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Centro de Formação Profissional “Afonso Greco” Praça Expedicionário Assunção, 168 – Bairro Centro Nova Lima – MG – CEP: 34.000-000 Telefone: (31) 3541-2666 AACCIIOONNAAMMEENNTTOOSS AAUUTTOOMMÁÁTTIICCOOSS SENAI – “Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial” Centro de Formação Profissional “AFONSO GRECO” 2 CLP 1. Introdução Ao longo de sua história, o homem tem procurado projetar e construir ferramentas que o auxiliem no trabalho de produzir os bens necessários para sua sobrevivência, e também os bens que aumentem gradativamente o conforto na vida de seus semelhantes, tarefa que foi muitas vezes obstruída pela sua própria limitação física. Porém sabemos que para sua inteligência e criatividade não há limites e o homem passou a produzir tais ferramentas, que no início foram de utilização normal e o auxiliavam a cortar, apertar, desprender, levantar, aquecer ou transportar materiais que com suas próprias mãos ele jamais conseguiria, ou se viesse a conseguir, o tempo empreendido em tais tarefas seria com certeza diversas vezes maior. Vamos agora lembrarmo-nos do conceito da palavra “acionar”: Acionar algo, desprezando o sentido jurídico da palavra significa colocar em movimento ou em funcionamento, portanto, quando citamos que as primeiras ferramentas eram de utilização manual, poderíamos Ter dito que eram de “acionamento” manual. Porém por motivos óbvios, apresentava-se para o homem o desafio de aumentar a potência de suas ferramentas, ou seja, fazer com que elas realizassem um trabalho maior em menor espaço de tempo. E aí, ele novamente esbarrou em suas limitações físicas, uma vez que tais ferramentas eram acionadas pelas suas próprias mãos ele não teria como aumentar muito sua produtividade, daí, restou aos homens projetar ferramentas que fossem motorizadas, ou seja, acionadas por motores que utilizassem outras formas de energia para acioná-los, que não fosse a força de seus braços. E essas ferramentas passaram a ser chamada de “Máquinas”. Entende-se por motor o equipamento que transforma alguma forma de energia, em energia mecânica, no seu eixo de saída. E assim, foram e são inventadas as mais diversas máquinas para distintas utilizações, tais como centrífugas, pontes rolantes, correias transportadoras, guindastes, elevadores, escadas rolantes, automóveis, tornos mecânicos, fresas, máquina de costura, moinhos, britadores, cortadores, marteletes, compressores, etc. As máquinas citadas são acionadas por motores alimentados por diferentes formas de energia, a saber: Motores a vapor (ex.: locomotivas), combustão ( ex.:veículos automotivos), eólicos ( ex.: moinhos), hidráulicos ( ex.: turbinas ) e os motores elétricos, que devido a sua economia, robustez, alto rendimento, durabilidade, pouca manutenção, pequenas dimensões, higiene e dentre outras vantagens, também não poluir, é o preferido para quase a totalidade das aplicações. 3 1.1. Prós e Contras Ao se defrontar com a adoção de sistemas automatizados, questionam-se sempre as vantagens, desvantagens, impactos e o retorno que a mesma trará do ponto de vista produtivo. humano e econômico. Entre as vantagens da automação, podemos citar: - aumento da produtividade; - aumento da confiabilidade; - melhoria da qualidade; - maior MTBF ( tempo médio entre falhas ); - redução da jornada de trabalho; - melhoria da precisão; - aumento da rapidez de soluções; - melhoria de conforto; - aumento da competitividade. Teríamos como desvantagens: - alto investimento inicial; - rápida obsolescência tecnológica; - deslocamento da mão de obra; - eliminação de postos de serviços ( ??? ). 2. História da computação Alguns estudiosos afirmam que o STONEHENGE – Figura 01, foi o primeiro computador construído pelo homem. Trata-se de um grande monumento paleolítico constituído de menires de 3 a 6 metros de altura ( cerca de de 2600 a.c. – 1700 a.c. ) situado na planície de Salisbury, na Grã-Bretanha. Em 1960 um astrônomo americano mostrou que se tratava de um dispositivo capaz de prever os eclipses da lua, pelo alinhamento de pedras em covas em torno da parte central do monumento. Figura 01 – STONEHENGE 4 Posteriormente, o homem passou a utilizar-se de ábacos para realizar rapidamente exercícios aritméticos. O francês Blaise Pascal, construiu em 1642 a primeira máquina de calcular, realizando funções de subtração e adição. O primeiro computador eletrônico, foi construído em 1946 e era conhecido por ENIAC ( Electronic Numerical Integrator And Calculator ), possuía cerca de 1500 relés, 19000 válvulas e outros dispositivos eletroeletrônicos, mas sua capacidade era mínima. Hoje o avanço tecnológico dos componentes eletrônicos, permitiram desenvolver computadores de grande capacidade de armazenamento e processamento, revolucionando o uso dos mesmos. Encontramos hoje, microcomputadores em praticamente todos os estabelecimentos comerciais e industriais, além é claro da larga utilização doméstica dos mesmos. Podemos dividir basicamente a estrutura de um microcomputador em três diferentes partes, conforme figura 02. Entrada: Teclado, mouse, canetas ópticas, scanner, etc. Saída: Monitor, impressora, impulso sonoro, etc. Processamento: Unidade Lógica e aritmética ( CPU ). Figura 02 - Estrutura básica de um microcomputador Os microcomputadores são constituídos de Software e Hardware, Software são os programas existem em um computador e Hardware é o equipamento físico ( elétrico, mecânico ) do microcomputador. Podemos fazer uma analogia com um equipamento de som, onde a música presente em um CD seria o Software o equipamento seria o Hardware. Memória Unidade de Saída Unidade De Controle Unidade Lógica e Aritmética Unidade de Entrada 5 Podemos citar como exemplos de Software: - Os sistemas operacionais: Ms-Windows, Linus, OS2, etc; - Os sistemas aplicativos: AutoCAD, Corel Draw, Ms-Word, Ms-Excel, etc; - Os sistemas de aplicativos rede: Lantastic, Novell, etc; - As linguagens de programação: Clipper, Cobol, Visual Basic, C, Fortran, etc. Podemos citar como exemplos de Hardware: - Os dispositivos de armazenamento: Winchester, Fita DAT, etc; - Os dispositivos de processamento: Microprocessador ( CPU ). - Os dispositivos de entrada/saída: Teclado, mouse, monitor, etc. Os computadores são largamente utilizados nas indústrias, nas suas diferentes formas de aplicabilidade, como: PC, Computador Pessoal; PLC, Controlador Lógico Programável; Mainframe ( computador de grande porte ), Palm ( computador de mão ), etc. 3. Controladores Lógicos Programáveis – CLP Controlador Lógico Programável, é um computador com as mesmas características conhecidas do computador pessoal, porém em uma aplicação dedicada na automação de processos em geral, assim como no Comando Numérico Computadorizado – CNC, que se trata de um computador na automação de manufatura. Nosso objetivo é conhecer os métodos de automatizar um sistema, e para isso, o PLC é um dos meios amplamente utilizados. Como qualquer computador, o PLC necessita que exista uma programação para que ele possa executar suas tarefas, a linguagem de programação desde fevereiro de 1993, possui padrão internacional chamado: DEC 1131, adotado por 99% dos fabricantes de PLC ( atualmente DEC 61131 ). 3.1. Aplicação Os controles de processos industriais e a automação da manufatura é sem dúvida uma dasaplicações de maior impacto, é também onde se alcançou o maior sucesso comercial do PLC e pode ser empregado em qualquer tipo de sistema que se deseja tornar automático. O PLC pode controlar uma grande quantidade de variáveis, substituindo o homem com mais precisão, confiabilidade, custo e rapidez. 6 A maneira como o PLC atua no sistema, está simbolizado na figura 03, quando as variáveis de entradas, coletadas por sensores, informam a cada instante as condições em que se encontra o sistema sob controle. Esses sensores que podem ser uma haste de fim de curso, um termostato, etc, dão entrada em um dado nível lógico, e em função do programa instalado em sua memória, atuam no sistema por meio de suas saídas. As variáveis de saída do sistema exportam a cada instante, fechamento de válvulas, acionamento de motores, sirenes, chaves, etc. O processamento é realizado em tempo real, ou seja, as informações de entrada são analisados e comparados com informações residentes na memória e, em conseqüência, as decisões dão tomadas pelo PLC, os comandos ou acionamentos são executados pelas suas saídas, tudo concomitante com o desenrolar do processo. O trabalho de automação nos seus primórdios, era realizado por meio de circuitos e relés, ou seja, a partir do equacionamento do sistema a controlar. Eram gerados desenhos, listas com referências cruzadas, lista de instruções e implementadas ou montadas em armários para conter todos estes componentes, dificultando modificações no controle, o que implicava em um rearranjo na montagem, o que se tornava dispendioso, demorada e cansativo. Figura 03 - Estrutura funcional do PLC Máquina ou Processo Controlado Variável de Entrada Variável de Saída Sensores Indutivos Sensores Capacitores Geradores PLC Relés, Contatores Válvulas Lâmpadas Sensores Mecânicos Sensores Fotoelétricos 7 O controlador Programável veio, para trazer um avanço tecnológico de componentes e com advento do computador, resultar em inúmeras aplicações na área industrial. Uma mudança no controle do sistema, implica em uma alteração do programa do PLC, tornando a operação fácil e rápida. A configuração dos diversos fabricantes de PLC, pode ser apresentada de duas formas básicas: a ) Compacta A “CPU” e todos os módulos de entrada e saída se encontram no mesmo RACK b) Modular A “CPU” e cada um dos módulos de entrada e saída se encontram separadas e vão sendo montadas em função da configuração aplicada. A CPU é constituída de um microprocessador, em alguns casos microcontrolador, uma memória RAM, em que são executados os programas e uma memória Flash Eprom ou E2PROM, ficando armazenado uma cópia ( BACKUP ) do programa que está sendo executado, um terminal de programação – TP – que é um outro computador com aplicação dedicada para elaborar os programas para o PLC, para que este, então controle cada sistema que se deseja otimizar. Hoje, porém o TP é substituído em grande parte por um PC, com software para emular esse terminal de programação dedicado. Os softwares que emulam o TP são bastantes versáteis e eficientes e com as facilidades existentes nas mídias disponíveis, pode-se ter tudo em apenas em CD ( software, manual de operação, etc ). O sistema possui ainda, um interface Homem Máquina ( IHM ) , que é ligada a CPU com mais um periférico específico para a comunicação do operador com o sistema, para quando for necessário mudar algumas variáveis do processo, como temperatura, pressão, etc, sem que interfira com o programa normal de operação e sem que se entenda dele. A comunicação do terminal de programa é feita por meio de portas de comunicação independentes, designadas de TER ( Terminal ) e AUX ( Auxiliar). A comunicação do CLP em rede com outros PLC e com um Computador Pessoal ( PC ), para operar em sistema supervisório, se da por meio de uma interface colocada no lugar de um dos módulos de entrada/saída ( I/O ) ou em parte específica da CPU. 8 Em função do tipo de interface e do tipo de cabo utilizado, serão definidos o padrão físico e o protocolo de rede a ser utilizado. Vejamos a figura 04 e 05. Figura 04 - Implementação do PLC Figura 05 – Constituição do PLC L 1 ~ = U1 N Sensores 220 V Retificador L 2 L 3 N 220V Trafo Liga/Desliga Memória EEPROM externa Memória RAM interna Entradas Microprocessador Saída Terminal de Programação Fonte de Alimentação Sensores Atuadores 9 3.2. Principais blocos CPU – Unidade Central de Processamento: Compreendem o processador ( microprocessador, microcontrolador ou processador dedicado ), o sistema de memória ( ROM e RAM ) e os circuitos auxiliares de controle. Módulos de Entrada/Saída: Podem ser discretos – sinais digitais ( 12 VDC, 110VAC, contato normalmente aberto, normalmente fechado ) ou sinais analógicos ( 4 a 20 ma, 0 a 10VDC, termopar ). Fonte de alimentação: responsável pela tensão de alimentação fornecida a CPU e aos circuitos/módulos de entrada/saída. Em alguns casos, proporciona saída auxiliar ( baixa corrente) Base ou Rack: Proporciona conexão mecânica e elétrica entre a CPU, os módulos de entrada/saída e a fonte de alimentação. Contém o barramento de comunicação entre elas, no qual os sinais de dados, endereço, controle e tensão de alimentação estão presentes. Figura 06 - Estrutura básica do PLC 3.3. Circuitos/Módulo de entrada/saída ( I/O ) Os módulos de I/O fazem a comunicação entre a CPU e o meio externo ( por meio dos dispositivos de entrada e saída ), além de garantir isolação e proteção à CPU. Módulos de entrada: recebem sinais dos dispositivos de entrada, tais como: sensores, chaves e transdutores, e os convertem em níveis adequado para serem processados pela CPU. Fonte De Alimentação CP U RUM FLT BAT FORC DH CPU RELAY OUTPUT 24 VDC OUTPUT 24 VDC INPUT 24 VDC INPUT 10 Módulos de saída: enviam os sinais aos dispositivos de saída, tais como: motores, atuadores e sinalizadores. Estes sinais podem ser resultantes da lógica de controle, pela execução do programa de aplicação, ou podem ser forçados pelo usuário, independente da lógica de controle. Obs.: Os módulos de I/O são dotados de isolação óptica para proteção da CPU, fonte de alimentação e demais módulos de I/O. Indicadores de Status para auxiliar durante a manutenção. Conectores removíveis que realizam o tempo de manutenção ou troca dos módulos de I/O. Os módulos de I/O são classificados como discretos ( Digitais ) ou analógicos, existindo também os especiais em algumas famílias de PLC´s. Fonte de alimentação: A fonte de alimentação desempenha um importante papel na operação do sistema de um PLC. Além de fornecer todos os níveis de tensão para alimentação da CPU e dos módulos de I/O, funciona como um dispositivo de proteção, garante a segurança e a integridade da tensão de alimentação para todo o sistema, por meio do monitoramento constante dos níveis de tensão e de corrente fornecidos, se esses níveis excederem os valores máximos ou mínimos permitidos, além do tempo especificado pelo fabricante, a fonte interage diretamente com o processador, gerando uma interrupção ( por meio de uma seqüência de comandos ) e fazendo com que a CPU pare a execução do programa de aplicação. Base ou Rack: A base, ou Rack, é responsável pela sustentação mecânica dos elementos que compõem o PLC, contém o barramento que faz a conexão e leitura entre eles,no qual estão presentes os sinais de dados, endereços e controle necessários para comunicação entre a CPU e os módulos de I/O, além dos níveis de tensão fornecidos pela fonte de alimentação, necessários para que a CPU e os módulos de I/O possam operar. Ver figura 07. Cada posição do Rack, possível de receber um módulo de I/O ou a CPU é denominada de Slot ( Ranhura, abertura ) e cada slot da base tem uma identificação própria, conforme o fabricante. Fonte De Alimentação SLOT Da CPU SLOT 0 SLOT 1 SLOT 2 SLOT 3 11 Figura 07 – Rack O primeiro Slot ao lado da fonte de alimentação, é denominado Slot da CPU, não pode ser ocupado por módulos de I/O, só em casos específicos de controle baseados em PC, que pode ser ocupado por módulos especiais de comunicação, os Slots restantes de uma forma geral podem ser ocupados livremente por módulos digitais e analógicos, as possíveis restrições de posicionamento são indicadas nos respectivos manuais técnicos. 3.4. Configuração do PLC Configuração do sistema de I/O A disposição dos módulos de I/O nas bases do PLC está diretamente ligada à configuração do sistema de I/O Em alguns casos, uma única base local não é suficiente para acomodar todos os módulos do I/O necessários à determinada aplicação, tanto por limitação de espaço físico ( quantidade de slots, quantidade de módulos I/O ), como por limitação elétrica ( corrente elétrica fornecida ao barramento da base / corrente elétrica consumida pelos módulos I/O). Nestes casos, faz-se necessária a utilização de bases de expansão locais ou a utilização de base de expansão remotas. Base Local A base na qual a CPU está instalada é denominada base local. Os módulos de I/O instalados na mesma base que a CPU são denominados módulos de I/O locais. A utilização apenas de base local atende à maioria das aplicações com PLC´s. A forma de identificação dos pontos de I/O de um PLC, geralmente são representados pelas variáveis X, I ( input ), E ( entrada ) para os pontos de entrada , e Y, Q ( Quit ), O ( Output ), S ( saída ) para os pontos de saída. O endereçamento dos pontos de I/O dependem da família do PLC, geralmente são assim: I:0/0 onde : I = representa a entrada O = representa o endereço do slot O = representa o 1º ponto do módulo de entrada Normalmente, são encontrados dois métodos de configuração dos pontos de I/O: 12 - Configuração manual: Determinado pelo próprio usuário ( através de jumpers ou dip-switches ou por softwares de acordo com alguns parâmentros específicos ) - Configuração automática: Durante a energização inicial do PLC, faz o endereçamento seqüencial de ponto a ponto, tanto nos módulos de entrada como nos de saída, respeitando slot por slot Expansão Local È utilizado quando se necessita de pontos de I/O em quantidade superior à que a base local pode suportar, ou quando a fonte de alimentação local não é suficiente para fornecer corrente a todos os módulos de I/O. O acréscimo dos módulos de I/O são feitos por meio de base de expansão local localizada próxima à base local, respeitando a quantidade limite de base de expansão de pontos de I/O possíveis para cada modelo de CPU. Ver figura 08. Na base de expansão local, não há CPU, apenas fonte de alimentação, a comunicação entre base local e base de expansão local é feita através de cabo de conexão apropriado. Os módulos de I/O instalados nas bases de expansão local são tratados e endereçados pela CPU, da mesma maneira que os módulos I/O da base local, sendo atualizadas a cada scan, são vistos como extensão dos barramentos de dados, de endereços e de controle da base local, com alimentação própria. CPU + Fonte De Alimentação Módulo Módulo Módulo Módulo Módulo Fonte De Alimentação Módulo Módulo Módulo Módulo Módulo Cabo de conexão Base Local Base de expansão Local 13 Figura 08 - Exemplo de expansão entre base local e base de expansão local Base de Expansão Remota É utilizada quando os módulos I/O estão instalados distantes da base local, ou quando se necessita de pontos de I/O em quantidade superior à suportada pela base local e base de expansão local Na base de expansão remota não há CPU, apenas a fonte de alimentação e um módulo especial de comunicação ( Módulo Remoto Escravo ) pode se apresentar como um único módulo em conjunto com a fonte, conforme o PLC. Ver figura 09. O módulo remoto mestre é instalado na base local proporcionando um canal de comunicação serial para acesso as bases de expansão remotas ( módulo remoto escravo ), os PLC´s que permitem esta configuração limitam a quantidade de módulo remoto mestre que podem ser instalados na base local e a quantidade de bases de expansão ( módulo remoto escravo ), indicando a distância máxima entre elas, e de pontos de I/O possíveis para cada canal. Obs.: A utilização de bases de expansão remotas não restringe a utilização de bases de expansão locais, um mesmo sistema pode ser configurado com ambas opções de expansão. Figura 09 - Exemplo de expansão entre base Remotas Algumas CPU´S contém um canal para acesso as bases de expansão remotas por meio da porta de comunicação especial existente na própria CPU. Remoto Escrav o + Fonte Remoto Escrav o + Fonte Remoto Escrav o + Fonte Remoto Escravo + Fonte Limite de 7 bases por canal Distância máxima total 1000 m Remoto Escravo + Fonte REM Mestre 14 Obs.: Os pontos de I/O das bases de expansão remotas, não são tratados como os pontos de I/O das bases locais, devido as operações da leitura e escrita dos mesmos serem feitas pela CPU por meio do módulo remoto mestre, que se comunicam com os módulos remotos escravos, não havendo sincronismo entre o acesso da CPU/Módulo Remoto Mestre/Módulo Remoto Escravo, que ocorre a cada scan da execução do programa, por este motivo, a atualização dos pontos de I/O remotos, normalmente são mais lentos que a atualização dos pontos de I/O das bases locais e de expansão local. Exemplo de endereçamento em um PLC Endereçamento Módulo Entrada Módulo Saída 123/00 035/07 1 2 3 00 0 3 5 07 Entrada Rack Slot Bit Saída Rack Slot Bit 3.5. Principais linguagens de Programação Para a programação do PLC, ou seja criação da ”inteligência” do PLC, é preciso termos como ferramenta uma linguagem que seja inteligível para o programador e lógica para o equipamento. A primeira linguagem criada para programação de PLC´s foi a Ladder. O fato de ser uma linguagem gráfica , baseada em símbolos semelhantes aos encontrados nos esquemas elétricos ( contatos e bobinas ), foi determinante para aceitação do PLC por técnicos e engenheiros acostumados com os sistemas de controle a relés, e é ainda a mais usada. As linguagens de programação não limitam apenas na linguagem Ladder, a norma IEC 61131-3, define cinco linguagens de programação, que são: - Lista de Instruções – LI - Texto Estruturado – ST - Linguagem Ladder – LD - Diagrama de Blocos de Funções - FBD - Diagrama Funcional Seqüencial – SFC Linguagem Lista de Instrução – LI : É uma linguagem de baixo nível, similar ao assembly, nesta linguagem é permitida apenas uma operação por linha, como o armazenamento de um valor em uma determinada variável, por exemplo, sua utilização é viável em aplicação menores. 15 Endereço Instrução Operando ↓ ↓ ↓ 0 STR X0 1 NAND X1 2 OUT Y0 3 END Exemplo 01 - Exemplo de Linguagem ILLinguagem Texto Estruturado – ST : É uma linguagem de alto nível, estruturada em blocos, semelhantes ao pascal. Essa linguagem pode ser usada para expressar declarações complexas, envolvendo variáveis que representam uma ampla faixa de dados de diferentes tipos, incluindo valores analógicos e digitais. Abaixo analógica do exemplo anterior. Y0 := XO NOT AND X1 Exemplo 02 - Exemplo de Linguagem ST Linguagem Ladder – LD : O nome Ladder deve-se à representação da linguagem se parecer com uma escada ( Ladder ), na qual duas barras verticais paralelas são interligadas pela lógica de controle ( rung ), formando os degraus da escada. Abaixo analógica com os exemplos anteriores. Exemplo 03 - Exemplo de linguagem LD Linguagem de Blocos de Função – FBD: É uma linguagem gráfica que permite aos elementos do programa, representados como blocos, serem conectados entre si de forma semelhante a um diagrama de circuito elétrico. Abaixo analogia com os exemplos anteriores. ( ) ( ) X0 X1 Y0 0UT END XO X1 AND YO 16 Exemplo 04 – Exemplo de linguagem FBD Linguagem Diagrama Funcional Seqüencial – SFC: Trata-se de uma linguagem gráfica, baseada na norma IEC 60848. É utilizado para estruturas a organização interna de um programa, além de auxiliar a decomposição do problema de controle em partes menores. Pode ser programado em qualquer uma das linguagens definidas na própria norma. Exemplo 05 - Exemplo de Linguagem SFC 3.6. Ciclo de execução do PLC O scan do PLC em modo de execução pode ser descrito resumidamente pelo fluxograma apresentado na figura abaixo. Estes segmentos estão presentes em todos os PLC´s disponíveis no mercado e definem o tratamento da informação durante a execução do programa de aplicação. Ver figura 10. ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 Transição 1 Transição 2 Transição 3 N S S AÇÃO 2 AÇÃO 1 AÇÃO 3 17 Figura 10 - Ciclo execução do PLC 3.7. Linguagem Ladder – Fundamentos de programação Mesmo tendo sido a primeira linguagem destinada especificamente à programação de PLC´s, a linguagem Ladder mantém-se ainda como a mais utilizada, estando presente praticamente em todos os PLC´s disponíveis no mercado. Por ser uma linguagem gráfica, baseada em símbolos semelhantes aos encontrados nos esquemas elétricos ( contatos e bobinas ), as possíveis diferenças existentes entre os fabricantes de PLC´s, quanto à representação das instruções, são facilmente assimiladas pelos usuários, como exemplificados abaixo: Simbologias dos contatos A linguagem é escrita, formando degraus ( rungs ), portanto a cada lógica de controle existente no programa de aplicação da-se o nome de rung, a qual é composta pro colunas e linhas, conforme exemplo abaixo na figura 11. Execução do Programa de aplicação Atualização das saídas ( Escrita das saídas ) Realização de Diagnósticos Atualização das Entradas ( Leitura das Entradas ) Contato NA Contato NF Contato NA Contato NF 18 Figura 11 - Linguagem de programação Ladder A quantidade de colunas e linhas, ou elementos e associações que cada rung pode contar é determinada pelo fabricante do PLC, podendo variar conforme a CPU utilizada. Em geral, este limite não representa uma preocupação ao usuário durante o desenvolvimento do programa de aplicação, pois os softwares de programação indicam se tal quantidade foi ultrapassada por meio de erro durante a compilação do programa de aplicação. Cada elemento ( contato ou bobina) da lógica de controle representa uma instrução da linguagem Ladder, sendo aplicada em um endereço específico e consumindo uma quantidade determinada de memória ( Word ) disponível para armazenamento do programa de aplicação, conforme a CPU utilizada, um mesmo símbolo gráfico da linguagem Ladder ( contato normalmente aberto, por exemplo ) pode representar instruções diferentes, dependendo da localização na lógica de controle. Corrente Lógica Fictícia Para que uma bobina ( ou outro elemento de saída, contator, temporizador ou bloco de função ), seja acionada ( instrução executada ), faz-se necessário energizá- lo logicamente. Assim, utiliza-se o conceito de corrente lógica fictícia, ou seja, supondo que entre as barras verticais que sustentam todas lógicas de controle haja uma diferença de potencial ( a barra da esquerda com potencial positivo e a barra da ( ) ( ) x0 Y0 0UT END X2 x1 Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna Saída Linha 1 / Rung 1 Linha 2 Linha 1 / Rung 2 19 esquerda com potencial negativo ), haverá a circulação de corrente da esquerda para direita se a lógica de controle dar condições para tal. Ver figura 12. Figura 12 - Corrente Lógica Fictícia Ao ser acionado, XO permite o fluxo de corrente, energizando a bobina y0. Instruções END Todo programa em linguagem Ladder dever ter uma instrução END, indicando o seu final. È classificada como instrução de controle do programa, é uma instrução incondicional, não admitindo qualquer tipo de elemento em sua lógica de controle. Toda instrução localizada após a instrução END, não será executada pelo programa de aplicação, como exceção das instruções de interrupção, sub-rotinas e controles específicos ( mensagens por exemplo ). A não existência da instrução END no programa de aplicação gera um erro fatal, fazendo com que a CPU não permaneça em modo de execução ( RUM ). Instruções Booleanas As instruções Booleanas ( entradas, saídas ) fazem parte do grupo de instruções básicas da linguagem Ladder. São utilizadas invariavelmente em todos os programas de aplicação, desde os mais simples aos mais complexos. Segue na figura 13, as principais funções, e analógicas aos circuitos elétricos. ( ) ( ) x0 Y0 0UT END i – corrente lógica + - DDP – Diferença de Potencial A B S A B ( ) S A 1 B 2 R1 R2 R1 R2 S PORTA LÓGICA LING. LADDER CIRCUITO ELÉTRICO AND 20 Figura 13 - Analogia das instruções booleanas Implementação da lógica de Contato A linguagem Ladder permite o acionamento de vários elementos de saída simultaneamente, por meio da mesma lógica de controle, sem necessidade de construção de rungs similares, respeitando o sentido da corrente lógica fictícia, como dito anteriormente, que é sempre, e tão somente, da esquerda para a direita, não existindo a possibilidade de fluxo em sentido contrário. No exemplo 06, a bobina de Y0 pode ser acionada apenas por meio de x0-x1-x2 ou x0-x3-x4, ou x5-x4, devidamente acionados. Porém, nunca por meio de x5-x3-x1-x2, mesmo que devidamente acionados. A B S A ( ) S A 1 B 2 R1 R2 R1 R2 S B OR R2 A B S A ( ) S A 1 B 2 R1 R2 R1 S B NAND S A B ( ) S A 1 B 2 R1 R2 R1 R 2 S NOR ( ) ( ) x0 Y0 0UT END x1 x2 x3 x4 x5 21 Exemplo 06 - Caminho percorrido pela Corrente Lógica Fictícia A Lógica de controle implementada pelo exemplo 07, determina que ao ser atuado a entrada x0, as saídas y0, y1 e y2 serão acionadas simultaneamente. Exemplo 07 - Acionamento de várias bobinas É possível também,implementar a lógica de controle utilizando derivações nas linhas de um determinado rung. A lógica de controle, determina que a saída y0 é acionada a partir da condição da entrada x0 apenas ( y0 = x0 ), a saída y 1 é acionada a partir da condição das entradas x0 e x1 ( y1 = x0–x1 ) e a saída y2 é acionada a partir da condição das entradas x0, x1 e x2 ( y2 = x0 . x1. x2 ). Com este recurso, evita-se a implementação de três lógicas de controle, em três rungs distintos. Exemplo 08 - Implementação de Linguagem Algumas CPU´s podem apresentar restrições quanto a utilização da implementação lógica de controle abaixo, pois as mesmas não permitem que após a derivação em ( ) ( ) x0 Y0 Y1 END ( ) ( ) Y2 ( ) ( ) x0 Y0 Y1 END ( ) ( ) Y2 x1 x2 22 qualquer linha da lógica de controle, haja outro elemento além da(s) saída(s) controlada(s). Se isto ocrre, haverá indicação de erro após a compilação do programa de aplicação. A saída y0 e acionada a partir da condição da entrada x0 apenas ( y0 = x0 ), a saída y1 é acionada a partir da condição das entradas x0 e x1 ( y1 = x0 . x1 ) e a saída y 2 é acionada a partir da condição das entradas x0 e x2 ( y2 = x0. x2 ). Exemplo 09 - Implementação de Linguagem Uma forma de programar esta mesma lógica de controle , nas CPU´s que apresentam tal restrição, é ilustrada no exemplo 10 abaixo. Exemplo 10 - Implementação de Linguagem Relação Dispositivos de entrada x Lógica de Controle A relação entre a condição do dispositivo de entrada ( acionamento ou não ) e o elemento utilizado na lógica de controle ( contato normalmente aberto ou normalmente fechado ), pode causar certa confusão inicial ao usuário durante a implementação de programa de aplicação PLC´s. ( ) ( ) x0 Y0 Y1 END ( ) ( ) Y2 x1 x2 ( ) ( ) x0 Y0 Y1 END ( ) ( ) Y2 x1 x2 x0 23 Normalmente, faz-se associação direta entre o elemento utilizado na lógica de controle e a condição do dispositivo de entrada, o que gera tal confusão. Acredita-se inicialmente que a saída y0 estará acionada quando a entrada x0 estiver aberta, tal qual indicado na linguagem Ladder. A verdade é exatamente oposta a esta idéia, ou seja, a saída y0 só estará acionada quando a entrada x0 estiver fechada. A relação existente entrega condição dos dispositivos de entrada ( módulo de entrada ) e o elemento utilizado na lógica de controle pode ser definida da seguinte maneira: Se o dispositivo de entrada estiver fechado ( ponto de entrada / tabela de imagem das entradas = 1 ), o elemento utilizado na lógica de controle é atuado, ou seja o contato NA torna-se fechado ( dando condição ao fluxo da corrente lógica fictícia ) e o contato NF torna-se aberto ( impedindo o fluxo de corrente ). - Se o dispositivo de entrada estiver aberto ( Ponto de entrada / tabela de imagem das entradas = 0 ), o elemento utilizado na lógica de controle permanece em repouso ) onde o contato NA permanece aberto ( impedindo fluxo de corrente ) e o contato NF permanece fechado, dando condução ao fluxo de corrente. Ver tabela 01. Tabela 01 - Relação de Entrada x Lógica de Controle Cada ponto de entrada tem apenas um único endereço a ele relacionado ( x0, x1....), porém pode ser utilizado tantas vezes quantas forem necessárias para a implementação da lógica de controle, ora como contato NA, ora como contato NF, Tabela de Imagem das Entradas Elemento da Lógica de Controle Atuação do Contato Lógico Fluxo de Corrente Lógica 0 não não 1 sim sim 0 não sim 1 sim não 24 tanto como único limite a quantidade de memória disponível ao armazenamento do programa de aplicação. Conforme o exemplo 11, a lógica de controle implementada, determina que se x0=1 ( entrada atuada ), será acionada a saída y0 e a saída y1 estará em repouso, se x0 = 0 ( entrada não atuada ), y0 estará em repouso e y1 será acionada. Embora a cada ponto de entrada, no caso X0, possa ser conectado apenas um tipo de contato do dispositivo de entrada (NA ou NF), a lógica de controle pode ser implementada de tal forma que realize operações distintas, conforme a atuação ou não do dispositivo de entrada. Exemplo 11 – Relação entre dispositivos Entradas Discretas – Tipo de Dado: X ( I ) As entradas discretas são identificadas por X (dado tipo X) , e cada ponto é endereçado em base octal (X0, X1, X2, ....X7, x10, X11 ,....X77, X 100, X 101, .......) Normalmente estão associadas as instruções booleanas de entrada ( contatos NA ou NF ). Saídas discretas – Tipo de dado: y ( O ) As saídas discretas são identificados por y ( dado tipo y ), e cada ponto é endereçado em base octal ( y0, y1, y2,.... y7,y10 ). Embora estejam, normalmente associadas às instruções Booleanas de saídas ( Booleanas de diversas funções ), podem ser utilizado também as instruções booleanas de entrada ( contato NA ou NF ). Temporizadores Timer ON Delay - TON Normalmente os temporizadores ( timers ), são utilizados para temporização de condição e/ou eventos controlados pelo programa de aplicação. A base de tempo ( razão de encremento ), o tipo e a quantidade de temporizadores disponíveis variam conforme o fabricante do PLC e a CPU utilizada. ( ) ( ) x0 Y0 Y1 END ( ) x0 25 Cada temporizador é identificado por T ( dado tipo T ) e endereçado em base octal. A função de um temporizador ( TON ) é adicionar um retardo a um evento controlado pelo programa de aplicação. A instrução TON aparece no diagrama de contato como uma caixa e esta é localizada na parte direita mais distante do degrau, a instrução TON é ativada quando as condições lógicas que precedem forem verdadeiras. Uma instrução TON ocupa três palavras de memória ( cada uma tem 16 bits – uma Word ) 1ª Palavra: Contém os Bits de status TON, EN, TT e DN TON = Bit Timer ON Delay EM = Bit Enable = Bobina de acionamento lógico na programação, que permanece em nível alto durante a contagem de tempo TT = Bit timing ( Espera o sincronismo entre o valor acumulado e o valor pré-definido ( Preset ) DN = Bit DoNe = Bobina de saída de sinal, que será atuada logicamente quando o valor acumulado for igual ao valor do Preset, DoNe torna-se verdadeiro 2ª Palavra: Contém o valor predeterminado ( como um número binário ), representado pelo Preset do temporizador 3ª Palabra: Contém o valor acumulado ( como um número binário ), representado pelo ACCUM do temporizador Presumindo que o programa esta rodando e que o valor pré-definido que foi determinado no modo de edição e constante, então: - Quando as condições lógicas que precedem a instrução TON forem falsas, o valor acumulado será zero - Quando as condições lógicas que precedem a instrução TON alteram-se de falsas para verdadeiras, o valor acumulado é aumentado um vez a cada centésimo de segundo, até este igualar ao valor pré-definido (Preset) - Quando o valor pré-definido ( Preset ) equivalar ao valor acumulador (ACCUM), o bit TON DN torna-se verdadeiro 26 Obs.: Quando as condições lógicas que precedem a instrução TON alteram-se de verdadeiras para falsas, o valor acumulado será resetado para zero ( O bit DN torna- se falso )Exemplo 12 - Atuação de um Timer ON Delay - TON Na figura de controle implementada no exemplo 12, ao ser atuada a entrada Io ( xo ) é iniciada a temporização de T4:0, o qual tem valor de preset fixado em 10 segundos – o temporizador apresentado possui incremento ( Preset ) de tempo = 0,01 s, ( centésimo de segundo ), portanto o Preset equivale a 1000 x 0,01 s = 10 s. Ao ser atingido o valor de Preset, é ativado o Bit de status de T4:0 em função de ativação de DN, acionando a saída yo ( Oo) O bit de status de T4:0 permanece ativado até que o temporizador seja desativado ( Io = 0) , valor atual de T4 = 0 Obs.: O temporizador, é usado na energização de um equipamento Timer OFF Delay - TOF A instrução TOF, também aparece no diagrama de contato como uma caixa e esta é localizada na parte direita mais distante do degrau. A instrução TOF é ativada quando as condições lógicas que a precedem forem falsas. Uma instrução TOF ocupa também três palavras de 16 bits de memória. 1ª Palavra: Contém os Bits de status TOF, EN, TT e DN ( ) EN Y0 END ( ) DN ( ) Io ( ) T4:0/DN TON T4:0 Timer ON Delay Preset: 1000 Accunt: 0 OUT 27 TOF = Bit Timer OFF Delay EM = Bit Enable = Bobina de acionamento lógico na programação, que permanece em nível alto durante a contagem de tempo TT = Bit timing ( Espera o sincronismo entre o valor acumulado e o valor pré-definido ( Preset ) DN = Bit DoNe = Bobina de saída de sinal, que será atuada logicamente quando o valor acumulado for igual ao valor presente, DoNe torna-se verdadeiro 2ª Palavra: Contém o valor predeterminado ( como um número binário ), representado pelo Preset do temporizador 3ª Palabra: Contém o valor acumulado ( como um número binário ), representado pelo ACCUM do temporizador Presumindo que o programa esta rodando e que o valor pré-definido que foi determinado no modo de edição e constante, então: - Quando as condições lógicas que precedem a instrução TOF forem verdadeiras, o valor acumulado será zero - Quando as condições lógicas que precedem a instrução TOF alteram-se de verdadeiras para falsas, o valor acumulado é aumentado um vez a cada centésimo de segundo, até este igualar ao valor pré-definido (Preset) - Quando o valor pré-definido ( Preset ) equivaler ao valor acumulador ( ACCUM), o bit TOF DN torna-se falso Exemplo 13 - Atuação de um Timer OFF Delay – TOF ( ) EN Y0 END ( ) DN ( ) Io ( ) T4:0/DN TOF T4:0 Timer OFF Delay Preset: 1000 Accunt: 0 OUT 28 Na lógica de controle implementada no exemplo 12, ao ser atuada a entrada Io ( xo ) é iniciada a atuação de ( T4:0 ), o qual tem valor de Preset fixo em 10 segundos e o valor de ACCUM em zero, logo após a ativação de T4:0 o bit enable ( EN ) que é a bobina de acionamento lógico, fica em nível alto ( ativada ), ativando a bobina de saída ( DN ), que fecha seu contato T4:0/DN, fazendo com que o dispositivo y0 ( Oo ) funcione, sem modificar o ACCUM ( acumulado ) que permanece com o valor de zero. Quando a entrada Io ( xo ) passa de nível lógico 1 para nível lógico 0, abrindo o seu contato novamente, a instrução T4:0 muda-se de verdadeira para falsa, fazendo com que o valor ACCUM ( acumulado ) aumente uma vez a cada centésimo de segundo até este igualar com o valor pré-definido ( Preset ) qu é de 10 s, fazendo com que o bit DoNe ( Bobina de saída ) passe de verdadeira para falsa, abrindo seu contato (T4:0/DN ). Com isto o dispositivo Yo ( Oo) para de funcionar. Obs.: O temporizador TOF, é usado na desenergização de um equipamento Contadores Count UP - CTU A instrução CTU aparece no diagrama de contato como uma caixa. O CTU é um degrau de saída e este é localizado na parte direita mais distante do degrau. O CTU ocupa três palavras de 16 bits na memória. 1ª Palavra: Contém as letras de status: CTU, CU, CD, DN, OV, UN e UA 2ª Palavra: Contém o valor Preset ( como um número binário ) 3ª Palabra: Contém o valor acumulado ACCUM ( como um número binário ). Presumindo que o programa esta rodando e que o valor pré-definido e constante, então quando as condições que precedem a instrução CTU tornam-se de falsas para verdadeiras, o valor acumulado será aumentado por um. A CTU tem 6 bits, usaremos os dois bits: CU – O Contador Enable Este é definido quando a condição do degrau for verdadeira, chave de entrada (fechada – NF), o mesmo torna-se falso com a condição da chave de entrada ( Aberta – NA ) DN – DoNe O bit Done é definido quando o valor acumulado equivale ou é maior que o valor definido 29 O valor acumulado na instrução CTU é resetado quando outra instrução chamada RES for ativada. RES = Reset A instrução aparece no diagrama de contato assim : –( RES )– . C5:0 Próximo da instrução, deve-se indicar um endereço do contador . –( RES ) Quando as condições lógicas precedem a instrução RES forem verdadeiras, o valor acumulado do contador será zerado, dando condição a uma nova contagem. Exemplo 14 - Atuação de CTU Count Down - CTD A instrução CTD aparece no diagrama de contato como uma caixa. O CTD é um degrau de saída e este é localizado na parte direita mais distante do degrau. O CTD ocupa três palavras de 16 bits na memória. 1ª Palavra: Contém as letras de status: CTD, CU, CD, DN, OV, UN e UA 2ª Palavra: Contém o valor Preset ( como um número binário ) 3ª Palabra: Contém o valor acumulado – ACCUM ( como um número binário ). CU 0:0 END ( ) DN ( ) I:0/0 ( ) C5:0/DN CTU C5:0 COUNT DOWN Preset: 10 Accunt: 0 O 0:0 ( ) i: 0/1 RES ( ) 30 Como você pode ver, as instruções CTU e CTD são similares. A única diferença na verdade entre elas é que o valor acumulado da instrução CTD é reduzido para um quando a condição que precede-a toma-se de falsa para verdadeira. Ambas CTU e CTD podem compartilhar as mesmas três palavras na memória do controlador. Quando a condição que precede a CTU torna-se de falsa para verdadeira, o valor acumulado comum é aumentado por um, e quando a condição que precede a CTD torna-se falsa para verdadeira, o valor acumulado comum é diminuído por um. Engatando e Desengatando OutPuts OTL – Output Latch A instrução aparece no diagrama de contato assim : –( L )– O:0/0 Próximo desta instrução, o programador deve indicar o endereço: –( L )– Obs: Quando as condições lógicas que prededem a instrução OTL forem verdadeiras, o endereço de memória será engatado. O endereço de OutPut será verdadeiro mesmo se as condições lógicas que prededem a instrução OTL forem falsas. OTU – Output Unlatch A instrução aparece no diagrama de contato assim : –( U )– O:0/0 Próximo desta instrução, o programador deve indicar o endereço: –( U )– Obs: Quando as condições lógicas que precedem a instrução OTU forem verdadeiras, o endereço de memória será desengatado, tornando-se falso. O endereço de OutPut será falso mesmo se as condições lógicas que precedem a instrução OTL forem falsas. As instruções OTL e OTU estarão sempre em pares, assim como ambas referem-se ao mesmo endereço na memória do PLC. O endereço controlado pelas instruções OTL e OTU é denominado de endereço retentivo.Exemplo 15: Realizar uma lógica para funcionar o motor avante O:0/5 até atingir a chave fim-de- curso I:0/5 que por sua vez, acionará o desengate do motor 31 Exemplo 15 – Engates e Desengates 4. Exercícios a) Como se apresenta uma configuração “ modular ” dos diversos fabricantes de PLC. b) Quais são os principais blocos que compõem um PLC. c) Como se apresenta uma configuração “ compacta “ dos diversos fabricante de PLC. d) Qual é a função e a importância da fonte de alimentação em um PLC. e) Explique como é feito a atualização das saídas de um PLC. f) Explique o que é uma base de expansão remota e quando a mesma é utilizada. g) Qual é a função e a importância da base ou Rack de um PLC. h) Explique como é feito a atualização das entradas de um PLC. i) Explique o que é uma base local e quando a mesma é utilizada. j) Explique qual é a função de um módulo analógico de saída e quais os tipos e faixas do mesmo. k) Explique sobre o método de configuração automática dos pontos de I/O do “PLC”. l) Explique qual é a função de um módulo digital de entrada e quais os tipos e faixas do mesmo. m) Explique sobre o método de configuração manual dos pontos de I/O do “PLC”. n) O que é uma base de expansão local, quando a mesma é utilizada. o) Represente o ciclo de execução do PLC. p) Explique como é feito a atualização das saídas de um “PLC”. q) Qual a finalidade de um módulo de saída analógica, explique os tipos e faixas do mesmo. O:0/5 END ( L ) I:0/0 O O:0/5 ( U ) I: 0/5 ( ) 32 r) Explique a importância da instrução “END” na programação em linguagem ladder. s) O que é corrente lógica fictícia em uma linguagem ladder. t) Na implementação lógica de controle da linguagem ladder abaixo, quais os sentidos de acionamentos de y1,y2 e y3. 33 5. Prática Tarefa 01 – Funcionamento de motor avante e reverso ( usando temporizador ) Ao acionar o botão liga o motor movimentará no sentido avante num tempo de 15 segundos, no término deste tempo o motor passará a funcionar no sentido reverso, também num tempo de 15 segundo, onde irá reiniciar o processo; Deveremos sinalizar o evento com lâmpada vermelha para o movimento avante e com lâmpada verde para o movimento reverso. Obs:. Só iremos parar o processo com chave desliga, ( pulso ) comum aos dois sentidos, que sinalizará com a buzina. Usar a bobina reset se for preciso. Tarefa 02 - Funcionamento de um semáforo Desenvolver um programa que simule o funcionamento de um semáforo, onde: 1º ) A lâmpada verde ficará atuada 8 segundos; 2º ) Ao desatuar a lâmpada verde a lâmpada amarela ficará atuada por 2 segundos; 3º ) Ao desatuar a lâmpada amarela a lâmpada vermelha ficará atuada por 7 segundos, ao ser desatuada, reiniciará o processo 6. Softstarters Com a crescente necessidade na otimização de sistemas e processos industriais, e com foco no emprego eficiente de energia, algumas técnicas foram desenvolvidas, principalmente levando-se em consideração conceitos e tendências voltados para a automação industrial. Um dos mais claros exemplos são os sistemas de acionamento para motores de indução, largamente utilizado em praticamente todos os segmentos industriais. Dentro dessa categoria de equipamentos encontram-se os inversores de freqüência e as Soft starters, ambos instalados entre a fonte de energia elétrica e o motor, porém, cada um com um propósito específico. Soft starters são empregadas, em substituição aos sistemas convencionais baseados em contatores e chaves compensadoras, para promover partida e parada suave de motores de indução, com diversas vantagens : redução da corrente de partida do motor, redução dos trancos e golpes mecânicos, permite economia de energia, não possui partes móveis, dentre outras. Inversores de freqüência são utilizados em aplicações onde se necessita um controle de velocidade e torque. Esse material apresenta de forma sintética as principais características operacionais e de instalação desses dois tipos de acionamentos eletrônicos. 7. Inversor de Frequência Durante muitos anos, as aplicações industriais de velocidade variável foram ditadas pelos requisitos dos processos e limitadas pela tecnologia, pelo custo, pela eficiência e pelos requisitos de manutenção dos componentes empregados. 34 Os sistemas mais utilizados para variação de velocidade foram por muito tempo implementados com motores de indução de velocidade fixa, como primeiro dispositivo de conversão de energia elétrica para energia mecânica. Para a obtenção de velocidade variável o sistema necessitava de um segundo dispositivo de conversão de energia que utilizava componentes mecânicos, hidráulicos ou elétricos. Com a disponibilidade no mercado dos dispositivos eletrônicos semicondutores, a partir dos anos 60 este quadro mudou completamente. Mas foi mesmo na década do 80 que, com o desenvolvimento de semicondutores de potência com excelentes características de desempenho e confiabilidade, foi possível a implementação de sistemas de variação de velocidade eletrônicos. O dispositivo de conversão de energia elétrica para mecânica continuou sendo o motor de indução, mas agora sem a utilização de dispositivos secundários mecânicos, hidráulicos ou elétricos. Em muitos casos a eficiência das instalações equipadas com estes novos dispositivos chegou a ser duplicada quando comparada com os sistemas antigos. Estes sistemas de variação continua de velocidade eletrônicos proporcionam, entre outras, as seguintes vantagens : Economia de energia; Melhoramento do desempenho de máquinas e equipamentos, devido a adaptação da velocidade aos requisitos do processo; Elimina o pico de corrente na partida do motor; Reduz a freqüência de manutenção dos equipamentos etc. Estes novos dispositivos eletrônicos para variação de velocidade de motores de indução são conhecidos como Inversores de Freqüência. A aplicação de motores de indução tem se regido historicamente pelas características descritas na placa de identificação do motor. Na aplicação dos inversores de freqüência o motor de indução, ao contrário do que acontece quando ligado diretamente à rede de distribuição de energia elétrica, é alimentado com freqüência e tensão variável. Isto possibilita obter velocidade variável no eixo do próprio motor. É muito importante, assim, conhecer e entender o funcionamento destes sistemas (motor + inversor) para prevenir erros de aplicação que poderiam acabar com os benefícios que estes dispositivos proporcionam. Os profissionais envolvidos com aplicações de velocidade variável não precisam de conhecimentos sobre o projeto de motores e projeto de sistemas eletrônicos de comando/controle, mas sim sobre o funcionamento e utilização dos mesmos. As dúvidas mais freqüentes podem resumir-se nas seguintes perguntas : Como funciona meu motor ? Como o motor se comporta ante uma determinada carga ? Como eu posso melhorar/otimizar o funcionamento do meu motor e carga ? Como eu posso identificar problemas no meu sistema ? 35 Muitos processos industriais requerem dispositivos de acionamento de cargas com velocidade variável. Exemplos: Bombas variação de vazão de líquidos Ventiladores variação de vazão de ar Sistemas de transporte variação da velocidade de transporte Sistemas de dosagem variação da velocidade de alimentação Tornos variação da velocidade de corte Bobinadeiras compensação da variação de diâmetro da bobina. Este capítulo tem como objetivo apresentar os componentes e informações gerais necessárias para a instalação de um inversor de freqüência. A utilização de cada componentedependerá de cada caso particular. Os principais itens a serem observados quando se instala inversores de freqüência são : Rede de alimentação elétrica; Manobra e proteção - Chave seccionadora e fusíveis; Condicionamento da alimentação - Transformador isolador, Reatância de rede, Filtro de Rádio Freqüência ; Interferência Eletromagnética - EMI Interferência Eletromagnética, RFI Interferência de RF; Aterramento; Cabos; Dispositivos de Saída - Relés Térmicos, Reatância; Instalação em painéis. O diagrama da figura 1 apresenta vários dos elementos acima citados, conectados em suas posições adequadas desde a fonte de energia até o motor. Os inversores são projetados para operar em redes de alimentação simétricas. A tensão entre fase e terra deve ser constante, se por algum motivo esta tensão varia, por exemplo pela influência de algum outro equipamento ligado a rede, será necessário colocar um transformador de isolação. Os inversores geralmente não possuem proteção contra curto-circuito na entrada, sendo assim, é responsabilidade do usuário colocar fusíveis para proteção. Estes são normalmente especificados na documentação técnica. Geralmente os inversores podem ser ligados diretamente a rede de alimentação. Entretanto, sob certas características da aplicação, exige-se a presença de elementos acessórios na instalação do inversor. Se a rede elétrica experimenta freqüentes flutuações de tensão ou cortes de energia elétrica deve ser instalado instalar transformador isolador e uma reatância de rede. Deve se levar em conta que a colocação de uma reatância de rede reduz a tensão de alimentação em aproximadamente 2 a 3%. As reatâncias de rede são utilizadas também para : 36 minimizar falhas no inversor provocadas por sobretensões transitórias na rede de alimentação; reduzir harmônicas; melhorar o fator de potência; aumentar a impedância da rede vista pelo inversor. Figura 1 – Elementos empregados na instalação de um inversor de freqüência 37 Se a rede elétrica não tem neutro referenciado ao terra, deve-se instalar um transformador isolador. Os filtros de rádio freqüência são utilizados na entrada dos inversores para filtrar sinais de interferência (ruído elétrico) gerado pelo próprio inversor, que serão transmitidas pela rede e poderiam causar problemas em outros equipamentos eletrônicos. Na grande maioria dos casos não são necessários pois os inversores já possuem internamente um filtro na entrada que evita problemas causados por Interferência Eletromagnética (EMI). Caso seja necessário, devem ser montados próximos a alimentação do inversor, estando tanto o inversor como o filtro mecanicamente sobre uma placa de montagem metálica aterrada, havendo bom contato elétrico entre a chapa e os gabinetes do filtro e inversor ( figura 3). Com a finalidade de prevenir a partida automática do motor depois de uma interrupção de energia, é necessário colocar um contator na alimentação do inversor ou realizar algum intertravamento no comando do mesmo. O contador também permite um seccionamento remoto da rede elétrica que alimenta o inversor. A radiação eletromagnética que afeta adversamente o desempenho de equipamentos eletro-eletrônicos é conhecida geralmente por EMI, ou Interferência eletromagnética. Muitos tipos de circuitos eletrônicos são suscetíveis a EMI e devem ser protegidos para assegurar seu correto funcionamento. Da mesma forma, emissões irradiadas desde dentro dos equipamentos eletrônicos podem prejudicar o funcionamento dos mesmos ou de outros equipamentos que se encontrem perto destes. Para assegurar o correto funcionamento de equipamentos eletrônicos, as emissões eletromagnéticas produzidas por equipamentos comerciais não devem exceder níveis fixados por organizações que regulamentam este tipo de produtos. Em que consistem as EMIs? A radiação eletromagnética são ondas eletromagnéticas formadas por dois campos : um campo elétrico (“E”) e um campo magnético (“H”) que oscilam um a 90 graus do outro. As emissões eletromagnéticas (EMI) da maioria dos equipamentos comerciais são tipicamente de alta freqüência e alta impedância. A maior parte do campo emitido é do tipo “E”. Os metais possuem baixa impedância por causa de sua alta condutividade. É assim que as ondas eletromagnéticas produzidas por campos “E” são refletidas por proteções de metal. Contrariamente, ondas de baixa impedância (campo H dominante) são absorvidas por uma proteção de metal. Como proteger os equipamentos da EMI? Para proteger os equipamentos é necessário fazer uma blindagem. Entende- se por blindagem a utilização de materiais condutivos para absorver e/ou refletir a radiação eletromagnética, causando uma abrupta descontinuidade no caminho das ondas. 38 Como já foi comentado para ondas de baixa freqüência a maior parte da energia é refletida pela superfície da blindagem, enquanto que a menor parte é absorvida. Para ondas de alta freqüência geralmente predomina a absorção. O desempenho da blindagem é uma função das propriedades e configuração do material empregado (condutividade, permeabilidade e espessura), da freqüência, e da distância da fonte de radiação à proteção (blindagem). O aterramento de um equipamento é de extrema importância para o seu correto funcionamento, devido a segurança e a blindagem eletromagnética. Todas as partes condutoras de um equipamento elétrico que podem entrar em contato com o usuário, devem ser aterradas para proteger os mesmos de possíveis descargas elétricas. A blindagem dos equipamentos é realizada normalmente com placas metálicas formando um gabinete ou caixa. Estas devem estar ligadas umas as outras através de materiais condutores e todas corretamente aterradas. Quando é necessária a blindagem eletromagnética? Todo equipamento que gera ondas EMI (exemplo: transistores chaveando cargas a alta freqüência e com altas correntes – inversores) devem possuir blindagem eletromagnética e esta deve estar corretamente aterrada. Principalmente quando são utilizados em conjunto com outros equipamentos eletrônicos. Blindagens eletromagnéticas típicas: Gabinetes metálicos utilizados em equipamentos eletrônicos provêem bons níveis de blindagem eletromagnética, a qualidade desta blindagem depende do tipo de metal e espessura utilizada na fabricação dos gabinetes. Plástico e outros materiais não condutores, quando utilizados como gabinetes, podem ser metalizados com pinturas condutivas, camadas de filme metálico, etc. Portas, aberturas, janelas, painéis de acesso, e outras aberturas em gabinetes são um caminho de entrada e saída das EMIs. Sendo assim é necessário projetar adequadamente este tipo de aberturas para minimizar a radiação emitida e absorvida. Os sinais elétricos transmitidos pelos cabos podem emitir radiação eletromagnética e também podem absorver radiação (se comportam como antenas) provocando falsos sinais que prejudicarão o funcionamento do equipamento. É assim que existem cabos especiais com blindagem para minimizar este tipo de interferências. Alguns inversores possuem boa imunidade a interferência eletromagnética externa. É necessário porém seguir estritamente as instruções de instalação (ex.: o gabinete precisa ser aterrado). Se perto do equipamento houver contatores, será necessário instalar supressores de transientes nas bobinas dos contadores. O cabo de conexão do inversor com o motor é uma das fontes mais importantes de emissão de radiação eletromagnética. Sendo assim é necessário seguir os seguintes procedimentos de instalação: 39 cabocom blindagem e fio-terra, como alternativa pode ser usado eletroduto metálico com fiação comum interna; blindagem ou eletroduto metálico deve ser aterrado conforme figura .1. separar dos cabos de sinal, controle e cabos de alimentação de equipamentos sensíveis. manter sempre continuidade elétrica de blindagem, mesmo que contatores ou relés térmicos sejam instalados entre conversor e o motor. cabo blindado aterrado ou eletroduto metálico aterrado; separação da fiação de potência; caso necessário, cruzamento de cabos, fazê-lo a 90º. caso necessário seguirem na mesma canaleta, usar separador metálico aterrado. cabos paralelos (potência e sinais de controle) separados conforme tabela abaixo: Figura 2 – Características do cabos instalados Afastar os equipamentos sensíveis a interferência eletromagnética (CLP, controladores de temperatura, etc) dos conversores, reatâncias, filtros e cabos domotor (mínimo em 250 mm). Aterramento em um Único Ponto Filtro + conversor + motor. O motor pode também ser aterrado na estrutura da máquina (segurança). Nunca utilizar neutro como aterramento. Não compartilhe a fiação de aterramento com outros equipamentos que perem altas correntes (motores de alta potência, máquina de solda, etc). A malha de aterramento deve ter uma resistência L < 10 Ohms Recomenda-se usar filtros RC em bobinas de contatores, solenóides ou outros dispositivos similares em alimentação CA. Em alimentação CC usar diodo de roda livre. Cabo com blindagem aterrada ou eletroduto metálico aterrado. Separado dos demais. A rede elétrica deve estar referenciada ao terra (neutro aterrado na subestação). 40 Figura 3 - Montagem típica “CE” em placa metálica Os inversores possuem normalmente proteção contra sobrecorrentes que tem como finalidade proteger o motor. Quando mais de um motor é acionado pelo mesmo inversor será necessário colocar um relé térmico de proteção em cada motor. Como o sinal de saída do inversor é chaveado a altas freqüências, podem acontecer disparos nos relés, mesmo sem estes terem atingido a corrente nominal de disparo. Para isto não acontecer é necessário aumentar a corrente de disparo do relé em aproximadamente 10% da corrente nominal do motor. Quando a distância entre motor e inversor é grande (valor dependente do tipo de motor utilizado) podem ocorrer: A - Sobretensões no motor produzidas por um fenômeno chamado de onda refletida. B - Geração de capacitâncias entre os cabos de potência que retornam para o inversor produzindo o efeito de “fuga a terra”, bloqueando o inversor. Este tipo de problemas pode ser solucionado utilizando uma reatância entre o motor e o inversor. Esta reatância deve ser projetada especialmente para altas freqüências, pois os sinais de saída do inversor possuem freqüências de até 20 kHz. As fiações blindadas nos painéis devem ser separadas das fiações de potência e comando. Os sinais analógicos de controle devem estar em cabos blindados com blindagem aterrada em apenas um lado, sendo efetuado sempre do lado que o sinal é gerado conforme mostrado na figura 4. 41 Figura 4 – Cuidados com instalações em painéis Os sinais de encoder e comunicação serial devem ser aterrados conforme orientação específica no manual do equipamento, o qual estará representado no projeto. Os cabos de aterramento de barras de (“0V” e malhas) devem ser maior ou igual a 4 mm 2. Os cabos de saída de potência dos conversores devem ser separados das demais fiações dentro do painel. Quando não é possível, devem cruzar-se a noventa graus. Os cabos de entrada de sinais de transdutores tipo isoladores galvânicos devem ser separados dos cabos de saída de sinal dos mesmos. Os aterramentos dos equipamentos devem ser efetuados rigorosamente conforme tabela de fiação que, por sua vez, deve estar rigorosamente conforme projeto, ou seja, somente devem ser efetuados os aterramentos indicados no projeto, exceto os aterramentos de estrutura, placas, suporte e portas do painel. Conecte diferentes partes do sistema de aterramento, usando conexões de baixa impedância. Uma cordoalha é uma conexão de baixa impedância para altas freqüências. Mantenha as conexões de aterramento as mais curtas possíveis. Todo motor elétrico consome uma quantidade mínima de energia para fornecer um campo magnético que o permita trabalhar em regime nominal. Com os motores de corrente contínua (CC), o campo está sob controle separado; sendo assim, a quantidade de energia de magnetização pode ser ajustada para ser suficiente para superar as perdas e fornecer uma reação de armadura apropriada à carga. Os motores de indução assíncronos não possuem esta possibilidade de alimentação, o que significa que em qualquer carga menor que a nominal (à velocidade nominal) haverá perda de energia. O funcionamento das soft-starters está baseado na utilização de um circuito eletrônico de potência ( ponte tiristorizada na configuração anti-paralelo), que é comandada através de uma placa eletrônica de controle, a fim de ajustar a tensão de saída, conforme uma programação feita anteriormente pelo usuário. Esta estrutura é apresentada na figura 5. Uma Soft-Starter que inclua características de otimização de energia altera a operação do motor. A função de otimização de energia reduz a tensão aplicada aos terminais do motor de modo que a energia necessária para suprir o campo seja proporcional à demanda da carga. Isso nos trás benefícios na prática, pois é comum selecionar um motor com potência superior ao máximo que a carga exige. O motor selecionado para qualquer aplicação estará quase certamente sobredimensionado e por esta razão, quando alimentado à tensão nominal, esta energia poderá ser economizada, mesmo à plena carga. 42 Além disso, existem ainda, algumas aplicações onde a potência do motor deve ser definida em função de um pico de carga, que ocorre intermitentemente, apesar de a carga nominal muitas vezes ser muito menor, como no caso de compressores. Figura 5 – Diagrama em blocos simplificado Como podemos ver, a soft-starter controla a tensão da rede através do circuito de potência, onde variamos o valor eficaz de tensão aplicada ao motor. A seguir faremos uma análise mais detalhada de cada uma das partes individuais desta estrutura, já que notamos nitidamente que podemos dividir a estrutura acima em duas partes, o circuito de potência e o circuito de controle. Este circuito é por onde circula a corrente que é fornecida para o motor. É constituída basicamente pelos SCRs e suas proteções, e os TCs (transformadores de corrente). · Os transformadores de corrente fazem a monitoração da corrente de saída permitindo que o controle eletrônico efetue a proteção e manutenção do valor de corrente em níveis pré-definidos (função limitação de corrente ativada). Onde estão contidos os circuitos responsáveis pelo comando, monitoração e proteção dos componentes do circuito de potência, bem como os circuitos utilizados para comando, sinalização e interface homem-máquina que serão configurados pelo usuário em função da aplicação. Atualmente a maioria das chaves 43 soft-starters disponíveis no mercado são microprocessadas, sendo assim, totalmente digitais. Alguns fabricantes ainda produzem alguns modelos com controle analógico, mais no sentido de oferecer uma opção mais barata para aplicações onde não sejam necessárias funções mais sofisticadas. Além das características mostradas anteriormente as soft-starters também apresentam funções programáveis que permitirão configurar o sistema de acionamento de acordo com as necessidades do usuário. Rampa de tensão na aceleração As chaves soft-starters têm uma função que gerana saída da mesma, uma tensão eficaz gradual e continuamente crescente até que seja atingida a tensão nominal da rede. Graficamente podemos observar isto através da figura 6. Figura 6 - Rampa de tensão aplicada ao motor na aceleração Atentem ao fato de que quando ajustamos um valor de tempo de rampa, e de tensão de partida (pedestal), isto não significa que o motor irá acelerar de zero até a sua rotação nominal no tempo definido por t a. Isto na realidade dependerá das características dinâmicas do sistema motor / carga, como por exemplo: sistema de acoplamento, momento de inércia da carga refletida ao eixo do motor, atuação da função de limitação de corrente, etc . Tanto o valor do pedestal de tensão, quanto o de tempo de rampa são valores ajustáveis dentro de uma faixa que pode variar de fabricante para fabricante. Não existe uma regra prática que possa ser aplicada para definir qual deve ser o valor de tempo a ser ajustado, e qual o melhor valor de tensão de pedestal para que o motor possa garantir a aceleração da carga. A melhor aproximação poderá ser alcançada através do cálculo do tempo de aceleração do motor, o qual não estudaremos neste módulo. Rampa de tensão na desaceleração Existem duas possibilidades para que seja executada a parada do motor, por inércia ou controlada, respectivamente. Na parada por inércia, a soft-starter 44 leva a tensão de saída instantaneamente a zero, implicando que o motor não produza nenhum conjugado na carga, que por sua vez, irá perdendo velocidade, até que toda energia cinética seja dissipada. Na parada controlada a soft-starter vai gradualmente reduzindo a tensão de saída até um valor mínimo em um tempo pré-definido. Graficamente podemos observar a figura 7. Figura.7 - Perfil de tensão na desaceleração Kick Start Existem cargas que no momento da partida exigem um esforço extra do acionamento em função do alto conjugado resistente. Nestes casos, normalmente a soft-starter precisa aplicar no motor uma tensão maior que aquela ajustada na rampa de tensão na aceleração, isto é possível utilizando uma função chamada “Kick Start”. Como podemos ver na figura 8, esta função faz com que seja aplicado no motor um pulso de tensão com amplitude e duração programáveis para que o motor possa desenvolver um conjugado de partida, suficiente para vencer o atrito, e assim acelerar a carga. Deve-se ter muito cuidado com esta função, pois ela somente deverá ser usada nos casos onde ela seja estritamente necessária. Figura 8 - Representação gráfica da função “Kick Start” Limitação de corrente 45 Na maioria dos casos onde a carga apresenta uma inércia elevada, é utilizada uma função denominada de limitação de corrente. Esta função faz com que o sistema rede/soft-starter forneça ao motor somente a corrente necessária para que seja executada a aceleração da carga. Na figura 9 podemos observar graficamente como esta função é executada. Figura 9 – Limitação de corrente Este recurso é sempre muito útil pois garante um acionamento realmente suave e, melhor ainda, viabiliza a partida de motores em locais onde a rede se encontra no limite de sua capacidade. Normalmente nestes casos a condição de corrente na partida faz com o sistema de proteção da instalação atue, impedindo assim o funcionamento normal de toda a instalação. Ocorre então a necessidade de se impor um valor limite de corrente de partida de forma a permitir o acionamento do equipamento bem como de toda a indústria. A limitação de corrente também é muito utilizada na partida de motores cuja carga apresenta um valor mais elevado de momento de inércia. Pump control Esta função é utilizada especialmente para a aplicação de partida soft-starter em sistemas de bombeamento. Trata-se na realidade de uma configuração específica (pré-definida) para atender este tipo de aplicação, onde normalmente é necessário estabelecer uma rampa de tensão na aceleração, uma rampa de tensão na desaceleração e a habilitação de proteções. A rampa de tensão na desaceleração é ativada para minimizar o golpe de aríete, prejudicial ao sistema como um todo. São habilitadas também as proteções de seqüência de fase e subcorrente imediata. Economia de energia Uma soft-starter que inclua características de otimização de energia simplesmente altera o ponto de operação do motor. Esta função, quando ativada, reduz a tensão aplicada aos terminais do motor de modo que a energia necessária para suprir o campo seja proporcional à demanda da carga. Em termos práticos pode-se observar uma otimização com resultados significativos somente quando o motor está operando com cargas inferiores a 50% 46 da carga nominal. Isto, diga-se de passagem, é muito difícil de encontrar, pois estaríamos falando de motores muito sobredimensionados, o que atualmente em virtude da crescente preocupação com o desperdício de energia e fator de potência, vem sendo evitado a todo custo. Sobrecorrente imediata na saída Ajusta o máximo valor de corrente que a soft-starter permite fluir para o motor por período de tempo pré ajustado (via parametrização). Fig.10 Proteção de sobrecorrente imediata Subcorrente imediata Ajusta o mínimo valor de corrente que a soft-starter permite fluir para o motor por período de tempo pré ajustado (via parametrização); esta função é muito utilizada para proteção de cargas que não possam operar em vazio como, por exemplo, sistemas de bombeamento. Fig.11 – Proteção de subcorrente imediata Sobrecarga na saída (Ixt) Supervisiona as condições de sobrecarga conforme a classe térmica selecionada, protegendo o motor termicamente contra sobrecargas aplicadas ao seu eixo. Sobretemperatura no circuito interno de potência Monitora a temperatura no circuito de potência através de um termostato montado sobre o dissipador de alumínio, onde também estão montados os tiristores. 47 Caso a temperatura do dissipador superar 90 °C, o termostato irá comutar fazendo com que a CPU bloqueie imediatamente os pulsos de disparo dos tiristores, enviando uma mensagem de erro que será mostrada no display. Seqüência de fase invertida Alguns modelos de soft-starters irão operar somente se a seqüência de fase estiver correta. Esta proteção pode ser habilitada para assegurar que cargas sensíveis a inversão do sentido de giro não sejam danificadas, como exemplo, podemos citar o acionamento para bombas. Uma desvantagem dos modelos que são sensíveis a mudança da seqüência de fase, é que qualquer operação de reversão deverá ser feita na saída da chave. Falta de fase na rede Detecta a falta de uma fase na alimentação da softstarter e bloqueia os pulsos de disparo dos tiristores. Falta de fase no motor Detecta a falta de uma fase na saída da soft-starter e bloqueia os pulsos de disparo dos tiristores. Falha no circuito interno Detecta se o circuito interno está danificado. Caso exista defeito, bloqueia o disparo e envia uma mensagem de erro através do display. Erro na CPU (watchdog) Ao energizar-se, a CPU executa uma rotina de auto diagnose e verifica os circuitos essenciais. Caso haja alguma irregularidade, serão bloqueados os pulsos de disparo dos tiristores e será enviada uma mensagem de erro através do display. Interferência eletromagnética também pode causar a atuação desta proteção. Erro de programação Não permite que um valor que tenha sido alterado incorretamente seja aceito. Normalmente ocorre quando se altera algum parâmetro com o motor desligado e nas condições de incompatibilidade. Erro de comunicação serial Impede que um valor alterado ou transmitido incorretamente através da porta de comunicação serial, seja aceito.
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