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1. Teoria Geral do Crime No Brasil, a infração penal comporta duas espécies, adotando o critério dicotômico ( ou bipartido). a)Crime ( ou delito) b)Contravenção penal 1.1. Conceitos de Crime Conceito formal: crime é a violação da lei penal; Conceito material: crime é todo fato humano que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos penalmente protegidos; Conceito analítico: Aqui há duas teorias, com doutrinas expressivas defendendo ambas. Vejamos: Teoria tripartida, segundo ela crime é todo fato típico, antijurídico e culpável; Teoria bipartida, diz que crime é todo fato típico e antijurídico, pois entendem que a culpabilidade é apenas pressuposto da pena e não elemento da conduta. 3. Objeto do Crime 3.1 O objeto do crime pode ser jurídico e material: Objeto jurídico é o bem-interesse protegido pela norma penal ( exemplo: a vida , a honra, o patrimônio etc.). Não existe crime sem objeto jurídico. Objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa (exemplo: no furto o objeto material é a “coisa alheia móvel” que foi subtraída do seu dono). Nem todo crime possui objeto material como ocorre nos crimes de mera conduta e nos crimes formais – estes último pode não ter objeto material. 4. Sujeitos do Crime Sujeito ativo do crime é aquele que direta ou indiretamente e independentemente da sua idade ou do seu estado psíquico pratica conduta descrita na lei (abrange assim o autor, co-autor, partícipe e autor mediato). Concurso de Crimes e Inter Criminis Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico do lesado ou exposto a perigo de lesão pela conduta criminosa. Pode ser a pessoa humana, Pessoa jurídica, o Estado, a coletividade etc. Não pode ser sujeito passivo os animais ( no delito de maus-tratos aos animais – art.32 da Lei 9.605/1998, o sujeito passivo é a coletividade) e o ser humano morto ( na calúnia contra os mortos o sujeito passivo a família do falecido). 5. Classificação dos Crimes Crime comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, não exigindo nenhuma qualidade especial; Crime próprio: é aquele que não pode ser praticado por qualquer pessoa pelo fato de ser exigida alguma qualidade especial do sujeito ativo ( exemplo: peculato – deve ser cometido por funcionário público; infanticídio – deve ser cometido pela mãe); Crime de mão própria: aquele que exige a atuação pessoal do agente( exemplo: falso testemunho); Crime complexo: é aquele que decorre da fusão de dois ou mais crime autônomos ( exemplo: latrocínio – decorre da fusão dos crimes de roubo e homicídio); Crime transeunte(formal): é aquele cuja prática não deixa vestígio (exemplo: crime contra a honra praticado oralmente); Crime não-transeunte(material): é aquele cuja pratica deixa vestígios,devendo haver obrigatoriamente o exame de corpo de delito, de acordo com art.158 do CPP(exemplo: crime de homicídio) Crime instantâneo(ou de estado): é aquele que se consuma num determinado momento, sem continuidade no tempo(exemplo: o homicídio , que se consuma com a morte da vitima) Crime permanente: é aquele que sua consumação se prolonga no tempo por vontade do sujeito ativo (exemplo: no seqüestro a consumação se protrai no tempo enquanto a vitima estiver privada de sua liberdade); Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele , que uma vez consumado num determinado momento, os seus efeitos permanecem independente da vontade do sujeito ativo( exemplo: o homicídio que se consuma com a morte, obviamente irreversível e permanente a vitima); Crime falho: é o nome dado a tentativa imperfeita ou acabada, que e aquela em que todos os atos de execução são praticados, mas o crime não atinge a sua consumação em virtude de ocorrência de circunstancias alheias a vontade do agente; Quase crime: é a denominação dada ao crime impossível (art. 17 do CP) e a participação impunível (art. 31 do CP); Crime unissubsistente :é aquele cuja conduta exterioriza-se mediante um só ato de execução, suficiente para sua consumação) Crime plurissubsistente : é aquele cuja conduta exterioriza-se mediante dois ou mais atos de execução que, uma vez somados, são suficientes para a consumação; Crime vago: é aquele que o sujeito passivo é uma coletividade destituída de personalidade jurídica (exemplo: art.212 do CP – vilipendio a cadáver ; Crime de mera suspeita : é aquele em que o autor é punido pela mera suspeita despertada em sua conduta (o único exemplo esta previsto no art.25 do Decreto-lei 3.688/ -LCP – posse não justificada de instrumento de emprego usual na pratica de furto); Crime multitudinário : é aquele cometido por multidão em tumulto(exemplo: linchamento de estuprador ); Crime ímpeto: é aquele cometido sem premeditação , em razão de uma explosão repentina (exemplo: art.121, § 1. , do CP) Crime habitual : é aquele que exige a reiteração de atos que, uma vez reunidos, traduzem um modo, um estilo de vida (exemplo: art. 229 do CP- manter casa de prostituição ); Crime de dano: é aquele que , para a sua consumação exige uma efetiva lesão ao bem jurídico (exemplo : o patrimônio , no roubo); Crime de perigo :é aquele que , para a sua consumação, basta a mera possibilidade de ocorrência de dano. Divide-se em: crime de perigo concreto, que exige a ocorrência efetiva da situação de perigo (presunção relativa de perigo; exemplo : art. 134 do CP- exposição ou abandono do recém-nascido); crime de perigo abstrato , que não exige a ocorrência de situação de perigo, sendo presumida (presunção absoluta de perigo; exemplo: art.288 do CP- crime de quadrilha ou bando).
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