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Resumo de Embriologia desde a ejaculação até a 4ª semana

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Os folículos ovarianos podem ser classificados em: primordiais, em crescimento (unilaminares, multilaminares e antrais), maduros e atrésicos. Os folículos primordiais são constituídos pelo ovócito primário e por uma camada de células foliculares pavimentosas. As células pavimentosas aumentam de tamanho e ficam cuboides, o ovócito desenvolve suas organelas e aumenta o seu volume. Por apresentar somente uma camada de células foliculares, este folículo em crescimento é denominado primário unilaminar. A proliferação das células foliculares resulta em várias camadas celulares, sendo que o conjunto de camadas de células foliculares é chamada camada granulosa, e o folículo em crescimento é primário multilaminar. Entre as células foliculares e o ovócito começa a ser secretado um muco polissacarídeo, que se torna a zona pelúcida, importante para a fecundação. Espaço entre as células com líquido folicular ou antral forma o antro, caracterizando o folículo secundário. O líquido antral possui função de conter hormônios esteroides (FSH, LH, estrógeno e progesterona), proteger o ovócito de choques. Fibroblastos aproximam-se e circundam a camada granulosa, constituindo a teca folicular. A teca é subdividida em interna, que é vascularizada e secretora, e externa, que é mais fibrosa. Muitos folículos podem chegar nesse estágio, mas apenas um continua o processo, os outros param, o que termina é chamado de folículo dominante. O ovócito que é escolhido para terminar a maturação fica conectado com as células foliculares por meio de um pedúnculo, chamado de cumulus oophorus. Ao se desenvolver é chamado de folículo de Graaf. Para estar maduro deve terminar a meiose I e iniciar a meiose II e parar na metáfase II, a inibina que está no líquido antral faz essa parada. O primeiro dia do ciclo de uma mulher é o primeiro dia da menstruação, conta-se mais sete dias: é quando o folículo dominante é selecionado e leva mais sete dias para amadurecer e ovular. Os outros sofrem atresia. O folículo dominante cresce muito em 48 horas antes da ovulação, fica grande e forma uma saliência no ovário. A pressão intrafolicular do líquido expulsa o óvulo para as fímbrias do útero, ao sair rompe o epitélio do ovário. É ovulado o ovócito na metáfase II, as células da granulosa passam a ser chamadas de corona radiada, e zona pelúcida. As células foliculares que ficaram no ovário sofrem um processo denominado luteinização. Forma-se o corpo lúteo, uma glândula endócrina cordonal, que sob a influência do LH, secreta progesterona e um pouco de estrógeno. Possui uma vida padronizada de 13 dias e começa regredir, logo o endométrio descama, uma vez que a progesterona é que mantém o endométrio. Se ocorrer a fertilização, o corpo lúteo será mantido pelo hCG, sintetizado pelo sinciciotrofoblasto do córion do embrião. 
Síndrome do ovário policístico (SOP) é um distúrbio endócrino/hormonal que forma cistos no ovário, compromete a fertilidade porque dificulta o desenvolvimento do folículo, aumenta e deforma o tamanho do ovário. Causa menstruação irregular ou amenorreia que é a ausência da menstruação, alta taxa de testosterona que causa crescimento anormal de pelos no buço, peitos, aumenta oleosidade da pele, quebra do cabelo, manchas na pele atrás do pescoço e axilas. O diagnóstico é feito por meio de ultrassom. Pode ter origem genética ou é ser causado pelo excesso de produção de insulina. Pode ser cisto sanguíneo ou fibroso ou ainda um folículo que não conseguiu liberar o ovócito por deficiência do LH. 
Método da temperatura basal (ou do ritmo): no dia da ovulação, a temperatura aumenta 0,3 a 0,5 ºC por causa do alto nível de progesterona. Pílula anticoncepcional: os níveis de estrógeno e progesterona da pílula promovem um feedback negativo sobre o FSH e o LH, não estimulando o crescimento dos folículos e a ovulação. Além disso, alteram a consistência do muco cervical e a motilidade dos cílios da tuba uterina. 
CICLO OVARIANO
O primeiro dia do ciclo é o primeiro dia da menstruação. Um ciclo padronizado dura 28 dias. Envolve todas as mudanças que ocorrem nos ovários e todos os demais órgãos que correspondem a ele. Ciclo menstrual está intimamente ligado ao ciclo ovariano, embora o último seja mais complexo. Causa alterações morfológicas e fisiológicas no ovário. Hormônios gonadotróficos (produzidos pela hipófise anterior) estão envolvidos no crescimento e amadurecimento dos folículos, ovulação e a transformação do folículo que gerou o ovócito a corpo lúteo, que vai ser responsável por aumentar e manter o endométrio. Na menopausa o ciclo ovariano e menstrual se interrompem. O hipotálamo libera fatores que atuam na adenohipófise, também produz os hormônios gonadotróficos que atuam no testículo e no ovário. A prolactina atua na glândula mamária estimulando a produção de leite. Ocitocina (neurohipófise) atua na expulsão do leite na glândula mamária e age no útero estimulando as contrações uterinas. Os folículos começam a amadurecer quando a menina é um feto e vão terminar nos primeiros meses de vida. O estoque de ovócitos está formado, a maioria deles nunca vai ser ovulado e muito menos se transformar em um óvulo –após fecundação. Uso de pílula não mantém os ovócitos porque eles entram em atresia de qualquer forma. No primeiro dia do ciclo há o recrutamento de vários folículos primordiais, vários começam a crescer mas apenas um amadurece e fica pronto para ovulação, se há um desbalanço hormonal mais de um pode amadurecer. Com esse grande recrutamento o estoque vai diminuindo, ocorrendo uma depleção dos folículos. Quando atinge determinado grau, o ciclo ovariano começa falhar porque os folículos produzem estrógeno. Esse vai para a hipófise e a estimula a produzir os hormônios gonadotróficos. Se tem pouco folículo, consequentemente, tem pouco estrógeno, e se ele cair abaixo de um nível mínimo não há produção suficiente de LH e FSH e eles não se desenvolvem mais, caracterizando a menopausa. O folículo demora em média 14 dias para se tornar dominante, maduro e pronto para a ovulação, ou seja ele deve concluir a meiose I, iniciar a meiose II e parar na metáfase II, ocorrer a proliferação das células foliculares, formação da zona pelúcida e desenvolvimentos das tecas foliculares que são um tecido protetor). Há duas divisões no ciclo: antes da ovulação e pós ovulação. Na primeira etapa ocorre a maturação dos folículos (unilaminar - multilaminar – secundário com antro – maduro [não faz tudo isso em 14 dias, só a parte final, uma vez que vários são recrutados, continua de onde parou se não sofreu atresia]), no 14º dia há a ovulação e a transformação em corpo lúteo que dura aproximadamente 13 dias. Quando os folículos começam a se desenvolver, eles sintetizam estrógeno, esse estrógeno estimula a hipófise a liberar o FSH e o LH, que amadurecem os folículos. FASE FOLICULAR OU ESTROGÊNICA – folículos amadurecendo. FASE LÚTEA ou PROGESTACIONAL – corpo lúteo. Ovulação é o que marca a divisão das duas fases.
 O dia 1 do ciclo é o dia que se iniciou a menstruação (fragmentos do endométrio) que dura até 5 dias. O FH faz uma onda hormonal para começar amadurecer os folículos, quando essa onda acaba, começa um pico de estrógeno (porque o FSH estimulou o crescimento de vários folículos e esses começaram a secretar estrógeno), esse pico de estrógeno leva a um pico de FSH e de LH. O pico de LH é o responsável pela ovulação (24hr a 48hrs antes da ovulação). O pico de estrógeno é de 2 a 3 dias (48 a 72 horas) antes do pico de LH. A onda de progesterona começa a subir quando o LH sinaliza que vai haver ovulação, ganha força quando o corpo lúteo começa a produzi-la, com o pico máximo no dia 21 (entre 14 e 28 são 14 dias, metade são 7 dias, menos 28 que é o dia final, resulta no dia 21). A progesterona inibe a hipófise e ela para de produzir FSH e LH, sem o LH, que estimula o corpo lúteo a produzir a progesterona, o corpo lúteo começa a regredir, portanto a progesterona também diminui e o endométrio começa a desprender no dia 28. Se o ciclo for regular a onda de FSH seriadia 7 e o pico seria dia 12, o pico de LH seria no dia 12, pico de estrógeno no dia 10 e uma onda logo após a ovulação. PERÍODO FÉRTIL = (5 dias antes da ovulação {espermatozoide} + 1 depois {óvulo}). Em um ciclo regular a partir do dia 9 uma relação pode gerar uma gestação, até o dia 15 porque o óvulo vive apenas 24 horas, o ideal é que o óvulo seja fecundado em até 12 horas, portanto a maior chance de engravidar é tendo relações antes da ovulação. Para saber o período fértil pode-se avaliar as características do muco produzido pela cérvix uterina. Próximo à ovulação, devido aos níveis aumentados de estrógeno, o muco cervical torna-se fluido e distensível, tipo clara de ovo, o que permite a passagem dos espermatozoides para o útero. Após a ovulação, com o aumento da secreção de progesterona, o muco fica viscoso e espesso, impedindo a entrada dos espermatozoides e também de micro-organismos. O ciclo pode ser menor ou maior, ou irregular. Se o ciclo tivesse 24 dias (a fase lútea é a maior e não se altera, e a folicular é menor e é a que tem alterações), a ovulação ocorreria no dia 10 (24 – 13 dias (tempo de vida do corpo lúteo, fixou-se 13 dias + um dia para desprender endométrio) = dia 10), o período fértil seria do dia 5 ao dia 11. O pico de progesterona seria no dia 17. O pico de LH ocorreria no dia 9 ou 8, e o de estrógeno no dia 7 ou 6. Se o ciclo for de 36, a ovulação seria no dia 22, o pico de progesterona seria dia 29 (22 da ovulação, mais sete que é a metade de 14 dias), o pico de LH seria no dia 20 ou 21, o pico de estrógeno seria no dia 18 ou 19. Se não ocorrer fecundação o corpo lúteo degenera, os níveis de estrógeno e progesterona caem e o endométrio entra em uma fase isquêmica (constrição das artérias espiraladas) durante o último dia da fase secretora, ocorre a menstruação. 
A fecundação normalmente ocorre perto do ovário, o embrião começa a se dividir e enquanto isso vai sendo empurrado até o útero por meio de batimentos ciliares, leva 4 dias, se não chegar ele começa a se fixar na trompa uterina caracterizando uma gravidez ectópica, o feto deve ser retirado. Fica 2 dias livre no útero se chegar lá. Do dia 6 ao 10 ele começa a se implantar, por isso é importante a duração do corpo lúteo. Se o embrião se implanta com 10 dias, ele tem três dias (13 dias de vida do corpo lúteo) para subir e avisar o corpo lúteo para continuar produzindo progesterona por meio do hCG. Se o corpo lúteo dura apenas 11 dias, o embrião tem um dia para avisar o corpo lúteo e provavelmente não conseguirá, consequentemente a menstruação ocorre. O zigoto começa a clivagem, o blastocisto começa a se implantar e começa produzir hCG (sinciciotrofoblasto do córion) que estimula o corpo lúteo a produzir progesterona e estrógeno, dando continuidade à fase lútea e a menstruação não ocorre mais, só volta depois de 6 a 10 semanas que a gestação foi interrompida. 
RESUMO: O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) liberado pelo hipotálamo é transportado pelo sistema porta-hipofisário até a adenohipófise, a qual irá liberar FSH. O FSH estimula os folículos ovarianos a se desenvolverem e produzirem estrógenos. Quando os folículos começam a se desenvolver, eles sintetizam estrógeno que estimula a proliferação do endométrio, sendo essa fase chamada de proliferativa (dia 5 ao 14 em ciclos regulados, dura 9 dias). O FSH estimula um folículo (dominante) a se desenvolver/amadurecer. O aumento brusco de estrógeno causa um pico de LH que desencadeia a ovulação (pressão intrafolicular). A ovulação ocorre de 24 a 48h após o pico de LH. O período fértil são cinco dias antes da ovulação mais um após, totalizando 6 dias, em um ciclo normal ele se daria do dia 9 ao 15. Após isso, forma-se o corpo lúteo que é estimulado pelo LH a produzir progesterona que acentua o espessamento do endométrio, promovendo sua vascularização e mantém o endométrio, porque inibe a contratilidade do miométrio e faz as glândulas uterinas secretarem glicogênio e outras substâncias que se armazenam no endométrio para uma possível utilização pelo embrião, esse período é a fase secretora ou lútea (dura 13 dias, coincide com a formação, funcionamento e crescimento do corpo lúteo). A progesterona, produzida pelo corpo lúteo, passa a inibir a produção de FSH e LH pela hipófise. Com a queda do hormônio LH, o corpo lúteo regride depois de 13 dias da ovulação. Sem a ação da progesterona ocorre a constrição das arteríolas espiraladas. Há a isquemia da parte funcional do endométrio (fase isquêmica dura um dia, 27-28 dia em um ciclo regulado). A camada basal, irrigada pelas arteríolas retas basais, não é afetada. Com a queda da progesterona, o miométrio contrai-se e expulsa o endométrio pálido necrosado, tendo-se novamente a fase menstrual.
Fecundação = o espermatozoide é a maior célula do corpo humano, enquanto o óvulo é a menor. pH do sêmen é de neutro pra básico e o da vagina é ácido, muitos espermatozoides morrem nessa troca de pH. O muco fértil ajuda a diminuir a acidez. Alguns se perdem, mas a maioria acerta porque a corona radiata e o ovócito emitem sinais químicos (quimiotaxia). Ao sair do ovário, o ovócito tem zona pelúcida (rica em glicoproteínas) e corona radiata. Essa dificuldade serve para selecionar os melhores. Os espermatozóides armazenados na cauda do epidídimo são levados para a uretra por contrações peristálticas da espessa camada muscular do ducto deferente, secreções das glândulas acessórias – vesícula seminal, próstata e glândulas bulbouretrais – são acrescentados ao fluido contendo espermatozoides, quando estes passam pelo ducto deferente e uretra, formando o sêmen. O sêmen passa pelo ducto ejaculatório e é lançado na parte prostática da uretra. O sêmen contém uma substância chamada de prostaglandina, a qual promove a contração do útero e tubas uterinas o que ajuda no transporte dos espermatozóides nesse órgão. Os espermatozóides se movem no útero por meio do movimento de sua cauda. O local usual da fecundação é na ampola uterina. O ovócito só termina a meiose ao ser fecundado, torna-se óvulo. O espermatozoide recém ejaculado não é capaz de fertilizar um ovócito porque é necessário passar por um processo de CAPACITAÇÃO, que ocorre dentro do corpo da mulher. A capacitação altera componentes de membrana de glicoproteínas no acrossoma para ser reconhecido pelo ovócito e essa alteração ocorre em contato com o organismo feminino, com o muco cervical e com a secreção das glândulas uterinas. Os espermatozoides capacitados não apresentam alteração morfológica, mas são mais ativos. Essa capacitação dura cerca de 7 horas. O término da capacitação permite que ocorra a reação acrossômica. Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a CORONA RADIATA, ocorre vários pontos de fusão do acrossoma com a corona, resultando no aparecimento de perfurações do acrossoma e as enzimas que estavam ali são extravasadas e começam a degradar as células da corona radiata que tem contato. As enzimas mais importantes são a hialuronidase e a acrosina. O espermatozoide começa a abrir seu caminho, sua cauda bate nas células da corona e as espalha. Atravessa toda a corona radiata e chega na ZONA PELÚCIDA que é uma camada lipoproteica e lá se conecta com a proteína ZP3 – zona pelúcida 3 – ao se ligar com ela, através da membrana do espermatozoide, ocorre a reação acrossômica ou reação zonal e toda a zona pelúcida sofre uma reação química e molecular e não permite a fusão de mais nenhum espermatozoide. A quimiotaxia, a partir desse momento, para. Ocorre o reconhecimento de glicoproteínas.
 PRIMEIRA SEMANA: A fertilização começa com o contato de um espermatozoide com um ovócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos. As membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozoide fundem-se e dissolvem-se, a cabeça e a cauda do espermatozoide penetram no citoplasma do ovócito, mas sua membrana plasmática fica para trás. Após o espermatozoide entrar, o ovócito, que estava parado na metáfase II da meiose II, termina essa divisão e forma um ovócito maduro eum segundo corpo polar. O núcleo do ovócito maduro torna-se o pronúcleo feminino. Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide fica maior e forma o pronúcleo masculino, e a cauda degenera. As membranas dos prónucleos se dissolvem (anfimixia), os cromossomos se condensam e se dispõem para uma divisão mitótica da célula, a primeira clivagem. O zigoto é um embrião unicelular com 46 cromossomos. A clivagem consiste em repetidas divisões mitóticas do zigoto que resultam no rápido aumento do número de células (blastômeros) que tornam-se menores a cada divisão. Durante a clivagem, o zigoto fica dentro da zona pelúcida que o impede de crescer e de separar, sendo também uma proteção contra a implantação na trompa. Quando se formam 16 blastômeros passa a se chamar mórula. Entra no útero (cerca de 4 dias após a fertilização), a mórula forma em seu interior um espaço cheio de fluido, denominado cavidade blastocística. Esse aumento do fluido separa os blastômeros em duas partes: uma camada celular externa denominada trofoblasto, que dá origem à parte embrionária da placenta, e um grupo de blastômeros de localização central, denominado embrioblasto, que dará origem ao embrião. Embrioblasto + trofoblasto = blastocisto. Após ficar 2 dias nas secreções uterinas, a zona pelúcida degenera e desaparece (hatching – eclosão). A perda da zona pelúcida possibilita o rápido crescimento do blastocisto. Ao ficar flutuando no útero, o embrião é nutrido pelas secreções das glândulas uterinas. Na primeira semana reestabelece-se a diploidia e determina-se o sexo genético. “Idade gestacional”, tem cerca de duas semanas a mais que a idade da fertilização de fato. Os médicos especialistas fazem cálculos aproximados a partir do último dia menstrual (UDM), uma vez que o ovócito só é fertilizado duas semanas depois da menstruação precedente. Nesse caso seria a 3ª semana gestacional. Cerca de 6 dias após a fertilização (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto fixa-se ao epitélio do endométrio pelo polo embrionário. A implantação começa no fim da primeira semana e termina no fim da segunda. O trofoblasto começa a se proliferar rapidamente e a diferenciar-se em duas camadas: citotrofoblasto interno, e sinciciotrofoblasto externo, que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada, na qual não observam-se limites celulares. O sinciciotrofoblasto emite prolongamentos digitiformes que atravessam o epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo, permitindo a implantação do blastocisto no útero. No fim da primeira semana, o blastocisto está implantado superficialmente na camada compacta do endométrio e nutre-se dos tecidos maternos erodidos (o sinciciotrofoblasto produz enzimas que erodem os tecidos maternos e utiliza esse material para se nutrir, forma complexos juncionais. O tecido do endométrio, durante a fase secretora produzem glicogênio e lipídios que ficam soltos no citoplasma). O dano tecidual produz prostaglandinas. Por volta do dia 7, na superfície do embrioblasto voltada para a cavidade do blastocisto aparece uma camada de células, o hipoblasto. RESUMO DA PRIMEIRA SEMANA = o ovócito, varrido pelas fímbrias para a ampola, completa a segunda divisão meiótica quando entra em contato com um espermatozoide. Forma-se um óvulo e um segundo corpo polar. O núcleo do ovócito maduro constitui o pronúcleo feminino. Depois de o espermatozoide penetrar no ovócito, sua cabeça separa-se da cauda e cresce, tornando-se o pronúcleo masculino. A fertilização termina com a anfimixia (fusão dos dois prónucleos) e a formação do zigoto. Ao avançar pela tuba uterina em direção ao útero, o zigoto sofre a clivagem que dá origem aos blastômeros. Cerca de 3 dias após a fertilização a mórula penetra no útero. Logo se forma uma cavidade na mórula, convertendo-a em blastocisto que consiste em embrioblasto, cavidade blastocística e trofoblasto. 4 a 5 dias após a fertilização, a zona pelúcida é descartada e o trofoblasto fixa-se ao epitélio endometrial. O trofoblasto diferencia-se em sinciciotrofoblasto externo e citotrofoblasto interno. O sinciciotrofoblasto invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo subjacente. Concomitantemente forma-se a camada cuboide do hipoblasto na superfície interna do embrioblasto. Ao fim da primeira semana, o blastocisto está implantado superficialmente no endométrio. 
SEGUNDA SEMANA = substâncias envolvidas na implantação: microvilosidades, moléculas de adesão, citocinas, fatores de crescimento, prostaglandinas e metaloproteínas. O sinciciotrofoblasto começa a produzir gonadotrofina coriônica humana (hCG) que vai para o sangue materno nas lacunas do sinciciotrofoblasto. O hCG mantém a atividade do corpo lúteo do ovário durante a gravidez e forma a base dos testes de gravidez. Ao fim da segunda semana o teste já da positivo. Ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto que resultam na formação de um disco embrionário bilaminar, composto por duas camadas: epiblasto e hipoblasto. Acima do hipoblasto está o epiblasto. Aparece uma cavidade no embrioblasto que constitui o primórdio da cavidade amniótica. Logo amnioblastos se separam do epiblasto e formam uma membrana delgada, o âmnio, que envolve a cavidade amniótica. O epiblasto é mais espesso, composto por células colunares altas e voltado para a cavidade amniótica. O hipoblasto, ou endoderma primitivo, é composto por pequenas células cuboides adjacentes à cavidade exocelômica, o hipoblasto forma também o teto da cavidade exocelômica. A membrana + a cavidade exocelômica modificam-se rapidamente, formando o saco vitelino primitivo. Membrana exocelômica + hipoblasto = vesícula umbilical primitiva. Células do endoderma do saco vitelino dão origem a uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o mesoderma extra-embrionário, que envolve o âmnio e o saco vitelino. Durante a formação do âmnio, do disco embrionário e do saco vitelino primitivo, aparecem cavidades isoladas, lacunas, no sinciciotrofoblasto, logo essas lacunas se enchem com sangue materno que provém de capilares endometriais rompidos e de secreções de glândulas uterinas erodidas. O sangue materno também reconhece o hCG. A comunicação dos capilares erodidos com as lacunas representa o início da circulação uteroplacentária. O concepto (embrião + membranas associadas) humano de 10 dias está completamente implantado no endométrio. Durante 2 dias há uma falha no epitélio do endométrio preenchida por um tampão. Por volta do 12º dia o epitélio uterino, quase completamente regenerado, cobre este tampão. A implantação geralmente ocorre na parede posterior do útero. Células deciduais sofrem apoptose e liberam glicogênio e lipídios, o sinciciotrofoblasto englobas essas células em degeneração, criando uma rica fonte de nutrição para o embrião. A reação decidual cria uma barreira inicial à passagem de macromoléculas, igg entre outros, protegendo o embrião contra rejeição pelo corpo da mãe. A função primária da reação da decídua é criar um local imunologicamente privilegiado para o concepto. No embrião de 12 dias, as lacunas sinciciotrofoblásticas adjacentes fundem-se para formar redes lacunares. Os capilares endometriais em torno do embrião implantado tornam-se congestos e dilatados, formando os sinusoides. Os sinusoides são erodidos pelo sinciciotrofoblasto e o sangue materno flui livremente para o interior das redes lacunares. O trofoblasto absorve o líquido nutritivo das redes lacunares, que então é transferido ao embrião. O mesoderma extraembrionário cresce e surgem no seu interior espaços celômicos extraembrionários isolados. Os espaços rapidamente se fundem e formam uma grande cavidade isolada, o celoma extraembrionário. Essa cavidade preenchida por líquido envolve o âmnio e a vesícula umbilical. Com a formação do celoma, a vesícula diminui de tamanho e se forma uma vesícula umbilical secundária, sendo que uma grande parte da vesícula primária se destaca. O fim da segunda semana é caracterizado pelo surgimento das vilosidades coriônicas primárias. As projeções do sinciciotrofoblasto são invadidaspelo citotrofoblasto, formando as vilosidades primárias. As vilosidades formam colunas com revestimentos sinciciais. As extensões celulares crescem para dentro do sinciciotrofoblasto. O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: mesoderma somático extraembrionário que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio, mesoderma esplâncnico extraembrionário que envolve a vesícula umbilical. O somático extraembrionário e as duas camadas de trofoblasto formam o córion que forma a parede do saco coriônico, dentro do qual o embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos pelo pedículo. O celoma extraembrionário é agora chamado de cavidade coriônica. No 14º dia as células hipoblásticas tornam-se cilíndricas e formam a placa precordal indica o futuro local da boca e é um importante organizador da região da cabeça. O blastocisto geralmente se implanta na parede posterior do útero, mas pode acabar se implantando em várias parte do útero, resultando em uma gravidez ectópica, pode ser ovariana, tubária ou abdominal. Nas abdominal, em casos muito raros, o concepto abdominal morre, não é detectado e torna-se calcificado, formando um “feto de pedra” chamado litopédio. Quando se implanta no colo cervical também é considerada ectópica. Durante a gravidez, o endométrio é designado como decídua (deciduus, uma queda), porque é a camada do útero que irá descamar no parto. Conforme a sua localização, a decídua pode ser subdividida em:
• decídua basal, que está entre o embrião e o miométrio;
• decídua capsular, que está entre o embrião e a luz do útero, e
• decídua parietal, que é o restante da decídua.
 RESUMO DA IMPLANTAÇÃO = a zona pelúcida se degenera, o blastocisto adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto se diferencia em sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto, os tecidos endometriais são erodidos pelo sinciciotrofoblasto e o blastocisto começa a penetrar o endométrio. Surgem lacunas cheias de sangue no sinciciotrofoblasto, o blastocisto penetra o epitélio endometrial e a falha no endométrio é preenchida por um tampão. Uma rede lacunar se forma por fusão das lacunas adjacentes, os vasos sanguíneos endometriais erodidos pelo sinciciotrofoblasto permitem que o sangue materno entre nas redes lacunares e saia delas, estabelecendo assim a circulação uteroplacentária. RESUMO DA SEGUNDA SEMANA = A rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto ocorre enquanto o blastocisto completa sua implantação no endométrio. As mudanças no endométrio resultantes da adaptação desses tecidos para prepará-los para a implantação são conhecidas como reação decidual. Simultaneamente, a vesícula umbilical primitiva se forma e o mesoderma extraembrionário se desenvolve. O celoma extraembrionário forma-se a partir de espaços que se desenvolvem no mesoderma embrionário. Mais tarde, o celoma extraembrionário torna-se cavidade coriônica. A vesícula umbilical primitiva diminui e desaparece gradativamente com o desenvolvimento da vesícula umbilical secundária. A cavidade amniótica surge como um espaço entro o citotrofoblasto e o embrioblasto. O embrioblasto se diferencia em um disco embrionário bilaminar que consiste no epiblasto, voltado para a cavidade amniótica, e no hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística. A placa precordal desenvolve-se como um espessamento local do hipoblasto, que indica a futura região cefálica do embrião e o futuro local da boca; a placa precordal também é um importante organizador da região da cabeça. TERCEIRA SEMANA = os sintomas da gravidez podem ocorrer no final da terceira semana. O sangramento vaginal no período esperado da menstruação não exclui a gravidez porque ás vezes há uma pequena perda de sangue do local de implantação do blastocisto. O sangramento da implantação resulta do extravasamento de sangue a partir de uma abertura no epitélio de revestimento do endométrio para a cavidade uterina proveniente das redes lacunares rompidas no blastocisto implantado. É nessa semana que o embrião está mais exposto à mal formações. Eventos principais da terceira semana: Aparecimento da linha primitiva, desenvolvimento da notocorda e diferenciação de 3 camadas germinativas. A gastrulação é o processo de formação pelo qual as três camadas germinativas e a orientação axial são estabelecidas nos embriões. Durante a gastrulação o disco embrionário bilaminar é convertido em trilaminar. A gastrulação é o início da morfogênese e o evento principal durante a terceira semana. Durante esse processo o embrião é chamado de gástrula. 
O primeiro sinal morfológico da gastrulação é a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto. No começo da terceira semana, uma faixa linear espessada do epiblasto – linha primitiva – aparece caudalmente no plano mediano. Essa linha é resultado da proliferação e do movimento das células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Vai se alongando pela adição de células à sua extremidade caudal, a sua extremidade cefálica prolifera para formar um nó primitivo. Simultaneamente, um sulco primitivo se desenvolve na linha primitiva e é contínuo com uma pequena depressão no nó primitivo, a fosseta primitiva. A linha primitiva divide o embrião em direito e esquerdo, as extremidades caudal e cefálica e as superfícies dorsal e ventral. Logo após o aparecimento da linha primitiva, as células se alongam, perdem sua lâmina basal, deixam de expressar as E-caderinas, desprendendo-se das suas vizinhas, adquirem uma morfologia em garrafa, já que a parte apical se estreita pelo deslizamento dos filamentos de actina, e migram (ingressão). Depois de deixar a linha primitiva, tornam-se estreladas devido aos pseudópodos e são denominadas células mesenquimais, formam o mesênquima que forma os tecidos de sustentação do embrião. Mesênquima -> mesoblasto -> mesoderma embrionário ou intra embrionário. O movimento de células através da linha primitiva produz um sulco, o sulco primitivo, e a saída de células do nó primitivo forma a fosseta primitiva (O sulco primitivo e a fosseta primitiva resultam da invaginação das células epiblásticas). As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto, formando o endoderma embrionário no teto da vesícula umbilical. As células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma embrionário. As células que migram pela linha primitiva podem ter 2 destinos: Substituem as células do hipoblasto que revestiram a blastocele e constituem o endoderma (algumas células hipoblásticas originais são incorporadas ao endoderma), ou as células da linha primitiva que se espalham lateral e cranialmente entre o epiblasto e o endoderma estabelecem o mesoderma. O epiblasto é agora chamado de ectoderma. Embrião: disco tridérmico (trilaminar), com três camadas germinativas: o ectoderma, o mesoderma e o endoderma, sendo que todas essas camadas se originaram do epiblasto. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgãos específicos:
O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, ao SNC e SNP, aos olhos, orelhas internas; e as células da crista neural, a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. 
O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos tratos respiratório e gastrointestinal, incluindo as glândulas que se abrem no trato gastrointestinal e as células glandulares dos órgãos associados, tais como fígado e pâncreas. 
O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas e ao revestimento dos vasos sanguíneos, a todas as camadas de músculo liso visceral, ao revestimentos serosos de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas reprodutor e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagem, os ossos, os tendões, os ligamentos, a derma e o estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos. 
A linha primitiva sofre mudanças degenerativas e desaparece no final da quarta semana. Células mesenquimaismigram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva, formando o processo notocordal, o processo adquire luz e passa a se chamar canal notocordal. O processo notocordal cresce cefalicamente entre o ectoderma e o endoderma até alcançar a placa precordal. Conforme o processo notocordal se alonga, a linha primitiva se encurta. No final da terceira semana, o processo notocordal é transformado na notocorda. A placa precordal é primórdio da membrana bucofaríngea. Algumas células mesenquimais da linha primitiva e do processo notocordal migram lateralmente e em sentido cranial entre o ectoderma e o endoderma, até atingirem as margens do disco embrionário. Caudalmente à linha primitiva se forma a membrana clocal. Há duas regiões onde o ectoderma se mantém aderido ao endoderma: a membrana bucofaríngea e a membrana cloacal. Como não há mesoderma interposto, a falta de irrigação sanguínea levará à degeneração dessas membranas futuramente, resultando na boca e no ânus, respectivamente. A notocorda em desenvolvimento estimula o ectoderma, para se espessar e formar a placa neural e o primórdio do SNC. O assoalho do processo notocordal funde-se ao endoderma, há uma degeneração gradual, formando aberturas no assoalho e permitindo a comunicação do canal notocordal com o saco vitelino. O assoalho desaparece e forma placa notocordal. Placa notocordal se dobra e forma a notocorda. Há uma proliferação celular da notocorda. A parte proximal do canal notocordal persiste temporariamente, como o canal neuroentérico (comunicação entre sacos amniótico e vitelino). A notocorda separa-se do endoderma do saco vitelino e fica contínua. A notocorda define o eixo primitivo dando certa rigidez ao embrião, induz a formação da coluna vertebral, é a base para desenvolvimento do esqueleto axial, indica o local dos futuros corpos vertebrais e, como já foi dito, induz a formação do sistema nervoso. No embrião de 18 dias a notocorda estende-se da membrana bucofaríngea até o nó primitivo e o canal neuroentérico desaparece. O alantoide surge no 16º dia e está envolvido na formação inicial do sangue e no desenvolvimento da bexiga. Os vasos sanguineos do alantóide tornam-se artérias e veias umbilicais. O alantóide permanece pequeno porque a placenta e o saco amniótico assumem sua função. 
 
NEURULAÇÃO: é a formação da placa neural e pregas neurais, começa na 3º semana e termina na 4ª. O ectoderma acima da notocorda se espessa e forma a placa neural. O neuroectoderma origina várias outras estruturas, como por exemplo a retina. Enquanto a notocorda se alonga, a placa neural se alarga e se estende cefalicamente até a membrana bucofaríngea, pra frente dessa membrana existe a área cardiogênica, que vai para seu lugar correto durante o dobramento do embrião. A placa neural ultrapassa a notocorda e no 18º dia se invagina, formando o sulco neural com pregas neural de ambos os lados. As pregas neurais proeminentes são o primeiro sinal de desenvolvimento do encéfalo. Ocorre a elevação das bordas laterais e essa elevação deve-se a mudança na forma das células, de colunar para piramidal. No final da 3ª semana as pregas se fundem e formam o tubo neural. O tubo neural originará o SNC. Quando o tubo neural se separa do ectoderma da superfície, as células da crista neural migram dorsalmente de cada lado do tubo neural e formam uma massa achatada e irregular, a crista neural. A crista neural dá origem aos gânglios neurais, nervos cranianos e espinhais, meninges, células pigmentares, da medula da supra renal e componentes musculares e esqueléticos. 
 
A neurulação (quando a placa dobra-se e forma o tubo) ocorre do meio para as extremidades, como dois zíperes fechando em sentidos opostos. As extremidades, denominadas neuróporos, são fechadas por último, o anterior fecha-se no 25º dia (quarta semana) e o posterior no 27º dia. Os neuróporos comunicam o canal central com a cavidade amniótica. O não fechamento do neuróporos anterior leva à anencefalia, não há formação do tronco encefálico, o termo certo seria meroanencefalia. O alongamento do embrião força as extremidades da placa neural no sentido longitudinal, o que impulsiona o seu dobramento. A deficiência em ácido fólico tem uma alta relação com a incidência de anencefalia. O ácido fólico é uma vitamina do complexo B e é encontrado em vegetais, principalmente os com folhas escuras, frutas e cereais. Mesoderma de cada lado da notocorda espessa-se e forma colunas longitudinais de mesoderma paraxial, as colunas paraxiais, a partir da extremidade cefálica começam a se dividir em pares de somitos (divisão começa na parte cefálica para caudal). O mesoderma se diferencia em: paraxial (ao lado do eixo do embrião), intermediário e lateral. Os somitos (vêm do paraxial) são formados do 20º ao 30º dia de gestação, sendo 3 pares de somitos por dia e o primeiro par aparece no fim da 3ª semana. Eles originam a maior parte do esqueleto axial e músculos associados e a derme da pele adjacente. Somitos são agregados compactos de células mesenquimais, a partir dos quais as células migram e dão origem a vértebras, costelas e musculatura axial. QUARTA SEMANA = começa a organogênese, que constitui a maior parte do período embrionário, todas as principais estruturas internas e externa se estabelecem. No final os principais sistemas de órgãos já começaram a se desenvolver, embora o funcionamento da maioria seja mínimo, com exceção do sistema cardiovascular. A organogênese termina no final da oitava semana e o embrião já se apresenta com um aspecto humano. No período da quarta a oitava semana os tecidos e órgão estão se diferenciando rapidamente e a exposição dos embriões a teratógenos durante esse período pode causar grandes anomalias congênitas. Teratógenos são agente como drogas e vírus, que produzem ou aumentam a incidência de anomalias congênitas. O dobramento do embrião é um importante acontecimento no estabelecimento da forma do corpo, porque o embrião deixa de ser um disco embrionário trilaminar para ser um embrião mais ou menos cilíndrico. Ele dobra-se nos planos longitudinal e transversal, tornando-se curvado e tubular. O ectoderma reveste a superfície externa e o endoderma, a interna. Esse dobramento produz as pregas cefálica e caudal. Dobramento no plano mediano/longitudinal – O dobramento ventral das extremidades do embrião produz as pregas cefálica e caudal, que levam as regiões cefálicas e caudal a se deslocarem ventralmente, enquanto o embrião de alonga cefálica e caudalmente. Faz com que a porção mais cranial do tubo neural projete-se para frente e para baixo, ultrapassando a membrana bucofaríngea e a área cardiogênica. O encéfalo será a estrutura mais cranial do embrião, e as áreas que originarão a boca e o coração são trazidas ventralmente, passando a ocupar a posição que possuem no adulto. (Imagem mostra prega cefálica). Prega cefálica: as pregas neurais da região cefálica tornaram-se mais espessas para formar o primórdio do encéfalo. Inicialmente o encéfalo projeta-se para a cavidade amniótica. Posteriormente o encéfalo anterior cresce em direção cefálica, para além da membrana orofaríngea, e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que o septo transverso, coração primitivo, celoma pericárdico e membrana bucofaríngea se descolam para a posição ventral. Durante o dobramento, parte do endoderma da vesícula umbilical é incorporada ao embrião formando o intestino anterior, que é o primórdio da faringe, esôfago e do sistema respiratório inferior, o intestino situa-se entre o encéfalo e o coração. Prega caudal: dobra-se caudalmente em decorrência do crescimento da parte distal do tubo neural, que é primórdio da medula espinhal. A medida que o embrião cresce a eminência caudal se projeta sobre a membrana cloacal, como na cefálica, parte do endoderma é incorporado ao embrião, formando o intestino posterior. A linha primitiva assume posição caudal. O pedículo de conexão – primórdio do cordão umbilical – prende-se à superfície ventral do embrião, e o alantoide, um divertículo da vesículaumbilical, é parcialmente incorporado ao embrião. O intestino médio fica aberto, fazendo contato com o resto do saco vitelino. Dobramento no plano horizontal: o dobramento lateral do embrião leva à formação das pregas laterais direita e esquerda, esse dobramento é resultado do rápido crescimento da medula espinhal e dos somitos. Os primórdios da parede ventrolateral dobram-se ventralmente formando um embrião cilíndrico. Com a formação das paredes abdominais, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embrião, formando o intestino médio, que é primórdio do intestino delgado. Forma-se o pedículo vitelínico – comunicação com o saco vitelínico. Âmnio ligado ventralmente por uma região umbilical estreita. Pedículo do embrião se transforma no cordão umbilical. Cavidade amniótica se expande e o âmnio passa a formar o revestimento do cordão umbilical. 
Ingrid Alves Rottava

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