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VESTIBULAR+ENEM 2017 W W W . G U I A D O E S T U D A N T E . C O M . B R arrow AULAS SOBRE OS TEMAS QUE MAIS CAEM NAS PROVAS q u í m i c a Fundada em 1950 VICTOR CIVITA ROBERTO CIVITA (1907-1990) (1936-2013) Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Côrrea (Vice-Presidente), Alecsandra Zapparolli, Eurípedes Alcântara, Giancarlo Civita e José Roberto Guzzo Presidente Abril Mídia: Walter Longo Presidente Editora Abril: Alexandre Caldini Diretor Comercial: Rogério Gabriel Comprido Diretor de Vendas para Audiência: Dimas Mietto Diretor de Marketing: Tiago Afonso Diretora Digital e Mobile: Sandra Carvalho Diretor de Apoio Editorial: Edward Pimenta Diretora Editorial Abril: Alecsandra Zapparolli Diretor Editorial - Estilo de Vida: Sérgio Gwercman Diretor de Redação: Fabio Volpe Diretor de Arte: Fábio Bosquê Editores: Ana Prado, Fábio Akio Sasaki, Lisandra Matias, Paulo Montoia Repórter: Ana Lourenço Analista de Informações Gerenciais: Simone Chaves de Toledo Analista de Informações Gerenciais Jr.: Maria Fernanda Teperdgian Designers: Dânue Falcão, Vitor Inoue Estagiários Guilherme Eler, Sophia Kraenkel Atendimento ao Leitor: Carolina Garofalo, Sandra Hadich, Sonia Santos, Walkiria Giorgino CTI Eduardo Blanco (Supervisor) PRODUTO DIGITAL Gerente de Negócios Digitais: Marianne Nishihata Gerentes de Produto: Pedro Moreno e Renata Gomes de Aguiar Analistas de Produto: Elaine Cristina dos Santos e Leonam Bernardo Designers: Danilo Braga, Juliana Moreira, Simone Yamamoto Animação: Felipe Thiroux Estagiário: Daniel Ito Desenvolvimento: Anderson Renato Poli, Cah Felix, Denis V Russo, Eduardo Borges Ferreira, Elton Prado. Estagiário: Vinicius Arruda COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Edição: Thereza Venturoli Consultoria: Julia Higashi Arte: 45 Jujubas (capa) e Multi-SP (infografia) Revisão: José Vicente Bernardo www.guiadoestudante.com.br GE QUÍMICA 2017 ed.4 (ISBN 978-85-69522-08-9) é uma publicação da Editora Abril. Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. IMPRESSA NA GRÁFICA ABRIL Av. Otaviano Alves de Lima, 4400, CEP 02909-900 – Freguesia do Ó – São Paulo – SP 5GE QUÍMICA 2017 O passo final é reforçar os estudos sobre atualidades, pois as provas exigem alunos cada vez mais antenados com os principais fatos que ocorrem no Brasil e no mundo. Além disso, é preciso conhecer em detalhes o seu processo seletivo – o Enem, por exemplo, é muito diferente dos demais vestibulares. arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE Enem e o GE Fuvest servem como verdadeiros “manuais de instrução”, que mantêm você sempre atualizado sobre todos os segredos dos dois maiores vestibulares do país. Com duas edições no ano, o GE ATUALIDADES traz fatos do noticiário que podem cair nas próximas provas – e com explicações claras, para quem não tem o costume de ler jornais nem revistas. Um plano para os seus estudos Este GUIA DO ESTUDANTE QUÍMICA oferece uma ajuda e tanto para as provas, mas é claro que um único guia não abrange toda a preparação necessária para o Enem e os demais vestibulares. É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE tem uma série de publicações que, juntas, fornecem um material completo para um ótimo plano de estudos. O roteiro a seguir é uma sugestão de como você pode tirar melhor proveito de nossos guias, seguindo uma trilha segura para o sucesso nas provas. O primeiro passo para todo vestibulando é escolher com clareza a carreira e a universidade onde pretende estudar. Conhecendo o grau de dificuldade do processo seletivo e as matérias que têm peso maior na hora da prova, fica bem mais fácil planejar os seus estudos para obter bons resultados. arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE PROFISSÕES traz todos os cursos superiores existentes no Brasil, explica em detalhes as carac- terísticas de mais de 260 carreiras e ainda indica as instituições que oferecem os cursos de melhor qualidade, de acordo com o ranking de estrelas do GUIA DO ESTUDANTE e com a avaliação oficial do MEC. Para começar seus estudos, nada melhor do que revisar os pontos mais importantes das principais matérias do Ensino Médio. Você pode repassar todas as matérias ou focar apenas em algumas delas. Além de rever os conteúdos, é fundamental fazer muito exercício para praticar. arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ Além do GE QUÍMICA, que você já tem em mãos, produzimos um guia para cada matéria do Ensino Médio: GE GEOGRAFIA, História, Português, Redação, Biologia, Matemática e Física. Todos reúnem os temas que mais caem nas provas, trazem muitas questões de vestibulares para fazer e têm uma linguagem fácil de entender, permitindo que você estude sozinho. Os guias ficam um ano nas bancas – com exceção do ATUALIDADES, que é semestral. Você pode comprá-los também nas lojas on-line das livrarias Cultura e Saraiva. CAPA: 45 JUJUBAS 1 Decida o que vai prestar 2 Revise as matérias-chave 3 Mantenha-se atualizado FALE COM A GENTE: Av. das Nações Unidas, 7221, 18º andar, CEP 05425-902, São Paulo/SP, ou email para: guiadoestudante.abril@atleitor.com.br CALENDÁRIO GE 2016 Veja quando são lançadas as nossas publicações MÊS PUBLICAÇÃO Janeiro Fevereiro GE HISTÓRIA Março GE ATUALIDADES 1 Abril GE GEOGRAFIA GE QUÍMICA Maio GE PORTUGUÊS GE BIOLOGIA Junho GE ENEM GE FUVEST Julho GE REDAÇÃO Agosto GE ATUALIDADES 2 Setembro GE MATEMÁTICA GE FÍSICA Outubro GE PROFISSÕES Novembro Dezembro APRESENTAÇÃO CARTA AO LEITOR 6 GE QUÍMICA 2017 U m amigo chega na roda e, animado, começa a contar uma piada. Você já conhece a anedota. Qual a melhor reação? Alternativa a: corta logo a conversa, avisando que a história é velha e batida. Alternativa b: espera que o amigo termine a narrativa e ri, fingindo que a piada é inédita. Resolução: a primeira atitude vai deixar o amigo sem graça e você, de tabela, constrangido. Na segunda, a conversa com certeza rolará solta, sem criar nenhum mal-estar. Então, alternativa correta: b. Você tem a mesma opção quando se prepara para o vestibular. a) descartar a revisão porque é muito chato estudar tudo de novo, ou b) armar-se de paciência para rever o conteúdo que cairá nas provas. Nós torcemos para que você assinale a alternativa b. Por isso preparamos esta nova edição do GUIA DO ESTU- DANTE QUÍMICA, com os grandes temas das provas do Enem e dos maiores vestibulares do país. Aqui você relembra em aulas e exercícios os conceitos básicos da química, como massa atômica e mol, as propriedades dos elementos, os tipos de ligações entre os átomos e os fundamentos de química orgânica. O material foi elaborado pelas professoras Andrea Godinho de Carvalho Lauro, do Colégio Vértice, e Julia Higashi, do Colégio Marupiara, ambos em São Paulo. E editado em linguagem simples, especial para quem estuda sozinho – tudo a partir de fatos da atualidade, como aquecimento global e o acidente ambiental no Rio Doce. Como você quer reagir diante da lista de aprovados no ves- tibular? a) com uma gargalhada de alegria; b) com um risinho amarelo. Temos certeza de que, se encarar os estudos com bom humor e paciência, você assinalará a alternativa correta: a. arrow A redação Ri melhor quem gargalha 8 EM CADA 10 APROVADOS NA USP USARAM SEL O D E Q UA L ID A D E G U I A D O E S T U D A N T E O selo de qualidade acima é resultado de uma pes- quisa realizada com 351 estudantes aprovados em três dos principais cursos da Universidade de São Paulo no vestibular 2015. São eles: � DIREITO, DA FACULDADE DO LARGO SÃO FRANCISCO; � ENGENHARIA, DA ESCOLA POLITÉCNICA; e � MEDICINA, DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP dot 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa usaram algum conteúdo do GUIA DO ESTUDANTE durante sua preparação para o vestibular dot Entre os que utilizaram versões impressas do GUIA DO ESTUDANTE: 88% disseram que os guias ajudaram na preparação. 97% recomendaram os guias para outros estudantes. TESTADO E APROVADO! A pesquisa quantitativa por meio de entrevista pessoal foi realizada nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2015, nos campi de matrícula dos cursos de Direito, Medicina e Engenharia da Universidade de São Paulo (USP). � Universo total de estudantes aprovados nesses cursos: 1.725 alunos. � Amostra utilizada na pesquisa: 351 entrevistados. � Margem de erro amostral: 4,7 pontos percentuais. SUMÁRIO 7GE QUÍMICA 2017 Sumário arrow Química VESTIBULAR + ENEM 2017 GLOSSÁRIO 8 Os principais conceitos que você encontrará nesta publicação A ESTRUTURA DA MATÉRIA 10 Esportes de risco na Baía da Guanabara A água poluída é uma ameaça à saúde dos atletas de vela e windsurf dos Jogos Olímpicos 12 A física e a química tratam a água Infográfico 14 A física da química Estados e propriedades gerais e específicas da matéria, substâncias e misturas 20 Atomística Modelos atômicos, prótons, nêutrons e distribuição eletrônica 26 Tabela periódica A organização da tabela, propriedades periódicas e aperiódicas dos elementos químicos 30 Ligações químicas Teoria do octeto, ligações iônicas, covalentes e metálicas, fórmulas químicas 36 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção AS TRANSFORMAÇÕES 38 Esperança contra as mudanças climáticas Na COP21 países ricos concordam com medidas contra o aquecimento global 40 Você respira química Infográfico 42 Substâncias inorgânicas Ácidos, bases e sais, nomenclatura e fórmulas 45 Reações químicas Balanceamento de equações e tipos de reações 50 Óxidos Óxidos iônicos e moleculares e a ação dos óxidos na atmosfera 52 Cinética química Velocidade das reações, teoria das colisões e catalisadores 56 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção CÁLCULOS QUÍMICOS 58 Balanço da Lei Seca O endurecimento da lei em 2012 leva o brasileiro a mudar hábitos de vida 60 O hálito denuncia Infográfico 62 Grandezas Massa atômica, massa molecular, mol e massa molar 66 Cálculos estequiométricos Relação entre mol e massa, volume molar, pureza dos reagentes e rendimento de uma reação 70 Concentração de soluções Dissolução, solubilidade, concentração, misturas com reação e sem reação 76 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção MATÉRIA E ENERGIA 78 As consequências do petróleo muito barato A queda no preço do barril tem efeitos econômicos tanto para empresas como para países 80 Petróleo, preferência internacional Infográfico 82 Termoquímica Reações endotérmicas e exotérmicas, entalpia, entalpia-padrão e entalpia de formação 87 Reações de oxirredução Pilhas, potência de uma pilha e espontaneidade da reação 90 Energia nuclear Estabilidade do núcleo, emissões radiativas, meia- vida, fissão e fusão nuclear 94 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção EQUILÍBRIO QUÍMICO 96 Como era doce este rio Os danos do rompimento de uma barragem em Mariana , o maior acidente ambiental brasileiro 98 A acidez do meio Infográfico 100 Reações reversíveis Equilíbrio dinâmico e constante de equilíbrio 103 Deslocamento do equilíbrio Princípio de Le Chatelier, fatores que influem no deslocamento 106 Equilíbrio iônico Equilíbrio em ácidos e bases 109 pH e pOH Produto iônico da água, escala de pH 112 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção COMPOSTOS ORGÂNICOS 114 Diferentes caminhos para a obesidade Pesquisas recentes apontam fatores inéditos que levam ao ganho de peso 116 Compostos orgânicos Representação e nomenclatura, hidrocarbonetos, funções oxigenadas e nitrogenadas 122 Propriedades físicas de compostos orgânicos Polaridade, solubilidade de forças intermoleculares 125 Isomeria Isomeria plana e espacial 127 Reações orgânicas Hidrogenação catalítica, esterificação, saponificação e polimerização 130 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção RAIO-X 132 As características dos enunciados que costumam cair nas provas do Enem e dos principais vestibulares SIMULADO 134 32 questões e resoluções passo a passo GLOSSÁRIO 8 GE QUÍMICA 2017 A ANEL BENZÊNICO Na química orgânica, cadeia fechada de seis átomos de carbono unidos por ligações simples e duplas, intercaladas. ANFÓTERA É a substância que pode assumir caráter ácido ou básico, dependendo da substância com que interage. ANODO Polo negativo de uma pilha, aquele no qual ocorre a oxidação. ÂNION Íon com mais elétrons do que prótons e, portanto, de carga elétrica negativa (recebe elétrons). B BALANCEAR UMA EQUAÇÃO Significa encontrar a proporção, em mol, entre a quantidade de reagentes e a de produtos. C CAMADA ELETRÔNICA OU NÍVEL DE ENERGIA É a localização do elétron ao redor do núcleo do átomo. Cada camada é dividida em vários subníveis. A camada mais externa que contém elétrons é chamada camada de valência. CADEIA SATURADA Na química orgânica, sequência de átomos de carbonos unidos por ligações simples, apenas. Em oposição, insaturada é a cadeia em que os carbonos se unem por ligações duplas ou triplas. CATALISADOR Substância que, adicionada a uma reação, aumenta sua velocidade sem participar diretamente dela, ou seja, sem ser consumida. CÁTION Íon com mais prótons do que elétrons e, portanto, de carga elétrica positiva (é aquele que doa elétrons). CATODO Polo positivo de uma pilha, aquele em que ocorre a redução de uma espécie química. Conceitos básicos Os principais termos que você precisa saber para estudar química COMBUSTÃO Reação de uma substância com oxigênio do ar que libera energia. Entre os compostos orgânicos, a combustão é completa quando existe oxigênio suficiente para formar produtos como CO2 e água. E incompleta quando há pouco oxigênio, e o produto é CO e fuligem. COMPLEXO ATIVADO Numa reação química, estado de transição (de maior energia) entre os reagentes e os produtos. COEFICIENTE Numa equação química, indica a quantidade de determinado composto molecular ou composto iônico. Em 3 H2O, o coeficiente é o número 3 e indica três moléculas de água. COMPOSTO INORGÂNICO É aquele que se enquadra nas funções inorgânicas: ácidos, bases, sais ou óxidos. COMPOSTO ORGÂNICO Aquele que contém átomos de carbono (C). CONCENTRAÇÃO É a quantidade de soluto em determinada quantidade de solução, dada em partes por milhão (ppm), em termos de volume, massa ou mol (C = msoluto /Vsolução ou [ ] = nsoluto/ Vsolução). CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA É a distribuição dos elétrons pelos níveis e subníveis de energia. CONSTANTE DE AVOGADRO É a quantidade de átomos, moléculas ou íons que existe em 1 mol de determinada substância ou amostra. Vale, aproximadamente, 6 . 1023. Essa constante também é chamada número de Avogadro. D DENSIDADE É a relação entre a massa de uma solução qualquer e seu volume (dsolução = msolução/ Vsolução). DISSOCIAÇÃO IÔNICA É o processo pelo qual os cátions se separam dos ânions num composto iônico. E ELEMENTO QUÍMICO Conjunto de átomos que contêm o mesmo número de prótons no núcleo, o que lhes confere as mesmas propriedades químicas e físicas. ELEMENTOS REPRESENTATIVOS São aqueles que têm o último elétron num subnível s ou p. ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO São aqueles cujo último subnível preenchido é d ou f. ELETRÓLISE Reação química gerada pela passagem de uma corrente elétrica. ELETRÓLITO Composto que, dissolvido em água, é bom condutor elétrico. ENERGIA DE ATIVAÇÃO (Ea) Energia mínima necessária para que uma reação se inicie. ENTALPIA (H) Total de energia contida nos reagentes e nos produtos de uma reação. A variação de entalpia mede a variação de energia ao final da reação (∆H = Hprodutos – Hreagentes). Entalpia-padrão é a entalpia numa reação realizada em condições-padrão – a 25 °C e 1 atm. EQUILÍBRIO QUÍMICO OU DINÂMICO Numa reação reversível, é a situação em que as reações direta e inversa ocorrem simultaneamente e à mesma velocidade. No caso de reações que envolvem íons, esse equilíbrio é chamado equilíbrio iônico. ESPÉCIES QUÍMICAS Nome genérico que se dá às partículas fundamentais da química: átomos, íons ou moléculas. ESTADO FUNDAMENTAL Estado de um átomo em que os elétrons não são excitados por nenhuma forma de energia, como luz ou calor. F FAMÍLIAS São as colunas verticais da tabela periódica, também chamadas grupos. G GASES NOBRES OU RAROS Elementos estáveis, cujos átomos não precisam se agrupar em moléculas ou compostos iônicos. GRAU DE PUREZA OU TEOR É, numa mistura, a porcentagem de determinada substância que participa de uma reação. GRUPO FUNCIONAL Átomo, ou conjunto de átomos, ligado a uma cadeia de carbonos, que define certas propriedades. H HIDRÓLISE Reação em que os compostos são desdobrados quando interagem com a água. 9GE QUÍMICA 2017 I ÍNDICE OU ATOMICIDADE Indica o número de átomos de determinado elemento, numa substância ou num composto. Em H2O, a atomicidade do hidrogênio é 2, e a do oxigênio, 1. IONIZAÇÃO Formação de cátions e ânions, a partir de uma molécula. ÍONS Espécies que ganham ou perdem elétrons numa ligação química. ISÓBAROS Átomos de elementos químicos diferentes que têm o mesmo número de massa (A). ISOELETRÔNICOS Espécies químicas que têm o mesmo número de elétrons. ISOMERIA Acontece quando dois ou mais compostos têm a mesma fórmula molecular mas diferentes fórmulas estruturais. Isômeros têm os mesmos elementos, na mesma quantidade, mas propriedades diferentes. ISÓTONOS Átomos de elementos químicos distintos que têm diferentes números de massa (A), diversos números atômicos (Z), mas o mesmo número de nêutrons (n). ISÓTOPOS Átomos com mesmo número de prótons – portanto, de um mesmo elemento químico –, mas com diferente número de nêutrons. Dois isótopos apresentam Z iguais e A diferentes. M MASSA ATÔMICA (MA) Massa de um átomo (medida em unidades de massa, u). MASSA MOLAR (M) É a massa de um mol de átomos, moléculas ou íons, em gramas (g). MASSA MOLECULAR (MM) Soma das massas atômicas (MA) dos elementos de um composto (medida em unidades de massa, u). MEIA-VIDA Também chamada período de semidesintegração, é o tempo necessário para que se desintegre metade dos átomos existentes em qualquer quantidade de um radioisótopo. MOLÉCULA Estrutura formada por átomos que compartilham elétrons (unidos por ligações covalentes normais ou dativas). MOL Grandeza que indica a quantidade de matéria. É o número de átomos, moléculas ou íons numa amostra (1 mol = 6 . 1023 átomos, moléculas ou íons). N NÚMERO ATÔMICO Número de prótons no núcleo de um átomo (símbolo: Z). NÚMERO DE MASSA Soma de prótons e nêutrons no núcleo de um átomo (símbolo: A). O OXIRREDUÇÃO Reação química em que ocorre transferência de elétrons entre as substâncias. P PERÍODOS Linhas horizontais da tabela periódica. pH (POTENCIAL HIDROGENIÔNICO) É a medida da acidez ou basicidade de uma solução, baseada na concentração de íons H+. Quanto mais alto o pH de uma substância, menor seu pOH (potencial hidroxiliônico, que mede a concentração de íons OH–). POLARIDADE Propriedade de uma molécula que apresenta um polo positivo e outro negativo. A polaridade de uma molécula depende da forma como os elétrons se distribuem ao redor do núcleo, nos átomos que a compõem. POLÍMERO Macromolécula formada por reações em que uma pequena parte (o monômero) se repete centenas ou milhares de vezes. POTENCIAL DE IONIZAÇÃO Energia necessária para retirar um elétron de um átomo no estado gasoso e, assim, formar um cátion. POTENCIAL-PADRÃO DE REDUÇÃO E DE OXIDAÇÃO (E0red OU E0ox) Medida, em volts (V), da tendência que determinado material tem de sofrer oxidação ou redução – ou seja, de doar ou de receber elétrons. PROPRIEDADES APERIÓDICAS São aquelas que dependem do número atômico, mas não se repetem periodicamente na tabela. PROPRIEDADES PERIÓDICAS São aquelas cujos valores variam em função do número atômico do elemento químico e se repetem com regularidade na tabela periódica. Q QUANTIDADE DE MATÉRIA (n) É a quantidade de mol numa amostra, dada pela proporção entre a massa da amostra (m, em gramas) e a massa molar das substâncias que a compõem (M, em gramas/ mol): n = m / M. R RADIATIVIDADE Fenômeno pelo qual o núcleo atômico de um elemento emite radiação, de modo a adquirir estabilidade. REAÇÃO GLOBAL Equação química que representa a reação total, sem indicação das etapas intermediárias. REAÇÃO QUÍMICA Combinação de substâncias ou compostos que resulta em outras substâncias mais simples ou mais complexas. REAÇÃO REVERSÍVEL É aquela em que os rea gentes se transformam em produtos e os produtos voltam a reagir, formando novamente os reagentes. RENDIMENTO É a proporção entre a quantidade de produto que poderia se formar, teo ricamente, numa reação, e aquela que efetivamente se forma, em porcentagem. RETÍCULO CRISTALINO Aglomerado de íons. É a estrutura de uma substância iônica ou um composto iônico. S SISTEMA Qualquer porção de matéria separada para estudo e análise. SOLUBILIDADE Capacidade de uma substância de se dissolver em outra substância. SOLUÇÕES São sistemas homogêneos (ou misturas homogêneas), ou seja, que apresentam aspecto uniforme. Toda solução contém um solvente (substância que dissolve) e um soluto (substância dissolvida). V VOLUME MOLAR Volume ocupado por 1 mol de uma substância no estado gasoso, dado em litros (L). Em CNTP (0 OC, 1 atm), 1 mol de qualquer gás ocupa 22,4 L. 10 GE QUÍMICA 2017 1 Quando a cidade do Rio de Janeiro se candidatou a sediar os Jogos Olímpicos de 2016, em 2009, o governo estadual fluminense e a prefeitura carioca assumiram o compromisso de despoluir pelo menos 80% da Baía da Guanabara. Mas, às vésperas da abertura dos jogos, as águas da baía continuam pontilhadas por ilhas de lixo. Institutos de pesquisa afirmam que as águas estão, também, carregadas de micror- ganismos transmissores de doenças. A situação é considerada um obstáculo para a realização das provas e um risco para a saúde dos competidores das provas que ocorrerão ali, como windsurf e vela. O bolsão de água é o local de deságue de mais de 30 rios que atravessam a região metropoli- tana do Rio. E é principalmente desses rios que vêm o lixo e o esgoto que contaminam a baía. A cada mês, são retiradas das barreiras flutuantes instaladas na foz dos rios cerca de 230 toneladas de sacos plásticos, sofás, caixotes, carcaças de automóveis e de eletrodomésticos. Outras 38 toneladas são recolhidas nas patrulhas feitas por barcos. Em agosto de 2015, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, já havia admitido que a meta de despoluição não seria atingida. Segundo ele, para limpar a baía, seriam neces- sários anos de investimento em saneamento básico nas cidades cortadas pelos rios. Mas, de acordo com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a sujeira das águas não coloca em risco a saúde dos competidores, já que a monitoração fei- ta regularmente pela Secretaria de Estado do Ambiente, do governo estadual, indica que a concentração de bactérias é tolerável. No entanto, outra análise, realizada pela Uni- versidade Feevale, de Novo Hamburgo, mostra que a poluição avança das margens para regiões centrais da baía. E alguns trechos, mesmo que livres de bactérias, têm uma concentração 1,7 milhão de vezes maior de vírus patogênicos do que o admitido nos Estados Unidos e Europa. Estima-se que bastaria a um atleta engolir o equivalente a três colheres de chá dessa água para ser contaminado. Além de primordial para a existência de vi- da – inclusive de bactérias e vírus –, a água é um solvente univer- sal, capaz de dissolver um número imenso de substâncias químicas. Neste capítulo você relembra os conceitos básicos de mistura e da organização das substâncias em áto- mos e moléculas. Além de superar os concorrentes, os atletas de provas aquáticas terão de driblar a sujeira e a poluição nos Jogos Olímpicos. Esportes de risco na Baía da Guanabara CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO arrow Infográfico: tratamento químico da água ...............................................12 arrow A física da química ..........................................................................................14 arrow Atomística ..........................................................................................................20 arrow Tabela Periódica ...............................................................................................26 arrow Ligações químicas ...........................................................................................30 arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................36 ESTRUTURA DA MATÉRIA LIXÃO FLUTUANTE Além de garrafas, sacos plásticos, restos de móveis e eletrodomésticos, a água poluída de rios que desaguam na Baía da Guanabara torna o local inapropriado para atletas 11GE QUÍMICA 2017 MARCELO CORTES/FOTOARENA Captação A água que entra numa estação de tratamento carrega poluentes não dissolvidos, como microrganismos e grãos de areia. Essa é a água bruta. 1 Desinfecção e neutralização Assim que chega à estação, a água bruta recebe uma série de compostos químicos – no geral, cloro, cal e sulfato de alumínio. 2 Floculação É um processo físico: os flocos resultantes da coagulação são agitados por grandes pás e aos poucos se agrupam em blocos maiores e mais densos que a água. 3 Decantação É um processo também físico, de separação de sólidos e líquidos ou de líquidos que não se misturam. No tanque de tratamento, os flocos se acumulam no fundo, porque são mais densos. 4 Em reação com a água, o hipoclorito de sódio (NaClO), um composto iônico, libera o íon hipoclorito (ClO–). Esse íon mata microrganismos ao atacar a membrana de suas células. Também chamada óxido de cálcio (CaO), a cal reage com a água e forma uma base, o hidróxido de cálcio (Ca(OH)₂). Essa base eleva o pH da água – ou seja, diminui sua acidez (veja capítulo 5). Lançado na água, o sulfato de alumínio (Al₂(SO₄)₃) reage com o hidróxido de cálcio e forma o hidróxido de alumínio (Al(OH)₃). Esse hidróxido se combina com as partículas em suspensão na água por diferença de polaridade e as agrega em flocos (sobre polaridade, veja o capítulo 3). Cloro Cal Sulfato de alumínio Al(OH)3 CaO NaClO H2O H2O A ÁGUA, DE BRUTA A POTÁVEL 12 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA INFOGRÁFICO M U LT I/ SP A física e a química tratam a água A água bruta – aquela retirada de rios, lagos ou reservatórios – é uma mistura de moléculas de H g 2O com outras de matéria orgânica, como microrganismos e microalgas, e de q gg substâncias inorgânicas, como grãos de rocha. Pode também conter poluentes, como g gg g pesticidas e efluentes g industriais. Essa água bruta torna-se água potável depois de uma série de processos físicos e g g pg g p p químicos que separam as impurezas e equilibram a acidez g g p pg g p p Filtração Remove as partículas que não decantaram na etapa anterior. A água passa por três camadas de carvão ativado, areia e cascalho, que retêm gradativamente as impurezas sólidas. Ao mesmo tempo que ocorre esse processo físico, a água sofre ajustes finais da acidez e desinfecção (processos químicos). 5 Adição de flúor No Brasil, a água tratada é fluoretada – ou seja, recebe compostos de flúor, que se dissolvem e liberam íons fluoreto (F–). O flúor reforça o esmalte dos dentes, reduzindo a incidência de cáries na população. 6 Distribuição A água que é distribuída pela rede geral para as indústrias e residências não é composta apenas de moléculas H₂O e íons fluoreto. Ela ainda contém porções minúsculas de sais minerais. 7 As moléculas de gordura são apolares. Assim, não participam do jogo de atração com as moléculas da água. As duas substâncias permanecem separadas, e a mistura, com duas fases, é heterogênea. O átomo de oxigênio (O) da molécula de água é mais eletronegativo que os dois átomos de hidrogênio (H). Isso faz com que a molécula fique como um ímã, com dois polos, um negativo (do lado do oxigênio) e outro positivo (do lado dos hidrogênios). O etanol só tem polaridade numa das extremidades da molécula, onde o oxigênio se liga ao hidrogênio. É nessa área que o oxigênio da água exerce o seu poder, interagindo com a molécula de etanol. Como resultado, o etanol se dissolve na água. UNIVERSAL, MAS NEM TANTO A água é considerada solvente universal porque é capaz de dissolver uma imensa variedade de substâncias. Mas a dissolução só ocorre quando as moléculas H2O interagem com as da substância adicionada. E isso depende da polaridade das moléculas (veja polaridade no capítulo 3). As moléculas da água são polares e só dissolvem moléculas também polares, como as do etanol. As de óleo (não polares) permanecem separadas Flúor ÁGUA + ETANOL ÁGUA + ÓLEO Molécula de etanol C₂H₆O interação polar sem interação polar Molécula de óleo Moléculas de água H2O Moléculas de água H2O 13GE QUÍMICA 2017 13GE QUÍMICA 2017 14 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA A FÍSICA DA QUÍMICA De que o mundo é feito Praticamente tudo o que vemos, tocamos esentimos pelo olfato ou pelo paladar são compostos químicos, ou uma mistura de diferentes compostos. Naturais ou sintetizados (produzidos em laboratório), todos os materiais são genericamente chamados dematéria. Na física, a matéria é estudada como um corpo cujo comportamento é analisado sob determi- nadas forças ou certos campos de força. Por exemplo, como se comporta um veículo quando acelerado ou freado. Já a química estuda a matéria, sua estrutura e propriedades sob pontos de vista diferentes. Para a química, o que importa são arrow a composição da matéria, arrow as transformações por que a matéria passa e arrow a energia envolvida nessas transformações. MATÉRIA É tudo o que tem massa e ocupa espaço – ou seja, tem volume. Composto de uma única substância ou de uma mistura, todo material tem pp propriedades gerais e específicas wedge TUDO “IGUAL QUE NEM” Esteja no estado sólido, esteja no estado líquido ou gasoso, água é sempre água – uma combinação de átomos de hidrogênio e oxigênio 15GE QUÍMICA 2017 wedge TEMPERATURA É a medida do grau de agitação das partículas, ou seja, uma temperatura maior determina maior agitação. PRESSÃO É a força aplicada sobre uma área, que pode alterar a distância entre as partículas do corpo e a intensidade com que elas se atraem. Estados da matéria Tanto para a física quanto para a química, o estado físico de um material é fundamental para sua identificação. A matéria pode estar no estado sólido, líquido ou gasoso, dependendo do grau de agitação das partículas que a constituem e da intensidade de atração entre elas. arrow No estado sólido, as partículas estão organi- zadas de maneira harmoniosa e sob alto grau de atração, mas agitam-se pouco. Por isso os sólidos têm forma e volume fixos. arrow No estado líquido, a atração entre as partícu- las ainda é grande, mas seu grau de agitação aumenta um pouco. Não é possível manter as partículas organizadas. Daí que os líquidos têm volume constante, mas tomam a forma do recipiente que os contém. arrow No estado gasoso, a atração entre as partí- culas é mínima, e o grau de agitação é muito grande. Gases alteram seu volume conforme o recipiente que os contém. Todo material assume este ou aquele estado físico, dependendo da pressão e da temperatura em que se encontra. Mas cada material reage de um modo diferente ao aumento ou à diminuição da temperatura ou da pressão. Propriedades gerais A química utiliza diversos conceitos da física. Um deles é a massa – a grandeza que mede a quantidade de matéria existente em um corpo. A massa é medida mais comumente em gramas (g) e seus múltiplos ou submúltiplos, como quilograma (kg), miligrama (mg) etc. Outro conceito da física importante para a quí- mica é o volume – a grandeza que mede o espaço ocupado por certa massa de matéria. As unidades mais comuns para volume são o metro cúbico (m3), o litro (L) e seus múltiplos e submúltiplos, como centímetro cúbico (cm3), quilômetro cúbico (km3), decilitro (dL) e centilitro (cL). É comum, nas questões de vestibular e Enem, que você precise fazer a conversão de unidades. Veja algumas relações entre as unidades de volume: 1 L 103 cm3 1 mL 1 cm3 1.000 L 1 m3 1012 L 1 km3 Massa e volume não são suficientes para iden- tificar um tipo de matéria. Isso depende de outras características e propriedades específicas. wedge O QUE ISSO TEM A VER COM MATEMÁTICA Em qualquer cálculo, as unidades de medida devem ser uniformizadas. E você precisa conhecer o procedimento básico de conversão de múltiplos e submúltiplos das principais unidades. Veja: arrow Para massa: arrow Para volume: kg hg dag g dg cg mg x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 : 10 : 10 : 10 : 10 : 10 : 10 km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3 : 1.000 : 1.000 : 1.000 : 1.000 : 1.000 : 1.000 x 1.000 x 1.000 x 1.000 x 1.000 x 1.000 x 1.000 O QUE ISSO TEM A VER COM ECOLOGIA A condensação e a vaporização da água são fenômenos naturais de grande impacto no meio ambiente. Essas mudanças de estado da água estão no centro do ciclo hidrológico na Terra. O ciclo é o caminho que a água percorre ao evaporar de lagos e mares para a atmosfera, condensar-se e cair na forma de chuva. O líquido então escorre para o subsolo e volta aos rios e mares, fechando o ciclo. A poluição e o esgotamento de mananciais reduzem o volume de água potável e de fácil acesso no planeta. Com consumo rápido demais, a natureza não tem tempo para repor os estoques. wedge wedge iSTOCK PHOTOS 16 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA A FÍSICA DA QUÍMICA refrigerante. Já o ferro em barra (portanto, no estado sólido) tem densidade muito maior que a água, de 7,86 g/cm3. Por isso, afunda. arrow Solubilidade É a quarta característica im- portante dos materiais – quanto o material é capaz de se dissolver em água a determinada temperatura. Quanto maior é a solubilidade de uma substância, mais solúvel ela é. Pode- se medir a solubilidade de uma substância (soluto) em qualquer outra substância (sol- vente), mas a medida mais importante é em relação à água. O máximo de cloreto de sódio (sal de cozinha) que se consegue dissolver em 100 g de água, a 20 °C, é 36 g. Além dessa proporção, acumu- lam-se grãos de sal no fundo do recipiente. Já de sacarose (açúcar) podem-se dissolver no mesmo volume de água, à mesma temperatura, 204 g. Isso significa que o açúcar é mais solúvel em água do que o sal. Substância e mistura As propriedades específicas só nos auxiliam a identificar um material se a amostra for composta de uma única substância. Misturas de substâncias não têm suas características tabeladas porque elas dependem da proporção em que seus componen- tes estão misturados. Nesse caso, os químicos e físicos só têm três atitudes a tomar: experimentar, observar e comparar. Propriedades específicas Cada tipo de material tem propriedades es- pecíficas, que ajudam em sua identificação. Algumas das principais propriedades específicas de um material são: arrow Ponto de fusão (PF): É a temperatura na qual ocorre a fusão durante o aquecimento (ou a solidificação durante o resfriamento) de um material submetido a uma pressão constante. arrow Ponto de ebulição (PE): É a temperatura na qual ocorre tanto a ebulição (durante o aquecimento) quanto a condensação/ liquefação (durante o resfriamento) de um material submetido a pressão constante. Os pontos de fusão e ebulição de cada subs- tância são determinados experimentalmente. Como a temperatura varia conforme a pressão, esses pontos são sempre definidos, por padrão, ao nível do mar, onde a pressão é de a1 atmosfera. Veja abaixo os pontos de fusão e de ebulição de alguns materiais. arrow Densidade:Outra propriedade específica da matéria – a relação entre a massa de um material e o volume por ele ocupado. Matematicamente: d = m V A unidade adotada para a densidade pode ser grama por centímetro cúbico, grama por litro, ou quilograma por litro (g/cm3, g/L ou kg/L). Se o alumínio tem densidade de 2,7 g/cm3, então, cada centímetro cúbico de alumínio tem massa de 2,7 gramas. É a diferença de densidade que faz com que alguns materiais flutuem sobre outros. E isso ocorre também entre materiais de mesma na- tureza – a água, por exemplo. No estado líquido, a água tem densidade de 1 g/cm3. Já no estado sólido, a densidade da água cai para 0,92 g/cm3. Por isso, pedaços de gelo boiam num copo com wedge MAIS LEVE QUE A ÁGUA No Mar Morto, a concentração de sais diluídos é tão alta que a densidade da água sobe de 1,03 kg/L para 1,24 kg/L . Parece pouco, mas isso é suficiente para sustentar uma pessoa sem nenhuma boia NA PRÁTICA DENSIDADE Um balão de festa que se enche por sopro não permanece flutuando porque o ar que sopramos é mais denso do que o ar atmosférico do lado externo do balão. O ar da atmosfera é uma mistura de gases com densidade de 1,2 g/L. Já a mistura que expiramos contém uma boa proporção de gases mais densos – principalmente o gás carbônico, que tem densidade de 1,8 g/L. Coisa bem diferente acontece com um balão cheio de gás hélio. Como tem densidade muito menor que a do ar atmosférico (0,16 g/L), o balão vence até mesmo a gravidade e sobe. MATERIAL PF (em °C) PE (em °C) Estado físico a temperatura ambiente (25 oC) Álcool etílico – 117 °C 78 °C Líquido Oxigênio – 218 °C – 183 °C Gasoso Ferro 1.535 °C 2.885 °C Sólido wedge 1 ATMOSFERA É a pressão exercida pela atmosfera terrestre ao nível do mar. Equivale a 760 milímetros de mercúrio (760 mm Hg). 17GE QUÍMICA 2017 Fusão Passagem do estado sólido para o líquido Vaporização ou evaporação Passagem do estado líquido para o gasoso Solidificação Passagem do estado líquido para o sólido Condensação Passagem do estado gasoso para o líquido Sublimação Passagem do estado sólido para o gasoso, ou vice-versa TOME NOTA O estado físico da matéria é definido pela forma como as moléculas se agregam. No estado sólido, as moléculas são muito coesas e, portanto, a forma é bem definida. No estado líquido, a força de coesão entre as moléculas é menor. Por isso, o líquido assume o formato do recipiente. No estado gasoso, a matéria tem as moléculas livres. Em vista disso, os gases assumem todo o espaço disponível, podendo ser comprimido ou descomprimido. Quando uma substância muda de estado físico, o que se altera é a maneira como as moléculas se organizam. As mudanças de estado (também chamadas mudanças de fase) são: PF c on st an te 5. Quando todo o material puro se transforma em vapor, a temperatura volta a se elevar. Se encontrar alguma barreira mais fria, o vapor se condensa (volta ao estado líquido). É o que ocorre com a tampa de uma panela durante o cozimento. 4. Ao atingir o ponto de ebulição (PE), a substância começa a se transformar em vapor. Até que tudo esteja vaporizado, a temperatura não muda. Na água, essa temperatura é de 100 oC. 3. Quando todo o material tiver passado para o estado líquido, a temperatura volta a se elevar. 2. No PF começa o derretimento. Para a água, o PF é O oC. A temperatura se mantém constante enquanto houver algum material a ser derretido. 1. Para uma substância sólida qualquer, a temperatura se eleva no decorrer do tempo até atingir a temperatura de fusão, no ponto de fusão (PF). Temperatura (ºC) Temperatura (ºC) Temperatura de ebulição Temperatura de fusão Tempo (minutos) Tempo (minutos) só lid o só lid o sólido + líquido Intervalo de ebulição O mesmo ocorre na ebulição. A passagem de líquido para gasoso começa em determinada temperatura. Mas, de novo, como diferentes substâncias têm diferentes pontos de ebulição, a transformação da mistura só se conclui numa temperatura mais alta. Completada a vaporização, a temperatura volta a subir num ritmo mais acelerado. Intervalo de fusão A certa temperatura, a mistura começa a entrar em fusão. Mas, porque diferentes substâncias têm diferentes pontos de fusão, até toda a mistura derreter, a temperatura continua se elevando, ainda que de maneira mais suave. arrow Uma mistura azeotrópica se comporta como substância apenas no ponto de ebulição (PE) MUDANÇAS DE ESTADO DE UMA SUBSTÂNCIA MUDANÇAS DE ESTADO DE UMA MISTURA MISTURAS EUTÉTICA E AZEOTRÓPICA líq ui do líq ui do líquido + vapor va po r va po r Fim da ebulição Início da ebulição Início da fusão Fim da fusão Intervalo de fusão Intervalo de ebulição arrow Uma mistura eutética se comporta como substância apenas no ponto de fusão (PF) Tempo Tempo Ebulição Ebulição Fusão Fusão PE c on st an te Temperatura Temperatura Uma substância é uma mistura composta de partículas de mesmo tipo (veja elementos químicos, átomos e moléculas na pág. 20 deste capítulo). As substâncias têm comportamento muito característico: à medida que a temperatura cai ou sobe, podem mudar de estado físico. Mas, durante essa mudança, a temperatura do material não se altera. Já numa mistura – um material formado por duas ou mais substâncias –, as mu- danças de estado acontecem numa temperatura que se altera. Compare, nos gráficos ao lado, o comportamento de substâncias e de misturas, durante a mudança de estado. Algumas misturas se comportam como subs- tâncias em uma das mudanças de estado, mas nunca nas duas. As que apresentam variação de temperatura no PE são chamadas misturas eutéticas. Aquelas para as quais a temperatura varia no PF são chamadas misturas azeotrópi- cas. Os gráficos ao lado representam as mudanças de estado desses dois tipos de mistura. GARDEL BERTRAND 18 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA A FÍSICA DA QUÍMICA Classificação das misturas Na natureza, é muito raro encontrarmos subs- tâncias com grau de pureza total. Quase tudo é mistura, mesmo quando ela não é facilmente percebida. É o caso do ar atmosférico. O ar é uma mistura de diversos gases, como nitrogênio, oxigênio e gases nobres. Se estiver poluído, o ar contém, ainda, boa concentração de outras substâncias, como par- tículas de fuligem ou monóxido de carbono. O mesmo acontece com a água: na natureza, cos- tuma carregar sais minerais. Nas torneiras das cidades brasileiras, ela vem misturada ao flúor, que ajuda a proteger os dentes contra as cáries. Na indústria, também é raro o uso de substân- cias absolutamente puras. Os metais preciosos, como prata e ouro, são extraídos misturados a outras substâncias minerais e têm de ser puri- ficados antes da fabricação de qualquer peça, como joias. Mas porque são muito moles, pre- cisam ser combinados com outros metais, em ligas que permitem a moldagem das peças. Qualquer porção de matéria separada para estudo e análise chama-se sistema. A primeira observação a ser feita na classificação de um sistema é se ele é homogêneo ou heterogêneo. Sistema homogêneo é aquele em que existe uma única fase (são monofásicos ou unifásicos). Em oposição, sistema heterogêneo é aquele que apresenta mais de uma fase (são polifásicos). Todas as substâncias puras constituem sis- temas homogêneos. A não ser quando estão em diferentes estados físicos ou em mudança de estado – aí, comportam-se como sistemas heterogêneos. Nas fotos ao lado, você confere alguns sistemas homogêneos e heterogêneos. As soluções também são misturas que apre- sentam apenas uma fase – ou seja, são sistemas homogêneos. É o caso de uma xícara de chá. wedge GRAU DE PUREZA É a proporção entre a massa de um dos componentes e a massa total da mistura: O grau de pureza costuma ser apresentado em porcentagem. FASE É uma porção do sistema que apresenta as mesmas propriedades. Algumas fases são visíveis apenas por microscópio. É o caso do sangue, do leite e da gelatina, que, a olho nu, parecem sistemas homogêneos, mas são, na verdade, heterogêneos. A chaleira contém apenas água fervente. Mas o sistema dentro dela é heterogêneo, porque, ao entrar em ebulição, a água está passando do estado líquido para o gasoso A água no copo constitui um sistema homogêneo, porque tem uma única fase. A água é uma substância pura, e toda a porção dentro do copo tem as mesmas propriedades Um copo com água e gelo, apesar de conter uma única substância, é um sistema heterogêneo. Há duas fases: uma de água no estado sólido e outra de água no estado líquido Um copo com água e óleo tem duas fases (duas partes com diferentes propriedades, como cor e densidade). O sistema é heterogêneo •Todo sistema gasoso é homogêneo, não importa a quantidade deste ou daquele gás na mistura. • Todo sistema sólido é heterogêneo. Uma exceção apenas: as ligas metálicas são misturas homogêneas. ATENÇÃO TOME NOTA MISTURAS HETEROGÊNEAS SUBSTÂNCIAS PURAS (em mudança de estado físico) MISTURAS HOMOGÊNEAS (soluções) SUBSTÂNCIAS PURAS SISTEMAS HETEROGÊNEOS (polifásicos) HOMOGÊNEOS (monofásicos) p = ms mt HOMOGÊNEO E HETEROGÊNEO UMA SÓ SUBSTÂNCIA, MAS HETEROGÊNEA [1][1] [2] [3] [4] wedge 19GE QUÍMICA 2017 wedge Destilação fracionada Segue o princípio da destilação simples, mas faz a separação de líquidos miscíveis, como água e álcool, que têm pontos de ebulição muito próximos. É o processo usado nas refinarias para separar os diferentes derivados do petróleo, como gasolina e diesel. wedge Separação magnética Utilizada quando um dos sólidos da mistura é um metal que é atraído por ímãs. wedge Filtração Utilizada para misturas de fases líquida e sólida ou sólida e gasosa. A mistura atravessa um filtro que retém as fases sólidas e permite a passagem das fases líquidas ou gasosas. É adotado nos aspiradores de pó e numa estação de tratamento de água. arrow Para separar misturas homogêneas, os métodos mais comuns são: arrow Para separar misturas heterogêneas, os métodos mais comuns são: wedge Evaporação Separa o sólido de uma mistura. É como se obtém o sal de cozinha da água do mar nas salinas. wedge Destilação simples Separa sólidos dissolvidos em líquidos, com base na diferença dos pontos de ebulição (PE) dos compostos da mistura. Quanto maior for essa diferença, mais eficiente será a separação. wedge Dissolução fracionada Separa duas ou mais fases sólidas, empregando um solvente que dissolve apenas um dos sólidos da mistura. wedge Decantação Retira da fase líquida sólidos ou outros líquidos imiscíveis (que não se misturam, como óleo e água), pela diferença de densidade entre as fases. wedge Liquefação fracionada Separa componentes de misturas gasosas. A mistura é comprimida e resfriada até que passe para o estado líquido. A temperatura é então elevada lentamente. Os gases são separados, um a um, por destilação fracionada. SEPARAÇÃO DE MISTURAS ENXOFRE LIMALHA DE FERRO 1. A solução de água e barro é deixada em repouso 1. A mistura é fervida 2. A substância de ponto de ebulição mais baixo (o líquido) evapora antes 3. Em contato com as paredes mais frias do tubo, o vapor se condensa, e o líquido é separado 2. Passado o tempo, as fases se separam: líquida (água) e sólida (terra) 3. Entornando o recipiente, separa-se a água da terra 1. Numa mistura de areia e sal é adicionada água, que dissolve o sal 3. O sal é separado pela evaporação da água 2. Na filtração, a areia fica retida Óleo cru Fornalha Gás Gasolina Querosene Óleo diesel Óleo combustível Parafina, alcatrão [1] DERCILIO [2] [3] [4] ISTOCK 20 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA ATOMÍSTICA A química dos átomos PURA ENERGIA LIBERADA O efeito luminoso da queima de fogos de artifício é causado pelo movimento de vaivém de elétrons em torno do núcleo Tudo o que existe no Universo – as estrelas, como o Sol, as rochas, a água de rios e ocea- nos e os seres vivos – é feito de matéria. E toda matéria é constituída de átomos. O átomo é uma unidade básica da matéria, formada por um núcleo rodeado por uma nuvem de partículas. O modelo aceito pela química hoje prevê que um átomo é composto de um núcleo com prótons e nêutrons, cercado por uma nuvem de elétrons Ou seja, o átomo é como um tijolo da matéria, mas contém partículas ainda menores. Esse conceito surgiu apenas no século XIX, com a criação dos primeiros modelos atômicos. Isso dependeu de uma grande mudança na forma como o mundo era observado e analisado. 21GE QUÍMICA 2017 Modelos atômicos Ciências que estudam a natureza, como a química, a física e a biologia, têm sua atividade baseada no método científico, uma série de eta- pas que precisam ser cumpridas rigorosamente, ao fim das quais é possível chegar a conclusões sólidas sobre o fenômeno estudado. O pesquisador observa um fenômeno, define a questão a ser respondida, faz medidas, coleta e compara dados. Com isso ele formula uma possível explicação para o fenônemo – uma hi- pótese, que precisa ser testada. Se a hipótese se comprova válida, o pesquisador pode generalizar PUDIM DE PASSAS Para Thomson, o átomo seria o pudim e teria carga positiva Cada elétron, com carga negativa, seria uma uva-passa incrustada MACIÇO Para Dalton, o átomo era uma esfera indivisível a ideia, na forma de uma lei científica ou de um conjunto de leis que constituem uma teoria. Para fenômenos que não podem ser observados nem medidos, a teoria é denominada modelo – uma analogia que permite a explicação do fenômeno. Foi o que aconteceu no século XVIII, quando os cientistas começaram a se questionar sobre a estrutura dos átomos. Átomos são partículas minúsculas, impossí- veis de serem vistas mesmo pelos equipamentos mais sofisticados. Daí a necessidade de construir um modelo que explique a estrutura atômica. O modelo de Dalton O inglês John Dalton foi um dos pioneiros a pesquisar os átomos de maneira científica, no início do século XIX. Ele analisou os resultados de experimentos realizados por dois france- ses – Antoine Laurent Lavoisier e Joseph Louis Proust. Essas experiências afastavam o caráter mágico das reações químicas e propunham uma explicação racional para o fenômeno. Dalton criou um modelo atômi- co, muito baseado no conceito grego antigo. Para o inglês, arrow o átomo é uma esfera maciça e indivisível; arrow toda matéria é formada por átomos, partí- culas indivisíveis; arrow átomos de um mesmo elemento são iguais em massa e propriedades; átomos de ele- mentos diferentes têm distintas massa e propriedades; arrow os compostos são formados de átomos que se combinam em proporção simples. O modelo de Thomson Na segunda metade do século XIX, expe- rimentos com gases que recebem descargas elétricas indicaram que o átomo continha par- tículas com carga elétrica negativa. No fim do século, outro inglês, Joseph John Thomson, descobriu a primeira partícula subatômica – o elétron. Isso provou que o átomo não é indivisível, mas composto de partícu- las menores. Thomson propôs, então, um novo modelo atômico, que foi apelidado de “pudim de passas” (veja ao lado). O modelo Rutherford-Böhr O modelo atômico aceito atualmente pela química começou a ser esboçado por Ernest Ru- therford, no início do século XX. O pesquisador inglês bombardeou uma lâmina finíssima de ouro (com 10–4 mm de espessura) com partículas alfa, MARCOS PINTO 22 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA ATOMÍSTICA Diferenças e semelhanças São os prótons, no núcleo atômico, que definem um elemento químico. Cada elemento químico tem um nome e é representado por um símbolo, que indica seu nome. Esse símbolo é composto de uma ou duas letras (sempre começando com maiúscula e terminando com minúscula), que muitas vezes se referem ao nome do elemento em latim. Veja alguns exemplos: ELEMENTO SÍMBOLO INDICA O NOME Hidrogênio H hidrogenium Carbono C carbonium Cálcio Ca calcium Sódio Na natrium Fósforo P phosphorus Ouro Au aurum Prótons e nêutrons O número de prótons é chamadonúmero atô- mico (Z). Por exemplo: arrow para o átomo de ferro (Fe), que contém 26 prótons, Z = 26; arrow para o sódio (Na), com 11 prótons, Z = 11. A soma do número de prótons (p) e o número de nêutrons (n) é o número de massa (A). O número de prótons é o mesmo que o número atômico. Então: A = Z + n A proporção entre o número de prótons e o de nêutrons define algumas semelhanças e diferen- ças entre os átomos: arrow ISÓTOPOS São átomos com o mesmo número de prótons, mas com diferente número de nêutrons. Se têm o mesmo número de prótons, esses átomos têm o mesmo nú- mero atômico Z e, portanto, são um mes- mo elemento, com propriedades químicas semelhantes. Mas, devido à variação no número de nêutrons, suas propriedades físicas podem diferir ligeiramente. Veja, como exemplo, os isótopos do cálcio (Ca): Isótopo 1 do cálcio 20p Ca (Z = 20) 20 e– A = 41 21 n{ Isótopo 2 do cálcio 20 p Ca (Z = 20) 20 e– A = 42 22 n{ emitidas por um material radiativo. Rutherford sabia que as partículas alfa têm carga elétrica po- sitiva e, no experimento, constatou que a maioria das partículas alfa atravessava a lâmina de ouro sem sofrer nenhum desvio de trajetória. Mas algumas delas se desviavam ou eram rebatidas de volta ao colidir com a lâmina de ouro. E, com base nessas observações, Rutherford chegou às seguintes conclusões: arrow se a maioria das partículas alfa atravessou a lâmina sem se desviar, os átomos da lâmina de ouro deviam ter grandes espaços vazios; arrow se algumas partículas alfa foram rebatidas, então os átomos da lâmina deviam apre- sentar uma parte central muito pequena e densa – um núcleo; arrow por fim, se outra parte das partículas alfa (que têm carga positiva) sofreu algum des- vio ao atravessar a lâmina, então o núcleo dos átomos de ouro deve ter carga positiva (lembre-se de que cargas iguais se repelem). Com essas hipóteses, Rutherford só precisou raciocinar: para equilibrar a carga elétrica po- sitiva do núcleo, os vazios deviam ser povoados de elétrons, de carga negativa. Daí surgiu o modelo atômico de Rutherford, que foi aper- feiçoado pelo dinamarquês Niels Böhr, poucos anos depois. Esse modelo lembra o formato do sistema solar, com o núcleo representando o Sol e os elétrons, os planetas. Nos anos 1930, os nêutrons, sem carga elétrica, foram descobertos e incorporados ao modelo. Com a descoberta do nêutron, o átomo teve seu modelo completado. Hoje, são bem conhe- cidas as propriedades fundamentais de cada uma dessas partículas. ELEMENTO QUÍMICO é o conjunto de átomos quimicamente iguais – ou seja, que têm o mesmo número de prótons. O modelo Rutherford-Böhr descreve o átomo como um minúsculo sistema solar PARTÍCULA SUBATÔMICA CARGA MASSA RELATIVA MASSA (g) Próton (p) +1 1 1,67 . 10–24 Nêutron (n) 0 1 1,67 . 10–24 Elétron (e–) –1 1 /1.840 9,1 . 10–28 elétronsprótonsnêutronsnúcleo wedge 23GE QUÍMICA 2017 Os isótopos de um elemento químico não recebem nomes especiais. São identificados apenas como “isótopo”. No caso do cálcio, por exemplo: 20Ca41 lê-se isótopo 41 do cálcio (cálcio-41) 20Ca42 lê-se isótopo 42 do cálcio (cálcio-42) O único elemento químico cujos isótopos rece- bem nomes especiais é o hidrogênio. Veja: ISÓTOPO NOME ESPECIAL 1 H 1 prótio ou hidrogênio (Z = 1, A = 1) 1 H 2 deutério (Z = 1, A = 2) 1 H 3 trítio ou tritério (Z = 1, A = 3) arrow ISÓBAROS São átomos de elementos quími- cos diferentes que têm o mesmo número de massa (A). Nesse caso, eles diferem tanto em suas propriedades químicas quanto nas físicas. O cálcio (Ca), por exemplo, é isóbaro do potássio (K). Veja: 20 p Ca (Z = 20) 20 e– A = 40 20 n{ 19 p K (Z = 19) 19 e– A = 40 21 n{ Repare que o número de prótons (Z) do cálcio é diferente do número de prótons do potássio. Então eles são elementos químicos distintos. Ainda assim, têm o mesmo número de massa (A). A diferença está no número de nêutrons. arrow ISÓTONOS São átomos de elementos quími- cos distintos que têm diferentes número de massa (A) e número atômico (Z), mas apresentam o mesmo número de nêutrons (n). Nesse caso, a diferença está no número de prótons. São isótonos: 5B11 e 6C12 (boro-11 e carbono-12) 15P31 e 16S32 (fósforo-31 e enxofre-32) Elétrons O número de elétrons (e–) e a relação entre esse número e a quantidade de prótons, no núcleo, também definem propriedades químicas impor- tantes de um átomo. Íons são átomos que ganham ou perdem elétrons numa ligação química. A maioria dos átomos liga-se uns aos outros, a fim de alcançar a estabilidade. Se, numa ligação, um átomo cede elétrons, é um íon positivo; se recebe elétrons, é chamado íon negativo. Veja: arrow CÁTIONS É o nome que se dá aos íons positivos – ou seja, átomos que perderam elétrons e, portanto, têm mais cargas positivas (dadas pelos prótons). O total de elétrons cedidos é sempre igual ao total de cargas negativas perdidas. Veja, no exemplo abaixo, como um átomo neutro de cálcio se transforma num cátion: arrow ÂNIONS São átomos eletrizados negativa- mente – ou seja, com mais cargas negativas (elétrons) do que cargas positivas (prótons). Para que um átomo neutro se torne um ânion, ele tem de ganhar elétrons. O total de elétrons recebidos é sempre igual ao total de cargas negativas adquiridas. Veja como um átomo neutro de nitrogênio (N) se transforma em ânion: Átomos neutros ou íons de elementos quími- cos diferentes podem apresentar o mesmo nú- mero de elétrons. Quando isso ocorre, dizemos que esses átomos são isoeletrônicos. N (Z = 7) arrow ganha arrow N (Z = 7) arrow N3– 3 elétrons 7 p 7 e– 7 p 10 e– átomo neutro (p = e–) arrow (e– > p) arrow 3 cargas arrow ânion de negativas nitrogênio Ca (Z = 20) arrow perde arrow Ca (Z = 20) arrow Ca2+ 2 elétrons 20 p 20 e– 20 p 18 e– átomo neutro (p = e–) arrow p > e– arrow 2 cargas arrow cátion positivas de cálcio TOME NOTA • N é o átomo de nitrogênio • N3– é como se representa o ânion trivalente do nitrogênio (com três elétrons a mais) Esse tipo de notação vale para qualquer ânion. TOME NOTA • Ca é o átomo de cálcio • Ca2+ é como se representa o cátion bivalente de cálcio (com dois elétrons a menos) Esse tipo de notação vale para qualquer cátion. 24 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA ATOMÍSTICA CAMADA (nível de energia) Número máximo de elétrons K (1) 2 L (2) 8 M (3) 18 N (4) 32 O (5) 32 P (6) 18 Q (7) 2 Configuração eletrônica Cada nível de energia da eletrosfera contém diversos subníveis, identificados pelas letras minúsculas s, p, d, f. Cada subnível comporta um número máximo de elétrons. SUBNÍVEL NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS REPRESENTAÇÃO s 2 s1–2 p 6 p1–6 d 10 d1–10 f 14 f1–14 A forma como os elétrons se distribuem pelos subníveis é chamada configuração eletrônica. Veja a tabela abaixo e acompanhe o raciocínio para entender, passo a passo, como os elétrons se dispõem pelas camadas e subníveis: A organização dos elétrons A região ocupada pela nuvem de elétrons, em torno do núcleo, chama-se eletrosfera. Em 1913, Niels Böhr fez uma série de experimen- tos que resultaram nos seguintes postulados a respeito da eletrosfera: arrow os elétrons se movimentam em trajetórias circulares, chamadas camadas ou níveis de energia. Cada um desses níveis tem um valor energético; arrow quanto mais externo for o nível, mais energia ele tem; arrow um elétron que absorve energia (elétrica, luz, calor, por exemplo) salta de uma camada mais interna para outra mais externa; arrow um elétron que volta à sua camada interna original libera a energia recebida na forma de ondas eletromagnéticas. A ciência conhece sete níveis de energia, que podem abrigar até 112 elétrons. Por isso, dizemos que a eletrosfera se divide em sete camadas eletrônicas, cada uma delas com o máximo possível de elétrons. Veja: K = 1 L = 2 M = 3 N = 4 O = 5 P = 6 Q = 7 Camadas (níveis) K (1) L (2) M (3) N (4) O (5) P (6) Q (7) Nº máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 2 Subníveis 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 4f14 5s2 5p6 5d10 5f14 6s2 6p6 6d10 7s2 CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA Nível de energia Subnível Número de elétrons no subnível 4s2 4p6 4d10 4f14 O número de elétrons existentes nesta camada 4 é 2 + 6 + 10 + 14 = 32 • Cada subnível comporta um número máximo de elétrons: s = 2 p = 6 d = 10 f = 14 • A camada 1 tem apenas o subnível s, onde cabem, no máximo, dois elétrons. • A camada 2 comporta oito elétrons, em dois subníveis, s e p. Dois elétrons lotam o subnível s. Os outros seis elétrons vão para o subnível p. • A camada 3 tem três subníveis: s, p e d. Os subníveis s e p já contêm oito elétrons. A camada comporta mais dez elétrons, no subnível d. No total, o nível M comporta 18 elétrons. • As camadas 4 e 5 comportam 32 elétrons cada uma, em quatro subníveis: s, p, d e f. 25GE QUÍMICA 2017 SAIBA MAIS A QUÍMICA DOS FOGOS DE ARTIFÍCIO Os fogos de artifício são fabricados basicamente de pólvora combinada com sais de diferentes elementos químicos. A cor da luz produzida pela explosão é de- terminada por esse elemento: o lítio dá o vermelho; o cálcio, o laranja; e o cobre, o azul. O processo de produção das cores chama-se lumines- cência e ocorre quando elétrons excitados pelo calor da explosão da pólvora liberam essa energia de volta e retornam para o nível menos energético do átomo. Veja o que acontece com os elétrons de um átomo quando ele produz a luz colorida dos fogos. A energia de um elétron depende da camada e do subnível que ele ocupa. Num átomo no estado fundamental (sem elétrons excitados por alguma forma de energia), os elétrons se distribuem em ordem crescente seguindo as diagonais do diagrama de Linus Pauling. Veja: Veja como se distribuem os elétrons do hidro- gênio e do sódio. O hidrogênio neutro (H) tem apenas um próton e um elétron (não contém nêutrons). Então: arrow Esse elétron só pode estar na camada K (1); arrow Como essa camada tem apenas um sub- nível energético, a localização do elétron tem de ser 1s1 Para o sódio (Na), com 11 elétrons, o raciocínio é o mesmo: arrow Os elétrons vão se distribuindo pelas cama- das e, em cada uma delas, pelos subníveis, seguindo o zigue-zague de Linus Pauling: 1s2, 2s2, 2p6 e 3s1 Os elétrons mais energizados estão no último subnível. Mas preste atenção no zigue-zague: nem sempre o último subnível está na última camada. Essa é a camada de valência, que contém os elétrons que participam das ligações químicas. Repare na distribuição de elétrons do ferro e do bromo. Para o ferro (Z = 26): • Subníveis: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 • Níveis: K = 2 L = 8 M = 14 N = 2 • Subnível mais energético: 3d, com 6 elétrons • Camada de valência arrow 4 (4s) com 2 elétrons Para o bromo (Z = 35): • Subníveis: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5 • Níveis: K = 2 L = 8 M = 18 N = 7 • Subnível mais energético: 4p, com 5 elétrons • Camada de valência arrow 4 (4s2 e 4p5) com 7 elétrons 1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s 4p 4d 4f 5s 5p 5d 5f 6s 6p 6d 7s Em cada linha horizontal estão listadas as camadas com seus possíveis subníveis de energia: 1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 3d... Os elétrons se distribuem seguindo o zigue-zague mostrado pela linha pontilhada azul: 1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d... O subnível mais energético é sempre o último a receber elétrons na distribuição. Nem sempre esse subnível pertence à última camada TOME NOTA Os elétrons perdidos por um cátion (íon positivo) são sempre aqueles da camada de valência, e não do último subnível de distribuição. Então, para identificar os elétrons que o cátion cede, você deve: 1. distribuir os elétrons do átomo neutro, segundo as camadas e os subníveis (em zigue-zague); 2. identificar a camada de valência e dela retirar os elétrons cedidos a outro átomo. Imagine um átomo qualquer com seis elétrons. A distribuição normal desses elétrons é: 1s2, 2s2, 2p2 – ou seja, dois elétrons na camada K (1), que só tem o subnível s, e quatro outros elétrons na camada L (2), dois no subnível s e outros dois no subnível p. Se o átomo recebe uma descarga de energia, como o calor da explosão da pólvora nos fogos de artifício, um dos elétrons que ocupava o subnível mais energético salta para subníveis mais energéticos ainda – neste caso, para um subnível da camada M (3). Um elétron não pode acumular essa energia. Por isso, logo devolve a energia extra e retorna para o subnível energético original. A devolução dessa energia para o meio ambiente se dá na forma de luz colorida. O show pirotécnico acontece. 1. 2. 3. K L K L M K L M FERNANDO GONSALES 26 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA TABELA PERIÓDICA Cada coisa em seu lugar INDIVIDUALIDADE ATÔMICA Cada elemento químico é um átomo com características específicas Quem sabe ler a tabela periódica obtém dela informações sobre diversas propriedades dos elementos A ciência conhece 118 elementos químicos. Mas 26 deles não existem na natureza. São átomos extremamente instáveis e, por isso, só aparecem quando sintetizados em laboratório (veja o capítulo 4). A descoberta dos elementos químicos foi feita paulatinamente. Até o fim do século XVII, conheciam-se apenas 14 deles; um século depois, eram 33. Com o advento da ciência moderna, no século XIX, 83 elementos foram identificados. Com uma lista desse tamanho, tornava-se cada H 1.01 Rn (222) Th 232 Ra (226) U 238 Fr (223) Pa (231) Ac (227) He 4.00 C 12.0 Be 9.01 O 16.0 Li 6.94 N 14.0 B 10.8 F 19.0 Ne 20.2 Si 28.1 Mg 24.3 S 32.1 Na 23.0 P 31.0 Al 27.0 Cl 35.5 Ar 40.0 Ti 47.9 Zn 65.4 Cr 52.0 Co 58.9 Cu 63.5 V 50.9 As 74.9 Fe 55.9 Sc 45.0 Ga 69.7 Ge 72.6 Mn 54.9 Ni 58.7 Kr 83.8 Zr 91.2 Sn 119 Cd 112 Mo 95.9 Rh 103 Rb 85.5 Ag 108 Nb 92.9 Sb 122 Ru 101 Y 88.9 In 115 Pd 106 Xe 131 Pb 207 Hg 201 W 184 Ir 192 Ce 133 Au 197 Ta 181 Bi 209 Os 194 La 139 Ti 204 Re 180 At (210) Pt 195 Tc (99) Po (210) Hf 179 K 39.1 Ca 40.1 Sr 87.6 Ba 137 Se 79.0 Br 79.9 Te 128 I 127 Elementos conhecidos de Mendeleev Elementos desconhecidos mas previstos por Mendeleev vez mais necessário um sistema de organização que permitisse trabalhar com os elementos. Houve várias tentativas (veja o quadro “Sai- ba mais”, na pág. ao lado). A classificação que prevaleceu foi a proposta pelo russo Dimitri Mendeleev. A tabela de Mendeleev Em 1869, Mendeleev juntou as tentativas anteriores e dispôs os elementos conhecidos num quadro com doze linhas (na horizontal) e oito colunas (na vertical). Na horizontal, os elementos obedeciam à ordem crescente de massa (dada pela soma do número de prótons e o de nêutrons). Na vertical, apresentavam características semelhantes. Mendeleev atribuía as imperfeições da tabela a erros no cálculo das massas. Ele tinha tanta certeza disso que deixou alguns espaços vagos na tabela, para o encaixe de elementos ainda não descobertos. Essas vagas foram, depois, realmente preenchidas (veja na tabela a seguir). Mendeleev não acertou em tudo. Para ele, por exemplo, as propriedades químicas de um elemento eram dadas pela massa, como ima- ginavam também seus contemporâneos. Hoje, sabe-se que o que caracteriza um elemento é o número de prótons, ou seja, o número atômico (Z). Por isso, a tabela periódica usada hoje é construída em função de Z. Seja como for, a ordem dos elementos não foi muito alterada, pois, na maior parte das vezes, a massa cresce conforme o número de prótons. Foi por isso que Mendeleev acertou na previsão dos elementos químicos desconhecidos à sua época. A disposição proposta por Mendeleev agru- pa os elementos de acordo com características importantes dos átomos. Acompanhe, a seguir, a identificação dessas características. [1] 27GE QUÍMICA 2017 arrow PERÍODOS São as sete linhas horizontais. To- dos os elementos de um mesmo período têm o mesmo número de camadas eletrônicas. 2º PERÍODO Elemento Duas camadas Número de elétrons Lítio (3Li) K, L K = 2, L = 1 Berilo (4Be) K, L K = 2, L = 2 Boro (5B) K, L K = 2, L = 3 Carbono (6C) K, L K = 2, L = 4 Nitrogênio (7N) K, L K = 2, L = 5 Oxigênio (8O) K, L K = 2, L = 6 Flúor (9O) K, L K = 2, L = 7 Neônio (10N) K, L K = 2, L = 8 1º PERÍODO Elemento Uma camada Número de elétrons Hidrogênio (H) K 1 Hélio (He) K 2 arrow FAMÍLIAS OU GRUPOS Correspondem às colu- nas. Na nomenclatura recomendada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac), as famílias são numera- das de 1 a 18. Os elementos de uma mesma família apresen- tam configurações eletrônicas semelhantes, o que lhes confere, também, propriedades quími- cas semelhantes. Por exemplo: todos os elemen- tos da família do berilo (Be) têm distribuição eletrônica que apresenta como característica ns2, em que arrow n é o período em que se encontra o último subnível de energia. Esse número cresce conforme descemos pela coluna de uma mesma família; arrow Mas a configuração eletrônica de todos os elementos da família do Be termina com dois elétrons sempre no subnível s; arrow Isso significa que o berílio (Be) e todos os elementos abaixo dele têm dois elétrons na camada de valência. E esses elétrons estão sempre no subnível s de energia. Veja: 4Be arrow 1s2 2s2 12Mg arrow 1s2 ......3s2 20Ca arrow 1s2 ..............4s2 38Sr arrow 1s2 .....................5s2 56Ba arrow 1s2 ...........................6s2 88Ra arrow 1s2 ..................................7s2 Os elementos dispostos no cilindro de Chancourtois, quando lidos na vertical, apresentavam as mesmas propriedades químicas. Os átomos de berilo (Be), magnésio (Mg) e cálcio (Ca), por exemplo, ligam-se a outros átomos da mesma maneira Be Mg Al Ca K Na Li B Propriedades periódicas e aperiódicas As propriedades periódicas são aquelas cujos valores crescem ou decrescem em função do número atômico e se repetem a cada grupo de elementos. São propriedades periódicas o raio atômico, o potencial de ionização e a afinidade eletrônica (veja na página 29). As propriedades aperiódicas também dependem do número atômico, mas não se repetem regular- mente na tabela. Um exemplo de propriedade aperiódica é a massa atômica, pois ela sempre cresce com o aumento do número atômico, mas não se repete nunca entre todos os elementos. SAIBA MAIS Uma classificação científica se baseia em diferenças e semelhanças. Foi isso o que os químicos começaram a procurar na relação de elementos, principalmente a partir do século XIX. Em 1817, o químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner percebeu que, em alguns grupos de três elementos que apresentavam propriedades semelhantes, a massa atômica (MA) de um deles sempre era a média aritmética da massa atômica dos outros dois. Döbereiner organizou, então, grupos de três elementos na chamada lei das tríades. As tríades logo caíram, pois abrangiam um número pequeno de elementos. Algumas tríades de Döbereiner: ELEMENTOS Z MÉDIA ARITMÉTICA Cloro (Cl) 35,5 80 ≈ 127 + 35,5 2 Bromo (Br) 80 Iodo (I) 127 Cálcio (Ca) 40 88 ≈ 137 + 40 2 Estrôncio (Sr) 88 Bário (Ba) 137 Em 1863, o geólogo francês Alexandre-Émile de Chancourtois tomou por base um cilindro e traçou uma curva helicoidal (em forma de hélice) que dividia o cilindro em 16 fatias verticais. Os elementos de propriedades semelhantes caíam todos na mesma fatia. No mesmo ano, o químico inglês Alexander Reina Newlands colocou as massas atômicas em ordem crescente e, com isso, organizou grupos de sete elementos. Ele reparou que as propriedades se repetiam no oitavo elemento – ou seja, ele encontrou uma periodicidade, que foi chamada de lei das oitavas. Essa classificação apresentava erros porque os valores das massas atômicas estavam errados. [1] DAVID MACK/SCIENCE PHOTO LIBRARY [2] SSPL/GETTY IMAGES [2] 28 GE QUÍMICA 2017 ESTRUTURA DA MATÉRIA TABELA PERIÓDICA T A B E L A P E R IÓ D IC A 1 2 3 4 5 6 7 1 H 2 H e 3 Li 4 B e 5 B 6 C 7 N 8 O 9 F 10 N e 11 N a 12 M g 13 A l 14 S i 15 P 16 S 17 C l 18 A r 19 K 20 C a 21 S c 22 Ti 23 V 24 C r 25 M n 26 Fe 27 C o 28 N i 29 C u 30 Z n 31 G a 32 G e 33 A s 34 S e 35 B r 36 K r 37 R b 38 S r 39 Y 40 Z r 41 N b 42 M o 43 Tc 44 R u 45 R h 46 P d 47 A g 48 C d 49 In 50 S n 51 S b 52 Te 53 I 54 X e 55 C s 56 B a 72 H f 73 Ta 74 W 75 R e 76 O s 77 Ir 78 P t 79 A u 80 H g 81 Tl 82 P b 83 B i 84 P o 85 A t 86 R n 87 F r 88 R a 10 4 R f 10 5 D b 10 6 S g 10 7 B h 10 8 H s 10 9 M t 11 0 D s 11 1 R g 11 2 C n 57 La 58 C e 59 P r 60 N d 61 P m 62 S m 63 E u 64 G d 65 Tb 66 D y 67 H o 68 E r 69 Tm 70 Y b 71 Lu 89 A c 90 Th 91 P a 92 U 93 N p 94 P u 95 A m 96 C m 97 B k 98 C f 99 E s 10 0 F m 10 1 M d 10 2 N o 10 3 Lr SÉ RI E D OS LA N TA N ÍD EO S SÉ RI E D OS A CT IN ÍD EO S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Gr up os o u fa m íli as Períodos H ID RO GÊ N IO É um e le m en to e sp ec ia l, co lo ca do e m de st aq ue n a ta be la p or qu e ap re se nt a al gu m as ca ra ct er ís tic as d os m et ai s e ou tr as d os n ão m et ai s. Es te e le m en to nã o se in cl ui e m n en hu m g ru po . A o rd em c ri ad a po r M en de le ev p er m ite qu e se id en tifi qu em a s p ri nc ip ai s ca ra ct er ís tic as d e ca da e le m en to 29GE QUÍMICA 2017 TA M AN H O O U R AI O D O Á TO M O O át om o nã o te m co nt or no n íti do . P or is so , o co nc ei to d e ra io a tô m ic o dá a pe na s u m a id ei a da d is tâ nc ia m éd ia d o nú cl eo à re gi ão d e m áx im a pr ob ab ili da de d e se e nc on tr ar em o s e lé tr on s d o ní ve l d e en er gi a m ai s e xt er no . Q ua nt o m ai s c am ad as , m ai or o ra io d e um át om o. E nt re á to m os co m o m es m o nú m er o de ca m ad as , o ta m an ho é de fin id o pe lo n úm er o de p ró to ns n o nú cl eo (Z ): qu an to m ai s p ró to ns ti ve r u m á to m o, m ai s a tr aí do s o s e lé tr on s s er ão e , p or ta nt o, m en or se rá o ra io . O ta m an ho d os á to m os cr es ce co nf or m e a fa m íli a e o pe río do e m q ue e le se e nc ai xa . PO TE N CI AL D E IO N IZ AÇ ÃO O U E N ER GI A D E IO N IZ AÇ ÃO É ta m bé m u m a
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