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HPE_Aula_2_Primórdios

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Bacharelado em Ciências e Humanidades 
 
História do Pensamento Econômico 
 
Da Grécia Antiga até o surgimento do 
liberalismo 
 
Prof. Giorgio Romano 
Tidia: Prof. Giorgio HPE 
 
22 de setembro de 2011 
2 
 Após a guerra, ele tornou-se conselheiro da 
 administração do pós-guerra na Alemanha e 
 no Japão. 
 Em 1949, Galbraith foi nomeado professor de 
 economia na Universidade de Harvard. 
 Foi editor da revista Fortune. 
 assessor econômico do presidente John F. 
 Kennedy 
 publicou diversos livros, entre os quais 
 The Affluent Society (A sociedade opulenta) 
John Kenneth Galbraith 
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 Não se pode compreender a economia sem 
conhecer a sua história 
 Os ideais econômicos são sempre e intimamente 
um produto de sua própria época e lugar 
Grandes questões: 
 teoria do valor: o que determina os preços 
pagos? 
 teoria da distribuição: o que determina a parte 
que caberá aos salários, juros , lucros e renda da 
terra? 
 considerar as instituições: empresas, bancos, 
moeda, governo 
John Kenneth Galbraith 
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 Não eram economias de bens de consumo; 
 Receitas Atenas: minas de prata; 
 Receita Roma: tributos militares (apropriação 
não-econômica); 
 existência escravidão (mão-de-obra dependente) 
=> 
• não havia pagamento de salários 
• trabalho ganha aspecto pejorativo 
• justificativa ética da escravidão 
• defesa Aristóteles: “os seres mais baixos são 
por natureza escravos” 
Grécia e Roma Antiga 
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Ausência “capital” (bens de capital) => 
empréstimos/juros ligados a capital de giro para 
gastos pessoais => debate sobre relação detentores 
de dinheiro e quem precisa emprestar 
 
Aristóteles: condenação de cobrança de juros 
(identificado como usura por definição) => 
preconceito ético/ religioso contra juros permanece 
durante Idade Média até ser redefinido em termos de 
pagamento pelo capital produtivo. 
 
Grécia e Roma Antiga 
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• Não havia teoria de preços => 
 discussão de Aristóteles era se o preço era justo 
 (Obs. nas teorias sobre formação de preço não 
há espaço para ética) 
 
• preocupação/ superioridade moral à agricultura 
=> continua no século XVIII 
 
• papel do dinheiro: circulação/ troca (já previa 
transformação do meio em fim) 
 
• vantagens de economia de paz 
 
Grécia e Roma Antiga 
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Platão: os governantes devem negar propriedade 
além do min. essencial/ necessidade (se não se 
tornam tiranos) 
 
Aristóteles: liberdade consiste no uso que se faz da 
propriedade 
 
Romanos: primeiros a codificar o direito a 
propriedade privada (seu uso/ usufruto, abuso, 
violação) 
Grécia e Roma Antiga: 
propriedade privada 
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Na HPE: 
 
direita: direito a propriedade privada absoluta 
 (ou: o mais absoluta possível) 
 
esquerda: direito a propriedade privada 
 subordinada aos interesses da 
 coletividade (interesses públicos) 
Propriedade privada 
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Idade média: rígida estrutura hierárquica da 
sociedade feudal baseada em leis/ costumes=> 
Pouco espaço para economia. 
 
Cristianismo: 
 na origem apontava igualdade de todo os 
homens => desconfiança riqueza como fator de 
diferenciação e desigualdade. Essa vertente se 
manteve, mas a igreja como instituição se 
distanciou dessa perspectiva. 
 valorização trabalho (Jesus filho de carpinteiro) 
 condenação cobrança juros 
Idade Média 
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1) Retoma conceito de preço justo como obrigação 
moral (agora religiosa). Mas como determinar 
preço justo? 
 
 Obs. rumo da história: mercado adquiriu 
poderosa moral própria no debate político. 
Referência a preços justos? Por meio do Estado 
em determinar salário mínimo; controle de 
aluguel; preços mínimos agrícolas 
 
2) Direito do consumidor: considerações de ética/ 
justiça no comércio. 
Idade Média – Tomás de Aquino 
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Mercantilismo: meados Sec. XV- meados Sec. XVIII 
 
 Era dos mercadores (até então eminência social 
ligada a propriedade da terra) 
 Estado nacional – unidade sistema monetário 
nacional (criar mercado nacional) contra senhores 
feudais: fortalecimento poder político dos 
monarcas em detrimento da nobreza 
 Grandes mercadores “eram o governo” 
 Projeção cidades mercantis (Veneza, Bruges, 
 Antuérpia, Amsterdam, Londres etc.) 
 
Mercantilismo 
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 Economia política mercantilista: incrementar ao 
 máximo a quantidade de ouro/prata 
 Riqueza nacional função da oferta de moeda 
 
Compare base economia moderna: riqueza nacional 
em função da produção de bens e serviços (PIB) 
 
Junto com mercantilismo: surgimento do Estado 
Nacional => identificação interesse de uma classe com 
interesse nacional 
Mercantilismo 
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 Busca de riqueza (incl. cobrança de juros) se 
tornou respeitável 
 
 Surge noção de juros como participação no risco 
(de uma empreitada, ex. as operações mercantis 
com dinheiro emprestado) => distinção entre 
vários tipos de juros 
 
 Abandono teoria de preço justo 
 
 Não há ainda economia de trabalho (teoria de 
salários) 
 
Mercantilismo 
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Foco na acumulação de divisas: 
• intensificação do comércio solução para 
crescimento riqueza nacional 
• ênfase na expansão da oferta monetária para 
estimular crescimento econômico (política 
monetária frouxa – crédito fácil) => 
 
 exportar/vender bom; 
 importar/comprar sempre ruim 
 concorrência negativa – defesa interesses 
monopólio 
Mercantilismo 
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 nacionalismo econômico 
 auto-suficiência 
 poder nacional: economia deve ser guiada por 
governo forte 
 
Monarcas estavam aliados com: 
1) Mercadores (financiam exército) – no comércio 
exterior; 
2) pequenos proprietários da terra (Estado como 
contrapeso aos nobres); 
3) classe média de juristas e funcionários do 
governo. 
Mercantilismo 
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Espanha: economia de guerra. Minas de prata do 
Novo Mundo (Potosi e Guanajuato) apropriadas pela 
Espanha, cunhados p/ servir para importações e 
operações militares (Weber: 70% das receitas públicas 
da Espanha) 
 
=> aumento geral dos preços (inflação) 
Obs. Teoria Quantitativa da Moeda: dado 
determinado volume de comércio, os preços variam 
em proporção direta com a oferta de moeda 
Mercantilismo 
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Expectativas futuras de aumento do preço “força 
vigorosamente estimuladora” para o comércio. 
 
Herança capitalismo mercantil: 
 intervenção do Estado 
 protecionismo tarifário 
 foco na balança de pagamentos 
 surgimento grande empresa (a partir de grandes 
 empreendimentos comerciais, ex. Companhia das 
 Índias) => criação sociedades anônimas 
Mercantilismo 
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 Fisiocratas 
 
 
 Liberalismo econômico 
Oposição ao Mercantilismo 
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França: classes feudais controlado pelo Rei, mas 
manutenção interesses na agricultura => 
surge pensamento econômico na 2ª metade do século 
XVIII que identificava a agricultura como fonte 
principal de toda a riqueza (mercadores papel 
secundário). 
 
Obs defesa valores da terra combinado com reformas 
para garantir sobrevivência do sistema tradicional. 
 
Fisiocratas - França 
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Nomenclatura deste pensamento: 
 
 Les Economistes 
 
 Sistema Agrícola (Adam Smith) 
 
 Fisiocratas - aqueles que afirmam o domínio da 
natureza; nome de obras publicadas de Quesnay 
Fisiocratas - França 
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1) Lei natural governa comportamento social e 
econômico (lei dos Reis/ legisladores deve estar 
em harmonia com a lei natural) => 
 laissez-faire/laissez-passer: deixar o mercado 
funcionar (um poder maior asseguraria melhor 
resultado possível) 
 
=> era argumento contra intervenção do Estado 
mercantilista em prol dos mercadores (ex. 
concessões de monopólio, protecionismo) 
Premissas Fisiocratas 
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2) Toda a riqueza tem origem na agricultura 
(comércio não acrescenta valor/ indústria 
“apenas” acrescenta trabalho aos produtos da 
terra) => apoiar a agricultura único caminho para 
aumentar o bem-estar da nação. 
 
 Pela lógica: tributação deve cair sobre fonte da 
produção de riqueza (o produit net) 
 
 Fisiocratas inventaram Modelo Input-Output – 
Quadro Econômico do Quesnay (analise inter-
industrial), desenvolvido depois pelo Nobel 
Wassily Leontief. 
Premissas Fisiocratas 
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Defesa de combate à corrupção e ao excesso de 
privilégios para salvar o sistema. 
 
Mas reformas não foram para frente => 
Revolução francesa 1789 que “acabou com o mundo 
que os fisiocratas haviam buscado defender e 
preservar”. 
Fisiocratas 
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I. Restringir importação não é positivo: troca de 
 mercadorias pode ser vantajoso para ambas as 
partes (especialização/ divisão de trabalho) 
 
 David Hume: não é possível manter balança 
comercial positiva e constante influxo de ouro/ 
prata. Porque? 
 Influxo ouro/ prata => aumento preços => 
exportações mais caras/ importações mais baratas 
=> balança comercial negativa => exportação 
ouro/ prata (ajuste automático do balança de 
pagamento) 
Crítica liberal 
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II) Outra vertente da crítica liberal: motivação 
individual (vício do egoísmo) 
 => teoria do auto-interesse racional + mercado 
competitivo (ação individual e não ação do Estado 
no centro). Fonte de riqueza: trabalho humano => 
teoria do valor-trabalho 
John Locke (final Sec. XVI): defesa propriedade 
privada para libertar força do trabalho humano. 
=> libertar a iniciativa individual das limitações 
impostas pelas restrições mercantilistas/ preservar 
os direitos de propriedade como a pedra 
fundamental da polícia econômica. 
Crítica liberal 
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Políticas mercantilistas estavam favorecendo 
determinados grupos sociais (grandes mercadores e 
financistas; dirigentes políticos ligados ao Estado 
nacional) 
=> Outros grupos sociais (agricultura e indústria) 
começavam a questionar a própria teoria 
 
No caso dos EUA: oposição à tributação para 
financiar interesses do Estado britânico e seus aliados 
(incl. imposto sobre chá) => movimento no taxation 
without representation => Revolução Americana 
Crítica liberal 
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Primeira grande discussão dos economistas: 
fonte última da riqueza de uma nação? 
 
 comércio (mercantilistas) 
 agricultura/ força da natureza (fisiocratas) 
 trabalho humano (clássicos) 
Resumindo

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