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CAP 6 78GIAMBIAGI

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Capitulo 6 - Lavinia Barros de Castro
Durante o período 1950 a 1980 o Brasil apresentou elevadas taxas de crescimento graças as políticas de substituição de importação e programas de apoio as exportações como os do “milagre econômico”. O Estado assumia elevada participação na industrialização da economia brasileira assumindo investimento em setores estratégicos e provendo a infraestrutura necessária para expansão econômica e faziam-se concessões e financiamentos com o objetivo de atrair novos investimentos 
O modelo de industrialização focado no processo de substituição de importações tinha como foco o abastecimento no mercado interno (exceção nos casos que os investimentos que eram propositalmente focados nas exportações) com o desenvolvimento industrial por meio das transferências tecnológicas e o endividamento do Estado. Durante a construção do parque industrial nacional, o Estado agiu com elevadas expansões fiscais para viabilizar o processo de crescimento econômico somadas aos financiamentos externos resultaram em uma inflação nas décadas de 1960 e 1970. A situação foi agravada após a crise de liquidez externa devido aos dois choques do petróleo e a crise da dívida brasileira durante a década de 1980, esse período ficou conhecido como na literatura econômica como a década perdida. Somadas à crise financeira internacional da década de 1980, temos um contexto no qual os formuladores de política econômica apresentam sucessivos planos desastrosos para o combate à inflação e devido à baixa liquidez no cenário internacional a indústria local não tinha acesso aos financiamentos para acompanhar o desenvolvimento tecnológico dos concorrentes internacionais que já vinham adotando o modelo toyotista em sua produção.
Simultaneamente a crise estrutural do fordismo e as mudanças no paradigma produtivo e na estrutura organizacional da sociedade, temos a finalização do processo de substituição de importação, sendo este processo baseado em transferências tecnológicas deixava mais uma vez o Brasil como retardatário na concorrência internacional entre os países. Enquanto no cenário internacional, os países mais avançados já começavam a adotar estruturas industriais descentralizadas e horizontais, enquanto isso as indústrias nacionais recém instaladas ainda tinham um caráter vertical e com grande parte do processo produtivo centralizado. 
A ascensão do neoliberalismo e a inserção brasileira ao movimento de globalização aconteceram após as primeiras eleições dos presidenciáveis com voto direto no ano de 1990, depois da ditadura militar e sua fase de transição para o novo regime democrático que se instaura na política Brasileira. Sobre a orientação do Consenso de Washington que tinha o intuito de difundir a globalização o presidente eleito era Fernando Collor de Mello (PRN - Partido da Renovação Nacional), houve uma ruptura com o modelo desenvolvimento com elevada participação estatal e das proteções tarifárias. 
Collor foi destituído do poder após dois desastrosos planos econômicos que tinham como objetivo a estabilização monetária e inúmeras denúncias de corrupção, através do movimento Caras Pintadas no qual tinha a meta de obtenção do impeachment do presidente. O seu vice-presidente Itamar Franco deu continuidade à luta pela estabilização da moeda com o Plano Real, no qual trouxe o fim da inflação com a estabilização do índice de preços nacionais. 
Nos governos de Collor e Itamar houve a ruptura do modelo de crescimento com exacerbada intervenção estatal aconteceu através do início das privatizações e abertura da economia. Essas medidas tinham o intuito de aumentar a concorrência em cenário nacional junto com o aumento da competitividade. O aumento da competitividade na indústria brasileira era um dos pilares de sustentação da estabilidade dos preços em longo prazo.
As privatizações ocorreram no sentido de dar um salto tecnológico ao parque industrial do Brasil e reduzir a dívida pública no Brasil. As empresas estatais brasileiras se encontravam em péssima saúde financeira e com os ativos corroídos depois de longos períodos inflacionários. Soma-se a isso o descontentamento com os serviços prestados por tais empresas que possuíam o controle de determinados nichos de mercado. O programa de desestatização da economia brasileira não pode ser implementado com tanta rapidez devido ao aparato constitucional que impedia a privatização recursos naturais, deixando estes aos cuidados da União. 
No caso da abertura econômica, o governo federal derrubou as barreiras tarifárias e os regimes especiais de importação e o anúncio do governo federal que haveria uma grande reforma tributária sobre os produtores nacionais para aumentar sua competitividade. 
No governo de Itamar Franco (1992-1994) o Brasil consegue a estabilidade dos preços no cenário nacional com a implementação do Plano Real (1994), que foi implementado em três etapas: um severo ajuste fiscal, no qual visava equilibrar as contas nacionais e isso era a principal causa das pressões inflacionárias; a criação de um padrão de valor para o mercado interno que foi denominado como Unidade Real de Valor - URV, que tinha como objetivo indexar todos os preços da economia nacional em uma unidade valor(neste caso, o dólar) e; o estabelecimento de regras rígidas para o lastreamento e emissão monetária para garantir a estabilidade de valor por um longo prazo.
O ajuste fiscal foi necessário porque a demanda de recursos do governo era muito maior que as receitas obtidas e o pequeno déficit orçamentário do governo era resultado de uma manobra fiscal. As receitas do governo eram indexadas a inflação, porém os valores nominais das despesas eram fixos, dessa forma as despesas eram deterioradas pela inflação. Junto com a subestimação da inflação, outro fator que corroeu as despesas do governo foi às altas taxas de juros que levaram o governo a pagar altos dividendos aos compradores de títulos do governo. 	O objetivo com a desindexação da economia era combater a inflação inercial que o Brasil apresentava. Durante os períodos de hiperinflação os preços se alteravam de acordo com a variação do preço do dólar em moeda nacional. A saída apresentada pelos formuladores de política monetária era a introdução de uma nova “quase moeda” que foi usada temporariamente e tinham seu indexador atrelado a diversos índices para não privilegiar determinado setor. Os salários dos trabalhadores foram fixados em URV no seu valor corrente para o dia do pagamento. Prevendo uma grande elevação no consumo após a implementação do Plano Real e, consequentemente, uma aceleração da inflação, a estratégia adotada para conter o aumento da demanda e a instauração de uma nova onda inflacionária foi à supervalorização da taxa de juros reais na economia e o aumento o depósito compulsório para diminuir a liquidez na economia brasileira. Soma-se as medidas já apresentadas acima o lastreamento das moedas nacionais as reservas cambiais dão economia, e nesse caso necessariamente o dólar, sendo assim adotamos um regime de câmbio fixo para a economia no novo plano monetário.
Capitulo 7 - Fabio Giambiagi
Após a implementação do Plano Real (PR) o grande desafio era a estabiçização da economia no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), a desconfiança era oriunda da desconfiada gerada pelos planos anteriores que se mostraram frustrados, as sucessivas crises especulativas que afetaram os mercados financeiros periféricos e a valorização da moeda nacional que resultou na explosão do consumo. Além disso, no primeiro ano de implementação do PR ainda temos a existência de uma elevada inflação na casa dos 33%. Toda via, as desconfianças não se realizaram e a economia se manteve estável.
A implementação do PR trazia consigo dois gargalos que causavam um desequilíbrio externo e um desequilíbrio fiscal. O câmbio fixo e a abertura comercial proporcionou uma ampliação da importação, enquanto isso tem-se um desempenho baixo das exportações. Para tanto, o financiamento do déficit comercial foi obtido através da divida externatendo como atratividade elevadas taxas de juros. Esse mecanismo foi mantido até 1999, neste ano de forma bem sucedida o país adotou o cambio flutuante e a substituição da âncora cambial pelo regime de metas de inflação. A crise fiscal é oriunda do de um elevado déficit público e a crescente dívida publica no qual está cresceu em todo o governo FHC, as altas taxas de juros também pressionavam o crescimento da dívida pública e era usada como instrumento de estabilização monetária. 
Como resultado das crises internacionais somadas ao contexto de desequilíbrio fiscal e desequilíbrio externo, o Brasil recorre ao FMI para obter financiamentos externos já que por si só já não era mais possível a contração de financiamento externo. O FMI impõe como condição a elevação dos superávits primários mas mantém a taxa de câmbio fixa.
Havia a crença de que as reformas necessárias a economia brasileira seriam levadas a cabo após a reeleição de FHC, em seu segundo mandato ocorre a aceleração das privatizações das empresas deficitárias e as superavitárias que não possuíam a capacidade de investimentos necessários para a realização e expansão de suas atividades. Além disso, em seu segundo mandato, tem-se a adoção do cambio flutuante devido a baixa quantidade de reservas internacionais que o Brasil manteve após os ataques especulativos que a moeda sofreu. O segundo mandato foi um período de reformas, nas quais seriam necessárias para a reestruturação das contas nacionais. 
Cap 8 - Fabio Giambiagi
Esperava-se dos governos Lula uma ruptura com o neoliberalismo que se instalou no Brasil, porém, este ao lançar sua famosa “Carta ao Povo” rompe com os paradigmas defendidos históricamente pelo PT e anuncia o alinhamento do governo as ideias ortodoxas. Para dar mais credibilidade ao discurso, mantém a equipe econômica no BC e anuncia Henrique Meirelles como presidente da instituição. Somados a isso, temos o anuncio da redução inflacionária, aumento dos superávits primário, elevação das taxas de juros nacionais em respostas as crises de inflação e cambial que se instaura na economia brasileira. 
A agenda de reformas iniciada no governo FHC foi aprofundada no governo Lula, com as reformas tributárias e as reformas previdenciárias. A reforma tributária tinha quatro objetivos:uniformizar a legislação do ICMS, promover a desvinculação dos impostos aos gastos da união, renovar a CPMF e tributar o COFINS sobre o valor adicionado. Já a reforma previdenciária tinha como objetivo reduzir a pressão fiscal que a previdência impunha sobre o orçamento do governo e acabar com o corporativismo existente no setor público.
Sem dúvida o governo Lula se beneficiou de um cenário externo mais favorável e devido ao aumento do preço das commodities se beneficiou de uma melhoria em seus termos de troca da economia nacional com o resto do mundo que resultou em uma valorização cambial. Além disso,assemelha-se ao governo FHC com a política monetária e a manutenção de uma taxa de juros elevadas se comparada ao resto mundo. Os elevados superávits primário contribuíram para a redução do peso sobre o orçamento do governo federal, e assim, temos um percentual menor em relação dívida pública com o PIB e dos juros com o PIB. Isso porque no governo Lula havia um tendência na redução dos juros reais, somadas as valorização cambial no qual reduzia o custo da dívida externa que era indexada no valor do dólar. 
Sobre as variáveis reais na economia, governo obteve bons resultados com um bom dinamismo, com ressalva aos períodos de crise cíclicas no cenário externo. A inflação manteve-se no intervalo de tolerância aceito pelos policy makers e há uma acentuada queda na taxa de desemprego, no qual induziu a economia ao pleno emprego no ano de 2010 com o crescimento do trabalho formal. No cenário internacional o Brasil sai da posição de tomador de crédito para a posição de credor graças as elevadas reservas disponíveis que superavam a dívida externa brasileira. Outra variável é a expansão do consumo das famílias e dos governos, e a expansão do consumo foi maior ainda com a queda de Palocci. A partir da entrada de Malan ao cargo de ministro da fazenda, temos uma grande expansão do crédito e dos gastos do governo.

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