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Aula 1
Operação e Controle de Estoque
*Conceitos
-Os estoques são extremamente importantes e até fundamentais em muitos casos. Ao mesmo tempo, se administrados e operados de forma inadequada trazem custos bastante significativos e indesejados para as empresas.
Os estoques são importantes, mas nem sempre necessários. 
A formação dos estoques deve ocorrer quando existirem dúvidas quanto à demanda ou quanto ao ressuprimento.
As demandas flutuam por diferentes motivos e aspectos e é importante uma relação de parceria que se deve buscar entre cliente e fornecedor.
*Não ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante complexo de ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem tanto a previsão das demandas quanto o ressuprimento.
*Difícil ou inviável coordenar suprimento e demanda – o equilíbrio entre o que comprar / produzir - e o que se vai vender, na grande maioria dos casos, é de difícil obtenção.
*Incertezas de previsões de demanda – muito embora haja métodos para definição da demanda, elas variam muito e por diversos motivos.
*Especular com estoques (preços) – alguns produtores não ofertam ao mercado a quantidade suficiente para abastecimento da demanda o que provoca um aumento dos preços.
*Suprir os canais de distribuição – os pontos de vendas dos produtos devem ser supridos com precisão.
*Tipos de Demanda
-É fundamental, na gestão dos estoques, conceituar os tipos de demanda pois cada uma possui uma forma diferenciada quanto ao ressuprimento de seus itens.
*Demanda permanente ou regular
Muitos produtos têm ciclo de vida longo, de forma que parecem que vão ser comercializados para sempre. Mesmo produtos que têm sua permanência no mercado projetada para 5 anos podem ser considerados de demanda permanente. Tal caso ocorre quando não existem grandes picos ou vales de consumo, ao longo de um determinado período, como exemplo: Coca–Cola, Kibon etc.
*Demanda sazonal
Alguns produtos têm tal sazonalidade na demanda que não podem ser controlados da mesma forma que produtos com demanda permanente. 
Podem ser produtos com ciclo anual de demanda ou simplesmente produtos de moda com ciclos de vida muito curtos. A principal característica dessa demanda é de poder ser considerada composta por um único pico pelo controle de estoques, ou seja, produtos que vendem em apenas algumas épocas do ano, podemos citar como exemplo os ovos de Páscoa, os produtos festivos (Copa do Mundo), o chester etc.
*Demanda irregular
Alguns produtos têm demanda tão irregular que a projeção de suas vendas é muito difícil. 
O controle de estoques para produtos com essa demanda deverá estar amarrado com a previsão precisa de vendas, principalmente quando o comportamento errático está combinado com tempos de ressuprimento muito longos ou pouco flexíveis. 
Essa demanda, portanto se caracteriza por grandes variações entre sucessivos intervalos de tempo. Todos os estoques têm alguns desses itens, vai variar no caso de cada empresa. 
Podemos tomar como exemplo, caneta de cor verde para quadro branco. Esse item possui uma saída irregular em função do pouco interesse pela demanda.
*Demanda em declínio
Algum dia, a demanda de um produto acaba e, então um produto novo vem em seu lugar. 
O declínio da demanda é geralmente gradual e os estoques excedentes podem ser diminuídos pouco a pouco. Para alguns produtos, entretanto, o final ocorre subitamente, mas de modo planejado. 
O caso típico é o de peças de reposição para produtos de vida útil planejada, ou produtos que não são vendidos há muito tempo, mas que ainda estão em uso.
*Demanda derivada
Para alguns produtos, sua demanda é conhecida se a demanda dos produtos acabados puder ser determinada. 
Por exemplo, a partir da previsão de vendas de automóveis novos, pode-se calcular facilmente a necessidade de pneus. A demanda de pneus é dita derivada.
*Tipos de Estoque
Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
-Estoque empurrado (push system)
São estoques cujo ressuprimento é definido pelos fornecedores, sejam eles internos ou externos. 
Na grande maioria das vezes, não há alternativa quanto a outro tipo de ressuprimento, características estruturais da empresa ou ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, veículos novos, combustíveis, bebidas etc.
-Estoque puxado (pull system)
Esses estoques têm a característica de serem puxados pela demanda, pelas vendas. Seu ressuprimento é natural, ou seja, vendeu, ressupri-se. 
É o exemplo da maioria dos produtos de varejo, comercializados em supermercados.
*Estoques por estado da produção 
Os estoques por estado de produção podem ser classificados como:
-Semiacabados
Esses itens propiciam a postergação (adiamento do término do produto) e a customização (personalização).
-Acabados
São compostos por itens que já se encontram totalmente prontos e finalizados.
*Estoques por propósito
-Sazonal
Visa acolher produtos com vendas sazonais. Fora do período de venda seu nível deve ser zero.
Exemplo: ovos de Páscoa, produtos festivos (Copa do Mundo).
-Trânsito
É o estoque que está transitando entre o fornecedor e o cliente, ou seja, o produto ainda não está disponível para o estoque físico, ainda está em uma unidade veicular (caminhão, trem, navio etc.).
-Segurança
Pode ser considerado como um plano de contingência. Deve ser formado em casos extremos, de itens indispensáveis e com ressuprimento complexo ou incerto. 
Exemplo: uma matéria-prima que seja importada por modal marítimo e leve 60 dias para ser liberada.
-Ciclo
Acontece em empresas que têm sua estrutura de distribuição verticalizada:
fabricante -> distribuidor -> rede varejista exclusiva. 
Em todas essas instalações verificam-se estoques que formam um ciclo.
Exemplo: O Boticário, redes de lojas exclusivas de roupas etc.
-Regulador
Não permite que haja grandes flutuações de preço do produto no mercado.
Exemplo: estoque de grãos, na colheita, a sobressafra é armazenada e oferecida na entressafra.
-Especulativo
Tem a missão de especular com preços, certa quantidade do item não é ofertada ao mercado, forçando assim a alta de seus preços. 
Essa é uma prática criminosa, mas que é verificada ocasionalmente com produtos fabricados por monopólios ou oligopólios.
-Promocional
Formado por itens que têm a função de promover a venda dos itens principais da empresa. 
Exemplo: promoções de alguns jornais, “compre o jornal tal”, “junte os selos e pague mais R$... e ganhe um jogo de facas”. 
Aula 2
Classificação ABC e Criticidade
*Como em todo e qualquer processo, os controles são fundamentais. A classificação ABC é o principal controle e verificador de status dos estoques, ela vai indicar como está a situação dos itens estocados em função do giro. A classificação por criticidade vai informar quanto o item é crítico para o negócio da empresa, ou seja, imprescindível para o funcionamento de um processo, seja produção ou venda.
Também conhecido como Classificação ABC ou ainda Curva ABC, este método é bastante empregado na linguagem corrente da gestão de estoques, é um instrumento de planejamento que permite ao gerente orientar seus esforços em direção aos resultados mais significativos para a sua organização.
É baseado nas conclusões de Pareto, economista italiano (1842-1923), que, ao estudar a distribuição de renda entre a população do sistema econômico que vivia, estabeleceu um princípio, segundo o qual, o maior segmento de renda nacional concentrava-se em uma pequena parcela da população, enquanto a maioria dela absorvia a menor parte da mesma renda.
*(VILFREDO PARETO)Nos últimos 50 anos, a partir de esforços iniciais da General Eletric americana, o princípio de Pareto tem sido adaptado ao universo de materiais, particularmente à gerência de estoques , com o nome de Classificação ABC.
-A aplicação do método visa estabelecer prioridades , ou seja , dar importância aos itens que trazem mais impactos para os estoques e respectivamentea empresa, sem entretanto , desconsiderar os menos importantes.
Pode-se fazer uma Classificação ABC ou traçar uma Curva ABC por giro, peso, volume, tempo de reposição, por valor etc.
-Consideremos o método ABC aplicado aos estoques e então podemos verificar que a maior importância deve ser atribuída às vendas/giros, lembrando que os estoques imobilizam capital da empresa.
-A curva ABC deve ser considerada como a ferramenta básica e fundamental para a gestão dos estoques. Através dela é capaz de entender como o estoque é constituído quanto à relação de seus itens.
-A curva ABC visa relacionar os itens estocados e entender sua importância para o estoque e o negócio da empresa, principalmente quanto ao giro, visto que, os estoques imobilizam capital da empresa, e quanto maior for seu giro, quanto menos tempo ficarem paralisados, menor será o impacto para as finanças da empresa.
*A curva ABC tem sua utilização na gestão dos estoques para estabelecimento de políticas de compra, de vendas  e  de produção.
A classificação vai definir os itens por grupos de importância relativa com a seguinte padronização:
*Classe A
É o grupo de itens que são considerados os mais importantes, pois geram  os melhores resultados seja em termos de vendas/giro, custo etc. São os itens chamados “carros chefe”; que não podem faltar nos estoques.
*Classe B
É o grupo de itens que tem uma relevância razoável e que não pode ser desconsiderada. São itens que não devem faltar nos estoques.
*Classe C
É o grupo de itens menos importante em termos de movimentação, portanto requer bastante atenção, principalmente no seu plano de reposição, pois tem movimentação lenta e, portanto imobilizam por mais tempo o capital da empresa.
*A curva ABC será obtida após a classificação dos itens e deverá, de uma forma geral, seguir os passos:
-Enquadramento de todos os itens estocados ativos e seu enquadramento no método.
-Registro e tabulação dos itens.
-Separação por classes ABC.
-Elaboração da curva.
*Fases de elaboração da curva ABC
A separação em classes será executada de acordo com os critérios pré-estabelecidos pela empresa.
A relação dos itens deve ser obtida através de inventário e apoio do setor de planejamento e controle da produção quanto aos planos de produção baseados na demanda.
Para a elaboração da curva ABC, os itens tabulados deverão ser plotados.
Já a tabulação é a relação obtida que deverá ser relacionada em planilhas por ordem de importância e também de acordo com seus atributos (vendas, custos etc.).
Obs.: Adotando-se o conceito que os itens A são em pequeno número e que geram um grande volume de vendas/giro.
Os itens B são em número razoável e geram volume de vendas/giro razoáveis.
E ainda os itens C que são em grande número e geram poucas vendas/giro.
 Normalmente ficam claras as interseções que identificam as separações entre os itens A e B e B e C.
*Categoria A
-Tanto na vida profissional quanto na pessoal, utilizamos com frequência o conceito de classificação ABC. Quando, por exemplo, vamos executar o nosso orçamento doméstico, damos ênfase às despesas mais vultosas, como aluguel, mensalidade escolar, prestação do carro e outros que pertencem à categoria A e merecem um tratamento diferenciado.
*Categoria B
-Em segundo plano, ficam as despesas de “peso intermediário”, não menos importantes, mas que podem ser analisadas grosso modo: supermercado, xR$/mês; combustível, yR$/mês etc.; essas são a de categoria B.
*Categoria C
-Finalmente, existe um conjunto de despesas que não merecem ser tratadas individualmente, são normalmente chamadas de “outras” ou “eventuais” e que arbitramos um percentual z da zona das demais, essas são de categoria C.
Obs.: A área de Vendas cria, naturalmente, um grupo de produtos mais importantes em função do faturamento, clientes, prazo de entrega etc. é a classe A. A Produção faz sua classificação em função da complexidade da fabricação, custo da matéria-prima, tempo de processamento etc. gerando suas classes ABC.
Da mesma forma, a Logística procede em seus estoques, centrando seja pelo giro no estoque, por % de faturamento, por valor absoluto etc.
-Um número significativo de empresas industriais nacionais e internacionais tem tratado a questão dos estoques envolvendo apenas matérias-primas, componentes e serviços. Ou seja, a disponibilização de ferramentas apenas na base de conhecimentos quantitativos, desprezando os aspectos qualitativos.
-A análise meramente quantitativa pode trazer distorções perigosas para a organização, quando por sua vez não considera a importância do item em relação à operação do sistema como um todo. 
 A gestão dos estoques por métodos mais complexos, como o da criticidade visa entender se o item é indispensável a que grau para o processo a que se destina.
*Análise de Criticidade
A Análise da Criticidade tem sua origem da gestão da qualidade, ou seja, está diretamente ligada ao poder que determinado item terá nas operações a serem executadas pela empresa, o que possibilita uma avaliação adicional dos processos desempenhados.
E tudo isso será determinante para a imagem que a empresa apresentará frente a seus clientes, demonstrando, em sua execução, a necessidade e/ou a facilidade de substituição de um item por outro e na velocidade com que todo o processo é desempenhado (Juran, 1995).
*Dois parâmetros são utilizados para o entendimento da criticidade de um determinado item neste processo:
-o primeiro deles é a frequência de ocorrência de falha para aquele item (que pode ser classificada em muito alta ou frequente, alta ou razoavelmente provável, moderada ou ocasional, muito baixa ou extremamente improvável); 
-o outro é a severidade, indicando o quão severo é para o processo produtivo a ocorrência daquela falha (que pode ser catastrófica, muito séria, séria, significante ou pequena).
Usando o conceito de criticidade dos itens do estoque, os itens podem ser classificados em três grupos:
Materiais Z
Críticos. Itens cuja falta provoca a interrupção da produção, cuja substituição é difícil ou não existem fornecedores alternativos; são aqueles materiais cuja falta causará uma interrupção no processo produtivo da empresa, são, dessa forma, imprescindíveis.
Materiais Y
Pouco críticos. Itens cuja falta não exerce efeito na produção em curto prazo; 
fazem parte dessa categoria aqueles itens cuja falta não irá provocar efeitos em curto prazo, sendo que são importantes, mas sua falta não irá impedir um procedimento, ou seja, podem ser substituídos por um breve período de tempo.
Materiais X
Não críticos. Todos os demais itens do estoque, que não entram na classe Z nem na classe Y e que podem ser facilmente substituídos.
Devemos entender ainda que a criticidade dos itens nos estoques vai variar de empresa para empresa dependendo do seu negócio, pois o nível de serviço a ser oferecido deve ser cumprido, quanto a quantidades disponíveis, qualidade dos produtos, prazos de entrega etc.
 Em suma, a criticidade de cada um dos itens está relacionada às características inerentes a cada empresa, adotando-se fatores que mais são influenciados na falta do item.
Aula 3
Parâmetros de Controle
*Os estoques, devem ser minuciosamente operados e controlados. Os parâmetros de controle dos estoques possibilitarão aos gestores executar e controlar o ressuprimento do mix de itens com mais segurança.
Hoje o grande desafio para os gestores de estoques é equilibrar as quantidades corretas de ressuprimento de mix de itens em estoques cada vez mais crescentes.
As quantidades a serem ressupridas  são  um fator estratégico para as empresas, visto que, um mau planejamento, operação e controle dessas quantidades, podem gerar custos indesejados as empresas.
Entende-se que quantidades desbalanceadas, sobras ou faltas são prejudiciais às finanças assim como a satisfação dos clientes para com a empresa.
O maior êxito estará em conseguir administrar e controlar os estoques com quantidades suficientes para o sucesso do negócio da empresa. Sabemos também que as demandasvariam e flutuam por motivos diversos, na maioria das vezes, por fatores que não dependem da administração interna que é executada.
Portanto, o perfeito entendimento e aplicação dos parâmetros que irão controlar o ressuprimento do mix de itens do estoque são fundamentais para uma boa gestão.
A gestão de estoques é considerada elemento fundamental para a redução e o controle dos custos totais e melhoria do nível de serviço prestado pelas empresas (Wanke, 2003, p. 11); constitui ainda uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem manuseados e bem controlados (Dias, 1997). 
Para Martins e Alt (2003), uma análise detalhada dos estoques é uma exigência pertinente a todo administrador de materiais. Isso se dá não somente em decorrência do volume de capital investido em estoque, mas, também, pela vantagem competitiva que a organização pode obter, dispondo de mais rapidez e precisão no atendimento ao cliente.
*o Controle é a etapa executiva da Gerência de Estoques. Nele encontramos aplicação prática para os elementos de planejamento previamente estabelecidos, havendo, ao mesmo tempo, um processo intensivo de realimentação que torna possível a efetivação de correções necessárias aos principais objetivos da função. 
O controle de estoques tem como meta principal a determinação do “quanto” se deve adquirir de materiais sujeitos a estoque, e “quando” fazê-lo, a fim de proporcionar a continuidade operacional de uma organização, seja no tocante a vendas, à produção, à prestação de serviços etc.
O controle de estoques é orientado, basicamente, a partir de informações relativas à demanda, aos custos, ao mercado fornecedor e aos prazos de entrega para cada item estocado; sendo obtidos através do processamento de tais informações, os dados necessários ao estabelecimento dos níveis de estoques mais adequados sob os pontos de vista operacional e econômico.
*O controle de estoques poderá ser exercido com base em 2 métodos:
• Métodos das quantidades fixas
• Métodos das revisões periódicas 
Neste momento, se faz importante conceituarmos os parâmetros que se compõem nas ferramentas indispensáveis para a efetivação do controle de estoques, que, na maior parte dos casos, são comuns aos dois métodos de controle já citados.
Para efeito meramente didático, sem que, entretanto se tenha prejuízo na vida prática, consideraremos os referidos parâmetros com base nos métodos das quantidades fixas, referindo-nos, quando necessário, à equivalência no outro método.
*Demanda ou consumo
É a quantidade de material requerido para o atendimento das necessidades de produção, de comercialização, de prestação de serviços, dos programas de investimento, do consumo administrativo etc., relacionada a uma determinada unidade de tempo (ano, semestre, trimestre, mês, semana, dia). 
 Ao longo do período, a demanda apresenta determinadas características conforme já discutimos anteriormente.
*Quantidade de ressuprimento ou de reposição
É a quantidade de material que deve ser adquirida para completar o nível de estoque operacional. É destinada a atender a demanda prevista em determinado intervalo de tempo.
*Intervalo de ressuprimento
É um período pré-estabelecido pela Gerência de Estoques, que corresponde, aproximadamente, ao intervalo de tempo decorrido entre duas quantidades de ressuprimento sucessivas. Também pode ser denominado “Ciclo de Ressuprimento”. 
Este último parâmetro é de alta significação para a gestão dos estoques, pois o seu tamanho impacta diretamente na aplicação de recursos financeiros em estoques.
*Definições dos parâmetros de controle de estoque.
-Ponto de Ressuprimento ou de Reposição – PR 
É uma quantidade de material pré-determinada que, ao ser atingida pela ação da demanda, dá origem a uma solicitação de ressuprimento. No método das Revisões Periódicas, em vez da quantidade, é pré-determinado o intervalo entre solicitações de ressuprimento.
-Tempo de Ressuprimento (Lead Time) - TR 
É o intervalo de tempo decorrido entre a solicitação e a inclusão do material no estoque, seja este obtido por suprimento de outro departamento ou por aquisição. 
Neste último caso, a parcela de tempo mais significativa do TR é aquela devida ao fornecimento externo. 
Ao lado da demanda, o TR é um dos parâmetros críticos do controle de estoques, pois, em função deles calculamos outros elementos de controle que, em última análise, determinam o nível dos estoques.
-Estoque de Segurança ou de Proteção – ES 
É uma quantidade pré-determinada de material destinada a evitar ou a minimizar os efeitos causados pela variação da demanda ou do tempo de ressuprimento. 
 Este parâmetro é de grande importância, pois, na prática, tanto D como TR não se comportam como o esperado, havendo em muitas situações incremento não previsto de demanda e atrasos no fornecimento. 
 No caso de itens de demanda regular de pouquíssima variação de demanda e de fornecimento perfeito, não é aconselhável adotarmos o estoque de segurança. 
-Ruptura de Estoque (Stock-out) 
 É a situação em que o material existente chega a zero, depois de consumido todo o estoque de segurança. A partir deste ponto de ruptura, a ação continuada da demanda irá provocar falta de material e seu consequente custo.
*Método das quantidades fixas
-Nível de Ressuprimento – NR
É um estoque potencial, isto é, corresponde à soma do material existente com aquele a ser recebido. 
Podemos também considerar o NR como objetivo quantitativo de controle, ou seja, aquele limite além do qual há excesso de material para as necessidades de estoque. 
O NR atinge o seu valor máximo no ponto de ressuprimento, decrescendo a partir daí até novo PR.
-Nível de Operação - NO 
É a quantidade, normalmente disponível, para atender à demanda atingindo o seu ponto máximo em cada ressuprimento.
-Estoque Médio - EM 
É uma quantidade de natureza teórica, equivalente a um resíduo do estoque não movimentado em determinado intervalo de tempo. Após vários ciclos de ressuprimento, ele corresponderá ao valor médio de Q acrescido do estoque de segurança. 
*Método das quantidades fixas 
Este método, por sua simplicidade operacional, é o mais empregado no Controle de Estoques. Também é conhecido como “máximos e mínimos”. Nele o ponto de ressuprimento (PR) é pré-estabelecido, assim como a quantidade de ressuprimento (Q). 
 Em consequência da variação da demanda, o intervalo de ressuprimento torna-se variável, embora venha, ao longo do tempo, situar-se em torno de um valor médio próximo a razão entre Q e D. 
*As principais vantagens deste método, e que o tornam tão popular, são: 
-Automação do processo de ressuprimento através de PR e Q prefixados, facilitando a utilização do processamento eletrônico de dados. 
 -Estimulo ao uso do Lote Econômico de Compra (LEC).
-Não exigência de mão de obra altamente qualificada para a sua execução, reduzindo, portanto, os custos administrativos. 
 -A revisão dos principais parâmetros variáveis (D e TR) é feita com mais frequência apenas para os itens de classe A.
*Lote econômico de compra (LEC)
Esta técnica está fundamentalmente baseada em dados econômicos matematicamente estudados, embora na sua aplicação sejam utilizados processos elementares de cálculo.
 Sem nos atermos nos pormenores das definições, podemos distinguir dois elementos no estoque total de determinado item:
-Uma parte ativa denominada estoque “ativo” que evolui entre um máximo e um mínimo; 
-Uma parte inativa, constituída pelo estoque “paralisado”, cujo nível é mais ou menos constante ao longo do tempo. Esta parte é improdutiva por natureza, e serve apenas para evitar rupturas no estoque. É o estoque se segurança ou proteção.
É claro que os volumes do estoque ativo e do estoque de segurança, cujo conjunto constitui o estoque total, estão interligados, tendo ambos os mesmos parâmetros de intervalo de ressuprimento, tempo de ressuprimento, demanda, desvios nos tempos de ressuprimento e demanda etc.
Entretanto, é mais fácil estudá-los separadamente,começando por meio de uma otimização do estoque ativo, considerando o estoque de segurança como um dado à parte, para em seguida calcular o seu melhor nível.
Concluindo, trata-se de fixar a melhor data e quantidade mais adequada na emissão de um lote de compras e a definição de um nível de segurança que permita cobrir o risco de ruptura que se queira aceitar. 
 O Lote Econômico de Compras (LEC) é uma determinada quantidade de material, que ao ser encomendada, propiciará o menor custo operacional de se adquirir e manter os estoques.
*Giro de Estoque
-Outra forma importante do gerente avaliar o estoque é através do giro ou rotatividade dos itens que o compõe. 
O giro é a relação entre a quantidade movimentada (vendida) de certo item pela quantidade deste mesmo item que permaneceu paralisada, no estoque, em um determinado período de tempo. 
Através desse parâmetro as empresas podem determinar o giro de seus itens de acordo com a sua classificação ABC, e ainda tomar medidas que visem à elevação da movimentação de um determinado item ou até de uma série de itens que não venham tendo uma rotatividade interessante. 
Portanto, a fórmula para o cálculo da rotatividade (R) será:
R = Qv / Qe  
onde:
Qv – Quantidade vendida num determinado período de tempo 
Qe – Quantidade que permanece em estoque no mesmo período
 Pode-se observar que quanto maior a rotatividade, mais “saudável” será o nosso  estoque.
Aula 4
Inventários e Acuracidade
*Os inventários são uma ferramenta fundamental para o controle dos estoques. Eles podem ser considerados uma auditagem das operações dos estoques. Através dos inventários, é obtida a acuracidade dos itens estocados.
*Inventários
Os inventários são na verdade uma contagem. Levados aos estoques, são ferramentas de controle fundamental para a garantia de que as informações, principalmente de saldos, estão exatas. 
Na execução do inventário, vai-se obter um saldo chamado “saldo físico”, ou seja, aquele que se constatou fisicamente através de contagem.
 Esse saldo físico será confrontado e comparado com o “saldo contábil”, que é aquele que está no banco de dados da empresa e foi obtido através das inúmeras operações de entradas e saídas em um determinado período de tempo.
A eficiência da Administração de Materiais pressupõe a precisão dos registros dos estoques, bem como a real aplicabilidade e necessidade dos itens estocados.
 No intuito de garantir esses pressupostos, é usual e recomendável a realização de contagens físicas periódicas do estoque total, para que se possa verificar eventuais discrepâncias entre o estoque físico e o estoque contábil, assim como entre estoque registrado e estoque real.
*Inventários físicos
O processo de controle dos estoques é feito a partir de inventários físicos, ou seja, contagem das quantidades físicas ou existentes nos estoques. Essa contagem é comparada com as listagens e os relatórios contábeis dos estoques, que estão inseridos no banco de dados da empresa.
 O inventário realizado periodicamente permite a apuração das quantidades reais dos itens estocados, assim como do valor total do estoque para efeito de balanço e demais demonstrações contábeis financeiras.
 Permite também que os sistemas computadorizados de produção, como os de MRP, MRP II, ERP e similares, apresentem cálculos corretos da quantidade necessária de materiais a partir dos níveis de estoques corretos. Ainda demonstra se a disciplina de movimentação do estoque (FIFO/ PEPS, ou seja, o primeiro que entra é o primeiro que sai) está sendo respeitada.
Obs.:
-O saldo físico é obtido pelo inventário.
-Já o saldo contábil é obtido através de inúmeras movimentações de entrada e saída durante um intervalo de tempo.
*Formas de fazer o inventário
Outra questão também bastante importante é quanto à forma de se fazer um inventário.
 Suponhamos que a empresa A controla seus estoques de forma totalmente manual, fazendo uso intensivo de papel.
 Já a empresa B fez um bom investimento em TI(Tecnologia da Informação); seus processos, tanto de entrada quanto de saída dos estoques, são executados através de leitura de código de barras por equipamentos específicos.
 Nesse caso, certamente as contagens da empresa B serão muito mais rápidas e precisas do que as da empresa A.
Quanto mais automatizadas forem as operações do estoque, mais ágeis e seguras serão as atividades do inventário.
Tipos de inventários
Existem dois principais tipos de procedimentos para inventários, e cada empresa escolhe o tipo que mais se adequa ao seu ambiente. São esses:
1 - Inventário geral
O inventário geral é um processo de contagem física de todos os itens da empresa em uma data pré-fixada.
É utilizado usualmente no fechamento contábil do exercício anual ou em inventários mensais/trimestrais, para o fechamento dos custos de produção ou verificação das informações do estoque.
As desvantagens deste tipo de inventário são:
-Muitos itens para contar em pouco tempo;
-Difícil coordenação, dependendo do número de itens e dos volumes;
-Dificuldade para realizar novas contagens, em caso de divergências;
-Falta de credibilidade nos estoques se a periodicidade for longa;
-Não orientado para as causas das divergências, e sim para ajustes;
-Empresa com operações paralisadas ou prejudicadas para realizar o inventário, envolvendo altos custos;
-Processo de interesse contábil e não das operações envolvidas nas atividades-fim da empresa;
-Desenvolvimento de um péssimo comportamento do pessoal envolvido, de que “o inventário depois acerta” qualquer problema que houver.
2 - Inventário rotativo
O inventário rotativo é uma contagem física, feita de maneira contínua, dos itens em estoque. Programa-se de modo que os itens sejam contados, de acordo com sua popularidade, a uma frequência normalmente diária.
É considerado um microinventário, já que as contagens e conferências são executadas priorizando os endereços ou famílias de produtos, como itens classe A.
Depois são contados os itens classe B, e finalmente os itens classe C, ou ainda a critério da empresa. 
Estas contagens são feitas normalmente na temporalidade diária, conforme já vimos, quase sempre ao iniciar o dia de trabalho, com o compromisso de todo o estoque ser inventariado em um prazo de um mês, quando se inicia novamente a contagem. 
É importante frisar que os ajustes e rastreamentos de faltas ou sobras vão sendo feitos continuamente na medida em que são detectados.
Suas principais vantagens são:
-Contagem frequente dos itens mais movimentados (popularidade);
-Orientado para prevenção dos erros, já que o objetivo fundamental é encontrar e conciliar as divergências;
-Contínuo aprimoramento das equipes, pela percepção da responsabilidade de manter os estoques permanentemente corretos;
-Monitoração contínua dos índices de acuracidade através de gráficos que permitam identificar quando houver desvios da normalidade nos processos de controle de estoque; 
-Realização das contagens em pleno funcionamento das operações.
Uma desvantagem que pode ser levantada é a dificuldade de utilizar os funcionários dos depósitos diariamente para fazer as contagens.
Nesse caso, o melhor é estabelecer uma pequena quantidade de horas diárias, em um horário de menor nível de operações para fazer o inventário rotativo de alguns itens. Pode-se ainda selecionar alguns funcionários que terão como atribuição única a operação e análise do inventário.
Dessa forma, não será prejudicado o andamento do trabalho.
Podemos citar também outro tipo de inventário, que é executado em situações específicas. 
3 - Inventário por amostragem
 É empregado em procedimentos de auditoria, valendo-se de uma abordagem estatística.
 Nesse caso, são contados apenas alguns itens que representem uma boa amostra do universo de itens da empresa. Pelo resultado da amostragem, infere-se se os métodos de controle estão sendo bem executados.
Este método é muito recomendado quando a acuracidade dos estoques é mantida através de inventários rotativos. Há uma exigência de auditoriaao final do exercício contábil, para que sejam feitos inventários gerais (que são então substituídos pelos amostrais).
*O Inventário é feito:
 Nos inventários, sejam eles gerais ou rotativos, as contagens costumam ser feitas por pelo menos duas equipes, a fim de garantir sua precisão e exatidão.
Porém, caso as contagens não coincidam, convoca-se uma terceira equipe de contagem, eventualmente uma quarta, até que se chegue à quantidade exata de cada item estocado, ou que fique realmente confirmada a discrepância.
Para garantir a eficiência do processo de inventário, recomenda-se especial atenção a alguns pontos, como:
-Arrumação física dos materiais, de modo a facilitar a contagem;
- "Cut off" (corte), mapa contendo todos os detalhes dos três últimos documentos (Notas fiscais, notas de entrada, requisição ou devolução interna de materiais etc.) emitidos antes da contagem física;
-Atualização e registros de estoque;
-Contagem do estoque, começando pela primeira equipe de contagem; depois a segunda equipe conta os itens novamente, mas de forma independente da primeira equipe (sem conhecer os resultados obtidos na primeira contagem), e assim por diante. É comum as recontagens serem efetuadas apenas nos itens que demostraram diferenças (positivas ou negativas);
-Reconciliação e ajustes, sempre que houver discrepância entre o estoque contábil e o inventariado. É também muito importante salientar que esses ajustes não possam ser feitos pela gestão do estoque, normalmente ficando esse encargo para as áreas financeiras/ contábeis.
*Análise dos resultados dos inventários
 Após o término do inventário, são emitidos relatórios contendo o resultado final da contagem. Nos inventários gerais, esse relatório reflete todo o estoque; no rotativo, demonstra os endereços ou famílias de itens que foram inventariados.
 Esses relatórios constam diversas informações, de acordo com a necessidade de análise de cada empresa. Já para aspectos de controle de estoques, interessam as discrepâncias.
Para que essas análises sejam feitas com exatidão e responsabilidade, é necessário que o sistema de informação da empresa permita um rastreamento correto e exato dos itens que tiveram uma diferença identificada.
Esse rastreamento deve verificar todas as movimentações de entrada e saída do item em referência e seu respectivo lote, desde o momento do inventário atual até a data do último inventário realizado.
 Daí nota-se que, em inventários com periodicidades muito longas (seis meses, 12 meses), esse rastreamento torna-se uma tarefa quase impossível.
-Diferenças positivas:
O pessoal da operação costuma dizer que esses itens, que verificaram uma diferença positiva entre o saldo físico e o contábil, estão sobrando no estoque.
Logicamente essas diferenças são oriundas de um erro de movimentação na entrada ou saída do item no estoque.
-Diferenças negativas:
Essas diferenças, assim como as positivas, podem indicar um erro de movimentação ou ainda um extravio do item em algum momento.
Esse extravio será constatado depois que o rastreamento não verificar nenhum erro de movimentação do item.
Na hipótese de ser configurado um extravio, a recomendação é que a situação seja imediatamente relatada ao reporte superior e que o caso seja então passado para a área de segurança patrimonial.
*Acuracidade dos estoques
Acuracidade de estoque é um indicador da qualidade e confiabilidade da informação existente nos sistemas de controle, contábeis ou não, em relação à existência física dos itens controlados.
 Quando a informação de estoque no sistema de controle, informatizado ou manual, não confere com o saldo real, dizemos que este inventário não é confiável ou não tem acuracidade.
-A falta de confiabilidade nas informações afeta todos os setores da empresa, desde o nível gerencial até o operacional. Uma informação errada dos saldos em estoque pode levar a uma decisão equivocada na área de planejamento de estoques ou compras, atrasar a produção ou até mesmo ocasionar a falta do produto para o cliente.
*Coeficiente de tolerância de diferença
A tolerância é o grau de aceitação do erro, isto é, da divergência conceituada no item anterior, sem que este desvio seja ajustado.
Quando acontecem erros na confrontação dos registros de estoque com as quantidades físicas existentes, algumas pessoas preferem colocar a culpa pelos erros no sistema informatizado da empresa, como se este conseguisse trabalhar sozinho.
 Se as informações estão erradas, é porque o sistema não está sendo utilizado da maneira correta. Portanto, a culpa é dos usuários que não colocam as informações corretas no sistema.
 Não será a implantação de sofisticados sistemas de processamento de dados que aumentará a precisão das informações de estoque.
 O estoque é responsabilidade de todos os envolvidos direta ou indiretamente com os itens, desde o cadastramento até a entrega ao usuário final.
Algumas empresas, dentro de sua realidade, que vai depender normalmente do histórico de diferenças nos inventários e valor agregado dos itens, estabelecem parâmetros de tolerância de erro.
Isso quer dizer que se, depois de apurado o resultado do inventário, havendo erro, ele estiver dentro do coeficiente preestabelecido, não há necessidade de rastreamento dos itens onde foram verificadas as discrepâncias. Portanto, não se faz necessária a justificativa daquelas diferenças.
No exemplo anterior, a diferença encontrada foi de 0,2%. Se esse resultado estiver dentro do padrão estabelecido para a tolerância, pode-se afirmar que esse inventário foi satisfatório.
Aula 5
Trade – OFFS
*Os trade-offs vão trazer aos gestores de estoques, as referências mais importantes quanto aos seus custos relacionados a outros fatores como, transportes, nível de estoques etc.
*O trade-off está diretamente relacionado com os objetivos da logística. Para Ballou (2001), "trade-off ou compensação de custos é o reconhecimento de que os padrões de custos das várias atividades da empresa frequentemente revelam características que as colocam em conflito mútuo".
Decisões de melhorar e padronizar os processos, no nosso caso, de estocagem, analisar os desperdícios, centrar nos clientes, adquirir tecnologia e equipa-mentos, ou capacitar os colaboradores, para alguns gestores, são custos.
Porém, para aqueles profissionais que possuem visão holística e sistêmica do negócio, que buscam melhoria contínua e querem que suas organizações perpetuem no mercado, essas decisões são benefícios que ajudam as organizações a alcançarem a visão, as metas estratégicas (curta, média e longo prazo) e os objetivos traçados, ou seja, maximizar o lucro.
Portanto, trade-off pode ser entendido como a relação entre os custos para melhoria de algo que trará benefícios futuros para a empresa.
As empresas modernas, motivadas e obrigadas cada vez mais a reduzirem seus custos, têm a tarefa difícil de redução de seus estoques sem que essa redução possa prejudicar o nível de serviço ao cliente, que quando relacionados aos estoques, traduz a capacidade de atender aos pedidos de forma imediata com material disponível em estoque.
Para manter esse nível de serviço a bom termo, custos são gerados e devem ser comparados. Essa comparação reflete-se nos trade-offs, que quer dizer aproximadamente “troca compensatória”, ou seja, um determinado custo gerado deve ser compensado mais adiante de alguma forma.
Aumentar o nível de serviços em logística acarreta aumentar os custos logísticos de forma acelerada. Com o aumento de custos, reduz-se o valor receitas, decrescendo o lucro. Há, assim, do ponto de vista estritamente econômico, uma situação lucro máximo, que indica um nível de serviço determinado.
O nível de serviço de um sistema logístico pode ser dimensionado em função deste ponto de máximo lucro, mas deve ser avaliado se se trata de um nível de serviço aceitável para manter mercado.
Os trade-off, em Logística, são elementos que devem ser tratados de forma global, ou seja, com a visão do ciclo completo de suprimentos, com o conceito do custototal. Não há sentido no tratamento de trade-off em parcelas de ciclos, uma vez que ganhos aparentes em fases podem ser compensados em fases contíguas, por vezes de forma natural.
Assim, portanto devem ser analisados os processos que envolvem a gestão dos estoques para se ter a verdadeira visão dos custos envolvidos e suas compensações.
Os trade-offs podem ser também analisados sobre o ângulo de custo de oportunidade.
*Custo de oportunidade
Podemos afirmar que o “custo de oportunidade” equivale ao possível ganho que o indivíduo obteria pela escolha da segunda melhor opção em uma decisão qualquer.
Considerando que o agente econômico toma decisões racionais, ele opta sempre pela melhor opção e abre mão do ganho ou remuneração que receberia pela escolha da segunda melhor opção.
Merece destacar que o “custo de oportunidade” tende a ser observado, nas situações de trade off, ou seja, nas circunstâncias em que o agente econômico precisa escolher uma dentre duas ou mais opções conflitantes. Nesta situação, ele elenca as vantagens de cada uma das opções e escolhe aquela que se apresenta como a melhor, sempre comparando o ganho inerente à opção escolhida com a recompensa ou o ganho que receberia pela escolha da segunda melhor opção.
O conceito de custo de oportunidade se refere a uma possível perda de rendimentos ou não geração de lucratividade pela escolha de um investimento em detrimento de outro. 
Pode ser calculado fazendo-se a diferença entre um investimento e outro e dos resultados que cada um deles iria gerar. Para se analisar esta diferença é preciso considerar as possíveis receitas e os custos das duas alternativas. 
 No caso específico dos estoques, deve-se considerar o custo de oportunidade com relação a outro investimento que a empresa pudesse ter feito em detrimento da formação de um estoque.
Como exemplo, podemos tomar uma empresa que decide aumentar a sua frota de distribuição, ao invés de investir em estoques. Claro que essa decisão deve ser muito bem planejada, pois não ter ou ter um pequeno estoque pode se refletir diretamente no nível de serviço que a empresa oferece, ou seja, o prazo de entrega dos pedidos pode aumentar e se a performance da concorrência for melhor, a perda de mercado é certa.
*Trade-off estoque x nível de serviço
O nível de serviço oferecido especificamente pelos estoques se traduz na capacidade de atendimento de pedidos de forma imediata através dos itens que estão disponíveis em estoque.
A elevação desse nível de serviço, que é também uma elevação do nível de estoque traz uma elevação natural dos custos, pois eles impactam os estoques e são proporcionais ao tamanho deles. 
 A análise do trade-off, entre o estoque e o nível de serviço por ele apresentado, é bastante importante para que se possa ressuprir o estoque de forma a que esse não gere custos inoportunos.
O custo do não serviço pode ser entendido também como o custo da falta no estoque.
O custo total normalmente se encontra na intercessão entre a curva do custo e a curva do não serviço, essa seria a posição ideal (nível de estoque).
*Trade-off estoque x armazéns
Esse também é um trade-off importante, pois os estoques têm uma dependência direta e proporcional com os armazéns, que são espaços físicos que preveem grandes investimentos e geram muitos custos.
 A análise desses custos, com relação aos armazéns, torna-se fundamental para a gestão dos estoques e para o negócio da empresa.
Aula 6
Armazéns e Estoques
*Os armazéns são os espaços onde são guardados os estoques. Esses "espaços" envolvem investimentos substanciais e geram custos para que tenham um bom funcionamento e produtividade , portanto , planeja-los e opera-los de forma correta é indispensável para o êxito do processo e da empresa.
A armazenagem é um dos requisitos mais importantes da cadeia de suprimentos, pois identificamos algum tipo de armazém ao longo da cadeia, nos diversos elos da cadeia produtiva. 
Nos almoxarifados, depósitos nas áreas produtivas e principalmente nos armazéns de estocagem de produtos acabados, uma administração exata e controles efetivos são fundamentais.
*Planejamento da armazenagem
Flexibilidade operacional - Possibilita que as operações de armazenagem sejam modificadas/ alteradas sem grandes transformações. Podemos exemplificar com os armazéns gerais. A flexibilidade operacional é a capacidade do armazém de adequar e alterar suas ações de acordo com as necessidades dos clientes. Nos armazéns sustentáveis, a flexibilidade operacional não pode de forma alguma contrariar os conceitos de sustentabilidade.
 Na flexibilidade operacional, devem estar planejadas as formas de armazenamento, de importação de pedidos, horários de atendimento e horários de carga/ descarga de veículos. Enfim, todas as atividades relativas à armazenagem devem ser planejadas de forma a aceitar mudanças, sem que haja acréscimos substanciais de tempo e custo, respeitando sempre os conceitos de sustentabilidade.
Os armazéns devem ser projetados em módulos, de forma a permitir um acréscimo futuro de sua área útil, e que não haja espaço ocioso, consumindo assim recursos de forma indesejada. Dessa forma, as áreas para armazenagem de produtos especiais, perigosos ou sazonais, que normalmente levam à ociosidade, não necessitarão existir de forma constante. Outra questão importante deve-se ao fato de a ocupação/ giro do armazém ser a mais rápida possível.
 O aproveitamento do armazém em cargas que giram mais rapidamente é notadamente mais vantajoso para a empresa; assim, a taxa de ocupação e o giro das mercadorias armazenadas devem ser os mais altos possíveis, respeitando-se a capacidade estática da instalação.
*Simplificação do fluxo – O fluxo operacional do armazém deve ser simples, racional e funcional, pois assim os operadores terão maior facilidade em assimilá-los. No planejamento de um armazém, devemos imaginar que os operadores que ali trabalharão devem ter suas tarefas simplificadas. As rotinas de trabalho devem ser as mais racionais possíveis, sem que haja prejuízo ao processo. Nesse aspecto, faz-se fundamental um layout bem definido nas operações corriqueiras do armazém.
 As áreas mais frequentes de movimentação, aquelas que abrigam mercadorias de maior giro, devem estar situadas sempre o mais próximo possível da entrada/ saída do armazém, a fim de evitar deslocamentos constantes a longas distâncias. Itens de menor giro deverão, ao contrário, estar armazenados em áreas de menor frequência de visitação, normalmente no final do armazém.
Grandes estoques necessitam de grandes áreas de armazenagem; portanto, na medida do possível, deve-se aumentar a frequência de recepção/ expedição em quantidades menores a grandes volumes em menor frequência. Fluxos de direção, de recepção e de expedição devem ser bem planejados. Fluxos em direção única aumentam as distâncias a serem percorridas dentro da instalação. Por outro lado, docas de recepção e de expedição muito próximas trazem problemas de segurança nos momentos de carga e descarga.
 Para que a situação de docas adjacentes tenha a concepção de entrada e saída, o armazém deve ser dotado de equipamentos, como portas travadas, para impossibilitar dolos. Corredores de acesso estreitos aumentam as áreas úteis para armazenagem, mas têm a tendência de aumentar os estoques e diminuir a fluidez dos equipamentos de movimentação em sua circulação. Assim, pode-se aumentar os tempos de deslocamento e aumentar o índice de acidentes e danos às mercadorias.
-Otimização do espaço físico – A essência de um armazém é o espaço que ele destina à guarda de mercadorias; portanto, é preciso eliminar ao máximo as perdas ou quebras de espaço, com o intuito de melhor aproveitar sua área útil. Da mesma forma, devemos verticalizar a armazenagem sempre que possível.
Na figura, podemos observar a verticalização e o perfeito aproveitamento dos espaços para armazenagem, onde os estoques estarão protegidos de danos e com facilidade para o controle.
-Otimização de equipamentos/ mão-de-obra – Os equipamentosdevem ser adequados com os itens estocados, para que não haja perda de tempo, tampouco danos/estragos nas mercadorias ou menos acidentes com os operadores. Da mesma forma, a mão-de-obra deve ser bem treinada para as operações.
-Controle – Não há gestão sem controle; portanto, em todo e qualquer processo os controles são fundamentais para o balizamento das operações.
-Mecanização/ automação – A mecanização auxilia as movimentações de armazenagem, e a automação, além de melhorar a performance das movimentações, trazendo maior agilidade e segurança e auxiliando bastante nos controles da armazenagem.
*Funções da Armazenagem - A função precípua do armazém é a de manter as características originais das mercadorias lá estocadas. Algumas outras funções importantes também devem ser consideradas para uma armazenagem adequada:
• Amortecer atrasos entre o fornecimento e a distribuição física;
• Compensar procura e oferta de safras, para consumo regular durante todo o ano;
• Manter estoques reguladores;
• Gerar escala nas compras e transporte;
• Finalizar alguns processos de fabricação (frutas antes  da distribuição aos atacadistas);
• Consolidar, marcar e separar cargas;
• Facilitar roteirização e despacho a clientes.
*Tipos de produtos e armazéns utilizados
-Pequenos volumes, frágeis e baixo peso unitário - Pé-direito alto, com prateleiras, gavetas ou gaiolas. Movimento horizontal com carrinhos e contêineres e movimento vertical com prateleiras.
-Grandes volumes de elevado peso unitário (máquinas, siderúrgicos etc.) - Grandes portas e vãos livres, pé-direito médio, com pontes rolantes, guindastes sobre trilhos e/ou similares, fácil acesso de empilhadeiras.
-Mercadorias verdes (grãos ensacados, madeira, etc.) passíveis de condensação - Dispositivos para ventilação natural ou forçada.
-Mercadorias congeladas - Paredes forradas com materiais isolantes, sistema de refrigeração, câmaras frigoríficas isoladas e túneis de congelamento.
-Mercadorias com baixo ponto de fulgor ou deterioráveis no calor (acetato, filmes, fármacos etc.) - Climatizados, com ar-condicionado nas áreas de armazenagem.
-Mercadorias deterioráveis no frio (plantas ou animais vivos etc.) - Armazéns com sistemas de calefação (estufa). Os armazéns devem ter um layout onde todos os seus espaços estejam devidamente identificados; chama-se esse aspecto de endereçamento do armazém.
O endereçamento propicia agilidade na retirada das mercadorias no momento do picking  (Retirada de mercadorias para atendimento de pedidos).
*Separação e endereçamento - No planejamento da separação e endereçamento das mercadorias no interior do armazém, devem ser considerados os seguintes aspectos:
-Peso e dimensões unitários;
-Cuidados, restrições de empilhamento, segregação e incompatibilidades;
-Tipo de manuseio e equipamento adequado;
-Lotes, marcas e contramarcas;
-Expedidor ou consignatário;
-Destino e modal de transporte;
-Tempo de permanência aproximado;
-Outros elementos pertinentes (mercadorias de alto giro, frágeis etc.).
*Caracterização dos itens estocados
-Peso
Determina o tipo/capacidade dos equipamentos adequados à sua movimentação.
-Volume
Determina o espaço ocupado nos armazéns, pátios ou equipamentos de transporte.
-Dimensões
Podem exigir cuidados especiais, quando muito longas ou largas.
-Valor
Responsabilidade pela incidência de falta/ avaria.
-Fragilidade
Possibilidade de deterioração e/ou contaminação, exigindo cuidados especiais no manuseio, transporte, armazenagem e estivagem. É o potencial que a carga tem de perder suas características originais.
*Riscos sofridos pelos itens estocados
Mecânicos: vibração, trepidação, frenagens, compressão, oscilações, atrito e impactos;
Físicos: equipamentos, armazenagem, empilhamento ou manuseio inadequado;
Climáticos: calor, frio, umidade, condensação, salinidade e mofo;
Contaminantes: deterioração, manchas, odores e infestações por vetores;
Humanos: vício próprio, negligência/imperícia no manuseio, dolo, roubos e furtos;
Imponderáveis: causas fortuitas (enchente, descargas elétricas, incêndios).
Aula 7
Custos dos Estoques
* Os estoques são fundamentais para o negócio da empresa. Porém, eles devem ser muito bem administrados, pois são capazes de produzir custos bastante representativos.
*Custos dos estoques
Custos  - São gastos relacionados aos sacrifícios dos recursos ocorridos no processo produtivo. “Custos logísticos são os gastos de planejar, implementar e controlar todo os estoques de entrada (inbound), em processo e de saída (outbound), desde o ponto de origem até o ponto de consumo, passando pela movimentação nos armazéns e transportes”. 
Investimentos - Contemplam os recursos comprometidos para funcionamento específico. São gastos ativados, ou seja, fazem parte do ativo da empresa. 
Perdas - Estão associadas aos bens ou serviços consumidos de forma anormal ou involuntária, algo inesperado, como obsolescência dos estoques ou falhas e desperdícios ocorridos no processo.
Classificação dos custos logísticos
Quanto ao relacionamento com o objeto (fornecedor, cliente, produto, regiões ou canais de distribuição).
-Custos direto - Aqueles que podem ser diretamente apropriados a cada tipo de objeto, pela sua fácil identificação e mensuração (ex.: custos de transportes).
-Custos indiretos - Aqueles que não podem ser apropriados diretamente a cada tipo de objeto, por estarem indiretamente associados a ele (ex.: custos com TI).
-Custos fixos - São os custos cujas alterações não se verificam como consequência de variação no volume da atividade logística (ex.: custos com armazenagem própria, mão-de-obra mensalista).
Custos variáveis - São custos que variam em função do volume da atividade logística (ex.: combustíveis no transporte próprio, frete).
Custos semivariáveis ou semifixos - São custos que têm uma parcela variável e outra fixa (ex.: mão-de-obra que recebe um salário fixo, mais comissão por produtividade).
Custos controláveis e não controláveis
Os custos controláveis são aqueles influenciados pela decisão e ação de um gestor e podem ser identificados ao objeto ou rastreados em determinado processo/ atividade.
Ao contrário, o custo não controlável não pode ser influenciado pela decisão de um gestor.
 Por exemplo: o gestor de Logística pode controlar os custos de transporte e armazenagem, mas não pode controlar os gastos com a segurança e a limpeza do armazém, que também são utilizados por outras áreas da empresa.
Quanto ao relacionamento com o processo de gestão (imprescindível à gestão logística)
Custo de oportunidade - Representa o quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração, por ter aplicado seus recursos em uma alternativa em vez de em outra.
Como exemplo, podemos citar uma empresa que aplica seus recursos em operações no mercado financeiro, em vez de investir em estoques ou outros ativos logísticos.`
Quanto ao relacionamento com o processo de gestão.
Custo relevante - Não é necessariamente o que foi incorrido no passado, mas aquele que se espera incorrer no futuro para um determinado nível de serviço.
Os trade-offs enquadram-se na categoria de custos relevantes. Podemos tomar como exemplo a escolha do modal de transporte, que se reflete no custo das embalagens e de manutenção dos estoques (trade-off).
Custos irrecuperáveis (sunk costs) - São custos incorridos no passado e que não são relevantes para decisões no presente, pois não se alteram em função das decisões.
Custo marginal ou diferencial - Considera-se um custo extra, associado a uma unidade adicional.
Podemos exemplificar com a escolha de modal de transporte, em que a alternativa que tiver o melhor resultado econômico, ou seja, a melhor solução logística, deve ser a adotada.
Custos ocultos - São custos que não são visíveis aos gestores, mas que afetam o resultado econômico da empresa. Ocorrem em condições anormais de operação, associados ao conceito de perdas, tais como falhas e desperdícios nos processos logísticos.
Podemos citar como exemplos: superprodução (gerandoestoques desnecessários), defeitos, esperas e atrasos, acúmulos de material em processo, transportes internos, ações que podem gerar movimentação desnecessária e processos que muitas vezes necessitam ser modificados para serem eficientes.`
Custo padrão - Custos considerados dentro da normalidade, como os materiais, mão de obra, equipamentos e outros.
Custo meta ou alvo (target cost) - É aquele em que, a partir do preço do mercado do produto/ serviço, e tendo definida a margem de lucro desejada, a diferença é o custo meta.
Custo no ciclo de vida - Atualmente, os produtos têm seu ciclo de vida cada vez mais curto, e o tempo é a base para a competitividade, um elemento de diferenciação.
O gestor deve estar atento às diversas etapas do ciclo de vida do produto.
Observação: formam o ciclo de vida do produto: criação, crescimento, maturidade, e declínio, quando então será descontinuado.
Fatores que contribuem para os custos com armazenagem e estocagem
Características de recebimento: contemplando volumes por grupo de produto, modo de transporte, características da carga etc.;
Características de acondicionamento (estocagem – quantidade/ pallet, empilhamento dos pallets, temperatura requerida etc.);
Características de seleção de pedido ou embarque: volume por grupo de produto, quantidade do lote de pedido, modo de transporte, taxa de atendimento de pedido (OTIF) e tempo de atendimento (entrega);
Necessidades de etiquetagem/ identificação;
Características de reembalagem (bens danificados, especiais ou perigosos);
Necessidade de mão de obra direta e de equipamentos;
Necessidade de recursos indiretos (supervisão, manutenção de equipamentos, limpeza, segurança, suprimento etc.)
Custos de embalagens que impactam os estoques
Tipos de embalagens para operações logísticas:
Invólucros diversificados: Caixas de madeira ou papelão, sacas, tambores etc. São os mais comuns, onde são movimentados sem outro invólucro especial.
Pallets: Estrados de madeira, plástico (slip sheets), metal (shrink) ou papelão, necessitando de empilhadeiras ou carrinhos para mover a carga para transporte.
Contêineres: Normalmente de aço ou alumínio, utilizadas, principalmente, na importação e exportação de produtos.
• O controle de estoque depende da identificação que normalmente é afixada na embalagem do produto;
• Viabiliza a rapidez na separação dos pedidos, pela identificação e facilidade no manuseio;
• O custo de manuseio e movimentação do produto depende da capacidade de utilização e das técnicas aplicadas;
• Os custos de transporte e de armazenagem são influenciados pelas dimensões e densidade das unidades embaladas;
• A qualidade do serviço prestado ao cliente também depende da embalagem, para manter especificações de qualidade durante a distribuição e atender às legislações ambientais vigentes.
* Custos de manutenção dos estoques
Os estoques são ativos tangíveis, adquiridos ou produzidos por uma empresa, visando sua comercialização ou utilização própria em suas operações. O nível de estoque a ser mantido depende do nível de serviço objetivado e da política a ser adotada pela empresa, e essa decisão está relacionada à incerteza na demanda ou no fornecimento. Na Logística, algumas visões sobre estoques diferem dependendo da área interessada:
• Vendas e Marketing pretendem que os estoques deem suporte necessário a seus clientes;
• Produção pretende atender ao volume programado;
• Compras, por sua vez, deseja manter o menor custo possível por unidade comprada.
A redução dos níveis de estoque, sem uma análise preliminar do grau de eficiência dos fornecedores, clientes, transporte, do armazém e do processamento de pedidos de pedidos, pode gerar um aumento no custo logístico total. Os custos de manutenção dos estoques devem incluir somente aqueles que variam com os níveis de estoque e que podem ser agrupados em:
• Custo de capital (oportunidade) - O estoque exige capital que pode ser utilizado para outros investimentos. Para estabelecer o custo de oportunidade do capital empatado nos estoques, deve-se buscar apenas o montante correspondente ao desembolso feito pela empresa na aquisição de materiais, mão-de-obra direta e outros que variam em relação ao volume de produção. Ao investir em estoques, a empresa renuncia a taxa de retorno que poderia obter com mais investimentos, em outras alternativas. A determinação da taxa de oportunidade mais adequada ao custo de oportunidade de manter estoques é inerente ao tipo de investimento que se faria, caso os recursos não fossem aplicados em estoques.
• Custos de serviço do estoque (impostos e seguros) - Os custos de serviços dos estoques incluem os custos com impostos e seguros. No Brasil, não existem tributos incidentes sobre os estoques. No que diz respeito aos seguros, estes incidem sobre o valor dos estoques, por um determinado período de tempo, em função do risco ou exposição ao risco a que o material está exposto. Produtos com maior valor agregado ou materiais perigosos têm custo de seguros mais elevados.
• Custo de armazenagem (estocagem) - Quando houver custos variáveis em relação ao espaço de armazenagem, como no caso de armazéns públicos/ gerais ou alugados, onde o custo é calculado em função do volume estocado, devem ser considerados custos de manutenção dos estoques. Todos os custos de armazenagem própria ou terceirizada e que não variam em função do volume de estoque são considerados fixos e não devem compor os custos de manutenção dos estoques, pois, conforme já mencionamos, somente os custos que variam com o volume estocado pertencem aos custos para manter os estoques.
Custos de risco dos estoques - Os custos de riscos dos estoques dependem do tipo de materiais e produto estocados e incluem:
Obsolescência/ deterioração - Costumam se relacionar ao ciclo de vida do produto e podem tomar várias formas: o estoque pode deteriorar-se, enquanto armazenado (perecibilidade, incêndio etc.); pode tornar-se tecnicamente obsoleto ou “sair da moda” (mudança de estação, tendência, sazonalidade).
Avarias - Quebras e danificação dos produtos nos estoques podem ocorrer nos subprocessos/ atividades de transporte e armazenagem.
Perdas - Envolvem possíveis roubos que requerem um aparato de segurança.
Realocação - Envolvem as transferências de materiais/ produtos entre armazéns, visando a evitar excessos em um armazém e obsolescência em outro. Esses custos podem ser considerados perdas efetivas para a empresa e não deveriam ser tratados como custos de manutenção de estoques, pois são custos irrecuperáveis (sunk).
Para se obter o custo total para manter o estoque, faz-se a somatória de todos os custos inerentes ao mesmo, sendo: custo de oportunidade , custos de serviço dos estoques, custos de armazenagem e custos de riscos.
Devemos considerar também os trade-offs entre outros elementos de custos, tais como transporte e armazenagem.
Os trade-offs dos custos de manutenção dos estoques, armazenagem e transporte são claros. 
Viagens frequentes entre armazém e varejista, por exemplo, podem significar menores lotes para embarque, custos de estoques baixos e custos de transportes altos.
Por outro lado, se houver menos viagens com embarques grandes, haverá maiores custos de manter os estoques e menores custos de transporte.
* Custos tributários
No Brasil, esses custos são extremamente relevantes em alguns segmentos da economia. Segundo o Portal Tributário, até março de 2005 havia 74 tipos de tributos, que podemos considerar associados direta ou indiretamente aos processos logísticos. 
Esses custos obviamente afetam os custos logísticos, caso não sejam recuperáveis.
Nos sistemas logísticos, o custo tributário é formado por tributos de vários tipos, tais como:
ICMS, ISS, PIS, COFINS, IPI etc.
Custos de nível de serviço
O nível de serviço ao cliente está associado ao que se deseja de resposta no próximo elo da cadeia, em termos de disponibilidade do produto/serviço (estoque), confiabilidade (qualidade) e desempenho (velocidade e consistência das entregas).
As maioresexigências de níveis de serviço podem requerer maior nível de estoque, pessoal envolvido, sistemas de informação, enfim determinar maiores custos logísticos.
Custos de vendas perdidas (custos de faltas/ rupturas ou stockout)
São relativos às vendas que não se concretizaram, em razão de falhas logísticas, em função de um problema na gestão de estoques, nos modos de transportes, na entrega atrasada ou em cancelamento de pedidos que comprometam o nível de serviço ao cliente.
Custo de falhas: Relacionam-se ao fato de a empresa incorrer em perdas anormais efetivas, decorrentes do mau funcionamento dos elos da cadeia de suprimentos. Uma falha é qualquer evento que afete a qualidade do produto/ serviço ou sua rentabilidade.
Custo do excesso: Podemos descrever como sendo o custo equivalente ao custo de manutenção de cada unidade em estoque, enquanto que o custo da falta é equivalente ao custo da venda perdida.
O ideal é que ocorra o equilíbrio e, para isso, as empresas necessitam estabelecer um estoque mínimo para que não ocorra a falta, bem como coordenem seus planejamentos de vendas, produção e compras, para que não ocorra excesso. Portanto, os custos envolvidos nos estoques são muitos e devem ser bem controlados para o sucesso da gestão dos estoques e da própria empresa.
Aula 8
Estoques e Transportes
*Os transportes são os maiores ofensores em custos na cadeia de suprimentos. Os estoques, devidamente balanceados, de forma a permitir que os custos com transportes sejam minimizados, são uma tarefa complexa, mas estritamente necessária. Vamos objetivar também os principais equipamentos utilizados nos transportes e movimentações internas.
*Estoques e Transportes
Os transportes são responsáveis pelo deslocamento de um produto, mercadoria ou carga, desde um ponto de origem até um ponto de destino.
 Esse transporte pode ser externo ou interno, ou seja, os pontos de origem e destino podem estar internamente à empresa, são os casos de movimentação interna que tanto impacta quanto é impactado pelos estoques.
Quanto ao transporte externo, ou seja, o ponto de destino é externo à empresa, os estoques também podem influir no custo daqueles, em função da quantidade de carga que será disponibilizada para o transporte. Nesse aspecto, também é muito importante a escolha do modal a ser utilizado.
Podemos afirmar que os transportes são fundamentais para os seguintes aspectos:
• Relacionado ao desenvolvimento da civilização moderna, integra o funcionamento de qualquer sociedade;
• Instrumento básico para viabilizar qualquer sistema econômico envolvendo trocas de mercadorias.
• Fomenta o desenvolvimento econômico de uma região, facilitando a incorporação de recursos naturais;
• Sua indisponibilidade pode inviabilizar uma região produtora, mesmo quando há demanda em outros locais;
• Estimula a produção industrial, eleva a produtividade e facilita o escoamento da produção.
*Capacidade do modal de transportes
1. Capacidade do modal:
Potencial de atender à demanda em um trecho específico, dentro de níveis de serviço fixados.
2. Capacidade teórica: 
Valor máximo nas condições existentes, impossível de ser obtido na prática.
3. Capacidade prática: 
Obtida nas condições-padrão da operação real, no patamar superior da operação otimizada.
4. Capacidade efetiva: 
Inferior à capacidade prática, é a que vem sendo obtida em circunstâncias reais, sem intervenções saneadoras.
5. Capacidade econômica: 
Intermediária entre a prática e a efetiva. É obtida quando se reduz o custo operacional de transporte ao mínimo, sem perda do nível de serviço.
Natureza e características da mercadoria: Nesse aspecto, será importante entender como é a carga, se granel, fracionada, resfriada ou congelada, perigosa etc.
Tamanho do lote: Aqui vai interessar saber o volume ou peso total a ser transportado.
Restrições do modal: Esse critério avalia se o modal tem restrições quanto a carga a ser transportada, por exemplo, carga perigosa não pode ser transportada por modal aéreo.
 Disponibilidade e frequência do transporte: Se o modal estará disponível no momento da necessidade do transporte e com que frequência é oferecido.
 Confiabilidade do tempo de trânsito: Se o modal cumpre com o prometido quanto ao tempo para a entrega.
 Valor do frete: Quanto será cobrado pelo frete (serviço de transporte), muitas vezes, o preço do frete inviabiliza uma transação.
Índice de faltas e/ou avarias: Esse critério vai buscar índices de avarias ou extravios provocados pelo modal.
*Natureza das cargas
Carga geral (fracionada): Mercadorias heterogêneas, em caixas, sacas, fardos, cartões, amarrados, tambores etc. Pode ser sub classificada como cargas especiais, contêineres e veículos. Cargas especiais são aquelas que exigem cuidados diferenciados e específicos como, por exemplo: Cargas frigorificadas; Animais vivos; Cargas perigosas. 
Carga a granel: Carga homogênea, sem invólucro/embalagem, na forma de sólidos, líquidos e gases.
Peso: Determina tipo/capacidade dos equipamentos adequados à sua movimentação.
Volume: Determina o espaço ocupado nos armazéns, pátios ou equipamentos de transporte.
Dimensões: Podem exigir cuidados especiais.
Valor: Responsabilidade pela incidência de falta/avaria.
Fragilidade: Possibilidade de deterioração e/ou contaminação, exigindo cuidados especiais no manuseio, transporte, armazenagem e estivagem.
Riscos sofridos pelas cargas
Mecânicos: vibração, trepidação, frenagens, compressão, oscilações, atrito e impactos. 
 Físicos: Equipamentos, armazenagem, empilhamento ou manuseio inadequados. 
 Climáticos: Calor, frio, umidade, condensação, salinidade e mofo.
 Contaminantes: Deterioração, manchas, odores e infestações por vetores.
 Humanos: Vício próprio, negligência/imperícia no manuseio, dolo, roubos e furtos.
 Imponderáveis: Causas fortuitas.
Manuseio:  Movimento interno de volumes pelo esforço humano
Movimentação: Movimento interno de volumes com equipamentos.
Transporte: Transferência externa de volumes, por sistemas mecanizados autônomos.
Armazenagem: Tempo de espera entre 2 movimentos (armazenagem estática). Se a espera for curta, a armazenagem pode ser sobre o equipamento até a fase seguinte (armazenagem dinâmica).
*Sistemas de Movimentação
Os sistemas de movimentação dizem mais respeito à armazenagem industrial. Os mais usuais são:
Estática & Dinâmica; Vertical & Horizontal; Interna & Externa; Alta Rotatividade & Baixa Rotatividade; Grãos & Minérios.
*Equipamentos Industriais
• Paleteiras e Transelevador;
• Ponte rolante, telescópica ou aérea;
• Empilhadeira com lança telescópica e implementos;
• Plataformas e rampas elevadoras ou basculantes;
• Robô para transferência;
• Veículos Automaticamente Guiados (AGV).
Embalagens e manuseio
Funções da Embalagem
As embalagens são, atualmente, item imprescindível na vida cotidiana, não dá para pensar os produtos sem a embalagem. 
As embalagens acompanharam o desenvolvimento humano e se adequaram às necessidades das pessoas e dos materiais, hoje, verificamos embalagens de múltiplos tipos e para as mais variadas necessidades.
As embalagens para a Logística têm papel fundamental e, em algumas vezes, estratégico. Desempenham o cumprimento das necessidades de proteção dos produtos e devem ser concebidas da maneira mais simples e racional para que tenham o menor custo possível por unidade.
Segundo alguns autores, as embalagens representam aproximadamente 2% do PNB, trazendo uma importância significativa para a economia do país. No Brasil, as perdas em exportação são muito altas, chegando a 15% da receita por deficiência nas embalagens, acarretando perdas dos produtos. 
 É preciso lembrar que a embalagem tem correlação com diversas operações logísticas que se integram, como:
• movimentação de materiais, 
• armazenamento, 
• manuseio e transporte.
Portanto, a embalagem deverá ser resistente o bastante para poder atravessar toda a cadeia de suprimentos e fazer com que o produto chegue intacto até o consumidor final.
Para o Marketing a embalagemtem a finalidade de promover a venda do produto, não importando em seu projeto, a proteção que ela proporcionará a este. Nas operações de armazenagem e transportes é onde as embalagens requerem mais resistência.
O índice de danos às mercadorias, nessas duas operações, é bastante significativo, principalmente em razão de dois aspectos: 
• embalagens inadequadas ao tipo de produto e 
• equipamentos que não condizem com o aspecto físico do produto.
É comum verificarmos diversos tipos de improvisações, no uso de equipamentos de movimentação, culminando por causar danos às mercadorias.
 A embalagem para a logística deve dar proteção ao produto, auxiliar na movimentação de carga e descarga de veículos, facilitar a armazenagem e também ter, em sua concepção, o conceito de sustentabilidade, proporcionando a sua reutilização, o que diminui drasticamente o descarte dos materiais que a compõe, na natureza, provocando aspectos prejudiciais ao meio ambiente e às pessoas.
Classificação das embalagens
Quanto à classificação as embalagens são definidas com referência a sua função, e podem ser:
Embalagem Primária - É aquela que está em contato direto com o produto que a contém.
Exemplos: Caixas de sabão em pó, leite, iogurte etc.
Embalagem Secundária - É a embalagem que visa dar proteção à embalagem primária. 
Exemplos: Um engradado de bebidas que visa dar proteção aos vasilhames que contém o produto.
Embalagem Terciária - São caixas de madeira, de papelão ou de plástico que embalam certa quantidade de unidades que já estão em suas embalagens primárias e secundárias.
Embalagens Quaternárias - São dispositivos que visam facilitar a movimentação na armazenagem. Exemplos: paletes e os contenedores.
Embalagens de Quinto nível - São as embalagens conteinerizadas e que atendem as necessidades de entregas a grandes distâncias, no Brasil, principalmente no modal marítimo, no caso de exportações e importações.
Aula 9
Nível de Serviço e Indicadores de Desempenho
*Os níveis de serviço são resumidamente as ações que a empresa implementa no intuito de beneficiar os clientes. Os indicadores de performance ou de desempenho são controles fundamentais para uma boa gestão dos estoques.
Nível de serviço e indicadores de desempenho
O nível de serviço dos estoques pode ser traduzido como a capacidade de atendimento dos pedidos recebidos de forma imediata. Uma fórmula matemática simples define esse parâmetro:
        pedidos atendidos no prazo
NS =  -----------------------------------------
        pedidos a serem atendidos
Porém, os estoques não são ilhas isoladas na cadeia de suprimentos, deles dependem de outras operações que vão impactá-los.
Portanto, é necessária uma avaliação integrada para podermos planejar, analisar e implementar os níveis de serviço que serão oferecidos aos clientes.
Podemos ainda definir como nível de serviço ao cliente, toda a ação que a empresa executar em prol do cliente, a fim de satisfazê-lo em seus desejos, anseios e necessidades.
É preciso, entretanto, que o cliente perceba o valor nesse serviço. Podemos tomar como exemplo uma rede de refeições fast-food que tenha imprimido o logotipo em seus guardanapos de papel. 
• Será que esse logotipo impresso leva algum valor ao cliente? 
• Ou perguntando de outra forma, o cliente deixaria de fazer suas refeições por falta de logotipo
   no guardanapo?
Portanto, é necessário bastante cuidado no momento do planejamento para que se entenda o que realmente o cliente deseja.
*Parâmetros fundamentais de nível de serviços
• O tempo decorrido entre o recebimento de um pedido e o seu  despacho. Esse requisito pode ser entendido como lead time.
• Porcentagem de itens em falta no estoque a qualquer instante.
• Proporção dos pedidos de clientes atendidos ou volume de ordens entregue dentro de um intervalo de tempo desde a recepção do pedido.
 • Porcentagem de ordens dos clientes que podem ser preenchidas completamente assim que recebidas no estoque, ou seja, percentual de pedidos completos entregues.
 • Proporção de bens que chegam ao cliente em condições adequadas para venda, sem danos ou falta. 
• Tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega dos bens solicitados. Esse atributo é o ciclo do pedido. 
• Facilidade e flexibilidade com que o cliente pode gerar um pedido.
Por que o nível de serviço é importante?
O nível de serviço logístico é um importante aliado da empresa na busca por novos mercados. Não adianta somente vender se o nível de serviço logístico não está adequado às exigências dos clientes.
 Um dos erros mais comuns, cometidos pelas empresas até então, era o de se fixar o nível de serviço independentemente da importância do cliente. Porém, o que se vem notando é que clientes diferentes demandam níveis de serviços diferentes.
O nível de serviço afeta os custos
É óbvio dizer que os custos logísticos aumentam na medida em que o nível de serviço também aumenta. Transporte mais rápido custa mais que transporte mais lento, por exemplo.
A concepção moderna prega que o nível de serviço oferecido aos clientes deve ser compatível com os custos logísticos, desde que as vendas e os lucros gerados por esse nível de serviço também sejam compatíveis.
Observamos, na figura a seguir, que para atingirmos o nível de serviço adequado com a realidade da empresa e do mercado é necessário entender que a estrutura logística deve estar capacitada para tal e que ela gera custos.
Elementos do Serviço ao Cliente
Serviço ao Cliente
Elementos da pré - transação
• disponibilidade de estoque;
• datas de entrega desejadas.
Elementos da transação
• status dos pedidos;
• acompanhamento dos pedidos;
• status das contraordens;
• falhas no carregamento;
• atrasos no carregamento;
• substituições de produtos;
• alterações nas rotas.
Elementos da pós - transação
• datas efetivas das entregas;
• retornos / ajustes.
Elementos pré-transação
• Acessibilidade e confiabilidade do vendedor;
• Preço;
• Boa imagem no mercado;
• Gama ampla de produtos;
• Disponibilidade de produtos na praça;
• Oferta frequente de produtos novos;
• Atendimento imediato do pedido quando recebido.
Elementos da transação
• Qualidade intrínseca dos produtos; 
• Acesso à informação sobre estoque ao fazer pedido;
•Informações corretas sobre a data de entrega;
• Frequência das entregas;
• Condições de pagamento;
• Faturamento correto, sem erros;
• Disponibilidade de telemarketing.
Elementos pós-transação
• Tratamento adequado de devoluções e exceções;
• Atendimento emergencial;
• Serviços pós-venda (instalação, montagem, consertos) de boa qualidade;
• Disponibilidade de peças de reposição;
• Atendimento a informações;
• Pesquisa de cliente;
• SAC.
Parâmetros fundamentais do nível de serviço
1. O tempo decorrido entre o recebimento de um pedido e o seu despacho (lead time).
2. Porcentagem de itens em falta no estoque a qualquer instante.
3. Proporção dos pedidos de clientes atendidos ou volume de ordens entregue dentro de um intervalo de tempo desde a recepção do pedido.
4. Porcentagem de ordens dos clientes que podem ser preenchidas completamente assim que recebidas no estoque.
5. Proporção de bens que chegam ao cliente em condições adequadas para venda.
6. Tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega dos bens solicitados.
Conceitos associados do nível de serviços
Disponibilidade
• Frequência de falta de estoque;
• Índice de disponibilidade: ID = qde. pedida / qde. disponível;
• Pedidos completos.
Consistência
• Capacidade da empresa de executar o serviço dentro das especificações acordadas.
• Impactos da falta de consistência para os estoques dos clientes.
Flexibilidade
• Capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias.
Confiabilidade
• Capacidade de fornecer informações precisas.
Frequência de entrega
• Capacidade de fornecer intervalos cada vez menores entre as entregas.
Indicadores de desempenho
A exigência e a crescente demanda da sociedade por mais

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