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DIREITO CIVIL CONTRATOS E ATOS UNILATERAIS

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Igor Demétrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL III – CONTRATOS E 
ATOS UNILATERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Igor Demétrio 
DIREITO CIVIL III – CONTRATOS E ATOS UNILATERAIS 
Contrato: é uma espécie de negócio jurídico que depende para a sua formação, da 
participação de pelo menos duas partes. 
Função social 
Art. 421 CC. 
Aspecto individual: relativo aos contratantes, que se valem do contrato para satisfazer 
seus interesses próprios. 
Aspecto público: é o interesse da coletividade sobre o contrato. 
Cláusulas gerais: são normas orientadoras sob forma de diretrizes, dirigidas 
precipuamente ao juiz, vinculando-o, ao mesmo tempo em que lhe dão liberdade para decidir. 
Súmulas 297 e 321 STJ. 
Condições de validade do Contrato 
Requisitos 
1 – Ordem geral: comuns a todos os atos e negócios jurídicos, como a capacidade do 
agente, o objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e a forma prescrita ou não 
defesa em lei (Art. 104 CC). 
2 – Ordem especial: o consentimento recíproco ou acordo de vontades. 
Requisitos subjetivos 
1 – Capacidade genérica: a capacidade exigida nada mais é do que a capacidade de 
agir em geral. 
Arts. 166 I e 171 I CC. 
Art. 5º CC. 
2 – Aptidão específica para contratar: algumas vezes, para celebrar certos contratos, 
requer-se uma capacidade especial, mais intensa que a normal. 
3 – Consentimento: abrange o acordo sobre a existência e a natureza do contrato, sobre 
o objeto do contrato, sobre as cláusulas que o compõem. 
Art. 111 CC. 
Art. 13 Lei 8245/ 91 Lei do Inquilinato. 
Não se admite a existência de autocontrato ou contrato consigo mesmo (há exceções). 
Requisitos objetivos 
1 – Licitude de seu objeto: objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os 
bons costumes. 
Igor Demétrio 
2 – Possibilidade física ou jurídica do objeto: O objeto deve ser, também, possível. 
Quando impossível, o negócio é nulo (Art. 166 II CC). 
Art. 426 CC. 
3 – Determinação de seu objeto: o objeto do negócio jurídico deve ser, igualmente, 
determinado ou determinável. 
Requisitos formais 
Deve ser prescrito ou não defeso em lei. 
No Direito Brasileiro a forma, em regra, é livre. 
O consensualismo é a regra e o formalismo a exceção (Art. 107 CC). 
1 – Forma livre: é qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto 
obrigatoriamente pela lei. 
2 – Forma especial ou solene: é a exigida pela lei, como requisito de validade de 
determinados negócios jurídicos. 
3 – Forma contratual: é a convencionada pelas partes. 
Art. 109 CC. 
Princípios fundamentais do Direito Contratual 
1 – Princípio da autonomia da vontade: esse princípio se alicerça exatamente na ampla 
liberdade contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante 
acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. 
Art. 425 CC. 
Art. 421 CC. 
Contrato atípico: é o que resulta de um acordo de vontades não regulado no 
ordenamento jurídico, mas gerado pelas necessidades e interesses das partes. 
2 – Princípio da supremacia da ordem pública: o interesse da sociedade deve 
prevalecer quando colide com interesse individual. 
Art. 2035, parágrafo único, CC. 
3 – Princípio do consensualismo: basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo 
de vontades, contrapondo-se ao formalismo. Decorre ele da moderna concepção de que o 
contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa. 
4 – Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: os efeitos do contrato só se 
produzem em relação às partes, àqueles que manifestarem a sua vontade, vinculando-os ao 
seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio. 
5 – Princípio da obrigatoriedade dos contratos: o aludido princípio tem por 
fundamentos: a) a necessidade de segurança nos negócios, que deixaria de existir se os 
Igor Demétrio 
contratantes pudessem não cumprir a palavra empenhada, gerando a balbúrdia e o caos; b) a 
intangibilidade ou imutabilidade do contrato, decorrente da convicção de que o acordo de 
vontade faz lei entre as partes, personificada pela máxima pacta sunt servanda (os contratos 
devem ser cumpridos), não podendo ser alterado nem pelo juiz. 
Há exceções: Art. 478, 479, 480, 157 CC. 
6 – Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva: permite aos 
contraentes recorrerem ao judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais 
humanas, em determinadas situações. 
Art. 478 a 480 CC. 
7 – Princípio da boa-fé e da probidade: Art. 422 CC – exige que as partes se 
comportem de forma correta não só durante as tratativas como também durante a formação e 
o cumprimento do contrato. 
Boa-fé subjetiva: para a sua aplicação, deve o intérprete considerar a intenção do 
sujeito da relação jurídica, o seu estado psicológico ou íntima convicção (conduta). 
Boa-fé objetiva: está fundada na honestidade, na retidão, na lealdade e na consideração 
para com os interesses do outro contraente, especialmente no sentido de não lhe sonegar 
informações relevantes a respeito do objeto e conteúdo do negócio (comportamento) Arts. 
422, 113, 187 CC. 
Uma das principais funções do princípio da boa-fé é limitadora: veda ou pune o 
exercício de direito subjetivo quando se caracterizar abuso da posição jurídica. 
Proibição de venire contra factum proprium: protege uma parte contra aquela que 
pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido 
anteriormente. 
Interpretação dos contratos 
Interpretar o negócio jurídico é procurar o sentido e alcance do conteúdo da declaração 
de vontade. 
Interpretação contratual declaratória: tem por escopo a descoberta da intenção comum 
dos contratantes no momento da celebração do contrato. 
Interpretação contratual construtiva ou integrativa: quando objetiva o aproveitamento 
do contrato, mediante o suprimento das lacunas e partes omissas deixadas pelas partes. 
Art. 112 CC. 
Dois princípios hão de ser sempre observados, na interpretação do contrato: o da boa-
fé e o da conservação do contrato. 
Art. 422 e 113 CC. 
Igor Demétrio 
Princípio da conservação dos contratos: se uma cláusula contratual permitir duas 
interpretações diferentes, prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve 
supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor de qualquer utilidade. 
Art. 114 CC. 
Benéficos ou gratuitos: somente um dos contratantes se obriga, enquanto o outro 
apenas aufere um benefício. 
Art. 423 CC. 
Art. 843 CC. 
Art. 819 CC. 
Art. 1899 CC. 
Interpretação dos contratos de adesão 
Art. 423 CC. 
Art. 424 CC. 
O legislador teve em mira proteger especialmente os direitos correlatos que na prática 
comercial são comumente excluídos por cláusulas-padrão, como o de não-reparação pelos 
danos decorrentes de defeitos da coisa. 
Pacto sucessório 
Art. 426 CC. 
A sua inobservância torna nulo o contrato em razão da impossibilidade jurídica do 
objeto. 
Formação dos contratos 
1 – a manifestação da vontade. 
O contrato é um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir 
direitos. Constitui o mais expressivo modelo de negócio jurídico bilateral. 
2 – Negociações preliminares. 
São caracterizados por sondagens, conversações, estudos e debates, também 
denominada fase da puntuação. 
3 – Proposta. 
Proposta, oferta, policitação ou oblação: é uma declaração receptícia de vontade, 
dirigida por uma pessoa a outra (com quem se pretende celebrar um contrato), por força da 
qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.Art. 427 CC. 
A oferta é um negócio jurídico receptício, pois a sua eficácia depende da declaração 
do oblato. 
Igor Demétrio 
Art. 429 CC. 
Art. 427 CC. 
Desde que séria e consciente, a proposta vincula o proponente. 
Art. 428 I CC. 
Quando o solicitado responde que irá estudar a proposta feita por seu interlocutor, 
poderá este retirá-la. 
Art. 428 II CC. 
Para os fins legais, são considerados ausentes os que negociam mediante troca de 
correspondências ou intercâmbio de documentos. 
Art. 428 III CC. 
Esgotado o prazo, sem resposta, estará liberado o proponente, não prevalecendo a 
proposta feita. 
Art. 428 IV CC. 
É necessário que a retratação chegue ao conhecimento da aceitante antes da proposta 
ou simultaneamente com ela. 
4 – A aceitação. 
Aceitação ou oblação: é a concordância com os termos da proposta. 
Art. 431 CC – contraproposta. 
A aceitação pode ser expressa ou tácita: a primeira decorre de declaração do aceitante, 
manifestando a sua anuência, a segunda, de sua conduta, reveladora do consentimento. 
Art. 432 CC – aceitação tácita. 
Hipóteses de inexistência de força vinculante da aceitação 
1 – Se a aceitação, embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao 
conhecimento do proponente (Art. 430 CC). 
2 – Se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante 
(Art. 433 CC). 
Contrato entre ausentes 
Momento em que a convenção se reputa concluída. 
1 – Teoria da informação ou da cognição: é o momento da chegada da resposta ao 
conhecimento do policitante, que se inteira de seu teor. 
2 – Teoria da declaração ou agnição: 
a) Declaração propriamente dita: o instante da conclusão coincide com o da 
redação da correspondência epistolar. 
Igor Demétrio 
b) Teoria da expedição: não basta a redação da resposta, sendo necessária que 
tenha sido expedida, isto é, saído do alcance e controle do oblato. 
c) Teoria da recepção: além de escrita e expedida, a resposta tenha sido entregue 
ao destinatário. 
Art. 434 CC – Teoria da expedição. 
Lugar da celebração 
Art. 435 CC. 
Local em que a proposta foi feita. 
Art. 9º §2º LINDB. 
Classificação dos contratos 
Quantos aos efeitos 
Contratos unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das 
partes, como a doação pura, por exemplo. 
Bilaterais: são contratos que geram obrigações para ambos os contratantes (compra e 
venda, locação, contrato de transporte). 
Plurilaterais: são os contratos que contêm mais de duas partes. 
Quanto às vantagens patrimoniais 
Contratos gratuitos (ou benéficos): são aqueles em que apenas uma das partes aufere 
benefício ou vantagem, como sucede na doação pura, no comodato, no reconhecimento de 
filho etc. 
Onerosos: ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um 
sacrifício. 
Onerosos se dividem em: 
Comutativos: são os de prestações certas e determinadas. 
Aleatórios: é o bilateral e oneroso sem que pelo menos um dos contraentes não pode 
antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. 
Contratos acidentalmente aleatórios: a) venda de coisas futuras; a1) à própria 
existência da coisa; a2) à sua quantidade; b) venda de coisas existentes, mas expostas a risco. 
Art. 458 CC a Art. 461 CC. 
Quanto à formação 
Contratos paritários: são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem 
livremente as condições, porque se encontram em situação de igualdade. 
 Contratos de adesão: são os que não permitem essa liberdade, devido à 
preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. 
Igor Demétrio 
Art. 423 e 424 CC. 
Contratos-tipo: as cláusulas não são impostas por uma parte à outra, mas apenas pré-
redigidas, admite discussão sobre o seu conteúdo. 
Quanto ao momento de sua execução 
Execução instantânea: os que se consumam num só ato, sendo cumpridos 
imediatamente após a sua celebração, como a compra e venda à vista, por exemplo. 
Execução diferida ou retardada: são os que devem ser cumpridos também em um só 
ato, mas em momento futuro. 
Trato sucessivo ou execução continuada: são os que cumprem por meio de atos 
reiterados. 
Quanto ao agente 
Contratos personalíssimos ou intuitu personae: são os celebrados em atenção às 
qualidades pessoais de um dos contraentes. 
Contratos impessoais: são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, 
pelo obrigado ou por terceiro. 
Contratos individuais: é o que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas 
vontades são individualmente consideradas. 
Contratos coletivos: perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas 
de direito privado, representativos de categorias profissionais, sendo denominadas convenções 
coletivas. 
Quanto ao modo por que existem 
Contratos principais: são os que têm existência própria, autônoma e não dependem, 
pois, de qualquer outro. 
Contrato acessório: são os que têm sua existência subordinada à do contrato principal. 
Contratos derivados ou subcontratos: são os que têm por objeto direitos estabelecidos 
em outro contrato, denominado básico ou principal. 
Quanto à forma 
Contratos solenes ou formais: são os contratos que devem obedecer à forma prescrita 
em lei para se aperfeiçoar. 
Contratos não solenes: são os de forma livre. 
Art. 107 CC. 
Contratos consensuais: são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de 
vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma. 
Igor Demétrio 
Contratos reais: são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a 
entrega (traditio) da coisa que lhe serve de objeto. 
Quanto ao objeto 
Contrato preliminares ou pactum de contrahendo: é aquele que tem por objeto a 
celebração de um contrato definitivo. 
Contrato definitivo: tem por objetos diversos, de acordo com a natureza de cada 
avença. 
A fase das negociações ou tratativas preliminares (fase da puntuação) antecede à 
realização do contrato preliminar e com este não se confunde, pois não gera direitos e 
obrigações. 
Opção: é quando o contrato preliminar gera obrigações para apenas uma das partes, 
constituindo promessa unilateral. 
Quanto à designação 
Contratos nominados: são aqueles que têm designação própria. 
O Código Civil regulamenta, em vinte capítulos, vinte e três contratos nominados a 
saber: compra e venda, troca, contrato estimatório, doação, locação de coisas, empréstimo, 
prestação de serviços, empreitada, sociedade, depósito, mandato, comissão, agência, 
distribuição, corretagem, transporte, constituição de renda, seguro, jogo, aposta, fiança, 
transação e compromisso. 
Contratos inominados: são os que não têm denominação própria. 
Contrato típico: são os regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado. 
Contratos atípicos: são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, 
as suas características e requisitos definidos e regulados em lei. 
Art. 425 CC. 
Contrato misto: resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas 
pela vontade dos contratantes. 
 Contrato coligado: são os que embora distintos, estão ligados por uma cláusula 
acessória, implícita ou explícita. 
Da estipulação em favor de terceiro 
Art. 436 a 438 CC. 
Estipulação em favor de terceiro: é quando no contrato celebrado entre duas pessoas, 
denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste 
reverterá em benefício de terceira pessoas, alheia à formação do vínculo contratual 
(beneficiário). 
Igor Demétrio 
Não é necessário o consentimento do beneficiário, porém este pode recusar. 
Natureza jurídicaA teoria mais aceita é a que considera a estipulação em favor de terceiro um contrato, 
porém sui generis pelo fato de a prestação não ser realizada em favor do próprio estipulante, 
como seria natural, mas em benefício de outrem, que não participa da avença. 
Art. 436 a 438 CC. 
Art. 436 CC. 
A obrigação assumida pelo promitente pode, assim ser exigido tanto pelo estipulante 
como pelo beneficiário, que assume, na execução do contrato. 
Exceções Art. 438 CC. 
Da promessa de fato de terceiro 
Art. 439 e 440 CC. 
Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro. O único 
vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada, 
resolve-se em perdas e danos. 
Art. 439, parágrafo único, CC. 
A regra evidentemente visa à proteção de um dos cônjuges contra desatinos do outro, 
negando eficácia à promessa de fato de terceiro quando este for cônjuge do promitente, o ato a 
ser por ele praticado depende da sua anuência. 
Art. 440 CC. 
A assunção da obrigação pelo terceiro libera o promitente. 
Dos vícios redibitórios 
Vícios redibitórios: são defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato 
comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam o valor. 
Art. 441 a 446 CC. 
Art. 442 CC. 
O adquirente tem a opção de ficar com a coisa e reclamar abatimento no preço. 
Como os contratos comutativos são espécies de contratos onerosos, não incidem as 
referidas regras sobre os gratuitos. 
Fundamento jurídico 
A teoria mais aceita e acertada é a do inadimplemento contratual, que aponta o 
fundamento da responsabilidade pelos vícios redibitórios no princípio de garantia, segundo o 
qual todo alienante deve assegurar, ao adquirente a título oneroso, o uso da coisa por ele 
adquirida e para os fins a que é destinada. 
Igor Demétrio 
Requisitos 
1 – Que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo ou de doação 
onerosa ou remuneratória. 
2 – Que os defeitos sejam ocultos. 
3 – Que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdurem até 
o momento da reclamação. 
Art. 443 e 444 CC. 
4 – Que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente. 
5 – Que os defeitos sejam graves. 
Efeitos e ações cabíveis 
O adquirente, destinatário da garantia, pode enjeitá-la ou pedir abatimento no preço 
(Art. 441 e 442 CC). 
A ignorância dos vícios pelo alienante não a exime da responsabilidade. 
Art. 443 CC. 
Art. 444 CC. 
Espécies de ações 
1º Rejeitar a coisa e pleitear a devolução do preço pago: Ação redibitória. 
2 – Querer apenas o abatimento no preço: Ação quanti minoris ou estimatória. 
Exceção: Art. 444 CC – cabe apenas ação redibitória. 
Ações edilícias: Ação redibitória e Ação estimatória. 
 
Prazos decadenciais 
Art. 445 CC. 
30 dias ------ bem móvel. 
1 ano --------- bem imóvel. 
 Desde a tradição. 
 Ressalvado parte final do art. 445 CC. 
Art. 445 §1º CC. 
Quando o vício só puder ser conhecido mais tarde. 
180 dias --------- bem móvel. 
1 ano bem imóvel. 
 Desde a ciência do vício. 
Art. 446 CC. 
Na constância de cláusula de garantia não correm os prazos do art. 445 CC. 
Igor Demétrio 
Descabimento das ações edilícias 
Art. 503 CC. 
Nas coisas vendidas conjuntamente. 
Só a coisa defeituosa pode ser restituída e o valor deduzido do preço, salvo se 
formarem um todo inseparável. 
O vício redibitório é erro objetivo sobre a coisa, que contém um defeito oculto (e não 
subjetivo art. 139, I CC). 
Quando uma pessoa adquire um veículo, com defeito de um particular, a reclamação 
rege-se pelas normas do Código Civil. Se, no entanto, adquire-o de um comerciante 
estabelecido nesse ramo, pauta-se pelo CDC. 
Da evicção 
Evicção: é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por 
coisa jurídica preexistente ao contrato. 
Inexiste, em regra, responsabilidade pela evicção nos contratos gratuitos, salvo se se 
tratar de doação modal (onerosa ou gravada de encargo). Há, na evicção, três personagens: o 
alienante, que responde pelos riscos da evicção; o evicto, que é o adquirente vencido na 
demanda movida por terceiro; e o evictor, que é o terceiro reivindicante e vencedor da ação. 
Extensão da garantia 
Tem direito à garantia não só o proprietário, como o possuidor e o usuário. 
Cabe a denunciação da lide, destinada a torna-la efetiva. 
Art. 448 CC. 
Só se excluirá a responsabilidade do alienante se houver cláusula expressa. 
Art. 449 CC. 
Poderá recobrar o preço que pagou pela coisa evicta: 
1 – Se não soube do risco de evicção. 
2- Se dele informado, não o assumiu. 
Requisitos 
1 – Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada. 
2 – Onerosidade da aquisição. 
3 – Ignorância pelo adquirente, da litigiosidade da coisa Art. 457 CC. 
Se conhecia, presume-se ter assumido o risco de a decisão ser desfavorável ao 
alienante. 
4 – Anterioridade do direito do evictor: O alienante só responde pela perda decorrente 
de causa já existente ao tempo da alienação. 
Igor Demétrio 
5 – Denunciação da lide ao alienante. 
Verbas devidas 
Art. 450 CC. 
O STJ tem proclamado: “Perdida a propriedade do bem, o evicto há de ser indenizado 
com importância que lhe propicie adquirir outro equivalente. Não constitui reparação 
completa a simples devolução do que foi pago, ainda que com correção monetária”. 
Art. 451 CC. 
A deterioração da coisa, em poder do adquirente, não afasta a responsabilidade do 
alienante, salvo dolo daquele. 
Art. 452 CC. 
Art. 453 CC. 
Art. 454 CC. 
Se as benfeitorias (úteis e necessárias) foram abonadas (pagas pelo reivindicante) e 
tiverem sido feitas, na verdade, pelo alienante “o valor delas será levado em conta na 
restituição devida”. 
Evicção parcial 
Dá-se a evicção parcial quando o evicto perde apenas parte, ou fração, da coisa 
adquirida em virtude de contrato oneroso. 
Art. 455 CC. 
Se, por exemplo, o evicto adquirir cem alqueires de terra e perdeu sessenta, pode optar 
por rescindir o contrato, ou ficar com o remanescente, recebendo a restituição da parte do 
preço correspondente aos sessenta alqueires que perdeu. 
Dos contratos aleatórios 
Contrato aleatório: é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não 
pode antever a vantagens que receberá, em troca da prestação fornecida. 
O objeto do negócio está ligado à ideia de risco. 
O risco de perder ou de ganhar pode ser de um ou de ambos; mas a incerteza do evento 
tem de ser dos contratantes, sob pena de não subsistir a obrigação. 
Há os contratos aleatórios por natureza e os acidentalmente aleatórios. 
Contratos acidentalmente aleatórios são de duas espécies: 1 – venda de coisa futuras; 
2 – venda de coisas existentes, mas expostas a risco. Nas que têm por objeto coisas futuras o 
risco pode referir-se: 1 – à própria existência da coisa; 2 – à sua quantidade. 
Venda de coisa futuras 
Risco concernente à própria existência da coisa. 
Igor Demétrio 
Art. 458 CC. 
Tem-se na hipótese, a emptio spei ou venda da esperança, isto é, da probabilidade de 
as coisas ou fatos existirem. 
Risco respeitante à quantidade da coisa esperada: emptio rei speratae 
Art. 459 CC. 
Aqui se refere à quantidade. 
Venda de coisas existentes, mas expostas a risco 
Art. 460 CC. 
Art. 461 CC. 
Do contrato preliminar 
Contrato preliminar ou pactum de contrahendo, ou ainda contrato-promessa: é aquele 
que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Tem, portanto, um único objeto. 
Os requisitos para sua validade são os mesmos exigidos para o contrato definitivo. 
Art. 104 CC. 
Art. 462 CC.Não exige que o contrato preliminar seja pactuado com os mesmos requisitos formais 
exigidos para o contrato definitivo a ser celebrado. 
Art. 463 CC. 
Ex.: promessa de compra e venda. 
Súmula 412 e 413 STF. 
Art. 462 CC. 
A inexigência de forma para sua validade, bem como para a produção normal de suas 
consequências jurídicas, é corolário natural do princípio consensualista, predominante entre 
nós. 
Art. 463, parágrafo único, CC. 
Quando este for exigido, deverá ser feito no Registro de Imóveis onde os bens imóveis 
estiverem localizados, e no Registro de Títulos de Documentos, no caso de bens móveis. 
O registro só é necessário para sua validade contra terceiros, produzindo efeitos, no 
entanto, sem ele, entre as partes. 
Art. 464 CC. 
Art. 465 CC. 
Somente quando não houver interesse do credor ou a isso se opuser a natureza da 
obrigação, é que se valerá o contraente pontual das perdas e danos. 
 
Igor Demétrio 
Do contrato com pessoa a declarar 
Art. 467 a 471 CC. 
Participam desse contrato o promitente, que assume o compromisso de reconhecer o 
amicus ou eligendo; o estipulante, que pactua em seu favor a cláusula de substituição; e o 
electus, que validamente nomeado, aceita sua indicação, que é comunicada ao promitente. 
A validade do negócio requer capacidade e legitimação de todos os personagens, no 
momento da estipulação do contrato (Art. 471 CC). 
O contrato com pessoa a declarar é negócio jurídico bilateral, que se aperfeiçoa com o 
consentimento dos contraentes, que são conhecidos. Uma das partes, no entanto, reserva-se a 
faculdade de indicar a pessoa que assumirá as obrigações e adquirirá os direitos respectivos, 
em momento futuro. 
Art. 467 CC. 
Verifica-se, assim, que o dispositivo retrotranscrito permite a um dos contraentes 
reservar-se, no negócio jurídico celebrado com a cláusula pro amico eligendo, a indicação de 
outra pessoa que o substitua na relação contratual, adquirindo os direitos e obrigações dela 
resultantes. 
Art. 468 CC. 
A indicação da pessoa deve ser feita, comunicando-se “à outra parte” no prazo 
estipulado ou, em sua falta, em cinco dias. 
Art. 469 CC. 
Adquire os direitos e assume as obrigações do contrato como se estivesse presente 
como parte contratante desde a data de sua celebração. 
Art. 470 CC. 
O contrato é eficaz mesmo se o electus não aceitar. Terá eficácia somente entre os 
contraentes originários. 
Da extinção do contrato 
O vínculo contratual, é, por natureza, passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão 
logo o devedor cumpra a prestação prometida ao credor. 
A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. 
Cláusula resolutiva 
Cláusula resolutiva expressa ou comissória: é quando as partes convencionam. 
Cláusula resolutiva tácita: consiste na presunção da lei. 
Art. 474 e 475 CC. 
O contrato substancialmente adimplido não pode ser resolvido unilateralmente. 
Igor Demétrio 
Art. 474 CC 
Tanto na de cláusula resolutiva expressa ou convencional como na de cláusula 
resolutiva tácita, a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa ser judicialmente pronunciada. 
Na primeira, a sentença tem efeito meramente declaratório e ex tunc, pois a resolução dá-se 
automaticamente, no momento do inadimplemento. No segundo , tem efeito desconstitutivo, 
dependendo de interpelação judicial. 
Art. 397 CC. 
Direito de arrependimento 
Art. 420 CC. 
Resolução 
A resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes. 
Resolução por inexecução voluntária 
A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos 
contraentes, com prejuízo ao outro. Efeitos ex tunc. 
Art. 475 CC. 
Art. 409 a 411 CC. 
Se for de trato sucessivo, efeitos ex nunc. 
Exceção de contrato não cumprido 
Art. 476 e 477 CC. 
Aquele que não satisfaz a própria obrigação não pode exigir o implemento da do outro 
desde que as prestações sejam simultâneas. 
Art. 476 CC. 
Trata-se da cláusula solve et repete, pela qual obriga-se o contratante a cumprir a sua 
obrigação, mesmo diante do descumprimento da do outro, resignando-se a, posteriormente, 
voltar-se contra este, para pedir o cumprimento ou perdas e danos. 
Garantia de execução da obrigação a prazo 
Art. 477 CC. 
Autoriza-se, por exemplo, o vendedor a não entregar a mercadoria vendida, se algum 
fato superveniente à celebração do contrato acarretar diminuição considerável no patrimônio 
do comprador, capaz de tornar duvidoso o posterior adimplemento de sua parte na avença, 
podendo aquele, neste caso, reclamar o preço de imediato ou exigir garantia suficiente. 
Resolução por inexecução involuntária 
Caso fortuito ou força maior. 
Tem de ser: 
Igor Demétrio 
Objetiva: não concernir à própria pessoa do devedor. 
Total. 
Definitiva: a impossibilidade temporária acarreta apenas suspensão do contrato. 
Art. 393 e 399 CC. 
Efeitos ex tunc sem perdas e danos. 
Resolução por onerosidade excessiva 
Rebus sic stantibus: consiste basicamente em presumir, nos contratos comutativos, de 
trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita (e não expressa) de uma 
cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da 
situação de fato. 
Em linha geral, o princípio da resolução dos contratos por onerosidade excessiva não 
se aplica aos contratos aleatórios. 
Art. 478 a 480 CC. 
Art. 317 CC. 
A desproporção manifesta tanto pode ocorrer em prejuízo do credor como do devedor. 
Requisitos 
Os requisitos para a resolução do contrato por onerosidade excessiva são os seguintes: 
1 – vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo. 
2 – ocorrência de fato extraordinário e imprevisível. 
3 – Considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em 
confronto com a que existia por ocasião da celebração. 
4 – nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva onerosidade. 
Não há medida padrão para se concluir que uma obrigação se tornou excessivamente 
onerosa, nos termos do art. 478 CC. 
Art. 479 CC. 
Permite que a parte contrária possa, considerando que lhe é mais vantajoso manter o 
contrato, restabelecendo o seu equilíbrio econômico, oferecer-se para modificar 
equitativamente as suas condições. 
Art. 480 CC. 
Neste caso, admite o dispositivo que a parte prejudicada possa pleitear a redução do 
montante devido, ou, ainda, a alteração do modo como deve ser efetuado o pagamento, “no 
intuito, sempre, de que se evite a resolução pelo excesso oneroso”. 
Resilição 
A resilição deriva da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. 
Igor Demétrio 
Resilição bilateral= distrato. 
Resilição unilateral: pode ocorrer em alguns contratos apenas. 
Distrato 
Art. 472 CC. 
Distrato: é a declaração de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que 
havia gerado o vínculo. 
Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. 
Art. 472 CC. 
O distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver 
forma especial, mas não quando esta for livre. 
Efeitos ex nunc. 
Resilição unilateral 
Art. 473 CC. 
A resilição unilateral pode ocorrer somente nas obrigações duradouras, contra a sua 
renovação ou continuação. 
Obrigação duradoura: é aquela que não se esgota em uma só prestação. (Neste caso a 
resilição denomina-se denúncia, no mandato chama-se revogação [mandante] ou renúncia 
[mandatário]). 
Efeitos ex nunc. 
Morte de um dos contratantes 
A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos 
(intuitu personae), que nãopoderão ser executados pela morte daquele em consideração do 
qual foi ajustado. 
Efeitos ex nunc. 
Das várias espécies de contrato 
Da compra e venda 
Compra e venda: é o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a 
transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador) mediante contraprestação de certo 
preço em dinheiro. 
Art. 481 CC. 
A transferência do domínio depende de outro ato: a tradição, para os móveis e o 
registro, para os imóveis. 
 O contrato de alienação fiduciária constitui exceção à regra apontada, pois transfere o 
domínio independentemente da tradição (Art. 1361 CC). 
Igor Demétrio 
Natureza jurídica 
1 – Sinalagmático ou bilateral perfeito: uma vez que gera obrigações recíprocas. 
2 – Em regra, consensual (art. 482 CC, Art. 108 CC – solene). 
3 – Oneroso. 
4 – Em regra, comutativo, porque de imediato se apresenta certo o conteúdo das 
prestações recíprocas. 
Elementos da compra e venda 
1 – a coisa. 
2 – o preço. 
3 – o consentimento. 
Consentimento 
Pressupõe a capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e 
espontânea, sob pena de anulabilidade, bem como recair sobre os outros dois elementos: a 
coisa e o preço. 
Preço 
O preço é o segundo elemento essencial da compra e venda. Sem a sua fixação, a 
venda é nula. 
Art. 485 a 489 CC. 
Art. 487 CC. 
Índices: são os indicadores de cálculo da variação de preços e valores de determinados 
conjuntos de bens. 
Parâmetros: são referenciais que servem como indicativo de custo de vida ou de 
inflação. 
Art. 488 CC. 
A expressão “vendas habituais do vendedor” não significa que o preço será 
estabelecido unilateralmente por ele no caso concreto, mas o que costuma constar de seus 
catálogos, tabelas ou ofertas ao público. 
O preço deve ser sério e real, correspondente ao valor da coisa, e não vil ou fictício. 
Coisa 
Art. 481 CC. 
Requisitos 
1 – Existência da coisa: é nula a venda de coisa inexistente. A lei se contenta, porém, 
com a existência potencial da coisa (Ex.: Arts. 458 a 461 CC). 
Igor Demétrio 
2 – Individualização da coisa: o objeto da compra e venda há de ser determinado, ou 
suscetível de determinação. 
Art. 484 CC. 
3 – Disponibilidade da coisa: a coisa deve encontrar-se disponível, isto é, não estar 
fora do comércio. Visto que, as coisas podem estar em indisponibilidade natural, 
indisponibilidade legal, indisponibilidade voluntária. 
Art. 11 CC. 
Art. 199 §4º CF. 
Efeitos da compra e venda 
Efeitos principais 
1º Geração de obrigações recíprocas. 
2º Responsabilidade pelos vícios redibitórios. 
3º Responsabilidade pela evicção. 
Efeitos secundários ou subsidiários 
1 – Responsabilidade pelos riscos: até o momento da tradição dos móveis e o registro 
dos imóveis a coisa pertence ao vendedor. Os riscos de a coisa perecer ou se danificar até 
esse momento, correm, portanto, por sua conta. 
Art. 492 CC. 
Art. 493 CC. 
A norma é de caráter supletivo, pois os contraentes podem estipular o que quiserem a 
respeito do lugar onde deva ocorrer a tradição da coisa. 
Art. 494 CC. 
Art. 492 §2º CC. 
Mora accipiendi 
Mesmo que a coisa “venha a desaparecer por motivo de caso fortuito, e estando em 
pode dor vendedor, poderá este exigir o preço”. 
2 – Repartição de despesas: Art. 490 CC. 
3 – O Direito de reter a coisa ou o preço. 
Art. 491 CC. 
Cabe ao comprador o primeiro passo que é pagar o preço. Antes disso, o vendedor não 
é obrigado a entregar a coisa, podendo retê-la, ou negar-se a assinar a escritura definitiva, até 
que o comprador satisfaça a sua parte. 
Venda a crédito – Art. 495 CC. 
Art. 491 e 476 CC. 
Igor Demétrio 
De acordo com o sistema adotado, a benefício da ordem jurídica é atribuído ao 
vendedor, que pode por a exceção, enquanto não houver o pagamento do preço. 
Limitação à compra e venda 
Falta de legitimação. 
1 – Venda de ascendente a descendente: Art. 496 CC: A lei não distingue entre bens 
móveis e imóveis, nem proíbe a venda feita por descendente a ascendente. 
Inclui-se na proibição legal a dação em pagamento do devedor a descendente, pois 
envolve alienação de bem. 
O STF, a propósito, decidiu que a norma apenas se refere aos descendentes existentes, 
aos que se achavam nessa situação no momento da venda. (Porém é controvertida). 
Súmula 494 STF. 
Art. 496 CC. 
Somente será dispensado o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da 
separação obrigatório. Regime imposto pela lei. Ex.: Art. 1641 CC. 
A anuência deve ser expressa. 
O cônjuge do descendente não precisa consentir. 
Art. 179 CC. 
É anulável essa compra e venda. 
2 – Aquisição de bens por pessoas encarregada de zelar pelos interesses do vendedor. 
Art. 497 CC. 
As proibições têm por fundamento a presunção de aproveitamento desleal da situação, 
na aquisição de bens confiados à sua gestão ou administração, em virtude da especial posição 
das pessoas a que se refere o dispositivo. 
Art. 497 I CC. 
A proibição no que tange aos testamenteiros atinge apenas os testamenteiros estranhos 
à sucessão. 
Art. 497 IV CC. 
Se os leiloeiros pudessem participar, em tese, poderiam manipular os resultados, em 
razão do domínio privilegiado de informações. 
3 – Venda da parte indivisa em condomínio. 
Art. 504 CC. 
A venda de parte indivisa a estranho somente se viabiliza quando: 
1º for comunicada previamente aos demais condôminos. 
Igor Demétrio 
2º for dada preferência aos demais condôminos para a aquisição da parte ideal, pelo 
mesmo valor que o estranho ofereceu. 
3º Os demais condôminos não exercerem a preferência dentro do prazo legal. 
Ação de preempção. 
4 – Venda entre cônjuges: um cônjuge, qualquer que seja o regime de bens do 
casamento, exceto na da separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou 
gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter a autorização do outro, ou o suprimento 
judicial do seu consentimento (Arts. 1647 e 1648 CC e Art. 226 §5º CF). 
Art. 499 CC. 
Vendas especiais 
1 – Venda mediante amostra. 
Art. 484 CC. 
Amostra = Paradigma: constitui reprodução integral da coisa vendida, com suas 
qualidades e características, apresentada em tamanho normal ou reduzido. 
2 – Venda ad corpus e venda ad mensuram. 
Art. 500 CC. 
Aplicável somente à compra e venda de imóveis. 
Venda ad mensuram: o preço é estipulado com base nas dimensões do imóvel. 
Não podendo ter complementação (ação ex empto ou ex vendito): 1º Resolução do 
contrato (ação redibitória) ou 2º abatimento proporcional do preço (ação estimatória). 
Art. 501 CC. 
1 ano de decadência. 
Art. 500 §3º CC. 
Nessa espécie de venda, o imóvel é adquirido como um todo, como corpo certo e 
determinado, caracterizado por suas confrontações, não tendo nenhuma influência na fixação 
do preço as suas dimensões. 
Art. 500 §1º CC. 
Um vigésimo corresponde a 5% da extensão total. 
Das cláusulas especiais à compra e venda 
Da retrovenda 
Art. 505 a 508 CC. 
Constitui um pacto adjeto, acessório, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de 
reaver o imóvel que está sendo alienado em certo prazo, restituindo o preço, mais as despesas 
feitas pelo comprador. 
Igor Demétrio 
Art. 505 CC. 
Prazo máximo de decadência de 3 anos. 
Só pode ter objeto bens imóveis. 
Art. 507 CC. 
O direito de retrato permanece, ainda que a cláusula não tenha sido averbada no 
Registro de Imóveis. Trata-se de direito pessoal, e não de direito real. 
Contudo, o registro gera eficácia erga omnes, sendo oponível a terceiros que venham a 
adquirir o imóvel do adquirente. 
Da venda a contento e da sujeita à prova 
Art. 509 a 512 CC.A venda a contento do comprador constitui pacto adjeto a contratos de compra e venda 
relativos, em geral, a gêneros alimentícios, bebidas finas e roupas sob medida. 
Cláusula denominada ad gustum. 
Art. 511 CC. 
O aperfeiçoamento do negócio depende exclusivamente do arbítrio, isto é, do gosto do 
comprador, não podendo o vendedor alegar que a recusa é fruto de capricho. 
Art. 512 CC. 
Extingue-se o contrato, se o comprador morrer antes de exercê-lo (Art. 509 CC). Mas 
subsiste, e será manifestado perante os herdeiros do vendedor, se este for o que falecer. 
Da preempção ou preferência 
Preempção ou preferência: é o direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro 
nos mesmos termos e condições em que este iria adquirir a coisa. 
Art. 513 a 520 CC. 
Art. 504 CC – exemplo de prelação legal. 
Requisitos 
1º é personalíssimo, no sentido de que somente pode exercê-lo o próprio vendedor – 
Art. 520 CC. 
2º Pode ser incluído em vários tipos de contrato. 
3º O direito de prelação somente pode ser exercido na hipótese de pretender o 
comprador vender a coisa ou dá-la em pagamento. 
4º Pode ter por objeto bem corpóreo ou incorpóreo, móvel ou imóvel. 
180 dias- móveis. 
2 anos – imóveis. 
Art. 516 CC. 
Igor Demétrio 
Sem prazo estipulado = 3 dias – móvel; 60 dias imóvel. 
É admitida a notificação judicial e extrajudicial. 
Art. 518 CC. 
Perdas e danos. 
Art. 514 CC. 
A regra pressupõe o descumprimento do dever de comunicação imposta ao comprador, 
proclamando que o vendedor não necessita aguardar a intimação ou notificação do 
comprador, para que possa exercitar seu direito de preferência. 
Art. 519 CC. 
Tem-se, pois, ao lado da preferência convencional, a prelação legal, em favor do 
ex-proprietário da coisa expropriada, obrigando o poder público expropriante a oferecê-la 
àquele, se não a tiver destinado à finalidade especificada na desapropriação ou não a tiver 
utilizado em obras e serviços públicos. 
É chamada de retrocessão. 
Da venda com reserva de domínio 
A venda com reserva de domínio constitui modalidade especial de venda de coisa 
móvel, em que o vendedor tem a própria coisa vendida como garantia do recebimento do 
preço. 
Só a posse é transferida ao adquirente. 
Art. 521 a 528 CC. 
Requisitos 
1º Compra e venda a crédito. 
2º que recaia sobre objeto individuado, infungível. 
3º Entrega desse objeto pelo vendedor ao comprador. 
4º Pagamento do preço convencionado nas condições estipuladas, comumente em 
prestações. 
5º obrigação do vendedor de transferir o domínio ao comprador tão logo se complete o 
pagamento do preço. 
É uma venda sob condição suspensiva. 
O comprador, enquanto pendente o pagamento das prestações, é mero possuidor a 
título precário. 
Pode haver assunção de dívida (art. 299 CC) ou cessão de crédito. 
Art. 525 e 526 CC. 
Igor Demétrio 
A falta de pagamento do preço impede a aquisição do domínio e abre ao vendedor 
uma alternativa: cobrá-lo ou recuperar a própria coisa. 
Art. 524 CC. 
Embora o domínio e a posse indireta permaneçam com o alienante, os riscos da coisa 
passam para o adquirente, mero possuidor direto. 
Da venda sobre documentos 
A sua finalidade é dar maior agilidade aos negócios mercantis que envolvam venda de 
mercadorias e, por sua natureza, pode ter por objeto apenas bens móveis. 
Art. 529 a 532 CC. 
Art. 529 CC. 
O vendedor, entregando os documentos, libera-se da obrigação e tem direito ao preço, 
e o comprador, na posse justificada de tal documento, pode exigir do transportador ou 
depositário a entrega da mercadoria. 
Art. 532 CC. 
Ao banco cabe verificar a exatidão dos documentos. Estando em ordem, efetuará o 
pagamento, a débito do comprador. Satisfeita a dívida pelo pagamento ao vendedor, incumbe 
à instituição financeira receber o preço diretamente do comprador. 
Art. 531 CC. 
O comprador somente assume os riscos do transporte se entre os documentos 
recebidos estiver a apólice do seguro correspondente. Este será feito tendo o comprador como 
beneficiário. 
Da troca ou permuta 
Troca: é contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não 
seja dinheiro. Em regra qualquer coisa ou objeto in commercium é suscetível de troca. Tudo o 
que pode ser vendido pode ser trocado. 
Pode ter por objeto coisas futuras. 
É negócio bilateral e oneroso, consensual (há exceções Art. 108 CC) e comutativo. 
 Quando um dos contraentes faz a reposição parcial em dinheiro, a troca não se 
transmuda em compra e venda, salvo se representar mais da metade do pagamento. 
Limitações 
Art. 533 I e II CC. 
Nos casos de vício redibitório e evicção apenas tem direito a resolução do contrato e 
não abatimento do preço no caso do primeiro. 
Do contrato estimatório 
Igor Demétrio 
Contrato estimatório ou de venda em consignação: é aquele em que uma pessoa 
(consignante) entrega bens móveis a outra (consignatária), ficando esta autorizada a 
vendê-los, obrigando-se a pagar um preço ajustado previamente, se não preferir restituir as 
coisas consignadas dentro do prazo ajustado. 
Art. 534 a 537 CC. 
O contrato é de natureza real, pois se aperfeiçoa com a entrega do bem ao 
consignatário, é oneroso, comutativo e bilateral. 
Art. 535 CC. 
O contrato estimatório transfere os riscos, destarte, ao consignatário, que suporta a 
perda ou deterioração da coisa, não se eximindo da obrigação de pagar o preço ainda que a 
restituição se impossibilite sem culpa sua. 
Art. 537 CC. 
Impede que o consignante disponha da coisa consignada, enquanto perdurar o 
contrato. 
Da doação 
Art. 538 a 564 CC. 
Doação: é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio 
bens ou vantagens para o de outra. 
Características 
1º a natureza contratual. 
2º o animus donandi, ou seja, a intenção de fazer uma liberalidade. 
3º a transferência de bens para o patrimônio do donatário. 
4º a aceitação do donatário. 
Requisitos 
Objetivo: a transferência do bem. 
Subjetivo: o animus donandi. 
Art. 544 CC. 
Não necessita da anuência dos demais. 
Art. 550 CC. 
Proibida a doação do cônjuge adúltero. 
Prazo decadencial de 2 anos. 
Art. 539 CC. 
A aceitação é indispensável para o aperfeiçoamento da doação e pode ser expressa, 
tácita, presumida ou ficta. 
Igor Demétrio 
Art. 539 CC. 
O silêncio atua, nesse caso, como manifestação da vontade. Tal presunção só se aplica 
às doações puras, que não trazem ônus para o aceitante. 
Art. 543 CC. 
Exemplo de doação ficta. 
A doação, em regra, é contrato gratuito, unilateral e formal ou solene (há exceções). 
Art. 541 CC. 
A doação é formal como regra e consensual por exceção. 
Art. 552 CC. 
Em regra o doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às 
consequências da evicção ou do vício redibitório. 
Objeto da doação 
É a prestação de dar coisa ou vantagens. 
A coisa alheia não pode ser objeto de doação, mas a aquisição posterior do domínio 
convalida o ato (Art. 1268 §1º CC). 
Não é vedada a doação de bens futuros. 
Espécies de doação 
1 – Pura e simples: quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao 
beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. 
2 – Onerosa, modal, com encargo ou gravada: aquela em que o doador impõe ao 
donatário uma incumbência ou dever (Art. 553, 136 e 121 CC). 
Art. 441, parágrafo único, CC. 
3 – Remuneratório: é a feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não 
pode ser exigido pelo donatário. Art. 540 CC. 
4 – Mista: é aquela em que se procura beneficiar por meio de um contrato de caráter 
oneroso. 
5 – Contemplativaou meritória: configura-se quando o doador menciona 
expressamente, o motivo da liberalidade, dizendo, por exemplo, que o faz porque o donatário 
tem determinada virtude. 
Art. 540 CC. 
6 – Feita ao nascituro: Art. 542 CC: Sendo titular de direito eventual, sob condição 
suspensiva, caducará a liberalidade, se não nascer com vida. 
Igor Demétrio 
7 – Em forma de subvenção periódica: trata-se de uma pensão, como favor pessoal ao 
donatário, cujo pagamento termina com a morte do doador, não se transferindo a obrigação a 
seus herdeiros, salvo se o contrário houver, ele próprio, estipulado. 
8 – Em contemplação de casamento futuro: constitui liberalidade realizada em 
consideração às núpcias próximas do donatário com certa e determinada pessoa. 
Art. 546 CC. 
9 – Entre cônjuges: Art. 544 CC. 
10 – Em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva): quando a doação é feita em 
comum a várias pessoas entende-se distribuída entre os beneficiários por igual Art. 551 CC. 
11 – De ascendentes a descendentes: Art. 544 CC. 
12 – Inoficiosa: é a que excede o limite que o doador, no momento da liberalidade, 
poderia dispor em testamento. Art. 549 CC e Art. 1846 CC. 
13 – Com cláusula de retorno ou reversão (Art. 547 CC): se não fosse essa cláusula, 
que configura condição resolutiva expressa, os referidos bens passariam aos herdeiros do 
donatário. Se o doador morrer antes do donatário, deixa de ocorrer a condição e os bens 
doados incorporam-se definitivamente ao patrimônio do beneficiário, transmitindo-se, por sua 
morte, aos seus próprios herdeiros. 
14 – Manual: é a doação verbal de bens móveis de pequeno valor. Será válida se lhe 
seguir incontinenti a tradição (Art. 541 CC). 
15 – feita a entidade futura (Art. 554 CC): a doação a entidade futura, portanto 
inexistente, caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. Presume-se 
a aceitação com a existência da entidade donatária. 
Restrições legais 
1 – Doação pelo devedor já insolvente: Art. 158 CC fraude contra credores. 
2 – Doação da parte inoficiosa: Art. 549 CC: é nula a parte que exceder e não toda a 
doação. 
3 – Doação de todos os bens do doador: Art. 548 CC. O que o legislador não permite é 
doação universal sem que o doador conserve o necessário para assegurar a sua sobrevivência. 
4 – Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice: Art. 550 CC. Prazo decadencial de 2 
anos. A doação é anulável. 
Legitimidade ativa: cônjuge inocente e herdeiros necessários. 
Legitimidade passiva: donatário, cumplice do adúltero e sucessores. 
Da revogação da doação 
Pode ser revogada: 1º por ingratidão do donatário; 2º por inexecução do encargo. 
Igor Demétrio 
Revogação por descumprimento do encargo 
Para a revogação por descumprimento de encargo será necessário que o donatário 
tenha incorrido em mora (Art. 562 CC e Art. 397 CC). 
A força maior afasta a mora, porque exclui a culpa que lhe é elementar. 
A revogação será de toda a doação. 
Art. 553 CC. 
Cumprimento da doação: Tem legítimo interesse: 1º Doador, 2º Terceiro, 3º Ministério 
Público (o último acontece quando o encargo imposto é de interesse geral e o doador já 
estiver falecido). 
Revogação: ela só pode ser pleiteada pelo doador em juízo, sendo personalíssima a 
ação. 
Revogação por ingratidão do donatário 
Art. 557 CC. 
Tal espécie de revogação encontra-se nos arts. 557 e 558 CC e é taxativo (numerus 
clausus). 
Art. 556 CC. 
O Direito de revogar a doação por ingratidão do donatário é de ordem pública, 
portanto irrenunciável antecipadamente. 
Art. 563 CC. 
Sem prejuízo aos direitos de terceiros. 
Meio termo do seu valor: é a média entre o maior valor a que a coisa atingir e o menor 
valor que ela desceu, durante esse prazo. 
Art. 557 III CC. 
A difamação, não tendo sido incluída no rol taxativo do dispositivo, não pode ser 
alegada. 
Art. 558 CC. 
Pode também ocorrer a revogação quando o ofendido foi: 1º O cônjuge; 2º ascendente; 
3º descendente ainda que adotivo; 4º irmão do doador. 
Art. 559 CC. 
Prazo decadencial de 1 ano para postulação desde a ciência do fato. 
Art. 560 CC. 
A ação é personalíssima, mas pode ter continuação depois da morte do doador se já 
estiver sido ajuizada a lide. 
Art. 561 CC. 
Igor Demétrio 
Exceção: no caso de homicídio doloso. 
Como a lei não exige forma especial, o perdão não precisa ser reduzido a escrito, 
podendo ser provado por qualquer meio admitido em lei. 
Locação de coisas 
Locação de coisas: é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a conceder à outra 
o uso e gozo de uma coisa não fungível, temporariamente e mediante remuneração. 
Art. 565 a 578 CC. 
As partes denominam-se locador, senhorio ou arrendador; e locatário, inquilino ou 
arrendatário. 
A retribuição pelo uso e gozo da coisa chama-se aluguel ou renda. 
É contrato bilateral ou sinalagmático, oneroso, consensual, não se trata de contrato 
real, pois o locador se obriga a entregar a coisa, não se exigindo a tradição para seu 
aperfeiçoamento, não tem caráter personalíssimo nem para o locador, nem para o locatário, 
uma vez que admite cessão e sublocação, não se extinguindo pela morte de qualquer deles 
(mas pode ser convencionado a impossibilidade de cessão e sublocação). 
É comutativo, não solene, de trato sucessivo ou de execução continuada. 
Elementos do contrato e locação 
1 – Objeto: pode ser móvel ou imóvel. Se for móvel deve ser infungível. 
Uma coisa pode ser alugada por inteiro ou em frações. 
A locação dos bens imóveis urbanos residenciais ou comerciais continua regida pela 
Lei do Inquilinato (Lei 8245/91). 
2 – Preço: denominado aluguel ou remuneração, é essencial para a sua configuração, 
pois haverá comodato, e não locação, se o uso e gozo da coisa forem cedidos a título gratuito. 
No silêncio do contrato, a obrigação locatícia é quesível, efetuando-se o pagamento do 
aluguel e dos encargos da locação no domicílio do locatário (Art. 327 CC). 
3 – Consentimento: pode ser expresso ou tácito. O locatário tem de ser pessoa estranha 
à coisa locada. 
Art. 571 CC. 
Art. 4º Lei 8245/91. 
Obrigações do locador 
Art. 566 CC. 
1º Entregar ao locatário a coisa alugada: “Abrange as pertenças”. 
2º Manter a coisa no mesmo estado, pelo tempo do contrato. 
Art. 567 CC. 
Igor Demétrio 
Se ocorrer a destruição total, o contrato se resolverá, cabendo ao locatário pleitear 
perdas e danos em caso de culpa do locador. 
3º Garantir o uso pacífico da coisa. 
Art. 568 CC. 
Obrigações do locatário 
Art. 569 CC. 
Art. 569 I CC. 
Se o imóvel locado é residencial, por exemplo, deve ele ser utilizado exclusivamente 
para moradia, não podendo o locatário nele instalar o seu comércio. 
Art. 569 II CC. 
Na locação de imóveis urbanos (Lei 8245/91) é até o sexto dia útil do mês seguinte ao 
vencido. 
É obrigatório o fornecimento de recibo de quitação, com especificação das parcelas do 
aluguel e demais encargos (Lei 8245/91 Art. 22 VI). 
Art. 569 IV CC. 
Tem o locatário o direito de exigir, quando o imóvel lhe é entregue, relação escrita de 
seu estado, para se resguardar de posterior imputação infundada. 
Em se tratando de locação predial, fruído o prazo pode o locador reaver o imóvel 
locado se o ajuste for por escrito e por igual ou superior a 30 meses (Art. 46 Lei 8245/91). 
Locação por tempo determinado: Art. 573 CC. 
Art. 575 CC. 
Trata-se de meio coercitivo de que dispõe o locador para forçar o locatário a cumprir 
sua obrigação (não se aplica a prédios urbanos). 
Art. 578 CC e Art. 35 Lei 8245/91. 
Salvo convenção em contrário, o locatário pode reter a coisa alugada, no caso de 
benfeitoria necessária, mesmo feita sem licença do proprietário. Quantoàs úteis, só pelas 
realizadas com expresso consentimento do locador. 
Locação de prédios 
Lei 8245/ 91. 
O contrato de locação predial pode ser estipulado por qualquer prazo, embora não 
deva ser perpétuo. 
Art. 3º Lei 8245/91. 
Se superior ou igual a 10 anos depende de vênia conjugal. 
Igor Demétrio 
Como a lei não distingue deve-se entender necessária a anuência tanto do cônjuge do 
locador como do cônjuge do locatário, qualquer que seja o regime de bens e a natureza da 
locação. 
Art. 4º Lei 8245/91 – multa. 
Art. 13 Lei 8245/91. 
A cessão não se confunde com a sublocação. Nesta o locatário continua obrigado pelo 
contrato celebrado com o locador. Na cessão da locação, desaparece a responsabilidade do 
cedente, que se transmite ao cessionário, com o qual, daí por diante, se entenderá o locador. 
Súmula 411 STF. 
Art. 16 Lei 8245/91. 
A responsabilidade subsidiária do sublocatário começa com a sua notificação, na ação 
de cobrança movida pelo senhorio ao inquilino. 
Art. 26 Lei do inquilinato. 
Reparos > 10 dias = abatimento no preço do aluguel. 
Reparos > 30 dias = poderá rescindir o contrato. 
Responderá o locatário pelo incêndio do prédio se não provar caso fortuito ou força 
maior, vício de construção ou propagação de fogo originado em outro prédio. 
Art. 12 Lei 8245/91. 
O STJ assentou que no caso de separação do casal que resida em imóvel alugado, o 
locador deve ser comunicado se um deles permanecer no imóvel, para que direitos e 
responsabilidades sejam transferidos. 
Se isso não for feito, quem deixou o imóvel continuará obrigado a pagar o aluguel. 
Empréstimo 
É o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra coisa fungível ou infungível, 
com a obrigação de restituí-la. 
É contrato de natureza real, somente se perfaz com a tradição. 
Espécies 
Comodato e mútuo. 
Do comodato 
Art. 579 a 585 CC. 
É contrato benéfico, pelo qual uma pessoa entrega a outrem alguma coisa infungível, 
para que a use graciosamente e, posteriormente, a restitua. 
Empréstimo de uso. 
 
Igor Demétrio 
Características 
1 – Gratuidade: decorre da própria natureza do comodato, pois confundir-se-ia com a 
locação se fosse oneroso. 
Em geral o contrato de comodato tem natureza intuitu personae, traduzido em 
favorecimento pessoal do comodatário, embora essa circunstância não seja essencial. 
2 – Infungibilidade: implica a restituição da mesma coisa recebida em empréstimo. SE 
fungível ou consumível haverá mútuo. O comodato de bens fungíveis ou consumíveis só é 
admitido quando, excepcionalmente, as partes convencionam a infungibilidade de coisas 
naturalmente fungíveis e consumíveis. 
O comodato é também contrato unilateral, temporário e não solene. 
É unilateral porque, aperfeiçoando-se com a tradição gera obrigações apenas para o 
comodatário. 
O empréstimo é para uso temporário. Se for perpétuo, transforma-se em doação. 
Art. 581 CC. 
A necessidade imprevista é a que surge depois da celebração da avença e não podia ser 
vislumbrada antes. 
Art. 580 CC. 
Denota-se a intenção do legislador em proteger o incapaz, e todos aqueles que não têm 
a livre administração de seus bens, contra atos lesivos que possam ser eventualmente 
praticados pelos responsáveis por essa administração. 
3 – aperfeiçoamento com a tradição. 
Sendo o comodato baseado na confiança, é vedada a cessão de uso mediante 
subcomodato, à falta de expressa autorização. 
Direitos e obrigações do comodatário 
1 – Conservar a coisa. Art. 582 CC. Não pode alugá-la, nem emprestá-la sem 
autorização. 
Art. 584 CC. 
Art. 583 CC. 
Se o comodatário tem a alternativa de salvar objetos de sua propriedade e a coisa dada 
em comodato, manda a lei que primeiramente proceda ao salvamento desta. 
Art. 585 CC. 
Todas as obrigações mencionadas vinculam solidariamente os vários comodatários se 
tomarem de empréstimo, conjuntamente, a mesma coisa. 
Igor Demétrio 
2 – Usar a coisa de forma a adequada: Art. 582 CC, poderá responder por perdas e 
danos. 
3 – Restituir a coisa: deve esta ser restituída no prazo convencionado, ou, não sendo 
este determinado, findo o necessário ao uso concedido. 
Se negar a restituir a coisa praticará esbulho e estará sujeito à ação de reintegração de 
posse, além da dupla sanção do art. 582 CC: responderá pelo risco da mora e terá de pagar 
aluguel arbitrado pelo comodante durante o tempo de atraso. 
Em regra o comodatário não responde pelos riscos da coisa (exceção art. 399 CC). 
Direitos e obrigações do comodante 
Em regra o comodante não tem obrigações, pois o comodato, segundo a dicção legal, 
se perfaz com a tradição do objeto (Art. 579 CC). 
Extinção do comodato 
1 – Pelo advento do termo convencionado, ou não havendo estipulação nesse sentido, 
pela utilização da coisa de acordo com a finalidade para que foi emprestada. 
2 – Pela resolução, por iniciativa do comodante. 
3 – Por sentença, a pedido do comodante, provada a necessidade imprevista e urgente 
(Art. 581 CC). 
4 – Pela morte do comodatário, se intuitu personae o contrato. 
5 – Pela resilição unilateral, nos contratos de duração indeterminada sem destinação 
ou finalidade específica. 
6 – Pelo perecimento do objeto do contrato. 
Art. 583 e 399 CC. 
Do mútuo 
Art. 586 a 592 CC. 
A característica fundamental do mútuo é, com efeito, a transferência da propriedade da 
coisa emprestada, como decorrência natural da impossibilidade se ser restituída na sua 
individualidade. 
Contrato translativo. 
Constitui empréstimo para consumo: pois o mutuário não é obrigado a devolver o 
mesmo bem, do qual se torna dono, mas sim da mesma espécie. 
Características 
O mútuo é contrato real, porque aperfeiçoa-se com a entrega da coisa emprestada. 
Igor Demétrio 
É considerado, tradicionalmente, contrato gratuito, embora o empréstimo de dinheiro 
seja, em regra, oneroso, com a estipulação de juros, sendo por isso denominado mútuo 
feneratício (Art. 591 CC). 
É contrato unilateral, o mútuo é o único contrato unilateral oneroso, quando 
feneratício. 
É não solene, por não ser exigida nenhuma formalidade especial para a sua celebração. 
É contrato temporário (Art. 592 CC). 
Requisitos subjetivos 
Art. 588 CC. 
Como o mútuo transfere o domínio o mutuante deve ser proprietário daquilo que 
empresta e ter capacidade para dispor da coisa. O mutuário também há de ser habilitado a 
obrigar-se. 
Exceções a regra: Art. 589 CC. 
Objeto do mútuo 
O mútuo é empréstimo de consumo e tem por objeto coisas fungíveis. 
O mútuo oneroso, mediante o pagamento de juros, é responsável pelo 
desenvolvimento do comércio bancário. 
Por exemplo, na abertura de crédito o banco compromete-se a efetuar a cobertura de 
saques do devedor, até um determinado limite preestabelecido. 
Súmula 297 STJ. 
Verifica-se que o mútuo bancário rege-se pelas normas do CDC. 
Da prestação de serviços 
Prestação de serviço: toda espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial 
contratado mediante retribuição (Art. 594 CC). 
Art. 593 CC. 
As regras do Código Civil tem caráter residual, aplicando-se somente às relações não 
regidas pela CLT e pelo CDC. 
O aludido diploma cogita do contrato de prestação de serviços apenas enquanto civil 
no seu objeto e na disciplina, executado sem habitualidade com autonomia técnica e sem 
subordinação. 
Natureza jurídica 
Art. 594 CC. 
Trata-se de contrato bilateral ou sinalagmático, porque gera obrigações para ambos os 
contratantes. 
Igor Demétrio 
Art. 596 e 597 CC. 
A prestação de serviço é também contrato consensual, uma vez que se aperfeiçoa 
mediante o simples acordo de vontades. É, ainda, contratonão solene proque pode ser 
celebrado verbalmente ou por escrito. 
Art. 595 CC. 
Duração do contrato 
É limitado a quatro anos no máximo. 
Art. 598 CC. 
Não obsta a que, findo o quatriênio, novo contrato seja ajustado entre as partes pelo 
mesmo prazo. 
Não é nula a avença celebrada por prazo superior a quatro anos, podendo o juiz, neste 
caso, reduzir o excesso ao tempo máximo permitido em lei. 
Art. 599 CC. 
Aviso-prévio: 
8 dias --------- salário por mês ou mais. 
4 dias ---------- salário por semana ou quinzena. 
Véspera -------- salário por menos de sete dias. 
A inobservância de aviso-prévio acarreta perdas e danos. Havendo justa causa, 
desnecessário se torna o aviso-prévio. 
Art. 600 CC. 
Esse dispositivo tem aplicação somente aos casos em que o prestador de serviço se 
ausenta, por deliberação própria e alheia aos interesses do dono do serviço. 
Art. 602 e 603 CC. 
Extinção do contrato 
Art. 607 CC. 
A inserção da morte de qualquer das partes como causa de extinção da prestação de 
serviço demonstra o caráter personalíssimo ou intuitu personae da avença, insuscetível de 
transmissão causa mortis. 
Art. 604 CC. 
Disposições complementares 
Art. 605 CC. 
A obrigação de fazer assumida pelo prestador de serviço não pode ser transferida a 
terceiro sem anuência da outra parte, assim como não pode esta. 
Aplica-se os arts. 247 a 249 CC. 
Igor Demétrio 
Art. 606 CC. 
 Prevê o dispositivo em apreço a possibilidade de a pessoa não habilitada legalmente a 
prestar determinado serviço poder cobrar a retribuição, se tiver agido de boa-fé e o trabalho 
houver beneficiado o outro contratante. 
Art. 608 CC. 
Ocorre o aliciamento de mão-de-obra quando uma pessoa convence o prestador de 
serviço a romper o contrato existente, para trabalhar em outro estabelecimento. Exige a lei 
que o contrato anterior seja escrito. 
Art. 609 CC. 
Concede ao prestador de serviços o direito potestativo de optar por permanecer 
trabalhando no imóvel alienado ou acompanhar o antigo proprietário. 
Tem aplicação somente aos trabalhadores avulsos. 
Da empreitada 
Empreitada: é contrato em que uma das partes (o empreiteiro), mediante remuneração 
a ser paga pelo outro contraente (o dono da obra), obriga-se a realizar determinada obra, 
pessoalmente ou por meio de terceiros, de acordo com as instruções deste e sem relação de 
subordinação. 
O empreiteiro assume os riscos do empreendimento. 
É obrigação de resultado, e o contrato só se exaure com a entrega da obra pronta e 
acabada a contento de quem a encomendou. 
É também obrigação de fazer. 
O Código Civil aplica-se aos contratos celebrados entre particulares que não 
configuram relação de consumo. 
Características 
É contrato bilateral pois gera obrigações recíprocas para as partes, é consensual, a 
forma é livre em regra, é comutativo e ainda oneroso pois, ambas as partes obtêm um 
proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Pode ser de trato sucessivo ou execução única. 
Espécies 
Art. 610 CC. 
1 – Empreitada de mão-de-obra ou de lavor. 
2 – empreitada mista. 
Art. 612 CC ---- empreitada de lavor. 
Art. 613 CC ----- empreitada de lavor. 
Art. 611 CC. 
Igor Demétrio 
Na empreitada mista, os riscos correm por conta do empreiteiro, até o momento da 
obra, salvo se o dono estiver em mora de receber. 
Empreitada propriamente dita (contrato de construção por administração): o 
construtor-empreiteiro assume os encargos técnicos da obra e também os riscos econômicos, e 
ainda custeia a construção por preço fixado de início, que não pode ser reajustado ainda que o 
material encareça e aumente o salário dos empregados. 
Subempreitada: é o contrato por meio do qual o empreiteiro transfere a outrem, total 
ou parcialmente, sua obrigação de realizar uma obra. 
Art. 626 CC. 
Verificação e recebimento da obra 
Art. 614 CC. 
Empreitada a preço fixo ou global: a obra é ajustada por preço invariável, fixado 
antecipadamente pelas partes e insuscetível de alteração, para mais ou para menos. 
Empreitada a preço por medida: a sua fixação é feita de acordo com as fases da 
construção ou a medida. 
Art. 615 e 616 CC. 
A recusa sem justo motivo dá ensejo à constituição em mora accipiens, com a 
consignação judicial da coisa e a cobrança da contraprestação ajustada. 
Art. 618 CC. 
Vícios redibitórios – o prazo de um ano para reclamar dos defeitos ocultos só abrange 
os que não afetem a segurança e solidez da obra, pois para estes há o prazo de 5 anos. Este 
prazo é de garantia. 
180 dias de decadência a contar do aparecimento do vício. 
Responsabilidade do empreiteiro 
1 – Se a empreitada for unicamente de lavor, o dono da obra sofre o prejuízo pelo seu 
perecimento e o empreiteiro perde a retribuição. 
2 – Se a empreitada for de lavor e materiais, os prejuízos são sofridos pelo 
empreiteiro, exceto , caso de mora do dono da obra, caso em que este responde pelo prejuízo. 
Art. 611 CC. 
Art. 612 CC. 
Art. 613 CC. 
Art. 618 CC – não se admite suspensão ou interrupção desse prazo. 
Art. 622 CC. 
Igor Demétrio 
Se o vício de solidez e segurança resulta de falha ou imprecisão do projeto, a 
responsabilidade é imputada a quem elaborou. Todavia, se decorre da execução, 
responsabiliza-se o empreiteiro que a promoveu. 
Responsabilidade do proprietário 
A principal obrigação do dono da obra é efetuar o pagamento do preço. 
Art. 619 CC. 
Apesar do dispositivo só permitir reajuste do preço se convencionado por escrito, a 
jurisprudência, o tem admitido para evitar o enriquecimento ilícito do proprietário, se o 
trabalho foi executado a pedido verbal seu, ou com ser conhecimento e sem qualquer 
impugnação. 
Art. 620 CC. 
Diferença do preço do material maior que 1/10 ou 10 % do preço global 
convencionado. 
Art. 623, 615 e 616 CC. 
Extinção da empreitada 
1 – Pelo cumprimento ou execução. 
2 – Pela morte do empreiteiro, se o contrato foi celebrado intuitu personae. 
3- Pela resilição bilateral. 
4 – Pela resolução, se um dos contraentes deixar cumprir qualquer das obrigações 
contraídas (Art. 389 CC). 
5 - Pela resilição unilateral por parte do dono da obra no curso de sua execução (Art. 
623 CC). 
6 – Pela excessiva onerosidade superveniente da obra, em virtude de fatos 
extraordinários e imprevisíveis. 
7 – Pelo perecimento da coisa, por força maior ou caso fortuito. 
8 – Pela falência do empreiteiro ou insolvência do proprietário. 
Do depósito 
Depósito: é o contrato em que uma das partes, nomeada depositário, recebe da outra, 
denominada depositante, uma coisa móvel, para guarda-la, com a obrigação de restituí-la na 
ocasião ajustada ou quando lhe for reclamada. 
Art. 627 a 652 CC. 
Características 
A sua finalidade é a guarda de coisa alheia. 
Igor Demétrio 
A exigência para a sua configuração é a entrega da coisa pelo depositante ao 
depositário, contrato de natureza real. 
A coisa depositada tem natureza móvel. 
Art. 627 CC. 
Apesar de aludir apenas o objeto móvel, a doutrina moderna e a jurisprudência não 
excluem a possibilidade de se pôr em depósito um bem imóvel. 
Art. 633 CC. 
A obrigação de restituir também é essência desse contrato. 
Art. 628 CC. 
O depósito em regra é gratuito, salvo se houver convenção em contrário, se resultante 
de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. 
Quando remunerado o depósito é contrato bilateral, sendo gratuito é unilateral. 
Art. 642 CC. 
Espécies 
1 – voluntário. 
2 – necessário. 
2.1 – legal. 
2.2 – miserável. 
3 – Contratual: é o que resulta de acordo de vontades com livre escolha do depositário 
pelo depositante. O depositárioaqui é possuidor direto e o depositante é possuidor indireto. 
4 – Judicial: é determinado por mandado do juiz entregando a alguém coisa móvel ou 
imóvel, que é objeto de um processo, com finalidade de preservá-la até que se decida o seu 
destino. O depositário tem pose e é mero detentor. 
Depósito voluntário 
Resulta do acordo de vontades. 
Os menores relativamente incapazes pode efetuar depósitos e movimentar contas em 
caixas econômicas e agências bancárias, desde que autorizados pelos seus representantes 
legais. 
Art. 641 CC. 
Para alguém ser depositário, no entanto, é necessário ter a capacidade de se obrigar. 
Art. 646 CC. 
Depósito voluntário: exige forma escrita (para a prova). 
Depósito necessário: pode ser demonstrado por qualquer meio de prova, não se 
exigindo que seja escrita. 
Igor Demétrio 
Natureza jurídica 
É contrato não solene, real (a tradição pode ser ficta), pode ser gratuito ou oneroso, 
quando pago é bilateral, quando gratuito unilateral. 
Obrigações do depositante 
1 – A de reembolsar as despesas feitas pelo depositário com o depósito (art. 643 CC). 
2 – A de indenizar o depositário pelos prejuízos que lhe advierem do depósito. 
Art. 644 CC. 
Obrigações do depositário 
Art. 629 CC. 
1 – A guarda de coisa alheia é a principal finalidade do contrato de depósito. 
Art. 640 CC. 
No depósito não pode o depositário servir-se da coisa depositada, salvo se o 
depositante o autorizar expressamente. 
Art. 635 CC. 
2 – A segunda obrigação é a de conservar a coisa alheia deixada em depósito. 
Art. 642 CC. 
Presunção de culpa do depositário. 
Art. 630 CC. 
O devassamento do objeto configura inadimplemento contratual. 
3 – Em terceiro lugar figura a obrigação do depositário de restituir a coisa, com os 
seus frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. 
Art. 629 CC. 
Art. 633 CC. 
Quando suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida = (Art. 634 CC) Depósito 
público. 
Art. 638 CC. 
Art. 639 CC. 
Art. 637 CC. 
Os herdeiros não sendo donos não se justificam, realmente, que retenham o preço pago 
pelo terceiro. 
Art. 641 CC. 
A incapacidade superveniente do depositário (interdição, falência) resolve o contrato 
de depósito. 
Os seus representantes não podem responder por ele. 
Igor Demétrio 
Art. 631 CC. 
Restituição no lugar em que estiver a coisa guardada. 
Art. 632 CC. 
Art. 636 CC. 
Depósito necessário 
É aquele que o depositante, por imposição legal ou premido por circunstâncias 
imperiosas, realiza com pessoa não escolhida livremente. 
São três espécies de depósito necessário: 1 – legal, 2 – miserável, 3 – do hospedeiro ou 
hoteleiro. 
Depósito legal 
É o que decorre do desempenho de obrigação imposta pela lei. 
Exemplos: Art. 1233, 345, 641 CC. 
Depósito miserável 
Art. 647 II CC. 
Depósito miserável: é o realizado em razão de calamidades. 
Art. 649 CC. 
Art. 651 CC. 
O depósito necessário não se presume gratuito. 
Art. 648 CC. 
 Verifica-se qua as disposições relativas ao depósito voluntário aplicam-se 
subsidiariamente ao necessário, sendo omissa ou deficiente a respectiva lei. 
Depósito do hospedeiro 
Art. 649 CC. 
O dispositivo se aplica ao contrato de hospedagem, estendendo-se aos internatos, 
colégios, hospitais e outros locais que forneçam leito e não apenas comida e bebida. 
Art. 650 CC. 
Art. 642 CC – Caso fortuito ou força maior. 
A obrigação de ressarcir o prejuízo não pode ser excluído nem mediante cláusula de 
não indenizar pactuada com o hóspede, pois o hoteleiro é um prestador de serviços, 
sujeitando-se ao CDC no que não contrariar o CC (Art. 593 CC). 
Depósito irregular 
Art. 645 CC. 
É quando o depositário pode utilizar e dispor da coisa depositada e restituir outra da 
mesma quantidade e qualidade. 
Igor Demétrio 
O depósito de dinheiro nos bancos é irregular a lei equipara ao mútuo. 
Depósito regular: é caracterizado pela infungibilidade da coisa depositada (joias etc.). 
Súmula vinculante 25 STF. 
Do mandato 
Art. 653 a 692 CC. 
É quando alguém recebe de outrem poderes para em seu nome, praticar atos ou 
administrar interesses. 
A pessoa que confere os poderes chama-se mandante e é o representado; a que os 
aceita diz-se mandatário e é representante daquela. 
Representante legal: quando a lei lhes confere mandato para administrar bens e 
interesses alheios. 
Representante judicial: quando nomeado pelo juiz. 
Representante convencional: quando recebem procuração para agir em nome do 
mandante. 
Características 
É contrato personalíssimo, consensual, não solene, em regra gratuito e unilateral. 
1 – É contrato personalíssimo ou intuitu personae porque se baseia na confiança. 
2 – É consensual, pois se aperfeiçoa com o consenso das partes. 
3 – é não solene (Art. 656 CC). 
4 – é em regra gratuito (Art. 658 CC). 
5 – é em regra unilateral, quando se convenciona a remuneração o mandato passa a ser 
bilateral e oneroso. 
Pessoas que podem outorgar procuração 
Art. 654 CC. 
Não podem fazê-lo os absoluta e relativamente incapazes. 
Os primeiros não assinam a procuração que é outorgada pelo seu representante legal, e 
os menores púberes são assistidos pelos seus representantes legais e firmam procuração junto 
com estes. 
Pessoas que podem receber mandato 
Art. 666 CC. 
As relações entre o mandante e o terceiro não são afetados. 
Os bens do incapaz, por outro lado, não são atingidos. 
O risco é do mandante, ao admitir mandatário relativamente incapaz, não podendo 
arguir a incapacidade deste para anular o ato. 
Igor Demétrio 
A procuração como instrumento de mandato 
Art. 656 CC. 
Natureza consensual, o mandato não exige requisito formal. 
Requisitos 
Art. 654 CC. 
Art. 657 CC. 
A procuração por instrumento público é exigida em poucos casos, como nos de 
interesse de menores relativamente incapazes, assistidos por seu representante legal, nos de 
pessoas que não possam ou não saibam ler, sendo realizada a rogo, nos de compra e venda de 
imóveis de valor superior à taxa legal, nos de interesse de cegos etc. 
Art. 654 §2º CC. 
O reconhecimento da firma no instrumento particular ad negotia poderá ser exigido 
por terceiro, mas a procuração ad judicia não o exige. 
Apud acta: é a procuração outorgada verbalmente, no momento da realização do ato 
(em geral na audiência) perante o juiz e constante de termo lavrado pelo escrivão. 
Art. 655 CC. 
Substabelecimento: é a transferência a outrem de poderes recebidos do mandante. 
Substabelecimento total: o substabelecido outorga a outrem a todos os poderes 
recebidos. 
Substabelecimento parcial: o substabelecido fica inibido de praticar certos atos. 
Substabelecimento com reserva de poderes: o substabelecente conserva os poderes 
recebidos, para poder usá-los juntamente com o substabelecido (transferência provisória). 
Substabelecido sem reserva de poderes: a cessão de poderes é integral e o mandatário 
desvincula-se do contrato, que passa à responsabilidade exclusiva do substabelecido. 
Espécies de mandato 
Tácito: só é admissível nos caos em que a lei não exija mandato expresso (Art. 656 
CC). 
Verbal: só vale nos casos em que não exija o escrito. 
Escrito: é o mais comum e pode ser outorgado por instrumento particular (Art. 654 CC 
e Art. 657 CC). 
Judicial: Habilita o advogado a agir em juízo e é regido por normas especiais (Art. 692 
CC). 
Procuração ad negotia: é a conferida para a prática e administração de negócios em 
geral. 
Igor Demétrio 
Procuração ad judicia: é a outorgada para foro autorizando o procurador a propor 
ações e a praticar atos judiciais em geral, pode o mandatário substabelecer poderes

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