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BECM – 6a. aula

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BECM BECM ––
66ªª. aula. aula
Teorias como estruturasTeorias como estruturas
�� As teorias cientAs teorias cientííficas ficas 
possuem uma possuem uma 
estrutura complexaestrutura complexa
ChalmersChalmers –– Cap. VI:Cap. VI:
As limitaAs limitaçções do ões do falsificacionismofalsificacionismo
�� As falsificaAs falsificaçções são ões são 
tão faltão falííveis quanto as veis quanto as 
observaobservaçções ões 
particulares.particulares.
�� O O falsificacionismofalsificacionismo éé
inadequado em bases inadequado em bases 
histhistóóricas. Ele não ricas. Ele não 
explica a explica a 
complexidade das complexidade das 
revolurevoluçções cientões cientííficas.ficas.
1.1. A dependência que a observaA dependência que a observaçção tem da ão tem da 
teoria e a falibilidade das falsificateoria e a falibilidade das falsificaççõesões
�� Particularidade lParticularidade lóógica que gica que 
apapóóia o ia o falsificacionistafalsificacionista::
�� éé posspossíível realizar deduvel realizar deduçções ões 
llóógicas partindo de gicas partindo de 
proposiproposiçções de observaões de observaçção ão 
singulares como premissas, singulares como premissas, 
para chegar para chegar àà falsidade de leis falsidade de leis 
e teorias universais por e teorias universais por 
dedudeduçção lão lóógica.gica.
�� A falsidade de afirmaA falsidade de afirmaçções ões 
universais pode ser deduzida universais pode ser deduzida 
de afirmade afirmaçções singulares ões singulares 
dispondisponííveis. veis. 
�� Se são dadas proposiSe são dadas proposiçções de ões de 
observaobservaçção verdadeiras, então ão verdadeiras, então 
éé posspossíível deduzir logicamente vel deduzir logicamente 
a falsidade de certas a falsidade de certas 
proposiproposiçções de observaões de observaçção, ão, 
enquanto não enquanto não éé posspossíível vel 
deduzir a verdade de qualquer deduzir a verdade de qualquer 
proposiproposiçção de observaão de observaçção. ão. 
Esta não Esta não éé uma questão uma questão 
excepcional, mas estexcepcional, mas estáá
baseada na suposibaseada na suposiçção de que ão de que 
proposiproposiçções de observaões de observaçção ão 
perfeitamente seguras estão perfeitamente seguras estão 
dispondisponííveis. veis. 
A falibilidade das falsificaA falibilidade das falsificaççõesões
�� Todas as proposiTodas as proposiçções de ões de 
observaobservaçção são falão são falííveis. veis. 
ConseqConseqüüentemente, se uma entemente, se uma 
afirmaafirmaçção universal ou complexo ão universal ou complexo 
de afirmade afirmaçções universais ões universais 
constituindo uma teoria, ou parte constituindo uma teoria, ou parte 
de uma teoria, entra em choque de uma teoria, entra em choque 
com alguma proposicom alguma proposiçção de ão de 
observaobservaçção, ela pode estar ão, ela pode estar 
errada. Nada na lerrada. Nada na lóógica da gica da 
situasituaçção requer que deva ser ão requer que deva ser 
sempre a teoria a ser rejeitada na sempre a teoria a ser rejeitada na 
ocasião de um choque com a ocasião de um choque com a 
observaobservaçção. Uma proposião. Uma proposiçção de ão de 
observaobservaçção falão falíível pode ser vel pode ser 
rejeitada e a teoria falrejeitada e a teoria falíível com a vel com a 
qual ela se choca ser mantida.qual ela se choca ser mantida.
�� A ciência abunda com A ciência abunda com 
exemplos de rejeiexemplos de rejeiçção de ão de 
proposiproposiçções de observaões de observaçção e ão e 
retenretençção de teorias com as quais ão de teorias com as quais 
elas se chocam. Contudo, por elas se chocam. Contudo, por 
mais seguramente baseada na mais seguramente baseada na 
observaobservaçção uma afirmaão uma afirmaçção possa ão possa 
parecer estar, a possibilidade de parecer estar, a possibilidade de 
que novos avanque novos avançços teos teóóricos ricos 
revelarão inadequarevelarão inadequaçções nessa ões nessa 
afirmaafirmaçção não pode ser ão não pode ser 
descartada. Conseqdescartada. Conseqüüentemente, entemente, 
falsificafalsificaçções conclusivas, diretas, ões conclusivas, diretas, 
de teorias, não são realizde teorias, não são realizááveis.veis.
�� Exemplos: problema de Vênus; Exemplos: problema de Vênus; 
tamanho da luatamanho da lua
2. A defesa inadequada de 2. A defesa inadequada de 
PopperPopper
�� Popper estava consciente desse problema e o chamou de Popper estava consciente desse problema e o chamou de ““o problema da o problema da 
base empbase empííricarica
�� A posiA posiçção de Popper salienta a importante distinão de Popper salienta a importante distinçção entre proposião entre proposiçções de ões de 
observaobservaçção pão púúblicas, por um lado, e experiências perceptivas privadas de blicas, por um lado, e experiências perceptivas privadas de 
observadores individuais, por outro. Estas observadores individuais, por outro. Estas úúltimas são num certo sentido ltimas são num certo sentido 
““dadasdadas”” aos indivaos indivííduos no ato de observaduos no ato de observaçção, mas não hão, mas não háá passagem direta passagem direta 
dessas experiências privadas (que vão depender de fatores peculidessas experiências privadas (que vão depender de fatores peculiares a ares a 
cada cada observador individual tais como suas expectativas, conhecimento observador individual tais como suas expectativas, conhecimento 
anterior etc.) para uma proposianterior etc.) para uma proposiçção de observaão de observaçção que pretende descrever ão que pretende descrever 
a situaa situaçção observada. Uma proposião observada. Uma proposiçção de observaão de observaçção, formulada numa ão, formulada numa 
linguagem plinguagem púública, pode ser testblica, pode ser testáável e aberta vel e aberta àà modificamodificaçção ou rejeião ou rejeiçção. ão. 
Observadores individuais podem ou não aceitar uma proposiObservadores individuais podem ou não aceitar uma proposiçção de ão de 
observaobservaçção especão especíífica. Sua fica. Sua decisão decisão sobre o assunto sersobre o assunto seráá motivada motivada em em 
parte pelas experiências perceptivas relevantes, mas nenhuma expparte pelas experiências perceptivas relevantes, mas nenhuma experiência eriência 
perceptiva da parte de um indivperceptiva da parte de um indivííduo serduo seráá suficiente para estabelecer a suficiente para estabelecer a 
validade de uma proposivalidade de uma proposiçção de observaão de observaçção. Um observador pode ser ão. Um observador pode ser 
levado a aceitar alguma proposilevado a aceitar alguma proposiçção de observaão de observaçção com base numa ão com base numa 
perceppercepçção e, no entanto, essa proposião e, no entanto, essa proposiçção de observaão de observaçção pode ser falsa.ão pode ser falsa.
O problema da base empO problema da base empííricarica
�� Exemplos de proposiExemplos de proposiçções ões 
de observade observaçção pão púúblicas:blicas:
�� Galileu:Galileu:““As luas de As luas de 
JJúúpiter são vispiter são visííveis veis 
atravatravéés de um s de um 
telesctelescóópiopio””;;
�� Kepler: Kepler: ““Marte Marte éé
quadrado e intensamente quadrado e intensamente 
coloridocolorido””..
A essência da posiA essência da posiçção de ão de 
Popper sobre Popper sobre 
proposiproposiçções de ões de 
observaobservaçção ão éé de que sua de que sua 
aceitabilidade aceitabilidade éé aferida aferida 
pela sua capacidade de pela sua capacidade de 
sobreviver a testes. sobreviver a testes. 
Aquelas que falham Aquelas que falham 
diante de testes diante de testes 
subseqsubseqüüentes são entes são 
rejeitadas, enquanto as rejeitadas, enquanto as 
que sobrevivem a todos que sobrevivem a todos 
os testes são mantidas.os testes são mantidas.
O O FalibilismoFalibilismo
A base empA base empíírica de uma ciência objetiva não tem assim rica de uma ciência objetiva não tem assim 
nada de nada de ““absolutoabsoluto””. A ciência não repousa sobre um . A ciêncianão repousa sobre um 
ssóólido leito pedregoso. A audaciosa estrutura de suas lido leito pedregoso. A audaciosa estrutura de suas 
teorias ergueteorias ergue--se como se estivesse sobre um pântano. se como se estivesse sobre um pântano. 
Ela Ela éé como um prcomo um préédio construdio construíído sobre estacas. Estas do sobre estacas. Estas 
são impulsionadas para baixo no pântano, mas não para são impulsionadas para baixo no pântano, mas não para 
alguma base natural ou alguma base natural ou ““dadadada””; e se paramos de ; e se paramos de 
impulsionar as estacas mais para o fundo não impulsionar as estacas mais para o fundo não éé porque porque 
alcanalcanççamos solo firme. Namos solo firme. Nóós simplesmente paramos s simplesmente paramos 
quando ficamos satisfeitos pelas estacas estarem quando ficamos satisfeitos pelas estacas estarem 
suficientemente firmes para agsuficientemente firmes para agüüentar a estrutura, ao entar a estrutura, ao 
menos por um tempo.menos por um tempo.
K. R Popper, K. R Popper, TheThe LogicLogic ofof ScientiftcScientiftc Discovery Discovery 
(Londres: (Londres: HutchinsonHutchinson, 1968), p. 106., 1968), p. 106.
Problema do Problema do falibilismofalibilismo
�� O O falibilismofalibilismo torna o torna o falsificacionismofalsificacionismo frfráágil:gil:
“é“é precisamente o fato de as proposiprecisamente o fato de as proposiçções de observaões de observaçção serem ão serem 
falfalííveis, e sua aceitaveis, e sua aceitaçção apenas experimental e aberta ão apenas experimental e aberta àà revisão revisão 
que derruba a posique derruba a posiçção ão falsificacionistafalsificacionista. . ÀÀs teorias não podem ser s teorias não podem ser 
conclusivamente falsificadas porque as proposiconclusivamente falsificadas porque as proposiçções de observaões de observaçção ão 
que formam a base para a falsificaque formam a base para a falsificaçção podem se revelar falsas ão podem se revelar falsas àà luz luz 
de desenvolvimentos posteriores. O conhecimento disponde desenvolvimentos posteriores. O conhecimento disponíível na vel na 
éépoca de Coppoca de Copéérnico não permitia uma crrnico não permitia uma críítica legtica legíítima da tima da 
observaobservaçção de que os tamanhos aparentes de Marte e Vênus ão de que os tamanhos aparentes de Marte e Vênus 
permaneciam, permaneciam, grosso modogrosso modo, constantes, de forma que a teoria de , constantes, de forma que a teoria de 
CopCopéérnico, tomada literalmente, poderia ser considerada falsificada rnico, tomada literalmente, poderia ser considerada falsificada 
por essa observapor essa observaçção. Cem anos mais tarde, a falsificaão. Cem anos mais tarde, a falsificaçção pôde ser ão pôde ser 
revogada devido aos novos desenvolvimentos na revogada devido aos novos desenvolvimentos na óótica. tica. 
FalsificaFalsificaçções conclusivas são descartadas pela falta de uma base ões conclusivas são descartadas pela falta de uma base 
observacional perfeitamente segura da qual elas dependem.observacional perfeitamente segura da qual elas dependem.””
3. A complexidade das situa3. A complexidade das situaçções ões 
de teste realistasde teste realistas
�� Uma teoria não pode Uma teoria não pode 
ser conclusivamente ser conclusivamente 
falsificada, porque a falsificada, porque a 
possibilidade de que possibilidade de que 
alguma parte da alguma parte da 
complexa situacomplexa situaçção do ão do 
teste, que não a teoria teste, que não a teoria 
em teste, seja em teste, seja 
responsresponsáável por uma vel por uma 
previsão errada não pode previsão errada não pode 
ser descartada.ser descartada.
Exemplos da histExemplos da históória da ria da 
astronomia:astronomia:
�� A) o problema da A) o problema da óórbita rbita 
de Uranode Urano
�� B) As paralaxes de B) As paralaxes de BraheBrahe
�� C) Exemplo hipotC) Exemplo hipotéético de tico de 
LakatosLakatos
4. O 4. O falsificacionismofalsificacionismo éé
inadequado em bases histinadequado em bases históóricasricas
Um fato histUm fato históórico embararico embaraççoso para os oso para os falsificacionistasfalsificacionistas éé que sua que sua 
metodologia tem sido aceita estritamente por cientistas cujas temetodologia tem sido aceita estritamente por cientistas cujas teorias são orias são 
vistas geralmente entre os melhores exemplos de teorias cientvistas geralmente entre os melhores exemplos de teorias cientííficas que ficas que 
nunca teriam sido desenvolvidas porque seriam rejeitadas ainda nnunca teriam sido desenvolvidas porque seriam rejeitadas ainda na a 
infância. Dado qualquer exemplo de uma teoria cientinfância. Dado qualquer exemplo de uma teoria cientíífica clfica cláássica, seja na ssica, seja na 
éépoca em que foi proposta pela primeira vez ou numa data posteriopoca em que foi proposta pela primeira vez ou numa data posterior, r, éé
posspossíível encontrar proposivel encontrar proposiçções observacionais que eram geralmente ões observacionais que eram geralmente 
aceitas na. aceitas na. éépoca e foram consideradas inconsistentes com a teoria. Não poca e foram consideradas inconsistentes com a teoria. Não 
obstante, aquelas teorias não foram rejeitadas, e foi bom para aobstante, aquelas teorias não foram rejeitadas, e foi bom para a ciência que ciência que 
tenha sido assim. Alguns exemplos histtenha sido assim. Alguns exemplos históóricos que podem apoiar minha ricos que podem apoiar minha 
afirmaafirmaçção são os que vamos ver em seguida.ão são os que vamos ver em seguida.
5. A Revolu5. A Revoluçção Copernicanaão Copernicana
Antecedentes da revoluAntecedentes da revoluççãoão
Era geralmente aceito na Europa Era geralmente aceito na Europa 
medieval que a Terra ficava no medieval que a Terra ficava no 
centro de um universo finito e o centro de um universo finito e o 
Sol, planetas e estrelas orbitavam Sol, planetas e estrelas orbitavam 
em torno dela. A fem torno dela. A fíísica e a sica e a 
cosmologia que forneciam a cosmologia que forneciam a 
moldura na qual estava disposta moldura na qual estava disposta 
esta astronomia eram esta astronomia eram 
basicamente aquelas basicamente aquelas 
desenvolvidas por Aristdesenvolvidas por Aristóóteles no teles no 
ssééculo IV a.C. No sculo IV a.C. No sééculo II d.C., culo II d.C., 
Ptolomeu projetou um sistema Ptolomeu projetou um sistema 
astronômico detalhado que astronômico detalhado que 
especificava as especificava as óórbitas da lua, do rbitas da lua, do 
Sol e de todos os planetas.Sol e de todos os planetas.
�� IlustraIlustraçção representando o sistema ão representando o sistema 
geocêntrico (extrageocêntrico (extraíída de Harmonia da de Harmonia 
MacrocosmicaMacrocosmica, de Andreas , de Andreas CellariusCellarius, , 
16601660--1).1).
O universo aristotO universo aristotéélicolico
O universo aristotO universo aristotéélico dividialico dividia--se em duas regiões se em duas regiões 
distintas. A região sublunar era a região interna, distintas. A região sublunar era a região interna, 
estendendoestendendo--se da Terra central atse da Terra central atéé dentro da dentro da óórbita rbita 
lunar. A região lunar. A região sobrelunarsobrelunar era o restante do universo era o restante do universo 
finito, estendendofinito, estendendo--se da se da óórbita da lua rbita da lua àà esfera das esfera das 
estrelas, e assinalava o limite externo do universo. Nada estrelas, e assinalava o limite externo do universo. Nada 
existia alexistia aléém da esfera externa, nem mesmo espam da esfera externa, nem mesmo espaçço. o. 
EspaEspaçço não preenchido o não preenchido éé uma impossibilidade no uma impossibilidade no 
sistema aristotsistema aristotéélico. Todos os objetos celestes na região lico. Todos os objetos celestes na região 
sobrelunarsobrelunar eram feitos de um elemento incorrupteram feitos de um elemento incorruptíível vel 
chamada chamada ééter. O ter. O ééter possuter possuíía uma propensão naturala a uma propensão natural a 
movermover--se em torno do centro do universo em cse em torno do centro do universo em cíírculos rculos 
perfeitos.perfeitos.
O universo aristotO universo aristotéélicolico
Mecânica e cosmologia Mecânica e cosmologia 
aristotaristotéélicaslicas
Em contraste com o carEm contraste com o carááter ordenado, regular e incorruptter ordenado, regular e incorruptíível da região vel da região sobrelunarsobrelunar, a , a 
região sublunar era marcada pela mudanregião sublunar era marcada pela mudançça, crescimento e decla, crescimento e declíínio, geranio, geraçção e ão e 
corrupcorrupçção. Todas as substâncias na região sublunar eram misturas dos quão. Todas as substâncias na região sublunar eram misturas dos quatro atro 
elementos, ar, terra, fogo e elementos, ar, terra, fogo e áágua, e as proporgua, e as proporçções relativas dos elementos numa ões relativas dos elementos numa 
mistura determinavam as propriedades da substância por eles consmistura determinavam as propriedades da substância por eles constitutituíída. Cada da. Cada 
elemento tinha um lugar natural no universo. O lugar natural da elemento tinha um lugar natural no universo. O lugar natural da Terra era o centro do Terra era o centro do 
universo; da universo; da áágua, era a superfgua, era a superfíície da Terra; do ar, a região imediatamente acima da cie da Terra; do ar, a região imediatamente acima da 
superfsuperfíície da Terra: e do fogo, era o topo da atmosfera, prcie da Terra: e do fogo, era o topo da atmosfera, próóximo ximo àà óórbita da Lua. rbita da Lua. 
ConseqConseqüüentemente, cada objeto terrestre teria um lugar natural na regiãentemente, cada objeto terrestre teria um lugar natural na região sublunar o sublunar 
dependendo da propordependendo da proporçção relativa dos quatro elementos que ele continha. As ão relativa dos quatro elementos que ele continha. As 
pedras, sendo principalmente terra, tinham um lugar natural pertpedras, sendo principalmente terra, tinham um lugar natural perto do centro da Terra, o do centro da Terra, 
enquanto as chamas, sendo principalmente fogo, tinham um lugar nenquanto as chamas, sendo principalmente fogo, tinham um lugar natural perto da atural perto da 
óórbita da lua, e assim por diante. Todos os objetos tinham propenrbita da lua, e assim por diante. Todos os objetos tinham propensão a se mover em são a se mover em 
linhas retas, para cima ou para baixo, em direlinhas retas, para cima ou para baixo, em direçção ao seu lugar natural. Assim, as ão ao seu lugar natural. Assim, as 
pedras tinham um movimento natural direto para baixo, em direpedras tinham um movimento natural direto para baixo, em direçção ao centro da ão ao centro da 
Terra, e as chamas tinham um movimento natural direto para cima,Terra, e as chamas tinham um movimento natural direto para cima, afastandoafastando--se do se do 
centro da Terra. Todos os movimentos alcentro da Terra. Todos os movimentos aléém dos naturais pressupõem uma causa. m dos naturais pressupõem uma causa. 
Por exemplo, as flechas têm que ser impulsionadas por um arco e Por exemplo, as flechas têm que ser impulsionadas por um arco e as carroas carroçças têm as têm 
que ser puxadas por cavalos.que ser puxadas por cavalos.
Sistema ptolomaicoSistema ptolomaico
Visto que observaVisto que observaçções de ões de 
posiposiçções planetões planetáárias em vrias em váárias rias 
éépocas não podiam ser pocas não podiam ser 
conciliadas com conciliadas com óórbitas circulares, rbitas circulares, 
centradas na Terra, Ptolomeu centradas na Terra, Ptolomeu 
introduziu no sistema cintroduziu no sistema cíírculos rculos 
ulteriores, chamados epiciclos. Os ulteriores, chamados epiciclos. Os 
planetas moviamplanetas moviam--se em cse em cíírculos, rculos, 
ou epiciclos, e os centros deles ou epiciclos, e os centros deles 
moviammoviam--se em cse em cíírculos em torno rculos em torno 
da Terra. As da Terra. As óórbitas podiam ser rbitas podiam ser 
ulteriormente refinadas ulteriormente refinadas 
acrescentandoacrescentando--se epiciclos a se epiciclos a 
epiciclos etc., de maneira que o epiciclos etc., de maneira que o 
sistema resultante fosse sistema resultante fosse 
compatcompatíível com observavel com observaçções de ões de 
posiposiçções planetões planetáárias e capaz de rias e capaz de 
prever suas futuras posiprever suas futuras posiçções.ões.
Dificuldades do sistema Dificuldades do sistema 
copernicanocopernicano
�� Argumento da torreArgumento da torre
�� Objetos soltos na superfObjetos soltos na superfíície da cie da 
TerraTerra
�� Ausência de paralaxe nas Ausência de paralaxe nas 
posiposiçções observadas das ões observadas das 
estrelasestrelas
�� Tamanho constante de Marte Tamanho constante de Marte 
e Vênuse Vênus
Os adeptos da teoria Os adeptos da teoria 
copernicana viramcopernicana viram--se diante se diante 
de sde séérias dificuldades. O rias dificuldades. O 
prpróóprio Copprio Copéérnico estava rnico estava 
profundamente imerso na profundamente imerso na 
metafmetafíísica aristotsica aristotéélica e não lica e não 
tinha resposta adequada para tinha resposta adequada para 
eles. Em vista da foreles. Em vista da forçça das a das 
circunstâncias contra circunstâncias contra 
CopCopéérnico, poderrnico, poder--sese--ia muito ia muito 
bem perguntar o que então bem perguntar o que então 
poderia ser dito a favor da poderia ser dito a favor da 
teoria copernicana em 1543. A teoria copernicana em 1543. A 
resposta resposta éé ““não muitonão muito””..
Aliados de CopAliados de Copéérnicornico
GalileuGalileu
�� Uso do telescUso do telescóópio pio 
traz confirmatraz confirmaçções das ões das 
previsões previsões 
copernicanascopernicanas
�� EsboEsboçço da nova o da nova 
mecânicamecânica
KeplerKepler
�� Teoria Teoria óótica que tica que 
sustentava o uso do sustentava o uso do 
telesctelescóópiopio
�� A descoberta das A descoberta das 
elipseselipses
EsboEsboçço da nova mecânicao da nova mecânica
A maior contribuiA maior contribuiçção de Galileu ão de Galileu àà ciência foi sua obra de mecânica. Ele ciência foi sua obra de mecânica. Ele 
configurou alguns dos fundamentos da mecânica newtoniana que devconfigurou alguns dos fundamentos da mecânica newtoniana que deveria eria 
substituir a de Aristsubstituir a de Aristóóteles. Distinguiu claramente a velocidade da teles. Distinguiu claramente a velocidade da 
aceleraaceleraçção e assegurou que objetos em queda livre movemão e assegurou que objetos em queda livre movem--se com uma se com uma 
aceleraaceleraçção constante independente de seu peso, caindo a uma distancia ão constante independente de seu peso, caindo a uma distancia 
proporcional ao quadrado do tempo da queda. Ele negou a afirmaproporcional ao quadrado do tempo da queda. Ele negou a afirmaçção ão 
aristotaristotéélica de que todo movimento requer uma causa; em seu lugar, lica de que todo movimento requer uma causa; em seu lugar, 
propôs uma lei circular da inpropôs uma lei circular da inéércia, de acordo com a qual um objeto em rcia, de acordo com a qual um objeto em 
movimento não sujeito a formovimento não sujeito a forçças pode moveras pode mover--se indefinidamente num cse indefinidamente num cíírculo rculo 
em torno da Terra em velocidade uniforme. Ele analisou o movimenem torno da Terra em velocidade uniforme. Ele analisou o movimento de to de 
um projum projéétil determinandotil determinando--o num componente horizontal movendoo num componente horizontal movendo--se com se com 
velocidade constante obedecendo sua lei de invelocidade constante obedecendo sua lei de inéércia, e um componente rcia, e um componente 
vertical sujeito a aceleravertical sujeito a aceleraçção constante para baixo. Mostrou que o percurso ão constante para baixo. Mostrou que o percurso 
resultante de um projresultante de um projéétil era uma partil era uma paráábola. Desenvolveu o conceito debola. Desenvolveu o conceito de 
movimento relativo e argumentou que o movimento uniforme de um movimento relativo e argumentou que o movimento uniforme de um 
sistema não pode ser detectado por meios mecânicos sem acesso a sistema não pode ser detectado por meios mecânicos sem acesso a algum algum 
ponto de referência fora do sistema.ponto de referência fora do sistema.
As leis de KeplerAs leis de Kepler
Foi o contemporâneo de Galileu, Kepler, Foi o contemporâneo de Galileu, Kepler, 
que contribuiu com uma brecha que contribuiu com uma brecha 
importante nessa direimportante nessa direçção quando ão quando 
descobriu que cada descobriu que cada óórbita planetrbita planetáária ria 
podia ser representada por uma elipse podia ser representada por uma elipse 
isolada, com o Sol no foco. Isto eliminou isolada, com o Sol no foco. Isto eliminou 
o complexo sistema de epiciclos que o complexo sistema de epiciclos que 
tanto Coptanto Copéérnico como Ptolomeu rnico como Ptolomeu 
julgavam necessjulgavam necessáário. Nenhuma rio. Nenhuma 
simplificasimplificaçção similar ão similar éé posspossíível no vel no 
sistema ptolemaico, centrado na Terra. sistema ptolemaico, centrado na Terra. 
Kepler teve Kepler teve àà sua disposisua disposiçção os ão os 
registros de posiregistros de posiçções planetões planetáárias de rias de 
TychoTycho BraheBrahe, que eram mais acurados , que eram mais acurados 
do que aqueles dispondo que aqueles disponííveis para veis para 
CopCopéérnico. Depois de uma cuidadosa rnico. Depois de uma cuidadosa 
ananáálise dos dados, Kepler chegou lise dos dados, Kepler chegou ààs s 
suas três leis do movimento planetsuas três leis do movimento planetáário: rio: 
os planetas movemos planetas movem--se em se em óórbitas rbitas 
elelíípticas em torno do Sol; uma linha pticas em torno do Sol; uma linha 
unindo um planeta ao Sol cobre unindo um planeta ao Sol cobre ááreas reas 
iguais em tempos iguais; o quadrado do iguais em tempos iguais; o quadrado do 
perperííodo de um planeta odo de um planeta éé proporcional ao proporcional ao 
cubo de sua distância mcubo de sua distância méédia ao Sol.dia ao Sol.
ConsolidaConsolidaçção da revoluão da revoluçção por ão por 
NewtonNewton
PhilosophiPhilosophiææ NaturalisNaturalis Principia Principia 
MathematicaMathematica
(1687)(1687)
�� ConcepConcepçção de forão de forçça como causa a como causa 
da acelerada aceleraççãoão
�� Lei da inLei da inéércia linearrcia linear
�� Lei da gravidadeLei da gravidade
�� UnificaUnificaçção dos domão dos domíínios dos nios dos 
corpos celestes e dos corpos corpos celestes e dos corpos 
terrestresterrestres
Uma vez que a fUma vez que a fíísica de Newton sica de Newton 
havia sido elaborada, foi posshavia sido elaborada, foi possíível vel 
aplicaplicáá--la em detalhe la em detalhe àà astronomia. astronomia. 
TornouTornou--se possse possíível, por exemplo, vel, por exemplo, 
investigar os detalhes da investigar os detalhes da óórbita rbita 
lunar, levando em conta seu lunar, levando em conta seu 
tamanho finito, a rotatamanho finito, a rotaçção da Terra, ão da Terra, 
a oscilaa oscilaçção da Terra sobre seu ão da Terra sobre seu 
eixo, e assim por diante. Tornoueixo, e assim por diante. Tornou--
se tambse tambéém possm possíível investigar o vel investigar o 
desvio dos planetas da lei de desvio dos planetas da lei de 
Kepler devido Kepler devido àà massa finita do massa finita do 
Sol, forSol, forçças interplanetas interplanetáárias etc. rias etc. 
Desenvolvimentos tais como Desenvolvimentos tais como 
estes deveriam ocupar os estes deveriam ocupar os 
sucessores de Newton pelo sucessores de Newton pelo 
prpróóximo par de sximo par de sééculos.culos.
Bibliografia sobre o temaBibliografia sobre o tema
ConclusãoConclusão
A RevoluA Revoluçção Copernicana não ocorreu a partir da queda de um ou ão Copernicana não ocorreu a partir da queda de um ou 
dois chapdois chapééus da Torre de Pisa. Ficou claro tambus da Torre de Pisa. Ficou claro tambéém que nem os m que nem os 
indutivistasindutivistas nem os nem os falsificacionistasfalsificacionistas dão um relato da ciência dão um relato da ciência 
compatcompatíível com ela. Os novos conceitos de forvel com ela. Os novos conceitos de forçça e ina e inéércia não rcia não 
surgiram como resultado de observasurgiram como resultado de observaçção e experimentaão e experimentaçção ão 
cuidadosas. Tampouco surgiram atravcuidadosas. Tampouco surgiram atravéés da falsificas da falsificaçção de ão de 
conjecturas audaciosas e da substituiconjecturas audaciosas e da substituiçção contão contíínua de uma nua de uma 
conjectura audaciosa por outra. As formulaconjectura audaciosa por outra. As formulaçções iniciais da nova ões iniciais da nova 
teoria, envolvendo concepteoria, envolvendo concepçções novas incompletamente formuladas, ões novas incompletamente formuladas, 
foram mantidas com perseveranforam mantidas com perseverançça e desenvolvidas a despeito de a e desenvolvidas a despeito de 
aparentes falsificaaparentes falsificaçções. Apenas depois de um novo sistema de ões. Apenas depois de um novo sistema de 
ffíísica ter sido projetado sica ter sido projetado –– processo que envolveu o trabalho processo que envolveu o trabalho 
intelectual de muitos cientistas por vintelectual de muitos cientistas por váários srios sééculos culos –– éé que a nova que a nova 
teoria pôde ser comparada com sucesso aos resultados da teoria pôde ser comparada com sucesso aos resultados da 
observaobservaçção e do experimento de forma detalhada. Nenhuma ão e do experimento de forma detalhada. Nenhuma 
explicaexplicaçção da ciência pode ser aceita como suficiente a menos que ão da ciência pode ser aceita como suficiente a menos que 
possa acomodar fatores como estes.possa acomodar fatores como estes.
Cap. VII: TEORIAS COMO ESTRUTURAS:Cap. VII: TEORIAS COMO ESTRUTURAS:
PROGRAMAS DE PESQUISAPROGRAMAS DE PESQUISA
�� Imre Imre LakatosLakatos
((DebrecenDebrecen, 1922 , 1922 --
Londres, 1974).Londres, 1974).
�� CriticismCriticism andand thethe
GrowthGrowth ofof KnowledgeKnowledge
(editado junto com A. (editado junto com A. 
MusgraveMusgrave em 1970).em 1970).
1. As teorias devem ser consideradas como 1. As teorias devem ser consideradas como 
um todo estruturadoum todo estruturado
O esboO esboçço da Revoluo da Revoluçção Copernicana apresentado no ão Copernicana apresentado no 
capcapíítulo anterior sugere enfaticamente que os relatos tulo anterior sugere enfaticamente que os relatos 
indutivistaindutivista e e falsificacionistafalsificacionista da ciência são por demais da ciência são por demais 
fragmentfragmentáários. Ao se concentrarem nas relarios. Ao se concentrarem nas relaçções entre ões entre 
as teorias e nas proposias teorias e nas proposiçções de observaões de observaçções individuais ões individuais 
ou de conjuntos, eles deixam de levar em conta as ou de conjuntos, eles deixam de levar em conta as 
complexidades das principais teorias cientcomplexidades das principais teorias cientííficas. Nem a ficas. Nem a 
ênfase ênfase indutivistaindutivista ingênua na derivaingênua na derivaçção indutiva das ão indutiva das 
teorias da observateorias da observaçção, nem o esquema ão, nem o esquema falsificacionistafalsificacionista
de conjecturas e falsificade conjecturas e falsificaçções são capazes de produzir ões são capazes de produzir 
uma caracterizauma caracterizaçção adequada da gênese e crescimento ão adequada da gênese e crescimento 
de teorias realisticamente complexas. Quadros mais de teorias realisticamente complexas. Quadros mais 
adequados envolvem a apresentaadequados envolvem a apresentaçção de teorias como ão de teorias como 
espespéécies de todos estruturados.cies de todos estruturados.
Razões pelas quais Razões pelas quais éé necessnecessáário considerar rio considerar 
as teorias como estruturasas teorias como estruturas
1)1) O estudohistO estudo históórico revela que a evolurico revela que a evoluçção e o progresso das ão e o progresso das 
principais ciências mostram uma estrutura que não principais ciências mostram uma estrutura que não éé captada captada 
pelos relatos pelos relatos indutivistaindutivista e e falsificacionistafalsificacionista..
2)2) Um outro argumento, mais filosUm outro argumento, mais filosóófico, estfico, estáá intimamente ligado intimamente ligado àà
dependência que a observadependência que a observaçção tem da teoria. No Capão tem da teoria. No Capíítulo III foi tulo III foi 
enfatizado que as proposienfatizado que as proposiçções de observaões de observaçção devem ser ão devem ser 
formuladas na linguagem de alguma teoria. Conseqformuladas na linguagem de alguma teoria. Conseqüüentemente, entemente, 
as afirmaas afirmaçções e os conceitos que nelas aparecem serão tão ões e os conceitos que nelas aparecem serão tão 
precisos e tão informativos quanto for precisa e informativa a precisos e tão informativos quanto for precisa e informativa a 
linguagem em que forem expressos.linguagem em que forem expressos.
3)3) Um terceiro motivo tem origem na necessidade da ciência de Um terceiro motivo tem origem na necessidade da ciência de 
crescer. Estcrescer. Estáá claro que a ciência avanclaro que a ciência avanççararáá mais eficientemente mais eficientemente 
se as teorias forem estruturadas de maneira a conter em seu se as teorias forem estruturadas de maneira a conter em seu 
interior indinterior indíícios e receitas bastante claros quanto a como elas cios e receitas bastante claros quanto a como elas 
devem ser desenvolvidas e estendidas. Elas devem ser devem ser desenvolvidas e estendidas. Elas devem ser 
estruturas abertas para que ofereestruturas abertas para que ofereççam um programa de pesquisa.am um programa de pesquisa.
2. Os programas de pesquisa de 2. Os programas de pesquisa de LakatosLakatos
Um programa de pesquisa Um programa de pesquisa lakatosianolakatosiano éé um estrutura que fornece um estrutura que fornece 
orientaorientaçção para a pesquisa futura de uma forma tanto negativa quanto ão para a pesquisa futura de uma forma tanto negativa quanto 
positiva.positiva.
HeurHeuríística negativastica negativa
As suposiAs suposiçções bões báásicas subjacentes ao sicas subjacentes ao 
programa, seu nprograma, seu núúcleo irredutcleo irredutíível, não vel, não 
devem ser rejeitadas ou modificadas. devem ser rejeitadas ou modificadas. 
Ele estEle estáá protegido da falsificaprotegido da falsificaçção por ão por 
um cinturão de hipum cinturão de hipóóteses auxiliares, teses auxiliares, 
condicondiçções iniciais etc.ões iniciais etc.
heurheuríística positiva stica positiva 
composta de uma pauta geral que composta de uma pauta geral que 
indica como pode ser desenvolvido o indica como pode ser desenvolvido o 
programa de pesquisa. Um tal programa de pesquisa. Um tal 
desenvolvimento envolverdesenvolvimento envolveráá
suplementar o nsuplementar o núúcleo irredutcleo irredutíível com vel com 
suposisuposiçções adicionais numa tentativa ões adicionais numa tentativa 
de explicar fenômenos previamente de explicar fenômenos previamente 
conhecidos e prever fenômenos conhecidos e prever fenômenos 
novos. Os programas de pesquisa novos. Os programas de pesquisa 
serão serão progressivos progressivos ou ou 
degenerescentesdegenerescentes, dependendo de , dependendo de 
sucesso ou fracasso persistente sucesso ou fracasso persistente 
quando levam quando levam àà descoberta de descoberta de 
fenômenos novos.fenômenos novos.
O que significa O que significa ““heurheuríísticastica””??
�� substantivo feminino substantivo feminino 
11 arte de inventar, de fazer descobertas; ciência que tem por arte de inventar, de fazer descobertas; ciência que tem por 
objeto a descoberta dos fatosobjeto a descoberta dos fatos
�� 1.11.1 Rubrica: histRubrica: históória.ria.
�� ramo da Histramo da Históória voltado ria voltado àà pesquisa de fontes e documentospesquisa de fontes e documentos
�� 1.21.2 Rubrica: informRubrica: informáática.tica.
�� mméétodo de investigatodo de investigaçção baseado na aproximaão baseado na aproximaçção progressiva ão progressiva 
de um dado problemade um dado problema
�� 1.31.3 Rubrica: pedagogia.Rubrica: pedagogia.
2 m2 méétodo educacional que consiste em fazer descobrir pelo aluno todo educacional que consiste em fazer descobrir pelo aluno 
o que se lhe quer ensinaro que se lhe quer ensinar
DicionDicionáário Houaissrio Houaiss
CaracterCaracteríísticas gerais dos sticas gerais dos 
programas de pesquisaprogramas de pesquisa
O nO núúcleo irredutcleo irredutíível de um vel de um 
programa programa éé, mais que qualquer , mais que qualquer 
outra coisa, a caracteroutra coisa, a caracteríística que o stica que o 
define. Ele assume a forma de define. Ele assume a forma de 
alguma hipalguma hipóótese tetese teóórica muito rica muito 
geral que constitui a base a partir geral que constitui a base a partir 
da qual o programa deve se da qual o programa deve se 
desenvolver.desenvolver.
Exemplos:Exemplos:
�� O nO núúcleo irredutcleo irredutíível da astronomia vel da astronomia 
copernicana seriam as suposicopernicana seriam as suposiçções ões 
que a Terra e os planetas orbitam que a Terra e os planetas orbitam 
um Sol estacionum Sol estacionáário e que a Terra rio e que a Terra 
gira em seu eixo uma vez por dia. gira em seu eixo uma vez por dia. 
�� O nO núúcleo irredutcleo irredutíível da fvel da fíísica sica 
newtoniana newtoniana éé composto das leis composto das leis 
do movimento de Newton mais a do movimento de Newton mais a 
sua lei da atrasua lei da atraçção gravitacional.ão gravitacional.
�� O nO núúcleo irredutcleo irredutíível do vel do 
materialismo histmaterialismo históórico de Marx rico de Marx 
seria a suposiseria a suposiçção de que a ão de que a 
mudanmudançça hista históórica deva ser rica deva ser 
explicada em termos de lutas de explicada em termos de lutas de 
classes, a natureza das classes e classes, a natureza das classes e 
os detalhes das lutas sendo os detalhes das lutas sendo 
determinados, em determinados, em úúltima anltima anáálise, lise, 
pela base econômica.pela base econômica.
CondiCondiçções que um programa de ões que um programa de 
pesquisa deve satisfazerpesquisa deve satisfazer
�� Em primeiro lugar, um Em primeiro lugar, um 
programa de pesquisa programa de pesquisa 
deve possuir um grau de deve possuir um grau de 
coerência que envolva o coerência que envolva o 
mapeamento de um mapeamento de um 
programa definido para a programa definido para a 
pesquisa futura. pesquisa futura. 
�� Segundo, um programa Segundo, um programa 
de pesquisa deve levar de pesquisa deve levar àà
descoberta de descoberta de 
fenômenos novos, ao fenômenos novos, ao 
menos ocasionalmente.menos ocasionalmente.
Exemplos:Exemplos:
�� Marxismo e psicologia Marxismo e psicologia 
freudiana: satisfazem ao freudiana: satisfazem ao 
primeiro mas não ao primeiro mas não ao 
segundo critsegundo critéério;rio;
�� Sociologia moderna: Sociologia moderna: 
talvez satisfatalvez satisfaçça ao a ao 
segundo, mas não ao segundo, mas não ao 
primeiroprimeiro
3. Metodologia em um programa 3. Metodologia em um programa 
de pesquisade pesquisa
�� O trabalho no interior de um O trabalho no interior de um úúnico nico 
programa de pesquisa envolve a programa de pesquisa envolve a 
expansão e a modificaexpansão e a modificaçção de seu ão de seu 
cinturão protetorcinturão protetor pela adipela adiçção e ão e 
articulaarticulaçção de vão de váárias hiprias hipóóteses.teses.
�� Quais os tipos de adiQuais os tipos de adiçções e ões e 
modificamodificaçções que devem ser ões que devem ser 
permitidos por uma boa metodologia permitidos por uma boa metodologia 
cientcientíífica e quais os tipos que devem fica e quais os tipos que devemser excluser excluíídos como nãodos como não--cientcientííficos? ficos? 
Qualquer movimento Qualquer movimento éé permitido, permitido, 
contanto que não seja contanto que não seja ad ad hochoc. . 
ModificaModificaçções ao cinturão protetor de ões ao cinturão protetor de 
um programa de pesquisa devem ser um programa de pesquisa devem ser 
capazes de serem testadas capazes de serem testadas 
independentemente.independentemente.
Dois tipos de movimentos excluDois tipos de movimentos excluíídos pela dos pela 
metodologia de metodologia de LakatosLakatos..
�� HipHipóóteses teses ad ad hochoc, e hip, e hipóóteses teses nãonão--
independentementeindependentemente testtestááveis são veis são 
excluexcluíídas. Exemplo: não teria sido das. Exemplo: não teria sido 
cientcientíífico propor que o movimento fico propor que o movimento 
importuno do planeta Urano era assim importuno do planeta Urano era assim 
por ser o seu movimento natural.por ser o seu movimento natural.
�� O outro tipo de passo excluO outro tipo de passo excluíído do éé
aquele que viola o naquele que viola o núúcleo, conforme cleo, conforme 
mencionamos. Um cientista que mencionamos. Um cientista que 
tentasse lidar com a tentasse lidar com a óórbita de Urano rbita de Urano 
propondo que a forpropondo que a forçça entre Urano e o a entre Urano e o 
Sol obedecia a algo mais que a lei do Sol obedecia a algo mais que a lei do 
inverso do quadrado estaria inverso do quadrado estaria 
escolhendo abandonar o programa de escolhendo abandonar o programa de 
pesquisa newtoniano.pesquisa newtoniano.
4. A compara4. A comparaçção de programas ão de programas 
de pesquisade pesquisa
Grosso modo, devemGrosso modo, devem--se julgar os mse julgar os mééritos ritos 
relativos de programas de pesquisa relativos de programas de pesquisa àà
medida que eles estejam progredindo ou medida que eles estejam progredindo ou 
degenerando. Um programa degenerando. Um programa 
degenerescente cederdegenerescente cederáá espaespaçço para um o para um 
rival mais progressista, como a rival mais progressista, como a 
astronomia ptolemaica que cedeu espaastronomia ptolemaica que cedeu espaçço o 
para a teoria copernicana.para a teoria copernicana.
Dificuldades desta teoriaDificuldades desta teoria
�� Uma das maiores dificuldades com Uma das maiores dificuldades com 
esse critesse critéério para a aceitario para a aceitaçção ou ão ou 
rejeirejeiçção de programas de pesquisa ão de programas de pesquisa 
estestáá associada ao fator tempo. Quanto associada ao fator tempo. Quanto 
tempo deve passar antes que se tempo deve passar antes que se 
possa decidir que um programa possa decidir que um programa 
degenerou seriamente, que ele degenerou seriamente, que ele éé
incapaz de levar incapaz de levar àà descoberta de descoberta de 
fenômenos novos?fenômenos novos?
�� Por causa da incerteza do resultado Por causa da incerteza do resultado 
de tentativas futuras de desenvolver e de tentativas futuras de desenvolver e 
testar um programa de pesquisas, não testar um programa de pesquisas, não 
se pode nunca dizer, de programa se pode nunca dizer, de programa 
algum, que ele degenerou para alalgum, que ele degenerou para aléém m 
de toda a esperande toda a esperançça. Sempre a. Sempre éé
posspossíível que alguma modificavel que alguma modificaçção ão 
engenhosa de seu cinturão protetor engenhosa de seu cinturão protetor 
conduza a alguma descoberta conduza a alguma descoberta 
espetacular, que trarespetacular, que traráá o programa de o programa de 
volta volta àà vida e o colocarvida e o colocaráá numa fase numa fase 
progressiva.progressiva.
�� Dentro desse relato, então, não se Dentro desse relato, então, não se 
pode nunca fazer a afirmapode nunca fazer a afirmaçção sem ão sem 
asrestriasrestriççõesões de que um programa de de que um programa de 
pesquisa pesquisa éé ““melhormelhor”” que um rival. O que um rival. O 
prpróóprio prio LakatosLakatos admite que os madmite que os mééritos ritos 
relativos de dois programas somente relativos de dois programas somente 
podem ser decididos podem ser decididos ““olhandoolhando--se para se para 
trtrááss””. . 
�� Por ter deixado de oferecer um critPor ter deixado de oferecer um critéério rio 
bem definido para a rejeibem definido para a rejeiçção de ão de 
qualquer programa de pesquisa qualquer programa de pesquisa 
coerente, ou para escolher entre coerente, ou para escolher entre 
programas de pesquisas rivais, poderprogramas de pesquisas rivais, poder--
sese--ia desejar dizer, com ia desejar dizer, com FeyerabendFeyerabend, , 
que a metodologia de que a metodologia de LakatosLakatos éé ““um um 
ornamento verbalornamento verbal, como um memorial , como um memorial 
de de éépocas mais felizes, quando era pocas mais felizes, quando era 
ainda possainda possíível administrar um negvel administrar um negóócio cio 
complexo e freqcomplexo e freqüüentemente entemente 
catastrcatastróófico como a ciência, seguindofico como a ciência, seguindo--
se umas poucas regras simples se umas poucas regras simples 
ee‘‘racionaisracionais’”’”..
VIIIVIII
TEORIAS COMO ESTRUTURAS:TEORIAS COMO ESTRUTURAS:
OS PARADIGMAS DE KUHNOS PARADIGMAS DE KUHN
�� Thomas Samuel Thomas Samuel 
KuhnKuhn ((CincinnatiCincinnati, 18 , 18 
de Julho 1922 de Julho 1922 --
Cambridge, 17 de Cambridge, 17 de 
Junho 1996) Junho 1996) 
�� A Estrutura das A Estrutura das 
RevoluRevoluçções ões 
CientCientííficas, ficas, 19621962
prpréé--ciência ciência –– ciência normal ciência normal –– crisecrise--revolurevoluçção ão ––
nova ciência normal nova ciência normal –– nova crisenova crise
A atividade desorganizada e diversa que precede a formaA atividade desorganizada e diversa que precede a formaçção da ciência tornaão da ciência torna--se se 
eventualmente estruturada e dirigida quando a comunidade cienteventualmente estruturada e dirigida quando a comunidade cientíífica atfica atéémm--se a um se a um 
úúnico nico paradigmaparadigma. Um paradigma . Um paradigma éé composto de suposicomposto de suposiçções teões teóóricas gerais e de leis ricas gerais e de leis 
e te téécnicas para a sua aplicacnicas para a sua aplicaçção adotadas por uma comunidade cientão adotadas por uma comunidade cientíífica especfica especíífica. fica. 
Os que trabalham dentro de um paradigma, seja ele a mecânica newOs que trabalham dentro de um paradigma, seja ele a mecânica newtoniana, toniana, óótica tica 
de ondas, qude ondas, quíímica analmica analíítica ou qualquer outro, praticam aquilo que Kuhn chama de tica ou qualquer outro, praticam aquilo que Kuhn chama de 
ciência normalciência normal. Os cientistas normais articularão e desenvolverão o paradigma . Os cientistas normais articularão e desenvolverão o paradigma em em 
sua tentativa de explicar e de acomodar o comportamento de algunsua tentativa de explicar e de acomodar o comportamento de alguns aspectos s aspectos 
relevantes do mundo real tais como relevados atravrelevantes do mundo real tais como relevados atravéés dos resultados de s dos resultados de 
experiências. Ao fazêexperiências. Ao fazê--lo experimentarão, inevitavelmente, dificuldades e encontrarão lo experimentarão, inevitavelmente, dificuldades e encontrarão 
falsificafalsificaçções aparentes. Se dificuldades deste tipo fugirem ao controle, uões aparentes. Se dificuldades deste tipo fugirem ao controle, um estado de m estado de 
crise se manifestarcrise se manifestaráá. Uma crise . Uma crise éé resolvida quando surge um paradigma resolvida quando surge um paradigma 
inteiramente novo que atrai a adesão de um ninteiramente novo que atrai a adesão de um núúmero crescente de cientistas atmero crescente de cientistas atéé que que 
eventualmente o paradigma original, problemeventualmente o paradigma original, problemáático, tico, éé abandonado. A mudanabandonado. A mudançça a 
descontdescontíínua constitui uma nua constitui uma revolurevoluçção cientãocientííficafica. O novo paradigma, cheio de . O novo paradigma, cheio de 
promessa e aparentemente não assediado por dificuldades supostampromessa e aparentemente não assediado por dificuldades supostamente ente 
insuperinsuperááveis, orienta agora a nova atividade cientveis, orienta agora a nova atividade cientíífica normal atfica normal atéé que tambque tambéém m 
encontre problemas sencontre problemas séérios e o resultado seja uma outra revolurios e o resultado seja uma outra revoluçção.ão.

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