de segurança e aspectos de tratamento do paciente, relacionados a 
esta técnica de estudo. 
 
 
BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS 
 
Há poucos dados acerca dos efeitos de campos magnéticos estáticos de alta 
intensidade em seres humanos. Algumas das investigações originais em seres 
humanos expostos a campos magnéticos estáticos foram realizadas por Vyalov, que 
estudou trabalhadores envolvidos na indústria de magnetos permanentes. 
Expostos a campos magnéticos estáticos que variam de 0,0015 a 0,35 T, 
relataram sintomas de cefaléia, dor torácica, fadiga, vertigem, perda de apetite, 
insônia, prurido e outros incômodos inespecíficos. A exposição ocupacional a outras 
condições ambientais potencialmente perigosas (como temperatura ambiente 
elevada, poeira metálica no ar ou substância química), pode ter sido parcialmente 
responsável pelos sintomas descritos nos indivíduos estudados. Como esta 
investigação não tinha um grupo de controle apropriado, é difícil determinar se 
houve uma correlação ao campo magnético estático e às anormalidades descritas. 
Estudos subseqüentes realizados com maior rigor científico não comprovaram 
muitos dos achados mencionados. 
 
 
Efeitos Térmicos 
 
Há declarações conflitantes na literatura acerca do efeito de campos 
magnéticos estáticos sobre as temperaturas: corporal e cutânea de mamíferos. 
Alguns relatos indicam que os campos magnéticos estáticos aumentam ou 
aumentam e diminuem a temperatura tecidual, dependendo da orientação do 
organismo no campo magnético estático. Outros artigos afirmam que os campos 
magnéticos estáticos não têm efeito sobre as temperaturas cutâneas e corporais de 
mamíferos. 
 
 
 
 
 
12 
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Nenhum dos pesquisadores que identificou efeitos do campo magnético 
estático sobre as temperaturas propôs um mecanismo plausível para esta resposta, 
nem este trabalho foi comprovado. 
Além disso, estudos que relatam alterações da temperatura cutânea ou 
corporal, induzidas por campo magnético estático, usaram animais de laboratório 
que têm temperaturas lábeis ou instrumentos que podem ter sido afetados pelos 
campos magnéticos estáticos. Uma investigação em seres humanos indicou que a 
exposição a um campo magnético de 1,5T não altera a temperatura cutânea e 
corporal. Este estudo foi realizado utilizando um sistema de termômetro flurópico 
especial, que demonstrou não ser perturbado por campos magnéticos estáticos de 
alta intensidade. Portanto, acredita-se que a temperatura cutânea e corporal de 
seres humanos não sejam afetadas por exposição a campo magnéticos estáticos de 
até 1,5T. 
 
Indução Elétricae Efeitos Cardíacos 
 
Biopotenciais induzidos, algumas vezes durante exposição a campos 
magnéticos estáticos, são causados por sangue, um líquido condutor, fluindo através 
de um campo magnético. O biopotencial induzido é exibido como ampliação da 
amplitude da onda T e também por outras alterações da onda, inespecíficas, 
aparentes ao eletrocardiograma, que foram observadas em intensidades de campo 
magnético estático de apenas 0,1T. O aumento da amplitude da onda T está 
diretamente relacionado à intensidade do campo magnético. Em outras palavras, em 
baixas intensidades do campo magnético, os efeitos não são tão predominantes 
quanto aquele de maiores intensidades do campo. Acredita-se que o efeito mais 
acentuado sobre a onda T seja causado quando o sangue flui através do arco 
aórtico torácico. Esta mudança da amplitude da onda T pode ser suficientemente 
significativa para deflagrar falsamente a excitação de RF durante um exame de RM 
com sincronização cardíaca. Outras partes do eletrocardiograma também podem ser 
alteradas pelo campo magnético estático e isso varia com o posicionamento dos 
eletrodos de registro. Para facilitar estudos de controle cardíaco, podem ser usadas 
 
 
 
 
 
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posições alternativas das derivações, para atenuar as alterações eletrocardiográficas 
induzidas pelo campo magnético. Após cessar a exposição ao campo, estas 
anormalidades de voltagem eletrocardiográficas voltam ao normal. 
Como não há alterações circulatórias que pareçam coincidir com estas 
alterações eletrocardiográficas, não se acredita que haja riscos biológicos 
associados ao efeito magneto-hidrodinâmico que ocorre em conjunto com 
intensidades do campo magnético estático de até 2,0T. 
 
Efeitos Neurológicos 
 
Teoricamente, a condução do impulso no tecido nervoso pode ser afetada 
por exposição a campos magnéticos estáticos. Entretanto, esta área na literatura 
sobre o bioefeitos contém informações contraditórias. Alguns estudos relatam efeitos 
significativos sobre função e a estrutura daquelas partes do sistema nervoso central 
que foram associadas à exposição a campos magnéticos estáticos, enquanto outros 
não mostraram quaisquer alterações significativas. São necessárias outras 
investigações de possíveis bioefeitos indesejados, devido à ausência relativa de 
estudos clínicos neste campo que sejam diretamente aplicáveis ao estudo por RM. 
Atualmente, a exposição a campos magnéticos estáticos de até 2,0T não parece 
afetar significativamente as propriedades bioelétricas dos neurônios, em seres 
humanos. 
Em resumo, não há evidências conclusivas de efeitos biológicos irreversíveis 
ou perigosos relacionados a exposições agudas em curto prazo, de seres humanos 
a campos magnéticos estáticos de intensidades até 2,0T. Em 1996, havia vários 
sistemas de RM para todo o corpo de 3,0 e 4,0T, operando em vários locais de 
pesquisa em todo o mundo. Um estudo preliminar indicou que trabalhadores e 
voluntários expostos a um sistema de RM de 4,0T haviam apresentado vertigem, 
náuseas, cefaléias, gosto metálico na boca e magnetofosfenos. Portanto, é 
necessária considerável pesquisa para estudar os mecanismos responsáveis por 
estes bioefeitos e para determinar possíveis meios, se houver, para neutralizá-los. 
 
 
 
 
 
 
14 
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRIOGÊNIO 
 
Todos os sistemas de RM supercondutores em uso clínico atualmente 
empregam hélio líquido. O hélio líquido, que mantém as bobinas do magneto em seu 
estado supercondutor, atingirá o estado gasoso (“Ebulição") a aproximadamente - 
268,93°C (4,22 K). Se a temperatura no interior do criostato aumentar subitamente, 
o hélio entra em estado gasoso. Nesta situação, o aumento acentuado de volume do 
criogênio gasoso versus líquido (com razões de volume gás-líquido de 760:1 para 
hélio e 695:1 para nitrogênio) aumentará dramaticamente a pressão no criostato. 
Uma valva "pop-off" de carbono pressuro-sensível cederá, provocando 
alguma saída de hélio gasoso do criostato. Em situações normais, este gás deve ser 
removido da sala de exame para a atmosfera externa. Entretanto, é possível que 
durante esta remoção, algum gás hélio seja acidentalmente liberado para a 
atmosfera ambiente da sala de exame. 
O hélio na forma gasosa é muito mais leve que o ar. Se houver liberação 
inadvertida de gás hélio na sala de exame, as dimensões da sala, sua capacidade 
de ventilação e a capacidade de ventilação e a quantidade total de gás liberado 
determinarão se o gás hélio chegará ao paciente ou ao profissional, que estão na 
parte inferior da sala. O vapor de hélio parece vapor d'água, sendo inodoro e 
insípido, mas pode ser extremamente frio. É possível haver asfixia e geladura se 
uma pessoa for exposta ao vapor de hélio por um longo período. Em um 
resfriamento do sistema, uma quantidade considerável de gás hélio pode ser 
liberada para a sala de exame. A diferença de pressão resultante poderia causar 
secundariamente dificuldade em abrir a porta da sala. Neste caso, a primeira 
resposta deve ser evacuar a área até que o vapor de hélio agressor seja 
adequadamente removido do ambiente da sala de exame e seguramente 
redirecionado para um ambiente externo distante de pacientes, pedestres e 
materiais termossensíveis. 
Com o melhor design e isolamento do criostato, muitos dos novos magnetos 
supercondutores usam apenas hélio líquido. 
 
 
 
 
 
15 
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Entretanto, muitos magnetos em sistemas clínicos também usam nitrogênio 
líquido. O nitrogênio líquido no criostato age como um tampão entre o hélio líquido e 
a atmosfera externa, com ebulição a 77,3k. No caso de uma liberação acidental de 
nitrogênio líquido para a atmosfera ambiente da sala de exame, há possibilidade de 
geladura, semelhante àquela encontrada na liberação de hélio na forma gasosa. O 
nitrogênio na forma gasosa tem aproximadamente a mesma densidade que o ar, 
sendo certamente muito menos flutuante que o gás hélio. No caso de uma 
passagem inadvertida de gás nitrogênio para a sala de exame, o gás poderia 
facilmente ficar próximo ao nível do solo; a quantidade de gás nitrogênio na sala 
continuaria a aumentar até a cessação do vazamento. A concentração total de gás 
nitrogênio contida na sala seria determinada com base na quantidade total de gás 
liberada para a sala, nas dimensões da sala, e na sua capacidade de ventilação (a 
existência e o tamanho de outras vias de saída como portas, janelas, dutos de 
ventilação e ventiladores). Um ambiente com nitrogênio puro é excepcionalmente 
perigoso, e geralmente ocorre inconsciência dentro de 5 a 10 segundos após a 
exposição. É imperativo que todos os pacientes e profissionais evacuem a área 
assim que se perceba a liberação de gás nitrogênio para a sala de exame, e 
ninguém deve retornar até que tenham sido tomadas medidas corretivas apropriadas 
para eliminar o gás. 
O armazenamento em "dewar" (recipientes para armazenamento de 
criogênio) deve ser realizado em área bem ventilada, porque as taxas de ebulição 
normais aumentam a concentração de gás inerte na sala de armazenamento até um 
nível perigoso ( J.E.Gray, PhD, comunicação oral, setembro de 1989). Pelo menos 
um relato de morte ocorreu em área industrial durante o carregamento de criogênio, 
embora saibamosque esta fatalidade nunca ocorreu na comunidade médica. Houve 
relato de perda súbita da consciência, inexplicada, em um tecnólogo saudável (sem 
episódios semelhantes prévios ou subseqüentes) que estava passando por uma 
área de armazenamento de criogênio onde havia múltiplos "dewars". Embora não 
haja verificação de alteração na concentração de oxigênio atmosférico ambiente 
para confirmar uma relação com os criogênios em si, a história é fortemente 
sugestiva desta relação. 
 
 
 
 
 
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Os criogênios apresentam preocupação potencial na RM clínica apesar de 
seu registro extremamente seguro de uso em seus mais de 13 anos de utilização 
clínica. O manuseio e armazenamento apropriados de criogênios, assim como o 
treinamento da resposta apropriada no caso de vazamento, devem ser enfatizados 
em cada local. Um monitor de oxigênio com alarme audível, situado em altura 
apropriada em cada sala de exame, deve ser uma medida de segurança mínima 
obrigatória em todos os locais; a ligação e a ativação automáticas de um sistema de 
ventilação da sala de exame, quando o monitor de oxigênio registrar abaixo de 18% 
ou 19%, devem ser consideradas em cada instalação do magneto. 
 
Considerações Elétricas em um Resfriamento (Quench) 
 
Além do potencial de liberação de criogênio, também há preocupação com 
as correntes que podem ser induzidas em condutores (como tecidos biológicos) 
próximos do campo magnético, que se modifica rapidamente, associado a um 
resfriamento. Em um estudo, foram realizadas monitorização fisiológica de um porco 
e monitorização do ambiente durante um resfriamento intencional a partir de 1,76T. 
Neste estudo não pareceu haver efeito significativo sobre a pressão arterial, pulso, 
temperatura e medidas eletroencefalográficas no porco, durante ou imediatamente 
após o resfriamento. Embora uma única observação não comprove a segurança 
para seres humanos expostos a um resfriamento, os dados sugerem que a 
experiência seria semelhante e que não haveria efeitos elétricos prejudiciais em 
seres humanos submetidos à experiência e exposição semelhantes. 
 
BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS DE GRADIENTE 
 
O estudo por RM expõe o corpo humano a rápidas variações de campos 
magnéticos produzidas pela aplicação transitória de gradientes de campo magnético 
durante a seqüência do estudo. Os campos magnéticos de gradiente podem induzir 
campos elétricos e correntes em meios condutores (incluindo tecido biológico) de 
acordo com a lei de indução de Faraday. O potencial de interação entre campos 
 
 
 
 
 
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magnéticos de gradiente e tecido biológico é inerentemente dependente da 
freqüência do campo fundamental. Da densidade de fluxo máxima, da densidade 
média, da presença de freqüências harmônicas, das características da onda do 
sinal, da polaridade do sinal, da distribuição da corrente no corpo e das propriedades 
elétricas e da sensibilidade da membrana celular específica. 
Para animais e seres humanos, a corrente induzida é proporcional à 
condutividade do tecido biológico e à velocidade de alteração da densidade do fluxo 
magnético. Teoricamente, as maiores densidades de corrente serão produzidas nos 
tecidos periféricos (isto é, no maior raio) e diminuirão linearmente em direção ao 
centro do corpo. A densidade da corrente será aumentada em freqüências e em 
densidades do fluxo magnético e será ainda mais acentuada por um maior raio do 
tecido com uma maior condutividade. Os trajetos atuais pelos tecidos com baixa 
condutividade (por ex., adiposo e osso) modificarão o padrão da corrente induzida. 
Os bioefeitos das correntes induzidas podem ser devidos à energia 
depositada pelas correntes induzidas (efeitos térmicos) ou a efeitos diretos da 
corrente (efeitos não-térmicos). Os efeitos térmicos devidos a gradientes conduzidos 
usados em RM são negligenciáveis e não se acredita que sejam clinicamente 
significativos. 
Os possíveis efeitos não-térmicos das correntes induzidas são estimulação 
de células nervosas ou musculares, indução de fibrilação ventricular, aumento do 
espaço do manitol encefálico, potencial epileptogênico, estimulação de sensações 
de flash visual e alteração da consolidação óssea. As correntes limiares necessárias 
para estimulação do nervo e fibrilação ventricular, são muito maiores que as 
densidades de correntes estimadas induzidas, em condições de RM clínica de rotina. 
A produção de magnetofosfenos é considerada uma das respostas 
fisiológicas mais sensíveis ao campo magnético de gradiente. Acredita-se que os 
magnetofosfenos sejam causados por estimulação elétrica da retina e sejam 
completamente reversíveis, sem efeitos associados sobre a saúde. Foram 
produzidos por densidades de corrente de aproximadamente 17µA/cm². Em 
contraste, as correntes necessárias para indução de potenciais de ação no nervo 
são de aproximadamente 3.000µA/cm², e aquelas necessárias para indução de 
 
 
 
 
 
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fibrilação ventricular no tecido cardíaco saudável são calculadas em 100 a 
1.000µA/cm². Embora não saibamos de casos descritos de magnetofosfenos para 
campos de 1,95T ou menos, os magnetofosfenos foram descritos de 4,0T ou 
próximos. Além disso, gosto metálico e sintomas de vertigem também parecem ser 
associados aos movimentos rápido dentro do campo magnético destes sistemas de 
4,0T. 
Testes em campos magnéticos de freqüência baixa, variável com o tempo, 
estão associados a múltiplos efeitos, incluindo agrupamento e alteração da 
orientação dos blastos e também o aumento da atividade mitótica de fibroblastos e 
alteração da síntese de DNA. Também foram analisados possíveis efeitos em vários 
outros organismos, incluindo os seres humanos. Embora nenhum estudo tenha 
demonstrado efeitos carcinogênicos decorrentes por períodos variáveis a campos 
magnéticos de várias potências, vários relatos sugerem que uma associação entre 
os dois ainda é possível. 
 
BIOEFEITOS DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DE RF 
 
A radiação é capaz de gerar calor em tecidos em virtude das perdas 
resistivas. Portanto, os principais bioefeitos associados à exposição à radiação de 
RF, estão relacionados às qualidades termogênicas deste campo eletromagnético. A 
exposição à radiação de RF também pode causar alterações não-térmicas, campo-
específicas em sistemas biológicos sem aumento significativo da temperatura. Isto é 
devido às declarações acerca do papel dos campos eletromagnéticos na produção 
de câncer e anormalidades do desenvolvimento e nas ramificações destes efeitos. 
Um relato da United States Environmental Protection Agency afirmou que as 
evidências existentes nesta questão são suficientes para demonstrar uma relação 
entre exposições a campos eletromagnéticos de baixo nível e o desenvolvimento de 
câncer. Até hoje, não foram realizados estudos específicos de possíveis bioefeitos 
não-térmicos das imagens de RM. Uma revisão no que se refere à RM foi publicada 
por Beers. 
 
 
 
 
 
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Ao estudar preocupações acerca da deposição de energia de RF, os 
pesquisadores tipicamente quantificaram a exposição à radiação de RF através dadeterminação da taxa de absorção específica (TAE). A TAE é a taxa normalizada 
para massa, em que a energia de RF é acoplada ao tecido biológico, sendo 
expressa em watts por quilograma. As medidas ou estimativas da TAE não são 
triviais, particularmente em seres humanos, e há vários métodos para determinar 
este parâmetro para dosimetria de energia de RF. A TAE produzida durante RM é 
uma função complexa de inúmeras variáveis, incluindo a freqüência (que, por sua 
vez, é determinada pela intensidade do campo magnético estático). O tipo de pulso 
de RF (90° ou 180°), o tempo de repetição a largura do pulso, o tipo de bobina de 
RF usada, o volume de tecido na bobina, a resistividade do tecido e a configuração 
da região anatômica estudada. O aumento real da temperatura tecidual causado por 
exposição à radiação de RF depende do sistema termorregulador do indivíduo 
(envolvendo fluxo sangüíneo cutâneo, área de superfície cutânea, taxa de suor, e 
outros fatores). 
A eficiência e o padrão de absorção da energia de RF são determinados 
principalmente pelas dimensões físicas do tecido em relação ao comprimento de 
onda incidente. Portanto, se o tecido for grande em relação ao comprimento de 
onda, a energia é predominante absorvida na superfície; se for pequeno em relação 
ao comprimento de onda, há pequena absorção da energia de RF. Devido à relação 
entre energia de RF e dimensões físicas que acabamos de descrever, os estudos 
projetados para investigar os efeitos da exposição à radiação de RF, durante RM no 
ambiente clínico, exigem volumes teciduais e formas anatômicas comparáveis às de 
seres humanos. Além disso, os animais de laboratório não imitam ou simulam 
precisamente o sistema termorregulador ou as respostas dos seres humanos. Por 
estas razões, os resultados obtidos em experiências com animais de laboratório não 
podem ser simplesmente “calculados” ou extrapolados para seres humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagens de RM e Exposição à Radiação de RF 
 
Antes da realização dos estudos por RM, havia poucos dados quantitativos 
disponíveis sobre as respostas termorreguladoras de seres humanos expostos à 
radiação de RF. Os poucos estudos existentes não se aplicavam diretamente à RM, 
porque estas investigações examinavam sensações térmicas, ou aplicações 
terapêuticas de diatermia, geralmente envolvendo apenas regiões localizadas do 
corpo. 
Foram realizados vários estudos de absorção de energia de RF durante RM, 
e estes forneceram informações úteis sobre o aquecimento de tecidos em seres 
humanos. Durante a produção de imagens de RM, o aquecimento tecidual resulta 
basicamente de indução magnética, com uma contribuição negligenciável dos 
campos elétricos, de forma que o aquecimento ôhmico é maior na superfície do 
corpo e aproxima-se de zero no centro do corpo. Cálculos e medidas preditivos 
obtidos de forma fictícia e em seres humanos expostos a estudo por RM, apóiam 
este padrão de distribuição da temperatura. 
Embora um estudo tenha relatado que a produção de imagens de RM 
produzia aumentos significativos da temperatura em órgãos internos, ele foi 
realizado em cães adultos conscientes, devido a fatores relacionados às dimensões 
físicas e sistemas termorreguladores diferentes destas duas espécies. Entretanto, 
estes dados podem ter implicações importantes para o uso de RM em pacientes 
pediátricos, porque esta população de pacientes é tipicamente sedada ou 
anestesiada para exames por RM. 
Uma investigação utilizando sondas de termometria fluróptica, que não são 
perturbadas por campos eletromagnéticos, demonstrou que seres humanos 
expostos a RM em níveis de TAE até 4,0 W/Kg (dez vezes maior que o nível 
atualmente recomendado pela United States Food and Drug Administration [FDA]). 
Não apresentam aumento estatisticamente significativos da temperatura corporal e 
apresentam elevações das temperaturas cutâneas que não parecem ser 
clinicamente perigosas. Estes resultados implicam que o nível de exposição sugerido 
de 0,4 W/Kg, para radiação de RF durante RM, é muito conservador para pessoas 
 
 
 
 
 
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com função termorreguladora normal. Entretanto, são necessários outros estudos 
para avaliar as respostas fisiológicas de pacientes com condições que podem 
comprometer a função termorreguladora, antes que estes sejam submetidos a 
procedimentos de RM que exigem altas TAEs. Estes pacientes incluem pessoas 
idosas, aquelas com condições subjacentes como febre, diabetes, doença 
cardiovascular ou obesidade e os que usam medicamentos que afetam a 
termorregulação, como bloqueadores dos canais de cálcio, bloqueadores beta-
adrenérgicos, agentes diuréticos e vasodilatadores. 
 
 
Órgãos Termossensíveis 
 
Alguns órgãos humanos que possuem capacidades reduzidas de dissipação 
do calor, como o testículo e o olho, são particularmente sensíveis a temperaturas 
elevadas. Portanto, são locais primários de possíveis efeitos prejudiciais se as 
exposições à radiação de RF durante RM forem excessivas. 
 
Testículos 
 
As investigações laboratoriais demonstraram efeitos prejudiciais sobre a 
função testicular (incluindo redução ou cessação da espermatogênese, 
comprometimento da motilidade dos espermatozóides e degeneração dos túbulos 
seminíferos), causados por aquecimento induzido por radiação de RF decorrente de 
exposições suficientes para aumentar as temperaturas teciduais escrotais ou 
testiculares até 38°C a 42°C. Em um estudo, a temperatura cutânea escrotal (que é 
um índice da temperatura intratesticular) foi medida em voluntários submetidos a 
estudo por RM em uma TAE média no corpo todo de 1,1 W/Kg. A maior alteração na 
temperatura cutânea escrotal foi 2,1°C e a maior temperatura cutânea escrotal 
registrada foi 34,2°C Estas mudanças de temperatura estavam abaixo do limiar que 
compromete a função testicular. Entretanto, o aquecimento excessivo do escroto, 
durante estudo por RM em pacientes que já são oligospérmicos, poderia exacerbar 
 
 
 
 
 
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determinados distúrbios pré-existentes associados a aumento das temperaturas 
escrotal ou testicular (doença febril aguda e varicocele, por exemplo) e levar a 
possível esterilidade temporária ou permanente. São necessários outros estudos 
para investigar estas questões, particularmente se os pacientes forem examinados 
em TAEs médias do corpo todo, maiores que aquelas previamente avaliadas. 
 
Olho 
 
A dissipação de calor do olho é um processo lento e ineficiente devido à sua 
relativa ausência de vascularização. Exposições agudas de campos próximos à 
radiação de RF, caso sejam de intensidade e duração suficientes, dos olhos ou 
cabeças de animais de laboratório, demonstraram ser cataratogênicas em virtude da 
ruptura térmica dos tecidos oculares. Entretanto, uma investigação realizada por 
Sacks e colegas, revelou que as imagens de RM, em exposições muito acima dos 
níveis de estudo clínicos típicos, não produziram efeitos discerníveis sobre os olhos 
de ratos. Entretanto, pode não ser aceitável extrapolar estes dados para seres 
humanos, considerando-se o acoplamento da radiação de RF à anatomia e volume 
tecidual dos olhos de ratos de laboratório, em comparação com os seres humanos. 
As temperaturas das córneas forammedidas em pacientes submetidos a 
estudo por RM do cérebro, utilizando uma bobina de emissão-recepção para cabeça 
TAEs locais de até 3,1 w/Kg. A maior modificação da temperatura da córnea foi de 
1,8°C e a maior temperatura média foi de 34,4°C. Como limiar da temperatura para 
cataratogênese induzida por radiação de RF em modelos de animais, foi 
demonstrado entre 41°C e 55°C para exposições agudas; em campo próximo, não 
parece que a RM utilizando uma bobina para cabeça tenha o potencial de causar 
lesão térmica do tecido ocular. O efeito da RM em maiores TAEs e os efeitos em 
longo prazo da RM sobre os tecidos oculares ainda não foi determinado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Radiação de RF “Pontos Quentes” 
Teoricamente, “pontos quentes” da radiação de RF causados por uma 
distribuição desigual da energia de RF podem surgir, sempre que forem produzidas 
concentrações de corrente associadas a padrões condutivos restritivos. Alguns 
sugeriram que os pontos quentes da RF podem gerar pontos quentes térmicos em 
determinadas condições, durante imagens de RM. Como a radiação de RF é 
absorvida principalmente pelos tecidos periféricos, foi usada termografia para 
estudar o padrão de aquecimento associado às imagens de RM em TAEs de corpo 
todo. Este estudo demonstrou evidência de pontos quentes térmicos na superfície 
relacionados à RM em seres humanos. O sistema termorregulador aparentemente 
responde ao estímulo do calor, distribuindo a carga térmica, produzindo um efeito de 
“espalhamento” das temperaturas superficiais. Todavia, há uma possibilidade de que 
possam surgir pontos quentes térmicos internos nas imagens de RM. 
 
ORIENTAÇÕES DA FDA NORTE-AMERICANA PARA APARELHOS DE RM 
 
Teoricamente, “pontos quentes” da radiação de RF causados por RM 
foram reclassificados de classe III, na qual é exigida aprovação pré-comercialização, 
para classe II, que é regulada por padrões de desempenho, desde que os aparelhos 
estejam dentro dos limites definidos descritos adiante. Após esta reclassificação, os 
novos aparelhos só tinham que demonstrar ser “substancialmente equivalentes” a 
qualquer aparelho classe II trazido ao mercado, utilizando o processo de notificação 
pré-comercialização (510[K]) ou a qualquer dos dispositivos descritos pelos 13 
fabricantes de sistemas de RM que haviam solicitado reclassificação à FDA. 
Foram identificadas quatro áreas relativas ao uso de sistemas de RM para 
as quais a FDA divulgou orientações de segurança. Incluem o campo magnético 
estático, os campos magnéticos de gradiente, a potência de RF do exame e as 
considerações acústicas. As orientações a seguir são extraídas do “Safety 
Parameter Action Levels” da FDA: 
Campo magnético estático: Intensidades do campo magnético estático que 
 
 
 
 
 
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não ultrapassem 2,0T estão abaixo do nível de preocupação para o campo 
magnético estático. Caso a intensidade do campo magnético estático ultrapasse 
2,0T, o fabricante deve fornecer outras exigências de segurança. 
 
Campo magnético de gradiente: Limitar a exposição do paciente a campos 
magnéticos variáveis no tempo com intensidades menores que aquelas necessárias 
para produzir estimulação do nervo periférico ou outros efeitos. Há três alternativas: 
¾ Demonstrar que a taxa máxima de modificação do campo magnético 
(dB/dt) do sistema é de 6T/s ou menos. 
¾ Demonstrar que para gradientes axiais, dB/dt < 20T/s para µs ≤ 120 
ms, dB/dt < (2.400/p) T/s para 12 ms < µs < 120 ps, ou dB /dt < 200T/s para µs ≤ 12 
ps, onde µs é igual à largura (em frações de segundo) de um pulso retangular ou à 
metade do período de um pulso dB/dt sinusoidal. Para gradientes transversais, dB/dt 
é considerado abaixo do nível de preocupação quando é menor que o triplo dos 
limites acima gradientes axiais. 
¾ Demonstrar com evidências científicas válidas que o dB/dt para o 
sistema não é suficiente para causar estimulação nervosa periférica com uma 
margem adequada de segurança (no mínimo um fator de três). 
O parâmetro dB/dt deve ser menor que um dos dois níveis de preocupação 
por apresentação de medida científica válida ou evidência quantitativa suficiente 
para demonstrar que o dB/dt não causa preocupação. 
 
Deposição da energia de RF: Opções para controlar o risco de sobrecarga térmica 
sistêmica e lesão térmica local causada por absorção da energia de RF como a 
seguir: 
¾ Se a TAE for de 0,4 W/Kg ou menos para todo o corpo e o pico 
espacial for de 8,0 W/Kg ou menos em qualquer 1g de tecido, e se a TAE for de 3,2 
W/Kg ou menos em média sobre a cabeça, então está abaixo do nível de 
preocupação. 
¾ Se a exposição a campos magnéticos de RF for insuficiente para 
produzir um aumento da temperatura central de 1°C e aquecimento localizado não 
 
 
 
 
 
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superior a 38°C na cabeça, 39°C no tronco e 40°C nos membros, então é 
considerada abaixo do nível de preocupação. 
O parâmetro de aquecimento de RF deve estar abaixo dos dois níveis de 
preocupação por apresentação de medida científica válida ou evidência de cálculo 
suficiente para demonstrar que os efeitos do aquecimento de RF não preocupam. 
 
Níveis de ruído acústico: Os níveis de ruído acústico associados ao aparelho 
devem ser mostrados abaixo do nível de preocupação estabelecido por 
regulamentação federal pertinente ou outras organizações reconhecidas de 
estabelecimento de padrões. 
Se o ruído acústico não estiver abaixo do nível de preocupação, o fabricante 
deve recomendar medidas para reduzir ou avaliar o ruído ao qual o paciente é 
exposto. 
 
IMAGENS DE RM E RUÍDO ACÚSTICO 
 
O ruído acústico produzido durante o exame por RM representa um possível 
risco para os pacientes. O ruído acústico está associado à ativação e desativação da 
corrente elétrica que induz vibrações das bobinas de gradiente. Este som repetitivo é 
realçado por ciclos de funcionamento de maior gradiente e transições de pulso mais 
agudas. Assim, o ruído acústico tende a aumentar com diminuições nas espessuras 
do corte, diminuição dos campos de visão, tempos de repetição e tempo de eco. 
Os níveis de ruído relacionados ao campo magnético de gradiente medido 
em vários “scanners” de RM comerciais estão na faixa de 65 a 95 dB, que é 
considerado dentro das orientações de segurança recomendadas pela FDA. 
Entretanto, houve relatos de que o ruído acústico gerado durante produção de 
imagens de RM causou perturbação do paciente, interferência com a comunicação 
verbal e perda auditiva reversível, em pacientes que não usaram proteção auricular. 
Um estudo de pacientes submetidos a exame por RM sem tampões de ouvido 
resultou em perda auditiva temporária em 43% dos indivíduos. Além disso, é 
possível que o ruído significativo induzido pela bobina de gradiente cause 
 
 
 
 
 
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comprometimento auditivo permanente em pacientes particularmente susceptíveis 
aos efeitos prejudiciais de ruídos relativamente altos. 
A forma mais segura e menos dispendiosa de evitar problemas associados a 
ruído acústico durante RM clínica é incentivar o uso rotineiro de tampões de ouvido 
descartáveis. Foi demonstradoque o uso de proteção auditiva evita com sucesso 
qualquer perda auditiva temporária que possa estar associada a exames de RM 
clínicos. Fones de ouvido compatíveis com RM que abafam significativamente o 
ruído acústico também estão à venda. 
Outra estratégia aceitável para reduzir os níveis de som durante estudo por 
RM é usar uma técnica de interferência “anti-ruído” ou destrutiva que não apenas 
reduza efetivamente o ruído, mas também permita melhor comunicação entre o 
paciente e a equipe. Esta técnica requer uma análise Fourier em tempo real de ruído 
emitido do sistema de RM. É produzido, então, um sinal que possui as mesmas 
características físicas, mas em fases opostas do som gerado pelo sistema de RM. 
Os dois sinais em fases opostas são então combinados, resultando em 
cancelamento do ruído repetitivo enquanto se permite a transmissão de outros sons 
como música e voz para o paciente. Uma investigação recente não demonstrou 
degradação significativa da qualidade da imagem quando as imagens de RM são 
produzidas com sistemas que usam este método anti-ruído. Embora ainda não tenha 
encontrado aplicação clínica difusa, esta técnica tem considerável potencial de 
minimizar o ruído acústico e seus problemas associados. 
 
INVESTIGAÇÕES DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS IMAGENS DE RM 
 
As investigações realizadas especificamente para estudar os possíveis 
bioefeitos das imagens de RM, demonstraram que foi predominante o negativo, 
sustentando a visão ampla de que não há riscos significativos à saúde, associados 
ao uso desta modalidade de imagem. As experiências que fornecem resultados 
positivos identificaram possíveis respostas biológicas inespecíficas, determinaram 
alterações prejudiciais ou encontraram bioefeitos que exigem comprovação 
adicional. 
 
 
 
 
 
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Nestes estudos, os aspectos dosimétricos da exposição a campos 
eletromagnéticos estáticos, de gradiente ou de RF, variaram e incluíram alguns que 
ultrapassaram as exposições clínicas, simularam-nas ou envolveram exposições 
crônicas de baixo nível. 
Em alguns casos, foram avaliados os efeitos de apenas um dos campos 
eletromagnéticos usados para RM. Teoricamente, a combinação de campos 
eletromagnéticos estáticos, de gradiente e de RF, pode produzir alguns bioefeitos 
incomuns ou imprevisíveis peculiares das imagens de RM. 
Freqüentemente há efeitos “janela” em relação às alterações biológicas que 
ocorrem em resposta à radiação eletromagnética. 
Os efeitos janela são alterações biológicas associadas a um espectro 
específico de radiação eletromagnética que não são observadas em níveis abaixo 
ou acima daquela faixa. Foram descritas janelas de intensidade do campo e de 
freqüência. 
Praticamente todas as experiências realizadas até hoje, sobre efeitos 
biológicos da RM, foram realizadas em janelas específicas e não se pode supor que 
os resultados sejam aplicados a todas as várias intensidades ou freqüências de 
campo utilizadas nas imagens de RM clínica. 
Vários sistemas biológicos também foram usados para esta experiência. 
Como mencionado anteriormente, eletromagnética aos tecidos biológicos é 
altamente dependente do tamanho do organismo ou do indivíduo, de fatores 
anatômicos, da duração da exposição, da sensibilidade dos tecidos envolvidos e de 
outras variáveis; estudos realizados em preparações laboratoriais não podem ser 
extrapolados ou diretamente aplicáveis a seres humanos nem ao uso clínico de RM. 
Portanto, é aconselhável uma conduta cuidadosa para interpretação dos resultados 
destes estudos. 
 
IMPLANTES E DISPOSITIVOS ATIVADO ELÉTRICA, MAGNÉTICA OU 
MECANICAMENTE 
 
A FDA exige colocação de etiquetas em sistemas de RM para indicar que o 
 
 
 
 
 
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aparelho é contra-indicado em pacientes com implantes ativados elétrica, magnética 
ou mecanicamente, porque os campos eletromagnéticos produzidos pelo sistema de 
RM podem interferir com a operação destes dispositivos. Portanto, pacientes com 
marcapassos cardíacos internos, desfibriladores cardíacos implantáveis, implantes 
cocleares, neuroestimuladores, estimuladores do crescimento ósseo, bombas de 
infusão de drogas eletrônicas implantáveis e outros aparelhos semelhantes 
poderiam ser afetados adversamente pelos campos eletromagnéticos usados nos 
exames de RM. Entretanto, o teste ex vivo de alguns destes implantes e dispositivos 
pode indicar que estes são, na verdade, compatíveis com a RM. 
Os riscos associados ao exame de pacientes com marcapassos cardíacos 
estão relacionados à possibilidade de movimento, fechamentos ou danos dos 
dispositivos de leitura, modificações do programa, inibição, reversão para um modo 
de operação assicrônico, interferência eletromagnética e corrente induzida nas 
derivações. Houve relatos de um paciente com marcapasso que foi examinado por 
RM sem incidente e de outro, que não era marcapasso-dependente, submetido a 
imagens de RM, que teve seu marcapasso desabilitado durante o procedimento. 
Embora o procedimento tenha sido realizado sem desconforto aparente para o 
paciente nem danos para o marcapasso, não é aconselhável realizar este tipo de 
manobra em paciente com marcapassos, rotineiramente, devido aos possíveis riscos 
mencionados acima. Houve uma morte relacionada à RM de um paciente com 
marcapasso. 
De particular preocupação é a possibilidade de que a derivação do 
marcapasso ou outra configuração de fio intracardíaca semelhante agisse como uma 
antena na qual os campos eletromagnéticos de gradiente ou de RF pudessem 
induzir corrente suficiente para causar fibrilização, queimadura ou outros eventos 
perigosos. Devido a este efeito teoricamente prejudicial e imprevisto, pacientes com 
fios de marcapasso externo residuais, fios de marcapasso temporário, cateteres de 
termodiluição de Swan-Ganz (cateter na artéria pulmonar com ponta em balão). Ou 
outros tipos de fio condutor interno ou externo, ou aparelho semelhante não devem 
ser submetidos a estudo por RM. 
Os implantes cocleares possuem um magneto de samário cobalto com 
 
 
 
 
 
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intensidade do campo relativamente alta, usado em conjunto com um magneto 
externo, para alinhar e manter uma bobina transmissora de RF sobre a cabeça do 
paciente, ou são ativados eletronicamente. Imagens de RM são rigorosamente 
contra-indicadas em pacientes com estes implantes devido à possibilidade de lesar o 
paciente, ou danificar ou alterar a operação do implante coclear. 
Implantes que envolvem magnetos (ex., implantes dentários, esfíncteres 
magnéticos, tampões de estoma magnético, implantes oculares magnéticos e outros 
dispositivos semelhantes) podem ser desmagnetizados durante produção de 
imagem de RM, e pode ser necessário cirurgia para substituir o implante danificado. 
Portanto, se possível, tais implantes devem ser removidos do paciente antes do 
estudo por RM. Caso contrário, o estudo por RM não deve ser excluído do exame 
por RM, exceto se foi anteriormente demonstrado que o implante ou dispositivo 
específico não é afetado pelos campos magnéticos e eletromagnéticos usados. 
 
PACIENTE COM IMPLANTES E CORPOS ESTRANHOS METÁLICOS 
 
Devido à possibilidade de movimento ou deslocamento, imagens de RM são 
contra-indicadas em pacientes que possuem implantes, materiais ou corposestranhos ferromagnéticos. Outros problemas que podem ser encontrados ao se 
examinar estes pacientes incluem indução de corrente elétrica no objeto, 
aquecimento excessivo do mesmo e interpretação errada de um artefato produzido 
pela presença do objeto. Entretanto, estes últimos riscos possíveis são ou raramente 
encontrados ou insignificantes, em comparação com a possibilidade de movimento 
ou deslocamento de um implante ou corpo estranho ferromagnético causado pelos 
campos magnéticos do sistema de RM. 
Inúmeras investigações avaliaram as qualidades ferromagnéticas de vários 
implantes, materiais ou corpos estranhos metálicos, medindo-se as forças de 
deflexão ou movimentos associados aos campos magnéticos estáticos usados por 
"scanners" de RM. Estes estudos foram realizados para determinar o risco relativo 
de produzir imagens de RM, em um paciente com objeto metálico, em relação a se a 
atração magnética foi ou não suficientemente forte para produzir movimento ou 
 
 
 
 
 
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deslocamento. 
Vários fatores devem ser considerados quando se avalia o risco relativo de 
realizar um procedimento de RM em pacientes com implante, material, dispositivos 
ou corpo estranho ferromagnético. Incluem a intensidade dos campos magnéticos 
estáticos e de gradiente, o grau relativo de ferromagnetismo do objeto, a massa e a 
geometria do objeto, a localização e a orientação do objeto in situ e o tempo em que 
o objeto permaneceu no local. 
Todos devem ser considerados antes de permitir que pacientes com objetos 
ferromagnéticos entrem no ambiente eletromagnético do sistema RM. 
 
Clipes de Aneurisma e Hemostáticos 
 
Dos diferentes clipes de aneurisma e vasculares estudados e relatados na 
literatura, muitos dos clipes de aneurisma e nenhum dos clipes vasculares foram 
considerados ferromagnéticos. Portanto, apenas pacientes que definitivamente 
possuem clipes de aneurisma não-ferromagnéticos devem ser expostos aos campos 
magnéticos usados para imagens de RM. Qualquer paciente com um dos clipes 
hemostáticos testados previamente pode ser submetido com segurança a exame por 
RM. 
 
Clampes Vasculares da Artéria Carótida 
 
Todos os clampes vasculares da artéria carótida avaliados quanto à 
ferromagnetismo apresentaram forças de deflexão. Entretanto, apenas o clampes de 
Poppen-Bloalock (Codman, Randolph, MA) foi considerado contra-indicado em 
pacientes submetidos à RM, devido ao significativo ferromagnetismo exibido por este 
objeto. Outros clampes vasculares da artéria carótida são considerados seguros 
para imagens de RM, devido às forças de deflexão mínimas relativas ao seu uso em 
uma aplicação in vivo (isto é, as forças de deflexão são insignificantes e, portanto, há 
pequena possibilidade de movimento ou deslocamento significativo do implante). 
 
 
 
 
 
 
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Dispositivos e Materiais Dentários 
 
Vários dispositivos e materiais dentários foram testados quanto ao 
ferromagnetismo. Embora muitos tenham demonstrado forças de deflexão, apenas 
alguns representam um possível risco para pacientes submetidos à RM, porque são 
dispositivos ativados magneticamente. 
 
Valvas Cardíacas 
 
Muitas próteses valvares cardíacas disponíveis comercialmente foram 
testadas quanto ao ferromagnetismo. A maioria apresentou forças de deflexão 
mensuráveis, entretanto, as forças de deflexão foram relativamente insignificantes 
em comparação com a força exercida pelo coração que bate. Portanto, os pacientes 
com próteses valvares cardíacas podem ser submetidos com segurança às imagens 
de RM. 
 
Implantes Oculares 
 
Vários implantes oculares foram avaliados quanto ao ferromagnetismo. 
Destes, a mola palpebral de Fatio e tacha retiniana, feitos de aço inoxidável 
martensítico, apresentam forças de deflexão associadas que causariam movimento 
ou deslocamento de um implante; é possível que um paciente com um destes 
implantes sentisse desconforto ou sofresse uma pequena lesão durante o estudo por 
RM. 
 
Implantes, Materiais, e Dispositivos Ortopédicos 
 
A maioria dos implantes, materiais e dispositivos ortopédicos testados para 
ferromagnetismo demonstrou ser de materiais não-ferromagnéticos. Portanto, 
pacientes com estes implantes, materiais e dispositivos, podem ser submetidos a 
exame de RM seguro. O parafuso de interferência Perfix (instrument Makar, 
 
 
 
 
 
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Okemos, MI) usado para reconstrução do ligamento do cruzado anterior é composto 
de material ferromagnético, mas não representa um risco para o paciente submetido 
a imagens de RM, devido à força significativa que o mantém in vivo. Entretanto, o 
artefato de imagem resultante impede a avaliação do joelho utilizando imagens de 
RM. 
 
Implantes Otológicos 
 
Imagens de RM são contra-indicadas em pacientes com os implantes 
cocleares avaliados até hoje para ferromagnetismo. Além de serem atraídos por 
campos magnéticos estáticos, estes implantes também são ativados eletrônica ou 
magneticamente. Apenas um dos implantes otológicos testados apresentava forças 
de deflexão associadas. Este implante, a prótese do estribo em pistão McGee 
composta de platina e aço inoxidável cromo 17-níquel 4 (Richards Medical, 
Memphis, TN), foi produzido de forma limitada em meados de 1987 e foi recolhido 
pelo fabricante. Os pacientes com este implante otológico receberam cartões de 
advertência que os instruíram a não se submeterem a imagem de RM. 
 
Chumbo, Projéteis de Arma de Fogo e Estilhaços 
 
A maioria dos chumbos e projéteis de arma de fogo testados para 
ferromagnetismo é composta de material não-ferromagnético. Tipicamente, a 
munição ferromagnética provinha de outros países ou era usada por militares. Os 
estilhaços geralmente contêm quantidades variáveis de aço e, portanto, representam 
um possível risco para imagens de RM. Além disso, como os chumbos, projéteis de 
arma de fogo e estilhaços podem ser contaminados por materiais ferromagnéticos, 
estes objetos representam contra-indicações relativas para exame por RM. Os 
pacientes com estes corpos estranhos devem ser avaliados individualmente, 
determinando se o objeto está posicionado próximo de uma estrutura neural, 
vascular ou de tecidos moles vitais. Isso pode ser avaliado colhendo-se uma história 
cuidadosa e utilizando radiografia simples para determinar a localização do corpo 
 
 
 
 
 
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estranho. 
 
Implantes Penianos e Esfíncteres Artificiais 
 
Um dos implantes penianos testados para ferromagnetismo apresentou 
forças de deflexão significativas. Embora seja improvável que este implante, o 
Omniphase (Dacomed, Minneapolis, MN), causasse lesão grave de um paciente 
submetido a imagens de RM, seria indubitavelmente desconfortável para o paciente. 
Portanto, este implante é considerado uma contra-indicação relativa a 
imagens de RM. Os esfíncteres artificiais já testados são geralmente de materiais 
não-ferromagnéticos. Entretanto, ao menos um esfíncter artificial atualmente 
submetido a provas clínicas tem um componente magnético e, portanto, os 
pacientes com este dispositivo não devem ser submetidos a imagensde RM. 
 
Abertura de Acesso Vascular (Ports) 
 
Das várias aberturas de acesso vascular testadas para ferromagnetismo, 
duas mostraram forças de deflexão mensuráveis, mas as forças foram consideradas 
insignificantes em relação à aplicação in vivo destes implantes. Portanto, é 
considerado seguro produzir imagens de RM em um paciente que pode ter uma 
destas aberturas de acesso vascular testadas previamente. A exceção a isto é 
qualquer abertura de acesso vascular que seja programável ou ativada 
eletronicamente. Os pacientes com este tipo de abertura de acesso vascular não 
devem ser submetidos a imagens de RM. 
 
Outros Implantes Metálicos 
 
Vários tipos de outros implantes, materiais e corpos estranhos metálicos 
também foram testados para ferromagnetismo. Destes, o conector do tubo da 
derivação ventricular cerebral (tipo desconhecido) e o expansor tecidual ativado 
magneticamente exibiram forças de deflexão que podem representar risco para 
 
 
 
 
 
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pacientes durante um exame por RM. Uma arruela em “O” usada como marcador 
vascular também mostrou ferromagnetismo, mas foi determinado que a força de 
deflexão fosse mínima em relação ao uso deste dispositivo in vivo. 
Todos os diafragmas contraceptivos testados para ferromagnetismo exibiram 
forças de deflexão significativas. Entretanto, nós realizamos estudos por RM em 
pacientes com estes dispositivos que não se queixaram de qualquer sensação 
relacionada ao movimento destes objetos. Portanto, não se acredita que o exame de 
pacientes com diafragmas seja considerado fisicamente perigoso para as pacientes. 
 
Orientações Gerais 
 
De acordo com as informações de Polices, Guidelines, and 
Recommendations for MR Imaging Safety and Pacient Management publicado pela 
Society for Magnetic Resonance Imaging Safety Committee, os pacientes com 
dispositivos ativados de maneira elétrica, magnética ou mecânica. Devem ser 
excluídos do estudo por RM, exceto se foi previamente demonstrado que o 
dispositivo específico (geralmente por procedimentos de teste ex vivo) não é afetado 
pelos campos eletromagnéticos usados para imagens de RM clínica e não houver 
possibilidade de lesar o paciente. Durante o processo de triagem para RM, os 
pacientes com tais dispositivos devem ser identificados antes do exame e antes da 
exposição a campos eletromagnéticos. Se o dispositivo ainda não foi testado quanto 
à compatibilidade com RM, não se deve permitir que o paciente seja submetido a 
imagens de RM. 
 
Triagem de Pacientes com Corpos Estranhos Metálicos 
 
Pacientes que tiveram corpos estranhos metálicos como lascas, projéteis e 
arma de fogo, estilhaços ou outros tipos de fragmentos metálicos, devem ser 
submetidos à triagem antes do exame por RM. O risco relativo de examinar estes 
pacientes depende das propriedades ferromagnéticas do objeto, de seu formato e 
dimensões e da intensidade dos campos magnéticos estáticos e gradientes do 
 
 
 
 
 
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sistema de RM. Também é importante a intensidade com que o objeto está fixado no 
tecido e se está ou não posicionado em, ou adjacente a, uma estrutura neural, 
vascular ou de tecidos vitais. 
Um paciente com um corpo estranho metálico intra-ocular está sob risco 
especifico de lesão ocular significativa pelo campo magnético estático de um sistema 
de RM. Em um caso descrito, um paciente apresentava um fragmento metálico intra-
ocular oculto (2,0 x 3,5 mm) que se deslocou durante estudo por RM em um 
“scanner” de 0,35T, resultando em hemorragia do vítreo, que causou cegueira. Este 
incidente enfatiza a importância de triagem adequada de pacientes com suspeita de 
corpos estranhos metálicos intra-oculares antes das imagens de RM. 
A pesquisa demonstrou que pequenos fragmentos metálicos intra-oculares 
(de apenas 0,1 x 0,1 x 0,1mm) podem ser detectados utilizando-se radiografias 
simples padronizadas. Embora tenha sido demonstrado que a tomografia 
computadorizada em cortes finos (≤ 3mm) detecte corpos estranhos metálicos de 
apenas 0,15mm, é improvável que um fragmento metálico deste tamanho seja 
deslocado durante estudo por RM, mesmo com um campo magnético estático de até 
2,0T. Fragmentos metálicos de vários tamanhos e dimensões, variando de 0,1 x 0,1 
x 0,mm a 3,0 x 1,0 x 1,0 mm, foram examinados para determinar se foram 
movimentados ou deslocados dos olhos de animais de laboratório durante exposição 
a um sistema de RM de 2,0T. 
Apenas o fragmento maior (3,0 x 1,0 x 1,0 mm) rodou, mas mesmo isso não 
causou qualquer lesão discernível do tecido ocular. Portanto, o uso de radiografia 
simples pode ser uma técnica aceitável para identificar ou excluir um corpo estranho 
metálico intra-ocular que representa um possível risco para o paciente submetido a 
imagens de RM. Os pacientes altamente suspeitos de terem um corpo estranho 
metálico intra-ocular (por exemplo, um trabalhador com metal exposto a lascas 
metálicas com uma história de lesão ocular) devem ser submetidos a radiografias 
simples das órbitas, para excluir a presença de fragmentos metálicos antes da 
exposição ao campo magnético estático. 
Se um paciente com suspeita de corpo estranho intra-ocular ferromagnético 
não apresenta sintomas e uma série de radiografias simples das órbitas não 
 
 
 
 
 
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demonstra um corpo estranho, o risco de realizar exame por RM é mínimo. O uso de 
radiografia simples para pesquisar corpos estranhos metálicos, é uma forma 
sensível e de custo relativamente baixo, para identificar pacientes não adequados à 
RM e também pode ser usada para triagem de pacientes que podem ter fragmentos 
metálicos em outros locais potencialmente do corpo. 
Cada local de imagens de RM deve estabelecer uma política padronizada 
para triagem de pacientes com suspeita de corpos estranhos. A política deve incluir 
orientações sobre que pacientes necessitam de estudo por procedimentos 
radiológicos, o procedimento específico a ser realizado (incluindo o número e tipos 
de incidências e a posição do paciente) e cada caso deve ser considerado 
individualmente. Estas precauções devem ser tomadas para todos os pacientes 
encaminhados para RM em qualquer tipo de sistema de RM, independentemente da 
intensidade do campo, tipo de magneto, presença ou ausência de proteção 
magnética. 
 
IMAGENS DE RM DURANTE A GRAVIDEZ 
 
Embora imagens de RM não sejam consideradas perigosas para o feto, 
apenas alguns pesquisadores examinaram o potencial teratogênico desta 
modalidade de produção de imagem. Por comparação, foram realizados literalmente 
milhares de estudos para examinar os possíveis riscos da ultra-sonografia durante a 
gravidez e ainda há controvérsia acerca do uso seguro desta técnica de imagens 
com radiação não-ionizante. 
A maioria dos estudos iniciais realizados para determinar possíveis 
bioefeitos indesejáveis durante a gravidez mostrou resultados negativos. Mais 
recentemente, um estudo examinou os efeitos das imagens de RM em 
camundongos expostos, no meio da gestação. Embora não fossem observados 
efeitos embriotóxicos, houve redução do comprimento cabeça-nádega. Em outro 
estudo realizado por Tyndall e Sulik, a exposição aos campos eletromagnéticos 
usados para um exame de RM clínico simulado, causou malformações oculares emuma cepa de camundongos com predisposição genética. Portanto, parece que os 
 
 
 
 
 
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campos eletromagnéticos usados para RM possuem a capacidade de produzir 
anormalidades do desenvolvimento. 
Existem vários mecanismos que podem produzir bioefeitos prejudiciais em 
relação ao feto em desenvolvimento e o uso de campos eletromagnéticos durante 
produção de imagens de RM. Além disso, sabe-se que as células que sofrem 
divisão, como no caso do feto em desenvolvimento durante o primeiro trimestre, são 
altamente susceptíveis a lesão por diferentes tipos de agentes físicos. Portanto, 
devido aos dados limitados disponíveis no momento, é recomendada uma conduta 
cautelosa para o uso de imagens de RM em gestantes. 
As orientações atuais da FDA exigem identificação de aparelhos de RM para 
indicar que não foi estabelecida a segurança da RM quando usada para estudar o 
feto e o lactente. Na Grã-Bretanha, os limites aceitáveis de exposição para estudo 
por RM clínico recomendados pelo National Radiological Protection Board, em 
1983, especificam que poderia ser prudente excluir gestantes durante os 3 primeiros 
meses. 
De acordo com o Safety Commitee of the Society for Magnetic Resonance 
Imaging (informações também adotadas recentemente pelo American College of 
Radiology), o exame por RM é indicado para uso em gestantes se outras formas de 
estudo diagnóstico não-ionizantes forem inadequadas, ou se o exame fornecer 
informações importantes que exijam exposição à radiação ionizante (como 
exposição a raios-X ou tomografia computadorizada). Recomenda-se que as 
pacientes grávidas sejam informadas de que, até hoje, não houve indicação de que 
o uso de RM clínica durante a gravidez tenha produzido efeitos prejudiciais. 
Entretanto, como observado pela FDA, a segurança da RM durante a gravidez não 
foi comprovada. As pacientes grávidas, ou que suspeitam estar grávidas, devem ser 
identificadas antes de serem submetidas à produção de imagens de RM para avaliar 
os riscos versus os benefícios do exame. 
Outra preocupação relacionada às imagens de RM na gestante é que 
durante o primeiro trimestre de gravidez a taxa de abortos espontâneos é muito alta 
(maior que 30%) na população em geral. Possíveis implicações médico-legais 
 
 
 
 
 
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relativas a abortos espontâneos exigem que haja cuidado especifico no uso de 
imagens de RM durante este período. 
 
CLAUSTROFOBIA, ANSIEDADE E DISTÚRBIOS DE PÂNICO 
 
Claustrofobia e várias outras reações psicológicas, incluindo ansiedade e 
distúrbios de pânico, podem ser encontradas em até 5% a 10% das pacientes 
submetidas à produção de imagens de RM. Estas sensações originam-se de vários 
fatores, incluindo as dimensões restritivas do interior do “scanner”, a duração do 
exame, os ruídos induzidos pelo gradiente e as condições ambientais dentro do 
orifício do “scanner”. 
Felizmente, as respostas psicológicas adversas à produção de imagens de 
RM geralmente são transitórias. Entretanto, houve um relato de dois pacientes sem 
história de claustrofobia que toleraram a RM com grande dificuldade e tiveram 
claustrofobia persistente que exigiu tratamento psiquiátrico prolongado. Como as 
respostas psicológicas adversas ao estudo por RM tipicamente retardam ou exigem 
cancelamento do exame, foram desenvolvidas as técnicas a seguir, que podem ser 
usadas para evitar estes problemas. 
• Informar ao paciente sobre os aspectos específicos do exame por RM, 
incluindo o nível de ruído induzido por gradiente a esperar, as dimensões internas do 
“scanner” e a duração do exame. 
• Permitir que um parente ou amigo apropriadamente escolhido 
permaneça com o paciente durante o procedimento. 
• Usar fones de ouvido com música calma para diminuir o ruído repetitivo 
criado pelas bobinas de gradiente. 
• Manter contato físico ou verbal com o paciente durante todo o exame. 
• Colocar o paciente em decúbito ventral, com o queixo apoiado por um 
travesseiro. Nesta posição, o paciente é capaz de visualizar a abertura do orifício, o 
que ajuda a aliviar o sentimento de “estar trancado”. Outra forma de reduzir a 
claustrofobia é colocar primeiro os pés do individuo em vez de colocar primeiro a 
cabeça no “scanner”. 
 
 
 
 
 
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• Espelhos montados no “scanner” ou vidros espelhados ou prismáticos 
no “scanner” permitem que o paciente veja o lado de fora. 
• Um grande foco de luz em uma das extremidades do “scanner” diminui 
a ansiedade por estar em um local escuro e longo. 
• Uma venda ajuda a mascarar o ambiente próximo do paciente. 
• Técnicas de relaxamento, como respiração controlada e imaginação, 
também são úteis. Também, vários relatos de casos mostraram que a hipnoterapia é 
eficaz na redução de claustrofobia e ansiedade relacionada à RM. 
• Usar técnicas de dessensibilização psicológica antes do exame por 
RM. 
 
Vários pesquisadores recentemente tentaram comparar a eficácia destas 
técnicas na redução de ansiedade ou claustrofobia induzida pela RM. Um destes 
estudos demonstrou que o fornecimento de informações detalhadas sobre o 
procedimento de RM, além de exercícios de relaxamento, reduziu com sucesso o 
nível de ansiedade de um grupo de pacientes antes e durante a RM. A redução 
semelhante da ansiedade não poderia ser demonstrada em pacientes que 
receberam apenas informações ou aconselhamento para redução do estresse. 
Métodos de relaxamento também mostraram diminuir significativamente a ansiedade 
durante outros procedimentos médicos. Alguns sistemas de RM que utilizam campo 
magnético vertical oferecem desenho mais aberto, que poderia reduzir a freqüência 
de problemas psicológicos associados a procedimentos de RM. 
 
MONITORIZAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DURANTE IMAGENS DE 
RM 
 
Como o sistema de RM típico é construído de tal forma que o paciente é 
colocado dentro de uma estrutura cilíndrica, observações e monitorização 
convencional dos sinais vitais não são tarefas triviais. O equipamento de 
monitorização convencional não foi projetado para operar no ambiente de RM onde 
campos eletromagnéticos estáticos, de gradiente e de RF podem afetar 
 
 
 
 
 
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adversamente sua operação. Felizmente, foram desenvolvidos monitores 
compatíveis com RM que são comumente usados em centros de RM que atendem a 
pacientes internados e ambulatoriais. 
É necessária a monitorização fisiológica para o uso seguro do exame por 
RM em pacientes sedados, anestesiados, comatosos, gravemente enfermos ou 
incapazes de se comunicar com o operador do sistema de RM. Devem ser 
rotineiramente monitorizados durante o exame de RM e, considerando-se a 
disponibilidade atual de monitores compatíveis com RM, não há razão para se 
excluir estes tipos de pacientes das imagens por RM. Todo parâmetro fisiológico que 
pode ser obtido em circunstâncias normais na unidade de terapia intensiva, ou sala 
de cirurgia, pode ser monitorizado durante produção de imagens de RM. Incluindo 
freqüência cardíaca, pressão arterial sistêmica, pressão intracardíaca, concentração 
de dióxido de carbono corrente final, saturação de oxigênio, freqüência

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