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BECM BECM –– 66ªª. aula. aula Teorias como estruturasTeorias como estruturas �� As teorias cientAs teorias cientííficas ficas possuem uma possuem uma estrutura complexaestrutura complexa ChalmersChalmers –– Cap. VI:Cap. VI: As limitaAs limitaçções do ões do falsificacionismofalsificacionismo �� As falsificaAs falsificaçções são ões são tão faltão falííveis quanto as veis quanto as observaobservaçções ões particulares.particulares. �� O O falsificacionismofalsificacionismo éé inadequado em bases inadequado em bases histhistóóricas. Ele não ricas. Ele não explica a explica a complexidade das complexidade das revolurevoluçções cientões cientííficas.ficas. 1.1. A dependência que a observaA dependência que a observaçção tem da ão tem da teoria e a falibilidade das falsificateoria e a falibilidade das falsificaççõesões �� Particularidade lParticularidade lóógica que gica que apapóóia o ia o falsificacionistafalsificacionista:: �� éé posspossíível realizar deduvel realizar deduçções ões llóógicas partindo de gicas partindo de proposiproposiçções de observaões de observaçção ão singulares como premissas, singulares como premissas, para chegar para chegar àà falsidade de leis falsidade de leis e teorias universais por e teorias universais por dedudeduçção lão lóógica.gica. �� A falsidade de afirmaA falsidade de afirmaçções ões universais pode ser deduzida universais pode ser deduzida de afirmade afirmaçções singulares ões singulares dispondisponííveis. veis. �� Se são dadas proposiSe são dadas proposiçções de ões de observaobservaçção verdadeiras, então ão verdadeiras, então éé posspossíível deduzir logicamente vel deduzir logicamente a falsidade de certas a falsidade de certas proposiproposiçções de observaões de observaçção, ão, enquanto não enquanto não éé posspossíível vel deduzir a verdade de qualquer deduzir a verdade de qualquer proposiproposiçção de observaão de observaçção. ão. Esta não Esta não éé uma questão uma questão excepcional, mas estexcepcional, mas estáá baseada na suposibaseada na suposiçção de que ão de que proposiproposiçções de observaões de observaçção ão perfeitamente seguras estão perfeitamente seguras estão dispondisponííveis. veis. A falibilidade das falsificaA falibilidade das falsificaççõesões �� Todas as proposiTodas as proposiçções de ões de observaobservaçção são falão são falííveis. veis. ConseqConseqüüentemente, se uma entemente, se uma afirmaafirmaçção universal ou complexo ão universal ou complexo de afirmade afirmaçções universais ões universais constituindo uma teoria, ou parte constituindo uma teoria, ou parte de uma teoria, entra em choque de uma teoria, entra em choque com alguma proposicom alguma proposiçção de ão de observaobservaçção, ela pode estar ão, ela pode estar errada. Nada na lerrada. Nada na lóógica da gica da situasituaçção requer que deva ser ão requer que deva ser sempre a teoria a ser rejeitada na sempre a teoria a ser rejeitada na ocasião de um choque com a ocasião de um choque com a observaobservaçção. Uma proposião. Uma proposiçção de ão de observaobservaçção falão falíível pode ser vel pode ser rejeitada e a teoria falrejeitada e a teoria falíível com a vel com a qual ela se choca ser mantida.qual ela se choca ser mantida. �� A ciência abunda com A ciência abunda com exemplos de rejeiexemplos de rejeiçção de ão de proposiproposiçções de observaões de observaçção e ão e retenretençção de teorias com as quais ão de teorias com as quais elas se chocam. Contudo, por elas se chocam. Contudo, por mais seguramente baseada na mais seguramente baseada na observaobservaçção uma afirmaão uma afirmaçção possa ão possa parecer estar, a possibilidade de parecer estar, a possibilidade de que novos avanque novos avançços teos teóóricos ricos revelarão inadequarevelarão inadequaçções nessa ões nessa afirmaafirmaçção não pode ser ão não pode ser descartada. Conseqdescartada. Conseqüüentemente, entemente, falsificafalsificaçções conclusivas, diretas, ões conclusivas, diretas, de teorias, não são realizde teorias, não são realizááveis.veis. �� Exemplos: problema de Vênus; Exemplos: problema de Vênus; tamanho da luatamanho da lua 2. A defesa inadequada de 2. A defesa inadequada de PopperPopper �� Popper estava consciente desse problema e o chamou de Popper estava consciente desse problema e o chamou de ““o problema da o problema da base empbase empííricarica �� A posiA posiçção de Popper salienta a importante distinão de Popper salienta a importante distinçção entre proposião entre proposiçções de ões de observaobservaçção pão púúblicas, por um lado, e experiências perceptivas privadas de blicas, por um lado, e experiências perceptivas privadas de observadores individuais, por outro. Estas observadores individuais, por outro. Estas úúltimas são num certo sentido ltimas são num certo sentido ““dadasdadas”” aos indivaos indivííduos no ato de observaduos no ato de observaçção, mas não hão, mas não háá passagem direta passagem direta dessas experiências privadas (que vão depender de fatores peculidessas experiências privadas (que vão depender de fatores peculiares a ares a cada cada observador individual tais como suas expectativas, conhecimento observador individual tais como suas expectativas, conhecimento anterior etc.) para uma proposianterior etc.) para uma proposiçção de observaão de observaçção que pretende descrever ão que pretende descrever a situaa situaçção observada. Uma proposião observada. Uma proposiçção de observaão de observaçção, formulada numa ão, formulada numa linguagem plinguagem púública, pode ser testblica, pode ser testáável e aberta vel e aberta àà modificamodificaçção ou rejeião ou rejeiçção. ão. Observadores individuais podem ou não aceitar uma proposiObservadores individuais podem ou não aceitar uma proposiçção de ão de observaobservaçção especão especíífica. Sua fica. Sua decisão decisão sobre o assunto sersobre o assunto seráá motivada motivada em em parte pelas experiências perceptivas relevantes, mas nenhuma expparte pelas experiências perceptivas relevantes, mas nenhuma experiência eriência perceptiva da parte de um indivperceptiva da parte de um indivííduo serduo seráá suficiente para estabelecer a suficiente para estabelecer a validade de uma proposivalidade de uma proposiçção de observaão de observaçção. Um observador pode ser ão. Um observador pode ser levado a aceitar alguma proposilevado a aceitar alguma proposiçção de observaão de observaçção com base numa ão com base numa perceppercepçção e, no entanto, essa proposião e, no entanto, essa proposiçção de observaão de observaçção pode ser falsa.ão pode ser falsa. O problema da base empO problema da base empííricarica �� Exemplos de proposiExemplos de proposiçções ões de observade observaçção pão púúblicas:blicas: �� Galileu:Galileu:““As luas de As luas de JJúúpiter são vispiter são visííveis veis atravatravéés de um s de um telesctelescóópiopio””;; �� Kepler: Kepler: ““Marte Marte éé quadrado e intensamente quadrado e intensamente coloridocolorido””.. A essência da posiA essência da posiçção de ão de Popper sobre Popper sobre proposiproposiçções de ões de observaobservaçção ão éé de que sua de que sua aceitabilidade aceitabilidade éé aferida aferida pela sua capacidade de pela sua capacidade de sobreviver a testes. sobreviver a testes. Aquelas que falham Aquelas que falham diante de testes diante de testes subseqsubseqüüentes são entes são rejeitadas, enquanto as rejeitadas, enquanto as que sobrevivem a todos que sobrevivem a todos os testes são mantidas.os testes são mantidas. O O FalibilismoFalibilismo A base empA base empíírica de uma ciência objetiva não tem assim rica de uma ciência objetiva não tem assim nada de nada de ““absolutoabsoluto””. A ciência não repousa sobre um . A ciêncianão repousa sobre um ssóólido leito pedregoso. A audaciosa estrutura de suas lido leito pedregoso. A audaciosa estrutura de suas teorias ergueteorias ergue--se como se estivesse sobre um pântano. se como se estivesse sobre um pântano. Ela Ela éé como um prcomo um préédio construdio construíído sobre estacas. Estas do sobre estacas. Estas são impulsionadas para baixo no pântano, mas não para são impulsionadas para baixo no pântano, mas não para alguma base natural ou alguma base natural ou ““dadadada””; e se paramos de ; e se paramos de impulsionar as estacas mais para o fundo não impulsionar as estacas mais para o fundo não éé porque porque alcanalcanççamos solo firme. Namos solo firme. Nóós simplesmente paramos s simplesmente paramos quando ficamos satisfeitos pelas estacas estarem quando ficamos satisfeitos pelas estacas estarem suficientemente firmes para agsuficientemente firmes para agüüentar a estrutura, ao entar a estrutura, ao menos por um tempo.menos por um tempo. K. R Popper, K. R Popper, TheThe LogicLogic ofof ScientiftcScientiftc Discovery Discovery (Londres: (Londres: HutchinsonHutchinson, 1968), p. 106., 1968), p. 106. Problema do Problema do falibilismofalibilismo �� O O falibilismofalibilismo torna o torna o falsificacionismofalsificacionismo frfráágil:gil: “é“é precisamente o fato de as proposiprecisamente o fato de as proposiçções de observaões de observaçção serem ão serem falfalííveis, e sua aceitaveis, e sua aceitaçção apenas experimental e aberta ão apenas experimental e aberta àà revisão revisão que derruba a posique derruba a posiçção ão falsificacionistafalsificacionista. . ÀÀs teorias não podem ser s teorias não podem ser conclusivamente falsificadas porque as proposiconclusivamente falsificadas porque as proposiçções de observaões de observaçção ão que formam a base para a falsificaque formam a base para a falsificaçção podem se revelar falsas ão podem se revelar falsas àà luz luz de desenvolvimentos posteriores. O conhecimento disponde desenvolvimentos posteriores. O conhecimento disponíível na vel na éépoca de Coppoca de Copéérnico não permitia uma crrnico não permitia uma críítica legtica legíítima da tima da observaobservaçção de que os tamanhos aparentes de Marte e Vênus ão de que os tamanhos aparentes de Marte e Vênus permaneciam, permaneciam, grosso modogrosso modo, constantes, de forma que a teoria de , constantes, de forma que a teoria de CopCopéérnico, tomada literalmente, poderia ser considerada falsificada rnico, tomada literalmente, poderia ser considerada falsificada por essa observapor essa observaçção. Cem anos mais tarde, a falsificaão. Cem anos mais tarde, a falsificaçção pôde ser ão pôde ser revogada devido aos novos desenvolvimentos na revogada devido aos novos desenvolvimentos na óótica. tica. FalsificaFalsificaçções conclusivas são descartadas pela falta de uma base ões conclusivas são descartadas pela falta de uma base observacional perfeitamente segura da qual elas dependem.observacional perfeitamente segura da qual elas dependem.”” 3. A complexidade das situa3. A complexidade das situaçções ões de teste realistasde teste realistas �� Uma teoria não pode Uma teoria não pode ser conclusivamente ser conclusivamente falsificada, porque a falsificada, porque a possibilidade de que possibilidade de que alguma parte da alguma parte da complexa situacomplexa situaçção do ão do teste, que não a teoria teste, que não a teoria em teste, seja em teste, seja responsresponsáável por uma vel por uma previsão errada não pode previsão errada não pode ser descartada.ser descartada. Exemplos da histExemplos da históória da ria da astronomia:astronomia: �� A) o problema da A) o problema da óórbita rbita de Uranode Urano �� B) As paralaxes de B) As paralaxes de BraheBrahe �� C) Exemplo hipotC) Exemplo hipotéético de tico de LakatosLakatos 4. O 4. O falsificacionismofalsificacionismo éé inadequado em bases histinadequado em bases históóricasricas Um fato histUm fato históórico embararico embaraççoso para os oso para os falsificacionistasfalsificacionistas éé que sua que sua metodologia tem sido aceita estritamente por cientistas cujas temetodologia tem sido aceita estritamente por cientistas cujas teorias são orias são vistas geralmente entre os melhores exemplos de teorias cientvistas geralmente entre os melhores exemplos de teorias cientííficas que ficas que nunca teriam sido desenvolvidas porque seriam rejeitadas ainda nnunca teriam sido desenvolvidas porque seriam rejeitadas ainda na a infância. Dado qualquer exemplo de uma teoria cientinfância. Dado qualquer exemplo de uma teoria cientíífica clfica cláássica, seja na ssica, seja na éépoca em que foi proposta pela primeira vez ou numa data posteriopoca em que foi proposta pela primeira vez ou numa data posterior, r, éé posspossíível encontrar proposivel encontrar proposiçções observacionais que eram geralmente ões observacionais que eram geralmente aceitas na. aceitas na. éépoca e foram consideradas inconsistentes com a teoria. Não poca e foram consideradas inconsistentes com a teoria. Não obstante, aquelas teorias não foram rejeitadas, e foi bom para aobstante, aquelas teorias não foram rejeitadas, e foi bom para a ciência que ciência que tenha sido assim. Alguns exemplos histtenha sido assim. Alguns exemplos históóricos que podem apoiar minha ricos que podem apoiar minha afirmaafirmaçção são os que vamos ver em seguida.ão são os que vamos ver em seguida. 5. A Revolu5. A Revoluçção Copernicanaão Copernicana Antecedentes da revoluAntecedentes da revoluççãoão Era geralmente aceito na Europa Era geralmente aceito na Europa medieval que a Terra ficava no medieval que a Terra ficava no centro de um universo finito e o centro de um universo finito e o Sol, planetas e estrelas orbitavam Sol, planetas e estrelas orbitavam em torno dela. A fem torno dela. A fíísica e a sica e a cosmologia que forneciam a cosmologia que forneciam a moldura na qual estava disposta moldura na qual estava disposta esta astronomia eram esta astronomia eram basicamente aquelas basicamente aquelas desenvolvidas por Aristdesenvolvidas por Aristóóteles no teles no ssééculo IV a.C. No sculo IV a.C. No sééculo II d.C., culo II d.C., Ptolomeu projetou um sistema Ptolomeu projetou um sistema astronômico detalhado que astronômico detalhado que especificava as especificava as óórbitas da lua, do rbitas da lua, do Sol e de todos os planetas.Sol e de todos os planetas. �� IlustraIlustraçção representando o sistema ão representando o sistema geocêntrico (extrageocêntrico (extraíída de Harmonia da de Harmonia MacrocosmicaMacrocosmica, de Andreas , de Andreas CellariusCellarius, , 16601660--1).1). O universo aristotO universo aristotéélicolico O universo aristotO universo aristotéélico dividialico dividia--se em duas regiões se em duas regiões distintas. A região sublunar era a região interna, distintas. A região sublunar era a região interna, estendendoestendendo--se da Terra central atse da Terra central atéé dentro da dentro da óórbita rbita lunar. A região lunar. A região sobrelunarsobrelunar era o restante do universo era o restante do universo finito, estendendofinito, estendendo--se da se da óórbita da lua rbita da lua àà esfera das esfera das estrelas, e assinalava o limite externo do universo. Nada estrelas, e assinalava o limite externo do universo. Nada existia alexistia aléém da esfera externa, nem mesmo espam da esfera externa, nem mesmo espaçço. o. EspaEspaçço não preenchido o não preenchido éé uma impossibilidade no uma impossibilidade no sistema aristotsistema aristotéélico. Todos os objetos celestes na região lico. Todos os objetos celestes na região sobrelunarsobrelunar eram feitos de um elemento incorrupteram feitos de um elemento incorruptíível vel chamada chamada ééter. O ter. O ééter possuter possuíía uma propensão naturala a uma propensão natural a movermover--se em torno do centro do universo em cse em torno do centro do universo em cíírculos rculos perfeitos.perfeitos. O universo aristotO universo aristotéélicolico Mecânica e cosmologia Mecânica e cosmologia aristotaristotéélicaslicas Em contraste com o carEm contraste com o carááter ordenado, regular e incorruptter ordenado, regular e incorruptíível da região vel da região sobrelunarsobrelunar, a , a região sublunar era marcada pela mudanregião sublunar era marcada pela mudançça, crescimento e decla, crescimento e declíínio, geranio, geraçção e ão e corrupcorrupçção. Todas as substâncias na região sublunar eram misturas dos quão. Todas as substâncias na região sublunar eram misturas dos quatro atro elementos, ar, terra, fogo e elementos, ar, terra, fogo e áágua, e as proporgua, e as proporçções relativas dos elementos numa ões relativas dos elementos numa mistura determinavam as propriedades da substância por eles consmistura determinavam as propriedades da substância por eles constitutituíída. Cada da. Cada elemento tinha um lugar natural no universo. O lugar natural da elemento tinha um lugar natural no universo. O lugar natural da Terra era o centro do Terra era o centro do universo; da universo; da áágua, era a superfgua, era a superfíície da Terra; do ar, a região imediatamente acima da cie da Terra; do ar, a região imediatamente acima da superfsuperfíície da Terra: e do fogo, era o topo da atmosfera, prcie da Terra: e do fogo, era o topo da atmosfera, próóximo ximo àà óórbita da Lua. rbita da Lua. ConseqConseqüüentemente, cada objeto terrestre teria um lugar natural na regiãentemente, cada objeto terrestre teria um lugar natural na região sublunar o sublunar dependendo da propordependendo da proporçção relativa dos quatro elementos que ele continha. As ão relativa dos quatro elementos que ele continha. As pedras, sendo principalmente terra, tinham um lugar natural pertpedras, sendo principalmente terra, tinham um lugar natural perto do centro da Terra, o do centro da Terra, enquanto as chamas, sendo principalmente fogo, tinham um lugar nenquanto as chamas, sendo principalmente fogo, tinham um lugar natural perto da atural perto da óórbita da lua, e assim por diante. Todos os objetos tinham propenrbita da lua, e assim por diante. Todos os objetos tinham propensão a se mover em são a se mover em linhas retas, para cima ou para baixo, em direlinhas retas, para cima ou para baixo, em direçção ao seu lugar natural. Assim, as ão ao seu lugar natural. Assim, as pedras tinham um movimento natural direto para baixo, em direpedras tinham um movimento natural direto para baixo, em direçção ao centro da ão ao centro da Terra, e as chamas tinham um movimento natural direto para cima,Terra, e as chamas tinham um movimento natural direto para cima, afastandoafastando--se do se do centro da Terra. Todos os movimentos alcentro da Terra. Todos os movimentos aléém dos naturais pressupõem uma causa. m dos naturais pressupõem uma causa. Por exemplo, as flechas têm que ser impulsionadas por um arco e Por exemplo, as flechas têm que ser impulsionadas por um arco e as carroas carroçças têm as têm que ser puxadas por cavalos.que ser puxadas por cavalos. Sistema ptolomaicoSistema ptolomaico Visto que observaVisto que observaçções de ões de posiposiçções planetões planetáárias em vrias em váárias rias éépocas não podiam ser pocas não podiam ser conciliadas com conciliadas com óórbitas circulares, rbitas circulares, centradas na Terra, Ptolomeu centradas na Terra, Ptolomeu introduziu no sistema cintroduziu no sistema cíírculos rculos ulteriores, chamados epiciclos. Os ulteriores, chamados epiciclos. Os planetas moviamplanetas moviam--se em cse em cíírculos, rculos, ou epiciclos, e os centros deles ou epiciclos, e os centros deles moviammoviam--se em cse em cíírculos em torno rculos em torno da Terra. As da Terra. As óórbitas podiam ser rbitas podiam ser ulteriormente refinadas ulteriormente refinadas acrescentandoacrescentando--se epiciclos a se epiciclos a epiciclos etc., de maneira que o epiciclos etc., de maneira que o sistema resultante fosse sistema resultante fosse compatcompatíível com observavel com observaçções de ões de posiposiçções planetões planetáárias e capaz de rias e capaz de prever suas futuras posiprever suas futuras posiçções.ões. Dificuldades do sistema Dificuldades do sistema copernicanocopernicano �� Argumento da torreArgumento da torre �� Objetos soltos na superfObjetos soltos na superfíície da cie da TerraTerra �� Ausência de paralaxe nas Ausência de paralaxe nas posiposiçções observadas das ões observadas das estrelasestrelas �� Tamanho constante de Marte Tamanho constante de Marte e Vênuse Vênus Os adeptos da teoria Os adeptos da teoria copernicana viramcopernicana viram--se diante se diante de sde séérias dificuldades. O rias dificuldades. O prpróóprio Copprio Copéérnico estava rnico estava profundamente imerso na profundamente imerso na metafmetafíísica aristotsica aristotéélica e não lica e não tinha resposta adequada para tinha resposta adequada para eles. Em vista da foreles. Em vista da forçça das a das circunstâncias contra circunstâncias contra CopCopéérnico, poderrnico, poder--sese--ia muito ia muito bem perguntar o que então bem perguntar o que então poderia ser dito a favor da poderia ser dito a favor da teoria copernicana em 1543. A teoria copernicana em 1543. A resposta resposta éé ““não muitonão muito””.. Aliados de CopAliados de Copéérnicornico GalileuGalileu �� Uso do telescUso do telescóópio pio traz confirmatraz confirmaçções das ões das previsões previsões copernicanascopernicanas �� EsboEsboçço da nova o da nova mecânicamecânica KeplerKepler �� Teoria Teoria óótica que tica que sustentava o uso do sustentava o uso do telesctelescóópiopio �� A descoberta das A descoberta das elipseselipses EsboEsboçço da nova mecânicao da nova mecânica A maior contribuiA maior contribuiçção de Galileu ão de Galileu àà ciência foi sua obra de mecânica. Ele ciência foi sua obra de mecânica. Ele configurou alguns dos fundamentos da mecânica newtoniana que devconfigurou alguns dos fundamentos da mecânica newtoniana que deveria eria substituir a de Aristsubstituir a de Aristóóteles. Distinguiu claramente a velocidade da teles. Distinguiu claramente a velocidade da aceleraaceleraçção e assegurou que objetos em queda livre movemão e assegurou que objetos em queda livre movem--se com uma se com uma aceleraaceleraçção constante independente de seu peso, caindo a uma distancia ão constante independente de seu peso, caindo a uma distancia proporcional ao quadrado do tempo da queda. Ele negou a afirmaproporcional ao quadrado do tempo da queda. Ele negou a afirmaçção ão aristotaristotéélica de que todo movimento requer uma causa; em seu lugar, lica de que todo movimento requer uma causa; em seu lugar, propôs uma lei circular da inpropôs uma lei circular da inéércia, de acordo com a qual um objeto em rcia, de acordo com a qual um objeto em movimento não sujeito a formovimento não sujeito a forçças pode moveras pode mover--se indefinidamente num cse indefinidamente num cíírculo rculo em torno da Terra em velocidade uniforme. Ele analisou o movimenem torno da Terra em velocidade uniforme. Ele analisou o movimento de to de um projum projéétil determinandotil determinando--o num componente horizontal movendoo num componente horizontal movendo--se com se com velocidade constante obedecendo sua lei de invelocidade constante obedecendo sua lei de inéércia, e um componente rcia, e um componente vertical sujeito a aceleravertical sujeito a aceleraçção constante para baixo. Mostrou que o percurso ão constante para baixo. Mostrou que o percurso resultante de um projresultante de um projéétil era uma partil era uma paráábola. Desenvolveu o conceito debola. Desenvolveu o conceito de movimento relativo e argumentou que o movimento uniforme de um movimento relativo e argumentou que o movimento uniforme de um sistema não pode ser detectado por meios mecânicos sem acesso a sistema não pode ser detectado por meios mecânicos sem acesso a algum algum ponto de referência fora do sistema.ponto de referência fora do sistema. As leis de KeplerAs leis de Kepler Foi o contemporâneo de Galileu, Kepler, Foi o contemporâneo de Galileu, Kepler, que contribuiu com uma brecha que contribuiu com uma brecha importante nessa direimportante nessa direçção quando ão quando descobriu que cada descobriu que cada óórbita planetrbita planetáária ria podia ser representada por uma elipse podia ser representada por uma elipse isolada, com o Sol no foco. Isto eliminou isolada, com o Sol no foco. Isto eliminou o complexo sistema de epiciclos que o complexo sistema de epiciclos que tanto Coptanto Copéérnico como Ptolomeu rnico como Ptolomeu julgavam necessjulgavam necessáário. Nenhuma rio. Nenhuma simplificasimplificaçção similar ão similar éé posspossíível no vel no sistema ptolemaico, centrado na Terra. sistema ptolemaico, centrado na Terra. Kepler teve Kepler teve àà sua disposisua disposiçção os ão os registros de posiregistros de posiçções planetões planetáárias de rias de TychoTycho BraheBrahe, que eram mais acurados , que eram mais acurados do que aqueles dispondo que aqueles disponííveis para veis para CopCopéérnico. Depois de uma cuidadosa rnico. Depois de uma cuidadosa ananáálise dos dados, Kepler chegou lise dos dados, Kepler chegou ààs s suas três leis do movimento planetsuas três leis do movimento planetáário: rio: os planetas movemos planetas movem--se em se em óórbitas rbitas elelíípticas em torno do Sol; uma linha pticas em torno do Sol; uma linha unindo um planeta ao Sol cobre unindo um planeta ao Sol cobre ááreas reas iguais em tempos iguais; o quadrado do iguais em tempos iguais; o quadrado do perperííodo de um planeta odo de um planeta éé proporcional ao proporcional ao cubo de sua distância mcubo de sua distância méédia ao Sol.dia ao Sol. ConsolidaConsolidaçção da revoluão da revoluçção por ão por NewtonNewton PhilosophiPhilosophiææ NaturalisNaturalis Principia Principia MathematicaMathematica (1687)(1687) �� ConcepConcepçção de forão de forçça como causa a como causa da acelerada aceleraççãoão �� Lei da inLei da inéércia linearrcia linear �� Lei da gravidadeLei da gravidade �� UnificaUnificaçção dos domão dos domíínios dos nios dos corpos celestes e dos corpos corpos celestes e dos corpos terrestresterrestres Uma vez que a fUma vez que a fíísica de Newton sica de Newton havia sido elaborada, foi posshavia sido elaborada, foi possíível vel aplicaplicáá--la em detalhe la em detalhe àà astronomia. astronomia. TornouTornou--se possse possíível, por exemplo, vel, por exemplo, investigar os detalhes da investigar os detalhes da óórbita rbita lunar, levando em conta seu lunar, levando em conta seu tamanho finito, a rotatamanho finito, a rotaçção da Terra, ão da Terra, a oscilaa oscilaçção da Terra sobre seu ão da Terra sobre seu eixo, e assim por diante. Tornoueixo, e assim por diante. Tornou-- se tambse tambéém possm possíível investigar o vel investigar o desvio dos planetas da lei de desvio dos planetas da lei de Kepler devido Kepler devido àà massa finita do massa finita do Sol, forSol, forçças interplanetas interplanetáárias etc. rias etc. Desenvolvimentos tais como Desenvolvimentos tais como estes deveriam ocupar os estes deveriam ocupar os sucessores de Newton pelo sucessores de Newton pelo prpróóximo par de sximo par de sééculos.culos. Bibliografia sobre o temaBibliografia sobre o tema ConclusãoConclusão A RevoluA Revoluçção Copernicana não ocorreu a partir da queda de um ou ão Copernicana não ocorreu a partir da queda de um ou dois chapdois chapééus da Torre de Pisa. Ficou claro tambus da Torre de Pisa. Ficou claro tambéém que nem os m que nem os indutivistasindutivistas nem os nem os falsificacionistasfalsificacionistas dão um relato da ciência dão um relato da ciência compatcompatíível com ela. Os novos conceitos de forvel com ela. Os novos conceitos de forçça e ina e inéércia não rcia não surgiram como resultado de observasurgiram como resultado de observaçção e experimentaão e experimentaçção ão cuidadosas. Tampouco surgiram atravcuidadosas. Tampouco surgiram atravéés da falsificas da falsificaçção de ão de conjecturas audaciosas e da substituiconjecturas audaciosas e da substituiçção contão contíínua de uma nua de uma conjectura audaciosa por outra. As formulaconjectura audaciosa por outra. As formulaçções iniciais da nova ões iniciais da nova teoria, envolvendo concepteoria, envolvendo concepçções novas incompletamente formuladas, ões novas incompletamente formuladas, foram mantidas com perseveranforam mantidas com perseverançça e desenvolvidas a despeito de a e desenvolvidas a despeito de aparentes falsificaaparentes falsificaçções. Apenas depois de um novo sistema de ões. Apenas depois de um novo sistema de ffíísica ter sido projetado sica ter sido projetado –– processo que envolveu o trabalho processo que envolveu o trabalho intelectual de muitos cientistas por vintelectual de muitos cientistas por váários srios sééculos culos –– éé que a nova que a nova teoria pôde ser comparada com sucesso aos resultados da teoria pôde ser comparada com sucesso aos resultados da observaobservaçção e do experimento de forma detalhada. Nenhuma ão e do experimento de forma detalhada. Nenhuma explicaexplicaçção da ciência pode ser aceita como suficiente a menos que ão da ciência pode ser aceita como suficiente a menos que possa acomodar fatores como estes.possa acomodar fatores como estes. Cap. VII: TEORIAS COMO ESTRUTURAS:Cap. VII: TEORIAS COMO ESTRUTURAS: PROGRAMAS DE PESQUISAPROGRAMAS DE PESQUISA �� Imre Imre LakatosLakatos ((DebrecenDebrecen, 1922 , 1922 -- Londres, 1974).Londres, 1974). �� CriticismCriticism andand thethe GrowthGrowth ofof KnowledgeKnowledge (editado junto com A. (editado junto com A. MusgraveMusgrave em 1970).em 1970). 1. As teorias devem ser consideradas como 1. As teorias devem ser consideradas como um todo estruturadoum todo estruturado O esboO esboçço da Revoluo da Revoluçção Copernicana apresentado no ão Copernicana apresentado no capcapíítulo anterior sugere enfaticamente que os relatos tulo anterior sugere enfaticamente que os relatos indutivistaindutivista e e falsificacionistafalsificacionista da ciência são por demais da ciência são por demais fragmentfragmentáários. Ao se concentrarem nas relarios. Ao se concentrarem nas relaçções entre ões entre as teorias e nas proposias teorias e nas proposiçções de observaões de observaçções individuais ões individuais ou de conjuntos, eles deixam de levar em conta as ou de conjuntos, eles deixam de levar em conta as complexidades das principais teorias cientcomplexidades das principais teorias cientííficas. Nem a ficas. Nem a ênfase ênfase indutivistaindutivista ingênua na derivaingênua na derivaçção indutiva das ão indutiva das teorias da observateorias da observaçção, nem o esquema ão, nem o esquema falsificacionistafalsificacionista de conjecturas e falsificade conjecturas e falsificaçções são capazes de produzir ões são capazes de produzir uma caracterizauma caracterizaçção adequada da gênese e crescimento ão adequada da gênese e crescimento de teorias realisticamente complexas. Quadros mais de teorias realisticamente complexas. Quadros mais adequados envolvem a apresentaadequados envolvem a apresentaçção de teorias como ão de teorias como espespéécies de todos estruturados.cies de todos estruturados. Razões pelas quais Razões pelas quais éé necessnecessáário considerar rio considerar as teorias como estruturasas teorias como estruturas 1)1) O estudohistO estudo históórico revela que a evolurico revela que a evoluçção e o progresso das ão e o progresso das principais ciências mostram uma estrutura que não principais ciências mostram uma estrutura que não éé captada captada pelos relatos pelos relatos indutivistaindutivista e e falsificacionistafalsificacionista.. 2)2) Um outro argumento, mais filosUm outro argumento, mais filosóófico, estfico, estáá intimamente ligado intimamente ligado àà dependência que a observadependência que a observaçção tem da teoria. No Capão tem da teoria. No Capíítulo III foi tulo III foi enfatizado que as proposienfatizado que as proposiçções de observaões de observaçção devem ser ão devem ser formuladas na linguagem de alguma teoria. Conseqformuladas na linguagem de alguma teoria. Conseqüüentemente, entemente, as afirmaas afirmaçções e os conceitos que nelas aparecem serão tão ões e os conceitos que nelas aparecem serão tão precisos e tão informativos quanto for precisa e informativa a precisos e tão informativos quanto for precisa e informativa a linguagem em que forem expressos.linguagem em que forem expressos. 3)3) Um terceiro motivo tem origem na necessidade da ciência de Um terceiro motivo tem origem na necessidade da ciência de crescer. Estcrescer. Estáá claro que a ciência avanclaro que a ciência avanççararáá mais eficientemente mais eficientemente se as teorias forem estruturadas de maneira a conter em seu se as teorias forem estruturadas de maneira a conter em seu interior indinterior indíícios e receitas bastante claros quanto a como elas cios e receitas bastante claros quanto a como elas devem ser desenvolvidas e estendidas. Elas devem ser devem ser desenvolvidas e estendidas. Elas devem ser estruturas abertas para que ofereestruturas abertas para que ofereççam um programa de pesquisa.am um programa de pesquisa. 2. Os programas de pesquisa de 2. Os programas de pesquisa de LakatosLakatos Um programa de pesquisa Um programa de pesquisa lakatosianolakatosiano éé um estrutura que fornece um estrutura que fornece orientaorientaçção para a pesquisa futura de uma forma tanto negativa quanto ão para a pesquisa futura de uma forma tanto negativa quanto positiva.positiva. HeurHeuríística negativastica negativa As suposiAs suposiçções bões báásicas subjacentes ao sicas subjacentes ao programa, seu nprograma, seu núúcleo irredutcleo irredutíível, não vel, não devem ser rejeitadas ou modificadas. devem ser rejeitadas ou modificadas. Ele estEle estáá protegido da falsificaprotegido da falsificaçção por ão por um cinturão de hipum cinturão de hipóóteses auxiliares, teses auxiliares, condicondiçções iniciais etc.ões iniciais etc. heurheuríística positiva stica positiva composta de uma pauta geral que composta de uma pauta geral que indica como pode ser desenvolvido o indica como pode ser desenvolvido o programa de pesquisa. Um tal programa de pesquisa. Um tal desenvolvimento envolverdesenvolvimento envolveráá suplementar o nsuplementar o núúcleo irredutcleo irredutíível com vel com suposisuposiçções adicionais numa tentativa ões adicionais numa tentativa de explicar fenômenos previamente de explicar fenômenos previamente conhecidos e prever fenômenos conhecidos e prever fenômenos novos. Os programas de pesquisa novos. Os programas de pesquisa serão serão progressivos progressivos ou ou degenerescentesdegenerescentes, dependendo de , dependendo de sucesso ou fracasso persistente sucesso ou fracasso persistente quando levam quando levam àà descoberta de descoberta de fenômenos novos.fenômenos novos. O que significa O que significa ““heurheuríísticastica””?? �� substantivo feminino substantivo feminino 11 arte de inventar, de fazer descobertas; ciência que tem por arte de inventar, de fazer descobertas; ciência que tem por objeto a descoberta dos fatosobjeto a descoberta dos fatos �� 1.11.1 Rubrica: histRubrica: históória.ria. �� ramo da Histramo da Históória voltado ria voltado àà pesquisa de fontes e documentospesquisa de fontes e documentos �� 1.21.2 Rubrica: informRubrica: informáática.tica. �� mméétodo de investigatodo de investigaçção baseado na aproximaão baseado na aproximaçção progressiva ão progressiva de um dado problemade um dado problema �� 1.31.3 Rubrica: pedagogia.Rubrica: pedagogia. 2 m2 méétodo educacional que consiste em fazer descobrir pelo aluno todo educacional que consiste em fazer descobrir pelo aluno o que se lhe quer ensinaro que se lhe quer ensinar DicionDicionáário Houaissrio Houaiss CaracterCaracteríísticas gerais dos sticas gerais dos programas de pesquisaprogramas de pesquisa O nO núúcleo irredutcleo irredutíível de um vel de um programa programa éé, mais que qualquer , mais que qualquer outra coisa, a caracteroutra coisa, a caracteríística que o stica que o define. Ele assume a forma de define. Ele assume a forma de alguma hipalguma hipóótese tetese teóórica muito rica muito geral que constitui a base a partir geral que constitui a base a partir da qual o programa deve se da qual o programa deve se desenvolver.desenvolver. Exemplos:Exemplos: �� O nO núúcleo irredutcleo irredutíível da astronomia vel da astronomia copernicana seriam as suposicopernicana seriam as suposiçções ões que a Terra e os planetas orbitam que a Terra e os planetas orbitam um Sol estacionum Sol estacionáário e que a Terra rio e que a Terra gira em seu eixo uma vez por dia. gira em seu eixo uma vez por dia. �� O nO núúcleo irredutcleo irredutíível da fvel da fíísica sica newtoniana newtoniana éé composto das leis composto das leis do movimento de Newton mais a do movimento de Newton mais a sua lei da atrasua lei da atraçção gravitacional.ão gravitacional. �� O nO núúcleo irredutcleo irredutíível do vel do materialismo histmaterialismo históórico de Marx rico de Marx seria a suposiseria a suposiçção de que a ão de que a mudanmudançça hista históórica deva ser rica deva ser explicada em termos de lutas de explicada em termos de lutas de classes, a natureza das classes e classes, a natureza das classes e os detalhes das lutas sendo os detalhes das lutas sendo determinados, em determinados, em úúltima anltima anáálise, lise, pela base econômica.pela base econômica. CondiCondiçções que um programa de ões que um programa de pesquisa deve satisfazerpesquisa deve satisfazer �� Em primeiro lugar, um Em primeiro lugar, um programa de pesquisa programa de pesquisa deve possuir um grau de deve possuir um grau de coerência que envolva o coerência que envolva o mapeamento de um mapeamento de um programa definido para a programa definido para a pesquisa futura. pesquisa futura. �� Segundo, um programa Segundo, um programa de pesquisa deve levar de pesquisa deve levar àà descoberta de descoberta de fenômenos novos, ao fenômenos novos, ao menos ocasionalmente.menos ocasionalmente. Exemplos:Exemplos: �� Marxismo e psicologia Marxismo e psicologia freudiana: satisfazem ao freudiana: satisfazem ao primeiro mas não ao primeiro mas não ao segundo critsegundo critéério;rio; �� Sociologia moderna: Sociologia moderna: talvez satisfatalvez satisfaçça ao a ao segundo, mas não ao segundo, mas não ao primeiroprimeiro 3. Metodologia em um programa 3. Metodologia em um programa de pesquisade pesquisa �� O trabalho no interior de um O trabalho no interior de um úúnico nico programa de pesquisa envolve a programa de pesquisa envolve a expansão e a modificaexpansão e a modificaçção de seu ão de seu cinturão protetorcinturão protetor pela adipela adiçção e ão e articulaarticulaçção de vão de váárias hiprias hipóóteses.teses. �� Quais os tipos de adiQuais os tipos de adiçções e ões e modificamodificaçções que devem ser ões que devem ser permitidos por uma boa metodologia permitidos por uma boa metodologia cientcientíífica e quais os tipos que devem fica e quais os tipos que devemser excluser excluíídos como nãodos como não--cientcientííficos? ficos? Qualquer movimento Qualquer movimento éé permitido, permitido, contanto que não seja contanto que não seja ad ad hochoc. . ModificaModificaçções ao cinturão protetor de ões ao cinturão protetor de um programa de pesquisa devem ser um programa de pesquisa devem ser capazes de serem testadas capazes de serem testadas independentemente.independentemente. Dois tipos de movimentos excluDois tipos de movimentos excluíídos pela dos pela metodologia de metodologia de LakatosLakatos.. �� HipHipóóteses teses ad ad hochoc, e hip, e hipóóteses teses nãonão-- independentementeindependentemente testtestááveis são veis são excluexcluíídas. Exemplo: não teria sido das. Exemplo: não teria sido cientcientíífico propor que o movimento fico propor que o movimento importuno do planeta Urano era assim importuno do planeta Urano era assim por ser o seu movimento natural.por ser o seu movimento natural. �� O outro tipo de passo excluO outro tipo de passo excluíído do éé aquele que viola o naquele que viola o núúcleo, conforme cleo, conforme mencionamos. Um cientista que mencionamos. Um cientista que tentasse lidar com a tentasse lidar com a óórbita de Urano rbita de Urano propondo que a forpropondo que a forçça entre Urano e o a entre Urano e o Sol obedecia a algo mais que a lei do Sol obedecia a algo mais que a lei do inverso do quadrado estaria inverso do quadrado estaria escolhendo abandonar o programa de escolhendo abandonar o programa de pesquisa newtoniano.pesquisa newtoniano. 4. A compara4. A comparaçção de programas ão de programas de pesquisade pesquisa Grosso modo, devemGrosso modo, devem--se julgar os mse julgar os mééritos ritos relativos de programas de pesquisa relativos de programas de pesquisa àà medida que eles estejam progredindo ou medida que eles estejam progredindo ou degenerando. Um programa degenerando. Um programa degenerescente cederdegenerescente cederáá espaespaçço para um o para um rival mais progressista, como a rival mais progressista, como a astronomia ptolemaica que cedeu espaastronomia ptolemaica que cedeu espaçço o para a teoria copernicana.para a teoria copernicana. Dificuldades desta teoriaDificuldades desta teoria �� Uma das maiores dificuldades com Uma das maiores dificuldades com esse critesse critéério para a aceitario para a aceitaçção ou ão ou rejeirejeiçção de programas de pesquisa ão de programas de pesquisa estestáá associada ao fator tempo. Quanto associada ao fator tempo. Quanto tempo deve passar antes que se tempo deve passar antes que se possa decidir que um programa possa decidir que um programa degenerou seriamente, que ele degenerou seriamente, que ele éé incapaz de levar incapaz de levar àà descoberta de descoberta de fenômenos novos?fenômenos novos? �� Por causa da incerteza do resultado Por causa da incerteza do resultado de tentativas futuras de desenvolver e de tentativas futuras de desenvolver e testar um programa de pesquisas, não testar um programa de pesquisas, não se pode nunca dizer, de programa se pode nunca dizer, de programa algum, que ele degenerou para alalgum, que ele degenerou para aléém m de toda a esperande toda a esperançça. Sempre a. Sempre éé posspossíível que alguma modificavel que alguma modificaçção ão engenhosa de seu cinturão protetor engenhosa de seu cinturão protetor conduza a alguma descoberta conduza a alguma descoberta espetacular, que trarespetacular, que traráá o programa de o programa de volta volta àà vida e o colocarvida e o colocaráá numa fase numa fase progressiva.progressiva. �� Dentro desse relato, então, não se Dentro desse relato, então, não se pode nunca fazer a afirmapode nunca fazer a afirmaçção sem ão sem asrestriasrestriççõesões de que um programa de de que um programa de pesquisa pesquisa éé ““melhormelhor”” que um rival. O que um rival. O prpróóprio prio LakatosLakatos admite que os madmite que os mééritos ritos relativos de dois programas somente relativos de dois programas somente podem ser decididos podem ser decididos ““olhandoolhando--se para se para trtrááss””. . �� Por ter deixado de oferecer um critPor ter deixado de oferecer um critéério rio bem definido para a rejeibem definido para a rejeiçção de ão de qualquer programa de pesquisa qualquer programa de pesquisa coerente, ou para escolher entre coerente, ou para escolher entre programas de pesquisas rivais, poderprogramas de pesquisas rivais, poder-- sese--ia desejar dizer, com ia desejar dizer, com FeyerabendFeyerabend, , que a metodologia de que a metodologia de LakatosLakatos éé ““um um ornamento verbalornamento verbal, como um memorial , como um memorial de de éépocas mais felizes, quando era pocas mais felizes, quando era ainda possainda possíível administrar um negvel administrar um negóócio cio complexo e freqcomplexo e freqüüentemente entemente catastrcatastróófico como a ciência, seguindofico como a ciência, seguindo-- se umas poucas regras simples se umas poucas regras simples ee‘‘racionaisracionais’”’”.. VIIIVIII TEORIAS COMO ESTRUTURAS:TEORIAS COMO ESTRUTURAS: OS PARADIGMAS DE KUHNOS PARADIGMAS DE KUHN �� Thomas Samuel Thomas Samuel KuhnKuhn ((CincinnatiCincinnati, 18 , 18 de Julho 1922 de Julho 1922 -- Cambridge, 17 de Cambridge, 17 de Junho 1996) Junho 1996) �� A Estrutura das A Estrutura das RevoluRevoluçções ões CientCientííficas, ficas, 19621962 prpréé--ciência ciência –– ciência normal ciência normal –– crisecrise--revolurevoluçção ão –– nova ciência normal nova ciência normal –– nova crisenova crise A atividade desorganizada e diversa que precede a formaA atividade desorganizada e diversa que precede a formaçção da ciência tornaão da ciência torna--se se eventualmente estruturada e dirigida quando a comunidade cienteventualmente estruturada e dirigida quando a comunidade cientíífica atfica atéémm--se a um se a um úúnico nico paradigmaparadigma. Um paradigma . Um paradigma éé composto de suposicomposto de suposiçções teões teóóricas gerais e de leis ricas gerais e de leis e te téécnicas para a sua aplicacnicas para a sua aplicaçção adotadas por uma comunidade cientão adotadas por uma comunidade cientíífica especfica especíífica. fica. Os que trabalham dentro de um paradigma, seja ele a mecânica newOs que trabalham dentro de um paradigma, seja ele a mecânica newtoniana, toniana, óótica tica de ondas, qude ondas, quíímica analmica analíítica ou qualquer outro, praticam aquilo que Kuhn chama de tica ou qualquer outro, praticam aquilo que Kuhn chama de ciência normalciência normal. Os cientistas normais articularão e desenvolverão o paradigma . Os cientistas normais articularão e desenvolverão o paradigma em em sua tentativa de explicar e de acomodar o comportamento de algunsua tentativa de explicar e de acomodar o comportamento de alguns aspectos s aspectos relevantes do mundo real tais como relevados atravrelevantes do mundo real tais como relevados atravéés dos resultados de s dos resultados de experiências. Ao fazêexperiências. Ao fazê--lo experimentarão, inevitavelmente, dificuldades e encontrarão lo experimentarão, inevitavelmente, dificuldades e encontrarão falsificafalsificaçções aparentes. Se dificuldades deste tipo fugirem ao controle, uões aparentes. Se dificuldades deste tipo fugirem ao controle, um estado de m estado de crise se manifestarcrise se manifestaráá. Uma crise . Uma crise éé resolvida quando surge um paradigma resolvida quando surge um paradigma inteiramente novo que atrai a adesão de um ninteiramente novo que atrai a adesão de um núúmero crescente de cientistas atmero crescente de cientistas atéé que que eventualmente o paradigma original, problemeventualmente o paradigma original, problemáático, tico, éé abandonado. A mudanabandonado. A mudançça a descontdescontíínua constitui uma nua constitui uma revolurevoluçção cientãocientííficafica. O novo paradigma, cheio de . O novo paradigma, cheio de promessa e aparentemente não assediado por dificuldades supostampromessa e aparentemente não assediado por dificuldades supostamente ente insuperinsuperááveis, orienta agora a nova atividade cientveis, orienta agora a nova atividade cientíífica normal atfica normal atéé que tambque tambéém m encontre problemas sencontre problemas séérios e o resultado seja uma outra revolurios e o resultado seja uma outra revoluçção.ão.
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