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Aulas de Psicologia da Personalidade 1

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Aula JUNG.pdf
 
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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE 1 
Profª Drª Virginia Schindhelm 
 
Carl JUNG (1875-1961) 
 
 
ESTRUTURA BÁSICA DA TEORIA JUNGUIANA 
DINÂMICA DA PSIQUE - PERSONALIDADE 
 
CONSCIÊNCIA  ego 
O Ego é o núcleo da consciência 
O ego é um complexo, o maior e mais importante complexo na nossa personalidade. 
 
 
INCONSCIENTE: pessoal e coletivo 
 
Inconsciente pessoal  semelhante ao inconsciente freudiano; composto de memórias esquecidas, 
experiências reprimidas e percepções subliminares 
O conteúdo do inconsciente pessoal são os COMPLEXOS. Estes conteúdos são constituídos de 
material reprimido e de material que sempre esteve inconsciente, proveniente dos arquétipos. Isto se 
dá porque no núcleo do complexo há um arquétipo, ou seja, um conteúdo arquetípico. 
 
 
 
Inconsciente coletivo  conhecido como impessoal ou transpessoal. 
Seus conteúdos são universais e não estabelecidos em nossa experiência pessoal. 
Jung trouxe a conceituação sobre o inconsciente coletivo baseado em suas observações clínicas, no 
contato diário com seus pacientes. 
O conteúdo do inconsciente coletivo são os arquétipos, que são formados a partir das experiências 
comuns e primordiais da humanidade (ex.: nascimento, morte, casamento, rituais, etc.). 
 
 
Os ARQUÉTIPOS são comportamentos dirigidos, como seriam os instintos no nível físico, eles o 
são no nível psíquico. São formas sem conteúdo, herdadas, que determinam o comportamento 
coletivo e a cultura. 
 
De maneira mais específica, os arquétipos funcionam num espetro que flui do físico ao psíquico e 
vice-versa. Eles fazem parte da psique objetiva, pois são coletivos, estão além do pessoal e 
individual. 
Não é possível conhecer um arquétipo em si, só temos acesso às imagens arquetípicas, que são 
representações destes arquétipos. 
Para Jung, a imagem arquetípica equivale ao símbolo. São também arquétipos a criança, a mãe, o 
pai, o herói, a jovem, o (a) velho(a) sábio(a), o malandro, o médico ferido. 
Características dos arquétipos: 
 
 
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1. Ligados aos complexos numa relação de complementação e reciprocidade. 
 
2. A origem dos arquétipos é obscura, pois eles são o conteúdo do inconsciente coletivo, ao qual 
não temos acesso direto, apenas através de suas manifestações na psique. 
 
3. Pertencem à esfera psicóide, ou “semelhante à psique”. 
 
4. Conceituados como sistemas vivos de reação e prontidão, como um organismo vivo dotado de 
força geradora. 
 
5. Possibilidades herdadas de idéias, de caráter universal, revelando-se numinoso, por estar 
relacionado a vivências de significado fundamental. 
 
6. O arquétipo em si não pode ser conhecido pela consciência; quando este se “constela”, aparece 
sob a forma de uma imagem arquetípica, manifestada pelo material psíquico individual, 
tornando-se psíquico e entrando na esfera da consciência. 
 
7. A constelação dos arquétipos acontece através das vivências pessoais às quais estão ligados. 
Ex.: a partir da vivência com uma mulher, o homem constela o arquétipo da anima. 
 
 
 
INDIVIDUAÇÃO 
É o conceito central da psicologia junguiana, ou seja, o desenvolvimento da personalidade para 
Jung. Só é alcançada através da relação entre a consciência e o inconsciente, por isso devemos 
conhecer o inconsciente. 
Processo de constituição e particularização da essência individual, especialmente o 
desenvolvimento do indivíduo. 
É uma necessidade natural do ser humano; encontro da essência, do significado da vida, 
completude, inteireza dos processos psíquicos / da personalidade. 
 
O impedimento da individuação será prejudicial para a atividade vital do indivíduo, para a sua 
vivência pessoal. 
Um impedimento essencial da individualidade acarreta, portanto, uma atrofia artificial 
Como o indivíduo não é apenas um ser singular, pressupondo-se também relações coletivas em sua 
existência, o processo de individuação não leva ao isolamento, mas a uma consistência coletiva 
mais intensa. A individuação coincide, portanto, com o desenvolvimento da consciência, desde seu 
estado de identidade original. Por individuação entende-se, pois, uma ampliação da esfera da 
consciência e da vida psicológica consciente. 
 
O processo de individuação se dá tanto no conflito quanto na colaboração entre consciente e 
inconsciente, amadurecendo e unificando os diversos componentes da personalidade, realizando um 
indivíduo específico e inteiro. 
O ser humano é capaz de tomar consciência deste desenvolvimento e influenciá-lo, facilitando a 
ordenação dos aspectos conscientes e inconscientes em torno do SELF, que se torna o centro da 
personalidade total. 
Há uma mudança nas relações interpessoais no decurso do desenvolvimento da personalidade, com 
a diminuição gradativa das projeções. 
As relações de estreita dependência, de quase fusão com os outros se modificam, dando lugar a uma 
posição de respeito pelo segredo que é cada vida humana. 
 
 
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 FUNÇÃO ESPIRITUAL / RELIGIOSA DA PSIQUE. 
Jung chamou a individuação de função espiritual ou religiosa da psique porque a individuação é um 
processo de natureza espiritual, transcendente, não um desenvolvimento comum. É também 
religiosa porque faz uma religação com o centro de nossa personalidade, o Self, também 
denominado por Jung de imagem de Deus interna. 
 
 
Jung descreveu as principais etapas do processo de individuação (contato com o inconsciente mais 
profundo e seus arquétipos): 
1. PERSONA → sistema de defesa / aparência artificial → máscara ou papel social. É importante 
como uma proteção para o indivíduo, mas não deve ser excessiva, e sim equilibrada. 
2. SOMBRA → material reprimido / potencialidades → tudo o que não conhecemos sobre nós 
mesmos, identificando-se com o inconsciente, mas também os conteúdos que conhecemos e não 
queremos mostrar aos outros. 
3. ANIMA ou ANIMUS → a anima é o feminino inconsciente no homem e o animus o masculino 
inconsciente na mulher. Ambos são “pontes” entre a consciência e o inconsciente, também 
denominados imagens da alma por Jung. 
4. SELF → centro do ics / totalidade da psique → arquétipo central, si-mesmo. É o centro, a 
essência da personalidade e também a personalidade como um todo. Ao nascermos, somos somente 
Self. As outras instâncias, como o ego, os complexos, a persona, sombra, anima ou animus e outros 
arquétipos se diferenciam do Self à medida que desenvolvemos nossa personalidade. O objetivo do 
processo de individuação ou desenvolvimento da personalidade é estabelecer um eixo ou 
comunicação entre o ego (cs) e Self (ics). 
 
5. TIPOLOGIA → introversão / extroversão e funções. 
Os tipos Psicológicos mostram o modo como agimos no dia-a-dia. 
Os tipos psicológicos são: extrovertido e introvertido. 
O extrovertido tem sua energia psíquica voltada para os objetos exteriores e outras pessoas. 
O introvertido tem sua energia psíquica voltada para seu próprio mundo interno. 
 
As funções psicológicas fundamentais são: 
- Sensação (vê o mundo através dos cinco sentidos principais), 
- Intuição (vê o mundo através do sexto sentido; é uma percepção imediata do ambiente), 
- Sentimento (é uma função de julgamento) e 
- Pensamento (é a função da racionalidade, do logos, do pensamento científico). 
 
Essas funções psicológicas podem ser experienciadas tanto de maneira introvertida quanto 
extrovertida. 
 
As funções
sensação e intuição são irracionais para Jung, pois lidam diretamente com a percepção; 
e as funções sentimento e pensamento são racionais, pois é necessário ter racionalidade para julgar e 
ter lógica. 
Uma pessoa terá sempre um tipo mais desenvolvido que o outro, e uma função mais desenvolvida, 
que é a principal, além de uma segunda função bem desenvolvida, que é a auxiliar. As outras duas 
funções serão menos usadas e ficarão mais perto do inconsciente, sendo mais lentas ao acesso. A 
função menos usada é a função inferior. São sempre pares de opostos, pois Jung pensa de forma 
dialética e circular. Existem testes de Tipos Psicológicos para sabermos qual é o nosso tipo e função 
principais. 
 
 
 
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Resultados do processo de individuação: indivíduo não fragmentado interiormente, maior 
conscientização, unificação dos opostos e ordenação dinâmica da psique. 
 
 
CONCEITOS JUNGUIANOS ESPECÍFICOS 
 
A. INDIVIDUAÇÃO - sentido/significado 
 
B. ENERGIA PSÍQUICA: Progressão 
 Regressão 
 Equilíbrio 
 Quantidade 
 
C. TENSÃO DOS OPOSTOS todo o processo de desenvolvimento da personalidade se dá 
através da dinâmica da tensão entre os opostos psíquicos. Desta tensão surge um terceiro elemento, 
que Jung chamou de função transcendente, que é o símbolo capaz de unificar os opostos que 
estavam em tensão e dissolver a tensão. 
Podemos demonstrar esta dinâmica através da equação: tese x antítese → síntese). 
 
D. SÍMBOLO do ponto de vista junguiano, o símbolo é importantíssimo na personalidade, pois 
propicia seu desenvolvimento. 
 
E. PONTO DE VISTA TELEOLÓGICO (Jung considerou em sua psicologia o ponto de vista 
para um propósito ou objetivo (telos). Este objetivo ou meta é a individuação, o processo pelo qual 
a personalidade se desenvolve e amadurece. Neste caso, a pergunta fundamental não é porque e sim 
para que?). 
 
F. COMPLEXOS 
 
G. ARQUÉTIPOS 
 
H. MITOS (Jung estudou mitos porque neles se encontram os arquétipos vivos e suas relações. 
Os mitos são histórias universais que contam as várias facetas da personalidade humana). 
Contam histórias das origens, dos seres ancestrais (arquétipos). 
Forma poética ou emotiva de explicar a origem do universo, do ser humano e outros seres vivos, de 
todas as coisas existentes no mundo e do modo humano de agir. 
 
RITO  repetição do mito  origem das religiões 
 
TEMAS: 
1. O universo nasce das trevas ou do caos (Cosmogonia). 
2. A terra surge como fonte de vida e alimento diferenciada dos mares e do céu. 
3. Os deuses surgem da união das forças do universo (Teogonia). 
4. Deuses protegem heróis que lutam em conflitos diversos. 
5. Heróis tornam-se grandes conquistadores, vencendo batalhas sem a ajuda dos deuses, ou 
desafiando os deuses. 
6. Heróis estabelecem alianças e tramas competindo com deuses ou figuras parentais. 
7. Heróis superam obstáculos, buscando tesouros ou conhecimento. 
 
 
 
 
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I. CONTOS DE FADA (Jung estudou os contos de fada porque eles se referem ao processo de 
individuação de maneira universal). 
Referem-se basicamente ao processo de individuação, com experiências que são necessárias ao 
desenvolvimento do indivíduo. 
Histórias provenientes do inconsciente coletivo, universais, presentes em todas as culturas e épocas. 
Derivam dos mitos, mas são histórias de estrutura mais simples que o mito. 
Retratam um universo mágico e fantástico, deixando claro que se trata dos processos interiores que 
ocorrem no indivíduo. 
Figuras e situações nos contos de fada personificam conflitos internos, sugerindo como podem ser 
solucionados. 
Modelos para o comportamento humano, que dão significado e valor à vida, derivando e dando 
expressão simbólica a ritos de iniciação e de passagem. 
Representam fenômenos psicológicos arquetípicos, referindo-se simbolicamente à necessidade de 
alcançar a transcendência. 
Herói dos contos de fada: frágil, humano, órfão, o filho menos capacitado. 
Figuras tutelares: seres que ajudam o herói. 
Figuras más promovem o crescimento. 
Facilitam a identificação projetiva. 
 
J. ALQUIMIA (Jung estudou alquimia porque ela é uma metáfora do processo analítico, ou seja, de 
como através da análise podemos alcançar a ampliação e amadurecimento de nossa personalidade). 
 
L. ESPIRITUALIDADE – SAGRADO - RELIGIÕES (Jung estudou as religiões e o sagrado 
porque fazem parte da personalidade humana de maneira geral desde suas origens, 
independentemente de crenças pessoais ou culturais). 
 
M. ARTE (Jung encontrou na arte, ou na produção artística e plástica maneiras de exprimir o que as 
palavras não alcançam. A arte é muito importante para exprimir fantasias, imaginações, visões e 
exercitar a criatividade que é fundamental na psicologia junguiana). 
 
N. TÉCNICAS JUNGUIANAS (Jung criou ou influenciou com suas práticas a criação de técnicas 
utilizadas na análise, tais como a imaginação ativa, a caixa de areia, a interpretação de sonhos e as 
técnicas expressivas. Imaginação ativa: técnica para acessar o inconsciente através do relaxamento e 
o fluir das imagens. Caixa de areia: técnica que utiliza uma caixa com areia e miniaturas onde o 
paciente representa uma cena que expressa sua realidade psíquica. Interpretação dos sonhos: difere 
da psicanálise, pois a interpretação junguiana é analítica, buscando a amplificação das imagens e 
símbolos dos sonhos. Além disso, para Jung o sonho tem o papel de compensar a atitude da 
consciência, trazendo do inconsciente uma nova atitude. Técnicas expressivas: pintura, modelagem, 
desenho, fantasias, contar histórias, dançar, interpretar, etc.). 
 
O. CONCEITO DE COMPENSAÇÃO (para Jung o inconsciente tem um papel compensatório em 
relação à consciência. Buscar conhecê-lo é procurar equilibrar as duas atitudes, ampliando a 
personalidade. A compensação é a função reguladora da psique). 
 
P. REALIDADE PSÍQUICA (para Jung o que importa é a realidade psíquica, ou seja, a base é a 
pessoa e o que ela acredita como sua realidade ou importante para ela. Esta é a base da interpretação 
dos sonhos e do processo de individuação). 
 
Q. CULTURA (Jung procurou estudar as diversas culturas porque é na cultura que nossa 
personalidade se manifesta). 
 
 
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ENERGIA PSÍQUICA / LIBIDO 
 
“Energia vital que engloba a energia psíquica e as funções biológicas, manifestando-se nos 
fenômenos dinâmicos da alma, tais como as tendências, os desvios, o querer, os afetos, a atuação, a 
produção de trabalho, aquisições, possibilidades, aptidões, atitudes”. 
“É provável que o psíquico e o físico não constituam dois processos paralelos entre si, mas dois 
processos unidos pela interação do corpo e alma”. (Jung, A Energia Psíquica). 
 
Psique como um sistema fechado  O mecanismo psicológico que transforma a energia é o 
SÍMBOLO. Há um quantum de energia psíquica na personalidade, por isso o símbolo vindo do 
inconsciente tem poder transformador. 
 
Canalização da libido  transferência de intensidades ou valores psíquicos para a 
transformação (saúde) ou a repetição (neurose). 
 
Excedente da libido  canalização para a criatividade e espiritualidade, por uma diferença de 
potencial do símbolo. 
 
Os símbolos não são inventados conscientemente, foram e são sempre produzidos pelo 
inconsciente, pela via da revelação ou intuição, para servir ao princípio da autorregulação, que é a 
individuação. 
 
Represamento
da libido  Tensão entre opostos 
 
CONFLITO 
Compensação → Repressão 
Elaboração → Dissociação 
Ampliação da Consciência → Doença 
 
Para Jung, a neurose é a desunião consigo mesmo, ou seja, a pessoa está dissociada de si, não se 
conhece, repete sempre o mesmo comportamento, é unilateral. A unilateralidade é sempre 
neurótica. 
O conceito fundamental para a doença psíquica em Jung é a dissociação. Dependendo do grau de 
dissociação temos os diversos tipos de transtornos da personalidade. 
 
Na questão da energia psíquica, para Jung são “instintos básicos” do ser humano (fatores dinâmicos 
da psique / personalidade): 
1. Autoconservação – fome. 
2. Preservação da espécie – sexualidade. 
3. Atividade – impulso à ação, ao trabalho. 
4. Reflexão – capacidade de pensar, compreender. 
5. Criatividade. 
 
Na análise, Jung descreveu quatro estágios para o autoconhecimento e a ampliação da 
personalidade: 
1. Confissão – trazer o inconsciente oculto. 
2. Esclarecimento – discriminar e conhecer estes conteúdos. 
3. Educação – adaptação social. 
4. Transformação – é a análise propriamente dita, a etapa em que o processo de individuação inicia. 
 
 
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COMPLEXOS 
 
AGRUPAMENTOS DE IDÉIAS DE ACENTO EMOCIONAL NO INCONSCIENTE 
 
1. Conteúdo reprimido do inconsciente pessoal. 
 
2. Segundo Jung, são a “via régia” para o inconsciente. 
 
3. Possuem autonomia devido à sua natureza emocional, impondo-se à consciência, como “psiques 
parciais”. 
 
4. Caráter obsessivo e possessivo, atrapalhando a capacidade de adaptação da consciência, como 
fatores específicos de perturbação do processo psíquico normal. 
 
5. Constituído de um elemento nuclear, portador de significado, que está fora do alcance da 
vontade consciente, além de uma série de associações ligadas a este núcleo, provenientes da 
disposição original da pessoa e das vivências decorrentes do ambiente. 
 
6. Fazem parte da estrutura básica da psique. 
 
7. Devem ser tornados conscientes para que percam seu efeito perturbador. 
 
 
 
Referências: 
 
SILVEIRA, Nise da. Jung Vida e Obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. 
 
JUNG, C. G. Memórias, Sonhos, Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. 
 
JUNG, C. G. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 
 
SAMUELS, Andrew, SHORTER, Bani e PLAUT, Fred. Dicionário Crítico de Análise Junguiana. 
Rio de Janeiro: Imago, 1988. 
 
SHARP, Daryl. Léxico Junguiano – Dicionário de Termos e Conceitos. São Paulo, Cultrix, 1997. 
 
STEIN, M. Jung O Mapa da Alma – Uma Introdução. São Paulo, Cultrix, 2006.

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