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1 Ética e Moral Conhecimento e Ética BC&H – UFABC Prof. Daniel Pansarelli www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli O conceito ética Originado do termo grego Ethos, em suas duas expressões Êthos (com inicial eta) significa “morada do homem” 2 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli O conceito ética Originado do termo grego Ethos, em suas duas expressões Éthos (com inicial épsilon) significa comportamento constante, hábitos ou costumes www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Ética é moral? Ao longo da história da filosofia, muitos autores tomaram ética e moral como sinônimos. Outros vinculam o termo moral (do latim, mores) apenas ao sentido de éthos (com épsilon) 3 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Ética é moral? Êthos Morada (ou modo) de ser Éthos Hábitos e costumes Ethos Mores www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Por que diferenciar? Apesar de muitos autores – filósofos e linguistas – tomarem ética e moral como sinônimos, parece haver motivos que favorecem ou mesmo que tornam necessária a diferenciação entre ambas. Esta diferenciação pode ser importante para que possamos, em sociedade, “viver a boa vida” (objetivo da ética, para Aristóteles). 4 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Por que diferenciar? 1. A ética vem sempre antes da moral Os hábitos são criados e alterados conforme o “modo de ser” dos sujeitos, ainda que este modo de ser resulte, em grande parte, dos hábitos. www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Por que diferenciar? 1. A ética vem sempre antes da moral Êthos Éthos 5 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Por que diferenciar? 2. Abusa-se do termo ética Costuma-se utilizar, como “argumento de autoridade” o conceito ética, quando, na verdade, se deveria empregar o termo moral. www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Por que diferenciar? 3. A ética como reguladora da moral Por vezes, a ética precisa “regular” a moral, dando- lhe novos parâmetros e novos horizontes. Isso ocorre quando a moral fica presa às leis da sociedade, sem acompanhar as mudanças nos modos de ser dos sujeitos 6 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Relações Pode-se chegar, assim, a atitudes: Como definir o que é ético? a) Éticas e Morais b) Antiéticas e Imorais c) Antiéticas e Morais d) Éticas e Imorais www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Critério de eticidade Ao longo da história, sempre existiram “critérios universais” que permitiram o julgamento da eticidade dos fatos. Critério universais são valores universalmente válidos, isto é, válidos em qualquer lugar, em qualquer circunstância e a qualquer tempo. 7 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Critério de eticidade Na Idade Média, por exemplo, com o domínio político e ideológico da religião cristã, a mensagem transmitida pelos textos sagrados e interpretada pela igreja constituía-se como valor universal para julgamento das ações humanas. www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Critério de eticidade Na Modernidade a razão substituiu, em muitos aspectos, os valores anteriormente determinados pela religião. Passou-se, assim, à construção de um universal ético racional, que servisse para nortear e até mesmo julgar as ações humanas. 8 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Critério de eticidade O filósofo moderno Immanuel Kant propôs o imperativo categórico como critério ético universal: “Age segundo uma máxima tal, que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” Fo n te : ht tp :// en . w ik ip ed ia . or g/ w ik i/I m m an u el _ Ka n t Kant, Fundamentação da metafísica dos costumes. www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Fim dos universais Ocorre, todavia, que na contemporaneidade, a Filosofia deixou de aceitar como válidos os velhos universais. As grandes crises do século XX mostraram que eles não eram, de fato, norteadores éticos... Como, então, julgar atualmente a eticidade dos fatos? Qual poderia ser o critério de julgamento?Fon te : ht tp :// pt . w ik ip ed ia . or g/ w iki /B om ba _ at ôm ic a. ht m l 9 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Corpo como critério Dentre as diversas tendências da filosofia contemporânea, há uma que defende a corporeidade, o corpo, como critério para o julgamento ético atual. Ações éticas são aquelas que favorecem ou, ao menos, não prejudicam a manutenção e a ampliação o bem estar corporal. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Da_vinci www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Solução possível Com a aceitação do corpo como elemento valorativo universal para o julgamento ético, parece ter se resolvido o problema da fundamentação ética atual. As ações éticas devem favorecer a manutenção e a ampliação do bem estar corporal. A ética deve se opor à moral quando esta colocar-se em desacordo Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Da_vinci 10 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Solução possível? Surge, todavia, um novo problema: O que pode determinar aquilo que é estritamente corporal no mundo atual, em que as tecnologias tanto interferem na constituição do próprio corpo? Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Da_vinci www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Corpo e tecnologia (1) A primeira dimensão da relação entre corpo e tecnologia é a mais simples: Se o corpo é tomado como critério para o julgamento ético, a tecnologia deverá ser considerada ética ou não conforme o bem-estar que causa aos corpos 11 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Corpo e tecnologia (2) Ocorre, todavia, que é comum a tecnologia ser incorporada, transformando, assim, o próprio corpo. É o caso, por exemplo, de implantes diversos, que aumentam a qualidade de vida das pessoas. Neste caso, o corpo deve ser considerado por si só ou “somado” à tecnologia? www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Corpo e tecnologia (3) O estilo de vida atual, por sua vez, também é fortemente influenciado pelas tecnologias e também interfere na própria formação biológica do corpo – os tipos de alimentação, facilidades quanto ao transporte, meios de evitar esforços. Como distinguir, assim, corpo e tecnologia? 12 www.pansarelli.org Fev/2011Daniel Pansarelli Referências CARVALHO, M. Complexo como uma máquina: considerações sobre corpo e tecnologia. In: ALMEIDA, D. Corpo em ética. São Bernardo do Campo: UMESP, 2002. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 1995. PANSARELLI, D. A ética após a metafísica. In: Curso (in)completo de filosofia. São Bernardo do Campo: UMESP, 2010.
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