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Competência

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DIREITO Processual do trabalho
ROTEIRO DE ESTUDO 2 
	Material de estudo:
Legislação básica: CLT, CPC, Lei de Execução Fiscal
Jurisprudência: Súmulas, Orientações Jurisprudenciais, decisões
Doutrina: Curso de Direito Processual do Trabalho – Renato Saraiva; Curso de Direito Processual do Trabalho – Mauro Schiavi ; Direito Processual do Trabalho – Carlos Henrique Bezerra Leite. Outras também previstas no plano de ensino.
Para estuda nossa disciplina é fundamental o estudos das Súmulas e Orientações Jurisprudências. É preciso ler a CLT, os artigos que se referem ao Processo do Trabalho – a partir do artigo 625 consolidado. 
1. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Para entender sobre o tema competência é necessário, primeiramente, saber o que é Jurisdição. 
JURISDIÇÃO: esta palavra vem de iuris dicere, ou dicção do direito, portanto, trata-se do poder que o juiz tem de dizer o direito nos casos concretos. Todo juiz está investido nesse poder. 
Dessa forma, Juridição consiste no poder/dever do Estado de prestar a tutela jurisdicional a todo aquele que tenha um pretensão resistida por outrem, aplicando a regra jurídica à celeuma. 
A competência da Justiça do Trabalho está prevista no artigo 114 da Constituição Federal. Esse artigo foi alvo da Reforma do Judiciário, viabilizada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, que trouxe grande importância ao tema competência no âmbito trabalhista, uma vez que esta foi ampliada de forma significativa. 
O exercício da jurisdição pelo Estado restabelece a ordem jurídica, mediante eliminação do conflito de interesses que ameaça a paz social.
A jurisdição, portanto, é una e indivisível.
Nesse contexto, podemos conceituar competência como a medida da jurisdição, ou seja, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional.
As regras fixadoras da competência se encontram dispostas na Carta Maior e nas leis
infraconstitucionais.
Diversos critérios para determinação da competência foram criados, levando-se em conta a matéria (ratione materiae), as pessoas (ratione personae), a função (ou hierarquia) ou o território (ratione loci).
O tema competência na seara trabalhista ganhou grande importância em função da alteração introduzida pela EC 45/2004, a qual, ao modificar a redação do art. 114, ampliou, consideravelmente, a competência material da Justiça do Trabalho, razão pela qual procuraremos analisar regras e peculiaridades envolvendo o tema.
É importante destacar que a competência em razão do valor, é pacífico não ser aplicável ao processo do trabalho. Assim, independentemente do valor, a reclamação trabalhista será processada perante o Juiz da Vara do Trabalho, da mesma forma, o dissídio coletivo será processado no tribunal, sem restrição quanto ao valor envolvido. 
1.1. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA
A competência em razão da matéria é definida em função da natureza da lide descrita na peça inaugural, ou seja, a competência é firmada em função dos pedidos contidos na petição inicial.
No âmbito da Justiça laboral, a competência material e em razão da pessoa tem como fundamento jurídico principal o art. 114 da Carta Maior.
Vejamos a nova redação do art. 114 da Carta Maior:
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, hábeas corpus e hábeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisidição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
102, I, o; 
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.”
a) - Ações oriundas da relação de trabalho
A Justiça do Trabalho é competente para julgar relações de trabalho, e não somente de emprego.
Relação de Trabalho é toda relação jurídica que resulte da prestação de serviços realizados por pessoa física, labor humano. Pressupõe uma vinculação entre dois sujeitos, tendo por objeto a prestação de um serviço.
Relação de emprego envolve apenas o trabalho subordinado.
A Relação de Trabalho é gênero da qual a relação de emprego é uma espécie. Toda relação de emprego corresponde a uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho corresponde a uma
relação de emprego.
Quando se fala em relação de trabalho, incluem-se a relação de emprego, a relação de trabalho autônomo, eventual, avulso, voluntário, estágio e a relação de trabalho institucional.
Portanto, após a EC 45/2004, passou a Justiça do Trabalho a ter competência para processar e julgar qualquer relação de trabalho e não só a relação de emprego.
Desse modo, um pedreiro, um pintor, um marceneiro, ou qualquer outro profissional autônomo que não receber pelos serviços prestados, embora não seja empregado do tomador de serviços em função da ausência de subordinação, ajuizará eventual demanda perante a Justiça laboral.
Logo, o Poder Judiciário trabalhista passa a ter competência para análise de todos os conflitos decorrentes da relação de trabalho em sentido amplo.
Caso o litígio envolva relação de consumo, ou seja, a discussão gire em torno da aplicação do Código de Defesa do Consumidor, entendemos que a Justiça do Trabalho não terá competência para processar e julgar a demanda, uma vez que a pretensão deduzida em juízo não está afeta à relação de trabalho.
Todavia, se o litígio entre o prestador de serviços e o consumidor abranger a relação de trabalho existente entre ambos, como no caso de não recebimento pelo fornecedor pessoa física do numerário contratado para a prestação dos respectivos serviços, não há dúvida que a Justiça do Trabalho será competente para processar e julgar a demanda.
Em relação às ações acidentárias (previdenciárias) decorrentes de acidente de trabalho, embora envolvam situações decorrentes da relação de trabalho não se encontram na esfera da competência material da Justiça do Trabalho, sendo a Justiça Ordinária (Varas de Acidente de Trabalho) competente para processar e julgar ação acidentária proposta pelo empregado (acidentado segurado) em face do INSS
(seguradora), conforme previsto no art. 643, § 2º, da CLT.
b) Entes de Direito Público Externo 
No que se refere à competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que não que se falar em “imunidade de jurisdição”, possuindo a Justiça laboral competência para processar e julgar demanda envolvendo entes de direito público externo, EXCETO NAQUELAS HIPÓTESES EM A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO ENCONTRAR-SE AMPARADA NA CONVENÇÃO DE PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DAS NAÇÕES UNIDAS (RE 578543, Rel. Min. Teori Zavascki, RE 607211, Rel. Min. Luiz Fux). OJ 416 SDI-1.
No entanto, permanece o entendimento da Suprema Corte de que o ente de direito público externo possui “imunidade de execução”, ou seja, embora tenha a Justiça laboral competência para processar e julgar demanda envolvendo ente estrangeiro, não possui competência para executar seus julgados, devendo socorrer-se aos apelos diplomáticos, mediante a denominada carta rogatória.O STF, portanto, firmou entendimento de que as pessoas jurídicas de direito público externo mantêm como prerrogativa institucional a imunidade de execução, ressalvadas as hipóteses excepcionais de renúncia por parte do Estado Estrangeiro à prerrogativa da intangibilidade dos seus próprios bens ou da existência em território brasileiro de bens que, embora pertencentes ao ente externo, não tenham qualquer vinculação com as finalidades essenciais inerentes às de legações diplomáticas ou representantes consulares mantidas no Brasil.
c) Servidores da Administração Pública
Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito Público externo e da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Contudo, o STF na ADI nº 3395, repetindo o entendimento já expostos na ADI 492, tornou defeso à Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e os servidores a ele vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico-administrativo.
Conclui-se, que em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público estatutário, este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. Também não poderá demandar na Justiça do Trabalho o servidor contratado pelo ente público, temporariamente, por regime especial previsto em lei municipal ou estadual, à luz dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, pois toda contratação temporária apresenta índole administrativa, se previsto regime especial em lei própria.
Assim, o processamento de litígios entre servidores temporários e a Administração Pública na Justiça do Trabalho afronta a autoridade da decisão exarada na ADI 3.395-MC/DF, o que levou os ministros do Plenário do STF, no exame do Recurso Extraordinário nº 573.202-9/AM, em 21/8/2008, a darem repercussão geral à referida decisão, implicando, nos termos dos artigos 543-A e 543-B do CPC (Lei 11.418/2006), a objetivação do julgamento emitido pelo STF, ou seja, os casos análogos serão decididos exatamente no mesmo sentido daquele deliberado pelo órgão pleno no RE 573.202/AM.
Dessa forma, o TST cancelou a OJ 205 da SBDI-2, que previa a competência da Justiça do Trabalho quando alegado o desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração para atendimento de necessidade permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial. Sendo assim, é possível ajuizar RT contra Administração Pública, direta ou indireta, na Justiça do Trabalho quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELESTISTA.
Portanto, se o servidor da administração pública direta, indireta, autárquica ou fundacional for regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, será a justiça laboral competente para conciliar e julgar os dissídios entre o denominado “empregado público” e a administração pública.
A empresa pública e a sociedade de economia mista que, nos termos do art. 173, § 1º, II, da CF/1988, explorem atividade econômica, serão submetidas ao regime próprio das empresas privadas, constituindo-se em pessoas jurídicas de direito privado, com empregados regidos pela norma consolidada.
A Súmula 97 do STJ dispõe que, se houver mudança de regime do servidor de celetista (contratual) para estatutário, permanece a competência da Justiça do Trabalho em relação aos direitos oriundos do contrato celetário.
Por sua vez, a Súmula 137 do STJ menciona que compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário.
d) Ações que envolvam o Direito de Greve 
O artigo 114, II da Constituição, com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, atribui
expressamente à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações que envolvem exercício
de greve, havendo a possibilidade do manejo, nesta hipótese, de ações individuais e/ou coletivas.
O exercício abusivo do direito de greve pode gerar o manejo de ações coletivas disciplinadas nos § § 2º e 3º do art.114 da Constituição (dissídio coletivo de greve proposto pelo sindicato patronal, empresa ou Ministério Público).
Por outro lado, o exercício irregular do direito de greve também pode gerar a propositura de ações individuais (de competência da Justiça do Trabalho), como as ações de reparação propostas pela empresa ou qualquer interessado em face de danos causados pelo sindicato profissional ou mesmo pelos trabalhadores em função de uma greve abusiva.
e) Ações sobre representação sindical 
De acordo com o art. 114, III da Constituição, competem à Justiça do Trabalho as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores.
Antes da EC 45/2004, tais conflitos somente eram decididos incidentalmente na Justiça do Trabalho, pois somente a Justiça Comum tinha competência para solucionar a matéria com força de coisa julgada.
Agora, os conflitos, tanto versando sobre a representatividade dos sindicatos (ex: disputa de qual é o sindicato representativo com base na regra da unicidade sindical), quanto à própria representação dos sindicalizados (ex: impugnação de eleições sindicais), devem ser submetidos à Justiça do Trabalho, órgão
mais afeito à aplicação da legislação sindical do que a justiça estadual.
f) Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data
O novo art. 114, IV, da Cf/1998 estabeleceu como competência da Justiça do Trabalho processar e julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. 
Uma das grandes novidades é a possibilidade de impetração de mandado de segurança perante a Vara do Trabalho (primeiro grau de jurisdição), evidentemente quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. 
No que atine à prisão do depositário infiel, o STF editou a Súmula Vinculante 25, estabelecendo que é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. 
Em relação ao habeas data, a Carta Maior, doravante, permite o manejo desse remédio na seara trabalhista, para possibilitar ao trabalhador o acesso a dados pessoais constantes de bancos de dados em poder do Estado e do próprio empregador. Objetiva o habeas data, portanto, salvaguarda os direitos da personalidade, por meio da autodeterminação informativa, protegendo-se o direito à intimidade e à vida privada. 
g) CONFLITOS DE COMPETÊNCIA
A nova redação do art. 114, V, da CF confere alçada para a Justiça do Trabalho examinar os conflitos de competência apenas entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvando o disposto no art. 102, I, o da Constituição, que impõe ao Supremo Tribunal Federal o julgamento dos conflitos entre o Superior Tribunal
de Justiça e quaisquer tribunais, entre tribunais superiores ou entre estes e qualquer outro tribunal.
Os conflitos de competência serão resolvidos:
· Pelos TRTs, quando suscitado entre Varas do Trabalho da mesma região, entre juízes de direito
investidos na jurisdição trabalhista da mesma região, ou entre Varas do Trabalho e juízes de direito
investidos na jurisdição trabalhista (na mesma região).
· Pelo TST, quando suscitado entre TRTs, entre Varas do Trabalho e juízes de direito investidos na
jurisdição trabalhista, sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes.
· Pelo Superior Tribunal de Justiça, quando suscitado entre Vara do Trabalho e juiz de direito não
investido na jurisdição trabalhista.
· Pelo Supremo Tribunal Federal, quando suscitado entre o TST e órgão de outros ramos do
Judiciário.
Vale mencionar que, em virtude da hierarquia, não se configura conflito de competência entre TRT e
Vara do Trabalho a ele vinculada.
h) AÇÕES DE INDENIZAÇÃO
A Constituição Federal estipulou no inciso VI do art. 114a competência material da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
Portanto, o novo art. 114, VI, da CF/1988 consagra definitivamente o entendimento de que qualquer ação de dano moral ou patrimonial proposta pelo empregado em face do empregador ou vice-versa, quando decorrente da relação de trabalho, será de competência material da Justiça do Trabalho, posicionamento este que já era adotado pelo Supremo Tribunal Federal, mesmo antes da EC 45/2004.
O Tribunal Superior do Trabalho, em relação ao dano moral, também adotou semelhante posicionamento.
Convém ressaltar que em relação às ações acidentárias, ou seja, lides previdenciárias derivadas de acidente de trabalho promovidas pelo trabalhador segurado em face da seguradora INSS, a competência será da Justiça Comum e não da justiça do trabalho.
i) EXECUÇÃO DE OFÍCIO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
A redação anterior do art. 114, § 3º, da CF/1988, fruto da EC 20/1998, já havia ampliado a competência material da Justiça do Trabalho para também executar, de ofício, as contribuições previdenciárias devidas em decorrência das decisões proferidas pelos juízes e tribunais do trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo.
Destaque-se que, posteriormente à EC 20/1998, a Lei 10.035/2000 acrescentou diversos artigos à Consolidação das Leis do Trabalho sobre a matéria.
A contribuição previdenciária somente incidirá sobre as parcelas de natureza salarial, e não sobre as parcelas de natureza indenizatória, devendo o magistrado sempre indicar, na sentença ou no acordo homologa, a natureza jurídica das parcelas, conforme determina o art. 832, § 3º, da CLT. 
j) OUTRAS CONTROVÉRSIAS DA RELAÇÃO DE TRABALHO
Entendemos que o inciso IX do novo art. 114 da CF, estabelecendo a competência material da Justiça do Trabalho para processar e julgar outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, é totalmente desnecessário, uma vez que se trata de mera repetição do disposto no inciso I do mesmo art. 114, que já confere esta competência à Justiça Especializada laboral.
Em síntese, pelo regime anterior competia à Justiça do Trabalho, mediante lei, conhecer outros litígios decorrentes da relação de trabalho, o que desapareceu com o novo texto constitucional, passando a
Justiça do Trabalho a atuar em qualquer demanda envolvendo relação de trabalho.
1.2. COMPETÊNCIA FUNCIONAL
Competência das Varas do Trabalho: art. 652, CLT
Competência dos TRTs: art. 678/680, CLT. 
Competência do TST: Lei n.º 7.701/1988.
A Justiça do Trabalho é competente para julgar:
PONTOS IMPORTANTES: 
Nos termos da súmula 389, I, do TST, compete a Justiça do Trabalho julgar as ações em que se postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego.
Em relação ao acidente do trabalho, vale destacar que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar tanto as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado contra o empregador, como também as movidas pelos sucessores contra o empregador. 
Súmulas inerentes à competência 
Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa
privada. DOU 11/12/2009.
Cumpre destacar que a Justiça do Trabalho não tem competência para apreciar controvérsias decorrentes do exercício do direito de greve pelo servidor público estatutário, uma vez que o STF, na ADI 3395, excluiu da competência da Justiça do Trabalho as ações que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores estatutários oriundas das relações de trabalho, tal como é a greve.
Súmula 363, STJ. Competência - Processo e Julgamento - Ação de Cobrança - Profissional Liberal Contra Cliente.
Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.
Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. DOU 23/12/2009.
O inciso IV do artigo 114 da CF/88 confere à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolver matéria de sua jurisdição. Entretanto, vale mencionar que o STF, na ADI nº 3.684, concedeu liminar com efeito extunc para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações penais.
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição. [Art. 795, § 1º, CLT e Art. 113, CPC]
A incompetência material da Justiça do Trabalho deve ser alegada em preliminar de contestação e por
exceção de incompetência.
1.3. COMPETÊNCIA TERRITORIAL
A regra para a definição da competência territorial na Justiça do Trabalho é o LOCAL DA PRESTAÇÃO de serviços, tratada no art. 651 da CLT.
Esse artigo da CLT é composto por três parágrafos que preveem exceções à regra geral apresentada pelo caput.
a) Empregado agente ou viajante comercial: [Art. 651, § 1º, CLT]
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os empregados brasileiros trabalhando no
estrangeiro: [Art. 651, § 2º, CLT]
§ 2º – A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
A grande questão é a seguinte: qual a legislação aplicável quando o empregado brasileiro é contratado no Brasil para trabalhar em outro país?
A Súmula 207 do TST estabelecia que “A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação”. 
Desse modo, no caso do empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro por empresa sem sede no Brasil a legislação aplicável seria a do local da prestação dos serviços. [Súmula 207, TST].
No entanto, referida Súmula foi cancelada em abril de 2012, prevalecendo o entendimento de que o princípio da territorialidade deixa de ser aplicado ao brasileiro que trabalhe no exterior, ou seja, será aplicada a legislação brasileira. 
> Da Incompetência em razão do território 
Caso a reclamatória trabalhista seja ajuizada em local diverso daquele onde ocorreu a prestação de
serviços, na audiência de instrução e julgamento pode ser apresentada Exceção de Incompetência
Territorial. Se esta Exceção não for apresentada, a competência prorroga-se, pois trata-se de competência relativa.
Não há compatibilidade entre o artigo 63 do Código de Processo Civil, que permite às partes instituírem o foro de eleição, e o Direito Processual do Trabalho .

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