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7. Bacias Hidrográficas

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BACIAS HIDROGRÁFICAS E RECURSSO HÍDRICOS DO BRASIL
Algumas considerações sobre bacias hidrográficas:
- A bacia hidrográfica é reconhecida como unidade espacial na Geografia Física desde o fim dos anos 60 - Chorley (1969) - bacia como unidade geomorfológica fundamental.
- A partir do final dos anos 80, ela foi incorporada pelos profissionais não só da Geografia, mas da grande área das chamadas Ciências Ambientais, em seus estudos e projetos de pesquisa.
- Entendida como unidade básica de análise , a bacia hidrográfica permite conhecer e avaliar seus diversos componentes e os processos e interações que nela ocorrem.
- A visão sistêmica e integrada do ambiente está implicita na adoção desta unidade fundamental.
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Estudos sobre os temas Erosão, Manejo e Conservação do Solo, Manejo e Conservação da Água e Planejamento Ambiental são aqueles que mais têm utilizado a bacia hidrográfica como unidade de análise (utilizando também o termo microbacia).
- O total de trabalhos que adotam a bacia como célula básica de análise foi sete vezes maior na última década (1990/2000) em comparação à década anterior (1980/1990) (BOTELHO E SILVA, 2007).
- Corato (2002) revela a maior resistência por parte dos profissionais ligados à Geografia no uso do termo microbacia em seus estudos.
* origem do termo microbacia – projetos de manejo e conservação dos solos – áreas rurais – limites das cercas substituidos pelos limites naturais.
- Mesmo não havendo consenso sobre sua definição e, principalmente dimensão, a microbacia vem sendo cada vez mais utilizada pelos profissionais da área ambiental em seus projetos de pesquisa.
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Considerando as dimensões das bacias e microbacias hidrográficas, os intervalos em sua maioria encontram-se entre 20 e 50km2 para microbacias. No caso das bacias hidrográficas variam entre 5 e 100.000km2, intervalo bem mais amplo e com valores extremos mais elevados que a anterior, sendo a frequência concentrada entre 50 e 500km2, seguida pela classe 1.000 e 10.000km2.
Obs.: A bacia hidrográfica do rio Jaguaribe é de 75.669km2.
- Esses dados indicam que o termo microbacia tem sido, então, preferencialmente utilizado para bacias de tamanho menor.
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De acordo com Botelho e Silva (2007), o uso majoritário de microbacias com dimensões entre 20 e 50km2 vem reforçar a noção da microbacia como unidade básica para o planejamento ambiental, onde o tamanho da célula de análise é resultado de uma avaliação cuidadosa, envolvendo objetivos, recursos /custos e aplicações do projeto de pesquisa e das caracteristicas da área, tanto físicas quanto socioeconômicas, que refletirão em maior ou menor diversidade espacial. Vale ressaltar que tais critérios são os mesmos que podem justificar microbacias de 100km2 ou mais, inseridas em projetos de grande porte e abrangência
.A bacia hidrográfica, portanto, pressupõe múltiplas dimensões e expressões espaciais (microbacias, sub-bacias). Acredita-se que a funcionalidade implícita na escolha de uma bacia hidrográfica para a realização de determinado estudo é o grande benefício advindo de uma seleção criteriosa. 
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Definições de bacia (são inúmeras)
As bacias hidrográficas se caracterizam por serem constituídas por um rio principal e seus afluentes. Estes transportam água e sedimentos ao longo dos seus canais. Elas são delimitadas por divisores de água, que separam uma bacia da outra e, internamente, existem elevações que são chamados de interflúvios, que dividem sub-bacias hidrográficas. (ARAÚJO; ALMEIDA & GUERRA, 2005).
Para Guerra e Cunha (1996) as bacias hidrográficas integram uma visão conjunta do comportamento das condições naturais e das atividades humanas nelas desenvolvidas, uma vez que as mudanças significativas em qualquer dessas unidades, podem gerar alterações, efeitos e/ou impactos a jusante e nos fluxos energéticos de saída (descarga, carga sólida e dissolvida).
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A bacia hidrográfica pode ser caracterizada como uma área drenada por uma rede de canais fluviais, influenciada por diversas características topográficas, litológicas, tectônicas, de solos, de vegetação, dentre outras. Mas a bacia hidrográfica representa um complexo sistema integrado de inter-relações ambientais, socioeconômicas e políticas. (MORAGAS, 2005, p. 32).
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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
- Primeira classificação das bacias hidrográficas- baseada na navegabilidade dos rios – feita por Moraes (1894): 4 bacias: 3 de grande porte (Amazonas, São Francisco e Platina) e um grupo denominado bacias orientais.
- Ab’Saber (1956), levando em conta as “linhas mestras do relevo” individualiza 5 grandes bacias (Amazonas, São Francisco, Paraná, Paraguai, Uruguai) e o fator “posição geográfica” para as 3 bacias isoladas de menor porte (Nordeste, Leste, Sudeste) que posteriormente é adotada pelo IBGE - década de 60. 
- Azevedo (1964) inclui a bacia do Amapá
no grupo das bacias isoladas.
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Segundo a classificação do DNAEE, são oito as grandes bacias hidrográficas: a da Amazônia, a do Tocantins, a do São Francisco, a do Paraná/Paraguai, a do Uruguai e as do Atlântico Sul, trecho Norte/Nordeste, do Atlântico Sul, trecho Leste e do Atlântico Sul, trecho Sudeste.
ANA classifica em 12 bacias – utilizada para as políticas públicas assciadas aos recursos hídricos do Brasil.
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Unidades Hidrográficas utilizadas pela ANA
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- O Brasil é dotado de uma vasta rede hidrográfica;
- Os fatores que influenciam o regime fluvial e a produção de sedimentos dependem da atuação conjunta das características naturais (alta erosão potencial – topografia, geologia, solo e clima) e das atividades humanas (ocupação do solo).
- Dificuldade de dados sobre o regime fluvial e a produção de sedimentos – irregular distribuição de postos.
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Em decorrência da topografia do relevo, possui vários rios que apresentam rupturas de declive e vales encaixados que lhes conferem alto potencial hidrelétrico (energia limpa). Aqui se destacam o Rio Paraná e o Rio São Francisco.
- Por outro lado, são importantes hidrovias (Amazonas, Paraguai, Tocantins, Araguaia, São Francisco). O rio Paraná – eixo hidroviário Tietê-Paraná – tem uma área de influência muito representativa abrangendo os Estados de SP, PR, MS, GO, MG. 
- Aspectos negativos da construção de grandes reservatórios- impactos socioambientais (inundação de terras, alteração nas vazões dos rios, retirada da população do local)
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Considera-se o parâmetro estabelecido pela ONU de 1.500 m³/hab/ano como a quantidade potencial de água mínima para o bem-estar e desenvolvimento de qualquer região. Fonte: ANA, 2012
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Fonte: ANA, 2012
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Bacias críticas brasileiras segundo os aspectos de qualidade e quantidade
Fonte: ANA, 2012 
Criticidade quantitativa.
Rios da Região Nordeste. Baixa disponibilidade hídrica para atender a demanda.
Criticidade quali-quantitativa.
Rios em regiões metropolitanas.
Alta demanda e grande carga de esgotos domésticos.
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Transposição do rio São Francisco
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional  apresenta dois eixos: 
o Norte, que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; 
e o Leste, que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba
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Construção do canal de tranposição – trecho norte
Município de Salgueiro - PE
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 ► A ANA (Agência Nacional de Águas), criada pela Lei 9.984, de 17 de julho de 2000, é o órgão responsável pela implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de Coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, implantando o sistema de gerenciamento do uso das águasnos rios cujas bacias estejam localizadas em mais de um estado da Federação.
Para os rios de domínio estaduais devem ser constituídos conselhos estaduais. 
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À luz das bases conceituais apresentadas, e em consonância com as Metas de Desenvolvimento do Milênio e com os preceitos defi nidos na Agenda 21 Brasileira, o PNRH tem como objetivo geral:
Estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, emquantidade e qualidade, gerenciando as demandas e considerando ser a água um elemento
estruturante para a implementação das políticas setoriais, sob a ótica do desenvolvimentosustentável e da inclusão social.
Nesse contexto, ressalta-se que o Plano Nacional é desenvolvido
com uma visão de processo, voltado para subsidiar o SINGREH na construção de um ciclo virtuoso do planejamento–ação–indução–controle–aperfeiçoamento.
Portanto, o PNRH apresenta um caráter dinâmico e contínuo, apoiado em um processo de monitoramento, avaliação e atualizações periódicas, incorporação do progresso ocorrido, bem como de novas perspectivas, decisões e aprimoramentos que se fi zerem necessários
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1. ORGANISMOS DA BACIA HIDROGRÁFICA
A Lei Federal dos Recursos Hídricos (9.433/97) estabeleceu um arranjo institucional claro, baseado na organização da gestão compartilhada do uso da água. São os seguintes os organismos criados pelo novo sistema:
► Conselho Nacional de Recursos Hídricos – órgão mais elevado da hierarquia do Sistema Nacional de Recursos Hídricos em termos adminsitrativos, a quem cabe decidir sobre as grandes questões do setor;
 ► Comitê de Bacias Hidrográficas – conta com a particupação dos usuários, das prefeituras, da sociedade civil organizada, dos demais níveis de governo (estaduais e federal), que seriam o fórum de decisão no âmbito de cada bacia hidrográfica.
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- Agência de Águas – braço técnico de seu correspondente Comitê, destinado a gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água.
- Organizações civis de recursos hídricos – entidades atuantes no setor de planejamento e gestão do uso dos recursos hídricos e que podem ter destacada participação no processo decisório e de monitoramento das ações.
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