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O conhecimento e suas muitas formas: senso comum e opinião; conhecimento científico e tecnológico. Metodologia, racionalidade e avaliação de teorias. CONHECIMENTO: um processo de compreender para adquirir domínio sobre alguma parcela do universo, no qual se valoriza a compreensão da realidade por meio da razão. Enquanto processo, o conhecimento nunca está acabado, está permanentemente aberto. Um conhecimento já pesquisado e processado é uma simples informação. SENSO COMUM: Saber que se constitui de forma fragmentar, apoiado em crenças não verificáveis, em que prevalece a opinião. O senso comum carrega a crença de que suas verdades seriam eternamente válidas. CIÊNCIA: Conhecimento crítico generalizante, expresso em termos causais e que busca entender o mundo em que vivemos. A ciência se distingue do senso comum por ser um conhecimento crítico e problematizador. TÉCNICA E TECNOLOGIA: A técnica é um conhecimento prático, equivalente ao saber fazer, ligando a experiência com a razão; a tecnologia é a ciência de alguma técnica em particular. EPISTEMOLOGIA: Ciência do conhecimento — do grego Episteme = Conhecimento. Também conhecida como “Teoria do conhecimento”, um ramo da filosofia. Estudo dos princípios do conhecimento genuíno. A filosofia – a “amizade à sabedoria” – pode ser definida como a busca pelo bom, pelo belo e pelo verdadeiro. A teoria do conhecimento seria aquela parte da filosofia que tem como objeto o próprio conhecimento – o que é e em que condições um conhecimento verdadeiro é possível. Ponto de partida: Sócrates – “O que sei? Sei que nada sei”. A partir do advento da ciência moderna (Galileu, Newton, etc), a teoria do conhecimento passa a refletir a partir do conhecimento científico. No século XX surge a filosofia da ciência. FILOSOFIA DA CIÊNCIA: Estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, destinado a determinar sua origem lógica (e não meramente psicológica), seu valor e seu alcance objetivo. A despeito de não ter nenhuma relação com as ciências naturais, a filosofia procura analisar os resultados das observações científicas. Ciência — Uma proposta de definição Um sistema de estruturas abstratas, que por sua vez utilizam conceitos (os quais são usados para formular idéias)... ...visando formular representações de certos aspectos (i.e. não todos os aspectos possíveis ou imagináveis) de determinados domínios da realidade (i.e. não de toda a realidade, mas regiões dela)... ...que sejam testáveis e empiricamente adequadas (i.e. dêem conta dos fenômenos)... ...apesar de serem inevitavelmente indiretas (i.e. mediadas por várias “camadas”, sem acesso às “coisas em si”) e falíveis (i.e. sujeitas a erros)... e tentando atender a diversos valores cognitivos. Que valores cognitivos são esses? Na época atual, dentre os principais, podemos mencionar: Obrigatoriamente: • Testabilidade • Adequação empírica Preferencialmente: • Coerência • Simplicidade • Abrangência • Precisão • Rigor • Formalização • Poder preditivo • Poder explicativo • Capacidade de solução de problemas • Aplicabilidade tecnológica • Compatibilidade com outros conhecimentos aceitos • etc... Perguntas que vocês talvez estejam se fazendo: · Por que não estudar em BECM somente a ciência do século XXI? · Qual o interesse de considerar também a ciência dos séculos XIX, XVIII e XVII? Porque — para o bem ou para o mal — somos, em muitos aspectos, herdeiros daquele pensamento, daqueles conceitos, daquelas reflexões, daquelas categorias de pensamento. A ciência de hoje não seria o que é se não fosse o resultado de um acidentado processo evolutivo que atravessas os últimos quatro séculos. Nesta disciplina vamos analisar formalmente a ciência atual e também vamos colocá-la em sua perspectiva histórica. Aristóteles (em grego Αριστοτέλης) (Estagira, Calcídica, 384 a.C. - 322 a.C.) • Física qualitativa • Realismo • Empirismo Filosofia Moderna (séc. XVII) Francis Bacon, também referido como Bacon de Verulâmio (Londres, 22 de Janeiro de 1561 — Londres, 9 de Abril de 1626) “Saber é poder” Filosofia Moderna (séc. XVII) � René Descartes (1596 – 1650) � “Só aceitarei em meu espírito idéias claras e distintas” � “Cogito ergo sum” “Por método, entendo regras certas e fáceis, graças às quais todos os que as observem exatamente jamais tomarão como verdadeiro aquilo que é falso e chegarão, sem se cansar com esforços inúteis e aumentando progressivamente sua ciência, ao conhecimento verdadeiro de tudo o que lhes é possível esperar” Regras para a direção do Espírito. Ceticismo David Hume (Edimburgo, 7 de Maio de 1711 — Edimburgo, 25 de Agosto de 1776) • O conhecimento científico se baseia na crença, numa certa regularidade da natureza e no hábito. • Despertou Kant do “sono dogmático” Immanuel Kant (1724 -1804) � Crítica da razão pura (1781) � Filosofia Transcendental : investiga as condições de possibilidade do conhecimento � Revolução copernicana � Segundo Kant, todo conhecimento tem início na experiência, pois ela desperta e põe em ação nossa faculdade de conhecer. Mas se “todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele deriva da experiência”. Isso significa que cronologicamente nenhum conhecimento antecede a experiência, mas “a própria experiência é uma forma de conhecimento que exige o concurso do entendimento, cuja regra devo pressupor em mim antes de me serem dados os objetos”. � “A razão não percebe senão aquilo que ela mesma produz segundo seu próprio projeto”. � “Não conhecemos a priori nas coisas senão aquilo que nós mesmos nelas colocamos”.
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