Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
VERBAS TRABALHISTAS PALESTRAS TEÓRICO-PRÁTICAS PROFESSORA: VANESSA BATISTA OLIVEIRA SUMÁRIO 1. PRINCIPAIS VERBAS TRABALHISTAS E PARCELAS INDENIZATÓRIAS 1.1 Saldo de Salário 2 1.2 13 º Salário 2 1.3 Salário Família 5 1.4 Repouso Semanal Remunerado ou Descanso Semanal Remunerado 6 1.5 Adicional de Insalubridade e de Periculosidade 7 1.6 Adicional Noturno 9 1.7 Horas Extras 11 1.7 Férias 13 1.8 Aviso Prévio 16 1.9 Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço - FGTS 19 1.10 Multa de 40% do FGTS 21 1.11 Multa do art. 477, §8, da CLT 21 1.12 Seguro Desemprego 22 2. RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO 2.1 Documentos obrigatórios no ato da homologação 23 2.2 Prazo para pagamento das verbas rescisórias 24 2.3 Competência para homologar o TRCT 25 2.4 Rescisão sem justa causa e rescisão indireta 25 2.5 Rescisão com justa causa 26 2.6 Rescisão com pedido de demissão 27 2.7 Rescisão por culpa recíproca 28 P á g i n a | 2 2.8 Rescisão Antecipada de Contrato de Trabalho por Tempo Determinado 29 2.9 Rescisão por Força Maior 30 2.10 Rescisão por morte do empregado 30 2.11 Rescisão por morte do empregador pessoa física 31 2.12 Exemplos Práticos 32 Corresponde à remuneração relativa ao número de dias em que o empregado efetivamente trabalhou no mês da rescisão, nos termos do art. 462, da CLT. Exemplo prático: Se o empregado saiu no dia 07.01.2016 (não importa qual o dia da semana), calcularemos o valor referente a 7 dias de trabalho – Salário dividido por 30 = Y x 7 (dias). A gratificação natalina, também denominada de 13º salário, tem previsão constitucional no art. 7º, VIII, da CF/88 e foi instituída por meio da Lei n. 4.090, de 13/07/1962, regulamentada pelo Decreto 57.155, de 03/11/1965 e alterações posteriores. A quem é devida? Aos trabalhadores urbanos, rurais e avulsos, inclusive domésticos. Quanto à forma de pagamento, a Lei n. 4.749/65, em seus arts. 1º e 2º, determina que deverá ser pago em DUAS PARCELAS: 1ª - Entre os meses de fevereiro e o último dia de novembro (30 de novembro) de cada ano; 2ª - Até o dia 20 de dezembro. SALDO DE SALÁRIO 13º SALÁRIO P á g i n a | 3 Pode ser pago de forma integral em novembro (opção do empregador), mas NUNCA de uma vez só em dezembro, já que é obrigatório o adiantamento entre os meses de fevereiro e novembro do ano civil. Ressalte-se que o adiantamento da 1ª parcela corresponde à metade da remuneração devida ao empregado no mês anterior, já a 2ª parcela tem como base de cálculo a remuneração do mês de dezembro, descontado o adiantamento da 1ª parcela. O empregado tem o direito de receber o adiantamento da 1ª parcela junto com suas férias, desde que o requeira no mês de janeiro do ano correspondente (art. 2º, §2º, da Lei n. 4.749/65). Seu cálculo, que é feito dentro do mesmo ano, é garantido na razão de 1/12 (um doze avos) por mês trabalhado ou considerando-se a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho como mês integral. Para o efetivo cálculo do valor da gratificação natalina, é necessário apurar, mês a mês, as faltas não justificadas pelos empregados, para verificar se houve pelo menos 15 (quinze) dias de trabalho em cada um deles. Assim, para cada mês, restando um saldo de, no mínimo, 15 dias após o desconto das faltas injustificadas nos respectivos meses, assegura-se ao empregado o recebimento de 1/12 (um doze avos) de 13º salário por mês. Veja-se o seguinte exemplo: Empregado admitido em: 20/10/13; Demissão sem Justa Causa em: 22/06/2016 (com aviso prévio projetado); Constatado que ele nunca recebeu 13º salário, considera-se que este deve ser calculado ano a ano: 13º salário 2013 20/10/13 novembro dezembro 12 dias 1/12 1/12 13º salário 2014 Integral 13º salário 2015 Integral P á g i n a | 4 13º salário 2016 jan fev mar abr mai 22 jun 12 dias 1/12 1/12 1/12 1/12 1/12 Quando a remuneração do empregado for composta de salário base + parte variável (comissões, horas extras, adicional noturno) deverá ser calculada a sua média. A base de cálculo para o pagamento será, portanto: o salário-base + verbas salariais fixas (adicional de insalubridade, periculosidade, anuênios, triênios, etc.) + média dos salários variáveis. A Lei 4.749, de 12/08/1965 ainda determina que a gratificação natalina será devida na extinção do contrato por prazo determinado, na cessação da relação de emprego por motivo de aposentadoria e no pedido de dispensa pelo empregado (independentemente do tempo de serviço), mesmo ocorrendo antes do mês de dezembro. Lembrando que na rescisão contratual por justa causa o empregado NÃO terá direito ao décimo terceiro proporcional correspondente. Décimo terceiro proporcional Ocorre quando o empregado não completou o período necessário para ter direito ao 13º salário integral. Na contagem da quantidade de avos, o mês da rescisão só pode ser considerado se o empregado houver trabalhado 15 dias ou mais. Dessa forma, se um empregado trabalhou até o dia 16/11, tem direito a 11/12; por outro lado, se ele trabalhou até o dia 14/10, só terá direito a 9/12. Exemplo prático: Um empregado foi admitido no dia 22/01/2016, percebendo salário de R$ 1.200,00. Foi dispensado sem justa causa no dia 15/12/2016, então terá direito a 11/12 avos de 13º proporcional. Ressalte-se que em janeiro o empregado somente trabalhou do dia 22/01/2016 a 31/01/2016, o que resulta 10 (dez) dias, excluindo-se, portanto, do número de avos a calcular, já que corresponde a menos de 15 dias de trabalho. Como resultado, o 13º proporcional será de R$ 1.100,00 (R$ 1.200,00 x 11/12). P á g i n a | 5 O salário-família é um benefício previdenciário, regulado nos arts. 65 a 70, da Lei 8.213/91, e 81 a 92, do Decreto 3.048/99, devido ao segurado empregado, ao trabalhador avulso de baixa renda e ao doméstico, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados, menores de 14 anos ou inválidos, de qualquer idade. Lembre-se que o empregado doméstico passou a ter direito a este benefício após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Considera-se trabalhador de baixa renda o que recebe remuneração igual ou inferior a R$ 1.212,64, (Portaria MTPS/MF 1, de 2016), valor esse que, em regra, é atualizado anualmente. A cota do salário-família consiste em um valor fixo pago mensalmente ao segurado, independentemente dos dias efetivamente trabalhados, por filho que atenda às exigências legais. Existem duas faixas salariais para a concessão desse benefício: I - R$ 41,37 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 806,80; II - R$ 29,16 para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 806,80 e igual ou inferior a R$ 1.212,64. Para o cálculo do valor da remuneração, a fim de pagar ou não o salário-família, todas as importâncias que integram o salário-de contribuição serão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, exceto o 13º salário e o adicional de 1/3 de férias. O pagamento será feito pela empresa ou pelo empregador doméstico ao seu empregado, juntamente com sua remuneração mensal. Tanto como outro vão compensar- se dos valores despendidos com o pagamento desse benefício na guia de recolhimento da contribuição previdenciária (GPS). Nos meses referentes à admissão e à demissão do empregado, o salário-família deve ser pago proporcionalmente aos dias trabalhados. O direito ao salário-família cessa automaticamente: por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito; SALÁRIO FAMÍLIA P á g i n a | 6 quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; É o direito do trabalhador de ser remunerado nos dias em que se encontra em descanso semanal ou em decorrência de feriados. O repouso remunerado é dado preferencialmente dado aos domingos, mas pode ocorrer em outro dia da semana. Lembre-se que é devido ao empregado doméstico o DSR de, no mínimo, 24 horas consecutivas, após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Para o cálculo do valor dos descansos deve-se levar em consideração o número de horas trabalhadas no mês e multiplicar pelo número de descansos semanais remunerados. O total, então deve ser dividido pelo número de dias úteis e após, multiplicado pelo valor do salário-hora. Fazem parte da base de cálculo as horas extras habitualmente prestadas (Súmula 172 do TST). Exemplo: O mês de junho de 2016 teve 4 DSRs e 27 dias úteis. Destes 27 dias úteis, o número de horas trabalhadas no mês totalizou 200 hrs (8 hrs de seg a sexta; 4 hrs nos sábados: 8hrs x 23 dias= 184 h. 4h x 4 sábados = 16 hrs; então, 184 + 4 = 200 hrs). Se o valor do salário hora for de R$ 12,00, tem-se o valor dos DSRs no mês de junho de 2016: [(200hrs x 4 DSRs) / 27 dias úteis] x R$12,00 = R$355,55. Adicional de Insalubridade REPOUSO SEMANAL REMUNERADO (RSR) OU DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (DSR) ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE P á g i n a | 7 Previsões legais: Art. 7º, XXIII, da CF/88, art. 139 e art. 394-A (alterado pela Lei nº 13.287/16 – novidade) da CLT e súmulas 80, 85, item VI (novidade), 248, 289, todas do TST. É devido aos profissionais que prestam serviços em atividades insalubres que, por sua vez, caracterizam-se por expor o empregado a agentes nocivos a sua saúde (art. 189 da CLT e NR n. 15 do MTE). O labor em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegura a percepção do adicional, segundo os graus máximo, médio e mínimo, de 40%, 20% e 10%, respectivamente, sobre o salário mínimo, salvo se o empregado percebe salário profissional por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, devendo, neste caso, o adicional ser calculado sobre o piso da categoria. Ressalte-se que o perigo de exposição a agentes insalubres é continuado no tempo (vide OJ-SDI-1-4) e é calculado com base no valor do salário mínimo, via de regra, além de também integrar a remuneração para o cálculo de indenização. Ressalte-se que a súmula vinculante n. 04 do STF (entendimento minoritário) vai de encontro à determinação contida no art. 192 da CLT, proibindo a indexação do salário mínimo no cálculo do adicional de insalubridade. Havendo horas extras prestadas pelo empregado, a base de cálculo desta vai ser o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade (OJ 47, SDI-1, TST). Exemplo prático: Carlos trabalha em contato permanente com poeiras minerais. Nesse caso, tem direito ao pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo no valor mensal de R$ 248,80 (R$ 622,00 x 40% = R$ 248,80); ou R$ 622,00 x 0,4 = R$ 248,80. Ao desparecer a condição de insalubridade, não haverá percepção do adicional (Súmula 80 do TST). O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual (EPIs) não exime o empregador de pagar o adicional de insalubridade. (Súmula 289 do TST). P á g i n a | 8 Novidades: A Súmula nº 85, item VI, trouxe o entendimento de que quem trabalha em atividade insalubre não pode realizar horas extraordinárias, a não ser que haja autorização de autoridade competente. Saliente-se que norma coletiva não supre esta autorização. A Lei nº 13.287/16 trouxe alterações ao art. 394-A da CLT – Enquanto a mulher estiver grávida, seja durante a gestação ou no período de lactação, não poderá trabalhar em condições insalubres. Adicional de Periculosidade Previsões legais: art. 7º, inc. XXIII, da CF; art. 193 da CLT, OJ 345, 347 e 324, todas da SDI-1, TST; Súmulas n. 132, 191, 361 e 364, todas do TST. Atividades ou operações perigosas são aquelas que, de acordo com a regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, impliquem o contato com inflamáveis, explosivos e eletricidade em condições de riso acentuado. (art. 193 da CLT, súmula 361 do TST e NR nº15 do TEM). O adicional de periculosidade é, em regra, de 30% sobre o valor do salário base contratual, sem acréscimos de nenhuma outra vantagem, sendo certo que se o empregado prestar serviços em condições de periculosidade, esse adicional integrará o salário (Súmula 132, do TST). No caso de empregado que receba o adicional por estar em contato com eletricidade, o adicional incidirá sobre o valor da remuneração, ou seja, sobre o salário base, acrescido das demais vantagens. Exemplo: - Salário base – R$ 1.200,00 - Gratificação de função - R$ 480,00 - Abono – R$20,00 Total: R$ 1.700,00 P á g i n a | 9 No caso do empregado que, via de regra, recebe o adicional de periculosidade, o cálculo será feito da seguinte forma: Adicional de Periculosidade (30%) x Salário Base (R$ 1.200,00) = R$ 360,00. No caso do eletricitário (exceção), o cálculo será: Adicional de Periculosidade (30%) x Salário Base acrescido das demais vantagens (R$ 1.700,00) = R$ 510,00. Inflamáveis – art. 193, CLT Explosivos – art; 193, da CLT Radiação Ionizante – OJ 345, SDI-1, TST Eletricidade – Lei nº 7.369/85; Súmula 191, TST e OJs 324 e 347 do TST. O adicional de periculosidade não pode ser acumulado com o adicional de insalubridade, devendo o empregado optar por um deles (art. 193, §2º, da CLT). Ressalte- se que existe um entendimento minoritário em uma turma do TST quanto à cumulação no caso de frentistas, mas frise-se, é apenas a minoria que entende dessa forma. De acordo com o art. 73, caput e §2º da CLT, o referido adicional corresponde a um acréscimo do percentual mínimo de 20%, sobre o valor da hora diurna, aplicado aos empregados urbanos que trabalham entre as 22 hrs de um dia e 5 hrs do dia seguinte. Para esse tipo de trabalhador, a hora noturna é contada como se correspondesse a 52 minutos e 30 segundos, o que é conhecido como hora noturna reduzida ou hora ficta noturna. (art. 73, §1º, da CLT). Ressalte-se que esse percentual pode ser maior, se houver disposição nesse sentido em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. Ao empregado doméstico foi estendido o direito ao adicional noturno, nos mesmos moldes do empregado urbano, após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Cumpre salientar que apenas o trabalhador urbano tem direito à hora noturna reduzida, senão vejamos na tabela que segue: Tipo Horário Noturno Adicional Mínimo Contagem ADCICIONAL NOTURNO P á g i n a | 10 Urbano/Doméstico 22 às 5 hrs 20% 52’30’’ Rural - Agricultura 21 às 5 hrs 25% 60’ Rural - Pecuária 20 às 4 hrs 25% 60’ Portuários 19 às 7 hrs 20% 60’ Esse tipo de adicional é devido em razão da atividade laboral ser praticada em horário noturno e uma vez que o trabalhador é transferido para o período diurno, ocorre a perda do direito de percepção do citado adicional (Súmula 265 do TST). Esse adicional integra o salário para todos os efeitos legais (Súmula 60 do TST). Dessa forma, no cálculo do 13º salário e das férias + 1/3 constitucional, por exemplo, devem ser observados os valores recebidos pelo empregado a título de adicional noturno. Fazem parte da base de cálculo do adicional noturno as seguintes verbas: Salário-base; Adicional de periculosidade (OJ 259, SDI-1 – TST) e de insalubridade; Gratificações salariais comuns Predomina o entendimento de que as gorjetas não são incluídas na base de cálculo do referido adicional (Súmula 354, TST). O cálculo consiste em: Apurar mês a mês o total de horas noturnas trabalhadas; Apurar o valor da hora diurna; Verificar o percentual do adicional que incide sobre a hora diurna a fim de encontrar o valor do adicional noturno e; Multiplicar o valor do adicional noturno pelo número de horas noturnas. Exemplo: Se um empregado urbano trabalha 8 hrs diárias e 44 hrs semanais recebendo, mensalmente, o salário de R$ 1.100, o valor da hora noturna será: Valor da hora normal: R$ 1.100,00 dividido por 220 hrs = R$ 5,00. Valor da hora noturna urbana: (R$ 5,00 x 20%) + R$ 5,00 = R$ 6,00. Se o empregado tiver feito 20 hrs noturnas terá direito ao pagamento mensal de R$ 120,00 como adicional noturno (R$ 6,00 x 20 hrs). P á g i n a | 11 Quanto aos reflexos do adicional noturno, este fará parte da base de cálculo das férias, das gratificações semestrais, do décimo terceiro salário e do FGTS. A OJ 97 do TST/SDI-1 estabelece que as horas extras prestadas em horário noturno deve incluir o respectivo adicional na base de cálculo, além disso, é pacífico o entendimento de que o adicional noturno também gera reflexos no aviso prévio indenizado. Existe um limite máximo na duração diária da jornada de trabalho, qual seja, a de oito horas diárias e a de quarenta e quatro horas semanais. No entanto, isso não impede que lei ou contrato possa estipular, por exemplo, jornada inferior a oito horas diárias. Como exemplos de trabalhadores com jornadas reduzidas em lei, temos: Bancário – Jornada de 6 horas (art. 224, CLT); Telefonista – Jornada de 6 horas (art. 227, CLT); Jornalista – Jornada de 5 horas (art. 303, CLT); Operador cinematográfico – Jornada de 6 horas (art. 234, CLT) etc. O art. 61 da CLT também traz previsões excepcionais em que se permite que o empregador possa exigir a prestação de serviços extraordinários. Lembre-se que o empregado doméstico passou a ter direito às horas extras após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Nesse caso, é obrigatório o registro do horário de trabalho, por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo. Ultrapassado o limite legal ou contratual, o trabalhador passa a ter direito à (s) hora (s) extra (s), que deve (m) ser paga (s) com o adicional de, pelo menos, 50% sobre o valor da hora normal (art 7º, inc. XVI, da CF/88 e art. 59, §1º, da CLT), nada impedindo que acordos ou convenções coletivas tragam um percentual maior. HORAS EXTRAS P á g i n a | 12 Cumpre salientar que caso a hora extra trabalhada seja realizada aos domingos e feriados, o adicional acaba sendo de 100%. Ressalte-se que a lei (art. 59 da CLT) exige, para a prestação de serviço extraordinário, o atendimento de dois requisitos: Acordo individual escrito ou convenção coletiva; Máximo de 2 (duas) horas extras diárias. Como calcular o valor de cada hora trabalhada a mais? Inicialmente, é necessário determinar o valor da sua hora normal de trabalho, ou seja, o valor do seu salário-hora. Exemplo: Imagine que um empregado foi contratado para trabalhar 44 horas, será necessário, então, dividir essas horas por seis, uma vez que é esse o número de dias de trabalho estabelecido pela legislação brasileira. Esse valor deve então ser multiplicado por 30, dando como resultado a base mensal de 220 horas. Caso a jornada seja de 40 horas, a base será de 200 horas. Agora, para saber quanto esse empregado ganha por hora, é necessário dividir o salário recebido do mês pelas horas trabalhadas. Assim, tem-se o salário-hora. Ao salário-hora devem ser acrescidos os valores correspondentes, de 50% ou de 100%, conforme o caso. Esse montante é o valor total da hora extra. Importante: Ao multiplicar o valor de uma hora extra pelo número de horas a mais trabalhadas, o empregado terá o total, em dinheiro, do que tem que receber pelo serviço extraordinário prestado. Exemplo de cálculo das horas extras: Data de admissão: 05/01/2009 Data de demissão: 03/09/2014 Salário: R$ 1.200,00 P á g i n a | 13 Horário: 08:00h às 19:00 (segunda a sexta) com apenas trinta minutos de intervalo, (aplicação da súmula 437 TST) = 11 (horas por dia) x 5(dias por semana) = 55 (horas por semana) - 44 (numero de horas legal por semana) = 11 x 4= 44 x 6= 264 horas 1200/220 = 5,45 (hora normal) + 50%=5,45 +2,23= 7,68 (VALOR TOTAL DAHORA EXTRA) 264 X 7,68 = 2.035,40 A hora extra também irá gerar reflexos em algumas parcelas, tais quais: Repouso remunerado (Súmula 12, TST); Aviso prévio (Súmula 94, TST); Décimo terceiro salário ( Súmula 45, TST); Férias (Súmula 151, TST). Além disso, existem casos específicos que merecem destaque, posto que o empregado terá direito às horas suplementares e ao adicional de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tais quais: Não concessão ou concessão parcial (redução) do intervalo intrajornada mínimo para repouso e alimentação – art. 71, §1º, da CLT; Não concessão do intervalo de 15 minutos antes do início do serviço extraordinário – art. 384, da CLT; Redução do intervalo interjornada – OJ 355 da SDI-1 do TST. Merece observação, ainda, a indenização devida ao empregado no caso de supressão total ou parcial das horas extras prestadas com habitualidade, que encontra respaldo na súmula 291 do TST. Com previsão constitucional no art. 7º, inc. XVII, o direito às férias, assim como sua remuneração acrescida de 1/3, será concedido ao empregado após cada período de 12 (doze) meses do contrato de trabalho, e corresponde à remuneração pelo período em que este não presta serviços. FÉRIAS P á g i n a | 14 Lembre-se que o empregado doméstico passou a ter direito à fruição das férias após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Deve ser paga até dois dias antes do início do período de fruição das férias, nos termos do art. 145, da CLT. Se a remuneração do empregado é variável, ocorrerá a média aritmética dos 12 (doze) meses do período aquisitivo. Todavia, se for por comissão ou percentagem, a remuneração consistirá na média aritmética da remuneração dos últimos 12 (doze) meses trabalhados. E como ocorre a contagem? A contagem não obedece a contagem do prazo civil, contando tanto o primeiro quanto o último dia e o empregado volta ao trabalho no dia útil subsequente ao término das férias. Atenção para os períodos! Período aquisitivo: corresponde aos 12 (doze) primeiros meses do contrato de trabalho (art. 134 e 137, CLT); Período concessivo: corresponde ao prazo que o empregador terá para conceder as férias do empregado, que é de 12 (doze) meses, subsequentes ao período aquisitivo. (art. 134 da CLT). Se o empregador não obedecer esse período, ficará obrigado a concedê-las com a remuneração em dobro (Súmula 81, do TST). A base de cálculo nas férias é a última remuneração do empregado e, além disso, os adicionais por serviço extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso também integram a referida base de cálculo da remuneração de férias (art. 142, §5º, da CLT). Abono pecuniário de férias: art. 143, da CLT. Observações: Férias anuais vencidas: Quando o empregado completa o período aquisitivo, ou seja, o período completo de 12 meses de trabalho. Exemplo: Um empregado que foi admitido em 10/03/2015 terá completado o período aquisitivo em 09/03/2016. As férias deverão ser concedidas pelo empregador nos 12 meses subsequentes, ou seja, de 10/03/2016 a 09/03/2017. P á g i n a | 15 Férias proporcionais: Nesse caso, o empregado sequer completou os 12 meses necessários para ter direito ao gozo das férias. Sobre o assunto, vide os arts, 146, parágrafo único, e art. 147 da CLT e súmulas 171 e 261 do TST. Exemplo: Um empregado foi admitido em 10/10/2015, com remuneração mensal de R$ 790,00, e foi dispensado sem justa causa no dia 20/07/2016, tendo direito a 9/12 a título de férias proporcionais. Dessa forma, o empregado receberá a título de férias proporcionais a importância de R$ 592,50, sendo: R$ 790,00 x 9/12 (nove doze avos). O cálculo segue a seguinte ordem: a) Primeiro calcula-se o valor que o empregado receberia caso tivesse gozadas as férias integralmente, com observância do art. 130 da CLT; b) Verifica-se quantos meses de serviço existem no período aquisitivo incompleto para obter a correta proporção (n/12); c) Multiplica-se a remuneração de férias integrais (a) pela proporção encontrada (b), ou seja, a remuneração das férias integrais deve ser dividida por 12 e multiplicada pelo número de meses trabalhados, incluindo-se o tempo de aviso prévio. Férias em dobro: Ocorre quando as férias vencidas não são gozadas no prazo do período concessivo ou quando o empregador concede o descanso após o referido prazo. (Art. 134, caput, e art. 137, ambos da CLT, súmula 81 do TST e OJ 386, SDI-1) 1/3 constitucional: Quando houver o pagamento das férias, sejam elas integrais ou proporcionais, gozadas ou não, haverá o acréscimo do terço previsto no art. 7º, inc. XVII, da CF/88). Faltas durante o período aquisitivo (art. 130, CLT): Faltas injustificadas no período aquisitivo Período de fruição das férias Até 5 30 dias corridos De 6 a 14 24 dias corridos De 15 a 23 18 dias corridos De 24 a 32 12 dias corridos P á g i n a | 16 Acima de 32 Perda do direito às férias Vejamos um exemplo, considerando um empregado que teve ao longo do período aquisitivo 10 faltas não abonadas, tendo direito, portanto, a 24 dias de férias: Salário: R$ 1.200,00 Remuneração dia: R$ 1.200,00 ÷ 30 = R$ 40,00 Proporcional: R$ 40,00 x 24 = R$ 960,00 Adicional: R$ 960,00 ÷ 3 = R$ 320,00 Remuneração total: R$ 960,00 + R$ 320,00 = R$ 1.280,00 De acordo com o artigo 133 da CLT não terá direito a férias o empregado que, durante o período aquisitivo: *Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias subseqüentes à sua saída; *Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias; *Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e *Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos. O Aviso Prévio tem previsão constitucional (Art. 7º, XXI, CF) e é regulamentado, de forma infraconstitucional, nos arts. 487 a 491 da CLT e Lei n. 12.506/11. Ocorre quando uma das partes do contrato de trabalho por prazo indeterminado, por exemplo, dá ciência inequívoca à outra, com antecedência mínima de 30 dias (art.487 da CLT), de que quer rescindir o referido contrato, não tendo que haver, necessariamente, uma justa causa na rescisão. AVISO PRÉVIO P á g i n a | 17 Lembre-se que o empregado doméstico passou a ter direito ao aviso prévio após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Antes da Lei 12.506/11, o aviso prévio era de 30 dias, mas a regra mudou, e o aviso prévio passa a ser calculado da seguinte forma: a) se o empregado estiver prestando serviços por mais de ano, deverá ser observado o período de 30 dias; b) além do aviso prévio de trinta dias, deverá ser observado o período de três dias a cada ano de serviço prestado na entidade. c) assim, somando-se o aviso prévio de 30 dias (a) e o período de três dias a cada ano trabalhado (b), o aviso prévio será de, no máximo, 90 dias. O referido aviso, seja cumprido ou indenizado, integra o tempo de serviço, para todos os efeitos legais (art. 487, §1º, CLT). Como funciona a contagem do prazo? De acordo com a súmula nº 380 do TST, exclui-se o dia da notificação (dia do começo) e inclui-se o final, por aplicação analógica do art. 132 do CC/02. Exemplo de contagem: 14.10.2016 13.11.2016 Notificação ou início do aviso término do aviso ou rescisão do contato Quanto ao momento que é devido nas situações que põem fim ao contrato de trabalho, destacam-se: Dispensa do trabalhador sem justa causa; Dispensa do trabalhador face à extinção da empresa ou estabelecimento que laborava; Dispensa Indireta Culpa Recíproca, ainda que seja pela metade; Pedido de demissão pelo empregado (nesse caso, o empregado avisa) Contratos por prazo determinado em que é acionada a cláusula assecuratória recíproca de rescisão antecipada. Modalidades: Aviso Prévio Trabalhado Nesse caso o empregado trabalha integralmente no período que ocorre o aviso prévio e sua remuneração corresponderá à que ele fizer jus durante o respectivo prazo. P á g i n a | 18 Aviso Prévio Indenizado Nesse caso, o empregado não labora durante o período de aviso e saliente-se que a data de saída a ser anotada na CTPS é a que corresponde ao término do prazo do aviso (OJ 82, SDI-1, TST). Ressalte-se que empregado e empregador não podem abrir mão do aviso e mesmo que o empregador dispense o obreiro de trabalhar durante o período, não pode deixar de indenizá-lo, salvo se o empregado já estiver em novo emprego. Valor do aviso e diferenças na base de cálculo: O valor do aviso prévio será o valor da remuneração, se esta for fixa. Caso seja variável, estabelece o art. 487, §3º da CLT, que será a média aritmética dos últimos 12 (doze) meses. Quanto à base de cálculo, no aviso prévio trabalhado será a remuneração do trabalhador e no aviso prévio indenizado será o último salário percebido pelo empregado, com a devida integração do valor das horas extraordinárias, adicional noturno, comissões, gratificações, adicional de periculosidade, insalubridade, etc, tudo nos termos do art. 457 e art. 487, §5º, da CLT e Súmula nº 354, do TST. Recebendo o empregado salário fixo mais parcelas variáveis (horas extras, adicional noturno, gratificações e etc.), o valor do aviso prévio corresponderá ao salário fixo acrescido da média das parcelas variáveis dos últimos 12 (doze) meses, ou somente da média dos 12 (doze) últimos meses quando o empregado receber somente parcelas variáveis. Abaixo, demonstrativo da remuneração variável recebida pelo empregado nos últimos 12 meses, sobre a qual será apurada a respectiva média. Suponhamos, por exemplo, que o trabalhador trabalhe 10 (dez) anos no mesmo estabelecimento empresarial: Aviso prévio = [30 + (três dias X dez anos)] = 30 dias [30 + 30] = 60 dias de aviso prévio. Mas atenção Em caso do pedido de demissão, a regra da proporcionalidade trazida pela supracitada lei não se aplica. Portanto, para o trabalhador que trabalha há dez anos na mesma empresa, ao pedir demissão, ele terá que cumprir apenas 30 dias. P á g i n a | 19 No caso de rescisão SEM JUSTA CAUSA, o empregador determinará que o empregado TRABALHE durante o período do aviso prévio ou o empregador INDENIZARÁ o empregado com o valor referente aos dias correspondentes ao aviso prévio. Quanto à forma de cumprimento, interessante ter em mente que o aviso prévio, seja trabalhado ou indenizado, prorroga o contrato de trabalho em 30 dias, e seu fim coincide com o a rescisão do contrato, nos termos do art. 487, §6º, da CLT. Ressalte-se que é facultado ao empregado URBANO, no caso de rescisão por iniciativa do empregador, optar entre a redução do horário em duas horas ou faltar 7 (sete) dias consecutivos, incluindo feriados e RSR, nos termos do art. 488, da CLT. Reflexos do Aviso prévio: Férias O tempo do AP, trabalhado ou não, Décimo terceiro será sempre computado no cálculo. FGTS – Súmula 305, TST. Falta grave do empregador durante o aviso prévio: art. 490, da CLT; Falta grave do empregado durante o aviso prévio: art. 491, da CLT e Súmula nº 73, do TST. O FGTS foi trazido para o ordenamento jurídico brasileiro, pela primeira vez, por meio da Lei 5.107/66, hoje revogada. Atualmente, de acordo com a Lei 8.036/90, o FGTS consiste em um percentual incidente sobre a remuneração paga ou devida ao empregado, incluídas nesta as parcelas especificadas nos arts. 457 e 458 da CLT e o décimo terceiro salário. O empregador deposita mensalmente, numa conta especial da Caixa Econômica Federal, em nome do trabalhador, até o 7º dia de cada mês. Via de regra, é aplicado, tendo como base o valor atualizado da remuneração, o percentual de 8% (art. 15 da Lei n. FGTS P á g i n a | 20 8.036/90), não podendo o empregador descontar esse valor do salário do obreiro. Assim, se o empregado recebe um salário de R$ 1.000,00, o empregador deverá depositar mensalmente em uma conta específica a importância de R$ 80,00 a título de FGTS (R$ 1.000,00 x 8%). Lembre-se que o empregado doméstico passou a ter direito ao recolhimento do FGTS após a Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regulamentou a EC 72. Além do empregador recolher a alíquota de 8% sobre a remuneração paga, deverá depositar a importância de 3,2% sobre a remuneração do empregado, a qual será destinada ao pagamento de indenização compensatória de perda do emprego sem justa causa ou por culpa patronal. Assim, em casos de rescisão indireta ou de dispensa sem justa causa, o empregado não tem direito à multa de 40%, mas levantará, além dos depósitos ordinários de 8%, a quantia de 3,2%, mensalmente depositada. Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores será movimentada pelo empregado, a outra metade pelo empregador e nos outros casos, os valores de 3,2% se reverterão em favor do empregador. Nos casos de contrato de trabalho firmado nos termos da Lei nº. 11.180/05 (contrato de aprendizagem), o percentual é reduzido para 2%. Súmula 305, TST: O pagamento correspondente ao período de aviso prévio, seja trabalhado ou não, está sujeito à contribuição para o FGTS. OJ 195, SDI-1, TST – Não incide contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas. OJ 232, SDI-1, TST – O FGTS incide sobre as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude de prestação de serviços no exterior. FGTS sobre o saldo de salário: valor do saldo de salário x 8%; FGTS sobre o 13º salário (integral ou proporcional): valor do 13º x 8%; FGTS sobre o Aviso Prévio (trabalhado ou indenizado): valor do AP x 8%. MULTA DE 40% DO FGTS P á g i n a | 21 O pagamento da multa de 40% é devido ao empregado demitido sem justa causa, no caso de rescisão antecipada do contrato por prazo determinado ou realizada sem justa causa por decisão do empregador independentemente da existência de cláusula assecuratória de direito recíproco da rescisão antecipada, conforme os ditames do art. 18, § 1.º, da Lei 8.036/90, bem como do artigo 10, I, do ADCT, e o art. 481, da CLT. O empregador ainda pagará 10% a título de contribuição social. No caso de culpa recíproca ou força maior reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual será de 20% (art. 9º, §2º, Decreto n. 99.684/90). Basta calcular 40% ou 20% sobre o TOTAL referente a FGTS, ou seja, o cálculo da multa de 40% (ou 20%) deverá ser feito com base no saldo da conta vinculada na data do pagamento das verbas rescisórias, desconsiderando-se a projeção do aviso prévio indenizado, por omissão legal. Geralmente é devida ao empregado quando o empregador paga as verbas rescisórias em prazo superior ao previsto no art. 477, §6º, “a” e “b”, da CLT e OJ 162, SDI-1, do TST. O empregador, portanto, no pagamento das verbas rescisórias, deve observar os seguintes prazos: Até o 1º dia útil imediato quando do término do cumprimento do cumprimento do período de aviso prévio, ou quando do término do prazo do contrato de trabalho por prazo determinado (art. 443, §1º, da CLT); Até o 10º dia, contado da notificação de dispensa, na hipótese de ausência do aviso prévio, quando da dispensa por justa causa, ou quando do pagamento de indenização do valor do aviso prévio, em razão da dispensa do seu cumprimento (aviso prévio indenizado). MULTA DO ART. 477, §8º, da CLT. SEGURO DESEMPREGO P á g i n a | 22 Esse benefício, nos termos da Lei n. 7.998/90, fornece uma assistência temporária para o trabalhador até que o mesmo possa se reinserir no mercado de trabalho. Tem direito de obter o benefício o trabalhador que foi demitido sem justa causa desde que preenchidos os seguintes requisitos: A demissão ter ocorrido sem justa causa; O requerente estar desempregado; O período de trabalho do requerente no último emprego ser superior a seis meses; Não possuir renda própria para o seu sustento e o da família; Não estar recebendo benefício da Previdência Social. Ter recebido salários consecutivos, no período de seis meses anteriores à data de demissão. Ter trabalhado para pessoa jurídica durante, pelo menos seis meses, nos últimos trinta e seis meses que antecederam a data da demissão. O benefício mensal que será recebido pelo trabalhador corresponde à média dos salários recebidos nos últimos três meses anteriores à demissão. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa também fará jus ao benefício do seguro desemprego, no valor de um salário mínimo, por período máximo de 3 meses, de maneira contínua ou adequada. O tempo de auxílio pelo seguro-desemprego é proporcional ao tempo trabalhado até a demissão. Tem direito a receber o auxílio por três meses aquele que trabalhou: Entre seis e onze meses até ser dispensado; Por quatro meses aquele que trabalhou entre 12 e 23 meses e Por cinco meses aquele que tiver trabalhado entre 24 a 36 meses. Com as novas regras, o trabalhador que solicitar o benefício pela primeira vez, terá de ter trabalhado por 18 meses nos 24 meses anteriores. Na segunda solicitação do benefício, ele terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores e, a partir da terceira solicitação, terá de ter trabalhado, pelo menos, por seis meses ininterruptos nos 16 meses anteriores. P á g i n a | 23 www.mtps.gov.br - fonte RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 1) Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho no mínimo 4 vias; 2) CTPS devidamente atualizada; 3) Comunicação do Aviso Prévio do empregador para o empregado ou do empregado para o empregador; 4) Extrato do FGTS para fim rescisório, devidamente atualizado; 5) Guia de recolhimento rescisório do FGTS e demonstrativo de recolhimento da multa do FGTS (quando ocorrer demissão sem justa causa, por iniciativa do empregador); 6) Chave de identificação e liberação do FGTS (demissão sem justa causa, iniciativa do empregador); DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS NO ATO DA HOMOLOGAÇÃO P á g i n a | 24 7) Guia do seguro desemprego (quando ocorrer demissão sem justa causa, por iniciativa do empregador); 8) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), Lei Previdenciária de nº 8.213/91 art. 58 § 4º; incluído pela lei nº 9.528/97; 9) Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) tem validade de: I - 135 dias para as empresas de grau de risco do grupo 1 e 2 do quadro I da NR 4; II - 90 dias para as empresas de grau de risco do grupo 3 e 4 do quadro I da NR 4. Com ressalvas à disposição mais favorável em convenção ou acordo coletivo de trabalho, o pagamento das parcelas devidas a título de rescisão contratual deverá ser efetuado nos seguintes prazos: I – Até o primeiro dia útil imediato ao término de contrato; a) rescisão por período de experiência; b) quando o aviso prévio for trabalhado; c) rescisão por prazo determinado (aprendiz) II – Até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão; a) quando aviso prévio for indenizado pelo empregador ou empregado; b) demissão por justa causa; c) rescisão por morte do empregado. São competentes para prestar a assistência sem ônus para o trabalhador na rescisão contratual: 1) Sindicato profissional da categoria, preferência conforme determina NT CGRT/SRT Nº 38/10; 2) Federação da categoria inorganizada; PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS COMPETÊNCIA PARA HOMOLOGAR O TRCT P á g i n a | 25 3) Confederação; 4) Ministério do Trabalho e Emprego; 5) Ministério Público ou Defensor Público, na falta ou impedimento o Juiz de Paz. A rescisão sem justa causa ocorre quando o empregador, sem apresentar nenhum justo motivo ao empregado, decide rescindir o contrato de trabalho. Já na rescisão indireta, o empregador pratica uma das condutas dispostas no art. 483, da CLT ou acontecem situações diversas que tornam o contrato de trabalho insustentável por culpa do empregador ou por previsão legal. Em ambos os casos, o empregado recebe todas as verbas trabalhistas, inclusive o adicional do art. 9º da Lei nº 7.28/84, se a rescisão for feita até 30 dias antes da data base. RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA OU RESCISÃO INDIRETA: EMPREGADO IRÁ RECEBER SALDO DE SALÁRIOS SIM AVISO PRÉVIO SIM 13º INTEGRAL OU PROPORCIONAL SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS SIM INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 SIM INDENIZAÇÃO DE 40% FGTS SIM GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (SÚMULA 389 DO TST) SIM SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA E RESCISÃO INDIRETA P á g i n a | 26 Consiste no rompimento do contrato de trabalho em virtude de faltas graves cometidas por parte do empregado, conforme o que está disposto no art. 482, da CLT. Conforme demonstrado na tabela a seguir, o empregado só irá receber o saldo de salários, férias vencidas e 13º integral, se houver, além do salário família, se fizer jus. No que se refere ao FGTS, o empregado não irá perder o valor já existente na sua conta, mas não poderá levantá-los. Só poderá assim agir se a conta ficar inativa por mais de 3 (três) anos e após o aniversário do titular da conta. RESCISÃO COM JUSTA CAUSA: EMPREGADO IRÁ RECEBER SALDO DE SALÁRIOS SIM AVISO PRÉVIO NÃO 13º PROPORCIONAL NÃO 13º INTEGRAL, SE HOUVER SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 NÃO FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS NÃO INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 NÃO INDENIZAÇÃO DE 40% FGTS NÃO GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (SÚMULA 389 DO TST) NÃO SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM RESCISÃO COM JUSTA CAUSA P á g i n a | 27 Nesse caso em específico, o empregado não poderá levantar o FGTS e não terá direito à indenização, além disso, o aviso prévio deverá ser trabalhado, tendo o empregado a responsabilidade de avisar. RESCISÃO COM PEDIDO DE DEMISSÃO: EMPREGADO IRÁ RECEBER SALDO DE SALÁRIOS SIM AVISO PRÉVIO SIM 13º PROPORCIONAL SIM 13º INTEGRAL, SE HOUVER SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS NÃO INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 NÃO INDENIZAÇÃO DE 40% FGTS NÃO GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (SÚMULA 389 DO TST) NÃO SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM Esse tipo de rescisão ocorre quando tanto o empregado quanto o empregador cometem falta grave, de forma simultânea, o que resulta na rescisão do contrato de trabalho, nos termos do art. 484 da CLT e da Súmula 147, do TST. RESCISÃO COM PEDIDO DE DEMISSÃO RESCISÃO POR CULPA RECÍPROCA P á g i n a | 28 Ressalte-se que aqui a indenização é devida pela metade. O empregado não deixará de receber o saldo de salário e as férias, de formas integrais, assim como poderá levantar os valores depositados no FGTS. RESCISÃO POR CULPA RECÍPROCA: EMPREGADO IRÁ RECEBER SALDO DE SALÁRIOS SIM AVISO PRÉVIO SIM - METADE 13º PROPORCIONAL SIM - METADE 13º INTEGRAL, SE HOUVER SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM - METADE FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS SIM INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 NÃO INDENIZAÇÃO DE 20% SOBRE OS DEPÓSITOS DO FGTS SIM GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (SÚMULA 389 DO TST) NÃO SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM Nesse caso específico, o contrato de trabalho por prazo determinado pode ser rescindido de forma antecipada, seja por iniciativa do empregado, seja por iniciativa do empregador. A pedido do empregado: art. 480, da CLT - De acordo com esse artigo, o empregado que rescindir o contrato de trabalho por tempo determinado antecipadamente (pedido de demissão) deverá indenizar o empregador dos prejuízos que resultarem desse fato. A RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO DE TRABALHO POR TEMPO DETERMINADO P á g i n a | 29 indenização não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. A pedido do empregador: art. 479 e art. 481, ambos da CLT - Em se tratando de rescisão antecipada do contrato por prazo determinado, sem justa causa, o empregado fará jus ao pagamento de metade da remuneração devida até o término do contrato, de acordo com o art. 479 da CLT. RESCISÃO ANTECIPADA NO CONTRATO A TERMO POR INICIATIVA DO EMPREGADOR: EMPREGADO IRÁ RECEBER SALDO DE SALÁRIOS SIM MULTA DO ART. 479, DA CLT SIM AVISO PRÉVIO SIM 13º PROPORCIONAL SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM INDENIZAÇÃO DE DE 40% FGTS SIM SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM Esse tipo de rescisão está regulamentado nos art. 501 e 502 da CLT e abrange os casos em que surjam acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis, sejam eles fatos do homem ou da natureza, sem que o empregador tenha concorrido para tanto. Nesse caso em específico, a indenização é devida pela metade somente no que se refere à indenização dos 40% e as demais não sofrerão mudanças. RESCISÃO POR FORÇA MAIOR: EMPREGADO IRÁ RECEBER RESCISÃO POR FORÇA MAIOR P á g i n a | 30 SALDO DE SALÁRIOS SIM AVISO PRÉVIO SIM 13º PROPORCIONAL SIM 13º INTEGRAL, SE HOUVER SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS SIM INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 NÃO INDENIZAÇÃO DE 20% SOBRE OS DEPÓSITOS DO FGTS SIM GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (SÚMULA 389 DO TST) SIM SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM Tendo em vista que os contratos de trabalho apresentam como um dos requisitos da relação de emprego o fato de ser intuito personae, no que se refere ao empregado, conclui- se que, havendo a morte deste, extingue-se o contrato. Não haverá direito ao aviso prévio e à indenização de 40% do FGTS, conforme se demonstra na tabela a seguir: RESCISÃO POR MORTE DO EMPREGADO SALDO DE SALÁRIOS SIM AVISO PRÉVIO NÃO 13º PROPORCIONAL SIM 13º INTEGRAL, SE HOUVER SIM RESCISÃO POR MORTE DO EMPREGADO P á g i n a | 31 FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS SIM INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 NÃO INDENIZAÇÃO DE 40% FGTS NÃO GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO OU INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (SÚMULA 389 DO TST) NÃO SALÁRIO FAMÍLIA, SE HOUVER SIM No caso de morte de empregador pessoa física ou empresa individual, o empregado pode optar por rescindir o contrato ou continuar a prestação do serviço, desde que haja sucessão empresarial. (Art. 483,§2º, da CLT). Entendimento da 6ª Turma do TST: Serão devidos o Aviso Prévio e a Indenização de 40% sobre os depósitos do FGTS. RESCISÃO POR MORTE DE EMPREGADOR PESSOA FÍSICA: EMPREGADO IRÁ RECEBER 6ªTURMA DO TST SALDO DE SALÁRIOS SIM SIM AVISO PRÉVIO NÃO SIM 13º INTEGRAL OU PROPORCIONAL SIM SIM FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 SIM SIM FÉRIAS VENCIDAS SIMPLES OU EM DOBRO + 1/3 SIM SIM LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DE FGTS E LIBERAÇÃO DAS GUIAS SIM SIM RESCISÃO POR MORTE DO EMPREGADOR PESSOA FÍSICA P á g i n a | 32 INDENIZAÇÃO ADICIONAL DO ART. 9º DA LEI N. 7.238/84 NÃO NÃO INDENIZAÇÃO DE 40% FGTS NÃO SIM EXEMPLOS PRÁTICOS Exemplo - Rescisão Antecipada por Iniciativa do Empregador em contrato de experiência: Um empregado foi admitido com salário de R$ 800,00 em 12/05/2016, com contrato de experiência de 30 dias, entretanto, foi dispensado, sem justa causa em 31/05/2016, após ter trabalhado 20 dias, portanto antes da extinção do contrato. Assim fará jus aos seguintes direitos trabalhistas: Saldo de salário - 20 dias - R$ 800,00 ÷ 30 x 20 = R$ 516,13 13º salário proporcional - 1/12 - R$ 800,00 ÷ 12 x 1 = R$ 66,67 Férias proporcionais - 1/12 - R$ 800,00 ÷ 12 x 1 = R$ 66,67 Acréscimo de 1/3 - R$ 66,67 ÷ 3 = R$ 22,22 Saque de FGTS + Multa Multa do art. 479, da CLT – Equivalente à metade de 10 dias. 800,00/: 30 x 5. Exemplo - Pedido de demissão, demissão sem justa causa e com justa causa. Data de admissão do empregado: 05/01/2015 Data da despedida/demissão: 03/09/2016 Salário: R$ 1.200,00 O empregado não recebeu as verbas rescisórias, nem o último período de férias vencidas, tampouco o 13º salário proporcional. P á g i n a | 33 :: Exemplo 1 – PEDIDO DE DEMISSÃO Férias indenizadas 01 R$ 1.200,00 1/3 Constitucional R$ 400,00 Férias prop. 08/12 (salario/12= 100x 8 = 800,00 1/3 Constitucional R$ 266,66 Saldo de salário 03 dias (1.200:30=40x3= 120,00) R$ 120,00 13º salário 2013 08/12 avos (1200:12= 100 x 8) R$ 800,00 Total: R$ 3.586,66 Exemplo 2 - Dispensa sem Justa Causa Vantagens Férias indenizadas 01 R$ 1.200,00 1/3 Constitucional R$ 400,00 Férias prop. indenizadas 09/12 avos R$ 900,00 Obs: mais 01/12 avos com aviso prévio (1.200:12 = 100,00x9=R$900,00 1/3 Constitucional R$ 300,00 Saldo de salário 03 dias (1.200:30=40x3= 120,00) R$ 120,00 13º salário 08/12 avos (1200:12= 100 x 8) R$ 1.000,00 13º salário 2013 01/12 avos - Aviso prévio R$ 100,00 Aviso prévio ind. (33 d) R$ 1.800 ,00 P á g i n a | 34 (a cada ano o acréscimo de 3 dias – 5 anos completos X 3= 45 dias) (1.200:30= 40x33 = R$ 1.320,00 FGTS ( 1200*8%= 96,00 X 69 MESES) 6.624,00 Multa FGTS 40% R$ 2.649,60 considerando o saldo como R$ 6.624,00 Total: R$ 17.743,20 Exemplo 3 - Dispensa por Justa Causa Férias indenizadas 01 R$ 1.200,00 1/3 Constitucional R$ 400,00 Saldo de salário 03 dias R$ 120,00 Total: R$ 1.720,00
Compartilhar