Buscar

TRABALLHO DE ARQUITETURA BRASILEIRA - BARROCO

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Moura Lacerda Disciplina: Arquitetura Brasileira I Docente: Rita Fantini Alunas: Ana Laura Villela e Natalia Comin
Contexto: O barroco na Bahia
Com a descoberta das minas de ouro no final do Século XVII, especialmente em Minas Gerais, deu-se início à criação artística e de um movimento nativista na Colônia. Com a concentração de riquezas, foram acentuadas as diferenças regionais, e começaram a surgir manifestações artísticas diferentes na várias regiões do país. Era a chegada do barroco, mais de um século após ter se iniciado na Europa. A Bahia, ainda no ciclo do açúcar, produziu notável arte barroca. O Rio São Francisco passou a ser o principal meio de integração da região Nordeste com Minas. A riqueza da capital da Colônia permitiu a renovação artística deflagrada pela reconquista das terras pelos portugueses. A arquitetura sofreu influência de Portugal e Itália. As fabulosas obras de arte no interior das igrejas demonstram pompa e riqueza, e atraiam multidões da Europa para o Brasil. Um dos conventos mais famosos é o de Nossa Senhora da Lapa, da primeira metade do Século XVIII. Com riquíssimas obras em seu interior, está ligado diretamente à história da independência. O maior escultor baiano do Século XVIII foi Manuel Inácio da Costa (1763 - 1857), fiel às formas rococó. Suas imagens eram esculpidas em madeira e pintadas. Uma de suas obras o "Cristo" (Museu de Arte Sacra). Manuel Inácio utilizava também, em suas obras, pedra, jaspe, barro e casca de cajazeira, com os quais conseguia confeccionar figuras para presépios de Natal. O maior pintor da Bahia do período colonial foi José Joaquim da Rocha (1737-1807), que venceu o concurso para pintura do teto da Igreja Nossa Senhora da Palma: a Glorificação de Santo Agostinho. Em 1780 as encomendas eram tantas que o mestre encarregava seus alunos de executá-las. O último trabalho importante de Rocha, em 1796, foi o douramento e pintura da Sacristia da Igreja do Pilar, onde revela forte influência italiana nas madonas. Seu estilo renascentista entrou em conflito com o Barroco e o Rococó da época.
 O desenho inclui um perfil da cidade de Salvador, semelhante ao de José Antônio Caldas, levantado em 1756 e copiado por outros autores (BAHIA - 23, 27, 32 e 38). Vê-se a catedral ainda com as duas torres, demolidas pouco depois em decorrência do deslizamento ocorrido na ladeira da Misericórdia (ver, a propósito, o desenho de Manoel Rodrigues Teixeira) 
1
IGREJA E CONVENTO SÃO FRANCISCO
Informações Gerais:
Cidade: Salvador, Bahia
Local: Bairro do Pelourinho – Centro de Salvador
Ano de fundação: 1708
Autor: Padre Vicente das Chagas
Ganhou título de Patrimônio Nacional e está no centro histórico da cidade, considerado Patrimônio da Humanidade.
Histórico:
Em 1585 foi fundado em Salvador, Bahia, o segundo convento franciscano, no local da fundação já havia uma pequena capela e algumas habitações. No mesmo ano, foi enviado os freis Antônio da Ilha e Francisco de São Boaventura com a responsabilidade de providenciar a instalação do convento e dar início às obras, que só começaram em 1587. Com a invasão holandesa o convento foi destruído, sua reconstrução se deu em 1686. O projeto de Padre Vicente das Chagas data de 1686. A reconstrução da igreja foi iniciada em 1708, quando apenas foi lançada a pedra fundamental da igreja. Toda a estrutura foi concluído em 1782, com a colocação dos azulejos e arremate da portaria.
1585: A primeira igreja é erguida pelos franciscanos, juntamente com o convento
1686: Reconstrução do convento que foi parcialmente destruído pelos holandeses
1708: Reconstrução da igreja que foi totalmente destruída pelos holandeses
1723: Finalização das obras de construção da igreja de São Francisco
1782: Finalização das obras de ornamentação da igreja
2
Características do Edifício: 
Porta central ladeada por duas menores – característica que faz menção aos edifícios renascentistas 
Fachadas com volutas que marcam a liberdade barroca em relação a padronização e composição rigorosa renascentista
Par de altas torres totalmente retangulares e finalizadas por pirâmides 
Campanários solitários e recuados do plano frontal, locados no alto das torres, de modo imponente relacionando ao sagrado e religioso
Ornamentos barrocos esculpidos 
Divisão da fachada em cinco partes que traz o “movimento” da fachada barroca
Implantação:
3
A igreja é alinhada à rua, sem recuos. O edifício segue a topografia do local com soluções de corte e aterro.
Fotos: tanto a igreja quanto os edifícios do entorno não possuem recuos, são alinhados às ruas.
Programa:
Acessos:
1
2
3
4
5
6
7
8
8
8
Rua São Francisco
Rua Inácio Accioli
9

N
1: Igreja de São Francisco
2: Portaria
3: Capítulo
4: Claustro do convento
5: Sacristia
6: Salão de São Francisco
7: Igreja da ordem terceira
8: Quintal
9: Adro de São Francisco
Rua São Francisco
Rua Inácio Accioli
N

A igreja Conventual Franciscana de Salvador, inspirada na igreja de São Francisco em Porto, Portugal. Possui três naves, sendo que as laterais são baixas, estreitas e cobertas por uma galeria e funcional como um ambulatório entre as capelas secundarias. Além da capela-mor, a igreja possui oito capelas secundarias, duas delas nos braços do transepto. A nave central, cortada por outra menor forma um partido de cruz latina. Duas seções de arcadas separam os corredores laterais da nave e sobre estas foram dispostas tribunas. Ao fundo, encontra-se a capela-mor separada da nave pelo arco cruzeiro, ladeada por dois retábulos. Nas extremidades dos braços que cruzam transversalmente a nave central (transepto) localizam-se dois monumentais retábulos (retábulos do transepto).
A
A
A: Capelas
B: Altar mor
C: Nave central
D: Altares laterais 
B
C
D
D
C
B
4
Sistema Construtivo:
O interior da Igreja é todo em talha dourada e imagens policromadas de mestres santeiros baianos, obras primas da arte sacra. A madeira usada é o jacarandá esculpido. Os grandes painéis de azulejos portugueses são do século XVIII e compõem os painéis de historias bíblicas. A igreja possui componentes estruturais neoclássicos como pilares e arcos.
Exterior:
Pedra Calcária
Arenito
Interior:
Materialidades:
Jacarandá
Ouro
Azulejo
Azulejos portugueses 
Talha dourada
Iluminação:
A luz entra na igreja através de aberturas que são pensadas além dimensões, mas na maneira que são locadas. Com exceção da fachada, podemos notar uma despreocupação com a simetria das janelas, e um cuidado como a luz irradia o interior do edifício. A luz passa a ser um importante componente arquitetônico a evidenciar a qualidade dos materiais do interior da igreja, como o ouro reluzente. As aberturas se encontram em pontos mais altos, muita vezes no teto, para que a luz permeie o edifício desde sua cobertura até onde o fiel se encontra.
Nas imagens abaixo podemos notar como a luz desempenha um importante papel: ela traduz o espaço, evidencia os materiais, as pinturas, ornamentos:
5
Ornamentos:
A igreja possui uma exuberante decoração interna. Todas as superfícies do interior - paredes, colunas, teto, capelas – são revestidas de intrincados entalhes e douraduras, com florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras de anjos e pássaros espalhadas em vários pontos, além de painéis em azulejos portugueses com cenas e inscrições moralistas diversas. É considerada uma das mais significativas expressões do barroco no Brasil. O teto possui pinturas de Frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737. A portaria lateral que dá acesso ao convento, possui pintura ilusionista no teto atribuída a José Joaquim da Rocha na segunda metade do século XVIII.
Os ornamentos do interior da igreja cumprem a missão de fazer com que o fiel permaneça na igreja: o interior fascina, chama atenção por sua exuberância de detalhes, beleza e riqueza. Mas os ornamentos vão muita além da beleza e estética barroca, são estratégicos: contam
historias bíblicas, retrataram cenas de milagres e trazem uma perspectiva de transcendência, ambiente sagrado e divino.
Altar lateral
Teto da galeria lateral
Azulejos portugueses contam a história de São Francisco  seus milagres
Forro altar mor
Detalhe do piso de marchetaria de mármore - altar mor
Retábulo principal
6
Interior x Exterior:
O Exterior e o Interior nos ideais franciscanos:
A igreja São Francisco traz uma fachada simples, com ornamentos contidos, não há uma preocupação em traduzir no exterior um discurso de riqueza e exuberância na fachada. A igreja é precedida de uma praça, característica essa que é típica das igrejas franciscanas. Esta ordem tem origem na Europa, por volta do século XIII e sob as prescrições de Francisco de Assis . Os membros viviam segundo o Evangelho e conforme a missão dos Apóstolos. Diferentemente de outras ordens existentes, os franciscanos procuravam manter uma maior comunhão com o povo e com a natureza, e isto era refletido na sua própria organização espacial, através das modestas instalações localizadas próximas às portas dos burgos medievais, enquanto outras ordens buscavam um distanciamento da população. Os franciscanos pregavam o amor, a tolerância e a compaixão. Primavam pela singularidade das coisas e dos seres. A fachada simples representa a aparência que o servo de Deus deve ter: o exterior simples e humilde e um interior ornamentado, rico e divino. As construções franciscanas se destacavam das demais devido às técnicas e materiais empregados, mas principalmente pela busca da harmonia entre os espaços internos e entre a edificação e o ambiente exterior e natural.
O trecho a seguir que comenta as obras arquitetônicas realizadas por Frei Francisco do Santos no século XVI: “A arquitetura franciscana no Brasil é original, e inspirada pela própria situação local, numa harmonia que resulta do homem atento a servir-se a todas as virtualidades que o ajudam no viver para Deus. As plantas dos Conventos e Igrejas não são importadas, mas criadas pelo franciscano após estudo da localidade própria e nisto, o particular da arquitetura dos conventos e igrejas franciscanas”
 (idem, ibidem: 80).
7
Referências do Trabalho:
8
Igreja e Convento de São Francisco – Disponível em: www.igrejas-bahia.com/salvador/saofrancisco/sao-francisco.htm
Igreja e Convento de São Francisco, em Salvador: a obra máxima do barroco na Bahia – Disponível em: www.matraqueando.com.br/igreja-e-convento-de-sao-francisco-em-salvador-a-obra-maxima-do-barroco
Centro Histórico de Salvador (BA) é exemplar da influência portuguesa – Disponível em www.brasil.gov.br/cultura/2014/11/centro-historico-de-salvador-ba-e-exemplar-da-influencia-portuguesa
Aspectos Gerais da arquitetura religiosa colonial na Bahia – Disponível em: ww.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/PDFs_revista_3-4/15_Vilmar%20Francisco%20Mayer.pdf

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais