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Hyman Minsky e a instabilidade financeira Prof. Giorgio Romano Tídia: Prof. Giorgio HPE 21 de novembro de 2011 Minksy Hyman Minksy 1919 - 1996 Escola dos pós keynesianos Foco de pesquisa: entender as crises financeiras 1986 Estabilizando uma Economia Instável (Stabilizing an Unstable Economy) Paradigma de Wall Street: centralidade dos fenômenos monetários e financeiros na interpretação do modus operandi das economias capitalistas. Visão neoclássica das crises financeiras Teoria dos mercados eficientes (capacidade dos agentes de realizar escolhas ótimas) preços dos ativos financeiros refletem as informações disponíveis e relevantes => impossibilitando que os investidores obtenham sistematicamente qualquer ganho anormal. Preços dos ativos financeiros explicadas pelos “fundamentos”. Teoria das expectativas racionais (racionalidade dos agentes). Agentes plenamente informados, acesso igualitário às informações. Visões alternativas das crises financeiras Desvios em relação ao comportamento racional esperado: finanças comportamentais – sociologia e psicologia explicam porque agentes econômicos apresentam limitações ao pleno exercício da racionalidade (intrínseca à natureza humana). 2) Enfoque sistêmico da problemática das instabilidades ( Minsky) => Episódios especulativos inerentes ao funcionamento do sistema financeiro. Hipótese de Instabilidade Financeira Uma economia capitalista que apresente um sistema financeiro sofisticado, complexo e em contínua evolução (“economia de Wall Street”) alterna períodos de comportamento estável com períodos turbulentos / caóticos); estes ciclos são endógenos à economia capitalista, pois decorrem da busca dos interesses próprios de cada agente, e podem ser gerados mesmo a partir de situações estáveis; os períodos turbulentos / caóticos assumem a forma de bolhas especulativas e deflações de débitos inter-relacionadas; Hipótese de Instabilidade Financeira 4) à medida que estas turbulências se estabelecem, vão adquirindo movimento próprio; 5) surgimento de um novo regime de estabilidade a partir de restrições colocados por instituições, por intervenções de política que afetem a estrutura institucional ou até mesmo por propriedades de auto-organização dos mercados; 6) o novo regime de estabilidade se caracterize por baixo nível de atividade econômica; porém, a busca do interesse próprio por parte dos agentes acabará por gerar um novo ciclo expansivo, acarretando o surgimento de uma nova onda especulativa. Instabilidade Financeira a instabilidade financeira analisada como um mecanismo passível de ser gerado pelo funcionamento normal da economia. Base de analise: Investimento depende das expectativas de fluxos de caixa em valor presente obtidos com a operação resultado do investimento (preço da demanda do investimento); financiamento junto a terceiros: adiciona-se ao preço de demanda o risco do tomador de empréstimos; custo do investimento (preço de oferta). Lógica das crises financeiras Em momentos de estabilidade os agentes teriam maiores incentivos a correrem riscos elevados e assumirem comportamentos inovadores baseado em expectativa de acréscimos contínuos dos preços futuros dos ativos => boom especulativo / aumento margens de lucro + financiamento por meio de excesso de dívidas. a tranqüilidade é em si desestabilizadora gera fragilidade do sistema financeiro Estabilização apenas com a intervenção do Grande Governo e do Banco Central como emprestador de última instância Resposta institucional às crises financeiras New Deal => reordenamento imposto pelo Glass-Steagal Act promoveu a segmentação bancária (evitar contágio) bancos comerciais, legalmente habilitados a receberem depósitos do público bancos de investimento, especializados na subscrição e colocação de títulos de longo prazo nos mercados de capitais. Surgimento de atividades bancárias das dos outros intermediários financeiros não-bancários (desintermediação/ shadow banking system) => limitação da estrutura institucional para evitar crises financeiras Liberalização dos mercados financeiros Securitização surgimento de mercados secundários para negociar, na forma de títulos padronizados, os passivos emitidos em operações de crédito bancário; uma significativa ampliação dos mercados de derivativos, dos mercados que negociam diversos tipos de riscos associados a um amplo leque de ativos e operações financeiras; a tendência à universalização dos bancos, i.e., o fim da segmentação da atividade bancária entre bancos comerciais e de investimentos, pela revogação da Lei Glass- Steagal; a tendência à desregulamentação e liberalização financeiras. Ciclos crise/ estabilização financeira Fator endógena Interação entre movimento expansivo da economia e a exacerbação do otimismo das expectativas dos agentes econômicos, que adotariam posturas financeiras crescentemente especulativas e alavancadas. Fator exógena Mudanças da política econômica: (des)regulamentação, Quantative Easening/ taxas de juros etc => instituições encarregadas da execução destas políticas precisam evoluir para lidar melhor com a adaptação dos agentes às mudanças, a qual tende a reduzir a eficácia dessas políticas. Ciclos crise/ estabilização financeira Sistema capitalista é inerentemente instável=> A estabilidade não apenas é uma meta inatingível, como ainda sempre que algo similar a ela for atingido, entrarão em cena processos desestabilizadores. Assim, “a estabilidade é desestabilizadora, e carrega as sementes da própria destruição”. Fator explicador: natureza necessariamente especulativa da tomada de decisões sob incerteza forte Obama Wall Street Reform http://www.whitehouse.gov/blog/2011/07/21/one-year-later-what-wall-street-reform-means-you?utm_source=email122&utm_medium=graphic&utm_campaign=cfpbyearone
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