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RELATÓRIO DO EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DE VAPOR DE UM LÍQUIDO PURO A DIFERENTES TEMPERATURAS. ANANDA RIBEIRO COSTA VASCONCELOS LUZ TAMIRES MARIEL MUNIZ MILHAZES Salvador-BA Março / 2013 Universidade Federal da Bahia Instituto de Química Curso de Graduação em Química 2 1. OBJETIVO Determinar a pressão de vapor do líquido utilizando um processo dinâmico Estabelecer a dependência da pressão de vapor de um líquido com a Temperatura Determinar o calor de vaporização do líquido. 3. REVISÃO DA LITERATURA Com base na literatura a pressão de vapor é a pressão exercida pelo vapor quando ocorre o equilíbrio deste estado com o estado líquido e esta diretamente relacionada com as forças de intermoleculares que formam esse líquido e a temperatura do sistema. Isso implica em uma maior força atrativa entre as moléculas de um líquido quanto maior for a pressão de vapor. A pressão de vapor é uma propriedade medida apenas no equilíbrio líquido-vapor. Na termodinâmica, a grandeza que mede a máxima energia de um sistema teoricamente passível de ser deste removida na forma de calor é a entalpia, sendo esta representada por H e não possui valor absoluto conhecido, só sendo possível o calculo da sua variação. dH = dU + d(PV) (Eq. 1) A variação de entalpia pode ser calculada em função de uma mudança de fase, na qual a substância pode está pura ou suas fases estão em equilíbrios à temperatura e pressão constantes. (Eq. 2) (Eq. 2.1) (Eq. 2.2) (Eq. 2.2) 3 As equações 2 a 2.2 demonstram que a variação de entalpia nas condições do experimento corresponde à quantidade de calor necessária para que ocorra a mudança de fase da substância. Nas fases condensadas, cada molécula tem uma considerável energia potencial negativa resultante das forças atrativas entre as moléculas que é denominada de energia coesiva molar (-U). Esta é, portanto, a energia associada a todas as interações moleculares em 1 mol do material. Ela representa a energia necessária para afastar as moléculas umas das outras no momento da passagem do estado líquido (ou sólido) para o estado gasoso ideal. [1] Com base na energia coesiva molar é possível a determinação da solubilidade de uma determinada substância num soluto específico, pois se sabe que se a energia liberada no processo de solubilização for menor que a energia coesiva, a solubilidade da substância naquele determinado solvente é baixa. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 Materiais e Reagentes - 1 Placa de aquecimento ‐ Cabeçote de destilação bifurcado - Bomba de vácuo - Condensador de refluxo - 1 Termômetro ‐ Aquecedor ou manta de aquecimento - Balão de contenção do líquido - Borracha para vácuo. - Fragmentos de porcelana porosa - Água destilada ‐ Reservatório estabilizador de pressão 4.2 Procedimento Figura 1. Sistema de determinação da pressão de vapor 4 O sistema utilizado na determinação da pressão de vapor de um líquido puro foi previamente montado no laboratório e está representada pela figura 1. Este sistema foi vedado e as ligações realizadas com mangueira para o vácuo, sendo estas não muito longas. O balão de destilação acoplado a esse sistema contém 100 mL de água destilada, com alguns fragmentos de porcelana porosa, o bulbo do termômetro está na altura da saída para o condensador e envolto em uma camada fina de algodão. O agitador magnético e o aquecedor (B) foram ligados. Após isso foi ligada a bomba (G) e fechado a pinça (P) que estava contida nela. A pressão do sistema diminui e o manômetro acusou a diferença em relação à pressão ambiente. Usando o parafuso de regulagem da bomba diminuiu-se a pressão lentamente até o mínimo possível. A pressão deverá se manter constante. Aguardou-se que o líquido entrasse em ebulição. E foi observada a elevação de temperatura no termômetro (C). O equilíbrio líquido‐vapor foi estabelecido quando a temperatura permaneceu constante e isto foi observado por, pelo menos, 2 minutos. Anotou-se esta temperatura e as alturas das colunas de mercúrio do manômetro. Em seguida, Abriu-se lentamente o parafuso de regulagem da bomba para aumentar a pressão de forma a variar a altura da coluna de mercúrio em 1,0 cm. Repetiu-se os procedimentos acima para outros valores de pressão variando a altura da coluna de mercúrio de 1cm, 1cm, 2cm, 2cm, 3cm, 3cm, 4cm. Após a última leitura, o parafuso da bomba foi aberto lentamente e ao máximo e posteriormente a pinça para que o sistema retornasse à pressão atmosférica. Desligou-se a bomba. 5 A determinação da pressão ambiente foi realizada com o barômetro, (Figura.2), que consiste de um tubo de vidro fechado em uma das extremidades (A), Reservatório de mercúrio (B), Mergulhador (C), Regulador da altura do mergulhador (D), Pino de referência da altura do mercúrio no reservatório (E) e Escala com Vernier (F). Para obtermos o valor da pressão ambiente adotamos o seguinte procedimento: 1) Lemos a temperatura ambiente no termômetro acoplado ao barômetro. 2) Ajustamos a altura do mercúrio no reservatório de forma a apenas tocar o pino “E”. 3) Foi efetuada a leitura da altura da coluna de mercúrio no tubo. 4) Corrigiu-se a leitura para 0ºC, usando o gráfico afixado ao lado do barômetro. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES O experimento resultou nos dados contidos na tabela 1 e já com algumas variáveis que serão utilizadas em cálculos a seguir. Tabela 1. Dados obtidos experimentalmente. T(ºC) T(K) P(maior) P(menor) ΔP (mmHg) Pvapor(mmHg) Ln Pvapor 1/T(K) 68 341 877 342 535 225 3,97968 0,00293 71 344 862 346 516 244 3,94352 0,00291 74 347 856 361 495 265 3,90197 0,00288 76 349 846 371 475 285 3,86073 0,00287 79 352 825 393 432 328 3,76584 0,00284 81 354 806 411 395 365 3,6763 0,00282 85 358 775 443 332 428 3,50255 0,00279 89 362 746 473 273 487 3,30689 0,00276 93 366 700 513 187 573 2,92852 0,00273 100 373 610 610 0 760 -- 0,00268 Ao comparar a tabela 1 e 2, infere-se que os valores obtidos experimentalmente estão de acordo com a literatura. 6 Tabela 2. Dados de pressão de vapor da água da Literatura T(ºC) Pvapor ( mmHg) 68 214 71 245 74 278 76 302 79 342 81 371 85 435 88 488 93 590 100 760 A construção do gráfico com os valores experimentais resulta em uma curva exponencial, de forma a obter a dependência da pressão de vapor com a temperatura, faz se a linearização do gráfico um utilizando o ln da pressão de vapor e o inverso da temperatura. Gráfico 1. Pressão de vapor experimental versus Temperatura Gráfico 2. Linearização da pressão de vapor experimental Equação da reta: y= a+bx -1 Equação da reta: y= -ax + b Para a= -4953,9 Para b = 19,89 7 A dependência dos dois fatores pode ser dada quando se obtém a equação 4 que representa a função definida pelo gráfico 2. (Eq. 4) Derivando a equação acima obtemos: () (Eq. 5) Como vapor apresenta comportamento ideal, portanto: , e sabendo que o independe do valor de T, a equação 5 pode ser integrada e resulta na equação 6 que através da angulação da reta do gráfico de linearização (gráfico 02) determina o valor da entalpia de vaporização. (Eq 6.) Isolando o e substituindo os valores tem-se: ) Comparação do valor encontrado com a literatura: Gráfico 3. Linearização da pressão de vapor teorico F Equação da reta: y= -ax +b Para a= -4953,9 Para b = 19,89 Para x = 1/T Para y= ln p Para R= 8,314 J/molK O valor obtido será a angulação da reta 8 O é encontrado na literatura, e pode ser comparado com o experimental através do desvio ( ) Portanto, conclui-se que os valores teóricos e o obtido experimentalmente diferem dentro margem de erro do experimento que é inferior a 5%. Em seguida, determinamos o valor da energia coesiva molar da água que é um parâmetro de solubilidade de substâncias, consequentemente pode inferir quais solventes são capazes de dissolver um determinado soluto. Para calcular a energia associada às interações moleculares (1mol) utilizamos a energia coesiva molar (-U), ela é associada à entalpia molar de vaporização como demonstrado na equação abaixo: ) ) Então, como para um gás ideal considera Maior temperatura ) Menor temperatura ) Na literatura obtemos 37,854 Kj para a média da energia coesiva molar, a média experimental resulta em 38,680 Kj. Calculando o desvio: 9 ( ) Foi encontrado um desvio relativamente pequeno (inferior 5%) o que indica que o experimento apresenta um resultado satisfatório. Para calcular o fator de compressibilidade é necessário ter os valores de temperatura e pressão reduzida de forma que ao analisar o gráfico encontra-se o valor de z. Substituindo os maiores e menores valores de temperatura e pressão obteve os dados contidos na tabela. Temperatura (K) Temperatura reduzida Pressão (mmHg) Pressão reduzida 341 0,53 225 0,00138 373 760 Os valores obtidos são muito pequenos e ao analisar o gráfico percebemos que ele apresenta o valor bem próximo ao ideal então o fator de compressibilidade ( ) demonstra que a água apresenta um comportamento ideal quando no estado de vapor em outras palavras as atrações intermoleculares e o volume das moléculas tem pouca influência no volume ocupado quando comparado ao gás ideal. Experimentos envolvem erros e incertezas associadas, sendo os erros maiores devido à leitura incoerente, como sempre uma analise tá sujeita a erros cabe a nos minimiza-los. Devido experimento, ser determinado através de uma análise gráfica os erros está relacionado aos pontos fora do gráfico. 1. Erros de leitura: medição da temperatura pelo termômetro e da pressão de vapor; 10 · Não foi realizado o procedimento de correção da pressão atmosférica devido a não ter sido utilizado o barômetro. 6. CONCLUSÕES 1. Por meio de considerações termodinâmicas, Josiah Williard Gibbs deduziu uma relação entre o número de fases (P) que podem coexistir em equilíbrio em um dado sistema, e o número mínimo de componentes (C) que podem ser usados para formar o sistema e os graus de liberdade (F). P + F = C + 2, nesta equação, os graus de liberdade são definidos como o número de variáveis (temperatura, pressão e composição) que podem sofrer variações, independentemente, sem alterar o número de fases em equilíbrio. 3. Nas moléculas há uma tendência de um liquido escapar da superfície para a fase gasosa, mesmo que este não tenha atingido o ponto de ebulição. A pressão exercida pelas moléculas gasosas quando o líquido está contido em um recipiente fechado tente a alcançar um equilíbrio, na qual é denominado pressão de vapor. Como essa pressão de vapor também é associada com a força que a molécula colide com algum obstáculo, pelos parâmetros cinéticos podemos afirmar que quanto mais forte for à colisão, maior energia cinética ele possui, sendo necessária uma maior temperatura. 11 O ponto de ebulição é a temperatura na qual a pressão do vapor se iguala à pressão atmosférica então é diretamente proporcional a pressão atmosférica, consequentemente a pressão de vapor também. Assim se a pressão aplicada abaixar, a pressão de vapor também abaixará e o líquido irá entrar em ebulição a uma temperatura mais baixa. 4. No aquecimento de um líquido resulta na formação de bolhas de vapor e é facilitada pela presença de ar contido no líquido, essas bolhas auxilia na produção de bolhas maiores quando este entra em ebulição, de forma que esse ar é expelido quando as bolhas chegam na superfície. Se o ar dissolvido não estiver contido no líquido, as bolhas de vapor se formarão com maior dificuldade e a temperatura do líquido poderá elevar-se apreciavelmente acima do ponto de ebulição (líquido sobreaquecido), sendo que as bolhas formadas aqui serão expelidas mais vigorosamente. Portanto o líquido não entra em ebulição regularmente, sendo está tumultuosa. Para minimizar esses efeitos adicionam-se fragmentos de porcelana porosa que são denominados de regularizadores de ebulição, que liberam pequenas quantidades de ar promovendo uma ebulição regular e maior distribuição de calor no sistema. 4. Como não há alteração na temperatura durante o processo de mudança de fase a posição do termômetro foi adequada, portanto o termômetro em contato com a água no equilíbrio líquido vapor favorece a leitura de uma temperatura estável. 5. A pressão do vapor de água na superfície da água liquida será maior do que a pressão parcial do vapor no interior do ar e a água evaporam e escoam para o interior do ar. O ar ao escoar sobre o algodão embebido com água tende a saturação. Para que isto aconteça, é necessário que uma quantidade de calor, correspondente ao calor latente de evaporação da água, seja transferida para a água do algodão, em forma de calor sensível do ar. Como consequência, a camada de ar, em contato com o 12 termômetro, esfria-se até uma temperatura tanto mais baixa quanto mais intensa for a evaporação. A água que umedece o algodão tende a adquirir a mesma temperatura. Se a velocidade do ar for elevada e a área de contato entre o ar e a água do algodão for pequena, não haverá mudança significativa na temperatura. 6. A correção com da pressão barométrica não foi necessária visto que não utilizamos o barômetro, isso acarreta erros nos cálculos, pois mesmo que o experimento tenha sido realizado no nível do mar, a pressão não é a mesma em todos os pontos. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. Luiz Pilla. Fisico Química. 2ª edição. Ed: Livros técnicos e Ciêntifico, Rio de Janeiro. 2. Weast, R. C. (Ed.), HandbookofChemistryandPhysics (53rd Edn.), Cleveland:Chemical Rubber Co., 1972 3. < Ciências dos materiais < http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=14&top=27 > acessado em 18 de março de 2013
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