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Profa. Débora N. Clausen Peraro Química Orgânica: HIDROCARBONETOS Universidade Estadual de Londrina Hidrocarbonetos (contêm apenas Carbonos e Hidrogênios) Hidrocarbonetos Alifáticos (cadeias abertas e cíclicas) Alcanos (parafinas) Alcenos (etilenos ou olefinas) Alcinos (acetileno) CH3-CH3 Etano CH2 = CH2 Eteno (etileno) HC CH Etino (acetileno) Hidrocarbonetos Aromáticos (contêm o anel benzeno) Benzeno e seus derivados Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares Benzeno Naftaleno Fontes naturais de hidrocarbonetos Petróleo (“ouro negro”): principal fonte de hidrocarbonetos Origem do petróleo: decomposição de matéria orgânica durante milhões de anos Resíduos de organismos mortos se acumularam nas orlas dos mares e foram soterrados. Com o passar do tempo sob altas pressões, temperaturas e ação de microorganismos formou- se o petróleo. Aliado ao óleo cru ou bruto, existe o gás natural (formado principalmente por metano). Petrobrás: empresa de capital misto com a maioria das ações controlada pelo Estado foi criada em 1953. 2006: 1,9 milhão de barris de óleo/dia (auto-suficiência) 2016: produção média foi de 2,14 milhão de barris/dia e consumo cerca de 2,06 milhão de barris/dia. Como separar as subst. de uma solução ? Hexano – Tebulição = 69 C Heptano – Tebulição = 98 C Cada fração é uma mistura de hidrocarbonetos Nafta: destilam entre 90 e 240 °C, utilizadas como solventes; Betume: resíduo da destilação do petróleo, utilizados em recobrimento de telhados e ruas (asfalto) Frações do petróleo Gás natural: mistura de hidrocarbonetos gasosos de baixa massa molecular, encontrada em rochas porosas do solo Processamento do gás natural Gás processado: metano e etano GLP (gás de cozinha): propano e butano Gasolina natural: semelhante a gasolina obtida de petróleo, possui cinco ou mais átomos de carbono Alcanos e Cicloalcanos: características, propriedades e reações Alcanos e seus Isômeros - São conhecidos também como Hidrocarbonetos Saturados. Alcanos lineares. - Compostos que possuem orientação tetraédrica dos grupos, resultante da superposição de orbitais sp3 do carbono. - Alcanos que se encontram ligados em linha são denominados Alcanos de cadeia linear ou alcanos normais (n-alcanos). - Alcanos cujas cadeias carbônicas formam ramificações são chamados de alcanos de cadeia ramificada. - Existem alcanos contendo grupos funcionais, como: • alcoóis (CH3CH2OH), • haletos de alquila (CH3CH2Cl), • éteres (CH3CH2OCH2CH3). Alcanos ramificados. Nome Fórmula Estrutura Metano CH4 CH4 Etano C2H6 CH3CH3 Propano C3H8 CH3CH2CH3 Butano C4H10 CH3(CH2)2CH3 Isobutano C4H10 Pentano C5H12 CH3(CH2)3CH3 Isopentano C5H12 Neopentano C5H12 C H 3 C H C H 3 C H 3 C H 3 C H 2 C H C H 3 C H 3 C H 3 C C H 3 C H 3 C H 3 Isômeros Constitucionais Os alcanos mais comuns são: Nomenclatura IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) Prefixo-Parte intermediária-Sufixo Presença ou não de insaturações Função Química Número de atomos de C Nomenclatura IUPAC para Alcanos 1. Localize a cadeia carbônica mais longa para nomear a substância. Obs. Se duas cadeias de igual comprimento estão presentes, escolher aquela com maior número de ramificações. 2. Numere os átomos da cadeia principal, começando pela extremidade mais próxima ao substituinte. Obs. Se há ramificações em distâncias iguais de ambas as extremidades, comece a numeração na extremidade mais próxima a outra ramificação. 3. Identifique e numere os substituintes de acordo com a posição na cadeia principal. 4. Escreva o nome como uma só palavra. Use hífens para separar os prefixos diferentes e vírgulas para separar os números. Se dois ou mais substituintes diferentes estão presentes, cite- os em ordem alfabética. Nomenclatura IUPAC Nomenclatura de grupos alquila ramificados CH3CH2CH3 CH3CH2CH2 CH3CHCH3 propano grupo propila grupo isopropila ou 1- metiletila CH3CH2CH2CH3 CH3CH2CH2CH2 butano grupo butila grupo sec-butila ou 1- metilpropila CH3CH2CH CH3 CH3CH CH3 CH3 CH3CH CH3 CH2 C CH3 CH3 CH3 isobutano grupo isobutila grupo terc-butila ou 1,1-dimetiletila Monocíclicos: prefixo ciclo ligado ao nome do alcano C H 2 C H 2 C H 2 = C H 2 C H 2 C H 2 C H 2 C H 2 = ciclopropano ciclopentano isopropilcicloexano 1-etil-3-metilcicloexano 2-etil-1,4-dimetilcicloexano C H C H 3 C H 3 C H 3 CH 2 CH 3 1 2 3 4 5 6 C H 3 C H 3 CH 2 CH 3 1 2 3 4 6 5 Nomenclatura IUPAC para Cicloalcanos Os alcanos também podem ser chamados de parafinas. São inertes em relação à maioria dos reagentes de laboratório. Os alcanos apresentam aumento regular do ponto de ebulição e do ponto de fusão com o aumento da massa molecular. Pontos de fusão e ebulição dos alcanos. Propriedades Físicas dos Alcanos e Cicloalcanos Quanto maior o número de ramificações do alcano, mais baixo será o ponto de ebulição (área de contato menor). Em relação aos cicloalcanos, os pontos de fusão são afetados de maneira irregular pelo aumento da massa molecular, enquanto que os pontos de ebulição mostram o aumento regular com a massa molecular esperada. P.E. de alcanos e de seus isômeros ramificados. P.E. de alcanos lineares e de cicloalcanos. Aplicações de alcanos Combustão completa e incompleta dos alcanos (parafinas, baixa reatividade em relação aos outros HC): Metano: utilizado como combustível de indústrias, carros e aquecimento de residências. É responsável por cerca de 15% do efeito estufa de nosso planeta. Biogás e biomassa: a produção e industrialização de metano por meio da fermentação de resíduos vegetais do lixo é uma alternativa interessante! Alcenos e Alcinos: características, propriedades e reações Alcenos e Alcinos - Propriedades Físicas Alcenos e alcinos têm propriedades físicas similares aos seus alcanos correspondentes. Alcenos e alcinos contendo até 4 carbonos (exceto 2-butino) são gases à temperatura ambiente. Sendo relativamente apolares, alcenos e alcinos se dissolvem em solventes apolares ou em solventes de baixa polaridade. Alcenos e alcinos são apenas ligeiramente solúveis em água. As densidades de alcenos e alcinos são menores do que a água. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos Alcenos e alcinos são nomeados segundo regras semelhantes às dos alcanos. 1. Determine o nome principal ao selecionar a cadeia mais comprida que contém a ligação dupla ou tripla, e modifique o final do nome do alcano de comprimento igual, de –ano para –eno ou –ino, respectivamente. 2. Numere a cadeia de modo a incluir ambos os átomos decarbono da ligação dupla ou tripla, e comece a numeração a partir da extremidade mais próxima da insaturação. Designe a localização da ligação dupla ou tripla usando o número do primeiro átomo da ligação dupla ou tripla como prefixo. Obs.: Se a ligação dupla ou tripla é eqüidistante das duas extremidades, comece pela extremidade mas próxima do primeiro ponto de ramificação. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos 3. Indique as localizações dos grupos substituintes pelos números dos átomos de carbono aos quais estão ligados. Obs.1: Se houver mais de uma ligação dupla ou tripla, indique a posição de cada uma e use um dos prefixos –dieno, -trieno, etc ou –diino, -triino, etc. Obs.2: Substâncias que contêm ligações duplas e triplas: –enino (e não ineno) Inicia-se a numeração da cadeia principal de um enino pela extremidade mais próxima da primeira ligação múltipla, seja ela dupla ou tripla. Quando existir mais de uma possibilidade, os carbonos das ligações duplas recebem números menores do que os carbonos das ligações triplas. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos 4. No caso dos cicloalcenos, a numeração é feita de tal modo que os átomos de carbono da ligação dupla fiquem nas posições 1 e 2, e que os substituintes recebam os números mais baixos possíveis. 1-metilciclopenteno 3,5-dimetilcicloexeno 1,5-dimetilciclopenteno CH3 1 2 34 5 CH3CH3 6 1 2 3 4 5 CH3 CH3 1 23 4 5 Isomeria Cis-Trans nos Alcenos A ausência de rotação em torno da ligação dupla tem conseqüências químicas. Estereoisômeros: substâncias que diferem no arranjo espacial de seus átomos. cis do latim “sobre este lado” trans do latim “através” cis-2-buteno trans-2-buteno C C CH3 H H CH3 C C CH3 H CH3 H Estabilidade Relativa de Alcenos Isômeros cis e trans de alcenos não têm a mesma estabilidade. Os alcenos cis são, em geral, menos estáveis do que os isômeros trans devido à tensão estérica (espacial) entre os dois grupos substituintes maiores situados no mesmo lado da ligação dupla. C C C H H C H H H H H H C C C H C H H H H H H H Tensão estérica: causada por átomos ou grupos de átomos muito próximos uns dos outros. Para medir as estabilidades relativas, podemos comparar os dados dos calores de hidrogenação para os isômeros: CH3CH2CH=CH2 + H2 CH3CH2CH2CH3 Pt + H2 CH3CH2CH2CH3 Pt + H2 CH3CH2CH2CH3 Pt 1-buteno cis-2-buteno trans-2-buteno butano H= -127 kJ/mol H= -120 kJ/mol H= -115 kJ/mol Estabilidade Relativa de Alcenos C C CH3 H H CH3 C C CH3 H CH3 H Qto < energia liberada + estável o composto!! Aplicações de alcenos e alcinos Principais produtos industriais derivados do etileno e propileno H2C CH2 - eteno (etileno) H2C CH CH3 - propeno (propileno) Fórmica Discos Gomas de mascar Redes Copos, cartões etc. Isopor Poliéster PET Velcro Náilon Hidrocarbonetos aromáticos: • não há uma fórmula geral para os aromáticos (ou arenos), assim chamados em virtude do forte cheiro apresentado pelos primeiros a serem descobertos; • as estruturas aromáticas estão formalmente relacionadas ao anel benzênico. Os elétrons deslocalizados normalmente são representados como um círculo no centro do anel; Benzeno H Representações simplificadas A sua nomenclatura será vista adiante São hidrocarbonetos aromáticos ou ou CH 2’ CH 3’ CH 3’ c c c c c c H H H H H H ou c c c c c c H H H H Hidrocarbonetos aromáticos: • o benzeno é uma molécula simétrica plana, muito pouco reativo por causa da estabilidade associada aos elétrons deslocalizados; • apesar de conterem ligações , os hidrocarbonetos aromáticos sofrem substituição mais facilmente que adição. Isso devido à elevada estabilidade causada ressonância do anel. Imagem: Estrutura Química do Benzeno / Cacycle / GNU Free Documentation License. Imagem: Estrutura do benzeno em 3D / Alundra / Public Domain. QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Hidrocarbonetos aromáticos Classificação: 1) Mononucleares: – possuem apenas um anel benzênico (substituído ou não). A substituição será de um ou mais átomos de hidrogênio do anel pelos radicais de hidrocarbonetos. Ex.: benzeno, metil-benzeno (tolueno), dimetil- benzeno (xileno) etc. CH 3 CH 3 CH 2 OH Hidrocarbonetos aromáticos Classificação 2) Polinucleares: a) isolados: união de anéis benzênicos por ligação simples entre os átomos de carbono. Exemplo: bifenila b) condensados: união de anéis benzênicos de modo que dois ou mais átomos de carbono sejam comuns a mais de um anel Exemplos: naftaleno (com 2), antraceno e fenantreno (com 3) etc. Imagem: Modelo de molécula de bifenila / Kemikungen / Public Domain. Imagem: Naftaleno / Autor Desconhecido / Disponibilizado por Benjah-bmm27 / Public Domain. Hidrocarbonetos aromáticos Nomenclatura: • benzeno é o nome-base e o substituinte é indicado por um prefixo; CH 3 C 2 H CH 3 CH 2 CH 2 etilbenzeno propilbenzeno etilbenzeno QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Hidrocarbonetos aromáticos Nomenclatura: • em alguns casos, o substituinte e o anel benzênico podem ser nomeados em conjunto formando novo nome-base; benzeno metilbenzeno ou tolueno 1,2-dimetilbenzeno ou o-xileno CH 3 CH 3 CH 3 QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Hidrocarbonetos aromáticos Nomenclatura (cont.): • quando dois substituintes estão presentes, suas posições relativas podem ser indicadas pelo uso de orto (o), meta (m) e para (p); CH 3 CH 3 1 2 3 4 5 6 1,2-dimetilbenzeno ortodimetilbenzeno o-xileno 1 2 3 4 5 6 CH 3 2 3 4 5 6 1 CH 3 CH 3 CH 3 1,4-dimetilbenzeno metadimetilbenzeno m-xileno 1,4-dimetilbenzeno parametilbenzeno p-xileno QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Hidrocarbonetos aromáticos Nomenclatura (cont.): • quando mais de dois grupos estiverem presentes no anel benzênico, suas posições devem ser indicadas por números; 1,2,4- trietilbenzeno CH 2 CH 3 CH 2 CH 3 CH 2 CH 3 1 2 3 4 5 6 QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Hidrocarbonetos aromáticos Nomenclatura (cont.): • quando o próprio anel benzênico é um substituinte, ele é chamado grupo fenila. A remoção de um hidrogênio do benzeno produz o radical fenila; • a remoção de um hidrogênio do grupo metila do tolueno produz o radical benzila. CH 2 QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Hidrocarbonetos aromáticos Nomenclatura (cont.): Os hidrocarbonetos aromáticos de núcleos condensados têm nomes particulares . • Derivados do naftaleno: – os átomos de carbono têm numeração fixa no caso dos naftalenos; – todos os átomos de carbono que possuem número 1, 4, 5 e 8 sãoequivalentes e denominados carbono α (alfa); – os átomos de carbono que possuem números 2, 3, 6 e 7 são equivalentes e denominados carbono β(beta). Naftaleno naftalina antraceno fenantreno α β β β β β – metil-naftaleno α α α α – metil-naftaleno CH 3 CH 3 QUÍMICA, 3º Ano do Ensino Médio Hidrocarboneto: ciclano, cicleno e compostos aromáticos Exercícios 1. Quantos átomos de hidrogênio há na molécula do ciclobuteno? a) 4 b) 5 c) 6 d) 7 e) 8 Exercícios 2. Qual das fórmulas moleculares representa um ciclano? a) C6H14 b) C6H12 c) C6H10 d) C6H8 e) C6H6 Exercícios 3. A queima do eucalipto para produzir carvão pode liberar substâncias irritantes e cancerígenas, tais como benzoantracenos, benzofluorantracenos e dibenzoantracenos, que apresentam em suas estruturas anéis de benzeno condensados. O antraceno apresenta três anéis e tem a seguinte fórmula molecular: a) C14H8 b) C14H10 c) C14H12 d) C18H12 e) C18H14
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