Buscar

Desenho Técnico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

[Digite texto] 
 
Praça Expedicionário Assunção, 168 – Bairro Centro 
Nova Lima – MG – CEP: 34.000-000 
Telefone: (31) 3541-2666 
 
 
DDEESSEENNHHOO TTÉÉCCNNIICCOO 
 
 
 
SENAI – “Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial” 
Centro de Formação Profissional 
“AFONSO GRECO” 
 
 
[Digite texto] 
 
Presidente da FIEMG 
Olavo Machado 
Gestor do SENAI 
Petrônio Machado Zica 
Diretor Regional do SENAI e 
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia 
Lúcio Sampaio 
Gerente de Educação e Tecnologia 
Edmar Fernando de Alcântara 
Unidade Operacional 
Centro de Formação Profissional “Afonso Greco” 
Nova Lima – MG 
2011 
[Digite texto] 
 
Sumário 
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................4 
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................6 
2. INSTRUMENTOS ...........................................................................................................................8 
3. CALIGRAFIA TÉCNICA ...............................................................................................................17 
4. PAPEL ..........................................................................................................................................19 
5. LINHAS .........................................................................................................................................21 
6. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL ................................................................24 
7. COTAGEM ....................................................................................................................................35 
8. PERSPECTIVA.............................................................................................................................47 
9. ESCALAS .....................................................................................................................................49 
10. CORTE........................................................................................................................................52 
11. VISTAS ESPECIAIS ...................................................................................................................60 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................62 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Apresentação 
“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do 
 conhecimento. “ 
 Peter Drucker 
O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os 
perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, 
coleta, disseminação e uso da informação. 
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e 
,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito 
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, 
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, 
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de 
educação continuada.” 
Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área 
tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se 
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, 
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão 
importante quanto zelar pela produção de material didático. 
Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e 
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais 
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. 
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua 
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre 
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! 
Gerência de Educação Profissional 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
4 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
5 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
1. Introdução 
Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus 
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem 
fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha, 
acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho. 
A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos. A representação 
que vai interessar neste curso é o desenho. 
Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação. 
E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para a compreensão 
da história, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos 
conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até suas idéias. 
As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo, à 
medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. 
O desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas 
as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista 
deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. 
Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou 
seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico, 
de acordo com normas específicas. Observe alguns exemplos (fig.1 e 2). 
Fig.1 
Fig.2 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
6 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços símbolos, 
números e indicações escritas, de acordo com normas técnicas. 
No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT - Associação 
Brasileira de Normas Técnicas. Neste curso você vai conhecer a aplicação das 
principais normas técnicas referentes ao desenho técnico mecânico, de acordo 
com a ABNT. 
Como é Elaborado um Desenho Técnico 
Às vezes, a elaboração do desenho técnico mecânico envolve o trabalho de 
vários profissionais. O profissional que planeja a peça é o engenheiro ou o 
projetista. Primeiro ele imagina como a peça deve ser. Depois representa suas 
idéias por meio de um esboço, isto é, um desenho técnico à mão livre. O esboço 
serve de base para a elaboração do desenho preliminar. O desenho preliminar 
corresponde à uma etapa intermediária do processo de elaboração do projeto, 
que ainda pode sofrer alterações. 
Depois de aprovado, o desenho que corresponde à solução final do projeto será 
executado pelo desenhista técnico. O desenho técnico definitivo, também 
chamado de desenho para execução, contém todos os elementos necessários à 
sua compreensão. 
O desenho para execução, que tanto pode ser feito na prancheta como no 
computador, deve atender rigorosamente à todas as normas técnicasque 
dispõem sobre o assunto. 
O desenho técnico mecânico chega pronto às mãos do profissional que vai 
executar a peça. Esse profissional deve ler e interpretar o desenho técnico para 
que possa executar a peça. Quando o profissional consegue ler e interpretar 
corretamente o desenho técnico, ele é capaz de imaginar exatamente como será 
a peça, antes mesmo de executá-la. Para tanto, é necessário conhecer as normas 
técnicas. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
7 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
2. Instrumentos 
Esquadros 
São instrumentos de desenho com a forma de triângulos retângulos, encontrados 
sempre em pares. Um esquadro é isósceles com ângulos de 45º e o outro 
escaleno com ângulo de 30º e 60º (fig. 3). 
Fig.3 
Os esquadros servem para traçar paralelas e ângulos dos próprios esquadros, 
além dos que são obtidos pela combinação dos dois, como os de 15º, 75º, 150º 
etc. Os esquadros fabricados em material sintético-acrílico são os mais usados e 
os melhores, pela transparência perfeita e por serem praticamente indeformáveis. 
Para cada par de esquadros só existe uma medida, a do cateto maior do 
escaleno, sempre igual ao da hipotenusa do isósceles: 16cm, 20cm, 26cm, 32cm, 
etc. 
Régua T 
As réguas T (fig.4) são utilizadas no traçado de paralelas, geralmente horizontais; 
funcionam em mesas-prancheta onde deslizam verticalmente, mantendo a 
horizontalidade da régua. Combinadas com esquadros, permitem traçar com 
rapidez e precisão uma infinidade de ângulos e paralelas em todas as direções. 
São fabricadas em madeira de lei como cedro, louro, caroba ou em material 
sintético-acrílico. Possuem um cabeçote, fixo à lâmina-régua, em ângulo reto. 
Sem o cabeçote, podem medir 35cm, 50cm, 65cm, 70cm, 92cm, 100cm, etc. 
Fig.4 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
8 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Há réguas T de cabeçote duplo (fig.5), sendo um deles móvel, o que permite 
traçar paralelos segundo uma direção qualquer; basta inverter a régua e ajustar o 
cabeçote móvel fixando-o por meio de uma porca borboleta. 
Fig.5 
Transferidor 
É um instrumento utilizado na construção e medição de ângulos. É fabricada em 
metal ou em plástico-acrílico, material preferido por ser transparente, leve e 
indeformável. O mais usado tem a forma semicircular, graduado de 0º a 180º, nos 
dois sentidos, com diâmetro de 12cm (fig.6). 
Fig.6 
Quando se quer construir um determinado ângulo, traça-se primeiramente uma 
reta e marca-se nela um ponto de referência para o vértice do ângulo. Coloca-se 
o transferidor de tal modo que a linha de fé coincida com a reta e o índex com o 
vértice. A partir de 0º, marca-se junto ao limbo, por um ponto, a abertura do 
ângulo desejado. Em seguida, retira-se o transferidor e completa-se a construção 
do ângulo. 
Tecnígrafo 
Tecnígrafo (fig.7) é um aparelho que substitui o conjunto de esquadros, régua e 
transferidores. O instrumento, de bastante precisão e alto custo, trabalha 
permanentemente fixo à mesa-prancheta e possui um jogo de réguas 
perpendiculares graduadas em escalas, que funcionam conjugadas com um 
transferidor existente no braço do aparelho. Essas réguas são travadas 
automaticamente em 0º, 15º, 30º 60º, 75º e 90º. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
9 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.7 
Compassos 
São instrumentos empregados para traçar circunferências, seus arcos, ou 
transportar medidas. Os compassos (fig.8) comuns têm 12cm de comprimento, 
aproximadamente, com articulações e pontos removíveis para o porta-grafita e o 
tira-linhas numa perna e a ponta seca na outra, além do alongador para grandes 
raios. 
Fig.8 
Para transportar medidas da régua graduada para o desenho ou para marcar 
distâncias rigorosamente iguais (fig.9). 
Fig.9 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
10 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Curvas Francesas 
As curvas francesas ou pistolets (fig.10) são gabaritos para curvas, recortados por 
inúmeros arcos concordantes e destinados àqueles desenhos em que não se 
pode usar o compasso. 
Fig.10 
As curvas francesas transparentes são melhores porque podem ser vistas através 
delas os pontos de referência ou eixos de simetria que devem ser marcados no 
instrumento. Para cada trecho da curva, previamente delineado à mão, os pontos 
que unem essas curvas devem ser simultaneamente repetidos no desenho e na 
borda do instrumento (fig.11). 
Régua flexível 
Fig.11 
Para as grandes curvas, traçadas, por exemplo, nas construções navais, 
industriais de grande porte, plantas de situação, de rodovias, emprega-se a régua 
flexível (fig.12). O desenho, esboçado a mão, é posteriormente definido com 
auxílio desse instrumento em toda a sua extensão e rapidamente. 
Fig.12 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
11 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Escala Triangular 
É uma régua em forma de um prisma triangular contendo em cada face duas 
escalas de redução (fig.13). A principal vantagem dessas escalas para o dese- 
nhista está na economia de tempo no cálculo de medida por medida. 
As escalas de redução mais empregadas são: 1:2 1:5 1:10 1:20 1:25 1:50 1:100 e 
1:500. Em mapas, usam-se escalas bem maiores. 
Fig.13 
Régua Triplo-decímetro 
A régua mais usada no desenho tem o comprimento de 30 centímetros ou triplo- 
decímetro com limbo graduado em milímetros e meios-milímetros de um lado e do 
outro em polegadas (fig.14). 
Fig.14 
As réguas graduadas devem servir exclusivamente para medição. Para o traçado, 
usam-se réguas não graduadas ou esquadros. 
Lápis - Lapiseiras - Grafitas 
As grafitas ou minas de grafita são classificados em duras, médias e moles, 
identificadas pelas séries H e B. Quanto mais H, mais dura; quanto mais B, mais 
mole (ou suave) e as médias HB ou F: 8B,.....,2B, B, HB, F, H, 2H,.....,9H (fig.15). 
No desenho técnico, as linhas finas são feitas com grafita dura 3H; as letras, 
cotagens e anotações, com F. As linhas de contorno e arestas visíveis com F ou 
H, os esboços cotados com F. As grafitas duras H são recomendadas para papel 
áspero e as mais B para o acetinado. 
Não se aconselham os lápis cilíndricos, porque rolam das pranchetas; devem ser 
sextavados (o que também permite prendê-los bem entre os dedos). 
A madeira do lápis deve ser consistente e suficientemente macia, como o cedro 
vermelho, para que possa ser cortada com facilidade e não rache. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
12 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.15 
A grafita deve ser bem afiada em lixa fina de modo a dar um traço uniforme. A 
ponta cônica de grafita do lápis deve ter, aproximadamente, 8mm (fig.16). 
Ao se traçar uma linha, a ponta deverá deslizar contra o bordo da régua, girando- 
se o lápis à proporção que se avança (fig.17). 
Fig.16 Fig.17 
As lapiseiras atualmente são mais utilizadas que os lápis; são mais práticas, 
confortáveis e possibilitam a troca rápida de grafitas. 
Um outrotipo de lapiseira emprega grafitas do diâmetro exato da espessura do 
traço, sem que haja necessidade de afiá-los. Sua ponta cilíndrica conduz o grafita 
até junto ao papel, evitando assim que encoste na borda da régua ou esquadro. 
Pranchetas - Mesas de Desenho 
As pranchetas para desenho (fig.18) podem ser simplesmente apoiadas em 
cavalete ou fazer parte de uma chamada mesa de desenho, com altura e 
inclinação reguláveis. 
Fig.18 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
13 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
As pranchetas devem ser fabricadas em pinho ou cedro e sem juntas. Suas 
dimensões são padronizadas (Norma DIN 3100) nos seguintes tamanhos: 
25x35cm, 35x50cm, 50x70cm, 100x150cm, 125x175cm e 125x200cm. A 
espessura pode variar de 1,5 a 2cm. 
As dimensões das pranchetas estão em consonância com os formatos de papel 
recomendados pela NB-8, série A. 
As pranchetas devem ser forradas em plástico para permitir traços uniformes, e 
de cor verde, para evitar a fadiga dos olhos do desenhista. 
As mesas de desenho podem ser equipadas com tecnígrafo ou com a régua 
paralela, uma substituta da régua T, porém ligada por finos cabos e roldanas à 
própria prancheta (fig.19). 
Fig.19 
Borracha 
Para apagar os traços de um lápis macio, a borracha deve ser mole e de grão 
fino; para os traços a lápis duro ou feitos a tinta, a borracha deverá ser dura, 
áspera e de consistência arenosa. Em ambos os casos, é aconselhável o tipo 
prismático (fig.20) por ser fácil a aplicação de seus vértices nas pequenas áreas 
do desenho. 
Fig.20 
A borracha deve ser limpa antes de ser aplicada, esfregando-a num papel 
qualquer. Os traços a serem apagados devem ser isolados dos outros com o 
auxílio de uma lâmina protetora (fig.21). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
14 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.21 
Gabaritos 
São placas de material plástico, transparente, vazadas nos formatos 
convencionados para os desenhos arquitetônicos, mecânicos, eletrotécnicos, 
métricos, como círculos, quadrados, elípses, etc (fig.22) 
Fig.22 
Normógrafos 
Os normógrafos são gabaritos especiais para traçado de letras, algarismos e 
símbolos, com caracteres iguais e precisos (fig.23). Para cada lâmina de 
caracteres há uma pena própria numerada, indicada na lâmina. A pena tem a 
forma de um funil com extremidade cilíndrica e no seu interior, um êmbolo com 
um fio de aço. A tinta é colocada no funil do modo como é feito no tira-linhas. A 
pena deve ser usada perpendicularmente à superfície do papel para que o traço 
resulte uniforme. Após o uso, deve ser limpa imediatamente com água - não só a 
pena, mas também o normógrafo. 
Fig.23 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
15 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
O normógrafo mais usado atualmente difere dos normógrafos convencionais por 
basear-se no sistema pantográfico (fig.24). É considerado o mais prático e o mais 
preciso para se desenhar com rapidez e perfeição os tipos de letras mais 
variados. 
Fig.24 
Hachuriador 
É um instrumento destinado ao traçado rigoroso e uniforme de paralelos, com 
espaçamento regulado no próprio aparelho (fig.25). 
Fig.25 
Pontilhador 
É um aparelho de aço que permite traçar linhas pontilhadas ou interrompidas com 
espaçamento uniforme regulável (fig.26). 
Fig.26 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
16 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
3. Caligrafia Técnica 
A linguagem escrita do desenho técnico se faz através de uma caligrafia 
estabelecida por estudos de legibilidade de execução: as letras e algarismos do 
tipo denominado bastão. 
Recomendado pela ABNT e padronizado nos Estados Unidos pela American 
Standard Association (ASA) com o nome de gothic , o tipo bastão representa a 
simplificação máxima de desenho dos tipos: 
Letra Bastão 
Reduzidos à sua estrutura linear, mantidas forma e proporção de cada um, os 
caracteres são formados por linhas de grossura uniforme, não apresentando 
barras de acabamento (serifas) ou qualquer outro enfeite. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
17 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Espaçamento do Letreiro 
Cada letra é espaçada de acordo com a sua forma e a da letra vizinha. Não deve 
haver um espaçamento uniforme entre as letras, porque isto causa, pela ilusão de 
ótica, um certo desequilíbrio no letreiro. 
Exemplo comparativo: 
Espaçamento uniforme. Há um desequilíbrio visual. 
Espaçamento visual. Algumas letras foram aproximadas devido às áreas perdidas 
Espaçamento no Letreiro 
Em primeiro lugar, deve-se levar em conta a disposição e o espaçamento do 
letreiro. Este espaçamento mais vale pela aparência da massa do letreiro do que 
pela forma das letras em si. 
Os espaçamentos entre palavras têm grande importância porque, se pequenos, 
dificultam a leitura, e, se grandes, as palavras parecem soltas. 
O espaço entre uma palavra e outra deve corresponder ao de uma letra (l) ou à 
altura de uma letra maiúscula. 
Para a composição de um letreiro, o fator principal é o equilíbrio visual. O 
espaçamento das letras, palavras e linhas varia de acordo com o senso estético 
de quem o faz, visando uma disposição legível e de aspecto agradável. 
Linhas de Guia 
Para boa legibilidade da escrita é necessário desenhar as letras com a mesma 
altura e manter a mesma verticalidade ou a mesma inclinação. Para isso, traçam- 
se linhas auxiliares que sirvam de guia, tanto para a direção horizontal das letras, 
como para orientá-las verticalmente. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
18 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
4. Papel 
Formatos 
De acordo com a NB-8, o papel deverá ter os formatos da série A , cortados em 
bruto ou recortados definitivamente em milímetros: 
Os formatos das folhas foram introduzidos no Brasil pela ABNT na norma NB-4 
em 1945. Origina-se de um retângulo de 1 m2 cujos lados estão na relação de 
1 : 2 (fig.27). 
Fig.27 
O papel para desenho pode ser encontrado em folhas ou em rolos ou ainda em 
blocos-prancha nos formatos A2, A3 e A4. 
Os tipos de papel para desenho dividem-se basicamente em 2 grupos: os opacos 
e os transparentes. Dos opacos, o mais utilizado para o desenho definitivo é o 
Canson, um papel branco, encorpado e de boa recepção à tinta. O papel couché, 
bastante conhecido por sua superfície de gesso brilhante, é próprio para desenho 
de precisão a nanquim. Dos transparentes, o de menor qualidade, e por este 
motivo o mais usado para rascunhos, é o chamado manteiga. Os desenhos 
definitivos são geralmente executados no vegetal. De melhor nível é o papel tela, 
comum na cor azul-claro. A grande vantagem dos papéis transparentes é permitir 
cópias diretas pelo processo heliográfico. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
19 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Legenda 
Qualquerdesenho industrial, para estar completo, deve ser acompanhado de uma 
legenda, localizada no ângulo inferior direito da folha de desenho. Na legenda 
estão incluídas todas as indicações necessárias à sua compreensão. Cada 
empresa possui a sua própria legenda, que pode ser desenhada, aplicada no 
papel por um carimbo ou já vir impressa. 
A legenda ou rótulo (carimbo da firma) deve ser desenhada sempre à direita e 
abaixo, no canto da folha (fig.28): 
Fig.28 
A largura da legenda não deve ultrapassar 175mrn, havendo variações na altura e 
largura de acordo com o formato de papel utilizado. O nome da firma, o nº do 
desenho e o título são escritos em caracteres maiores e em traços grossos. As 
letras devem ser do tipo bastão, verticais ou inclinadas. 
A lista de peças deve ser separada da razão social e o número das peças é 
ascendente (numerado de baixo para cima). Se a lista for muito grande, deve-se 
acrescentar sua continuidade à esquerda da legenda e na parte inferior (fig.29). 
Fig.29 
 Formatos 
A0, A1, e A2 
A2, A3 e A4 
A5 e A6 
 L 
175 
120 
90 
 H 
50 
35 
25 
20 
Curso Técnico em Eletrônica 
____________________________________________________________ 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
5. Linhas 
Classificação e emprego 
As linhas empregadas no desenho técnico dividem-se em: grossa, média e fina, 
sendo uma a metade da espessura da outra. Em função do tamanho e da 
complexidade do desenho, podem ser consideradas quatro espessuras para a 
linha grossa ou cheia: 1,2mm, 0,8mm, 0,5mm e 0,3mm. A maior só se emprega 
em desenhos de grandes proporções e feitos exclusivamente a tinta. A 
classificação abaixo toma por base a linha grossa de 0,5mm de espessura. 
No desenho rigoroso a lápis, a variação entre grossa, média e fina depende da 
consistência da grafita; um lápis macio como o HB ou F produz traços grossos. O 
de grafita dura 3H dá traços finos. Podem-se considerar também como variação 
de grossura as diferentes tonalidades do traço. Os mais escuros são grossos e os 
mais claros são finos. 
Os traços maiores do tipo b para andamento de corte e seções são de 
aproximadamente 8mm e os espaços onde se intercaIam os pontos (ou traços 
menores) são de mais ou menos 4mm (fig.30). 
Fig.30 
Cada traço da linha interrompida do tipo c pode variar entre 2 e 4mm (fig.31). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
21 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.31 
Os traços longos da linha tipo f para eixos de simetria e linhas de centro, variam 
entre 16 a 20mm, com espaços de 4mm para intercalar os pontos (substituídos 
por traços curtos) (fig.32). 
Fig.32 
Outras espécies de linhas podem ser empregados desde que haja uma notação 
explicativa no desenho. 
Linhas Visíveis e Invisíveis 
Convenções 
Se uma aresta visível for limite de outra invisível, esta deve tocá-la (fig33). 
Fig.33 
No caso de cruzamento, a interrompida não toca a cheia (fig.34). 
Fig.34 
Se as linhas invisíveis têm um vértice comum, isto é, são concorrentes devem se 
ligar naquele ponto (fig.35): 
Fig.35 
Entretanto, se as linhas invisíveis não têm ponto comum devem ser interrompidas, 
também, no cruzamento (fig.36). 
 ____________________________________________________________22 
Curso Técnico em Eletrônica 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.36 
Quando duas linhas invisíveis paralelas estão próximas, devem ser evitados 
traços e espaços iguais, lado a lado, alterando-se ligeiramente seus 
comprimentos em uma das linhas (fig.37). 
Fig.37 
Se duas linhas coincidem, a prioridade obedece à seguinte ordem: arestas 
visíveis, arestas invisíveis, linhas de corte, linhas de centro, linhas de extensão. 
Se uma peça tem partes visíveis e invisíveis, no mesmo alinhamento, a linha 
oculta é interrompida no limite das duas partes (fig.38). 
Fig.38 
As curvas não visíveis devem ter sempre seus traços de comprimento uniforme. 
Entretanto, se o arco é pequeno demais, o traço em curva descreve totalmente o 
arco, sem ser interrompido (fig.39). 
Fig.39 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
23 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
6. Sistema de Representação Convencional 
A projeção ortográfica é uma forma de representar graficamente objetos 
tridimensionais em superfícies planas, de modo a transmitir suas características 
com precisão e demonstrar sua verdadeira grandeza. 
Para entender bem como é feita a projeção ortográfica você precisa conhecer 
três elementos: o modelo, o observador e o plano de projeção. 
Modelo 
É o objeto a ser representado em projeção ortográfica. Qualquer objeto pode ser 
tomado como modelo: uma figura geométrica, um sólido geométrico, uma peça de 
máquina ou mesmo um conjunto de peças. 
Veja alguns exemplos de modelos (fig.40): 
Fig.40 
O modelo geralmente é representado em posição que mostre a maior parte de 
seus elementos. Pode, também, ser representado em posição de trabalho, isto é, 
aquela que fica em funcionamento. 
Quando o modelo faz parte de um conjunto mecânico, ele vem representado na 
posição que ocupa no conjunto. 
Observador 
É a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo. Para representar o 
modelo em projeção ortográfica, o observador deve analisá-lo cuidadosamente 
em várias posições (fig.41). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
24 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.41 
Em projeção ortográfica deve-se imaginar o observador localizado a uma 
distância infinita do modelo. Por essa razão, apenas a direção de onde o 
observador está vendo o modelo será indicada por uma seta (fig.42). 
Fig.42 
Plano de Projeção 
Os planos de projeção podem ocupar várias posições no espaço. Em desenho 
técnico usamos dois planos básicos para representar as projeções de modelos: 
um plano vertical e um plano horizontal que se cortam perpendicularmente 
(fig.43). 
Fig.43 
Esses dois planos, perpendiculares entre si, dividem o espaço em quatro regiões 
chamadas diedros. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
25 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Diedros 
Cada diedro é a região limitada por dois semiplanos perpendiculares entre si. Os 
diedros são numerados no sentido anti-horário, isto é, no sentido contrário ao do 
movimento dos ponteiros do relógio. 
O método de representação de objetos em dois semiplanos perpendiculares entre 
si, criado por Gaspar Monge, é também conhecido como método mongeano. 
Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método mongeano adotam a 
projeção ortográfica no 1º diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação 
no 1º diedro. 
Entretanto, alguns países, como por exemplo os Estados Unidos e o Canadá, 
representam seus desenhos técnicos no 3º diedro. 
Nesta apostila, você estudará detalhadamente a representação no 1º diedro, 
como recomenda a ABNT. Ao ler e interpretar desenhos técnicos, o primeiro 
cuidado que se deve ter é identificar em que diedro está representado o modelo. 
Esse cuidado é importante para evitar o risco de interpretar errado as 
características do objeto. 
Parasimplificar o entendimento da projeção ortográfica passaremos a representar 
apenas o 1º diedro, o que é normalizado pela ABNT. 
Chamaremos o semiplano vertical superior de plano vertical. O semiplano 
horizontal anterior passará a ser chamado de plano horizontal (fig.44). 
Fig.44 
Ao interpretar um desenho técnico procure identificar, de imediato, em que diedro 
ele está representado. 
O símbolo que indica que o desenho técnico está representado no 1º diedro 
(fig.45) aparece no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos técnicos, 
dentro da legenda. 
Fig.45 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
26 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Quando o desenho técnico estiver representado no 3º diedro, você verá este outro 
símbolo (fig.46): 
Fig.45 
Cuidado para não confundir os símbolos! Procure gravar bem, principalmente o 
símbolo do 1º diedro, que é o que você usará com mais freqüência. 
Atenção - As representações no 3º diedro requerem preparo específico para sua 
leitura e interpretação. O estudo das representações no 3º diedro foge dos 
objetivos deste curso. 
Projeção Ortográfica 
Para produzir um objeto, é necessário conhecer todos os seus elementos em 
verdadeira grandeza. 
Por essa razão, em desenho técnico, quando tomamos sólidos geométricos ou 
objetos tridimensionais como modelos, costumamos representar sua projeção 
ortográfica em mais de um plano de projeção. 
No Brasil, onde se adota a representação no 1º diedro, além do plano vertical e do 
plano horizontal, utiliza-se um terceiro plano de projeção: o plano lateral. Este 
plano é, ao mesmo tempo, perpendicular ao plano vertical e ao plano horizontal 
(fig.46). 
Fig.46 
Para entender melhor a projeção ortográfica de um modelo em três planos de 
projeção você vai acompanhar, primeiro, a demonstração de um sólido 
geométrico (o prisma retangular) em cada um dos planos, separadamente. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
27 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Vista de Frente 
Imagine um prisma retangular paralelo a um plano de projeção vertical visto de 
frente por um observador, na direção indicada pela seta (fig.47). 
Fig.47 
Este prisma é limitado externamente por seis faces retangulares: duas são 
paralelas ao plano de projeção; quatro são perpendiculares ao plano de projeção. 
Traçando linhas projetantes a partir de todos os vértices do prisma, obteremos a 
projeção ortográfica do prisma no plano vertical. Essa projeção é um retângulo 
idêntico às faces paralelas ao plano de projeção. 
Imagine que o modelo foi retirado e você verá, no plano vertical, apenas a 
projeção ortográfica do prisma visto de frente (fig.48). 
Fig.48 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
28 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
A projeção ortográfica do prisma, visto de frente no plano vertical, dá origem à 
vista ortográfica chamada vista de frente ou elevação. 
Vista de Cima 
A vista de frente não nos dá a idéia exata das formas do prisma. Para isso 
necessitamos de outras vistas, que podem ser obtidas por meio da projeção do 
prisma em outros planos do 1º diedro. 
Imagine, então, a projeção ortográfica do mesmo prisma visto de cima por um 
observador na direção indicada pela seta (fig.49). 
Fig.49 
A projeção do prisma, visto de cima no plano horizontal, é um retângulo idêntico, 
paralelas ao plano de projeção horizontal. 
Removendo o modelo, você verá no plano horizontal apenas a projeção 
ortográfica do prisma, visto de cima (fig.50). 
Fig.50 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
29 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
A projeção do prisma, visto de cima no plano horizontal, determina a vista 
ortográfica chamada vista cima ou planta. 
Vista Lateral 
Para completar a idéia do modelo, além das vistas frontal e superior, uma terceira 
vista é importante: a vista lateral esquerda. 
Imagine, agora, um observador vendo o mesmo modelo de lado, na direção 
indicada pela seta, (fig.51). 
Fig.51 
Como o prisma está em posição paralela ao plano lateral, sua projeção ortográfica 
resulta num retângulo idêntico, paralelo ao plano lateral. 
Retirando o modelo, você verá no plano lateral a projeção ortográfica do prisma 
visto de lado, isto é, a vista lateral esquerda (fig.52). 
Fig.52 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
30 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Rebatimento dos Planos de Projeção 
Agora, que você já sabe como se determina a projeção do prisma retangular 
separadamente em cada plano, fica mais fácil entender as projeções do prisma 
em três planos simultaneamente (fig.53). 
Fig.53 
As linhas estreitas que partem perpendicularmente dos vértices do modelo até os 
planos de projeção são as linhas projetantes. 
As demais linhas estreitas que ligam as projeções nos três planos são chamadas 
linhas projetantes auxiliares. Estas linhas ajudam a relacionar os elementos do 
modelo nas diferentes vistas. 
Imagine que o modelo tenha sido retirado e veja como ficam apenas as suas 
projeções nos três planos (fig.54): 
Fig.54 
Mas, em desenho técnico, as vistas devem ser mostradas em um único plano. 
Para tanto, usamos um recurso que consiste no rebatimento dos planos de 
projeção horizontal e lateral (fig.55). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
31 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.55 
Em desenho técnico, não se representam as linhas de interseção dos planos. 
Apenas os contornos das projeções são mostrados. As linhas projetantes 
auxiliares também são apagadas. 
Veja como fica a representação, em projeção ortográfica, do prisma retangular 
que usamos (fig.56): 
Fig.56 
As Seis Vistas Principais 
As duas vistas básicas - frente e superior -, mesmo auxiliadas pela vista lateral 
esquerda, por vezes não conseguem esclarecer suficientemente a forma de 
objetos mais complexos. Pode-se aumentar o número de vistas principais para 
seis, envolvendo o objeto por um paralelepípedo de referência, conforme a NB-8 
(fig.57): 
 ____________________________________________________________32 
Curso Técnico em Eletrônica 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.57 
Desenvolvimento das seis faces do paralelepípedo de referência e disposição 
final das vistas (fig.58): 
Fig.58 
Representação das 6 vistas ortográficas principais de uma peça (fig.59): 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
33 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.59 
Obs.: Convém assinalar que nos Estados Unidos e também na Holanda e Canadá 
é adotada uma orientação diferente quanto à obtenção das vistas. Assim, para os 
americanos, a planificação mostra as vistas em outro arranjo, previsto na NB-8. 
Fig.60 
____________________________________________________________Curso Técnico em Eletrônica 
34 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
7. Cotagem 
Os desenhos de algo a ser fabricado ou construído devem levar todas as 
informações necessárias à sua confecção, como: medidas, espécie de material, 
indicação de acabamento, etc. As linhas de medida ou de cota são finas, traçadas 
paralelamente às dimensões do objeto e distantes aproximadamente 7 mm do 
contorno medido (fig.61). Nas extremidades dessas linhas desenham-se setas, 
limitando a medida por linhas de extensão, perpendiculares às linhas de cota e de 
contorno. 
Fig.61 
Setas 
A seta propriamente dita deve ter um comprimento aproximado de 2 a 3 mm; a 
sua largura pode ser calculada como 1/3 do comprimento ou, simplesmente, 
dando-se à extremidade um ângulo de 15º (fig.62). 
Fig.62 
Para certos desenhos, é permitido substituir as setas por pequenos pontos: 
círculos pretos, de raio mínimo, centrados nas interseções das linhas de extensão 
com a linha de cota e executados à mão livre (fig.63). O emprego do ponto se 
justifica por falta de espaço para colocar setas, principalmente na cotagem em 
série. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
35 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.63 
Medidas 
As medidas são escritas acima das linhas de cota, quando estas são horizontais 
ou inclinadas, e à esquerda, quando são verticais, com a base dos algarismos 
junto às linhas de cota (fig.64). 
Fig.64 
Quando o espaço a cotar for pequeno de tal modo que não permita desenhar 
setas e algarismos, as setas podem ser invertidas e colocadas exteriores à 
medida, na direção da linha de cota. Os algarismos podem ser deslocados para 
junto da seta direita externa ou para mais distante, desde que ligados ao espaço 
medido por uma pequena seta referencial (fig.65). 
Fig.65 
Deve-se evitar a colocação de linhas de cota com inclinação correspondente às 
contidas no setor de 30º assinalado pelas hachuras (fig.66): 
Fig.66 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
36 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
A inclinação própria dos algarismos é a mesma estabelecida para as letras, de 
60º a 75º. A tendência, atualmente, é para a adoção definitiva do tipo bastão 
vertical, em uso por quase todos os países em convênio com a lnternational 
Standardization Organization (ISO), da qual o Brasil faz parte, através da sua 
ABNT. 
A altura dos algarismos de cota não deve ser menor que 3 mm, e uniforme dentro 
do mesmo desenho. 
A notação da unidade métrica decimal - mm, m, etc. - normalmente não 
acompanha o número que expressa a medida, no desenho. Informações sobre 
escala ou unidade são dados à parte, na legenda. 
Linhas de Extensão 
A linha de extensão não deve ultrapassar a linha de cota em mais de 3 milímetros 
aproximadamente. 
Linhas de eixo, de centro, arestas e contornos não podem ser usados como linhas 
de cota, permitindo-se, entretanto, que sirvam como linhas de extensão (fig.67). 
Fig.67 
Convém evitar que linhas de cota cruzem entre si ou com linhas representadas no 
desenho. 
Há casos em que, para facilitar a cotagem, algumas linhas de extensão devem 
ser oblíquas às linhas de base. Recomenda-se o ângulo de 60º (fig.68). 
Fig.68 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
37 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Para se cotar uma peça em cuja construção é interessante apresentar a 
interseção de duas linhas, esses pontos auxiliares são posicionados por linhas de 
extensão (fig.69): 
Fig.69 
Cotas em Série e em Paralelo 
A distância entre duas linhas de cota paralelas deve ser, no mínimo, de 5 mm, 
podendo aumentar nos desenhos de grandes dimensões. 
As cotas são indicadas em série quando têm a mesma direção (fig.70). 
Fig.70 
As cotas são indicadas em paralelo quando, tendo a mesma direção, existe um 
mesmo ponto de origem importante como referência de várias medidas. As cotas 
maiores devem ultrapassar as menores, a fim de evitar cruzamentos (fig.71). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
38 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.71 
Fig.72 
Cotagem Direta 
Em esquemas, é permitido cotar diretamente, como, por exemplo, em estruturas 
metálicas (fig.73): 
Fig.73 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
39 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Símbolos 
Os símbolos de diâmetro ∅, de quadradoe de raio R devem preceder as 
medidas. Os dois primeiros devem ter 2/3 da altura do algarismo; a secante 
diametral no símbolo ∅ inclinada a 45º com a linha de base do algarismo (fig.74). 
Fig.74 
Cotagem de Círculo 
Os círculos são cotados interior ou exteriormente, dependendo do espaço 
disponível (fig.75). 
Fig.75 
Para especificar a quantidade de círculos de mesmo diâmetro - furos, por 
exemplo, a cotagem é feita por uma notação em letras maiúsculas, dirigida a um 
dos centros (fig.76). 
Fig.76 
O dimensionamento de cordas e arcos pode ser como mostram os exemplos 
(fig.77): 
 ____________________________________________________________40 
Curso Técnico em Eletrônica 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.77 
Quando o centro de um arco de grande raio está localizado fora dos limites do 
desenho, o raio deve ser representado por uma linha quebrada duas vezes em 
ângulo reto, com um falso centro marcado arbitrariamente numa linha que passe 
pelo centro do arco, como, por exemplo, uma linha de eixo. Os segmentos 
extremos dessa linha quebrada têm a direção do raio real (fig.78). 
Fig.78 
Ainda para arcos de centro inacessível, pode-se representar apenas um trecho 
extremo do raio real, com a seta tocando a curva e, sobre ele, escreve-se a 
medida precedida do símbolo R (fig.79) 
Fig.79 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
41 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Arcos 
A cotagem de arcos concordantes é determinada por coordenadas retangulares 
(fig.80). 
Fig.80 
Cotagem em Graus 
As medidas em graus devem ser escritas no Sistema Unidirecional, isto é, na 
horizontal. Quando se utiliza o arco contínuo, os valores acima da horizontal 
referencial (semicírculo superior) devem ficar exteriores ao arco e os abaixo 
(semicírculo inferior), interiores ao arco (fig.81). 
Fig.81 
Cotagem de Arcos Concêntricos 
As medidas são tomadas a partir de uma linha de extensão origem (fig.82). 
Fig.82 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
42 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Cotagem em Arco Único 
A origem das medidas é assinalada por um pequeno ponto, onde se escreve 0º 
(zero grau). Os valores em graus são escritos junto às setas, apontadas no 
mesmo sentido (fig.83). 
Fig.83 
Esfera 
Escreve-se a palavra ESFERAantes do símbolo de diâmetro ou de raio (fig.84). 
Fig.84 
Cotagem Radial 
As linhas divergem de um centro, com o mesmo ângulo (fig.85). 
Fig.85 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
43 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Cotagem de Contorno Simétrico para Curvas Irregulares 
Na cotagem de contornos curvilíneos não formados por arcos concordantes, 
procede-se como mostra o exemplo (fig.86): 
Fig.86 
Espessura 
A cotagem de peças de pouca espessura como chapas, ferro chato, perfis 
laminados, etc., não deve ser em graus quando seus ângulos possam ser obtidos 
mais facilmente com réguas, esquadro e escala, que dão o comprimento de cada 
aresta do contorno. A espessura deve ser escrita, de pre-ferência, na própria 
superfície desenhada (fig.87). 
Fig.87 
Truncamentos, Chanfros 
Para cotar peças com truncamento, em bisel ou chanfrados em cilindros, 
acrescenta-se ao desenho uma nota que simplifique o dimensionamento (fig.88). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
44 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.88 
Única Vista 
Para se representarem simplificadamente, por uma única vista, corpos de 
revolução, como o cilindro e o cone, emprega-se o símbolo de diâmetro (fig.89). 
Fig.89 
Para prismas e pirâmides regulares, de bases quadradas, basta uma vista para 
identificá-los, desde que se preceda a cota de aresta da base de um símbolo de 
quadrado e tracem-se as diagonais das faces laterais com linha fina (fig.90). 
Fig.90 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
45 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Cotagem por Simetria 
Quando o desenho só apresenta uma simetria, a linha de cota deve ser 
interrompida um pouco além da linha de eixo de simetria do objeto, sendo dado o 
valor total (fig.91). 
Fig.91 
Correções 
Qualquer cota que seja substituída sem estar na escala do desenho deve ser 
sublinhada. No caso de ser indicada uma nova cota, a anterior deve ser cortada, 
porém sem perder a legibilidade (fig.92). 
Fig.92 
Cotas em Excesso 
A boa cotagem não traz cotas em excesso. Cota-se uma única vez se as cotas 
forem os mesmas; evita-se repetição de cotas em casos de simetria (fig.93). 
Fig.93 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
46 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
8. Perspectiva 
Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade e relevo. As 
partes que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais 
distantes aparentam ser menores. 
A fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele é visto pelo olho 
humano, pois transmite a idéia de três dimensões: comprimento, largura e altura. 
O desenho, para transmitir essa mesma idéia, precisa recorrer a um modo 
especial de representação gráfica: a perspectiva. Ela representa graficamente as 
três dimensões de um objeto em um único plano, de maneira a transmitir a idéia 
de profundidade e relevo. 
Existem diferentes tipos de perspectiva. Veja como fica a representação de um 
cubo em três tipos diferentes de perspectiva (fig.94): 
Fig.94 
Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando as três formas 
de representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a 
idéia menos deformada do objeto. 
Iso quer dizer mesma, métrica quer dizer medida. A perspectiva isométrica 
mantém as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto 
representado, além disso, o traçado da perspectiva isométrica é relativamente 
simples. Por essas razões, neste curso, você estudará esse tipo de perspectiva. 
Em desenho técnico, é comum representar perspectivas por meio de esboços, 
que são desenhos feitos rapidamente à mão livre. Os esboços são muito úteis 
quando se deseja transmitir, de imediato, a idéia de um objeto. 
Eixos isométricos 
O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas 
que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si, três ângulos de 120° 
(fig.95). 
Fig.95 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
47 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Essas semi-retas, assim dispostas, recebem o nome de eixos isométricos. Cada 
uma das semi-retas é um eixo isométrico. 
Os eixos isométricos podem ser representados em posições variadas, mas 
sempre formando, entre si, ângulos de 120°. Os eixos isométricos serão 
representados sempre na posição indicada na figura anterior. 
O traçado de qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
48 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
9. Escalas 
Existem objetos, peça, animais, etc. que não podem ser representados em seu 
tamanho real. Alguns são muito grandes para caber numa folha de papel. Outros 
são tão pequenos, que se os reproduzíssemos em tamanho real seria impossível 
analisar seus detalhes. 
Para resolver tais problemas, é necessário reduzir ou ampliar as representações 
destes objetos. 
Manter, reduzir ou ampliar o tamanho da representação de alguma coisa é 
possível através da representação em escala. 
A escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas 
lineares do objeto representado. 
Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da peça 
com o tamanho real da peça. A escala permite representar, no papel, peças de 
qualquer tamanho real. 
Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real ou são mantidas, ou 
então são aumentadas ou reduzidas proporcionalmente. 
As dimensões angulares do objeto permanecem inalteradas. Nas representações 
em escala, as formas dos objetos reais são mantidas. 
Existem três tipos de escala: natural, de redução e de ampliação. 
Desenho Técnico em Escala 
O desenho técnico que serve de base para a execução da peça é, em geral, um 
desenho técnico rigoroso. Este desenho, também chamado de desenho técnico 
definitivo, é feito com instrumentos, ou até mesmo por computador. 
Mas, antes do desenho técnico rigoroso é feito um esboço cotado, quase sempre 
à mão livre. O esboço cotado serve de base para o desenho rigoroso. Ele contém 
todas as cotas da peça bem definidas e legíveis, mantendo a forma da peça e as 
proporções aproximadas das medidas (fig.96). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
Fig.96 
49 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
No esboço cotado, as medidas do objeto não são reproduzidas com exatidão. 
No desenho técnico rigoroso, ao contrário, existe a preocupação com o tamanho 
exato da representação. O desenho técnico rigoroso deve ser feito em escala e 
esta escala deve vir indicada no desenho. 
Escala Natural 
Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao 
tamanho real da peça. Veja um desenho técnico em escala natural (fig.97). 
Fig.97 
A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura da palavra escala: ESC 
,seguida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral à esquerda dos 
dois pontos representa as medidas do desenho técnico. O numeral à direita dos 
dois pontos representa as medidas reais da peça. 
Na indicação da escala natural os dois numerais são sempre iguais. Isso porque o 
tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. 
A relação entre o tamanho do desenho e o tamanho do objeto é de 1:1 (lê-se um 
por um ). A escala natural é sempre indicada deste modo: ESC 1:1. 
Escala de Redução 
Escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que 
o tamanho real da peça. Veja um desenho técnico em escala de redução (fig.98). 
Fig.98 
As medidas deste desenho são vinte vezes menores que as medidas 
correspondentes da roda de um vagão real. A indicação da escala de redução 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
50 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
também vem junto do desenho técnico. Na indicação da escala de redução o 
numeral à esquerda dos dois pontos é sempre 1. O numeral à direita é sempre 
maior que 1. 
No desenho anterior o objeto foi representado na escala de 1:20 (que se lê: um 
por vinte). 
Escala de Ampliação 
Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que 
o tamanho real da peça. Veja o desenho técnico de uma agulha de injeção em 
escala de ampliação (fig.99). 
Fig.99 
As dimensões deste desenho são duas vezes maiores que as dimensões 
correspondentes da agulha de injeção real. Este desenho foi feito na escala 2:1 
(lê-se: dois por um). 
A indicação da escala é feita no desenho técnico como nos casos anteriores: a 
palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separados 
por dois pontos. Só que, neste caso, o numeral da esquerda, que representa as 
medidas do desenho técnico, é maior que 1. O numeral da direita é sempre 1 e 
representa as medidas reais da peça. 
A seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, através da norma técnica NBR 
8196. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
51 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
10. Corte 
Cortar quer dizer dividir, secionar, separar partes de um todo. Corte é um recurso 
utilizado em diversas áreas do ensino, para facilitar o estudo do interior dos 
objetos. 
Sem tais cortes, não seria possível analisar os detalhes internos dos objetos 
mostrados. Em mecânica, também se utilizam modelos representados em corte 
para facilitar o estudo de sua estrutura interna e de seu funcionamento (fig.100). 
Fig.100 
Mas, nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos, para seu estudo. 
Em certos casos, você deve apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que 
acontece em desenho técnico mecânico (fig.101). 
Fig.101 
Mesmo sem saber interpretar a vista frontal em corte, você deve concordar que a 
forma de representação da direita é mais simples e clara do que a outra. Fica 
mais fácil analisar o desenho em corte porque nesta forma de representação 
usamos a linha para arestas e contornos visíveis em vez da linha para arestas e 
contornos não visíveis. 
Na indústria, a representação em corte só é utilizada quando a complexidade dos 
detalhes internos da peça torna difícil sua compreensão por meio da 
representação normal, como você viu no caso do registro de gaveta. 
 ____________________________________________________________52 
Curso Técnico em Eletrônica 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Mas, para que você entenda bem o assunto, utilizaremos modelos mais simples 
que, na verdade, nem precisariam ser representados em corte. 
Quando dominar a interpretação de cortes em modelos simples, você estará 
preparado para entender representação em corte em qualquer tipo de modelo ou 
peça. 
Corte Total 
O corte total é resultado da interseção entre o plano de corte e o sólido, seja de 
forma longitudinal ou transversal (fig.102). 
Fig.102 
Os cortes devem apresentar 
representação (fig.102). 
algumas informações e simbologias de 
Fig.103 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
53 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
A indicação do corte é feita, então, em uma das vistas através de uma seta 
indicativa de direção com o nome do corte. Este nome é dado por uma letra 
maiúscula, iniciando sempre com a letra (fig.104). 
Fig.104 
Fig.105 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
54 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.106 
Corte em Desvios 
Os cortes podem ser realizados em desvio, através da utilização de mais de um 
plano de corte. Lembre-se que a posição dos planos de corte é definida pelos 
detalhes do sólido que devem ser interceptados por estes planos. 
Planos de corte paralelos (fig.107) 
Fig.107 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
55 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Planos de corte concorrentes (fig.108) 
Fig.108 
Fig. 109 
Meio-Corte 
O meio-corte é aplicado em peças simétricas, de modo a simplificar sua 
representação e ainda, permitir mostrar detalhes internos e externos do sólido em 
um único desenho. É semelhante ao corte total, mas só corta parte do sólido, a 
outra parte é representada em vista, com omissão das arestas não visíveis 
(fig.110). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
56 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Fig.110 
Secção 
A secção é um corte feito em qualquer posição do sólido, e corresponde à retirada 
de uma “fatia” que representa seu perfil transversal (fig.111). 
Fig.111 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
57 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Pode-se realizar quantas secções forem necessários à perfeita compreensão do 
sólido. 
Na secção representa-se apenas a parte do sólido que é interceptada pelo plano 
de corte, omitindo-se os detalhes além do plano de corte, sejam visíveis ou não. 
Corte Parcial 
O corte parcial é realizado em apenas uma pequena extensão do objetivo, como 
uma “mordida” dada no sólido, para mostrar um detalhe pequeno que não 
justificaria a escolha de outro tipo de corte (fig.112). 
Fig.112 
A única forma de cotar o detalhe é através de um corte, uma vez que não se deve 
cotar arestas não visíveis; mas o sólido não justifica um outro tipo de corte, por 
sua simplicidade. 
Observação: O corte parcial é sempre limitado por uma linha de ruptura, irregular 
e em traço estreito. 
Hachuras 
As hachuras são representações convencionais dos materiais usados na 
produção ou construção de objetivos; em geral, representadas apenas nos cortes. 
São definidas pela ABNT para diversos materiais (fig.113). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
58 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________Fig.113 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
59 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
11. Vistas Especiais 
Vista Auxiliar 
Quando uma das faces ou um detalhe da peça não apresenta verdadeira 
grandeza em projeção, utiliza-se um plano de projeção auxiliar, paralelo à face 
oblíqua ou ao detalhe da peça, resultando assim em uma vista auxiliar (fig.114). 
Fig.114 
Observe que com a projeção ortogonal, as vistas superior e lateral apresentam 
deformações que dificultam a interpretação dos detalhes da peça. 
Com um plano auxiliar de projeção paralelo ao detalhe, obtém-se a verdadeira 
grandeza da face oblíqua da peça em questão (fig.115). 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
Fig.115 
60 
[Digite texto] 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Os detalhes que não apresentam verdadeira grandeza podem ser suprimidos por 
não oferecerem nenhuma informação relevante para a compreensão da peça. 
Esta supressão é indicada através da interrupção da vista com uma linha irregular 
em traço estreito. 
As vistas com detalhes suprimidos são denominadas como parciais. 
Vista de Peças Simétricas 
As vistas de uma peça simétrica podem ser representadas apenas em parte, 
desde que esta contenha todos os detalhes que possibilitam a perfeita 
interpretação do sólido. 
Podem ser representadas pela metade, quando a linha de simetria dividir a vista 
em duas partes idênticas, ou pela quarta parte, quando as linhas de simetria 
dividirem a vista em quatro partes iguais (fig.116). 
Fig.116 
As linhas de simetria da vista passam a receber dois traços curtos nas suas 
extremidades, perpendiculares a elas. Ou ainda, as linhas da peça (arestas) são 
traçadas um pouco além das linhas de simetria, indicando que continuam naquela 
direção. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
61 
[Digite texto] 
 
 
 Desenho Técnico 
____________________________________________________________ 
Referências Bibliográficas 
ABNT. NBR 8196: Desenho Técnico – emprego de escalas. Rio de Janeiro, 
1999. 
_____. NBR 8402: Execução de Caracter para Escrita em Desenho Técnico. 
Rio de Janeiro, 1994. 
______. NBR 8403: Aplicação de Linhas em Desenhos – tipos de linhas – 
larguras das linhas. Rio de Janeiro, 1984. 
______. NBR 10068: Folha de Desenho – leiaute e dimensões. Rio de Janeiro, 
1987. 
______. NBR 10126: Cotagem em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1987 
______. NBR 10647: Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1989. 
______. NBR 12298: Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em 
Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1995. 
FRENCH, Thomas Ewing; VIERCK, Charles J. Desenho Técnico e Tecnologia 
Gráfica. São Paulo : globo, 1995. 
MICELI, Maria Tereza; FERREIRA, Patrícia. Desenho Técnico Básico. Rio de 
Janeiro : Ao Livro Técnico, 2001. 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Eletrônica 
62

Outros materiais