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Mecanismos de adaptação celular

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Edgar Lassance Cunha
Odontologia, FFOE - UFC
Mecanismos de adaptação celular
Patologia é o estudo do sofrimento. Envolve a investigação da causa da doença (etiologia), bem como os mecanismos de ação da doença (patogenia) que levam aos sintomas. 
A patologia geral enfoca nas respostas fundamentais das células e dos tecidos aos estímulos patológicos.
Visão geral das respostas celulares ao estresse e a estímulos nocivos
As células ajustam constantemente sua estrutura e função para se adaptarem às demandas extracelulares. Contudo, buscam manter os seus parâmetros intracelulares numa faixa razoavelmente estreita (homeostase). 
Quando encontram um estresse fisiológico ou um estimulo patológico, podem sofrer uma adaptação, alcançando um novo estado constante, preservando sua existência e função. As principais são a hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia.
Se a capacidade adaptativa é excedida ou o estresse externo é nocivo, desenvolve-se uma lesão celular. Dentro de certos limites, a lesão pode ser uma lesão reversível e as células podem retornar à estabilidade. Se o estresse for grave ou persistente, poderá causar lesão irreversível – morte das células afetadas. 
OBS: A morte celular é um dos muitos eventos cruciais na evolução de doenças. Entretanto, é essencial na embriogênese, do desenvolvimento dos órgãos e na manutenção da homeostase.
Adaptações celulares ao estresse
Adaptações são alterações celulares reversíveis em numero, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares; em resposta às alterações do ambiente celular. 
Adaptações fisiológicas normalmente representam respostas celulares à estimulação hormonal ou mediadores químicos.
Adaptações patológicas são respostas ao estresse que permitem que a célula module sua estrutura e função, assim escapando da lesão.
1 – Hipertrofia
Hipertrofia é o aumento do volume celular, que normalmente causa aumento efetivo do tamanho do órgão referido – não há formação de novas células.
O aumento de volume ocorre devido ao aumento da síntese e armazenamento de proteínas estruturais e organelas. 
A hipertrofia, seja ela fisiológica ou patológica, ocorre devido ao aumento da demanda funcional (desencadeamento mecânico) ou aumento do suprimento hormonal específico (desencadeamento trófico) de uma célula incapaz de se dividir.
Qualquer seja o estimulo para hipertrofia, um limite é alcançado, e, após isso, a hipertrofia é caracterizada como patológica.
Alguns estímulos, em alguns órgãos, causam hipertrofia aliada a hiperplasia, resultando num órgão hipertrófico (de volume aumentado).
2 - Hiperplasia
Hiperplasia é o crescimento tecidual devido ao aumento do numero de células.
Há hiperplasia quando há remoção ou lesão tecidual (hiperplasia fisiológica compensatória), ou estímulos hormonais (hiperplasia fisiológica hormonal) a células capazes de se dividir.
OBS: Em hiperplasias fisiológicas o processo hiperplásico permanece sob controle, diferentemente das hiperplasias patológicas benignas do câncer. A hiperplasia patológica é um solo fértil para o surgimento de cânceres.
3 – Atrofia
Atrofia é a diminuição do tamanho celular pela perda de substâncias intracelulares. Quando um número suficiente de células sofre atrofia, há atrofia aparente do órgão referido. 
Apesar do tamanho reduzido, as células não estão mortas.
Resulta da diminuição da:
Diminuição da carga de trabalho;
Perda de inervação;
Redução do suprimento sanguíneo;
Desnutrição;
Perda de estimulo endócrino;
Atrofia de envelhecimento (atrofia senil);
Seja a atrofia fisiológica ou patológica, as alterações celulares fundamentais são iguais.
Resulta da diminuição da síntese e do armazenamento (resultado da redução da atividade metabólica) e aumento da degradação proteica das células.
OBS: A degradação proteica ocorre principalmente pela via ubiquitina-proteossoma. A ubiquitina é um pequeno peptídeo que se liga a proteínas celulares e as direciona para proteossomas, para degradação.
Muitas vezes a atrofia é acompanhada de autofagia (célula se nutre de seus próprios constituintes, buscando driblar a escassez do ambiente).
4 – Metaplasia
Metaplasia é uma alteração reversível no qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular adulto. As células mais sensíveis a certos estresses são substituídas por outros tipos celulares, que são mais resistentes aos mesmos estresses. 
Ocorre não pela diferenciação da célula adulta, mas por reprogramação genética das células tronco que virão a se desenvolver, naquele tecido.
Ex: Nos tabagistas, as células especializadas do trato respiratório são frágeis ao tabaco; Estas, então, são gradativamente substituídas por células pavimentosas num epitélio estratificado, mais resistente ao tabaco; 
Referência
Kumar, V.; Abbas, A. K.; Fausto, N.; Mitchel, N. R; Robbins patologia básica. 8ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

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