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Monografia Ética e direito dos animais seres vivos ou objetos

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FACULDADE DA INDÚSTRIA- IEL
TATIANE DA SILVA RIBEIRO VALENGA
ÉTICA E DIREITO DOS ANIMAIS:
SERES VIVOS OU OBJETOS?
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
2016
TATIANE DA SILVA RIBEIRO VALENGA
ÉTICA E DIREITO DOS ANIMAIS:
SERES VIVOS OU OBJETOS?
Monografia apresentada para obtenção do grau de bacharel em Direito, orientado pelo Professor: Théo Botelho Marés de Souza, 9° período do Curso de Direito da Faculdade da Indústria-IEL
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
2016
TERMO DE APROVAÇÃO 
TATIANE DA SILVA RIBEIRO VALENGA
ÉTICA E DIREITO DOS ANIMAIS:
SERES VIVOS OU OBJETOS?
Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito, na Faculdade da Indústria - IEL
_______________________________________
João Carlos Adalberto Zolandeck
Coordenador do Curso de Direito
Orientador: ___________________________
		Prof.º Théo Botelho Marés de Souza 
Banca: ​​​​​​​​_____________________________
	 Prof.º/ª
____________________________
	Prof.º/ª
São José dos Pinhais, __ de ___ de 2016
Dedicatória 
Dedico este trabalho à minha amada família, que sempre me apoiou nos momentos em que as lutas estavam mais fortes do que eu podia suportar, e sonharam com este momento junto comigo. Com muito amor, carinho, e paciência, suportaram minha ausência, meu mau humor com as noites mal dormidas, e compreenderam que esta batalha não era unicamente minha, mas deles também. Obrigado pelo apoio e incentivo, sem a compreensão de vocês seria difícil. 
(Tatiane Valenga)
Agradecimentos
Agradeço a Deus por ter me sustentado até a conclusão deste trabalho, dando-me energia para superar as dificuldades e desafios que surgiram durante todo esse tempo, foram muito os momentos de desânimo e pensamentos de desistir, mas Ele me deu forças coragem para chegar até aqui. Ele abriu portas e caminhos que possibilitaram meu crescimento pessoal e profissional, sem Deus tudo isso seria impossível. Obrigado Senhor pela energia que me destes. 
Agradeço ao professor Victor Hugo Domingues, pela contribuição dentro de suas áreas, que possibilitaram o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Agradeço de coração ao professor Théo Botelho Marés de Souza, por ter aceitado o convite para a orientação deste trabalho, dentro de suas possibilidades e conhecimentos referentes ao assunto. 
(Tatiane Valenga)
“Vida é vida - seja em um gato, cão ou homem. nenhuma diferença existe entre um gato ou um homem. A ideia de diferença é uma concepção humana vantajosa somente para o próprio homem”.
 (Sri Aurobindo)
"Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo de um animal. E neste dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade." 
(Leonardo da Vinci)
“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados”. 
(Mahatman Gandhi)
RESUMO
 
Este trabalho busca através de levantamento bibliográfico e pesquisas realizadas que os animais ao longo dos anos cada vez mais vêm sofrendo com maus tratos e discriminação, visando que o ser humano é um ser especista que somente contempla a sua espécie ignorando as demais, em um país que em pleno o século XXI, ainda exista racismo e discriminação, com os animais não será diferente, enquanto tudo isso não mudar infelizmente os animais não racionais continuarão sofrendo. Para que a mudança ocorra basta que a humanidade permita-se a mudar também. 
Palavras-chave: Ética, Especismo, Direito
ABSTRACT
This work aims through a literature review and research carried out that animals over the years increasingly have suffered from abuse and discrimination, in order that the human being is a speciesist be that only contemplates his kind ignoring the others, in a country that in full the twenty-first century, there is still racism and discrimination, with animals is no different as all this does not change unfortunately not rational animals will continue to suffer.
Keywords: Ethics, Speciesism, Law
SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1 HISTÓRICA AO DIREITO DOS ANIMAIS............................................................3
2 ÉTICA NO USO DE ANIMAIS..............................................................................5
2.1 ANIMAIS USADOS EM EXPERIENCIAS..........................................................7
3 A LEGISLAÇÃO APLICADA AOS ANIMAIS.....................................................13
4 O ESTATUTO DO ANIMAL NA ÉTICA, NA HISTÓRIA E NO DIREITO...........15
5 O ANIMAL NA NATUREZA................................................................................18
6 ANIMAIS EM RODEIO. CRUELDADE OUDIVERSÃO?....................................19
6.1 NO QUE CONSISTE UMA TOURADA?............................................................21
6.2 ANIMAIS USADOS EM CIRCO.........................................................................23
7 ARGUMENTOS EM DEFESA DOS ANIMAIS...................................................25
7.1 ARGUMENTOS CONTRA A DEFESA DOS ANIMAIS...................................26
7.2 ANTROPOCENTRISMO MORAL ..................................................................27
7.3 AGUMENTO ESPECISTA..............................................................................28
7.4 ARGUMENTO RELATIVISTA.........................................................................29
7.5 ARGUMENTO CONCEITUAL.........................................................................30
7.6 ARGUMENTO ECOLÓGICO..........................................................................31
8 DIREITO DOS ANIMAIS...................................................................................32
8.1 A PROTEÇÃO ANIMAL EM OUTROS PAÍSES.............................................33
9 DEVERES DOS DONOS DE ANIMAIS.............................................................36
10 EXTERMINIO DE ANIMAIS.............................................................................37
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................39
REFERÊNCIAS.....................................................................................................41�
INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem como objetivo principal mostrar como é o tratamento dos animais desde os primórdios da humanidade até a atualidade. Principalmente qual é a ética em que são usados em experimentos, atrações, trabalhos, enfim, como são tratados de uma maneira geral.
Será que estamos sendo éticos ao colocarmos a vida de animais em risco, por um motivo nobre? Independente do motivo, será que vale a pena o sacrifício?
Os animais podem não ter sentimento, podem não raciocinar, mas com certeza nunca irão querer o mal do ser humano, apesar destes sempre quererem o mal dos animais, que são seres inofensivos, mesmo os animais selvagens que atacam, não fazem isso por maldade ou crueldade fazem para a sua própria defesa, pelo instinto.
Será que algum dia a humanidade irá parar para observar o quanto mal faz aos animais sem que estes ao menos pudessem se defender, algum dia será possível viver em um mundo sem crueldade, sem sofrimento, e sim com mais amor, carinho, cuidado e atenção?
Muitos pensam e querem ter um animal somente para cuidar de suas casas, para fazer experimentos dolorosos em prol da humanidade, para diversão e assim por diante, sem ao menos pensar no próprio animal, se esta sua ação irá trazer algum malefício ou benefício para este animal.
No primeiro capítulo será abordado um pouco da introdução histórica de como os animais foram sendo introduzidos em nosso meio,desde o início da humanidade até a atualidade, passando pela época dos homens das cavernas que os utilizavam para alimentos, vestuário e com partes dos seus corpos eram fabricados os utensílios utilizados em caças e pescas.
Já no segundo capítulo será abordado o tratamento do direito dos animais em nosso ordenamento jurídico passando pela legislação aplicada aos animais até a proteção animal em outros países, isto é poderá ser observado como é grande a diferença entre a nossa legislação e a de outros países, em relação aos seres não racionais.
O terceiro capítulo nos mostrará a dialética do direito dos animais, isto é, como são utilizados em atrações tais como: circos, touradas, rodeios. Levando-nos a perceber que podem sentir dor, podem sofrer, ficar tristes e até chegar a agressividade, não por suas próprias escolhas, mas pelas ações humanas que os levam muitas vezes à ataques mortais, passando também por argumentos em defesa e argumentos contra os animais e mostrando quais são os deveres dos donos desses animais, não só dos domésticos e domesticados, mas sim de todos aqueles que estejam sobre suas responsabilidades.
1 INTRODUÇAO HISTÓRICA AO DIREITO DOS ANIMAIS 
O homem sempre teve uma relação com o mundo animal, desde os primórdios da humanidade, e ao longo do tempo os animais foram sendo utilizados de várias formas, na era da pré-história os animais eram utilizados como fonte de sobrevivência e subsistência do homem, com o passar do tempo foram observando que do animal poderiam extrair muito mais do que a carne, poderiam lhe extrair a pele, os ossos e os chifres, da pele fabricavam seu vestuário, dos ossos e chifres fabricavam seus instrumentos de caça e pesca, não imaginavam quanto os animais lhes seriam úteis, de acordo com as condições da área em que viviam, foram especializando-se em um determinado tipo de animal, com a civilização alguns animais foram sendo domesticados e como nos seres humanos, nos animais também ocorrem mudanças, com a domesticação muitos animais foram perdendo suas reais características.
[...] A domesticação após algumas gerações, quase tudo no animal se modifica, a exemplo temos: patas, sentidos, desenvolvimento, musculatura, calcificação dos ossos, olhos, velocidade da marcha, voo, e até a qualidade e cor da pelagem ou plumagem, alimentação, higiene, saúde, controle do acasalamento, cria, e disciplina de vida são as causas das modificações raciais (BIOMANIA, 2015).
Após a domesticação era comum ver animais realizando trabalhos exaustivos, o que atualmente quase não se vê mais. 
O artigo sob o nº 12 da revista mundo animal relata que o primeiro animal que se tem conhecimento a ser domesticado, foi a ovelha pois tinha lã, carne e leite de boa qualidade, o que ajudou muito na comercialização (ROCHA, 2014).
Com o passar dos anos foram surgindo gostos variados, como os naturalistas, que não comem carne, para eles há outras maneiras de nutrir o corpo sem a necessidade da carne, comem frutas, verduras e legumes, que julgam ser alimentos muito mais nutritivos e que fazem muito bem a saúde, sem contar que comendo esses alimentos diminui-se o risco de obesidade, de hipertensão, colesterol, etc. 
“Tudo quanto se move que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde” (GÊNESIS 9,3).
A carne desde que seja para o nosso sustento não é pecado, mas se for apenas para derramar o sangue do animal é pecado além de ser crime, para muitas religiões o animal é um ser sagrado ou impuro, como no caso da Índia, onde a vaca é sagrada, lá não se come carne bovina em hipótese alguma, pois acreditam que ela é o meio de transporte de um de seus deuses, e isso faz com que este animal circule livremente pelas ruas e até entre nas casas, no judaísmo os porcos são seres impuros, para os praticantes somente os puros é que chegam perto de Deus. 
Papa, João Paulo II proclamou que “os animais possuem uma alma e os homens devem amar e sentir solidariedade para com seus irmãos menores”. Ele chegou a dizer que todos os animais são “fruto da ação criadora do Espírito Santo e merecem respeito”, e que eles estão “tão perto de Deus como os homens” (ANDA, 2013).
As religiões através de seus doutrinadores estão fazendo um apelo para que o homem abra seus olhos e enxergue o mal que está fazendo a natureza, a fauna e a flora, cuidar bem natureza é um dever de todos, precisamos dos animais tanto quanto eles precisam de nós, a exemplo disso são os tratamentos de limitações motoras, onde são utilizados animais como terapia assistida para doentes mentais e físicos, sendo que os resultados tem se mostrado eficiente, rápido e animador, até mesmo alguns hospitais já permitem a entrada de determinados animais que ajudam na recuperação do paciente. 
Assim como os cães, os cavalos terapeutas também seguem um padrão de qualidade. Em geral, são escolhidos os machos e castrados, com mais de dez anos e que não façam movimentos bruscos. As fêmeas não são recomendadas por serem mais instáveis, em especial quando estão no cio.
A equoterapia aumenta o ego, a autoestima dessas pessoas. Muitas delas ficavam sozinhas em casa, se sentindo solitárias [antes de começar o tratamento] (NEUMAM R7, 2009).
Se até os hospitais aceitam que os animais façam parte de alguns tratamentos, porque não aceitar que eles façam parte de nossas vidas, de uma maneira melhor sem maus tratos e explorações, pois também são criaturas de Deus e merecem uma vida digna. 
2 ÉTICA NO USO DE ANIMAIS
Será que os animais estão recebendo o tratamento que merecem?
Uma questão difícil de ser respondida, onde existe uma sociedade preocupada consigo mesma, ignorando os demais, largando-os a própria sorte, fingindo que não existem, o ser humano julga-se superior aos animais por raciocinarem, por terem uma inteligência que os animais não tem, mas ainda não perceberam que os animais muitas vezes tem ações melhores que as do homem, pois não são capazes de fazer o que o ser humano faz. 
Para Singer, aceitamos a igualdade entre todos os seres humanos porque nosso ideal é o de tratar a todos com igual consideração pelos interesses envolvidos, mas não porque somos idênticos somos idênticos factualmente.
Deveríamos, por coerência, aceitar a igualdade entre nós e os outros animais que tenham interesses similares aos nossos, mesmo que tais animais sejam seres diferentes de nós (SINGER, 2010, p. 19).
Se a raça humana não aceita o semelhante com algumas diferenças, será difícil aceitar que um animal é igual ou tem interesses iguais aos dos humanos, em um mundo que infelizmente discrimina, é racista, é pouco provável que um dia irá aceitar essa ideia, aliás já existem estudos que comprovam que os animais tem consciência.
Segundo Philip Low, neurocientista canadense que ganhou notoriedade por trabalhar junto ao físico Stephen Hawking no projeto de ‘leitura da mente’ (iBrain), os animais estudados possuem consciência porque “as estruturas cerebrais responsáveis pelos processos que geram a consciência nos humanos e outros animais são equivalentes”. Com efeito, as implicações éticas de tais descobertas são provocadoras. O antropocentrismo já revelado e criticado pelas mais diversas concepções filosóficas e denunciado pelos movimentos de defesa dos animais agora recebe o golpe final. Os seres humanos não são os únicos seres inteligentes do planeta. Nossa superioridade na ‘escala natural’ aristotélica ou a racionalidade nos moldes kantianos não se sustentam mais como critérios de hierarquização moral. Os animais não-humanos não são naturalmente ‘inferiores’, não existe nenhum dado biológico que comprove qualquer distinção capaz de excluir os animais do âmbito moral (NIGRO, 2012).
É notório saber quando algo não vai bem somente observando o comportamento dos animais, no ano de 2015 saiu na mídia uma noticia onde uma mulher desconfiada de que seus cães eram maltratados, resolveu instalar câmeras na casa. 
 
Desconfiada do namorado,a dona dos cães instalou câmeras escondidas na casa. Os flagrantes foram registrados no primeiro dia de gravação. Rafael Hermida aparece batendo em duas cadelas da raça buldogue francês e chega a segurar uma delas pela pata, de cabeça pra baixo. A mulher contou aos policiais que os animais começaram a apresentar um comportamento estranho desde que Rafael se mudou para a casa dela (G1, 2015).
Isso somente foi possível de ser constatado diante do comportamento dos animais, o agressor teve como pena uma multa de R$ 5 mil reais que será revertida para compra de rações e suprimentos para cães e prestar trabalho no canil e outras dependências da Polícia Civil do Rio de Janeiro. 
No último dia 1º de julho de 2015, o III Tribunal de Garantias da cidade de Mendoza, na Argentina, a cargo da Dra. Maria Alejandra Mauricio deu despacho favorável à ação de Habeas Corpus apresentada por Dr. Pablo N. Buompadre, a ação é a favor da chimpanzé Cecília, que se encontra em cativeiro vivendo em absoluta solidão no Zoológico da cidade de Mendoza há quase três décadas. O fato de a Juíza Mauricio ter aceitado e dado trâmite favorável ao Habeas Corpus a favor de um animal não-humano, significa, implicitamente, que está considerando a chimpanzé Cecília como uma pessoa (não-humana), pois do contrário, teria recusado a ação (CANALLES, 2015).
 
A juíza Mauricio, com esta corajosa decisão impediu que a humanidade vá a julgamento, e que os grandes primatas e outros animais em cativeiro ou que tenham sofrido as ações danosas do homem, possam encontrar definitivamente seu reconhecimento legal como seres sencientes, entendendo que foram colocados em nosso planeta para uma convivência pacífica com as demais espécies, e não para uso e exploração do ser humano (CANALLES, 2015).
É um axioma de fato de que necessitamos dos animais seja para pesquisas, trabalhos, diversão, companhia e alimentação. O homem, como animal superior, considera-se no direito de usar outros animais, porém esse direito de “usar”, é inseparável do dever de não abusar desse direito (ANDRADE, 2002, p. 26). 
Ocorre que o homem como um ser dominador esta abusando do direito que tem sobre os animais, fazendo deste o que quiser e o que melhor lhe convier, e não se importando com o que vai acontecer, não se preocupando com o bem estar animal e muito menos com as gerações futuras. 
2.1 ANIMAIS USADOS EM EXPERIÊNCIAS 
O uso de animais em experiências, vem sendo tratado pela humanidade desde o século VI a.C, o anatomista grego Alcméon, realizava vivisseções em animais com objetivo de estudar suas estruturas e funcionalismo. Em 1637 René Descartes dizia que os animais não tinham alma e por isso eram incapazes de sentir dor, como sugeriu o filósofo Jeremy Bentham no ano de 1789, a questão não está ligada apenas ao fato de esses animais poderem raciocinar ou pensar e sim, podem eles sofrer? (VEJA, 2010)
Os animais reagem à dor de forma muito semelhante aos seres humanos e o seu comportamento constitui uma justificação suficiente para a convicção de que sentem dor. (SINGER, 2002, p. 52)
Em outubro de 2010 houve grande comoção, quando os ativistas entraram no laboratório Instituto Royal e de lá retiraram 178 cães da raça beagles que estavam sendo utilizados para testes, a revista Veja de 2013 obteve detalhes sobre os testes que eram feitos nesses animais, o primeiro teste era destinado a estudar a toxicidade de uma substância vegetal natural que poderia vir a ser usada como antibiótico, o segundo teste era em torno do poder de uma molécula sintética com potencial anticancerígeno (VEJA, 2013).
“Nunca houve e nem nunca haverá uma única experiência que salve milhares de vidas” (SINGER, 1998, p. 66).
Analisando as palavras de Peter Singer acima descritas, observamos que não existe uma única cura para todos, pois o que é bom para uma pessoa pode não ser bom para outra, os organismos são todos diferentes, os testes realizados nesses animais são feitos em diversas etapas e muitas vezes utilizando-se o mesmo animal.
Os testes efetuados em animais podem levar-nos a ignorar produtos que são perigosos para os animais, mas não para os humanos. A insulina pode provocar deformações em coelhos e ratos pequenos, mas não nos humanos. A morfina, que atua como calmante nos seres humanos provoca delírios em ratos, e como disse um toxicólogo: se a penicilina tivesse sido julgada pela toxicidade que revela nos porquinhos da índia, nunca teria sido utilizada no homem (SINGER, 1998, p. 23).
Não sabemos a procedência dos produtos que utilizamos em nosso dia a dia, não fazemos ideia que por trás destes mesmos produtos há muita dor e sofrimento, muita angústia, tristeza e até mortes, não imaginamos, por exemplo, que para produtos de limpeza quase sempre são utilizados coelhos para as experiências, pois tem olhos grandes, e são mais fáceis de injetar produtos em seus olhos para verificar se este produto irá ou não lhe causar alguma irritação, a mesma coisa é feita com remédios, e produtos cosméticos, sempre são utilizados em animais primeiramente, as justificativas para isso são várias, muitos cientistas dizem que não se pode fabricar um remédio, um cosmético sem antes testar nos animais, pois estes tem os seus organismos parecidos com os dos seres humanos, seria essa uma afirmativa válida, diante do posicionamento de Peter Singer? 
Alguns testes como o Draize Skin Test, em que a substância experimental é pingada ou injetada em uma das córneas do animal. O outro olho é preservado para servir de parâmetro comparativo. Assim, a primeira reação do animal submetido ao teste é um lacrimejamento abundante, depois de alguns dias, a córnea, a conjuntiva e a íris se alteram, o olho fica irritado, inflamado, comprometido pela toxicidade da substância aplicada. A última etapa pode ser a cegueira, após toda essa seção de martírios imputada ao animal usualmente, o pesquisador extrai o olho lesionado para submetê-lo a estudos de ordem anatômica ou fisiológica, outro teste o LD50 (Teste de Dose Letal para 50% dos animais) consiste em determinar a quantidade de produto necessária para matar 50% dos animais experimentados. A forma mais comum é a ingestão forçada dos novos produtos (medicamentos, pesticidas, cosméticos, etc.), mas também se recorre à injeção, inalação ou aplicação da substância na pele do animal cobaia. Os sintomas decorrentes variam desde náuseas até convulsões, podem até morrer, em função dos índices toxicológicos da substância aplicada. Para cada teste, diminui-se a dose administrada a uma nova série de animais da mesma espécie e em igual número. Se 50% deles sobreviverem diz-se que a experiência atingiu seus objetivos, obtendo-se um percentual, que se convencionou aceitável para o lançamento do produto no mercado. (Projeto Pro Animal, 2015)
O que devemos fazer é transportar os animais não humanos para a esfera da preocupação moral e deixar de tratar as suas vidas como banais, utilizando-as para quaisquer fins que tenhamos em mente (Singer, 2002, p. 28).
Em 1959, William Russel e Rex Burch, cientistas ingleses, já se preocupavam com as condições e tratamentos oferecidos aos animais em laboratórios e realizaram um estudo sobre o tema. Dessa forma, eles criaram algumas normas que poderiam ser seguidas para que os animais não sofressem tanto, assim, foram estabelecidos os “três Rs da experimentação animal”: Redução, Refinamento e Replacement (substituição), eles pediam que os experimentos fossem projetados da melhor forma para que o teste não precisasse ser refeito, poupando, assim, mais animais, o segundo ponto pedia para que os animais recebessem um tratamento adequado, para que a dor e o medo diminuíssem e o terceiro pedia a substituição dos animais sempre que fosse possível (NETO, 2013).
Não se pode desconsiderar o sofrimento pelo qual passam as aves nas granjas, currais e cativeiros clandestinos, a argumentação contra a utilização de animais para a alimentação ganha especial relevância quando os animais são submetidos a condições de vida miseráveis,para os seres humanos disporem da sua carne o mais baixo custo possível. As modernas formas de criação intensiva aplicam a ciência e a tecnologia em prol da atitude segundo a qual os animais são objetos para o nosso uso. Para ter carne na mesa a um preço acessível, a nossa sociedade tolera métodos de produção de carne em que se aprisionam animais sencientes em condições superlotadas e inadequadas durante a totalidade da sua vida (SINGER, 2002, pg. 47).
“Os animais são tratados como máquinas que convertem ração de baixo custo em carne de preço elevado”. (SINGER, 2010, p.77) 
Quando se vê uma granja a princípio é um lugar grande, e realmente é, mas logo esse espaço se torna pequeno na medida em que as aves vão crescendo, pois dentro delas são colocadas em torno de 15 a 30 mil filhotes, a comida e água são distribuídas de forma automática através de alimentadores suspensos no teto, à iluminação é ajustada, é de forma intensa nas primeiras 24 horas, na primeira e na segunda semana é reduzida e desligada por alguns períodos, isso devido ao crescimento das aves para que não fiquem agressivas por causa do espaço que esta cada vez menor, sem contar cheiro de amoníaco que é terrível, para que os humanos possam adentrar estas granjas, é necessário usar luvas, botas de borracha e máscara, pois não suportam o cheiro por muito tempo além de fazer mal, se faz para mal para os seres humanos imagina só para umas pequenas aves que passam muitos dias confinadas neste lugar, até serem abatidas por volta de 7 (sete) semanas, isso devido ao hormônio injetado, sendo que a vida natural de uma ave é cerca de 7 (sete) anos, e para que possam serem levadas ao abate são acondicionadas em caixas, e dentro de cada uma são colocados de 10 a 15 frangos, antes do caminhão sair da granja ele passa por uma espécie de chuveiro para que os frangos sejam molhados e assim se reduza a mortalidade destes até que cheguem ao destino final. (SINGER, 2010, p. 78).
“Será moral infligir sofrimentos inúteis ao animal, será compatível com a dignidade humana o modificar de sua estrutura genética?” (OST, 1997, p. 99).
Não é moral infligir sofrimentos, vejamos as vitelas, por exemplo, que são separadas de suas mães ao nasceram e levadas para um curral que mal dá para se mexer, em volta do seu pescoço são colocadas correntes para evitar que se volte ao compartimento, quando estas crescem a corrente é retirada, neste compartimento não é colocado nada para que possa se deitar, sabendo que tentam desesperadamente sugar, os compartimentos são feitos de madeira, pois se fossem de ferro o bezerro sugaria e isso contribuiria para a alteração da cor, textura e sabor da carne, tudo é controlado até mesmo a água que consomem, se for constatado algum teor de ferro na água, esta deve ser filtrada para que se retire todo o ferro nela contida, a sua alimentação é basicamente uma dieta liquida a base de leite em pó magro, a comida é a vontade e a água reduzida, são administradas vitaminas e drogas para o crescimento acelerado, podendo chegar a pesar em torno de 200 quilos, enquanto que para um bezerro saudável em condições normais de crescimento este chegaria e pesar em torno de uns 40 a 50 quilos para um recém nascido, por este motivo é que a carne de vitela tem um preço elevado, é a carne mais saborosa, macia, apreciada, as vitelas deixam o compartimento apenas para irem ao matadouro, muitos não conseguem sobreviver as 15 semanas de reclusão (SINGER, 2010, p. 97).
 “Produção animal para consumo humano é aceitável se for assegurado que os animais têm boas condições de vida (sem sofrimento, sem stress) e que são abatidos com humanidade” (SINGER, 2010, p.76).
Atualmente muito se fala em abate humanitário, onde o animal é abatido de forma que não há sofrimento e sua morte é instantânea, assim como os bois, os porcos também são separados de suas mães ao nascerem, e ao contrário do que muita gente pensa o porco é o animal mais inteligente, não gosta de monotonia, não gostam de sujeira, a separação causa angústia para ambos, a porca criadeira é confinada por quase todo o tempo de sua vida, com os suínos também acontece o mesmo que com os bovinos, são passadas correntes em volta de seu pescoço, pois elas parecem saber que irão ser confinadas, se debatem para um lado e para outro, jogam a cabeça para trás a fim de dificultar que a corrente passe por seu pescoço, emitem gritos frequentes, todos os animais perdem peso durante o transporte, isto se deve a desidratação e ao esvaziamento do trato intestinal, e também a depressão do confinamento, esta perda pode levar algumas semanas para que seja recuperada (SINGER, 2010, P. 98).
Há que se falar também no sofrimento dos animais silvestres e marinhos que sofrem com a caça e captura do homem, muitos caçam os tigres, chinchilas, cobras, lagartos e jacarés para retirarem as suas peles e com elas confeccionarem bonitos casacos de pele, sapatos e bolsas, que, eram frequentemente usados em desfiles de moda, em 2012 ocorreu um protesto quando uma manifestante invadiu um desfile segurando um cartaz que dizia: anti peles, couro e peles são torturas (ANDA, 2012).
O ocorrido acarretou em uma grande discussão e que hoje é proibido peles e couros em desfiles, na verdade sempre foi proibido capturar animais a fim de lhes retirar o couro e a pele, mas precisou que a proporção do assunto se tornasse mundialmente conhecida para que fosse feito algo, no Japão milhares de golfinhos são capturados e a carne comercializada ilegalmente, mas mesmo sendo ilegal é vendida no comércio a até faz parte do cardápio escolar, sendo esta imprópria para o consumo, mas faz parte da cultura dos japoneses consumirem esta carne, sendo que este consumo pode ser fatal, devido à alta concentração de mercúrio, mas o governo japonês não faz muita questão de proibir a captura destes animais, a cena se repete anualmente, de setembro a março, sempre com os mesmos protagonistas: centenas de golfinhos são encurralados pelos pescadores na baía de Taiji, na costa oeste do Japão, além dos poucos que conseguem escapar, os golfinhos aprisionados têm dois destinos possíveis: ou são enviados para cativeiro, ou acabam esquartejados para consumo. Só na terça-feira, 21 de janeiro de 2014, foram trucidadas quase uma centena desses animais. A lembrar de que, assim como os chimpanzés, os golfinhos estão entre os mais inteligentes e sensíveis animais que vivem na face da Terra (PELEGRINI, 2014).
Nem os pássaros silvestres estão livres das ações do homem, são contrabandeados, e vendidos no comércio clandestino, e por eles paga-se preços elevadíssimos, mas as pessoas que compram não querem nem saber se são roubados ou não, para eles o que vale mais é ter um animal bonito, que sirva para exibições em suas residências. O IBAMA libera a criação desses animais se for feita a compra por órgãos legalizados e o animal deve ter uma identificação. Sem isso não se pode fazer a legalização, além do que não são todos os animais passíveis de compra, é isso que faz com que o mercado negro prospere e venda cada vez mais. 
Ao comprar um animal oriundo de criadouro sem autorização, a pessoa está contribuindo para o tráfico de animais silvestres. Como o animal não possui origem, não é possível legalizar aquilo que se inicia ilegal, ou seja, no crime. Por equiparação seria como se alguém buscasse legalizar um carro que foi roubado. Sua origem é ilícita. A inexistência de anilha e documentação comprovam que o animal foi capturado na natureza. Quem possui o animal está sujeito a sanções administrativas e penais. No caso, da apreensão do animal e multa de R$ 500,00 ou R$ 5.000,00 por indivíduo, como sanção administrativa e detenção de seis meses a um ano e multa na esfera penal. Todavia, a entrega espontânea ao órgão ambiental isenta a pessoa das sanções administrativas. (IBAMA, 2015).
Quem compra animais oriundos de crime, é criminoso também e está contribuindo para que cresça e seja cada vez mais frequente. 
3 A LEGISLAÇÃO APLICADAAOS ANIMAIS 
A legislação de proteção animal surgiu em 1934, foi criada pelo decreto lei n° 24.645 que tratava de proteção aos animais, após foi transformado em decreto lei n° 3688/34 que posteriormente foi revogado pelo art. 32 da lei 9605/98- Lei de crimes ambientais.
No final das últimas décadas, começou a ser estudada a legislação vigente e sua aplicabilidade, devido à crescente preocupação por parte da sociedade e, por conseguinte, dos legisladores a respeito do meio ambiente, estando inserido nele os direitos dos animais. Em face disso, surgiram várias legislações neste contexto e tendo como base esse Decreto. (MENDES, 2001)
Assim, o Art. 225 da CF/ 88 prevê: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, já o Código Civil em seu Art.82 dispõe: “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social,” ou seja, os animais no ordenamento jurídico brasileiro não são reconhecidos como seres sujeitos de direito, e sim seres de propriedade do homem. 
Ora, a legislação brasileira classifica os animais como bem de uso comum do povo, ou seja, um bem difuso, indivisível e indisponível, já os domésticos são considerados pelo Código Civil como semovente passiveis de direitos reais. A natureza jurídica dos mesmos em nossa legislação constitui um grande obstáculo para um raciocínio diferente daquele que está arraigado na consciência popular, ou seja, o animal é um bem, seja da coletividade, seja propriedade particular (Cardozo, 2000, p. 36). 
De acordo com Heron Gordilho (2008), os direitos não são apenas aqueles que se encontram inseridos no ordenamento jurídico, pois ao lado dos direitos subjetivos, como o direito de propriedade, existem os direitos morais, como o direito à liberdade, e em caso de conflito entre eles, nem sempre deve prevalecer o primeiro, uma vez que os direitos morais podem ser tão fortes que impõem a obrigação moral do juiz em aceitá-los.
Apesar da lei n° 11.794/08 aprovar o uso de animais em laboratórios, em 2014 foi votado um projeto de lei que proíbe o uso de animais em testes, a proposta veta o uso de animais em atividades de ensino, pesquisa e testes laboratoriais para o desenvolvimento de produtos cosméticos para humanos, a pedido do governo, foi incluída uma exceção, no caso de novas substâncias que ainda não sejam de total conhecimento, os animais poderão ser usados por um período de cinco anos, o texto prevê multas de R$ 50 mil a R$ 500 mil para as instituições que aplicarem os testes. As pessoas físicas envolvidas nas transgressões também podem ser penalizadas, com multas de R$ 1 mil a R$ 50 mil, além disso, para todas as pesquisas e testes em que o uso de animais é liberado, como as de novas drogas, os bichos terão de estar sob efeito de anestesia caso sejam submetidos a "vários procedimentos traumáticos". O animal também terá de ser sacrificado antes de recobrar a consciência, para o autor da proposta, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), o país tem feito pouco para evitar o sofrimento de animais em pesquisas, e por isso coube ao Legislativo tomar a iniciativa de atuar na questão, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou lei que veta a utilização de animais na produção de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes no Estado de São Paulo. O texto não proíbe os testes em animais na indústria farmacêutica (HAUBERT, 2014).
A nova lei, porém, não deve ter impacto para as grandes fabricantes. As principais marcas brasileiras de cosméticos, como O Boticário e Natura, já não fazem esses testes há anos, e o uso de animais tende a concentrar mais em pequenas empresas (HAUBERT, 2014).
Um dos argumentos mais relevantes para a defesa desta concepção é o de que, tal como as pessoas jurídicas ou morais têm direitos de personalidade reconhecidos desde o momento em que registram seus atos constitutivos em órgão competente, podendo comparecer em juízo para defendê-los, também os animais tornam-se sujeitos de direitos subjetivos por força das leis que os protegem (EUSTÁQUIO, 2015).
4 O ESTATUTO DO ANIMAL NA ÉTICA, NA HISTÓRIA E NO DIREITO 
De acordo com Regan (1983) cada indivíduo tem um valor intrínseco (dignidade), independentemente da sua utilidade para terceiros; este valor confere certos direitos básicos e inalienáveis, como o direito de não ser usado como um mero recurso para os outros só os animais que são sujeitos da sua vida têm valor intrínseco, logo direitos. A morte ou sofrimento de animais não pode ser justificada por benefícios para humanos (ou outros animais), tentativas de atribuir um maior valor intrínseco aos humanos são rejeitadas por duas vias: fazê-lo apenas porque são seres humanos é mero especismo; usar qualquer característica alegadamente humana (inteligência, autonomia, linguagem, etc.) obriga também deixar de fora alguns humanos.
Segundo Singer (1998), Ao refletir sobre a ética, os conceitos ultrapassam o interesse pessoal, ou até mesmo o interesse de um grupo específico. Uma vez iniciado esse processo de universalização da ética, não seria coerente com as convicções humanas parar nesse ponto.
A ética consiste, portanto, no facto de eu sentir a necessidade de praticar o mesmo respeito pela vida (SINGER, 2002, p. 186).
Diante dos habituais massacres contra os animais no decorrer da história, e da prática de atos cruéis e socialmente inaceitáveis, surgiu a necessidade da cooperação internacional, junto aos diversos países, em defesa e preservação da fauna e flora remanescentes, indispensáveis ao equilíbrio ecológico e sobrevivência das espécies e da própria humanidade. Com a evolução do processo civilizatório da humanidade a legislação de proteção animal foi surgindo, e depois sendo substituída de forma progressiva, por normas compatíveis com o saber científico atual e o estágio consciencial da humanidade, a vida e/ou as experiências dos animais tem valor moral em função da subjetividade e/ou senciência dos mesmos. Os animais (pelo menos alguns deles) sentem, sofrem e tem estados mentais, e isso deve ser eticamente considerado. Os animais merecem respeito moral e temos obrigações éticas para com eles (NACONECY, 2006, p. 63).
Os outros animais que os humanos comem, usam em ciência, caçam, capturam e exploram de diversas maneiras tem uma vida própria, que é importante para eles, aparte da sua utilidade para nós. Eles não apenas estão no mundo; eles são conscientes dele. O que ocorre importa a eles, essa vida inclui uma variedade de necessidades biológicas, individuais e sociais, a satisfação dessas necessidades é uma fonte de prazer; sua frustração ou contrariedade, uma fonte de dor. Nesses modos fundamentais, os animais não humanos em laboratórios ou fazendas, por exemplo, são iguais aos seres humanos. É por isso que a ética de nossas relações com eles, e entre eles, deve reconhecer os mesmos princípios morais fundamentais. Tratar seres humanos de modo a não honrar seu valor independente é violar o direito humano mais básico: o direito de cada pessoa ser tratada com respeito. A filosofia dos direitos dos animais apenas exige que essa lógica seja respeitada (REGAN, apud NACONECY, 2006, p.185).
Temos tramitando no congresso um projeto de lei sob o n° 3676/2012- Estatuto do Animal o qual traz em seu texto: 
[...]
Art. 2º. Os animais são seres sencientes, sujeitos de direitos naturais e nascem iguais perante a vida.
[...]
Art. 6º. Todo animal deve receber tratamento digno e essencial à sadia qualidade de vida. 
A Declaração Universal dos Direitos dos animais traz em seu artigo 1° inciso 1 e 2 o seguinte:
1.” Todo animal tem o direito a ser respeitado”.
2.” O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviçodos animais” (APASFA, 2015).
Já pelo projeto lei nº 3676/12 em seu art. 12 diz: “Os donos de animais domésticos são responsáveis por assegurar a sua dignidade física”, no entanto não é isso que temos presenciado em nosso dia a dia, ainda é muito comum vermos os próprios donos abandonando os seus animais pelas ruas, e fazem isso sem o menor receio de serem pegos, costumam cometer este crime principalmente a noite e de madrugada, quando a chance de serem pegos é bem menor, pois sabem que é crime o abandono de animais, as pessoas os desprezam como se simplesmente fossem seres descartáveis que podem ser largados em qualquer lugar.
Temos elencado no art. 32 da referida lei o que são maus tratos a animais, e o Ministério Público é parte legitima para promover o inquérito civil e a ação civil pública a proteção dos animais, o poder público também tem o dever para com os animais em seu Art. 19. O Poder Público estadual e municipal promoverá um trabalho de educação ambiental nas escolas públicas de educação básica visando o respeito à vida e o combate aos maus-tratos, fazendo eles este trabalho já estão conscientizando as futuras gerações que maltratar animais é crime. (DIAS, 2004)
Percebemos ao sair nas ruas que a população de animais abandonados é grande, a Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro, destes, 10% estão abandonados, no interior em cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o número chega a 1/4 da população humana (ANDA, 2014).
Em São José dos Pinhais existe um programa que se chama guarda responsável, desenvolvido pela Unidade de Vigilância de Zoonoses com o objetivo de sensibilizar a população da responsabilidade em criar um animal de estimação, é a forma consciente e adequada de cuidar do seu animal, sem esquecer-se de:
Alimentá-lo adequadamente (com ração); cuidar da higiene, dando banhos frequentes; criá-lo em local limpo, cercado e coberto em seu quintal; planejar e controlar o nascimento de filhotes, ou se não houver possibilidade de cuidar dos filhotes, castrá-lo; ao sair com seu animal não se esqueça de usar coleira e guia e levar sua sacola plástica para recolhimento das fezes.
Lembre-se que eles precisam muito de carinho, atenção e respeito! Animal de estimação não é brinquedo! É para cuidar a vida inteira.
Não adote um animal pensando que ele é um brinquedo para as crianças, os maus tratos e o abandono vêm justamente porque pensam que ter um animal não dá trabalho, quando se quer viajar não tem com quem deixar o animal e nas épocas de fim de ano é que ocorre muito este crime, então diante das leis já existentes e do projeto de lei é que se deve pensar muito antes de obter um animal, a pessoa tem que se preparar bem, pois ele é para vida inteira e não um mero brinquedo que quando nos cansamos de brincar, o descartamos em um canto qualquer, um animal é um ser vivo e dotado de sentimentos.
5 O ANIMAL NA NATUREZA 
Os animais possuem papéis importantes para a manutenção do equilíbrio na natureza, são eles quem dispersam sementes "plantando" árvores, controlam populações de espécies que quando em excesso podem ser prejudiciais as nossas lavouras e criações, e ainda produzem remédios importantes para a cura de muitas doenças. Cada pequeno animal tem sua função específica na natureza e a sua ausência acarreta em prejuízos incalculáveis para a humanidade (IAPPR, 2015).
Todos os animais são importantes, alguns se destacam por serem capazes de melhorar a vida do ser humano, outros provocam prejuízos, por outro lado, existem animais que, apesar de serem necessários para o equilíbrio da natureza, podem provocar problemas, são aqueles capazes de transmitir doenças, como as baratas, ratos e mosquitos. Eles se tornam um problema quanto a sua superpopulação, ou seja: quando existem muitos deles.
Enquanto não for repensada a nossa relação com a natureza e enquanto não formos capazes de descobrir o que dela nos distingue e o que a ela nos liga, nossos esforços serão em vão, como testemunha a tão relativa efetividade do direito ambiental e a tão modesta eficácia das políticas públicas neste domínio (OST, 1997, p. 9).
Os animais são importantes para o meio ambiente, e para a sociedade em geral, são responsáveis por muitas coisas que cercam a fauna e a flora, e não se pode desfazer-se deles por um simples capricho do homem, muitos desses animais estão ameaçados de extinção e isto prejudica o nosso meio e também outras espécies é importante saber sobre cada espécie, o que cada uma representa e qual a função dela no ambiente, e o que o ser humano pode fazer para a preservação das mesmas.
6 ANIMAIS EM RODEIO CRUELDADE OU DIVERSÃO?
A prática de rodeio é muito comum em nossa sociedade, esse tipo de evento é para a diversão do ser humano e que gera lucros aos organizadores, a prova consiste em o animal sair pulando descontrolado e o peão ficar sobre o seu lombo por 8 segundos, segurando firme, essa é a sensação do rodeio, mas será que esta prática é legal diante da lei? E para o animal qual é a sensação?
A sensação do animal é de dor, muita dor, pois tem seu órgão genital preso pelo sedem e que é puxado no momento em que abrem-se as porteiras, por este motivo que o animal sai pulando, pois até o momento em que está no brete, ele fica quietinho, e volta a ficar quieto no momento que o acessório é retirado de seu corpo, e os espectadores do evento acreditam que o animal pula por ser xucro de gênio incontrolável, ou por ser violento, que pinoteiam por índole, como alegam os organizadores desse tipo de evento, ainda relatam que o animal trabalha apenas por oito segundos, como se não houvesse centenas de horas de treinos não supervisionados, muitas vezes, com o mesmo animal (APASFA, 2015).
Algumas provas que compõem o rodeio machucam os animais e muitos deles às vezes precisam ser sacrificados, assim como os acessórios utilizados: sedem ou sedenho, objetos pontiagudos, esporas, choques elétricos e mecânicos, terebintina, pimenta e outras substâncias abrasivas, golpes e marretadas, entre outros. Esses recursos que fazem o animal saltar descontroladamente, atingindo altura não condizente com sua estrutura, resultam em fratura de perna, pescoço e coluna, distensões, contusões, quedas, etc. (APASFA, 2015)
A utilização de sedém, peiteiras, choques elétricos ou mecânicos e esporas gera estímulos que produzem dor física nos animais, em intensidade correspondente à intensidade dos estímulos. Além da dor física, esses estímulos causam também sofrimento mental aos animais, uma vez que eles têm capacidade neuropsíquica de avaliar que esses estímulos lhes são agressivos, ou seja, perigosos à sua integridade (MATERA, 2009).
Como acontece em todos os rodeios e similares pelo País, instrumentos de tortura seriam largamente utilizados com a finalidade de fazer bois e cavalos mansos saltarem, logo, assertivamente o Excelentíssimo Juiz André Antonio da Silveira Alcântara decidiu:
Como corolário, concede-se a liminar Parcialmente, não para proibir o rodeio, durante o evento que se realizara entre os dias 21 a 24 de maio de 2015, mas para impedir, o uso de todo e qualquer subterfúgio capaz de provocar nos animais sofrimento atroz e desnecessário, como sedém ou objetos pontiagudos ou cortantes ou causadores de lesões peiteras, sinos, choques elétricos ou mecânicos e esporas de qualquer tipo, impedindo, ainda, a realização de provas tais como calf roping, team roping, bulldogging e vaquejadas, ou outras que impliquem variações o que tange as técnicas de laçada, lançamento ou agarramento de animais, bem como outros eventos semelhantes que envolvam maus tratos e crueldade a animais (Odeio Rodeio, 2015)
Muitos bois e cavalos utilizados nesses eventos são considerados animais violentos, e que os peões nunca querem montar, pois ficam com medo, um touro considerado o mais violentodo mundo quase matou um competidor nos EUA em 2012.
A fama de boi violento começou em 1995 numa montaria com Tuff Hedeman, um dos melhores peões do mundo na época. Ao sair do brete, o boi balançou fortemente, fazendo com que o rosto do competidor batesse na cernelha do animal. Resultado: nariz e parte dos ossos da face quebrados. Antes de morrer (de problema nos rins), em 2000, o animal entrou para o Hall da Fama do Rodeio Profissional, na cidade de Colorado Springs, no Colorado. Ficou conhecido como "O touro que os caubóis não queriam montar, mas que os fãs amavam". Além disso, teve seu sêmen coletado para comercialização. Seu nome também apareceu nas marcas de fivelas, relógios, rifles e, acredite, foi convidado de honra de dois cassinos em Las Vegas (ESPORTES TERRA, 2012).
Mas o que diz a lei sobre os rodeios? A lei nº 10519/ 2002 traz em seu texto os seguintes artigos:
[...]
Art. 4o Os apetrechos técnicos utilizados nas montarias, bem como as características do arreamento, não poderão causar injúrias ou ferimentos aos animais e devem obedecer às normas estabelecidas pela entidade representativa do rodeio, seguindo as regras internacionalmente aceitas.
§ 1o As cintas, cilhas e as barrigueiras deverão ser confeccionadas em lã natural com dimensões adequadas para garantir o conforto dos animais.
§ 2o Fica expressamente proibido o uso de esporas com rosetas pontiagudas ou qualquer outro instrumento que cause ferimentos nos animais, incluindo aparelhos que provoquem choques elétricos.
§ 3o As cordas utilizadas nas provas de laço deverão dispor de redutor de impacto para o animal.
É exatamente isso que encontramos nos rodeios? Diante do exposto acima com certeza não, podemos concluir que os organizadores de rodeios estão infringindo a lei, como normalmente são realizados a noite e não tem fiscalização, por isso ainda são utilizados esses apetrechos proibidos. 
Poder-se-ia fazer um rodeio mais humano, sem machucar os animais e os competidores também, pois um homem que pesa por volta de 80 a 100 quilos nunca conseguirá competir com um animal que pesa cerca de 1 tonelada, quando o competidor é arremessado ao chão pelo touro, sempre tem alguém para distrair o animal enquanto o peão se levanta, pois se o animal conseguir pegar o competidor pode ser fatal, no Brasil temos os rodeios, e em outros países temos as touradas, que também é uma prática que mal trata e é cruel com os animais, podemos dizer que essa prática é muito pior que o rodeio, pois nesse tipo de vento o animal acaba morto. 
6.1- NO QUE CONSISTE UMA TOURADA?
No 1º terço do espetáculo (tercio de varas), o touro com idade entre 4 e 6 anos, e mais de 460 kg, é solto na arena, o toureiro, ou matador, faz movimentos com o capote (capa vermelha de forro amarelo) para atiçar a fera. Como só vê preto e branco, o que o incita são os volteios da capa, o touro é conduzido até um dos dois picadores, cavaleiros com lanças que ferem o bicho para ir minando sua força. A ponta da lança, em forma de T, limita a profundidade das picadas, os cavalos são vendados para não se assustarem com o touro e cobertos com uma lona grossa para protegê-los das chifradas, depois que o touro foi enfraquecido com pelo menos duas estocadas, começa o tercio de banderillas, é quando os banderilleros entram em cena, cravando três pares de estacas coloridas, com ponta de arpão, no pescoço do bicho. O objetivo é deixar a fera ainda mais furiosa para o desfecho da peleja, na parte final (tercio de muerte), o matador usa uma pequena capa, empunhada com uma das mãos, para realizar a faena, driblando o animal bem de perto e perigosamente, chifradas na virilha, axilas, pescoço e tórax não são raras, e podem ser fatais. Nesta hora, quando o toureiro exibe sua habilidade, é que a torcida grita "olé!" O matador recebe uma espadona de aço de quase 1 m para liquidar a fatura. Com a capa rente ao chão, ele vai colocando o bicho na posição ideal para o bote: de cabeça baixa e patas dianteiras juntas. Com isso, ressalta a área logo acima do pescoço, onde será dado o golpe fatal, se a estocada atingir a aorta (o que nem sempre acontece), a morte é instantânea, a luta toda dura em média 20 minutos, se o desempenho do toureiro for excepcional, ele recebe o prêmio máximo, as duas orelhas e o rabo da fera, cortados na hora, além de sair da arena nos ombros da galera. Quanto ao touro, sua carcaça é arrastada para fora da arena e sua carne é vendida aos açougues locais (JOKURA, 2015).
Há também outro esporte cruel chamado farra do boi que era feito no estado de Santa Catarina, e que atualmente está proibido em todo o Estado. A festa consistia em deixar o boi isolado e sem se alimentar. Quando o animal está há dias sem comer, são colocadas comida e água próximas a ele, de forma que ele possa ver, mas não possa alcançar, ficando desesperado. No dia da Farra, o boi é solto pelas ruas, onde as pessoas aguardam portando os mais variados instrumentos para ferir o boi, pedaços de pau, pedras, chicotes, facas, cordas e lanças. Outras formas utilizadas pelos “farristas” são: cortar o rabo do boi, quebrar suas patas e cornos, jogar pimenta nos em seus olhos, arrancar os olhos, introduzir um pedaço de madeira ou vidro em seu ânus, banhá-lo em óleo quente ou ainda encharcá-los de combustível e atear fogo, algumas vezes, o boi é perseguido até encontrar o mar e atira-se, onde morre afogado. Quando isso não acontece, a tortura pode durar até três dias, mesmo porque os “farristas” tomam “cuidado” para que a farra dure mais. Somente ao perceber que o boi está próximo de morrer, o matam e dividem a carne. A crueldade costuma acabar com um churrasco (PACIEVITCH, 2015).
Rinhas de galos e cães também são modalidades de crueldade, podemos observar que um cão criado para brigas é diferente dos outros cães, vive no escuro, seus treinamentos são intensos, são dolorosos, muitas vezes até com descargas elétricas. Nessas rinhas de cães o treinamento é violento, os animais ficam até dois dias antes do combate sem comer e sem beber água, mesmos sendo ilegais e proibidas ainda assim continuam acontecendo clandestinamente, já nas rinhas de galo, a ave é preparada para a briga e passará por 69 dias de trato, no trato o animal tem as penas de seu pescoço, coxas e debaixo das asas cortadas, passa por intensos tratamentos dolorosos, até a hora de brigar e passa a vida aprisionado em gaiola pequena, geralmente os animais são treinados pelos seus próprios donos, ao chegarem ao lugar onde será o combate os galos são pesados e medidos, após é colocado uma anilha em uma das patas, são colocados esporas muitas vezes de metal sobre as esporas do galo, alguns até utilizam uma espécie de biqueira no bico do animal, estes lutam até morrer (CARDOZO, 2000, p. 78).
6.2 ANIMAIS USADOS EM CIRCOS
Quando vamos ao um circo e vemos os animais, temos a falsa ideia que estes estejam sendo bem tratados, mas nossos pensamentos nos enganam, não imaginamos quanto sofrimento este animal passa para nós os aplaudirmos depois, quem nunca foi assistir a um espetáculo circense e gostou, achou legal ver um urso se equilibrando em uma pata só, tomando mamadeira, andando de bicicleta, leões pulando em círculos de fogo, chimpanzés e elefantes também, e nos perguntamos como ele consegue fazer isso, pois isto não é natural, até chegar ao momento do show, àquele em que você ri e se diverte sofreu muito. Para treinar elefantes, são usados bastões pontiagudos de ferro, com os quais os treinadores batem com muita força, ursos “dançantes” são tradicionalmente treinados com chapas quentes que queimam seus pés; felinos que saltam rodas de fogo, algo que fere totalmente seu instinto, são subjugados a este comportamento antinatural à base de chibatadas, fome e medo. São frequentes os animais de circo ter seus dentes cerrados, garras arrancadas e tantas mais atrocidades para fazê-los mais “manejáveis” no treinamento. Tudo até que o animal esteja pronto para divertir um humano... Será que temos o direito? (PROANIMA, 2015).
Manter animais silvestresem gaiolas e acorrentados, longe de seus habitats, de seus grupos familiares, viajando em recintos minúsculos, submetidos ao calor, ao estresse, ao barulho dos espetáculos, priva totalmente os animais das necessidades de suas espécies. Um elefante, é um animal que vive em grupos familiares por dezenas de anos, tem padrões complexos de comunicação, e anda cerca de 40 km por dia, que vida em circo chega sequer perto da vida natural destes animais? Você já deve ter visto elefantes que balançam a cabeça de um lado para o outro, não? Isso não é alegria! É comportamento que revela estresse profundo. Pense bem, você acha justo que um animal que poderia estar livre em seu habitat, passar por tudo isso para que você o veja por alguns minutos fazendo truques aprendidos pela repetição da dor? (PROANIMA, 2015).
O alto custo de se manter um animal é outro problema, um leão, consome até 10kg de carne por dia, devido ao alto custo da alimentação dos animais que vivem em circos, é quase inevitável que os animais passem por uma alimentação adequada, assim não são raros casos extremos em que felinos e ursos são alimentados por pequenos animais mortos, coletados nas ruas e lixos, existem vários casos que estes animais atacaram inclusive seus treinadores, pois estavam a alguns dias sem comer (LUZ ANIMAL, 2015). 
Estes casos ocorrem todos os anos no Brasil e no mundo, mas os donos de circos com animais tentam abafar a cobertura e atenuá-los como “fatalidades”. Mas ir ao circo seria muito mais seguro se estes não tivessem animais. Muitos animais são alimentados com cães e gatos idosos, contraindo assim doenças, como AIDS felina (PROANIMA, 2015).
Existe um projeto de lei n°2883/00 do Deputado Afonso Camargo, sobre o uso de animais em circos. O projeto de lei em epígrafe ainda tramita no Congresso Nacional e busca acrescentar um parágrafo ao art. 132 do Código Penal, de sorte que o dono ou o administrador de circo que mantenha ou exponha animal perigoso incorra no crime de perigo para a vida ou saúde de outrem. Este crime é punido com detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave (CAMARGO, 2000).
Os espetáculos não precisam de animais, conseguem viver sem a presença deles, pois independem deles para a sobrevivência, há várias outras atrações, como exemplo temos o Cirque du Soleil, que conta com espetáculos maravilhosos feitos única e exclusivamente com seres humanos, é um show e tudo isso sem utilizar nenhum animal, e todos que assistem ao espetáculo ficam impressionados com as performances e habilidades dos artistas. 
A Constituição da República em seu “Art. 225 §1°dispõe:
[...]
§ 1° – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
 (…) 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.”
O Supremo Tribunal Federal já consolidou o entendimento de que o caráter "cultural" ou "folclórico" de certos eventos não justifica a exposição de animais a práticas cruéis. O STF também decretou a inconstitucionalidade da lei que autorizava e disciplinava as competições entre "galos combatentes" no estado do Rio de Janeiro (PINESSO, 2014).
7 ARGUMENTOS EM DEFESA DOS ANIMAIS
Para Singer, nós temos obrigações morais para com os animais:
Assim como nós, são capazes de experimentar prazer e dor e essa capacidade é a condição necessária para ter interesses. A senciência é a capacidade de sofrer e de ter prazer – é o critério que permite integrar humanos e animais numa mesma comunidade moral, não atribuindo maior peso aos nossos interesses. Um ser é objeto de consideração moral se tiver interesses e tem interesses porque pode sofrer. Assim, temos de levar em linha de conta em termos igualitários sofrimentos semelhantes, quer sejam de humanos quer de animais: as nossas dores não contam mais do que as dos outros animais, por maiores que sejam as nossas capacidades intelectuais e morais (IRSR, 2015). 
Já para Regan:
Temos o dever moral fundamental de tratar com respeito todos os sujeitos de uma vida (os titulares de um vida são seres dotados de percepção, capacidade de sofrer, de emocionar-se, de recordar, etc.). Se temos esse dever em relação aos animais, então, correlativamente, eles têm direitos (IRSR, 2015).
Temos o dever de proteger nossos animais, não importando de qual espécie seja, o que importa é que eles sejam respeitados e amados por todos, não invadindo seu habitat natural para que eles também não invadam o nosso espaço. 
Em reportagem exibida pelo Jornal Nacional no ano de 2012 mostra a realidade que não estamos acostumados a presenciar. 
Em Brasília, o avanço da cidade põe em risco a vida de animais selvagens que vivem em reservas ambientais. Alguns bichos acabam aparecendo até perto da praça dos três poderes, onde ficam o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Eles são os ‘sem-floresta’: bichos perdidos na cidade grande, como uma fêmea de lobo-guará, capturada embaixo de um carro, em um bairro residencial (SERRA, 2012).
Para o professor de zoologia da UnB, Jader Marinho Filho, é preciso haver equilíbrio entre a cidade e a floresta: 
“No limite, para espécies maiores, de maior porte, predadores que estão no topo das cadeias alimentares e que precisam de áreas relativamente grandes para a sua manutenção, isso pode significar, no médio prazo, em poucas décadas, extinção local” (SERRA, 2012).
A situação é tão urgente quanto grave, cerca de oito vezes mais animais do que a população humana do mundo são continuamente sujeitos a maus tratos, exploração, confinamento, morte todo ano. A cada minuto, uma quantidade inconcebível de animais sofre horrorosamente, sangra, é amputado, perde o filho, é castrado a sangue frio, perde a mãe, recebe um ferro quente, padece de uma doença dolorosa, leva porrada, tenta abrir as asas e não consegue, tenta de novo e não consegue, tenta no dia seguinte e novamente não consegue, entra em psicose pela permanente dificuldade de se mexer. O que é isso que vivemos hoje, agora, senão um momento de calamidade, de emergência. Um mundo em que 50 bilhões de seres sencientes são injustiçados dessa forma não se pode considerar civilizado, não pode sequer se considerar aceitável ou minimamente tolerável. A injustiça que, globalmente, se comete hoje é no mínimo comparável àquela que se infligiu em quase qualquer dado momento da história das civilizações, nas guerras, regimes totalitários, repressivos e de escravidão (LIBERTÁRIO, 2010).
7.1 ARGUMENTOS CONTRA A DEFESA DOS ANIMAIS
Os argumentos contra a defesa dos animais são muitos, temos cientistas que dizem utilizar animais, pois ainda não se tem outra forma de fazer uma experimentação, se fosse feita a experimentação com seres humanos o gasto seria muito maior do que com os animais e enquanto talvez morra um animal poderia morrer milhões de seres humanos, dizem que os animais não sofrem, outros são os circos que relatam que os espetáculos com animais são educativos, os treinos estimulam-nos, que tem vida boa e que alcançam idades superiores as que alcançariam se vivessem livres na natureza (ANIMAL FREEDOM, 2015).
As touradas são componentes duma cultura, uma tradição milenar, querer excomungá-la demonstra desprezo por este elemento não ocidental no seio da cultura espanhola, um touro é tratado muito melhor até ser lidado, do que um boi que foi criado pela bio indústria apenas para produção de carne. Uma tourada é prova de veneração e uma homenagem a força do animal, não é para ser vista como um desporto, mas como uma síntese de arte, dança, de virilidade extrema (machismo), uma tourada saudável é uma descarga coletiva de sentimentos negativos e de agressividades, pois tem uma dimensão religiosa da luta do bem contra o mal, neste caso o homem representando o bem a o touro o mal (ANIMAL FREEDOM, 2015).
Para a caça de golfinhos, focas entre outros animais marinhos é sempre a mesma história, de que a procura por carne exóticaé muito grande, a economia da cidade gira em torno desta caça, e por aí vai, para a comercialização de carne são inúmeros argumentos, a população necessita de consumir proteína, a carne contém inúmeros benefícios para os seres humanos, que os gados realmente são criados para depois no fim terem as suas carnes comercializadas, que do animal aproveita-se tudo, tanto a carne, o couro, o leite que é produzido muitos outros alimentos, os ovos etc. 
7.2 ANTROPOCENTRISMO MORAL
O antropocentrismo moral é a falsa ideia de que existe ética e moral somente entre os seres humanos, que não se deve ter ética no tratamento animal.
É a ideia de que a Ética, deve ser, um assunto exclusivamente humano, e de que não é possível, nem desejável, incluir criaturas não humanas na comunidade moral. Um antropocentrista típico atribui às pessoas uma dignidade única e insuperável, enquanto que considera todos os animais nada (ou pouco) mais que coisas. Uma vez que é óbvio para ele que a noção de igualdade moral deve se estender até a (e parar exatamente na) fronteira que circunscreve a espécie Homo sapiens, podemos, sem qualquer escrúpulo, explorar os animais (NACONECY, 2006, p. 65).
Como são coisas que logo podem ser substituídas por outra não devem ter dignidade, se realmente fosse verdade, não existiria nem mesmo preocupação do judiciário a esse respeito.
Para muitas pessoas, é difícil uma identificação ou empatia com criaturas que estão psicologicamente tão distantes, e, sobretudo, cuja situação antiética não pode ser criticada diretamente por elas. A própria vítima sempre expressa melhor sua opressão do que o discurso dos seus defensores. Ao contrário das mulheres e das minorias raciais, os animais não falam. Nem o chimpanzé mais inteligente pode protestar verbalmente contra sua exibição num circo ou zoológico. Sua causa, portanto, tem que ser defendida pelos humanos, e esse tipo de defesa tem uma eficácia limitada (NACONECY, 2006, p. 67).
A falta de preocupação para medir os danos à natureza e o impacto ambiental das decisões é apenas o reflexo evidente do desinteresse em reconhecer a mensagem que a natureza traz inscrita nas suas próprias estruturas. Quando, na própria realidade, não se reconhece a importância dum pobre, dum embrião humano, duma pessoa com deficiência, só para dar alguns exemplos, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza. Tudo está interligado. Se o ser humano se declara autônomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência, porque em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta da natureza (ENCICLICA PAPA FRANCISCO, 2015).
O antropocentrismo exacerbado está levando o homem a destruir seu próprio planeta, pois, ao julgar-se o centro de tudo, acaba com tudo a sua volta, inclusive o animais, que nesse paradigma, são visto apenas como seres que vivem apenas para servirem o homem (NENEVÉ, 2011, p. 170).
7.3 ARGUMENTO ESPECISTA
Você provavelmente concorda que não devemos explorar, oprimir ou injustiçar as mulheres apenas porque elas são mulheres, o que seria machismo. Também não devemos explorar pessoas negras apenas porque elas são negras, o que seria racismo. Explorar um indivíduo porque ele pertence a uma espécie biológica diferente da nossa é um tipo de preconceito muito semelhante aos anteriores, e isso se chama “especismo”. Na prática, isso ocorre quando se abraça um preconceito contra animais só porque são animais. O especismo é uma forma de chauvinismo porque consiste no tratamento inferior, discriminatório e diferenciado por parte dos membros de uma classe privilegiada (a “superior”) daqueles indivíduos que estão fora dessa classe, e para o qual não há uma boa justificativa. De fato, o especismo poderia ser visto como eticamente pior que o racismo e o sexismo, porque os animais são menos capazes de se defender e os mais facilmente vitimados, se comparados com a situação dos seres humanos oprimidos. Como todo chauvinista, o especista pensa que os animais só têm valor ou nos impõem obrigações éticas na medida que eles atendem nossos interesses, propósitos, necessidades e preferências. (NACONECY, 2006, p. 69)
A discriminação especista pressupõe que os interesses de um indivíduo, são de menor importância, pelo mero feito de pertencerem a uma determinada espécie (NENEVÉ, 2011, p. 169).
O ser humano pensa muito em si próprio, em como levar a sua vida, as suas escolhas, mas não se importa de como os outros seres que não fazem parte da sua espécie estão se comportando, se estão passando por necessidade, ou não. Podemos citar um exemplo bem prático: se você está passando na rua e vê uma pessoa passando frio e fome qual é a sua reação? Obviamente você tentará ajudar aquela pessoa necessitada, e agora se for um animal que estiver nesta mesma situação, qual seria a sua reação? Não podemos afirmar com certeza, mas talvez você não se importasse, certamente pensaria que na rua ele encontraria comida em qualquer lata de lixo, e frio não poderia sentir, pois tem o corpo coberto de pelos que lhe protegem.
“Cada humano é protegido de modo absoluto, enquanto que cada animal é protegido apenas quanto ao sofrimento desnecessário” (NACONECY, 2006, p. 73). 
7.4 ARGUMENTO RELATIVISTA
 Como devemos tratar os animais’ é uma questão de escolha pessoal
ou uma questão cultural. ‘Certo’ e ‘errado’, ‘bom’ e ‘mau’ variam (subjetivamente) de pessoa para pessoa ou (antropologicamente) de sociedade para sociedade. Não existe um ponto de vista ou um critério ético neutro pelo qual possamos avaliar, julgar ou criticar indivíduos/sociedades que tenham valores diferentes dos nossos. Nenhuma opinião moral é melhor ou mais adequada do que outra: algo pode ser correto para mim não para você; o que é certo para uma cultura pode não ser para outra. Portanto, não devemos dizer às outras pessoas o que fazer, ou julga eticamente outras sociedades inclusive no que diz respeito ao tratamento de animais (NACONECY, 2006, p. 78).
Compreender o que é certo e errado é fácil, agora quando se tem assuntos polêmicos envolvidos se torna um pouco difícil, pois cada ser humano tem a sua maneira de pensar e agir, se analisarmos como vivem os animais nos zoológicos julgamos que estes vivem bem, pois são alimentados adequadamente, nos horários estabelecidos, tem visitas regulares dos veterinários, a alimentação é balanceada pelo nutricionista responsável, mas ainda assim há quem diga que este espaço não é bom para os animais. 
Mas como julgar se isso está em desacordo ou não, há quem diga que sim e há quem diga que não, é muito difícil saber. 
Princípios ou axiomas morais se caracterizam por não poderem
ser provados. Mas “o sofrimento é mau” (ou “o bem-estar é bom”) dispensa
qualquer tipo de prova. Todos endossamos esse princípio fundador.
Se admitirmos essa realidade, então devemos explicar porque não estender
aos demais o direito ao bem-estar. A partir disso, então, suponhamos
que num sistema ético que abranja animais esteja o seguinte princípio
como ponto de partida: “É errado infligir sofrimento desnecessário a toda criatura sensível” (NACONECY, 2006, p. 79).
A Lei nº 7.173 de 14 de dezembro de 1983 em seu art.7° dispõe:
As dimensões dos jardins zoológicos e as respectivas instalações deverão atender aos requisitos mínimos de habitabilidade, sanidade e segurança de cada espécie, atendendo às necessidades ecológicas, ao mesmo tempo garantindo a continuidade do manejo e do tratamento indispensáveis à proteção e conforto do público visitante.
 
7.5 ARGUMENTO CONCEITUAL
“É absurdo falar de ética para os animais”. Animais não compreendem ética.
‘Direitos’, ‘obrigações’ e ‘moral’ são conceitos de seres humanos para
seres humanos. Aplicá-los aos animais não faz sentido” (NACONECY, 2006, p. 85).
Sim podemos e devemos aplicar a ética, o direito e as obrigações para com os animais, é claroeles não podem votar, não podem entrar em diversos lugares, mas nós humanos podemos ser a voz e fazer a vez deles. 
Podemos também perceber a debilidade do Argumento Conceitual
ao substituir “animais” por “bebês e crianças pequenas”. Isto é, já que
bebês e crianças também não compreendem a moral, isso significa que
não faz sentido se preocupar eticamente com a situação infantil? É claro
que faz. O sofrimento de crianças deve ser evitado tanto quanto o sofrimento de adultos. É moralmente irrelevante que bebês e crianças não
possam conceitualizar noções morais. Isso também vale para os animais (NACONECY, 2006, p. 86).
Como o homem é muito especista, age em conformidade a defender a sua espécie, não importa quem ou como vai atingir algo, o que importa é se defender, é como os seres não humanos, eles também defendem a sua espécie não importando se isso ferirá um ser de outra espécie, o que importa é defender a sua, não se diferenciado assim da raça humana, (NACONECY, 2006, p. 86).
7.6 ARGUMENTO ECOLÓGICO
Na natureza os mais fracos são eliminados. Um animal não respeita o
outro. Pelo contrário, eles se matam. O mundo é constituído de predadores
e presas, e nós, como mais um predador, estamos no topo da cadeia
alimentar. Sendo o predador mais poderoso, temos o direito de explorar
as outras criaturas (NACONECY, 2006, p. 88).
Esse argumento nos diz que temos que imitar os animais, que temos direitos sobre eles, e que somos poderosos sobre as demais criaturas, ora não podemos imitá-los em tudo, porque os humanos tem ações, reações e instintos diferentes das demais criaturas, um exemplo que define muito bem é que os animais atacam os outros para poder se alimentar deles, e nós não podemos atacar nosso semelhante para se alimentar dele, por este motivo mesmo é que matamos outros animais para a nossa alimentação, tais como: bovino, caprino, aves etc. 
Segundo Naconecy (2006, p.90) Nossas relações com a maior parte dos animais não são relações de competição, isto é, relações de “vida ou morte”, onde é a nossa sobrevivência que está em risco. De qualquer modo, uma infinidade de animais que matamos (como galinhas, porcos e vacas) não são nossos rivais nessa competição, já que não utilizamos mesmos recursos limitados e necessários à sobrevivência humana. 
Matamos por mera conveniência, não apenas para comer, mas por esporte, por curiosidade, por vaidade e por toda sorte de razões fúteis e motivos levianos. Por outra parte, apenas nós, os predadores humanos, estamos perturbando o equilíbrio ecológico do planeta como um todo (NACONECY, 2006, p. 88).
O que Naconecy cita acima é a mais pura verdade, e o homem não se contenta cada vez quer mais da natureza, e não se dá conta do que está acontecendo atualmente é meramente por suas ações, pois desmatar a natureza, matar animais que dela fazem parte acarreta em varias transformações que atingem especificadamente o ser humano. 
8 DIREITO DOS ANIMAIS
 A Declaração da ONU (Bruxelas,1978) diz em seu texto: 
Art.1 - Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência.
Art.2 - Cada animal tem direito ao respeito. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais. Cada animal tem o direito à consideração e à proteção do homem.
Art.3 - Nenhum animal será submetido a maus-tratos e atos cruéis. Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.
Art.4 - Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver em seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático, e tem o direito de reproduzir-se. A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a esse direito.
[...]
Art.6 - Cada animal que o homem escolher para companheiro, tem direito a um período de vida conforme sua longevidade natural. O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
[...].
Art.8 - A experimentação animal que implique sofrimento físico é incompatível com os direitos dos animais, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra. As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.
Art.9 - No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto, sem que para ele resulte em ansiedade e dor.
[...]
Sabendo-se desses direitos o ser humano deve pô-lo em prática e não ficar apenas registrado em papel e saber que os animais têm direito e nada fazer para cumpri-lo, estes direitos existem para definir limites entre os animais e os seres humanos, para que estes saibam como tratar os animais diante do que pede a lei, não devemos expor estes seres a riscos, a exibições, a maus tratos enfim a tudo que lhe prejudique a vida e sua existência. 
Mesmo existindo a lei que protege os animais, existem pessoas que transgridem a lei, mal tratando, machucando, usando da violência para com os animais. Mas quem tem consciência, deve por esta lei em prática, hoje já existem disque denuncias a maus tratos animais. Tais como: DPMA- Curitiba, ou ligar 156. 
No entendimento de OST (1995, p. 267), uma legislação que se contenta, de fato, em justapor um estatuto tradicional, que faz do animal uma coisa susceptível de alienação, um bem móvel que se compra e vende, como qualquer outra coisa e uma regulamentação protetora mais recente, que começa a tratar alguns limites face à onipotência do proprietário do animal, conclui que o direito, produto cultural da mesma sociedade se revele incapaz de fornecer uma representação coerente com o estatuto do animal. 
Como muito bem observa Rodrigues (2003), o bem jurídico tutelado por algumas destas leis, “não são propriamente os animais, porém a função ecológica, pois não são considerados sujeitos de direitos pela doutrina majoritária”. 
 “Já se pode afirmar que a norma atribui aos animais uma espécie de personificação, que os torna sujeitos de direitos dos quais podem gozar e obter a tutela jurisdicional em caso de violação.” (ACKEL FILHO,2001)
Seguindo esses pensamentos podemos e temos o dever de tornar o direito dos animais em uma realidade, pois sabemos que também são sujeitos de direitos. 
Para entendermos bem o que são sujeitos de direitos vejamos o que diz Fábio Ulhoa Coelho (2003, p. 138)
Sujeito de direito é o centro de imputações de direitos e obrigações, referido em normas jurídicas, com a finalidade de orientar a superação de conflitos de interesses que envolvem, direta ou indiretamente, homens e mulheres. Nem todo sujeito de direito é pessoa e nem todas as pessoas, para o Direito, são seres humanos.
Como não podem possuir uma identidade civil, são protegidos por lei por serem seres vivos e não deveriam ser tratados como coisas pelo ordenamento jurídico, pois coisas são algo sem valor, sem sentimento, sem nenhum tipo de apego, são simplesmente algo que você pode usufruir por determinado tempo e depois descartá-lo, e um animal não, são seres vivos que merecem respeito, amor, carinho e cuidado daqueles que são seus donos ou pelo menos deveriam ser. 
8.1 A PROTEÇÃO ANIMAL EM OUTROS PAÍSES
Os europeus discutem direitos animais há pelo menos 200 anos e competem com os Estados Unidos no quesito “animal cruelty laws” ou leis que combatem a crueldade animal. Prova disso é que vários procedimentos de criação animal dos Estados Unidos não são permitidos na Europa como, por exemplo, a amarração dos pescoços de bezerros para que eles não possam se mexer (com o objetivo de obter uma carne mais macia, as chamadas caixas de vitela) e as gaiolas minúsculas onde são mantidas galinhas poedeiras. Também está proibido em toda a Europa testes em animais para desenvolvimento de cosméticos (CHUECCO, 2012).
Dentre os países europeus, a França tem algumas das melhores leis para punir maus-tratos a animais e sempre teve uma cultura voltada para a defesa animal,

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