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CARLOS AUGUSTO HORT CANDIDO FELIPE DIAS GUSTAVO HENRIQUE PELISSARI VITOR BIGELLI CINÉTICA DE CORROSÃO LONDRINA 2016 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS LONDRINA ENGENHARIA DE MATERIAIS CINÉTICA DE CORROSÃO Trabalho apresentado para avaliação na disciplina de Corrosão e Degradação dos Materiais do curso de Engenharia de Materiais, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, ministrado pelo Prof. Dr. Cleberson Cipriano de Paula. LONDRINA 2016 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Sistema reacional montado no experimento... ................................................................. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 6 3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 7 3.1 MATERIAIS............................................................................................ 7 3.2 METODOLOGIA ..................................................................................... 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 9 4.1 TAXA MÉDIA DE CORROSAO ........................................................................ 9 4.2 TAXA MÁXIMA DE CORROSAO ..................................................................... 9 5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 12 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 13 APENDICE A ............................................................................................................ 14 5 1. INTRODUÇÃO A terminologia cinética química relaciona-se com a velocidade com que as reações químicas ocorrem e os fatores que as influenciam. Analogamente a cinética de corrosão está relacionada com a velocidade que uma reação de corrosão ocorre, bem como os fatores que irão influencia-la. Corrosão pode ser definida como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente associada ou não a esforços mecânicos [1]. O conhecimento do comportamento de um material quando submetido a condições que irão favorecer sua oxidação é de extrema importância, de modo que permite a utilização adequada do material a fim de aumentar o seu tempo de vida, bem como prevenir possíveis falhas. O alumínio é um material amplamente utilizado em projetos de engenharia, sua aplicação vai desde rebites para a fixação de chapas metálicas até a construção de blocos de motores. Devido a sua ampla aplicabilidade, este material está exposto a uma série de fatores que poderão contribuir para a sua corrosão. Assim, é de crucial importância o estudo do comportamento do alumínio quando submetido a um meio corrosivo. Para o estudo da corrosão do alumínio em meio ácido, um corpo de prova deste material foi colocado em HCl e em um intervalo de tempo de 40 minutos, aferiu-se a quantidade de gás gerado como produto. A quantificação dos fatores relacionados a corrosão do material estudado, foi realizada através de uma relação entre a variação de massa da amostra com sua área em um dado intervalo de tempo, tal relação é definida como taxa média. Além da taxa média de corrosão, temos a taxa máxima, que considera possíveis alterações do meio reacional, alterando a cinética da reação. 6 2. OBJETIVOS Com base no conhecimento teórico, compreender na prática o comportamento da cinética de corrosão para uma amostra (rebite) de alumínio metálico em um meio corrosivo (solução de HCl), e através dos dados obtidos, fazer o levantamento de sua curva cinética, através da taxa de corrosão do material. 7 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Rebite de Alumínio; Solução de HCl (3M); Pinça; Água; Termômetro; Cronômetro; Paquímetro; Balança; Becker; Frasco de vidro com conta-gotas; Proveta; Tubo plástico flexível; Suporte universal com garra. 3.2 METODOLOGIA Inicialmente, com o auxilio de um paquímetro, as dimensões da amostra: raio externo, raio interno e comprimento foram tomadas a fim de obter a área superficial, assim como sua massa, registrada em uma balança Shimadzu UX620H. A amostra foi então, devidamente higienizada e separada em um local adequado, até a montagem do sistema reacional. A etapa seguinte consistiu na montagem do sistema. Inicialmente, o Becker e a proveta foram preenchidos com água. O meio corrosivo foi adicionado no frasco de vidro, em um volume aproximado igual a 2/3 da capacidade total do frasco. Na tampa do frasco, uma extremidade do tubo flexível foi conectada, enquanto que a outra extremidade foi conectada no interior da proveta, de forma a observar o desprendimento de gás. Em um suporte universal com garra, a proveta preenchida com água e com uma extremidade do tubo, foi colocada de forma invertida, dentro do béquer, para tornar possível a leitura do volume de água deslocado. Em seguida, abriu-se a tampa do frasco, a amostra foi introduzida e o frasco vedado rapidamente com a tampa. Por fim, um termômetro foi posto em contato com o frasco onde a reação acontecia. O sistema reacional montado no experimento é apresentado pela figura 1. 8 Figura 1: Sistema reacional montado no experimento. No momento em que a amostra foi introduzida e o frasco fechado, o cronômetro foi disparado. Em intervalos de 5 minutos, leituras foram feitas através da graduação da proveta de forma a observar o deslocamento de água ocasionado pelo volume de gás coletado que foi desprendido. No mesmo intervalo, a temperatura era anotada. O período do experimento foi de aproximadamente 40 minutos. Ao fim do experimento, a amostra foi novamente pesada, a fim de obter a variação da massa. O meio corrosivo foi descartado em local apropriado e o aparato experimental higienizado. 9 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 TAXA MÉDIA DE CORROSAO Os dados do corpo de prova ensaiado estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 - Dados do corpo de prova de alumínio. Minicial 0,088 g Mfinal 0,027 g Área 112,7199 mm² FONTE: Elaborada pelo Autor. Aplicando tais valores na formula de taxa media de corrosão para um tempo de 40 minutos, obtêm-se: 4.2 TAXA MÁXIMA DE CORROSAO Os dados obtidos de volume deslocado na proveta em função do tempo, bem como a temperatura para cada situação estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2 - Volume aferido, variação do volume e temperatura para cada tempo do experimento t (min) V aferido (mL) ∆V (mL) T (oC) 0 12 0 26,8 5 12 0 27,2 10 12 0 27,3 15 16 4 27,5 20 30 1827,9 25 46 34 28,4 30 63 51 29 35 83 71 29,5 40 102 90 30 FONTE: Elaborada pelo Autor. Para a reação de oxidação do alumínio em HCl tem-se a seguinte expressão: Al(s) + HCl(aq) AlCl3(aq) + H2(g) Balanceando a reação obtém-se: 2Al(s) + 6HCl(aq) 2AlCl3(aq) + 3H2(g) 10 Dessa forma, observa-se que a alteração do volume observado na proveta é consequência da formação de gás hidrogênio que ocorre durante a oxidação do alumínio em acido clorídrico. Para determinar a quantidade de alumínio (em massa) que está sendo oxidado, inicialmente é necessário descobrir a quantidade de alumínio, em moles, que está sendo consumida para produzir tal volume de hidrogênio. Para isso, converte-se a quantidade de H2 de ml para mols, através da expressão: nH2 = ( /MM)*V Onde nH2 é o número de mols de H2, é a densidade do gás hidrogênio (0,09 g/L); MM é massa molar do gás hidrogênio (2 g/mol); e V é o volume em mL de gás hidrogênio gerado. Conforme apresentado na reação balanceada, sabe-se que a proporção entre o alumínio e o hidrogênio gerado é de 2:3, assim, podendo-se obter o número de mols consumidos de Al(s) para cada um dos tempos. Os resultados obtidos estão apresentados na Tabela 3. Tabela 3 - Numero de mols de H2 gerado e respectivo numero de mols de Al consumido em para cada tempo. t (min) H2(g) (numero de mols) Al(s) (numero de mols) 0 0,00E+00 0,00E+00 5 0,00E+00 0,00E+00 10 0,00E+00 0,00E+00 15 1,80E-04 1,20E-04 20 8,10E-04 5,40E-04 25 1,53E-03 1,02E-03 30 2,30E-03 1,53E-03 35 3,20E-03 2,13E-03 40 4,05E-03 2,70E-03 FONTE: Elaborada pelo Autor. A partir do numero de mols, determinou-se a massa de Al consumida e, posteriormente, dividindo-se tal massa pela área do corpo de prova analisado, plotou-se um gráfico de perda de massa por unidade de área em função do tempo. O gráfico obtido está apresentado no Apêndice I. A partir da análise do gráfico, observou-se que só ocorre formação de hidrogênio gasoso passados quinze minutos de imersão do corpo de prova em HCl. Associa-se esse tempo, à destruição de uma película protetora pré-existente no material. Descartaram-se os 11 pontos iniciais (t=0, t=5 e t=10) obtendo-se uma reta, da qual o coeficiente angular representa a taxa de corrosão máxima do material (visto que o comportamento típico é que a taxa de corrosão diminua conforme o tempo passa). Analisando então o coeficiente angular da curva de cinética, o valor obtido é Observa-se que o valor obtido para a taxa de corrosão via analise gráfica é maior quando comparada a taxa de corrosão obtida a partir de dados iniciais e finais. Isso ocorre pois, além da necessidade de um tempo inicial para que a corrosão comece a gerar perda de massa, a formação de outras substâncias no meio reacional afeta a cinética da oxidação em si, bem como a diminuição da concentração dos reagentes, aliada ao aumento da concentração dos produtos, que tendem a diminuir a velocidade de formação dos produtos. Para tempos maiores, a tendência é de que a taxa de corrosão instantânea tenha a cair, até que a equação atinja o equilíbrio químico. É possível que a taxa de corrosão diminua até atingir um valor nulo, tal situação é presenciada quando o material de análise e/ou meio corrosivo são totalmente consumidos, ou quando o produto de corrosão formado é insolúvel, formando uma camada protetora sobre a superfície do metal. Tal fenômeno é denominado passivação ou proteção anódica. 12 5. CONCLUSÃO Com os dados e as análises apresentados foi possível concluir que ocorreu a corrosão do alumínio através da reação com o ácido clorídrico formando o gás hidrogênio. Foi necessário um tempo inicial para que começasse a corrosão devido a uma camada de óxido de alumínio que estava na superfície da amostra devido ao processo de oxidação do metal em contato com o ar. Pode-se também observar que a taxa de corrosão instantânea será superior à taxa de corrosão media devido ao tempo inicial necessário para começar a corrosão. Observou-se um aumento da temperatura do sistema com o tempo, o que era esperado, visto que a reação de oxidação do alumínio é exotérmica. Após o cálculo das taxas de corrosão media e instantânea, e a plotagem do gráfico da cinética de corrosão, pode-se concluir que os objetivos do experimento foram alcançados. 13 REFERÊNCIAS [1] GENTIL, Vicente. Corrosão. 6. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2012. 360 p. 14 APENDICE APENDICE A - Curva cinética (Al 7075 em HCl 3 mol.L -1 ) y = 2E-05x - 0,0004 0,00E+00 1,00E-04 2,00E-04 3,00E-04 4,00E-04 5,00E-04 6,00E-04 7,00E-04 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 P er d a d e m a ss a ( g /c m ²) Tempo (min)
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