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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ, CAMPUS DE QUIXADÁ CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA DISCIPLINA DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PROFESSOR LUCAS DA SILVA SUELEN ISABEL GALDINO LIMA PARECER TÉCNICO AGOSTO DE 2016. PARECER JURÍDICO ENDEREÇAMENTO Este parecer técnico refere-se à denúncia de crime ambiental contra pássaros silvestres no município de Quixadá – Sertão central. Direcionado ao órgão ambiental estadual SEMACE, com objetivo de obtenção de providências no cumprimento da legislação ambiental vigente. RELATÓRIO Na manhã desta segunda-feira, 15, a Polícia Militar deu voz de prisão a dois homens pela prática de crime ambiental. Inicialmente, a polícia havia sido chamada ao local, na Rua Francisco Lúcio, no Bairro Carrascal I, em Quixadá, para atender uma ocorrência de poluição sonora. Mas ao chegar ao endereço denunciado, os policiais se depararam com um homem de 39 anos, mantendo em sua casa oito campinas e um corrupião amarelo. Na casa vizinha os policiais encontraram outras dezenas de pássaros, a saber, uma graúna, oito campinas, um corrupião, um cancão, um corrupião vermelho, um abre- e-fecha, duas sabiás, dois bicudos azuis, dois golas e três bigodeiros. Nesta casa, outro homem recebeu voz de prisão, também por crime ambiental. Os dois presos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Quixadá para adoção das medidas cabíveis. Este é um crime contra a fauna. Onde a responsabilidade e culpa é total dos dois homens apreendidos pela unidade de polícia. Segundo a Lei Nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998. Que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE Seção I Dos Crimes contra a Fauna Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II - em período proibido à caça; III - durante a noite; IV - com abuso de licença; V - em unidade de conservação; VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. CONCLUSÃO Por todo o exposto, opino nos seguintes termos: a) Deve-se ser aplicada à reclusão de 1 ano. b) Multa a ser paga no valor de 10 salários mínimos. c) Com o atenuante de crime contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração a pena é aumentada de metade. d) A pena é aumentada até o triplo, se tiver indícios que o crime decorre do exercício de caça profissional. É o parecer, sub censura. Quixadá, 19 de agosto de 2016.
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