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TCC Monarquia

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UNIVERSIDADE REGIONAL DA BAHIA 
 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR ARCANJO MIKAEL DE 
ARAPIRACA 
 
FACULDADE DE DIREITO 
 
KRISTYAN PATRICK CARDOSO VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MONARQUIA PARLAMENTAR BRASILEIRA SOB UMA 
PERSPECTIVA JURÍDICO-HISTÓRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arapiraca-AL 
2016 
 
KRISTYAN PATRICK CARDOSO VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MONARQUIA PARLAMENTAR BRASILEIRA SOB UMA 
PERSPECTIVA JURÍDICO-HISTÓRICA 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao 
Curso de Bacharelado em Direito da Unidade 
Regional Brasileira de Educação UNIRB / Centro 
de Ensino Superior Arcanjo Mikael de Arapiraca- 
CESAMA, como requisito parcial à obtenção do 
grau de Bacharel em Direito. 
Orientador: José Marques de Vasconcelos 
Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arapiraca-AL 
2016 
 
Agradecimentos 
 
 Gostaria de agradecer primeiramente a Deus que é nosso rei supremo, fonte de 
inspiração inclusive dessa magnífica organização estatal que venho a propor como saída para 
que o Brasil volte a se desenvolver com estabilidade, meus pais por me conceberem a vida e 
permitirem esse momento. A faculdade CESAMA/Unirb pelo fornecimento de alguns livros 
que precisei, ao meu amigo George Cavalcante, que me ajudou na formatação do Trabalho, ao 
meu orientador José Marques,a bibliotecária da faculdade que me ajudou muito na 
organização do trabalho e aos demais familiares e amigos que sempre me apoiaram em 
minhas ideias e projetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 O presente trabalho tem como intuito apresentar uma visão sobre o que foi a 
monarquia parlamentar brasileira, como ela se desenvolveu, os motivos de sua queda e os 
efeitos decorrentes disso, além de analisar as formas de governo monarquia e república, bem 
como o sistema presidencialista e parlamentarista. 
 No início do trabalho, serão abordados do ponto de vista histórico o período da 
monarquia brasileira, desde seu nascimento, como uma monarquia constitucional, até se 
tornar uma monarquia parlamentar, até o período republicano brasileiro, sob o sistema 
presidencialista e um curto período de parlamentarismo, mostrando as diferenças econômicas 
e culturais de ambas as épocas, no primeiro e segundo capítulo, respectivamente. 
 Ao iniciar o terceiro capítulo, será analisado o modelo da monarquia parlamentar e da 
república presidencialista, suas particularidades e como estão hoje no mundo, em relação ao 
nível de democracia, qualidade de vida e outras situações que levam um país a prosperar, para 
tentar entender o porque do Império do Brasil ter tido uma realidade tão diferente da 
república, no mesmo país, através da análise do sistema e de outros países na atualidade. 
 
Palavras-chave: Traição; Golpe; República; Retrocesso; Monarquia; Parlamentarismo; Brasil 
 
Abstract 
 This work has the intention to present a vision of what was the Brazilian 
parliamentary monarchy, as it developed, the reasons for his fall and the effects that, in 
addition to analyzing the forms of monarchy government and republic, and the presidential 
system and parliamentarian. 
 
 At the beginning of the work, will be addressed from a historical point of view the 
period of the Brazilian monarchy, since its birth as a constitutional monarchy, to become a 
parliamentary monarchy, to the Brazilian republican period, under the presidential system and 
a short period of parliamentarism showing the economic and cultural differences both times in 
the first and second chapter, respectively. 
 
 When starting the third chapter, the model of parliamentary monarchy and the 
presidential republic will be analyzed, its characteristics and how they are in the world today, 
compared to the level of democracy, quality of life and other situations that lead a country to 
prosper, to try to understand why the Empire of Brazil have had a very different reality of the 
republic, in the same country, through system analysis and other countries today. 
 
Keywords: Betrayal; stroke; Republic; backspace; Monarchy; parliamentarism; Brazil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7 
1. CAPÍTULO I – Independência e Formação do Brasil ...................................................... 8 
1.1. Nasce o Brasil, uma monarquia constitucional ................................................................ 8 
1.1.1. Período Regencial do Império do Brasil .................................................................... 9 
1.1.1.1. Levantes do período regencial ........................................................................... 10 
1.1.2. Segundo Reinado, a maioridade e seus efeitos ........................................................ 12 
1.1.2.1. Momentos de patriotismo no Segundo Reinado ................................................ 17 
1.1.2.2. Pós-guerra, crise religiosa, e o positivismo no Brasil ........................................ 19 
1.1.3. O exército e o positivismo, uma união destrutiva para o Brasil............................... 21 
2. CAPÍTULO II – A República Brasileira .......................................................................... 26 
2.1. Nasce à forma republicana no Brasil, as crises, renascem ............................................. 26 
2.1.1. Uma república de coronéis ....................................................................................... 27 
2.1.1.1. Governo de Lino Peçanha .................................................................................. 32 
2.1.1.2. Governo de Marechal Hermes da Fonseca ........................................................ 32 
2.1.1.3. Governo de Venceslau Brás ............................................................................... 33 
2.1.1.4. Governo do Vice-Presidente Delfim Moreira .................................................... 33 
2.1.1.5. Era Vargas .......................................................................................................... 34 
2.1.1.6. Constituição de 1946 .......................................................................................... 34 
2.1.1.7. Presidência do General Eurico Dutra ................................................................. 34 
2.1.1.8. Segunda presidência de Getúlio Vargas............................................................. 34 
2.1.1.9. Presidência de Café, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart ...... 35 
2.1.2. Regime Militar ......................................................................................................... 36 
2.1.2.1. Governo de Castelo Branco ............................................................................... 36 
2.1.2.2. Governo Costa e Silva ....................................................................................... 36 
2.1.2.3. Governo Garrastazu Médici ............................................................................... 36 
2.1.2.4. Governo Ernesto Geisel ..................................................................................... 36 
2.1.3. Redemocratização .................................................................................................... 37 
2.1.3.1. Governo "Lula" e Dilma .................................................................................... 38 
3. CAPITULO III - Teoria do Estado ................................................................................... 39 
3.1. Formas de Governo ........................................................................................................39 
3.1.1. Monarquia ................................................................................................................ 39 
3.1.2. República.................................................................................................................. 40 
3.1.3. Parlamentarismo ....................................................................................................... 40 
3.1.3.1. Mecanismos do parlamentarismo ...................................................................... 41 
3.1.4. Presidencialismo ...................................................................................................... 42 
3.1.4.1. Mecanismos característicos do Presidencialismo .............................................. 43 
3.1.5. Por que a monarquia parlamentar? ........................................................................... 44 
3.1.5.1. Atribuições do Chefe de Estado, monarca e presidente ..................................... 45 
3.1.5.2. Poderes constitucionais ...................................................................................... 46 
3.1.6. Pontos negativos da monarquia parlamentar............................................................ 47 
4. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 48 
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 49
7 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 O presente trabalho de conclusão de curso, iniciará com uma abordagem do 
período histórico em que o Brasil se tornou independente, com reconhecimento 
internacional, sendo então, um país que nasceu sob a forma de uma monarquia 
constitucional e um Estado Unitário. 
 Ao serem apresentadas alguns fatos históricos, será possível vislumbrar uma 
realidade diferente da atual. Um país em crise, ao início, durante o Primeiro Reinado, 
agravado por uma regência, sendo chamado de um período de república em plena 
monarquia por alguns historiadores, encontrando estabilidade durante o Segundo 
Reinado, que se inicia em 1840, mais precisamente em 1847, com o início do 
parlamentarismo monárquico. 
 Após esse período de estabilidade, o país veio a ter um golpe, o qual iniciou a 
república, iniciando um período de ditadura e posteriormente um fortalecimento das 
oligarquias. Com isso, muita instabilidade política e ainda mais golpes se sucederam. 
Esse trabalho, através do estudo histórico e sobre teoria do Estado, tentará encontrar os 
motivos disso ter ocorrido e qual seria uma possível saída para o país, para que ele 
retorne ao crescimento econômico considerável, assim como o social, além da 
estabilidade política, que há muito tempo está faltando no país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
1.CAPÍTULO I – Independência e Formação do Brasil 
1.1. Nasce o Brasil, uma monarquia constitucional 
 A história do Brasil como país independente começa em 1824 com a suposta 
outorga da constituição do Império. É dita como “suposta” porque isso ocorreu 
justamente pelo fato de o imperador D. Pedro I temer uma possível retaliação e o 
desmembramento do país, já que durante o processo de independência não tivemos 
muitos problemas em relação ao Reino de Portugal, mas tivemos, internamente, pessoas 
que não queriam a independência das províncias, além do fato de uma possível divisão 
do país em várias pequenas repúblicas, como aconteceu com a América Espanhola. É 
importante falar que, além disso, Dom Pedro! Submeteu a constituição do Império a 
todas as Assembleias Legislativas para a devida aceitação. Vindo a ser aceita pela 
maioria, foi mantida a Constituição do Império, muito inspirada nos ideais da 
Revolução Francesa. 
 José Afonso da Silva, a primeira constituição do mundo com uma parte 
específica para Direitos e Garantias individuais. A bandeira desenhada pelo artista 
francês Debret, com as cores verde e amarelo, o verde sendo da casa dos Bragança de d. 
Pedro I e o amarelo da casa de Habsburg de dona Leopoldina sua esposa, filha do 
imperador da Áustria, a cor das duas casas fundadoras do país. Aclamado pelo povo 
brasileiro, é coroado "dom Pedro primeiro, por graça de Deos, e Unanime acclamação 
dos povos, e, Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil", conforme o 
Preâmbulo da Constituição do Império de 1824. 
 Passado o tempo, o Brasil passou por uma época de instabilidade política, tanto 
causado por questões econômicas, como também causados por alguns acordos 
internacionais firmados com a Inglaterra, dando prejuízo ao Brasil, mas que fez parte do 
acordo com Portugal para a independência, bem como alguns gastos com o processo 
interno, tendo que contratar mercenários. Como se não bastasse, nosso primeiro 
Imperador estava sofrendo xenofobia por parte de parlamentares, assim como outros 
portugueses, brasileiros adotados que se uniram ao país durante o processo de 
independência. 
9 
 
 
 
 Tal situação, junta com um escândalo envolvendo o Imperador e sua amante, a 
Marquesa de Santos, mais sua filha que teve o trono tomado por seu irmão Miguel, 
decidiu abdicar do trono brasileiro e voltar para Portugal, deixando no Brasil. A notícia 
foi dada ao povo pelo Major Frias, no campo de Santana, onde foi dado o grito pelo 
general Manuel da Fonseca Lima e Silva, um "viva d. Pedro II!", de forma instintiva, a 
multidão acalorou-se e a história foi definida, o que poderia ter sido um momento a 
gerar uma república ditatorial ou até mesmo uma república federativa, deu continuidade 
ao Império, traçando o rumo da história e o que seria de nossa nação. Iniciou-se a uma 
de nossas épocas mais turbulentas, o período Regencial, já que não havia nenhum 
príncipe com mais de 25 anos que pudesse reger o país até o pequeno monarca ter idade 
parar reinar pelo país, logo competia à "Assembleia Geral" eleger os três regentes que 
iram administrar o país durante a menoridade do imperador. Era o início de uma das 
épocas mais turbulentas da história do Brasil. 
1.1.1. Período Regencial do Império do Brasil 
 Esse é o período brasileiro, provavelmente mais conturbado, cheio de revoltas e 
crises institucionais. Como o presente trabalho não tem como finalidade uma total e 
aprofundada análise histórica, mas sim o estudo da monarquia parlamentar em face da 
república presidencialista, vou apenas falar dos pontos principais. Essa época turbulenta 
que é chamada de "república em plena monarquia" por muitos historiadores, o que de 
fato é, visto a ausência do imperador e que depois o Regente ficou sendo escolhido por 
eleição. Vale lembrar que nessa situação, o Brasil era apenas uma monarquia 
constitucional e não parlamentar, apenas se tornando em 1848, através da diminuição 
das atribuições de d. Pedro II, realizadas por ele mesmo, que será melhor abordado no 
decorrer do trabalho. 
 Voltando as regências, podemos citar o Ato adicional e a Lei Interpretativa. O 
Ato adicional à constituição em 12 de agosto de 1834 fez as seguintes alterações: 
criava-se as Assembleias Legislativas Provinciais, em substituição aos antigos 
conselhos gerais das província, tinha como competência legislas sobre a organização 
civil, judiciária e eclesiástica das mesmas circunscrições administrativas, sobre despesa 
e impostos, funcionalismo, política e economia dos municípios, viação e obras públicas, 
etc. Foi modificado também que a regência que era composta por três pessoas, fosse 
apenas uma e eleita pela povo com duração de quatro anos, foi também extinto o 
10 
 
 
 
Conselho de Estado, que era o órgão de aconselhamento para o Monarca. Esse Ato 
Adicional veio para saciar a vontade de uma maior descentralização paraas províncias ( 
hoje, estados membros), já que a constituição não havia dada tanta autonomia, 
provavelmente por um possível medo de que elas criassem forças para se separar do 
país que havia se tornado independente fazia pouco tempo. 
 A lei Interpretativa veio como contrária ao Ato Adiciona, pois concluiu-se que 
algumas das atribuições dadas às Províncias e Municípios haviam provocado certos 
problemas. Juntou-se isso ao fato das tendências Conservadoras inauguradas na 
Regência de Araújo Lima, fora então apresentado em 1837 o projeto de lei pra restringir 
aquelas concessões consideradas prejudiciais à normalidade da administração pública. 
Foi de tramitação lenta, principalmente por causa dos liberais, vindo a ser aprovada em 
12 de maio de 1840. As restrições eram em relação à autonomia municipal, nomeações 
para empregos públicos e de magistratura, revogação de leis provinciais entre outras 
coisas. 
1.1.1.1. Levantes do período regencial 
 Diversos foram os levantes durante o período das regências, causados pela 
situação política extremamente instável, muitas delas, como a Cabanagem, Sabinada e 
Balaiada, que tinham também como meta que o Imperador assumisse o trono, mesmo 
ainda criança, realmente, um imperador aclamado pelo povo, não é por acaso que era 
chamado de o “órfão da nação”, visto que perdeu seus pais muito novo. Era a esperança 
da nação. 
Os principais foram os seguintes: 
 A Cabanagem no Grão-Pará foi um movimento eminentemente popular contra 
os governos que eram escolhidos pelo governo das regências, chegando ao ponto de 
tirar o governador e se colocar outro. Somente em 1839/1840 com os governos de 
Bernardo de Sousa Franco e João Antônio de Miranda a paz voltou ao país. 
 A Sabinada na Bahia, organizada pelo cirurgião Francisco Sabino Álvares da 
Rocha Vieira, tinha como intuito tornar a Bahia uma república provisória, a Baiense, até 
que durasse a menoridade do Imperador d. Pedro II, após contida a revolução, os 
principais responsáveis julgados, 6 foram condenados à morte, três a galés perpétuos, 
11 
 
 
 
mas as penas não foram cumpridas, sendo comutadas para simples degredo no Brasil. 
Foi a mais singular de todas, por ter sido obra de um único indivíduo e propor uma 
república provisória. 
 A Balaiada no Maranhão foi um levante que teve como causa a grande falta de 
confiança nas autoridades gerou uma situação de anarquia. Vários grupos começaram 
uma série de um “banditismo sertanejo”. Chegaram então a Vila de Caxias, resolvendo 
o governo regencial nomear como presidente o Coronel Luís Alves de Lima, futuro 
Barão, Conde, Marquês e Duque de Caxias, chegando ao Maranhão no início de 1840 e 
tomando imediatamente providências para lutar contra os "balaios". O Balaio foi ferido 
e morto na luta, sendo antecipado a maioridade de D. Pedro II concedeu-se anistia a 
todos os implicados nos levantes das Regências. Em 1841 pode-se considerar pacificada 
a Província do Maranhão, tudo acertado. 
 Revolução Farroupilha teve início em 1835 e acabou em 1845, foi a mais longa 
revolução do Brasil também chamada de Guerra dos Farrapos. E São Pedro do Rio 
Grande do Sul e transitoriamente em Santa Catarina, começou como todas as revoluções 
da época, posteriormente adquirindo traços próprios. Suas principais causas foram: 
- Insatisfação política com o governo regencial brasileiro; 
- Busca por parte dos liberais por maior autonomia para as províncias; 
- Revolta com os altos impostos cobrados no comércio de couro e charque; 
- Os farroupilhas eram contrários à entrada do charque e couro de outros países, com 
preços baratos, que dificultada o comércio destes produtos por parte dos comerciantes 
da região. 
 O fim do movimento veio com Em 1842, o governo imperial nomeou o futuro 
Duque de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva) para comandar uma ação com objetivo 
de finalizar o conflito separatista no sul do Brasil. Em 1845, após vários conflitos 
militares, enfraquecidos, os farroupilhas aceitaram o acordo proposto pelo futuro Duque 
de Caxias e a Guerra dos Farrapos terminou. A República Rio-Grandense foi 
reintegrada ao Império brasileiro. Em 1842, o governo imperial nomeou o futuro Duque 
de Caxias para comandar uma ação com objetivo de finalizar o conflito separatista no 
12 
 
 
 
sul do Brasil. Em 1845, após vários conflitos militares, enfraquecidos, os farroupilhas 
aceitaram o acordo proposto. Finalizando aqui a parte das revoltas que deram início no 
período regencial. 
1.1.2. Segundo Reinado, a maioridade e seus efeitos. 
 Aqui se inicia a fase de maior estabilidade do país e também a de maior duração 
de uma pessoa como chefe de Estado, para efeitos legais, como bem disse o professor 
Ives Gandra (1993, p.57), “No período da monarquia, o país viveu seu período mais 
sereno, sendo que economicamente, os senhores de escravos, pelas leis, tinham 
responsabilidades maiores do que aquelas que passaram a ter no início da 
república[…]”, d. Pedro II já estava reinando desde que seu pai abdicou, mas em 1840, 
ao tomar o poder moderador, atribuição dos monarcas, o Brasil finalmente viria a se 
estabilizar na mão de seu Imperador. Cabe lembrar que ele teve um preparo voltado 
para sua posição no Estado Brasileiro, sendo educado de forma até extremamente 
rigorosa. A educação de d. Pedro II esteve na mão de d. Mariana de Frei Antônio de 
Arrábida, que foi também preceptor de seu pai d. Pedro I, mas também de outros 
mestres renomados de sua época. Era lembrado por d. Pedro II que seu pai o tinha dito 
antes de abdicar que “ele e o mano Miguel haviam de ser os últimos mal criados da 
família”, já que eles vieram muito jovens para o Brasil, que começou a se estruturas 
após a chegada da família real portuguesa, logo, não podendo ter a educação que um 
príncipe deve ter. Seu horário era o seguinte, D. Pedro deveria levantar às 7 horas da 
manhã. 
 O almoço era às oito, com a presença de um médico para que se evitasse que 
comece mais do que deveria. Suas irmãs não comiam com ele. Das nove às onze e meia 
devia estudar, e então divertir-se até a uma e meia. Jantava às duas da tarde, sempre 
com o médico, também com a camarista e sua camareira-mor. A conversa girava em 
torno de questões científicas e de beneficência. Quando desse quatro e meia era a hora 
de passear pelo jardim e ler, às oito da noite, oração e ceia às nove, indo para a cama às 
nove e meia. O médico regulava a temperatura da água, para ver suas irmãs, apenas 
depois do almoço. 
 A orientação de seus mestres forjaram sua personalidade para sempre, uma 
educação iluminista, tinham medo que o humor mais enérgico de seu pai pudesse 
13 
 
 
 
refletir em d. Pedro II, coisa que foi evitada. Durante todo seu reinado, manteve uma 
personalidade forte, mesmo que internamente estivesse com algum problema, era um 
homem que tinha o grande desejo de conhecer o mundo, viajar, estudar, mas seu grande 
amor pelo Brasil era mais forte. 
 Das viagens que fez, custeou com os próprios ganhos, negando o dinheiro que o 
parlamento o tinha dado, nunca aceitou aumentar os rendimentos da casa imperial, que 
já eram poucos, e permaneceram inalterados, mesmo o Brasil no Segundo Reinado 
crescendo quase dez vezes. Sempre procurou analisar de forma minuciosa os servidores 
públicos e os Senadores que era sua atribuição escolher entre três eleitos pela Província. 
Em suas viagens pela Europa, surpreendeu a todos, mesmo os republicanos na França, 
como o Victor Hugo, o qual lhe chamou de "filho de Marco Aurélio". Sempre se 
pronunciou contra a escravidão, assim como toda família imperial, seus próprios netos, 
desde crianças possuíam um jornalzinho abolicionista. Em suma, como o historiadorobservou: 
 Muitas vezes o meio, os antecedentes, as contingências externas, os 
indivíduos e outras cir cunstâncias agiram em direção contrária àquela que 
ao país devia se afigurar como pais propicia. Transpondo mesmo esses 
obstáculos colocados diante da sua trajetória, o Segundo Reinado conseguiu 
caracterizar-se como a nossa época mais impressionante. (VIANNA, 1966, 
p.74) 
 D. Pedro II ao assumir o trono, ainda teve que passar por algumas revoltas 
políticas, a revolta dos liberais, a revolta nas alagoas e a revolução praieira, todas com 
cunho político e insatisfação com o presidente da província ou pelo ministério estar 
ocupado pelos conservadores ou liberais, assim como nas regências, porém, esse 
problema foi solucionado, justamente por causa das atribuições do Imperador, como ele 
indicava os ministros, ele acabou por proporcionar uma alternância dos partidos, o que 
acabou por pacificar a situação no país, sendo a última revolta de cunho político a 
revolução praieira, iniciada em 1848 e terminada em 1850, sendo os revoltosos 
anistiados. 
 O parlamentarismo brasileiros começou com a criação por parte de D. Pedro II 
do cargo de Presidência do Conselho de Ministros, deixando para o Presidente do 
Conselho indicar os outros ministros de Estado. Após a resolução de alguns problemas, 
14 
 
 
 
foi pedido ao Imperador que fossem exonerados, pedido apenas aceito seis meses 
depois, visto que D. Pedro II ainda achava que eles não haviam cumprido sua missão. 
Após isso, foi renovado o ministério, conservando apenas três Ministros, para Helio 
Viana, esse foi o início do parlamentarismo no Brasil. 
 Após o parlamentarismo, que junto dele veio uma época de maior estabilidade 
econômica, política e social no Brasil, foi possibilitado as grandes mudanças que 
marcariam esse período de grande avanços. No presente momento, darei mais atenção 
aos principais fatos que ocorreram nesse período, demonstrando claramente o quanto 
esta época representou para o país, tamanhos avanços, que sem eles, a forma 
republicana teria sido ainda mais danosa ao país, pois não teria base alguma. 
 A grande primeira mudança veio com o fim do tráfico negreiro, que com certeza, 
fora o início do crescimento industrial no país. Já eram planos desde antes da 
independência do Brasil, pelo Tratado da Aliança e Amizade, com a Inglaterra, que se 
acertou como seria o fim da escravidão, que ocorreria de forma gradual. Passado os 
anos, nada realmente relevante ocorreu, principalmente pelo fato da grande maioria dos 
brasileiros não querer, acostumados com essa cultura de séculos, o ócio era algo 
honrado e belo, o contrário disso é que se tornava motivo de vergonha e humilhação. A 
única exceção eram os trabalhos intelectuais e de cargos públicos, desde sempre, eram 
exibidos e procurados. 
 Devido a esse costume, aliado ao fato de que as pessoas não viam outro futuro 
de riquezas para o país que não fosse a agricultura, o pensamento de acabar com a mão 
de obra escrava era praticamente anunciar o fim do Brasil. Isso ficou bem claro nos 
próprios acontecimentos ocorridos durante o Primeiro Reinado, quando políticos 
movimentaram o povo para que Pedro I não aceitasse que fosse definitivamente extinto 
o tráfico, de várias formas até mesmo exageradas, que acabaria a mão de obra dos 
fazendeiros, os comerciantes faliriam além de deixar o país sob domínio inglês. Como 
bem disse: 
O rancor dos brasileiros pessimistas com tudo isto era fundo. A todos eles, a 
atitude inglesa sempre pareceu de um cinismo insuportável. Acostumados a 
ver cônsules impertinentes e gestos de força, não hesitavam em afirmar que 
havia perdido uma disputa econômica, destinada a matar no nascedouro o 
potencial de crescimento do país. (CALDEIRA, 2015, p.221) 
15 
 
 
 
 Essa certa ira contra os ingleses existia pelo fato de que os mesmos haviam 
chegado ao Brasil durante o período que Dom João VI passou e aqui firmado seus 
negócios, inclusive dominando áreas dos brasileiros, além de possuírem várias regalias 
que revoltavam os brasileiros, entre elas, o fato de que só poderiam ser julgado de 
acordo com as leis do país de origem e por agente competente para tal, outro inglês, que 
muitas vezes nada fazia a não ser livrar seus compatriotas de responderem por 
ilegalidades. Somado isso tudo, a força dos traficantes era enorme, e com isso, 
conseguiam fazer com que as pessoas o apoiassem, era além de uma questão 
econômica, uma questão de “nacionalismo”, afinal, quem estava exigindo isso era a 
Inglaterra, que, diga-se de passagem, fora a maior traficante de escravos do mundo. 
 Já na época do parlamentarismo monárquico, a situação estava insuportável, a 
pressão inglesa era enorme e os próprios parlamentares viam a necessidade de acabar 
com essa situação. Assim, em 4 de setembro de 1850, foi proibido terminantemente o 
tráfico negreiro no Brasil, vindo a cessar completamente tal negócio. Desde 1830 já 
havia se tornado ilegal o tráfico, inclusive tornando cada vez mais difícil após o "bill 
aberdeen", uma política inglesa que permitia que os navios que houvesse suspeita – 
apenas a suspeita – de tráfico de negros, poderia ser abatido pela marinha inglesa. Isso 
gerou o efeito contrário, e o tráfico se tornou ainda mais lucrativo, mas, mesmo assim, 
após o trabalho do parlamento, o tráfico foi finalmente proibido no Brasil. 
 Como dito, um dos maiores temores até o fim da escravidão no Brasil era de que 
o país estaria fadado ao fracasso, seria o fim de sua economia. Pois bem, é nessa época 
que entra em cena uma das maiores personalidades do Brasil, Irineu Evangelista de 
Souza, posteriormente conhecido como Visconde de Mauá. Mauá, começou a trabalhar 
desde muito cedo, sempre ávido por aprender novidades, se encontrou nos estudos da 
economia e contabilidade. Após começar a trabalhar com o seu futuro sócio e grande 
amigo, que seria como um pai para ele, Senhor Carruthers, Irineu consolidou de vez seu 
conhecimento para os negócios. Com anos de trabalho, tornou-se sócio de Carruthers 
quando este resolveu voltar para seu país de origem, a Escócia, e se aposentar. Até antes 
do fim do tráfico de escravos, as ideias de Mauá não eram ouvidas, achavam que ele era 
“louco” e que o país apenas se desenvolveria com a agricultura, sem precisar de 
indústrias ou coisas do tipo. Após alguns acontecimentos, Irineu decide ir até a 
16 
 
 
 
Inglaterra rever seu amigo e conhecer o país que até então, só conhecia pelo que diziam 
ou teria lido. 
 Ficou impressionado com as indústrias, bem como as ferrovias e telégrafos que 
existiam no país e logo viu que poderia juntar o útil ao agradável, fazer grande fortuna 
levando o progresso ao seu país, proporcionar as grandes vantagens e comodidades que 
as indústrias, telégrafos e ferrovias podiam dar, depois disso, o destino da nação estaria 
completamente mudado. O país que antes não conseguia se encontrar, vivia em crises e 
até mesmo com revoltas que colocavam em risco a própria integridade nacional, havia 
encontrado estabilidade com o parlamentarismo monárquico, só faltava o empreendedor 
para trazer o desenvolvimento ao país, e a maior deles, com certeza, foi o Visconde de 
Mauá. Foi durante o segundo reinado, que o Brasil mais aumentou sua receita: 
Assim,existindo no país apenas 50 fábricas,em 1850, com um capital pouco 
superior a 7.000;000$000, em 1889 já funcionavam no Brasil 636 
estabelecimentos industriais, com 400.000:000$000 de capital ocupando 
54.000 operários e apresentando uma produção anual no valor de 
500.000:000$000. (VIANNA, 1966, p.93) 
 Mauá contou também com o incentivo por parte do Estado, entre empréstimos e 
até mesmo algum monopólio, como o Rio Amazonas,o código comercial, vigente até 
2002, na época, possuía meios que facilitavam o empreendedorismo no país, sendo: 
O exemplo de um homem empreendedor, Irineu Evangelista de Sousa, Barão 
e Visconde de Mauá, serviu para mostrar aos brasileiros do Segundo Reinado 
as grandes transformações que ao país estavam reservadas por uma 
compreensão mais ampla de seu destino econômico, inclusive quanto aos 
transportes e comunicações, vida financeira, bancária e comercial, 
industrialização, melhoramentos urbanos e portuários, etc.(VIANNA, 1966 
p.93) 
 Pra se ter uma melhor noção do que ocorreu no Segundo Reinado em relação ao 
campo econômico, entre 1840 e 1900, o Brasil cresceu mais a renda per capita do que a 
outra potência das Américas, os Estados Unidos, mesmo que por uma diferença 
pequena, mas vale lembrar, que de 1890 a 1900, já com o advento da forma republicana, 
o país já encontrava-se em declínio, com um aumento absurdo de inflação e decadência 
moral, o que será tratado mais a frente ao se falar da história republicana do país, ou 
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seja, esse crescimento per capita poderia ter sido muito maior. Com isso, cabe observar 
o aumento dos produtos nos primeiros 5 anos da república brasileira. O valor dos 
produtos aumentaram 300%, enquanto que o salário aumentou apenas 100%. 
1.1.2.1. Momentos de patriotismo no Segundo Reinado 
 A paixão de Dom Pedro II pelo Brasil também era algo notável, “Era um amor 
surpreendente em quem foi mantido isolado da terra da gente do país até a 
adolescência[…]” (José Murilo, 2008, p103). Um dos momentos que isso ficou 
expresso foi na famigerada Questão Christie. O Brasil desde a vinda da corte portuguesa 
sofreu com certos abusos dos ingleses, alguns já falados, como o fato de todos 
possuírem praticamente imunidade diplomática, mas também, no campo econômico, o 
Brasil teve que arcar com pesados tratados que favoreciam muito os ingleses, dando 
uma taxação baixíssima nos produtos importados de lá, deixando o país sem 
possibilidade de competir com o mercado inglês, bem como em relação aos produtos de 
outros países. No Segundo Reinado, o prazo para a manutenção dos tratados acabaram, 
e o país, mesmo sob constantes tentativas inglesas de renovação, manteve o fim dos 
tratados. Aconteceu que, desde 1861, o representante da Inglaterra no Brasil, Douglas 
Christie, já incomodava o Governo Brasileiro por causa do saque ocorrido com a fragata 
inglesa Prince of Wales, que naufragou no litoral do hoje Rio Grande do Sul. Porém, o 
ápice dos acontecimentos veio com a prisão de três oficiais da fragata Fort no Rio de 
Janeiro, já em 1862, por desacato. Douglas Christie, acostumado com o tempo em que 
os ingleses tinha grande influência no país, exorbitando as próprias leis, exigiu o 
pagamento pelos navios que haviam naufragado, inclusive, justificativas pelos oficias 
bêbados que foram presos. 
 Negadas, o diplomata então entregou o assunto para o almirante inglês, vindo a 
prender treze navios mercantes brasileiros, ameaçando soltá-los apenas caso fosse paga 
a indenização pelos navios. O governo continuou negando, negociaria apenas após a 
liberação dos navios. Como não tinha um apoio claro da Inglaterra, e sendo pressionado 
pelos próprios comerciantes ingleses no país, acabou por liberá-los. A questão foi mais 
tarde resolvida, tendo sido escolhido o rei da Bélgica para julgar a situação, a qual deu 
ganho de causa para o Império do Brasil. 
18 
 
 
 
 Um dos maiores acontecimentos do Segundo Reinado, talvez o maior, sem 
dúvidas foi a Guerra do Paraguai, entre todos os conflitos com os países vizinhos, esse 
foi o de maior duração e maior impacto, acabou por fortalecer a unidade nacional. Foi 
uma guerra em que o Brasil não queria se envolver, primeiro porque seu inimigo sempre 
fora a Argentina e não o Paraguai, acabou por se aliar à Argentina para enfrentá-lo. O 
Brasil possuía questões territoriais para resolver com o país, contudo, acreditava que por 
meios diplomáticos conseguiria resolver esses problemas. Após o Brasil e a Argentina 
decidirem intervir na questão política do Uruguai, que era dominado pelos blancos, 
apoiando então os colorados, e prejudicava os brasileiros que viviam na fronteira do Rio 
Grande do Sul e Uruguai, López antes de declarar guerra, aprisionou o vapor Marquês 
de Olinda que passava por Assunção, indo para Minas Gerais. 
 Continuando com sua política agressiva de dominação, decidiu então invadir o 
Brasil por Minas Gerais, pediu também autorização à Argentina para invadir o Brasil 
passando por seu território, não conseguiu, cometendo o erro de invadir, atraindo a 
Argentina para um conflito, pouco depois o Uruguai se juntou ao Brasil e Argentina 
após a saída de Flores, estava formada a Tríplice Aliança. Foi acertado no tratado que a 
guerra apenas acabaria com a retirada de López do governo Paraguaio, o que não era pra 
menos, de um homem com sonhos expansionistas e totalmente autoritário, temido pelos 
próprios aliados. Mais importante que as questões da guerra, é falar sobre seu efeito na 
formação da unidade nacional. 
Testemunho inequívoco do patriotismo do imperador, a guerra serviu 
também como poderosos instrumento de construção da identidade brasileira. 
Antes dela, nenhum episódio havia unido tanto tantos brasileiros contra um 
inimigo comum. Calcula-se que 135 mil soldados, vindos de todas as 
províncias, participaram da guerra .(CARVALHO, 2007, p.124-125) 
 Aberta a chamada para voluntários, o imperador se ofereceu como voluntário, o 
número um. Até sua ida para a frente de batalha, que o parlamento não quis deixar, teve 
que ceder, pois d. Pedro II ameaçou abdicar do trono caso não pudesse ir. De todas as 
províncias surgiram voluntários, de todas as classes sociais, sendo provavelmente o caso 
mais curioso no Piauí, a cearense Jovita Feitosa, cortou o cabelo e se vestiu como 
homem, e foi procurar o recrutamento, pois queria lutar contra os malfeitores paraguaios 
que tanto tinham feito contra suas irmãs brasileiras, foi conhecida na época como Joana 
19 
 
 
 
d'Arc brasileira. Negros libertos, como Cândido Fonseca Galvão, juntaram outros 
voluntários e foram se alistar para a guerra. Depois de tudo, demorado mais do que o 
esperando, a guerra acabou gerando gastos, onde D. Pedro II destinou 1/4 de sua 
dotação anual para a guerra, terminada, construiriam uma estátua em sua homenagem, a 
qual ele recusou e disse para fazerem escolas, com o dinheiro. 
1.1.2.2. Pós-guerra, crise religiosa, e o positivismo no Brasil 
 Após a Guerra do Paraguai, mais um conflito que o Brasil saia vitorioso, o 
exército que até então não tinha muita fama, acabou por ser muito reconhecido, com 
destaque para Osório, Marquês de Caxias, agora Duque, e o Marquês de Tamandaré. 
Tal fama acabou por gerar um grande problema para o país, aliado ao positivismo de 
August Comte, o qual irei tratar posteriormente. Antes disso, ocorreu um problema 
entre o Estado brasileiro e a Igreja Católica, que até então não estava separada do 
Estado. Dom Pedro II volta ao Brasil de sua viagem à Europa, onde o esperava uma 
grave crise. Até então, o país não havia tido problemas com a igreja, mas tudo tomou 
outro rumo quando Pio IX assumiu o papado em 1846. Em 32 anos de governo papal, 
sua fama foi a de ser o mais reacionário e ultramontano dos papas até sua época. Um 
documento, chamado de Syllabus, era uma lista com oitenta erros, anexado à encíclica 
Quanta Cura, publicada em 1864. Como elucida José Murilo de Carvalho (2008, p.153), 
“o Syllabus declarava ilegal o placet, rejeitava a supremacia da lei civil sobre o direito 
eclesiástico e condenava duramente os maçons.”. 
 Até então, esse tipo de problema nunca haviaocorrido, inclusive, membros da 
igreja eram ou foram maçons, então, d. Pedro II fez uso do placet para impedir que 
tivessem vigência no país. Foi então que o fato de Pedro II escolher bem os bispos, 
sempre os bem estudados e de bons costumes acabou se virando contra ele. Dois bispos 
decidiram cumprir as novas normas do papa, Dom Vital e Dom Antônio. Foram 
chamados para negociar, mas, mesmo assim, continuaram desrespeitado as leis civis. 
Acabaram sendo condenados. Com a mudança do gabinete, entrando Duque de Caxias, 
ele pediu ao Imperador pela anistia dos bispos, que acabou concedendo, mesmo 
tentando fazer objeção. Após essa questão, mesmo com a anistia, a relação da Igreja 
Católica com o Estado nunca mais foi a mesma, apesar de que princesa Isabel 
continuava tendo grande apoio deles, ficando inclusive contra a prisão, sendo tão 
20 
 
 
 
religiosa como era, após tal anistia, os maçons também ficaram insatisfeitos, gerando 
uma certa insatisfação por ambas as partes. 
 Outro caso ocorrera na década de 1880, dos problemas existentes, estava o velho 
caso da escravidão e agora um novo, o exército. Relativo à escravidão, seu fim já estava 
declarado com a lei do ventre livre, era só uma questão de esperar o último escravo 
morrer de velhice, mesmo que tivesse que esperar até o século XX. A grande virada foi 
o fato de que o movimento abolicionista tomou grande contorno popular muito dele 
causado pela própria Guerra do Paraguai. Como na guerra, vários negros participaram 
dos combates, acabou aproximando as pessoas umas das outras. A situação ficou tão 
forte, que policiais se recusaram a ir atrás dos escravos que fugiam. Vendo essa 
movimentação, Pedro II tentou adiantar o processo. Ele que sempre se posicionou 
contra a escravidão, mas não havia tomado medidas mais drásticas para tentar aboli-la, 
provavelmente porque o povo até então era muito acostumado com essa realidade, viu a 
oportunidade para isso. Procurou um líder liberal para um projeto que viesse a libertar 
negros com sessenta anos ou mais. Não conseguiu aprová-lo no parlamento, dissolveu o 
parlamento para ver a vontade popular, que infelizmente não foi atendida, ainda assim 
não conseguindo a aprovação. Recorreu então a Saraiva para tentar aprovar o projeto, 
que acabou tendo mudanças para conseguir a aprovação no parlamento. Ao invés de 
apenas libertar os escravos, eles ficavam obrigados a trabalhar mais cinco anos para os 
donos. Uma garantia da indenização que os escravocratas não abriam mão. 
 Após esse fato, os abolicionistas ficaram com mais vontade de lutar pela 
abolição. Existiam associações abolicionistas que promoviam libertações gratuitas e 
compradas, o número de quilombos aumentou, muitos bancados por abolicionistas, a 
própria princesa Isabel se posicionou radicalmente como abolicionista. Seus filhos 
tinham um pequeno jornal abolicionista, ela usava o próprio palácio para acoitar 
escravos que fugiam, o republicano Silva Jardim acusou-a de transformar o palácio em 
quilombo. Aproveitando outra crise militar, ela tirou Cotegipe e colocou outro 
conservador no lugar, João Alfredo, abolicionista, que se propôs a criar um projeto para 
pôr fim à escravidão. Dessa vez, quase que sem oposição, pois, como observado pelo 
próprio Cotegipe, a abolição já havia sido feita nas ruas. A regente, princesa Isabel foi 
ovacionada nas ruas, recebendo o nome de "Redentora" dado por José do Patrocínio. 
 
21 
 
 
 
 Patrocínio e Rebouças foram levados nos ombros pelo povo, festas foram 
realizadas, foi um grande festa, mais linda ainda se comparada a forma que veio nos 
Estados Unidos, uma guerra que quase dividiu o país. Com isso tudo, a monarquia que 
cada vez mais se aproximava do povo, acabou indo de encontro com a grande elite da 
época, como bem disse Cotegipe à princesa Isabel, que ela havia libertado uma raça, 
mas havia perdido o trono, que disse sem hesitação, que se mil tronos tivesse, mil tronos 
perderia, para libertar os escravos do Brasil. No momento de maior popularidade da 
monarquia, veio o grande golpe que acabou por fazer o país entrar em seu período como 
república, o que não foi nada produtivo. 
1.1.3. O exército e o positivismo, uma união destrutiva para o Brasil 
 Uma doutrina que foi muito importante para ao fim da monarquia parlamentar 
no Brasil foi a doutrina positivista de August Comte. Como disse Bruno Garschagen: 
Se "Francês sem teoria é como pai de santo sem terreiro", entre os militares 
brasileiros do século XIX o pai de santo era francês e atendia pelo nome de 
August Comte. Pai Comte criou uma ideologia que exerceu enorme 
influência sobre membros do exército, intelectuais e políticos do país, 
e é a peça-chave para entender alguns elementos cruciais do golpe 
republicano e da vida política na primeira fase da República. 
(GARSCHAGEN, 2015, p.130) 
 Com essa ideologia impregnada no exército, que consistia basicamente no fato 
de que as ideias são até mesmo mais importantes que o indivíduo, apenas importando o 
coletivo, onde, para um país prosperar, deveria primeiro haver uma mudança na cultura, 
organização social e política, para depois então se reformar as instituições, acabou por 
gerar no Brasil uma série de governos autoritários, sempre usando como escudo e arma, 
o argumento de fazer tudo pelo “bem comum”, ou então pelo “interesse público”, 
julgando como se o povo fosse inferior e precisasse de total gerenciamento por parte do 
Estado, tendo o Estado muito mais poder para intervir na vida dos cidadãos, gerando 
ainda mais problemas ao se misturar com a visão de Júlio de Castilhos, já na República 
Brasileira. O fato é que esse sentimento no exército, que cresceu muito, tendo sido um 
dos maiores disseminadores o professor de matemática Benjamin Constant, um dos 
grandes discípulos do positivismo aqui no Brasil. 
22 
 
 
 
 O professor marxista Leônidas de Rezende chegou a dizer que as ideias de 
Comte e Marx são absolutamente idênticas, se diferenciando apenas no fato de Marx ser 
um revolucionário e Comte um reformista. Esse tipo de ideologia no exército, unido 
pela falta de reconhecimento que Comte dizia existir por parte do governo imperial, 
inventando inclusive mentiras para as altas patentes do exército, na tentativa de 
encorajá-los para dar o golpe no regime. Acabou por dar certo. o grande motivo de 
reclamações por parte dos insatisfeitos como governo, a elite, era o gabinete de Ouro 
Preto. 
 Esse gabinete, como ele disse, tornaria a vinda da república totalmente 
desnecessária. Em sua pasta, ele tinha como metas a descentralização para as 
Províncias, aumento do crédito, reformas na educação, ampliar a liberdade de voto, que 
por sua vez, já era alta para a época, apenas diminuindo após uma reforma eleitoral, mas 
que acabou aumentando a qualidade das eleições, entre outras várias medidas liberais 
que não agradaram a elite. Ouro Preto recebeu vários avisos que estavam sendo 
realizadas conspirações, mas achou que eram bobagens e que não devia ser dado 
importância. Se dirigiu ao quartel, onde chegou então Deodoro, proferiu um discurso 
sobre o que havia sofrido no Paraguai, alegava que não tolerava mais essa perseguição 
do governo aos militares e disse que ele estava despedido e então que ele mesmo 
indicaria um novo ministro para o Imperador Dom Pedro II. Visconde de Ouro Preto 
avisou a Pedro II e pediu demissão. 
 Durante o processo, Pedro II manteve-se como quem não entedia direito o que 
estava acontecendo. Ao receber o telegrama de Ouro Preto, desceu de Petrópolis, e foi 
ao palácio de Isabel. Chegando lá, Rebouças já planejava algo para desfazer o golpe 
junto com o Visconde de Taunay, queria que o imperador fosse para o interiorenquanto 
eles organizavam a resistência, não sendo atendido por Pedro II que achava que a 
situação era uma bobagem, apenas reclamações que não dariam em nada. Muito 
provavelmente, confiante no fato da monarquia estar no auge de sua popularidade. 
 É indiscutível que o povo amava a família imperial e que lutaria para acabar com 
o golpe, mas o pensamento dele falhou em analisar que o golpe era promovido pela 
elite, não pelo povo brasileiro. Visconde de Ouro Preto, como era comum, indicou um 
substituto para o cargo que havia pedido demissão. Acontece que o indicado era Silveira 
Martins. Era um grande desafeto de Deodoro, atacava-o no Senado e tinha conseguido 
23 
 
 
 
conquistar a mulher que disputara com o Marechal. Estava viajando e chegaria ao Rio 
de Janeiro dali a dois dias. O fato dessa indicação ocorrer, pode ter sido provavelmente 
definitivo para que Marechal Deodoro concretizasse o golpe à monarquia. Em meio a 
tantos acontecimentos, e as negativas do imperador de se refugiar enquanto uma 
resistência seria montada, chegou, no dia 16 o Major Sólon, com uma mensagem que 
avisava sobre a derrubada da monarquia onde continha a assinatura de Deodoro. 
 O texto que continha as mesmas reclamações feitas ao Visconde Ouro preto, 
sobre a perseguição ao Exército e a Armada foi assinado por Pedro II que se manteve 
como se nada o abalasse, mantendo até o fim uma atitude de monarca. Princesa Isabel 
começou a chorar. O único momento de maior irritação do monarca foi quando ele foi 
obrigado a partir para o exílio em nas primeiras horas do dia 17. Perguntou então ao 
tenente-coronel se Deodoro estava envolvido no golpe, ao saber que ele estava, disse 
“Estão todos malucos!”. Disse que não era negro fugido para sair de madrugada. Mas 
mesmo assim, nas primeiras horas da madrugada do dia 17, a família imperial deu início 
ao embarque. Essa pressa toda do governo provisório era de que com isso evitasse que 
populares pudessem entrar em conflito como o exército para evitar o golpe, que até 
então, provavelmente ninguém do povo estava muito ciente. O próprio desfile dos 
militares, pensou a população ser simplesmente isso, um desfile. 
 A família imperial exilada às pressas, com a ajuda de amigos, conseguiram 
pagar os gastos do embarque, partiram praticamente apenas com a roupa do corpo e o 
saco de terra do Brasil que Dom Pedro II levou, futuramente sendo enterrado com ele 
após sua morte. 
 Durante a chegada e até sua morte, Dom Pedro II viveu com a ajuda de amigos, 
até para o enterro de sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina, que morrera de tanto 
desgosto, teve que ser pago por amigo. Recusou a fortuna que o governo destinou para 
ele, um valor de cinco mil contos de réis, e nunca falou mal de seu país. Durante esse 
período, recebeu visitas de diplomatas brasileiros e outras autoridades. Para os 
diplomatas que inclusive ficaram sem vontade de trabalhar, os encorajou, dizendo que 
servissem seu país, independente do regime. Morreu no dia 5 de Dezembro de 1891 em 
Paris, milhares de telegramas foram enviados, centenas de coras de flores. Teve um 
enterro digno de um Chefe de Estado, gerando grande repercussão internacional. Não 
faltaram elogios a sua pessoa, bem como ataques à república brasileira. O que não era 
24 
 
 
 
pra menos, um homem que dedicou praticamente toda a sua vida ao país, deposto por 
uma elite egoísta, justamente por ter feito esse divórcio e se aproximado mais do povo. 
Começa agora um dos períodos mais autoritários e sangrentos da república brasileira, a 
república velha, principalmente os primeiros anos de Deodoro e Floriano Peixoto. 
 Fazendo um resumo do período monárquico brasileiro, podemos dizer que, no 
tocante ao Segundo Reinado, o Brasil teve seu período de grande estabilidade e 
crescimento econômico e social. De forma clara, percebe-se os avanços no país, isso se 
evidencia na Questão Christie, antes, no Primeiro Reinado, um país que acabou de 
conseguir sua independência, ainda jovem em todos os sentidos, políticos inexperientes, 
situações que colaboravam para a situação de submissão perante a maior economia 
mundial, o Império Britânico, tudo sendo superado no Segundo Reinado, com a própria 
vitória brasileira no caso. As indústrias que aumentaram muito, apenas não mais por que 
faltava mão de obra no país, tamanho era a prosperidade. Outra situação que demonstra 
isso é o fato de que nas regiões sul e sudeste, que eram mais ricas, por causa da questão 
do clima, os escravos libertos nem chegavam a precisar trabalhar toda a semana para 
conseguir o suficiente para subsistência. A marinha brasileira que chegou a ser uma das 
mais temidas do mundo, o fato do país ser o único a participar das feiras industriais 
durante décadas na América Latina, apenas em 1889 a Argentina começou a participar. 
 O segundo país do mundo a ter correios, telégrafos, entre outros avanços da 
época, um câmbio controlado, assim como a inflação, coisas que se descontrolaram 
durante a república, logo em seus primeiros anos. Como bem observou o ilustre 
historiador brasileiro: 
Somente agora, com a distância produzida pelo tempo, é que se poder 
apreender a sua exata significação, relativamente ao que valeu à formação 
social brasileira. Acima de tudo, a constituição de uma efetiva elite dirigente, 
plenamente capacitada para as missões que lhe competiam, é fato muito 
abonados da nossa monarquia e, portanto, dos métodos políticos aqui 
aplicados durante o Segundo Reinado[…](VIANNA,1966 , p.81) 
 O que se sucedeu com a forma republicana no Brasil, principalmente na 
república velha, foi uma sucessão de golpe, morte e retrocesso. As grandes revoltas que 
não mais ocorreram no Segundo Reinado voltam com força total, o país é tomado por 
instabilidade e caudilhismo, autoritarismo, muito disso por causa do positivismo e seus 
25 
 
 
 
ramos no Brasil. Uma definição perfeita do que significou com golpe da república no 
Brasil: 
 A respeito da Proclamação da República, Walter Costa Porto, enunciando as 
ideias de Ernest Hambloch, sustenta que “nosso país copiara da farmacopéia política 
latino-americana o drástico remédio contra uma doença que jamais sofrera”. E 
prossegue: 
A tese principal de Hambloch é que os países latino-americanos caíram no 
erro de adotar formas de constituição que, na ausência das restrições 
constitucionais, dos costumes ou influências, simplesmente resultaram 
métodos parlamentares, franceses ou ingleses ao seu novo regime teria sido 
simplesmente confirmar a evolução das liberdades políticas, gozadas durante 
a monarquia. (JORGE E NETO., 2009. p. 76) 
 Pra finalizar, cabe sempre lembrar algo que hoje é praticamente esquecido, 
colocado de lado como se não existisse, fruto de uma educação feita para criar um povo 
doente, sem amor ao país, sem conhecer sua história, a história da própria pátria. A 
república nasceu sem público. Não tinha praticamente apoio popular, tanto que nas 
eleições, o partido republicano mal conseguiu eleger candidatos. Foi prometido ao povo 
um plebiscito sobre a forma de governo e sistema, que nunca ocorreu. O momento 
nacional era de festas e comemorações, o país tinha conseguido se livrar da sua maior 
mácula, a escravidão. Não só do ponto de vista moral, mas também econômico, a 
escravidão acabava por atrapalhar a circulação de dinheiro e o consequente aumento da 
economia, que entraria no seu ápice, não fosse as crises causadas pelo fim da 
monarquia. A devoção dos negros libertos que montaram uma guarda negra para a 
Princesa Isabel, chamada de “Redentora” pelo povo. Nosso país foi desviado do 
caminho do crescimento, pra voltar as crises regenciais, sem o monarca, a fiscalização 
se tornoupraticamente inexistente, o povo perdeu um símbolo de grandeza e honra, a 
inspiração, um pai que, como disse Rui Barbosa: 
No outro regime, o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem 
perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. 
Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, 
acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em 
proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.(BARBOSA, 1914, p.86-
87) 
26 
 
 
 
 Nem mesmo o proclamador da república brasileira acreditava nessa forma de 
governo para o país, em carta escreveu que “República no Brasil e desgraça completa é 
a mesma coisa”, o próprio movimento não acreditava que conseguiria o que queriam, e 
realmente só conseguiram porque Dom Pedro II não demonstrou reação. 
 
2. CAPÍTULO II – A República Brasileira 
2.1. Nasce a forma republicana no Brasil, as crises, renascem. 
 Como foi dito, um dos períodos mais turbulentos do Brasil foi o período 
regencial, chamado por historiadores de “república na monarquia”, o que de fato pode-
se dizer que é verdade, pois Pedro II não fazia nada, quem governava eram os regentes, 
que por sua vez, depois de algumas mudanças no sistema, eram eleitos pelo voto. A 
república brasileira nasceu com muitas promessas de igualdade, e inserção social. O 
grande modelo inspiratório seria a França. Acontece que essa virada de século foi 
marcada por diversas teorias de raças, o que veio a causar grandes efeitos no Brasil. 
Durante o período monárquico, os negros estavam conseguindo alcançar posições 
hierárquicas elevadas, mas tudo isso foi barrado por novos critérios, sexuais, raciais, 
religiosos… 
 Consumado o golpe, o primeiro decreto do governo recém-criado faz saber que o 
país agora seria uma república federalista, o nome do país foi mudado para Estados 
Unidos do Brasil, bem como a bandeira provisória, que foi muito mal recebida pela 
população, assim de ser uma cópia da bandeira dos Estados Unidos, mudando apenas as 
cores que continuavam sendo o verde e amarelo originais. Banidos os títulos de 
nobreza, muito dos nobres continuaram usando mesmo assim, agora no nome de 
família, como foi o caso de Visconde de Ouro Preto. A autonomia para os Estados, 
tanto falada com a aplicação da forma de Estado federativa, na prática, não os deixou 
muito independentes, além da divisão dos poderes ser deficiente, como bem explica: 
Na prática, essa autonomia ficava relativamente limitada pela distribuição das 
principais fontes de rendas públicas. Aos estados cabia o imposto de 
exportação, de forma que apenas os estados exportadores gozariam realmente 
de autonomia financeira. O governo federal concentrava mais rendas do 
imposto de importação. Apesar do princípio da independência dos poderes, a 
27 
 
 
 
constituição federal faria atribuições dilatadas ao Legislativo, que aprovava o 
orçamento federal e tinha o poder de criar bancos de emissão e empregos 
públicos federais, de decidir sobre a organização das Forças Armadas, além 
do direito exclusivo de verificar os poderes e seus membros. (SCHWARCZ, 
2012. p. 92) 
 Antes, o Poder Moderador que era de grande importância na questão eleitoral, 
agora não existente, daria uma nova cara para as eleições. O problema é que essa 
novidade na prática, também não foi muito boa. Como o país estava em 
desenvolvimento, assim como todo o mundo, as fraudes eram comuns, sendo o sistema 
parlamentarista monárquico, antes de acontecer crises, o monarca indicava um ministro 
que estivesse de acordo com os novos movimentos e esse era aprovado pela câmara, os 
interesses eram mais divididos, com o presidencialismo e as fraudes políticas, quem 
conseguisse o poder primeiro, dificilmente sairia por eleições, o que, com certeza 
contribuiu monstruosamente para as crises internas, mais uma vez, fazendo uma 
comparação com o período regencial, onde o descontentamento gerava os movimentos 
separatistas, na forma republicana, o mesmo descontentamento geraria movimentos para 
derrubada de governos, restauração da monarquia e várias outras insatisfações. 
2.1.1. Uma república de coronéis 
 Durante o período republicano, logo no seu início, a quantidade de população 
votante era ínfima, não passaria de 5% durante a vigência da constituição de 1891. 
Durante o período monárquica, com todos os problemas eleitorais, inclusive pela 
própria tecnologia da época, o eleitorado na maior parte do tempo foi de em média 13% 
da população brasileira. Esse número só caiu drasticamente após a reforma eleitoral de 
1881, indo pra cerca de 1% da população, o que cabe ressaltar, que ouve uma melhora 
na qualidade das eleições, apesar da diminuição da população votante. Importante 
também é lembrar que mesmo a grande potência da época, a Inglaterra, a população 
votante era de em média 7%, sendo o país com maior números de votantes os Estados 
Unidos, cerca de 18%. Mais importante do que isso é falar sobre o programa do último 
Chefe de Gabinete do Império do Brasil, Visconde de Ouro preto. Ele pretendia liberar 
o voto para todos os cidadãos do Brasil que soubessem ler e escrever, sendo também o 
escrutínio secreto, algo que no início da república não ocorreu, mas sim o voto não 
secreto, o que era inclusive defendido por parlamentares, diziam ser um "voto heróico", 
28 
 
 
 
pois o eleitor deveria ter coragem para votar. Em um país tão grande e com áreas 
controladas por alguns senhores, o mínimo que isso pode ser chamado é de jocoso. 
 Em meio a essa situação política, o caudilhismo tomou proporções que jamais 
tivera no país. Mas isso não ficava apenas no campo estadual, o próprio governo federal 
tinha seus momentos de autoritarismo. Outra moeda de troca foi o emprego público, 
agora usado para se manter no poder, prática ainda comum até hoje, Marechal Deodoro 
começou a intervir nos estados colocando no poder apenas aqueles que o apoiavam, 
mesmo em minoria, tentou dissolver o legislativo, mas, acabou por ser deposto, 
assumido em seu lugar o vice, Floriano Peixoto, quem não fugiu da regra e manteve a 
política autoritária, demitiu todos os funcionários do estado que não concordavam com 
seu governo e que considerava apoiadores de Deodoro, os novos poderes executivos 
estaduais por sua vez, dissolviam as assembleias locais e os tribunais judiciários. A 
constituição de 1891 previa uma nova eleição para o cargo de presidente da república 
que estivesse vago antes de dois anos, mas Floriano continuou como presidente, sendo 
então, um governo inconstitucional. Dadas as crises no governo, Floriano Peixoto teve 
total liberdade para reprimir os “elementos perturbadores” , vários intelectuais da época, 
entre ele André Rebouças, um dos grandes nomes do movimento abolicionista foi 
enviado para o Amazonas, entre outros que ficaram contra o novo governo, foram 
presos, como no seguinte caso: 
Foi na vigência da Constituição de 1891 que o Supremo tribunal federal 
julgou o HC 300, impetrado por Rui Barbosa, e acabou por decidir não ser 
“da índole do Supremo Tribunal Federal envolver-se nas funções políticas do 
Poder Executivo ou Legislativo”. tratava-se de writ impetrado em virtude da 
prisão de 46 pessoas, algumas até antes da decretação do estado de sítio, mas 
o STF não apreciou o mérito da ação. Registram os historiadores que o 
Presidente Floriano Peixoto proferiu a seguinte frase a respeito: “Se os juízes 
do Tribunal concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem 
amanhã lhes dará o habeas corpus de que por sua vez, necessitarão. (LEDA 
BOECHAT, 1991 apud BERNARDES; FERREIRA, 2015, p. 88) 
 Foi durante essa época que o Rio de janeiro, em 1891, que o Rio de Janeiropassou por seu momento mais trágico referente às epidemias da região. Os problemas de 
abastecimento de água, higiene e saneamento se agravaram de forma espantosa. Foi 
onde ocorreram epidemias de varíola, febre amarela, malária e tuberculose. A taxa de 
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mortes por essas epidemias chegou a ser de 52 pessoas pra cada mil habitantes. Já em 
1896 a mortalidade continuava alta, 35 por mil habitantes. Em 1893 estourava a 
revolução federalista, uma revolução que unia desde republicanos positivistas, até 
monarquistas. Esses movimentos armados foram muito comuns nos primeiros anos da 
república brasileira. Os grupos que divergiam ideologicamente, geralmente fazendeiros, 
bancavam esses levantes para garantir o poder na mão de seus aliados. Esses 
movimentos eram convocados pelos coronéis que eram assim chamados pela tradição 
da época, geralmente haviam ocupados esse cargo na antiga Guarda Nacional. 
 O governo federal decidiu intervir na questão dos combater no Rio Grande do 
Sul, na revolução federalista, o que acabou por provocar a revolta da Armada, onde 
também existiam monarquistas. O governo federal foi acusado de realizar verdadeiros 
massacres no Rio Grande do Sul, uma delas, o Coronel Positivista Moreira César matou 
todas as lideranças federalistas na cidade de Desterro, sem processo, e depois mudou o 
nome da cidade para Florianópolis. 
 Após a Revolta da Armada, o governo de Floriano Peixoto teve fim, assumindo 
então em seu lugar, Prudente de Morais, que, como sempre, fez uma demissão em 
massa dos funcionários públicos e tentou acabar com o jacobinismo, movimento que 
poderia causar problemas sérios, inclusive apoiando Floriano por causa de suas 
características radicais e violentas. Sua morte, em 1895, acabou com a preocupação dele 
vir a se tornar um caudilho com apoio de militares e setores radicalizados da sociedade. 
Nessa época também ocorreu o massacre de Canudos, um movimento liderado por 
Antônio Conselheiro, um movimento que foi logo encarado como monarquista, e foi 
brutalmente reprimido, mais uma vez, por Moreira César. O proprietário do Jornal 
“Gazeta da Tarde e Liberdade”, Gentil de Castro, era considerado monarquista, sendo 
por tenentes e majores. Os monarquistas também ficaram proibidos de se candidatar. 
Em tantas confusões, a economia do Brasil ficou seriamente abalada, principalmente 
depois do episódio conhecido como “encilhamento”, causado pelo então Ministro da 
Fazenda, Rui Barbosa, um dos legisladores da constituição de 1891, que mais tarde iria 
constantemente fazer reclamações sobre a república. 
 Durante os primeiros anos, uma grave crise aconteceu na nação brasileira, a 
quantidade de crédito liberado por bancos, o que gerou um surto de companhias 
destinadas a lucrar apenas com a flutuação dos valores, o que jogou o país em uma 
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crise, com disse Hélio Vianna (1966, p.188): Desenvolveu-se o jogo da Bolsa e as 
consequências dessa nova situação logo se fizeram sentir. um grande aumento nos 
preços, e uma inflação descontrolada, assim como o câmbio, essa situação fica bem 
clara no seguinte trecho: 
Desde logo, houve enorme encarecimento dos produtos importados devido ao 
aumento da demanda e ao consumo conspícuo dos novos-ricos. A seguir, a 
inflação generalizada e a duplicação dos preços já em 1892. Ao mesmo 
tempo, começou a queda do câmbio, encarecendo mais ainda os produtos de 
importação, que na época abrangiam quase tudo. Em 1892, já era necessário 
o dobro de mil réis para comprar uma libra esterlina; em 1897, o triplo. 
(CARVALHO, 2015, p.20) 
 Após os primeiros governos extremamente turbulentos, ficou na mão de Campos 
Sales reorganizar as finanças do país. Foi em seu período que se instalou no Brasil a 
chamada “política dos governadores”, que seria: 
A fim de obter o apoio dos representantes dos Estados no Congresso 
Nacional, estabeleceu Campos Sales a denominada “política dos 
Governadores”, que consistia no seguinte: o governo prestigiaria o 
reconhecimento dos deputados e senadores federais indicados pelos 
governantes dos Estados ou pelos partidos políticos nêles dominantes, e êstes, 
em troca, o apoiariam em todos os assuntos relativos à política geral do país. 
Êsse regime vigorou, com algumas exceções corridas por influência do 
Senador Pinheiro Machado, no gôverno do Marechal Hermes da Fonseca, até 
1930, tendo ocasionado, sucessivamente, a formação de várias oligarquias 
estaduais, as chamadas “salvações”, contra algumas delas, e, afinal, o 
predomínio político dos dois Estados de maior população, Minas Gerais e 
São Paulo, causa mais profunda da revolução de 1930. (VIANNA, 1966 , 
p.167-168) 
 Após o fim do governo de Campos Salles, com várias manifestações de 
insatisfação política, vieram os governos de Rodrigues Alves (1902-1906), Afonso Pena 
(1906-1909), que até aí, fizeram bons governos, voltou a construção de estadas de ferro, 
Barão do Rio Branco estava trabalhando nas questões internacionais, resolvendo 
assuntos da fronteira do país, construção de portos, vacinas e outros avanços. Porém, 
com a estabilidade na campanha política do vice-presidente do senado, Pinheiro 
Machado, junto com a candidatura do Ministro da Guerra, Hermes da Fonseca, 
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originaram outra crise política, e acabou morrendo. Vieram outros governos, sem muita 
relevância, que não valem ser citados, mas apenas uma visão geral dessa época. 
 Durante esse período, ao invés do prometido, que seria a ampliação dos direitos 
políticos, uma maior participação do povo, o que ocorreu foi o oposto. Primeiramente, 
cabe lembrar que, com a queda da monarquia, foi-se também o símbolo moral da 
sociedade, o seu grande fiscalizador, como disse José Murilo (2015, p. 37), “a 
expectativa inicial, despertada pela República, de maior participação, foi sendo assim, 
sistematicamente frustrada.”. Os grandes intelectuais se frustraram com a perseguição 
de Floriano, os operários, que viram na forma republicana uma reforma de inserir o 
socialismo, não conseguiram, possuíam grande dificuldade de se organizarem nos 
partidos políticos e de participarem no processo eleitoral. Os intelectuais tiveram que se 
acostumar e aceitar alguns cargos burocráticos, e os operários, alguns se tornaram 
anarquistas, em motivo da total repulsa ao novo regime, enquanto que a grande parte do 
povo, só tinha como expressar sua voz através da mídia, que era muito limitada, o posto 
do império, onde existia uma grande liberdade de imprensa. Os municípios apenas 
ficaram com a possibilidade de se organizar administrativamente, as prefeituras eram 
modificadas de acordo com o Presidente da República, como assim explica: 
Dissociava-se o governo municipal da representação dos cidadãos. O fato era 
agravado pela frequente nomeação de prefeitos e chefes de polícia totalmente 
alheios a vida da cidade, muitas vezes trazidos dos estados pelos presidentes 
da República. Abria-se então, do lado do governo, o caminho para o 
autoritarismo, que na melhor das hipóteses poderia ser um autoritarismo 
ilustrado, baseado na competência, real ou presumida, de técnicos. 
(CARVALHO, 2015 ,p.35). 
 A constituição de 1891 também não inovou nada, na verdade, como disse José 
Murilo(2015, p.45) “Pode-se dizer que houve até retrocesso no que se refere a direitos 
sociais.”. Modificações como o fim do poder moderador como era, a introdução do 
federalismo, do Conselho de Estado e ampliação do voto, já eram planos do último 
Presidente do gabinete, Visconde de Ouro Preto. Os eleitores cada vez mais distantes 
dos por eles eleitos, não viam satisfação na política. Para eles, o melhor que poderia 
ocorrer é o Estado deixá-los em paz. Quem se tornou eleitor foram osmarginais, 
aqueles que recebiam benefícios diretos, o povo de um modo geral, evitava a política. A 
razão disso tudo provavelmente era a grande violência com que as eleições eram 
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realizadas. Isso ficou bem claro na capital do Brasil, Rio de Janeiro, uma cidade que 
deveria ter ocorrido situação diferente, já que sendo a capital, era a cidade com mais 
alfabetizados, mas não ocorreu, como disse: 
O exercício da cidadania política tornava-se assim caricatura. O cidadão 
republicano era o marginal mancomunado com os políticos; os verdadeiros 
cidadãos mantinham-se afastados da participação no governo da cidade e do 
país. O representante do povo não representava ninguém, os representados 
não existiam, o ato de votar era uma operação de capangagem. 
(CARVALHO, 2015 ,p.89) 
2.1.1.1. Governo de Lino Peçanha 
 O que se viu do governo de Nilo Peçanha, iniciado em 1909 e durou até 1910, 
sendo a conclusão do governo anterior, de Rodrigues Alves que faleceu. Foi restaurado 
o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, e criado o Serviço de Proteção aos 
Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais. 
2.1.1.2. Governo de Marechal Hermes da Fonseca 
 Terminado o governo de Nilo Peçanha, assumiu o Marechal Hermes da Fonseca, 
que já iniciou com outra revolta, dessa vez na esquadra e no Batalhão Naval, em 
novembro e dezembro de 1910. Foram anistiados os marinheiros revoltados contra os 
castigos corporais, ainda vigente na Armada, sendo depois mortos arbitrariamente 
vários participantes do segundo motim. Outra marca de seu governo foi a conhecida 
“política das salvações” que foi: 
Na política interna, de que era principal dirigente, acima do Presidente da 
República, o Senador José Gomes Pinheiro Machado, verificaram-se diversas 
intervenções do governo federal nos Estados, inclusive tendo em vista 
extinguir ou apenas substituir oligarquias que dominavam alguns dêles, o que 
não ocorreu sem incidentes e conflitos e conflitos sangrentos, notadamente 
no Amazonas, Ceará, Pernambuco e Bahia. (VIANNA, 1966, p.168) 
 Em Salvador tiros de canhões incendiaram o Palácio do Governo e a Biblioteca 
Pública. Ocorreu o mesmo em Manaus. Já em Recife, lutar nas ruas foram travadas, no 
Ceará uma nova revolta sertaneja, a de Juazeiro, onde possuía grande e notável 
influência o Padre Cícero Romão Batista, Segundo Helio Vianna (1966, p.170), 
33 
 
 
 
“[...]determinou a intervenção federal com a derrubada do Governador que sucedera à 
anterior oligarquia.” O Pará, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo Rio de janeiro e o próprio 
Distrito Federal também conheceram agitações, porém, de menor magnitude. Em 
Alagoas, uma nova oligarquia deu lugar, um parente do Presidente da República. 
2.1.1.3. Governo de Venceslau Brás 
 Durante esse governo, o Brasil sofreu os problemas econômicos causados pela 
guerra que ocorria na Europa. Fomos atingidos pela campanha submarina da Alemanha 
nos países neutros, as crises ocorridas no seu governo, acabaram por adiantar a morte do 
Presidente. 
2.1.1.4. Governo do Vice-Presidente Delfim Moreira 
 Para suceder o Presidente Venceslau Brás, entrou o vice do Conselheiro 
Francisco de Paula, Delfim Moreira da Costa Ribeiro, enquanto fosse eleito um novo 
Presidente. Na eleição de 1919 predominou a política dos grandes Estados, que não se 
referia aos de maior superfície mas sim, os de maior população, consequentemente o de 
maior representação na Câmara dos Deputados, fazendo quase todos os presidentes da 
república. A princípio, discordado os políticos de Minas Gerais e São Paulo sobre a 
sucessão do presidente, escolheram um que não seria de nenhum dos Estados, Epitácio 
Pessoa. Contudo, já ficou escolhido quem seriam os próximos presidentes, em 1922 
seria o presidente de Minas, Artur Bernardes e o sucessor deste seria o Presidente de 
São Paulo, Washington Luis. 
 Esses governos foram marcados por basicamente o mesmo dos anteriores, várias 
revoltar populares, pouco avanço e descontentamento da população com a política dos 
grandes estados. Tamanho descontentamento veio a acarretar em uma crise que gerou a 
Revolução de 1930, um movimento para mudar não apenas o presidente, mas remodelar 
a estrutura da época, como explica o nobre autor. 
Se a sucessão presidencial e a inconformidade com a derrota eleitoral do 
candidato oposicionista foram os motivos próximos da revolução, sua causas 
mais longínquas e entretanto mais fortes estavam na geral repulsa a velha 
``política dos governadores`` e sua maior consequência, o predomínio dos 
chamados ``grandes Estados``.(VIANNA, 1966 , p.173-174) 
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2.1.1.5. Era Vargas 
 Foi um governo autoritário, marcado pela estatização e pelos flertes com o 
fascismo e nazismo, o chefe da polícia de Vargas, por exemplo, como disse Bruno 
Garschagen (2015, p.162) “o chefe de política do governo Vargas, Filinto Müller, ficou 
conhecido tanto pela diligência com que cumpria o seu trabalho quanto pela 
despudorada simpatia pelo regime nazista.”, foi também extremamente diminuído o 
número de entrada de imigrantes no país. Por consequência da guerra, como disse 
VIANNA (1966, p. 217), […]mais uma vez teve de ser empreendida uma campanha de 
nacionalização, inclusive no setor educacional, nos núcleos coloniais de origem alemã, 
localizados nos três Estados do Sul. 
2.1.1.6. Constituição de 1946 
 Foi a quinta Constituição brasileira, após a deposição de Vargas e o Governo de 
José Linhares, quarta da república. Segundo Helio Vianna (1966, p.225) “caracteriza-se, 
inicialmente, por ter dado redação muito superior as anteriores, ao titulo I, relativo a 
Organização Federal.” Foram bem delimitadas as atribuições da União, Estados e 
municípios, sendo para o último, pela primeira vez de forma taxativa assegurada sua 
autonomia, assegurando-lhes maior recurso para sua administração. 
2.1.1.7. Presidência do General Eurico Dutra 
 Após finalizada a tarefa da Assembleia Constituintes, as assembeias estaduais 
também cumpriam a missão a elas incumbidas. Foram eleitos os governadores, bem 
como os prefeitos, exceto nos casos constitucionais onde esses seriam escolhidos pelos 
Presidentes ou pelos governos estaduais. Basicamente assim continuou o governo, em 
clima de paz política, criações de novos partidos e na tentativa de recuperação, pois a 
Segunda Guerra também deixou marcas no Brasil. 
2.1.1.8. Segunda presidência de Getúlio Vargas 
 Nesse período, Vargas já não possuía a mesma tenacidade de outrora, lembra 
bem VIANNA (1966, p. 226) “Apesar da sua reconhecida capacidade de governante, não era 
mais o mesmo político hábil e maneiroso do período anterior, e outras eram as circunstâncias 
então apresentadas pelo país.” 
35 
 
 
 
 Com essa situação de instabilidade e desconfiança, piorada ainda mais com a 
tentativa de assassinato de um repórter da oposição, o Sr. Carlos Lacerda, que resultou 
numa morte de um oficial da Aeronáutica, Major Rubens Vaz. O inquérito mostrou a 
culpabilidade de elementos da guarda pessoal do Presidente Vargas, o que fez com que 
as Forças Armadas pedissem o afastamento dele, que antes de passar para o Vice-
Presidente, preferiu cometer suicídio. Foi criado nesse governo o Ministério da Saúde. 
2.1.1.9. Presidência de Café, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart 
 O governo de Café filho foi um período conturbado que durou de 1954 até 1955. 
Depois de várias intervenções, inclusive do Exército, o poder foi entregue ao Presidente 
Kubitschek. Em um momento de incertezas, chegou ao poder o novo Presidente, sob 
tentativas de pronunciamento de alguns oficiais da Aeronáutica, sem conseguirem êxito. 
Entre seus planos estava a mudança da capital

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