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Curso HEG 2011 - Aula 11

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Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
1 
O desenvolvimento capitalista 
em outros países; balanço 
dos caminhos de 
desenvolvimento. 
Bibliografia: 
O: Chang (2004), caps. 1 e 2. 
A: Cameron & Neal (2003), caps. 9 e 10. 
C: Kemp (1985), caps. 4 e 6; Licht (1995), caps. 5 e 6. 
AULA 11 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
2 
1. A evolução da industrialização – I 
• Obviamente, Inglaterra foi o primeiro país industrial. 
Logo, no mundo de p.ex. 1815, ela é a única nação 
industrializada 
• Para todos os outros países, isso permitiria em princípio 
copiar esse processo, mas a questão é exatamente o que 
copiar, i.e., entender o que permitiu o sucesso inglês; 
também há que ver se os outros países contam com os 
recursos dos ingleses. 
• Quando olhamos o mundo em 1914, não apenas há 
outros países industriais, mas além disso a Inglaterra não 
é mais a maior nação industrial. 
• Todavia, o mundo inteiro não está industrializado: as 
diferenças alargaram-se entre os desenvolvidos e os não-
desenvolvidos 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
3 
1. A evolução da industrialização – II 
• Uma divisão simples, proposta por C& N, seria entre os 
países pioneiros (“early industrializers”), retardatários 
(“latecomers”) e os que não se industrializaram (“no-
shows”). 
• O primeiro grupo inclui a Bélgica, a França, a Alemanha e 
os EUA; no segundo, estão a Suíça, a Holanda, os países 
escandinavos e o Japão. O Império Austro-Húngaro teve 
um desenvolvimento muito desigual. Nos não- 
desenvolvidos estão Espanha, Portugal, Itália, os Bálcãs 
(incl. o Império Otomano) e a Rússia (não consideramos 
por enquanto o resto do mundo). 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
4 
2. As dimensões relevantes para a comparação - I 
• A) Estrutura social: 
– Uma questão básica é ver se existe mão de obra livre (nos 
dois sentidos). Muitos países ainda conservavam 
estruturas de servidão → limitada mobilidade de mão de 
obra para a indústria. Todavia, uma presença camponesa 
forte também pode ter as mesmas conseqüências. 
– Por outra parte, uma classe dominante de base agrária 
pode ser um freio à industrialização. 
– Também é importante a presença (ou ausência) de uma 
burguesia comercial empreendedora. 
– No caso dos EUA temos ainda a questão da escravidão: 
até que ponto isso é um obstáculo para o 
desenvolvimento capitalista? 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
5 
2. As dimensões relevantes para a comparação - II 
• B) Política comercial: o desenvolvimento se vê 
favorecido pela abertura (livre-comércio) ou pelo 
protecionismo? 
– Século XIX apresenta movimento geral de abertura 
comercial depois de 1850-60, mas ocorre uma onde 
de relativo protecionismo que começa por volta de 
1880 e vai até a primeira guerra. 
– O país mais consistentemente protecionista do S. XIX 
são os EUA, especialmente após o fim da Guerra de 
Secessão. 
– Os países pequenos tendiam a ser mais abertos, 
especialmente porque não têm grandes vantagens na 
autarquia, por falta de produtos e pela limitação dos 
mercados. 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
6 
2. As dimensões relevantes para a comparação - III 
• C) Papel do Estado 
– O Estado não intervém tipicamente através da 
constituição de empresas estatais (embora em alguns 
países isso fosse importante, especialmente nas estradas 
de ferro). 
– O Estado é mais importante como indutor de 
investimentos através de estímulos; o Japão é o caso 
típico de bons resultados dessa política (esforço 
deliberado de reduzir o atraso em relação aos europeus). 
– Também, na época do imperialismo, o desenvolvimento 
industrial pode representar um elemento essencial. Veja-
se que os casos de crescimento industrial mais 
espetacular (Alemanha, EUA e Japão) permitiram 
transformar em potencias mundiais alguns países que 
tinham pouca importância política e econômica no 
começo do S. XIX. 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
7 
2. As dimensões relevantes para a comparação - IV 
• D) Questões políticas: 
– Industrialização vinculada com avanços da democracia e 
com avanços na organização das classes trabalhadoras (e 
da aceitação destes processos a nível legal). 
• E) “Capital humano”: 
– Os países com menor taxa de analfabetismo são os que 
conseguem melhores resultados na industrialização. 
– Lembre-se que o século XIX é um período de explosão da 
população européia. 
– Países pouco desenvolvidos mantêm baixas taxas de 
urbanização. 
• F) Recursos naturais: 
– Desenvolvimento industrial no século XIX favorecido pela 
existência de minas de carvão. 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
8 
3. Alguns casos relevantes: França - I 
• “O paradoxo do desenvolvimento econômico da França 
no período entre 1789 e 1914 foi principalmente o de que 
todas as potencialidades de crescimento não se 
efetivaram (....) Quem ou o que foi responsável por isso? 
(....) As instituições do capitalismo operaram neste meio-
ambiente particular historicamente condicionado de 
maneira a impedir uma grande ruptura favorável a uma 
transformação industrial mais rápida e profunda” (Kemp, 
p.76). 
 
• “Embora o padrão de industrialização da França foi 
diferente do britânico e de outras industrializações 
pioneiras, o resultado não foi menos eficiente e, em 
termos de bem-estar humano, até pode ter sido melhor”. 
(C&N, p.232, grifos do original). 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
9 
3. Alguns casos relevantes: França - II 
• Algumas características diferenciais da sociedade 
francesa do S. XIX. 
a) Baixo crescimento demográfico 
b) Estrutura agrária com forte presença camponesa. 
Antes da revolução, a agricultura francesa não tinha 
passado por um período de transformações 
capitalistas. O peso dos camponeses é reforçado 
após a revolução. Por isso, não se desenvolvem 
suficientemente os mercados. 
c) Demanda restrita leva à concentração da produção 
industrial em bens de luxo. 
 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
10 
3. Alguns casos relevantes: França - III 
• A industrialização da França: alguns marcos 
relevantes. 
a) Anos 1830: surgimento das primeiras indústrias 
têxteis, regionalmente localizadas. 
b) Anos 1850: começa um boom vinculado à 
construção de estradas de ferro (veja-se que as 
estradas de ferro são importantíssimas num país 
com poucos meios alternativos de comunicação). 
c) Tratado comercial anglo-francês (1860) e outros 
posteriores reduzem proteção significativamente. 
d) Comuna de Paris (1871) como ponto culminante de 
uma série de importantes conflitos sociais (1789, 
1830, 1848). 
 
 
 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
11 
3. Alguns casos relevantes: França - IV 
• A industrialização da França: alguns marcos relevantes 
(cont.). 
e) Insatisfação industrial com livre-câmbio + apóio 
camponeses → i) Aumento de tarifas em 1881; ii) 
Tarifa Méline (1892) com aumento generalizado 
protegendo também a agricultura. 
f) Indústria francesa não consegue penetrar nos 
mercados de consumo de massa nos quais 
dominavam os ingleses. As exportações importantes 
se restringem a vinho e alimentos de luxo. 
g) Indústria mantém caráter dualista, e setor rural não 
muda. 
h) Período de crescimento na França no fim S.XIX e 
começo do S.XX (“La belle époque”), com avanços 
em áreas industriais de ponta (aviões, automóveis, 
etc.). 
 
 
 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
12 
4. Alguns casos relevantes: Alemanha - I 
Avaliação geral do desempenho alemão no s. XIX 
 
• “No espaço deuma geração a Alemanha transformou-se, de uma 
coleção de estados economicamente atrasados que formavam 
uma colcha de retalhos na Europa Central, em um Império 
unificado movido para a frente por uma indústria em rápida 
expansão baseada numa tecnologia avançada. ” (Kemp, p.78, ed. 
inglesa). 
 
• “A Alemanha foi o último dos early industrializers (....) Pobre e 
retrasado na primeira metade do século XIX, a nação, 
politicamente dividida era também predominantemente rural e 
agrária (....). Na véspera da Primeira Guerra Mundial, ao contrário, 
o Império Alemão unificado era a nação industrial mais poderosa 
de Europa.” (C&N, p. 238) 
 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
13 
4. Alguns casos relevantes: Alemanha - II 
•Situação geral da Alemanha no início do S. XIX 
•Antes das Guerras Napoleônicas, Alemanha consistia em 355 
estados separados, além de 1.476 condados, etc. (knightships) 
autônomos. Após o congresso de Viena (1815) reduziu-se para 39 
estados unidos frouxamente numa liga (Bund). 
•“País” basicamente agrícola, baixa produtividade. 
•Relações sociais basicamente feudais até o S.XVIII, 
especialmente em Prússia (Junkers); renda paga em dinheiro ou 
produto (Oeste) ou em trabalho (Leste). 
•Derrota em Jena (1806) provoca medidas modernizadoras em 
Prússia (já tinha algo antes). Servidão abolida em 1806. 
•Todavia, Junkers retêm poder e terra. Agricultura é modernizada, 
terra começa a poder ser vendida. 
•Revolução comercial S.XVII e XVIII não é sentida em Alemanha; 
guildas permanecem fortes, não há expansão colonial. 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
14 
4. Alguns casos relevantes: Alemanha - III 
Periodização da evolução alemã: 
A) O despertar: do começo do século à Zollverein 
(1800-1833/4) 
Resultados da Zollverein: 
• Amplia limites dos mercados locais. 
• Estimula nacionalismo cultural. 
• Estimula cooperação entre os diferentes 
estados nas estradas-de-ferro. 
• Por sua vez, as estradas-de-ferro permitem 
o catching-up tecnológico e o 
desenvolvimento das indústrias de bens de 
capital. 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
15 
4. Alguns casos relevantes: Alemanha - IV 
Periodização da evolução alemã: 
B) Período de imitação consciente e bases da 
indústria moderna (1834-1870). 
• Surgimento da indústria alemã. 
• Estradas-de ferro promovem crescimento da 
produção de carvão, esp. na Bacia do Ruhr. 
• Desenvolvimento de sistema universitário de 
pesquisa, com formação de pessoas no exterior. 
C) Supremacia industrial na Europa continental 
(1870-1900). 
• Consolidação da produção de ferro-aço. 
• Avanços na indústria química. 
• Importância no desenvolvimento da eletricidade. 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
16 
5. Alguns casos relevantes: EUA - I 
EUA: semelhanças e diferenças com os casos clássicos europeus 
 
Diferenças 
•A) EUA não têm passado feudal → não havia conflito entre uma 
aristocracia rural não-comercial e o rei. Existe agricultura 
comercial desde os primeiros tempos. 
•B) Não havia uma classe de camponeses (agricultores 
dependentes), mas havia uma importante classe de farmers 
(agricultores independentes). 
•C) País organizado desde a independência como república 
democrática. 
•D) Todavia, essa democracia convivia com trabalho escravo em 
parte do país. 
•Conseqüência: esta situação levou à Guerra de Secessão (1861-
5), que provocou o fim da escravidão. 
 
A Grande Semelhança 
•Esta guerra pode ser interpretada como o equivalente das 
revoluções Puritana (Inglaterra) e Francesa, como formadora da 
sociedade democrática moderna nos EUA 
 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
17 
5. Alguns casos relevantes: EUA - II 
• Crescimento espetacular da população. 
– 1790: menos de 4 
– 1870: 40 milhões (fim da fronteira) 
– 1915: 100 milhões 
• Política de imigração irrestrita. 
• Crescimento da renda e da riqueza maiores do que crescimento 
população. 
• Questão: como se explica esse ritmo de crescimento? 
A. Abundância de terra e de recursos naturais 
B. Escassez relativa de mão de obra estimula inovações que a poupem. 
C. Significativa especialização regional → não precisa importar muitos 
produtos. 
D. Mercado interno grande e protegido. 
• Em 1890 os EUA já são a principal economia industrial do 
mundo, apesar de ter a maioria da população no campo, e de 
serem, segundo C&N., uma nação ainda predominantemente 
rural. 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
18 
6. Alguns casos relevantes: Itália - I 
• “País” atrasado em meados do século XIX, politicamente 
fragmentado. 
• Histórico de atraso não é homogêneo: Sul mais atrasado do que 
Norte (e isso não se modifica após a unificação) 
• Falta de recursos naturais: carvão e ferro, relevo acidentado 
dificulta comunicações. 
• Sem conflito entre classe média urbana e aristocracia dona de 
terras: nenhuma tem mentalidade comercial (burguesa). 
• Atividade fundamental é agricultura de baixa produtividade, que 
não muda após a unificação (não há uma Reforma Agrária). 
• Unificação cria mercado maior (moeda, leis únicas), mas traz 
problemas de dívida e déficit do setor público. 
• “As condições nas quais a unificação foi alcançada, deixando 
intacto o equilíbrio social e político existente, e carregando o país 
com um aparelho administrativo caro e uma dívida grande, 
tornaram difícil a superação do atraso” (Kemp, p.154). 
Aula 12 - Diferentes caminhos ao 
desenvolvimento 
19 
6. Alguns casos relevantes: Itália - II 
• No início, Itália é “free-trader” (Cavour), mas fica crescentemente 
protecionista. 
• Indústrias do Norte começam a se vincular aos países mais 
desenvolvidos e se integram no processo maior de 
industrialização da Europa. O Sul passa ao longo desse processo. 
• Estado subsidia construção de estradas de ferro e surgimento do 
setor siderúrgico e metalurgia; também indústria naval. 
• Como conseqüência, a indústria italiana tem um caráter 
concentrado: poucas e grandes firmas predominam, de nível 
internacional (Pirelli, Olivetti, Fiat, etc.). 
• Setor bancário concentrado para responder necessidades de 
firmas grandes (modelo alemão). 
• Itália tenta virar imperialista, com resultados dúbios. 
• Mudanças sociais: migrações, surgimento de movimento operário 
forte. 
• Pouco gasto em educação, melhora da agricultura, etc.

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