BECM SA 4

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BECM BECM –– Turma G1 Turma G1 
44ªª. aula. aula
►► Apresentando o Apresentando o 
falsificacionismofalsificacionismo
►► Karl Karl RaimundRaimund Popper Popper 
(1902(1902--1994)1994)
O positivismo lO positivismo lóógicogico
►► O CO Cíírculo de Viena (1919rculo de Viena (1919--
1936);1936);
►► Empirismo lEmpirismo lóógico: tentativa gico: tentativa 
de conciliar o empirismo de conciliar o empirismo 
tradicional com o tradicional com o 
desenvolvimento da ldesenvolvimento da lóógica gica 
moderna;moderna;
►► RudolfRudolf CarnapCarnap (1891(1891--
1970): Tentativa de 1970): Tentativa de 
fundamentar uma lfundamentar uma lóógica gica 
indutiva.indutiva.
CritCritéério da verificario da verificaççãoão
►► O significado de uma O significado de uma 
proposiproposiçção consiste no ão consiste no 
conjunto de suas condiconjunto de suas condiçções ões 
empempííricas de verificaricas de verificaççãoão
►► Toda proposiToda proposiçção cientão cientíífica fica 
pode, em pode, em úúltima anltima anáálise, lise, 
reduzirreduzir--se a uma se a uma 
combinacombinaçção de ão de enunciados enunciados 
protocolaresprotocolares
►► Ludwig Wittgenstein (1889Ludwig Wittgenstein (1889--
1951)1951)
►► MoritzMoritz SchlickSchlick (1882 (1882 ––
1936)1936)
III. A DEPENDÊNCIA QUE A OBSERVAIII. A DEPENDÊNCIA QUE A OBSERVAÇÇÃOÃO
TEM DA TEORIATEM DA TEORIA
CapCapíítulo 3:tulo 3:
Neste capNeste capíítulo, tulo, éé desenvolvida uma objedesenvolvida uma objeçção ão 
mais smais sééria ria àà posiposiçção ão indutivistaindutivista envolvendo envolvendo 
uma cruma críítica, não das indutica, não das induçções pelas quais o ões pelas quais o 
conhecimento cientconhecimento cientíífico deve ser fico deve ser 
supostamente obtido a partir da supostamente obtido a partir da 
observaobservaçção, mas das suposião, mas das suposiçções do ões do 
indutivistaindutivista relativas ao status e ao papel da relativas ao status e ao papel da 
prpróópria observapria observaçção.ão.
1. Uma explica1. Uma explicaçção popular de ão popular de 
observaobservaççãoão
Existem duas suposiExistem duas suposiçções importantes envolvidas ões importantes envolvidas 
na posina posiçção ão indutivistaindutivista ingênua em relaingênua em relaçção ão àà
observaobservaçção. Uma ão. Uma éé que que a ciência comea ciência começça com a a com a 
observaobservaççãoão. A outra . A outra éé que que a observaa observaçção produz ão produz 
uma base segura uma base segura da qual o conhecimento pode da qual o conhecimento pode 
ser derivado. Neste capser derivado. Neste capíítulo, estas duas tulo, estas duas 
suposisuposiçções serão criticadas de vões serão criticadas de váárias maneiras e rias maneiras e 
rejeitadas por vrejeitadas por váárias razões.rias razões.
2. Experiências visuais não determinadas 2. Experiências visuais não determinadas 
pelas imagens sobre a retinapelas imagens sobre a retina
HHáá uma vasta quantidade de evidência para uma vasta quantidade de evidência para 
indicar que não indicar que não éé exatamente o caso que a exatamente o caso que a 
experiência sofrida pelos observadores ao experiência sofrida pelos observadores ao 
verem um objeto seja determinada somente verem um objeto seja determinada somente 
pela informapela informaçção, na forma de raios de luz, ão, na forma de raios de luz, 
penetrando os olhos do observador, e penetrando os olhos do observador, e 
tampouco seja determinada unicamente pelas tampouco seja determinada unicamente pelas 
imagens sobre as retinas de um observador. imagens sobre as retinas de um observador. 
Dois observadores normais vendo o mesmo Dois observadores normais vendo o mesmo 
objeto do mesmo lugar sob as mesmas objeto do mesmo lugar sob as mesmas 
circunstâncias fcircunstâncias fíísicas não têm necessariamente sicas não têm necessariamente 
experiências visuais idênticas, mesmo experiências visuais idênticas, mesmo 
considerandoconsiderando--se que as imagens em suas se que as imagens em suas 
respectivas retinas possam ser virtualmente respectivas retinas possam ser virtualmente 
idênticas. Hidênticas. Háá um importante sentido no qual um importante sentido no qual 
os dois observadores não os dois observadores não ““vêemvêem””
necessariamente a mesma coisa. Como diz N. necessariamente a mesma coisa. Como diz N. 
R. R. HansonHanson, , ““HHáá mais coisas no ato de enxergar mais coisas no ato de enxergar 
que o que chega aos olhosque o que chega aos olhos””..
3. As proposi3. As proposiçções de observaões de observaçção ão 
pressupõem teoriapressupõem teoria
ProposiProposiçções de observaões de observaçção, então, são sempre feitas na ão, então, são sempre feitas na 
linguagem de alguma teoria e serão tão precisas quanto a linguagem de alguma teoria e serão tão precisas quanto a 
estrutura teestrutura teóórica ou conceituais que utilizam. O conceito rica ou conceituais que utilizam. O conceito ““forforççaa””, , 
como como éé usado na fusado na fíísica, sica, éé preciso porque adquire seu significado preciso porque adquire seu significado 
do papel estrito que desempenha, numa teoria relativamente do papel estrito que desempenha, numa teoria relativamente 
autônoma, a mecânica newtoniana. O uso da mesma palavra na autônoma, a mecânica newtoniana. O uso da mesma palavra na 
linguagem cotidiana (a forlinguagem cotidiana (a forçça das circunstâncias, a fora das circunstâncias, a forçça da a da 
tempestade, a fortempestade, a forçça de um argumento etc.) a de um argumento etc.) éé impreciso impreciso 
exatamente porque as teorias correspondentes são variadas e exatamente porque as teorias correspondentes são variadas e 
imprecisas. Teorias precisas, claramente formuladas, são um primprecisas. Teorias precisas, claramente formuladas, são um préé--
requisito para proposirequisito para proposiçções de observaões de observaçção precisas. Neste sentido, ão precisas. Neste sentido, 
as teorias precedem a observaas teorias precedem a observaçção.ão.
4. Observa4. Observaçção e experimento ão e experimento 
orientamorientam--se pela teoriase pela teoria
ObservaObservaçções e experimentos são ões e experimentos são 
realizados no sentido de testar ou realizados no sentido de testar ou 
lanlanççar luz sobre alguma teoria, e ar luz sobre alguma teoria, e 
apenas aquelas observaapenas aquelas observaçções ões 
consideradas relevantes devem ser consideradas relevantes devem ser 
registradas. Entretanto, na medida registradas. Entretanto, na medida 
em que as teorias que constituem em que as teorias que constituem 
nosso conhecimento cientnosso conhecimento cientíífico são fico são 
falfalííveis e incompletas, a orientaveis e incompletas, a orientaçção ão 
que elas oferecem, como, por que elas oferecem, como, por 
exemplo, as observaexemplo, as observaçções relevantes ões relevantes 
para algum fenômeno sob para algum fenômeno sob 
investigainvestigaçção, podem ser enganosas, ão, podem ser enganosas, 
e podem resultar no descuido com e podem resultar no descuido com 
alguns importantes fatores.alguns importantes fatores.
5. 5. IndutivismoIndutivismo não não 
conclusivamente refutadoconclusivamente refutado
““(...) os positivistas l(...) os positivistas lóógicos, chegaram ao gicos, chegaram ao 
ponto de dizer que as teorias sponto de dizer que as teorias sóó têm têm 
significado na medida em que podem ser significado na medida em que podem ser 
verificadas por observaverificadas por observaçção direta. Esta ão direta. Esta 
posiposiçção ão éé descartada pelo fato de que não descartada pelo fato de que não 
se pode manter uma distinse pode manter uma distinçção acentuada ão acentuada 
entre a observaentre a observaçção e a teoria porque a ão e a teoria porque a 
observaobservaçção ou, antes, as afirmaão ou, antes, as afirmaçções ões 
resultantes da observaresultantes da observaçção são permeadas ão são permeadas 
pela teoriapela teoria””..IVIV
APRESENTANDO O FALSIFICACIONISMOAPRESENTANDO O FALSIFICACIONISMO
O O falsificacionistafalsificacionista admite livremente que a observaadmite livremente que a observaçção ão éé orientada orientada pela teoria e a pressupõe. Ele tambpela teoria e a pressupõe. Ele tambéém abandona com alegria m abandona com alegria 
qualquer afirmaqualquer afirmaçção que fazem supor que as teorias podem ser ão que fazem supor que as teorias podem ser estabelecidas como verdadeiras ou provavelmente verdadeiras estabelecidas como verdadeiras ou provavelmente verdadeiras àà luz luz da evidência observativa. As teorias são interpretadas como da evidência observativa. As teorias são interpretadas como 
conjecturas especulativas ou suposiconjecturas especulativas ou suposiçções criadas livremente pelo ões criadas livremente pelo intelecto humano no sentido de superar problemas encontrados porintelecto humano no sentido de superar problemas encontrados por
teorias anteriores e dar uma explicateorias anteriores e dar uma explicaçção adequada do comportamento ão adequada do comportamento de alguns aspectos do mundo ou universo. Uma vez propostas, as de alguns aspectos do mundo ou universo. Uma vez propostas, as 
teorias especulativas devem ser rigorosa e inexoravelmente testateorias especulativas devem ser rigorosa e inexoravelmente testadas das por observapor observaçção e experimento. Teorias que não resistem a testes de ão e experimento. Teorias que não resistem a testes de observaobservaçção e experimentais devem ser eliminadas e substituão e experimentais devem ser eliminadas e substituíídas por das por 
conjecturas especulativas ulteriores. A ciência progride por tenconjecturas especulativas ulteriores. A ciência progride por tentativa e tativa e erro, por conjecturas e refutaerro, por conjecturas e refutaçções. Apenas as teorias mais adaptadas ões. Apenas as teorias mais adaptadas 
sobrevivem. Embora nunca se possa dizer legitimamente de uma sobrevivem. Embora nunca se possa dizer legitimamente de uma teoria que ela teoria que ela éé verdadeira, podeverdadeira, pode--se confiantemente dizer que ela se confiantemente dizer que ela éé a a melhor disponmelhor disponíível, que vel, que éé melhor do que qualquer coisa que veio antesmelhor do que qualquer coisa que veio antes..
1. Uma particularidade l1. Uma particularidade lóógica gica 
para apoiar o para apoiar o falsificacionistafalsificacionista
►► éé posspossíível realizar deduvel realizar deduçções lões lóógicas gicas 
partindo de proposipartindo de proposiçções de ões de 
observaobservaçção singulares como ão singulares como 
premissas, para chegar premissas, para chegar àà falsidade falsidade 
de leis e teorias universais por de leis e teorias universais por 
dedudeduçção lão lóógica.gica.
►► A falsidade de afirmaA falsidade de afirmaçções universais ões universais 
pode ser deduzida de afirmapode ser deduzida de afirmaçções ões 
singulares disponsingulares disponííveis. O veis. O 
falsificacionistafalsificacionista explora ao mexplora ao mááximo ximo 
esta particularidade lesta particularidade lóógica.gica.
►► PremissaPremissa: : Um corvo, Um corvo, 
que não era preto, foi que não era preto, foi 
observado no local observado no local x x 
no momento no momento nn..
►► ConclusãoConclusão: : Nem todos Nem todos 
os corvos são pretos.os corvos são pretos.
2. A 2. A falsificabilidadefalsificabilidade como um como um 
critcritéério para teoriasrio para teorias
O O falsificacionistafalsificacionista vê a ciência como um conjunto vê a ciência como um conjunto 
de hipde hipóóteses que são experimentalmente teses que são experimentalmente 
propostas com a finalidade de descrever ou propostas com a finalidade de descrever ou 
explicar explicar acuradamenteacuradamente o comportamento de o comportamento de 
algum aspecto do mundo ou do universo. Todavia, algum aspecto do mundo ou do universo. Todavia, 
nem toda hipnem toda hipóótese fartese faráá isto. Histo. Háá uma condiuma condiçção ão 
fundamental que toda hipfundamental que toda hipóótese ou sistema de tese ou sistema de 
hiphipóóteses deve satisfazer para ter garantido o teses deve satisfazer para ter garantido o 
status de lei ou teoria cientstatus de lei ou teoria cientíífica. Para fazer parte fica. Para fazer parte 
da ciência, uma hipda ciência, uma hipóótese deve ser falsifictese deve ser falsificáável.vel.
AfirmaAfirmaçções falsificões falsificááveisveis
►► 1. Nunca chove 1. Nunca chove ààs quartass quartas--
feiras.feiras.
►► 2. Todas as substâncias se 2. Todas as substâncias se 
expandem quando aquecidas.expandem quando aquecidas.
►► 3. Objetos pesados, como um 3. Objetos pesados, como um 
tijolo, quando liberados perto da tijolo, quando liberados perto da 
superfsuperfíície da Terra, caem cie da Terra, caem 
diretamente para baixo se não diretamente para baixo se não 
forem impedidos.forem impedidos.
►► 4. Quando um raio de luz 4. Quando um raio de luz éé
refletido de um espelho plano, o refletido de um espelho plano, o 
ângulo de incidência ângulo de incidência éé igual ao igual ao 
ângulo de reflexão.ângulo de reflexão.
►► Uma hipUma hipóótese tese éé falsificfalsificáável se vel se 
existe uma proposiexiste uma proposiçção de ão de 
observaobservaçção ou um conjunto ão ou um conjunto 
delas logicamente possdelas logicamente possííveis que veis que 
são inconsistentes com ela, isto são inconsistentes com ela, isto 
éé, que, se estabelecidas como , que, se estabelecidas como 
verdadeiras, falsificariam a verdadeiras, falsificariam a 
hiphipóótese.tese.
AfirmaAfirmaçções não falsificões não falsificááveisveis
►► 5. Ou est5. Ou estáá chovendo ou não chovendo ou não 
estestáá chovendo.chovendo.
►► 6. Todos os pontos num c6. Todos os pontos num cíírculo rculo 
euclidiano são eqeuclidiano são eqüüidistantes do idistantes do 
centro.centro.
►► 7. A sorte 7. A sorte éé posspossíível na vel na 
especulaespeculaçção esportiva.ão esportiva.
►► Se uma afirmaSe uma afirmaçção ão éé
infalsificinfalsificáável, então o vel, então o 
mundo pode ter quaisquer mundo pode ter quaisquer 
propriedades, pode se propriedades, pode se 
comportar de qualquer comportar de qualquer 
maneira, sem conflitar maneira, sem conflitar 
com a afirmacom a afirmaçção. As ão. As 
afirmaafirmaçções (5), (6) e (7), ões (5), (6) e (7), 
diferentemente das diferentemente das 
afirmaafirmaçções (1), (2),(3) e ões (1), (2),(3) e 
(4), nada nos dizem a (4), nada nos dizem a 
respeito do mundo.respeito do mundo.
PseudociênciasPseudociências
►► Psicologia Psicologia adlerianaadleriana
((Alfred Alfred AdlerAdler ((18701870 --
19371937) ou psicologia do ) ou psicologia do 
desenvolvimento desenvolvimento 
individualindividual
►► PsicanPsicanáálise de Freudlise de Freud
►► Teoria da histTeoria da históória de ria de 
MarxMarx
►► ReducionismoReducionismo
►► ExplicaExplicaçção para tudoão para tudo
►► Teorias que não Teorias que não 
fornecem os critfornecem os critéérios rios 
de sua verificade sua verificaççãoão
CaracterCaracteríísticas da pseudociênciasticas da pseudociência
Tais teorias são consistentes com qualquer tipo de comportamentoTais teorias são consistentes com qualquer tipo de comportamento
humano e, exatamente por isto, nada nos diz sobre ele. humano e, exatamente por isto, nada nos diz sobre ele. ÉÉ claro, antes claro, antes 
da teoria de da teoria de AdlerAdler ser rejeitada nestas bases, seria necessser rejeitada nestas bases, seria necessáário rio 
investigar os detalhes da teoria em vez da caricatura. Mas hinvestigar os detalhes da teoria em vez da caricatura. Mas háá muitas muitas 
teorias sociais, psicolteorias sociais, psicolóógicas e religiosas que despertam a suspeita de gicas e religiosas que despertam a suspeita de 
que, em sua preocupaque, em sua preocupaçção de explicar tudo, elas não explicam nada. A ão de explicar tudo, elas não explicam nada. Aexistência de um Deus amoroso e a ocorrência de algum desastre existência de um Deus amoroso e a ocorrência de algum desastre 
podem ser tornadas compatpodem ser tornadas compatííveis pela interpretaveis pela interpretaçção do desastre como ão do desastre como 
tendo sido mandado para nos pôr tendo sido mandado para nos pôr àà prova ou punir, o que for mais prova ou punir, o que for mais 
adequado adequado àà situasituaçção. Muitos exemplos de comportamento animal ão. Muitos exemplos de comportamento animal 
podem ser vistos como evidência corroborando a afirmapodem ser vistos como evidência corroborando a afirmaçção ão ““Os Os 
animais são planejados de maneira a melhor preencherem a funanimais são planejados de maneira a melhor preencherem a funçção ão 
para a qual eles foram pretendidospara a qual eles foram pretendidos””. Os te. Os teóóricos que operam desta ricos que operam desta 
maneira são culpados da desonestidade dos videntes e estão sujeimaneira são culpados da desonestidade dos videntes e estão sujeitos tos àà
crcríítica do tica do falsificacionistafalsificacionista. Se uma teoria deve ter conte. Se uma teoria deve ter conteúúdo do 
informativo, ela deve correr o risco de ser falsificada.informativo, ela deve correr o risco de ser falsificada.
3. Grau de 3. Grau de falsificabilidadefalsificabilidade, , 
clareza e precisãoclareza e precisão
Uma boa lei ou teoria cientUma boa lei ou teoria cientíífica fica éé falsificfalsificáável vel 
porque faz afirmaporque faz afirmaçções decisivas sobre o mundo. ões decisivas sobre o mundo. 
Para o Para o falsificacionistafalsificacionista, quanto mais falsific, quanto mais falsificáável for vel for 
uma teoria melhor ela seruma teoria melhor ela seráá, num sentido bem , num sentido bem 
eleláástico. Quanto mais uma teoria afirma, mais stico. Quanto mais uma teoria afirma, mais 
oportunidade potencial haveroportunidade potencial haveráá para mostrar que o para mostrar que o 
mundo de fato não se comporta da maneira como mundo de fato não se comporta da maneira como 
mostrado pela teoria. Uma teoria muito boa sermostrado pela teoria. Uma teoria muito boa seráá
aquela que faz afirmaaquela que faz afirmaçções bastante amplas a ões bastante amplas a 
respeito do mundo, e que, em conseqrespeito do mundo, e que, em conseqüüência, ência, éé
altamente falsificaltamente falsificáável, e resiste vel, e resiste àà falsificafalsificaçção toda ão toda 
vez que vez que éé testada.testada.
3. Grau de 3. Grau de falsificabilidadefalsificabilidade, , 
clareza e precisãoclareza e precisão
►► (a) Marte se move numa (a) Marte se move numa 
elipse em torno do Sol.elipse em torno do Sol.
►► (b) Todos os planetas se (b) Todos os planetas se 
movem em elipses em movem em elipses em 
torno de seus storno de seus sóóis.is.
►► (b) tem status mais (b) tem status mais 
elevado que (a) enquanto elevado que (a) enquanto 
conhecimento cientconhecimento cientíífico. A fico. A 
lei (b) nos fala o mesmo lei (b) nos fala o mesmo 
que (a) e mais. A lei (b), a que (a) e mais. A lei (b), a 
lei preferlei preferíível, vel, éé mais mais 
falsificfalsificáável que (a). Se vel que (a). Se 
observaobservaçções de Marte vêm ões de Marte vêm 
a falsificar (a), elas a falsificar (a), elas 
falsificarão tambfalsificarão tambéém (b). m (b). 
Qualquer falsificaQualquer falsificaçção de ão de 
(a) ser(a) seráá uma falsificauma falsificaçção ão 
de (b), mas o inverso não de (b), mas o inverso não 
ocorre.ocorre.
Aprendendo com os errosAprendendo com os erros
““Eu posso, portanto, admitir alegremente que Eu posso, portanto, admitir alegremente que 
falsificacionistasfalsificacionistas como eu preferem uma tentativa de como eu preferem uma tentativa de 
resolver um problema interessante por uma conjectura resolver um problema interessante por uma conjectura 
audaciosa, audaciosa, mesmo (e especialmente) se ela logo se mesmo (e especialmente) se ela logo se 
revela falsarevela falsa, a alguma r, a alguma réécita da seqcita da seqüüência de truência de truíísmos smos 
irrelevantes. Preferimos isto porque acreditamos que irrelevantes. Preferimos isto porque acreditamos que 
esta esta éé a maneira pela qual podemos aprender com a maneira pela qual podemos aprender com 
nossos erros; e porque ao descobrirmos que nossa nossos erros; e porque ao descobrirmos que nossa 
conjectura era falsa podemos ter aprendido muito sobre conjectura era falsa podemos ter aprendido muito sobre 
a verdade, e teremos chegado mais perto delaa verdade, e teremos chegado mais perto dela””. K. R. . K. R. 
Popper, Popper, ConjecturesConjectures andand RefutationsRefutations
4. 4. FalsificacionismoFalsificacionismo e progressoe progresso
A ciência comeA ciência começça com problemas, problemas estes associados a com problemas, problemas estes associados àà
explicaexplicaçção do comportamento de alguns aspectos do mundo ou ão do comportamento de alguns aspectos do mundo ou 
universo. Hipuniverso. Hipóóteses falsificteses falsificááveis são propostas pelos cientistas veis são propostas pelos cientistas 
como solucomo soluçções para o problema. As hipões para o problema. As hipóóteses teses conjecturadasconjecturadas são são 
então criticadas e testadas. Algumas serão rapidamente então criticadas e testadas. Algumas serão rapidamente 
eliminadas. Outras podem se revelar mais bem sucedidas. Estas eliminadas. Outras podem se revelar mais bem sucedidas. Estas 
devem ser submetidas a crdevem ser submetidas a crííticas e testes ainda mais rigorosos. ticas e testes ainda mais rigorosos. 
Quando uma hipQuando uma hipóótese que passou por uma ampla gama de testes tese que passou por uma ampla gama de testes 
rigorosos com sucesso rigorosos com sucesso éé eventualmente falsificada, um novo eventualmente falsificada, um novo 
problema, auspiciosamente bem distante do problema original problema, auspiciosamente bem distante do problema original 
resolvido, emergiu. Este novo problema pede a invenresolvido, emergiu. Este novo problema pede a invençção de ão de 
novas hipnovas hipóóteses, seguindoteses, seguindo--se a crse a críítica e testes renovados. E, tica e testes renovados. E, 
assim, o processo continua indefinidamente.assim, o processo continua indefinidamente.
ExemplosExemplos
►► Como os morcegos são Como os morcegos são 
capazes de voar tão capazes de voar tão 
habilmente habilmente àà noite, a noite, a 
despeito do fato de despeito do fato de 
terem olhos tão terem olhos tão 
pequenos e fracos?pequenos e fracos?
CorroboraCorroboraçção de hipão de hipóótesesteses
►► o morcego ouve os o morcego ouve os 
ecos de seus precos de seus próóprios prios 
guinchos guinchos 
ricocheteando dos ricocheteando dos 
objetos sobjetos sóólidos.lidos.
O progresso da fO progresso da fíísicasica
V V -- FALSIFICACIONISMO SOFISTICADO,FALSIFICACIONISMO SOFISTICADO,
NOVAS PREVISÕES E O CRESCIMENTO DANOVAS PREVISÕES E O CRESCIMENTO DA
CIÊNCIACIÊNCIA
►► 1. Graus de 1. Graus de falsificabilidadefalsificabilidade
relativos ao invrelativos ao invéés de s de 
absolutosabsolutos
►► a afirmaa afirmaçção ão ““todos os pares de todos os pares de 
corpos se atraem mutuamente corpos se atraem mutuamente 
com uma forcom uma forçça que varia a que varia 
inversamente com o quadrado inversamente com o quadrado 
de sua distânciade sua distância”” éé mais mais 
falsificfalsificáável que a afirmavel que a afirmaçção ão ““Os Os 
planetas no sistema solar se planetas no sistema solar se 
atraem mutuamente com uma atraem mutuamente com uma 
forforçça que varia inversamente a que varia inversamente 
com o quadrado de sua com o quadrado de sua 
distânciadistância””. A segunda . A segunda éé
envolvida pela primeira. envolvida pela primeira. 
Qualquer coisa que falsificar a Qualquer coisa que falsificar a 
segunda vai falsificar a primeira, segunda vai falsificar a primeira, 
mas o inverso não mas o inverso não ééverdadeiro.verdadeiro.
2. Aumentando a 2. Aumentando a 
falsificabilidadefalsificabilidade e modificae modificaçções ões 
adad hochoc
►► AdAd hochoc: algo : algo formulado formulado 
com o com o úúnico objetivo de nico objetivo de 
legitimar ou defender uma legitimar ou defender uma 
teoria, e não em teoria, e não em 
decorrência de uma decorrência de uma 
compreensão objetiva e compreensão objetiva e 
isenta da realidade (dizisenta da realidade (diz--se se 
de argumento, proposide argumento, proposiçção ão 
ou hipou hipóótese)tese)
►► Uma modificaUma modificaçção ão 
numa teoria, tal como o numa teoria, tal como o 
acracrééscimo de um scimo de um 
postulado extra ou uma postulado extra ou uma 
mudanmudançça em algum a em algum 
postulado existente, que postulado existente, que 
não tenha conseqnão tenha conseqüüências ências 
testtestááveis, e que jveis, e que jáá não não 
fossem conseqfossem conseqüüências ências 
testtestááveis da teoria nãoveis da teoria não--
modificada sermodificada seráá chamada chamada 
de modificade modificaçção ão adad hochoc..
►► Exemplos: O pão francês e Exemplos: O pão francês e 
o exasperado Galileuo exasperado Galileu
3. A confirma3. A confirmaçção na explicaão na explicaçção ão 
falsificacionistafalsificacionista da ciênciada ciência
Serão assinalados avanSerão assinalados avançços os 
significativos pela significativos pela confirmaconfirmaçção ão 
de conjecturas audaciosas ou de conjecturas audaciosas ou 
pela falsificapela falsificaçção de conjecturas ão de conjecturas 
cautelosascautelosas. Casos do primeiro . Casos do primeiro 
tipo serão informativos. e tipo serão informativos. e 
constituirão uma importante constituirão uma importante 
contribuicontribuiçção ao conhecimento ão ao conhecimento 
cientcientíífico. simplesmente porque fico. simplesmente porque 
assinalam a descoberta de algo assinalam a descoberta de algo 
que era previamente que era previamente 
desconhecido ou considerado desconhecido ou considerado 
improvimprováável.vel.
►► Exemplos:Exemplos:
A descoberta de Netuno e das A descoberta de Netuno e das 
ondas de rondas de ráádio e a confirmadio e a confirmaçção ão 
de de EddingtonEddington da arriscada da arriscada 
previsão de Einstein de que os previsão de Einstein de que os 
raios de luz se curvariam em raios de luz se curvariam em 
campos gravitacionais fortes campos gravitacionais fortes 
constituconstituííram avanram avançços os 
significativos deste tipo. significativos deste tipo. 
Previsões arriscadas foram Previsões arriscadas foram 
confirmadas. A falsificaconfirmadas. A falsificaçção de ão de 
conjecturas cautelosas conjecturas cautelosas éé
informativa porque estabelece informativa porque estabelece 
que o que era visto como uma que o que era visto como uma 
verdade não problemverdade não problemáática tica éé, na , na 
realidade, falso.realidade, falso.
AudAudáácia e cautelacia e cautela
Em contraste, pouco se Em contraste, pouco se 
aprende a partir da aprende a partir da 
falsificafalsificaçção de uma ão de uma 
conjectura audaciosa ou conjectura audaciosa ou 
da confirmada confirmaçção de uma ão de uma 
conjectura cautelosa. Se conjectura cautelosa. Se 
uma conjectura audaciosa uma conjectura audaciosa 
éé falsificada, então tudo o falsificada, então tudo o 
que se aprende que se aprende éé que mais que mais 
uma iduma idééia maluca revelouia maluca revelou--
se errada.se errada.
Da mesma forma, a Da mesma forma, a 
confirmaconfirmaçção de hipão de hipóóteses teses 
cautelosas não cautelosas não éé
informativa. Tais informativa. Tais 
confirmaconfirmaçções ões 
simplesmente indicam que simplesmente indicam que 
alguma teoria que era bem alguma teoria que era bem 
estabelecida e vista como estabelecida e vista como 
nãonão--problemproblemáática foi tica foi 
aplicada com sucesso mais aplicada com sucesso mais 
uma vez.uma vez.
4. Ousadia, novidade e 4. Ousadia, novidade e 
conhecimento prconhecimento prééviovio
►► Uma hipUma hipóótese tese éé audaciosaaudaciosa
quando desafia o quando desafia o 
conhecimento prconhecimento prééviovio da da 
éépocapoca
O conhecimento prO conhecimento préévio vio 
consiste em hipconsiste em hipóóteses teses 
cautelosas exatamente cautelosas exatamente 
porque este conhecimento porque este conhecimento 
éé bem estabelecido e bem estabelecido e 
considerado como nãoconsiderado como não--
problemproblemáático. A tico. A 
confirmaconfirmaçção de uma ão de uma 
conjectura audaciosa pode conjectura audaciosa pode 
envolver a falsificaenvolver a falsificaçção de ão de 
alguma parte do alguma parte do 
conhecimento prconhecimento préévio em vio em 
relarelaçção ão àà qual a conjectura qual a conjectura 
era audaciosa.era audaciosa.
5. Compara5. Comparaçção das visões ão das visões indutivistaindutivista e e 
falsificacionistafalsificacionista de confirmade confirmaççãoão
Na explicaNa explicaçção ão falsificacionistafalsificacionista, o significado , o significado 
das confirmadas confirmaçções depende muito mais de ões depende muito mais de 
seu seu contexto histcontexto históóricorico. Uma confirma. Uma confirmaçção ão 
pode conferir alto grau de mpode conferir alto grau de méérito a uma rito a uma 
teoria se resultou do teste de uma nova teoria se resultou do teste de uma nova 
previsão. Isto previsão. Isto éé, uma confirma, uma confirmaçção serão seráá
significativa se for avaliada como improvsignificativa se for avaliada como improváável vel 
àà luz do conhecimento prluz do conhecimento préévio da vio da éépoca.poca.