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Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 1 melo@emc.ufg.br Qualidade da Energia Elétrica Curso Engenharia Elétrica Disciplina Optativa Prof. Dr. Antonio Melo de Oliveira Goiânia março de 2014 Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 2 melo@emc.ufg.br Motivação 1.Introdução A principal motivação para a realização deste curso está na presença de cargas não-lineares nos sistemas elétricos, no conceito de qualidade da energia elétrica e na necessidade de consolidar novos parâmetros sobre potência elétrica. Ressalte-se que tudo isto está relacionado com o custo da energia elétrica FIG.01.Tensões e correntes medidas no secundário de um transformador de distribuição [01] Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 3 melo@emc.ufg.br 1.1 O que são cargas não-lineares? São cargas elétricas que solicitam corrente de forma descontínua ou que variam sua impedância durante um ciclo da forma de onda da tensão de alimentação.[02 ] São cargas onde a forma de onda da corrente de regime não segue a forma de onda da tensão de alimentação [03]. 1.1.1 Exemplos de cargas não lineares FIG.02. Fonte de Computador A – retificador em ponte B – capacitores de filtro de entrada C – transformador D – indutores de filtro de saída E – capacitores de filtro de saída Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 4 melo@emc.ufg.br FIG 03 Corrente de alimentação de um computador pessoal PC FIG.04 Diagrama elétrico simplificado de uma fonte de computador Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 5 melo@emc.ufg.br FIG.05 Diagrama elétrico simplificado de um conversor de freqüência - inversor- para controle de velocidade de um motor de indução 1.1.2 Presença de carga não linear no sistema de distribuição- GO Nas figuras 06 e 07 têm-se exemplos de correntes distorcidas, medidas na entrada de unidades consumidoras industriais situadas na região metropolitana de Goiânia e no interior do estado de Goiás. FIG.06 Correntes de fase medidas no secundário de um transformador de distribuição que supri uma unidade consumidora, com 15 kVA. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 6 melo@emc.ufg.br 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 Gráfico da Corrente fase B Tempo [s] C or re nt e [A ] 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 Gráfico da Corrente fase C Tempo [s] C or re nt e [A ] FIG.07 Correntes de fase medidas no secundário de um transformador de distribuição que supri uma unidade industrial, com 300 kVA. 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 Gráfico da Corrente da fase A Tempo [s] C or re nt e [A ] Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 7 melo@emc.ufg.br 1.2 Histórico De 1910 até aproximadamente 1960 as cargas não-lineares eram grandes indústrias eletroquímicas e eletrometalúrgicas. Em 1948 começa a primeira revolução eletrônica, com a invenção do transistor de silício, a qual é ampliada a partir de 1956 com chegada do transistor controlado, PNPN definido como retificador controlado de silício SCR. Processadores de potência com grande eficiência e baixo custo usando SCR e BJT torna viável economicamente o acionamento com velocidade variável de motores CC e de indução. Estas cargas não lineares aumentam significativamente nos anos 70. A difusão dos micro-controladores, microcomputadores ou processadores digitais traz a necessidade de conversão CA-CC. Surgi à fonte chaveada. O grande impulso destas fontes acontece nos anos 90. Com o racionamento de energia elétrica nos anos 2001-2002, as cargas residências onde antes predominavam cargas lineares, passam a ser predominantemente não lineares. Além das lâmpadas de alto rendimento, novos equipamentos eletrônicos, tais como computadores, impressoras, videocassetes, vídeo games estão mais frequentes nos lares brasileiros. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 8 melo@emc.ufg.br 1.2.1 Evolução das cargas não lineares na distribuição Cenário da evolução das cargas não lineares no Brasil. Esta evolução tem como referência o ano de 2003, como mostrado na tabela 01, [04] Tabela 01. Evolução das cargas não lineares no sistema de distribuição Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 9 melo@emc.ufg.br Nos USA, estima-se que num período de 10 anos as cargas eletrônicas foram duplicadas com previsão de 90% no ano de 2010 do total das cargas instaladas. FIG.08 Crescimento de cargas eletrônicas nos USA Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 10 melo@emc.ufg.br 1.3 Definição e Terminologia da QEE 1.3.1 Definição A definição da qualidade da energia elétrica depende se a análise, ou o interesse é de quem gera, transmite ou utiliza a energia elétrica. De forma ampla podemos dizer que Qualidade da Energia Elétrica - QEE é “Qualquer desvio na magnitude, forma de onda, frequência, relacionamento entre as fase da tensão e corrente de natureza permanente ou transitória que afete a performance da transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica.” Mas com relação ao consumidor de energia elétrica, problema na qualidade da energia elétrica é qualquer ocorrência manifestada na tensão, corrente ou freqüência a qual resulte em falha, ou operação indevida dos equipamentos do consumidor. Mas para o consumidor os problemas de QEE que mais o afeta são basicamente três.[05] Afundamento de tensão – Voltage sags Interrupção momentânea Interrupções sustentadas. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 11 melo@emc.ufg.br Uma subtensão de curta duração - Sag Sag é definida como uma redução entre 0,1 e 0,9 pu, no valor eficaz da tensão, na freqüência do sistema de energia elétrica, com duração de 0.5 de ciclo até 1 minuto.[06]FIG. 09 Subtensão causada por um curto circuito na distribuição Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 12 melo@emc.ufg.br Interrupções de Curta Duração Este parâmetro da QEE é uma interrupção de duração limitada em um período necessário ao restabelecimento do serviço por um equipamento de proteção.Neste tipo de ocorrência perde-se completamente a tensão ou ela fica abaixo de 0,1 pu em uma ou mais fase por um período entre 0.5 ciclos e três segundos. Mas nunca excedendo a um minuto. FIG.10 Sequência de atuação de um religador em um alimentador da distribuição Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 13 melo@emc.ufg.br Sobretensão de Curta duração. “Swells” Uma sobretensão de curta duração ou "swell" é definida como um aumento entre 1,1 e 1,2 pu na tensão eficaz, na freqüência da rede, com duração entre 0,5 ciclo a 1 minuto. [06] FIG. 11 Sobretensão em um alimentador causado pelo desligamento de uma grande carga Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 14 melo@emc.ufg.br Transitórios Surtos: São súbitas mudanças nas condições de regime da tensão ou da corrente ou em ambas, que tem uma polaridade definida, (positiva ou negativa). Os surtos são normalmente caracterizados por sua alta taxa de crescimento e declínio, as vezes representada desta forma 1.2 50 - s 2000-V. Freqüentemente causados por descargas atmosféricas. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 15 melo@emc.ufg.br Oscilação transitória: São súbitas mudanças nas condições de regime da tensão ou corrente ou em ambas, que inclui valores positivos ou negativos. Com uma freqüência variando de 5 kHz a 5 Mhz. Exemplo típico é o chaveamento de banco de capacitores. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 16 melo@emc.ufg.br 1.3.1.1 Definição da ANEEL No documento elaborado pela ANEEL, que trata da qualidade da energia elétrica, chamado de Procedimento de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional — PRODIST, de 01/01/2010, tem no seu módulo 08, os aspectos considerados da qualidade do produto, energia elétrica. Estas características abrangem os regimes permanentes e transitórios. Os aspectos são: −Tensão em regime permanente; − Fator de potência; − Harmônicos; − Desequilíbrio de tensão; − Flutuação de tensão; − Variação de tensão de curta duração; − Variação de frequência. 1.3.2 Qualidade da Tensão de Regime Permanente A qualidade da tensão a ser fornecida às unidades consumidoras, no que diz respeito a seu valor eficaz, em regime permanente. No módulo 08 do PRODIST , documento da ANEEL, que é o órgão regulador do setor elétrica em nosso país estão as condições de fornecimento da energia elétrica. Inicialmente vamos definir alguns parâmetros para o bom entendimento do assunto. Tensão eficaz: Corresponde à raiz quadrada da integral da tensão instantânea (valor amostrado) ao quadrado, dividido pelo intervalo de tempo da integração (número de amostras) Tensão fundamental: Amplitude ou valor eficaz correspondente à componente fundamental - freqüência fundamental – da tensão analisada Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 17 melo@emc.ufg.br Tensão de atendimento (TA): Valor eficaz da tensão no ponto de entrega ou de conexão, obtido por meio de medição, podendo ser classificada em adequada, precária ou crítica. Tensão precária: Valor nominal da tensão de conexão em condições de operação precária nos sistemas elétricos de distribuição, que exige medida de correção programada em um prazo pré-estabelecido. O prazo é de 90 dias. Tensão critica: Valor nominal da tensão de conexão em condições de operação crítica nos sistemas elétricos de distribuição, que exige medida de correção imediata em um prazo pré-estabelecido. O prazo é de 15 dias. Tensão contratada (TC): Valor eficaz da tensão que deve ser informada ao consumidor por escrito, ou estabelecida em contrato, expresso em volts ou quilovolts. Tensão Nominal (TN): Valor eficaz da tensão pelo qual o sistema é projetado. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 18 melo@emc.ufg.br Os valores de tensão eficaz classificado de acordo com o módulo 08 do PRODIS para tensões nominais a partir de 1 kV e maiores que 230 kV estão nas tabelas abaixo. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 19 melo@emc.ufg.br Para unidades consumidoras residenciais e comerciais alimentados pelo sistema de distribuição, em baixa tensão, monofásica ou trifásica as tolerâncias de regime estão na tabela 5. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 20 melo@emc.ufg.br 1.3.2.1 Indicadores Individuais da Qualidade da Tensão de Atendimento Duração Relativa da Transgressão de Tensão Precária - DRP DRP = 100 008.1 nlp Onde: nlp = número de leituras situadas nas faixas precárias. Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica – DRC DRC = 100 008.1 nlc Onde: nlp e nlc = representam o maior valor entre as fase do número de leituras situadas nas faixas precária e críticas respectivamente. O período de apuração das leituras é de 168 horas com intervalos de 10 minutos o que resulta em 1008 amostras da tensão. 1.3.2.1 Compensação pelo Serviço Inadequado O PRODIST no seu módulo 08 estabelece uma forma de compensação caso os níveis de tensão de atendimento estejam fora dos níveis adequados. O valor é calculado de acordo com a fórmula abaixo. Valor = EUSDk DRCmDRC k DRPmDRP 2 100 1 100 onde: k1 = 0, se DRP ≤ DRPm; k1 = 3, se DRP > DRPm; k2 = 0, se DRC ≤ DRCm; k2 = 7, para unidades consumidoras atendidas em Baixa Tensão, se DRC > DRCm; k2 = 5, para unidades consumidoras atendidas em Média Tensão, DRC > DRCm; k2 = 3, para unidades consumidoras atendidas em Alta Tensão, DRC > DRCm; DRP = valor do DRP expresso em %, apurado na última medição; DRPm = 3 %; DRC = valor do DRC expresso em %, apurado na última medição; DRCm = 0,5 %; EUSD = valor do encargo de uso do sistema de distribuição referente ao mês de início da realização da medição pelo períodomínimo de 168 horas. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 21 melo@emc.ufg.br Gráfico das Tensões 350 375 400 425 450 475 500 16 /0 9/ 20 08 0 4: 48 16 /0 9/ 20 08 1 4: 24 17 /0 9/ 20 08 0 0: 00 17 /0 9/ 20 08 0 9: 36 17 /0 9/ 20 08 1 9: 12 18 /0 9/ 20 08 0 4: 48 18 /0 9/ 20 08 1 4: 24 19 /0 9/ 20 08 0 0: 00 19 /0 9/ 20 08 0 9: 36 19 /0 9/ 20 08 1 9: 12 20 /0 9/ 20 08 0 4: 48 20 /0 9/ 20 08 1 4: 24 21 /0 9/ 20 08 0 0: 00 21 /0 9/ 20 08 0 9: 36 21 /0 9/ 20 08 1 9: 12 22 /0 9/ 20 08 0 4: 48 22 /0 9/ 20 08 1 4: 24 23 /0 9/ 20 08 0 0: 00 23 /0 9/ 20 08 0 9: 36 23 /0 9/ 20 08 1 9: 12 24 /0 9/ 20 08 0 4: 48 Data / Hora Te ns ão (V ) Vab mean Adeq. Min Adeq. Max. Faixa prec. Inf. Faixa Crítica Superior Faixa Adequada Faixa Precária Faixa Crítica Inferior . . FIG. 12 Perfil de tensão em uma unidade consumidora suprida em 440 V. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 22 melo@emc.ufg.br 1.3.3 Fator de Potência O fator de potência devera ser calculado a partir dos valores registrados das potências ativa e reativa ( P, Q ) ou das respectivas energias ativa (EA) e reativa (ER), usando as seguintes fórmulas: As unidades consumidoras alimentadas em baixa tensão - BT ou média tensão – MT devem assegurar que no ponto de entrega ou conexão o fator de potência esteja compreendido entre: 1 f 0,92 Indutivo ou Capacitivo Para unidades consumidoras alimentadas em alta tensão – AT devem assegurar um fator de potência, no ponto de entrega ou conexão, compreendido entre: 1 f 0,92 Indutivo 1 f 0,92 Capacitivo 2QP P f 2 22 EREA EA f Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 23 melo@emc.ufg.br 1.3.4 Harmônicos Uma onda qualquer, periódica, no domínio do tempo y(t) com freqüência f0 pode ser decomposta da seguinte forma : [05] Y(t) = Y0 + Y1(t) + Y2(t) + Y3(t) + Y4(t) + … Onde : Y0 = o valor médio da função original Y1 = módulo da componente fundamental Y2, Y3, Y4 … Yn = módulos das componentes harmônicas de 2ª ordem, 3ª ordem, 4ª ordem, 5ª ordem... n-ésima ordem. = Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 24 melo@emc.ufg.br A definição do PRODIST com relação aos harmônicos é a seguinte: “As distorções harmônicas são fenômenos associados com deformações nas formas de onda das tensões e correntes em relação à onda senoidal da freqüência fundamental.” 1.3.4.1 Terminologia e Expressões − Distorção harmônica individual de tensão de ordem h 100 1 h h V V %DIT − Distorção harmônica total de tensão 100 1 25 2h 2 h V V %DTT h Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 25 melo@emc.ufg.br Tabela 6.Valores de referência globais das distorções harmônicas totais ( em porcentagem da tensão fundamental) Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 26 melo@emc.ufg.br 1.3.5 Desequilíbrio de Tensão Definição “ O desequilíbrio de tensão é o fenômeno associado a alterações dos padrões trifásicos do sistema de distribuição” 1.3.5.1 Terminologia e Expressões Tabela 7 – Terminologia IDENTIFICAÇÃO DA GRANDEZA SÍMBOLO Fator de desequilíbrio FD Magnitude da tensão de seqüência negativa (RMS) V- Magnitude da tensão de seqüência positiva (RMS) V+ Magnitude das tensões trifásica de linha (RMS) Vab , Vbc e Vca Expressão par o cálculo do desequilíbrio de tensão 100 V V FD% Expressão par o cálculo do desequilíbrio de tensão- Alternativa 6-31 6-3-1 100 FD% Onde: 2)2ca 2 bc 2 ab 4 ca 4 bc 4 ab VV(V VVV Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 27 melo@emc.ufg.br 1.3.6 Flutuação de Tensão Definição “ A flutuação de tensão é uma variação aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz da tensão” Para melhor entendimento da definição e aplicação deste conceito devemos analisar os seguintes aspectos: − A determinação da qualidade da tensão de um barramento do sistema de distribuição quanto à flutuação de tensão tem por objetivo avaliar o incômodo provocado pelo efeito da cintilação luminosa no consumidor final, que tenha seus pontos de iluminação alimentados em baixa tensão. − De modo geral, podemos relacionar as flutuações aleatórias e repetitivas com a operação de cargas não lineares que solicitam potência variável no tempo, enquanto que as flutuações esporádicas estão relacionadas com manobras de rede ou de carga. − As cargas elétricas que mais provocam este fenômeno são: ► Os fornos a arco utilizado em muitas usinas siderúrgicas; ► Máquinas de solda e ► Partida de grandes motores de indução. 1.3.7 Variação de Tensão de Curta Duração Definição “ Variação de tensão de curta duração são desvios significativos no valor eficaz da tensão em intervalos de tempo.” 1.3.7.1 Classificação das Variações de Tensão de Curta Duração Este fenômeno tornou-se muito importante nas últimas décadas como decorrência do aumento expressivo de cargas não lineares em detrimento das cargas eletromecânicas. Uma das características das cargas não lineares é sua sensibilidade a variação de curta duração. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 28 melo@emc.ufg.br Tabela 08 Classificação das tensões de curta duração Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 29 melo@emc.ufg.br 1.4 Análise do distúrbio na Tensão Uma das ferramentas mais usadas na análise dos distúrbios na tensão é a curva ITIC (Information Technology Industry Council) antiga curva CBEMA. Originalmente foi aplicada na análisedas tolerâncias, de regime e transitórias da tensão de alimentação, que um computador de grande parte deveria suportar sem comprometer sua operação. www.itic.org. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 30 melo@emc.ufg.br A curva ITIC descreve a aplicação de tensão alternada em equipamentos, com limites de tolerância tanto para regime quanto para transitório. Esta curva não se destina a orientar projetos de equipamentos nem desempenho de sistema de distribuição de energia elétrica. 1.4.1 Discussão Sete tipos de eventos são analisados com o uso desta curva. Estes são excludentes e sempre tem início com a tensão na condição nominal. A condição de regime é sempre atingida após o transitória. 1.4.1.1 Tolerâncias de Regime Permanente A variação na tensão de regime descreve um intervalo no qual o valor eficaz (RMS) da tensão varia lentamente ou é constante. Esta tolerância é de +/- 10% da tensão nominal a qual pode ficar indefinidamente alimentando os equipamentos. Os equipamentos com esta tensão devem ter uma operação adequada e manter suas características de rendimento e potência nominal. 1.4.1.2 Linha de Sobretensão Esta região da curva descreve uma faixa de sobretensão, com valor eficaz, de até 120% do valor da tensão nominal. Com duração de até 0,5 segundos. Isto pode ocorrer quando grandes cargas são removidas do sistema elétrico. 1.4.1.3 Oscilação Amortecida de Baixa Freqüência Esta região descreve as oscilações de baixa freqüência. Estas são tipicamente originadas de chaveamentos de bancos de capacitores, utilizados na correção de fator de potência. A freqüência destas oscilações podem variam de 200 Hz a 5 kHz, dependendo a freqüência de ressonância do sistema elétrico de distribuição de energia. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 31 melo@emc.ufg.br A amplitude das oscilações é definida como um percentual do pico da tensão nominal, ou seja, o valor máximo.(não e o valor eficaz da tensão). A duração destas oscilações está dentro de ½ ciclo. Outra condição é que o chaveamento deve ocorrer próximo ao pico da tensão de alimentação. A amplitude da oscilação varia de 140% para 200 Hz até 200% para 5 kHz com variação linear entre estes valores. Ver figura abaixo. Oscilação típica de tensão causada por chaveamento de banco de capacitor 1.4.1.4 Impulsos e Oscilações de Alta freqüência Esta região descreve os transitórios ou surtos que são causados geralmente por descargas atmosféricas. A norma ANSI/IEEE C62.41-1991 descreve as características da forma de onda que representa este surto de tensão. A intenção é prover uma imunidade de 80 Joule durante o transitório. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 32 melo@emc.ufg.br 1.4.1.5 Afundamento de Tensão – Sags A curva mostra duas áreas de afundamento de tensão considerando sempre o valor eficaz. Estes afundamentos são resultantes de curto-circuito na distribuição da energia elétrica ou entrada em operação de cargas com potência elevada. Afundamentos de tensão com 80% da nominal e duração de até 10 segundos, com variação de 20%. A outra área de afundamento corresponde a 70% da nominal e duração de 0,5 segundos, variando entorno de 30%. A norma IEC61000-4-11 tem limites mais rigorosos para definir a suportabilidade de equipamentos eletrodomésticos e de informática, quando submetidos a afundamentos de tensão. Veja a tabela 01 abaixo 1.4.1.6 Interrupção Esta área compreende a perda total da alimentação ou um afundamento entorno de 10% da tensão nominal, seguida da recuperação plena da tensão. A duração destes fenômenos deve ser inferior a 20 ms. Normalmente a origem destes fenômenos está relacionada com a ocorrência de curto-circuito e a atuação do sistema de proteção na distribuição da energia elétrica. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 33 melo@emc.ufg.br 1.4.1.7 Região Sujeita a Mau Funcionamento ou Desligamento Esta área da curva corresponde a tensões de alimentação inferiores aos limites de suportabilidades dos equipamentos, podendo causa mau funcionamento ou o desligamento dos mesmos sem no entanto causar a sua queima. 1.4.1.8 Região Proibida Região sujeita a danos nos equipamentos por elevação de tensão. Elevações permanentes ou sobretensões descritas nesta área podem causar alem de mau funcionamento a queima dos equipamentos. Bibliografia [01]Jesus, Nelson Clodoaldo e Oliveira, Hermes R.P.M. Feito de Bancos de Capacitores na Amplificação de Harmônicos em Sistema de Distribuição. Anais do XVII Seminário Nacional de distribuição de Energia Elétrica, Belo Horizonte, agosto de 2006. [02] Dugan, Roger C. McGranaghan, Mark F. and Beaty, H. Wayne. Electrical Power Systems Quality. Second edition New York, McGraw-Hill,2003. [03] Kennedy, Barry W. Power Quality Primer, McGraw-Hill New York, 2000. [04]Porto,Rafael Jorge "uma análise aplicada sobre medição e faturamento de potências e energias não ativas", dissertação de mestrado,Itajubá MG 2006.Brasil. [05] Sankaran, C. Power Quality. CRC PRESS New York ,2002. [06] IEEE-Std 1159 Recommended Practice for Monitoring Electric Power Quality 2009 Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 34 melo@emc.ufg.br Capítulo 02 Conceito de Potência Elétrica 2. Introdução Potência é a taxa no tempo de liberação ou absorção de energia [07]. A equação que traduz esta definição é: dw(t) p(t) = dt Onde: w(t): é a energia em joules [J] t: é o tempo em segundos [s] p(t): é a potência em watts [W] Para um deslocamento com força constante e linear na mesma direção da força, a potência é dada por: dw(t) d(F x) dx p(t) = = = F = F v dt dt dt Onde: F: é a força em newtons [N] x: é o deslocamento em metros [m] v: é a velocidade em metros por segundo [m/s] Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 35 melo@emc.ufg.br Assumindo um torque constante, com um movimento rotacional, a potência é dada por: dw(t) d( ) d p(t) = = = = dt dt dt Onde: : é o torque em newton-metro [N.m] : é o ângulo em radianos [rad] : é a velocidade angular em radianos por segundo [rad/s] No sistema elétrico temos que a potência associada com a corrente elétrica que flui através de um elemento é: IV dt dq dq dw dt tdw tP Onde: q: é a carga elétrica em coulombs [C] i: é a corrente elétrica em ampères [A] v: é a tensão elétrica em volts [V] Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 36 melo@emc.ufg.br 2.1 Definições de Potência Elétrica Os efeitos de distorções da forma de onda e de assimetrias de tensão e corrente no sistema elétrico e sua conceituação constituem ainda um grande desafio da engenhariaelétrica. E é um assunto tão antigo como o próprio sistema elétrico. O conceito de potência elétrica deve ser geral e suficientemente flexível e dinâmico para ser aplicado nas mais diversas áreas da engenharia elétrica : Projetos de equipamentos, instalações e sistemas elétricos; Controle e processamento da energia elétrica; Compensação reativa; Acionamentos elétricos; Metrologia e Tarifação da energia elétrica. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 37 melo@emc.ufg.br 2.1.2 Perguntas inquietantes dos pesquisadores da área. Varias são as indagações que permeiam e matém as divergências entre os pesquisadores e até mesmos entre grupos de estudos do tema. Aqui estão algumas destas questões tiradas da tese de doutorado Fernando P. Marafão defendida na UNICAMP em dezembro de 2004. [08] Qual o domínio mais adequado à análise da potência elétrica: tempo ou freqüência? Por que a necessidade da definição de potência aparente? Como definir e relacionar as parcelas de potências com seus respectivos fenômenos físicos? Por que separa a componente fundamental, das componentes harmônicas do sistema elétrico? Como utilizar as componentes de potência para tarifação ou atribuição de responsabilidades, ou seja, quais parcelas são de responsabilidade das agências distribuidoras de energia e quais são dos consumidores? Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 38 melo@emc.ufg.br Com o objetivo de responder a estas e outras tantas indagações foram propostas inúmeras teorias sobre potência elétrica e suas parcelas. No domínio da freqüência é possível relacionar cinco teorias que normalmente ficaram conhecidas pelo nome de seus autores. Como citadas a seguir: Definição proposta por Budeanu;(1927) Definições proposta por Kimbark; (1971) Definições proposta por Shepherd e Zakikhani; (1972); Definições proposta por Czarnecki; (1988); Definições proposta pelo IEEE; (2000) 2.2 Análise da Potência Elétrica O texto a seguir está baseado na norma IEEE Std 1459-2010 [09]. A conta de energia do consumidor, o projeto e teste de equipamentos elétricos, o despacho econômico de carga e todo o sistema de geração, transmissão e distribuição estão baseados na definição de três grandezas elétricas: ➺ Potência Ativa ou Útil - P ➺Potência Reativa - Q ➺ Potência Aparente - S Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 39 melo@emc.ufg.br Essas definições têm mais de 80 anos e são adequadas para sistemas com forma de onda de tensão e corrente senoidais. Elas estão consagradas desde 1941 pelo AIEE [09], e permanecem praticamente sem alteração até os dias atuais. Contudo desde 1927 que estas mesmas definições são contestadas para sistemas com tensão ou corrente não senoidais. Devido às necessidades da vida moderna, inúmeros processadores de energia elétrica foram desenvolvidos pelos engenheiros e hoje fazem parte de nosso cotidiano. Imagine por uns poucos segundos a vida sem televisão, rádio, internet, luz elétrica, telefone, computador, dentre outros equipamentos que tornam a vida mais prazerosa. Em todos estes equipamentos há a necessidade de processar a energia elétrica para que os mesmos possam operar adequadamente. Como estes processadores destorcem principalmente a corrente elétrica, vamos estudar estes conceitos à luz desta nova realidade. Como conseqüência deste uso intensivo da energia elétrica, as mais variadas preocupações passaram a fazer parte do mundo dos profissionais que trabalham na engenharia elétrica. Citaremos uma da norma mencionada acima “ existe a necessidade de se quantificar corretamente as distorções causadas pelas cargas não lineares e parametric loads e aplicar uma justa distribuição dos custos financeiros requeridos para manter a qualidade dos serviços elétricos”. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 40 melo@emc.ufg.br 3. Norma IEEE Std 1459-2010 A norma usada na definição das grandezas elétricas é a IEEE Std 1459 – 2010 Definitions for the Measurement of Electric Power Quantities Under Sinusoidal, Nonsinusoidal, Balanced, or Unbalanced Conditions. Estes conceitos são particularmente importantes nas seguintes situações: − Quando tensão e corrente são não senoidais; − Quando a carga é desbalanceada ou as tensões não simétricas; − Quando a energia dissipada no neutro tem valor econômico. 3.1 Definições 3.1.1 Sistema monofásico senoidal 3.1.1.1 Potência instantânea (W) As funções senoidais que definem tensão e corrente são: Onde V = Valor eficaz da tensão (V) I = Valor eficaz da corrente (A) ω = freqüência em angular 2πf (rad/s) θ = ângulo de fase (rad) t = tempo em segundos (s) Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 41 melo@emc.ufg.br O conceito de energia também está presente nesta forma de apresentação. Esta é a energia elétrica transferida da fonte para a carga que pode se transformar em outra forma de energia. Esta parcela oscila entre a fonte e a carga e tem um valor zero em cada ciclo da tensão. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 42 melo@emc.ufg.br 3.1.1.2 Potência Ativa (W) Onde: T= 1/f período (s); K = número inteiro; τ = instante do ciclo no qual teve início a medição. Para um sistema senoidal tem-se 3.1.1.3 Potência reativa (var) Para tensão e corrente senoidais toma a forma tradicional. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 43 melo@emc.ufg.br 3.1.1.4 Potência aparente (VA) Esta definição também é encontrada na norma IEEE Std 100, que na verdade é um dicionário de termos técnicos. Apparent (phasor) power S = VI where S is the apparent power, V is the rms value of the voltage, and I is the rms value of the current. Definido por suas componentes tem-se Esta forma também está presente na potência instantânea. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 44 melo@emc.ufg.br 3.1.1.5 Fator de potência O fator de potência pode ser interpretado como a razão entre a energia transmitida à carga sobre a máxima energia que poderia ser transmitida, mantendo as perdas na linha. Para um dado valor de S e V, a máxima utilização da linha é obtida quando S = P assim a razão P/S é um fator de utilização da linha.Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 45 melo@emc.ufg.br 3.1.2 Sistema monofásico não senoidal Para sistemas nos quais a corrente e tensão são não senoidais tem suas representações das seguintes formas, no domínio do tempo. O onde: = fundamental da tensão = fundamental da corrente Onde: = harmônicas de tensão = harmônicos de corrente Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 46 melo@emc.ufg.br No domínio da freqüência Valor Eficaz da Tensão Valor Eficaz da Corrente Onde: Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 47 melo@emc.ufg.br 3.1.2.1 Distorção harmônica total de tensão e corrente 3.1.2.2 Potência elétrica instantânea (W) Nesta equação todos os termos têm valor médio diferente de zero. Neste caso tem-se transferência de energia entre a fonte e a carga nas devesas freqüência. Nesta equação os termos têm valor médio igual a zero. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 48 melo@emc.ufg.br 3.1.2.3 Potência ativa (W) 3.1.2.3.1 Potência ativa fundamental (W) 3.1.2.3.2 Potência ativa harmônica (W) 3.1.2.3.2 Potência reativa fundamental (var) Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 49 melo@emc.ufg.br 3.1.2.4 Potência aparente (VA) 3.1.2.4.1 Potência aparente fundamental (VA) 3.1.2.4.2 Potência aparente não fundamental (var) Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 50 melo@emc.ufg.br Esta equação pode ser reescrita da seguinte forma. 3.1.2.4.1.2 Potência de distorção da corrente (var) 3.1.2.4.3 Potência de distorção da tensão (var) 3.1.2.4.4 Potência aparente harmônica (var) 3.1.2.4.5 Potência de distorção harmônica Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 51 melo@emc.ufg.br 3.1.2.4.6 Potência não ativa Quando as ondas de tensão e corrente são perfeitamente srnoidais tem-se 3.1.2.5 Fator de potência Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 52 melo@emc.ufg.br Quando Tabela Resumo da IEEE – 1459 Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 53 melo@emc.ufg.br 4. Sistema trifásico 4.1 Sistema trifásico equilibrado Expressões matemáticas de tensões e correntes. Tensão linha – neutro ( Tensão de fase); Correntes de linha O sistema de distribuição de energia elétrica raramente opera com: Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 54 melo@emc.ufg.br 4.1.2 Potência instantânea (W) 4.1.3 Potência ativa (W) Onde: = tensão de fase = tensão de linha 4.1.4 Potência reativa (var) Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 55 melo@emc.ufg.br 4.1.5 Potência aparente (VA) 4.1.5 Fator de potência 4.2 Sistema trifásico desequilibrado Antes das definições de potência elétrica em sistemas desequilibrados, é importante comentar o resultado de uma pesquisa feita com os Engenheiros e Diretor de concessionárias de energia elétrica nos USA e Canadá em 1994. Um grupo de 26 pesquisadores do IEEE elaborou e enviou um questionário sobre Potência Elétrica a 122 concessionárias espalhadas pelos USA e Canadá conforme mostra o mapa a seguir[10]. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 56 melo@emc.ufg.br Objetivos deste questionário: − Determinar a instrumentação usada para medir grandezas elétricas em ambiente não senoidal. − Avaliar o conhecimento dos Engenheiros sobre as limitações das definições de P, Q, D e S. − Como os consumidores são tarifados. − Avaliar o conhecimento dos Engenheiros das concessionárias sobre os erros de instrumentos operando em ambiente não senoidal. Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 57 melo@emc.ufg.br Chamam atenção as definições dadas para a potência aparente trifásica: 22% responderam que S (VA) era calculado na forma vetorial ou seja, 22% responderam que S (VA) era calculado na forma aritmética Onde: 6% responderam que S (VA) Onde: = Valor médio da tensão e corrente na saída de um retificador tipo ponte Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 58 melo@emc.ufg.br 4% definiram S (VA) como Onde: Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 59 melo@emc.ufg.br 4.2 Sistema trifásico desequilibrado 4.2.1 Tensões e correntes desequilibradas Tensões de fase Correntes de linha 4.2.2 Potência instantânea (W) Em um sistema a três fios tem-se Curso de QEEProf. Dr. Antônio Melo de Oliveira 60 melo@emc.ufg.br 4.2.3 Potência ativa (W) Onde: Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 61 melo@emc.ufg.br 4.2.4 Potência reativa por fase (var) 4.2.4 Potência aparente por fase (var) Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 62 melo@emc.ufg.br 4.2.5 Potência aparente trifásica (var) Na forma aritmética Na forma vetorial Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 63 melo@emc.ufg.br Interpretação geométrica de SA e SV 4.2.6 Fator de potência Fator de potência – aritmético Fator de potência – vetorial Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 64 melo@emc.ufg.br 4.3 Sistema trifásico equivalente 4.3.1 Potência aparente equivalente Este conceito está fundamentado na suposição de existir um “sistema virtual” equilibrado, equivalente a um sistema trifásico desequilibrado, que provoca as mesmas perdas nos alimentadores. 4.3.2 Sistema equilibrado equivalente 4.3.2.1 Corrente equivalente Esta é a corrente “virtual” do sistema trifásico equilibrado, e que é equivalente as correntes desequilibradas e que provoca as mesmas perdas nos alimentadores. Para um sistema desequilibrado a quatro fios a corrente equivalente, “virtual”, é dada por: 𝑟(𝐼 + 𝐼 + 𝐼 + 𝜌𝐼 ) = 3𝑟𝐼 𝑜𝑛𝑑𝑒: r : é a resistência da linha 𝜌 = 𝑟 𝑟 𝑟 : resistência do alimentador do neutro 𝐼 : corrente 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐼 = √ 𝐼 + 𝐼 + 𝐼 + 𝜌 𝐼 3 Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 65 melo@emc.ufg.br 4.3.2.2 Tensão “virtual” equivalente do Sistema equilibrado A tensão equivalente é obtida assumindo um sistema no qual a componente ativa da corrente da carga ligada em Y, alimentado por um sistema a quatro fios dissipa uma potência Somando-se a potência dissipada em um conjunto de cargas ligada em Δ. Desta forma tem-se a seguinte expressão matemática para o cálculo da tensão equivalente do sistema “virtual” equilibrado: 𝑃 . 𝑃 𝑃 + 𝑃 = 𝑃 + 𝑃 𝑉𝑎 2+𝑉𝑏 2+𝑉𝑐 2 𝑅𝑌 + 𝑉𝑎𝑏 2 +𝑉𝑏𝑐 2 +𝑉𝑐𝑎 2 𝑅 = 3 𝑉 2 𝑅𝑌 + 9𝑉 2 𝑅 ξ = 𝑃 𝑃𝑌 = 9𝑉 2 𝑅 ∗ 𝑅𝑌 3𝑉 2 = 3𝑅𝑌 𝑅 𝑉 = √ 3(𝑉 + 𝑉 + 𝑉 ) + ξ(𝑉 + 𝑉 + 𝑉 ) 9(1 + ξ) 𝑉 = √ 3(𝑉 + 𝑉 + 𝑉 ) + ξ(𝑉 + 𝑉 + 𝑉 ) 18 é 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 ξ seja qual a 1 Curso de QEE Prof. Dr. Antônio Melo de Oliveira 66 melo@emc.ufg.br 4.3.2.3 Potência aparente equivalente As definições de tensões e correntes equivalentes leva a um novo conceito de potência aparente “virtual” ou equivalente para um sistema trifásico desequilibrado. 4.3.2.4 Fator de potência equivalente BIBLIOGRAFIA [07] Dorf, Richard C. e Svoboda, James A. Introduction to Electric Circuits. New York. John Wiley.1999 [08] Marafão, Fernando Pinhabel. Analise e Controle da Energia Elétrica Através de Técnicas de Processamento Dogital de Sinais. Tese de Doutorado, UNICAMP 2004. [09] IEEE Std 1459-2010 – Definitions for the Measurement of ElectricPower Quantities Under Sinusoidal, Nonsinusoidal,Balanced, or Unbalanced conditions. [10] IEEE Working group on nonsinudoidal situations, A Survey of North American Utility Concerns Regarding Nonsinusoidal Waveforms, IEEE Transactions on Power Delivery, Vol. 11, No. 1, January 1996 𝑆 = 3𝑉 𝐼 FP = 𝑃 𝑆
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