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Apostila EBSERH - Assistente administrativo

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Didatismo e Conhecimento
Índice
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
EBSERH
Assistente Administrativo
NÍVEL MÉDIO
DE ACORDO COM O EDITAL DE ABERTURA
ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS
LÍNGUA PORTUGUESA
Professora Zenaide Branco
1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor;.................................01
Significação contextual de palavras e expressões; .............................................................................................................13
Relações entre ideias e recursos de coesão; ........................................................................................................................14
Figuras de estilo ....................................................................................................................................................................20
2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica ............................................................24
Acentuação gráfica ...............................................................................................................................................................34
Encontros vocálicos e consonantais, dígrafos; ...................................................................................................................36
Classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções, 
interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções ...................................................................................38
Sintaxe: estrutura da oração, estrutura do período ..........................................................................................................64
Concordância (verbal e nominal); ......................................................................................................................................78
Regência (verbal e nominal); ..............................................................................................................................................90
Crase ......................................................................................................................................................................................95
Colocação de pronomes; ......................................................................................................................................................98
Pontuação ............................................................................................................................................................................101
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
1 Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de 
palavras).......................................................................................................................................................................................01
2 Raciocínio lógico-matemático: proposições ....................................................................................................................04
Conectivos .............................................................................................................................................................................06
Equivalência .........................................................................................................................................................................10
Implicação lógica ..................................................................................................................................................................12
Argumentos válidos .............................................................................................................................................................15
Didatismo e Conhecimento
Índice
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
Professor Adriano Augusto Placidino Gonçalves
1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011 .........................................................................................................01
2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011 .................................................................................................................03
3 Regimento Interno Revisado da EBSERH .....................................................................................................................03
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) 
– princípios, diretrizes e arcabouço legal ..................................................................................................................................01
2 Controle social no SUS ......................................................................................................................................................04
3 Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde.....................................................................................................05
4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200 .....................................................................................................................08
5 Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho 
de 2011 .................................................................................................................................................................................. 09
6 Determinantes sociais da saúde........................................................................................................................................24
7 Sistemas de informação em saúde ...................................................................................................................................25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professora Silvana Guimarães
1 Qualidade no atendimento ao público. Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, interesse, presteza, 
eficiência, tolerância, discrição, conduta e objetividade ..........................................................................................................01
2 Trabalho em equipe. 2.1 Personalidade e relacionamento ............................................................................................09
2.2 Eficácia no comportamento interpessoal .....................................................................................................................10
2.3 Fatores positivos do relacionamento. 2.4 Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão 
mútua ............................................................................................................................................................................. 11
3 Conhecimentos básicos de administração .......................................................................................................................13
3.1 Características das organizações formais: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de 
departamentalização ...................................................................................................................................................................13
3.2 Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação .............................................20
3.3 Comportamento organizacional: motivação, liderança e desempenho .....................................................................23
4 Patrimônio. 4.1 Conceito. 4.2 Componentes. 4.3 Variações e configurações ...............................................................27
5 Hierarquia e autoridade ...................................................................................................................................................286 Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade ....................................................................................................29
7 Processo decisório ..............................................................................................................................................................30
8 Planejamento administrativo e operacional ...................................................................................................................36
9 Divisão do trabalho ...........................................................................................................................................................38
10 Controle e avaliação ........................................................................................................................................................38
11 Motivação e desempenho ................................................................................................................................................40
12 Liderança .........................................................................................................................................................................45
13 Gestão da qualidade ........................................................................................................................................................47
14 Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo ..........................................50
15 Noções de cidadania ........................................................................................................................................................57
16 Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório ......................................................................................58
17 Compras na Administração Pública. 17.1 Licitações e contratos. 17.2 Princípios básicos da licitação. 17.3 Legislação 
pertinente .....................................................................................................................................................................................59
18 Conduta ética dos profissionais da área de saúde ........................................................................................................68
19 Princípios gerais de segurança no trabalho. 19.1 Prevenção e causas dos acidentes do trabalho. 19.2 Princípios de 
ergonomia no trabalho. 19.3 Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho ......................................72
Didatismo e Conhecimento
SAC
Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA CONCURSOS oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaconcursos.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da 
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:. 
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo 
demorar em média 05 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo.
Erros de Impressão
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encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br.
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CONCURSOS auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a 
organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe 
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base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por 
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NOVA CONCURSOS
Grupo Nova Concursos
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Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula 
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.
A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO
Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.
Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de 
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da 
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de 
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança), 
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.
E então, você já teve estes problemas?
Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas 
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos 
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e 
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito, 
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a 
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para 
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a 
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral, 
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que 
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas). 
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão 
aumentarseu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta 
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir 
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são 
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou 
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o 
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em 
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem 
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em 
tudo que fazemos.
*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller 
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.
LÍNGUA PORTUGUESA
Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: 
INFORMAÇÕES LITERAIS E INFERÊNCIAS 
POSSÍVEIS; PONTO DE VISTA DO AUTOR;
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo 
assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; 
mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpreta-
ção de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é 
muito difícil. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá 
pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um gran-
de medo de interpretar. A interpretação é o alargamento dos hori-
zontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. 
Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de 
nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes 
você não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo que eu penso.” 
Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pen-
samentos com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, 
pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e 
escrever quando puder e quiser.
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso 
país é uma tarefa árdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida 
futura. E, mesmo, que você diga que interpretar é difícil, você 
exercita isso a todo o momento. Exercita através de sua leitura de 
mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda um 
olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a 
menina ou o menino está a fim de você numa boate pela troca de 
olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, 
argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) 
professor(a) dizer “Vamos agora interpretar esse texto” para que as 
pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer... pois ao se 
calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no 
conhecimento. Perca o medo de expor suas ideias. Faça isso como 
um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo 
terá ido embora.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas 
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir intera-
ção comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em 
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com 
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estrutu-
ração do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o 
nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é 
tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original 
e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente da-
quele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências di-
retas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de 
recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma inter-
pretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A 
partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, 
as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento 
das questões apresentadas na prova. 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma 
argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procu-
ram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de di-
ferenças entre as situações do texto.
Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma 
realidade, opinando a respeito.
Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em 
um só parágrafo.
Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. 
Exemplo
Título do Texto Paráfrases
“O Homem Unido”
A integração do mundo.
A integração da humanidade.
A união do homem. 
Homem + Homem = Mundo.
A macacada se uniu. (sátira)
Condições Básicas para Interpretar
Faz-se necessário:
- Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literá-
rios, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) 
e semântico; Na semântica (significado das palavras) incluem-se: 
homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e an-
tonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.
Interpretar X Compreender 
Interpretar Significa Compreender Significa
- Explicar, comentar, 
julgar, tirar conclusões, 
deduzir.
- tipos de enunciados:
• através do texto, infere-
se que...
• é possível deduzir que...
• o autor permite concluir 
que...
• qual é a intenção do autor 
ao afirmar que... 
- intelecção, entendimento, 
atenção ao que 
realmente está escrito. 
- tipos de enunciados:
• o texto diz que...
• é sugerido pelo autor que...
• de acordo com o texto, é 
correta ou errada a afirmação...
• o narrador afirma...
Erros de Interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de er-
ros de interpretação. Os mais frequentes são:
Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, 
acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento 
prévio do tema quer pela imaginação.
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas 
a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, 
o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema 
desenvolvido.
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias 
às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
quentemente, errando a questão.
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a óti-
ca do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso 
qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o autor 
diz e nada mais.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacio-
nam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras 
palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, 
uma conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma 
relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.São 
muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso 
do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende 
da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode es-
quecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor 
semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. 
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de 
texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, 
deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo 
adequado a cada circunstância, a saber:
Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas 
depende das condições da frase.
Qual (neutro) idem ao anterior.
Quem (pessoa).
Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o ob-
jeto possuído. 
Como (modo).
Onde (lugar).
Quando (tempo).
Quanto (montante).
Exemplo:
Falou tudo quanto queria (correto).
Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer 
o demonstrativo o).
Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos 
(barbarismo, solecismo, cacofonia...); no dia a dia, porém, exis-
tem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito 
cometem-se erros graves como:
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de 
morte.
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome 
oblíquo átono correto é O.
- “No bar: “Me vê um café”. Além do erro de posição do pro-
nome, há o mau uso.
Algumas dicas para interpretar um texto:
- O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual 
é ela é a chave. 
- Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada 
- assim você verá apenas os aspectos superficiais primeiro. 
- Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua 
mente o cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura na 
sua mente, mais fácil será para interpretar o texto. 
- Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas, perceba o que 
o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto. 
- Não tenha medo de opinar - Já vi terem medo de dizer o que 
achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito. 
- Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - 
Só não viaje muito na interpretação. Veja os caminhos apontados 
pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são 
mostrados. 
- Identifique as características físicas e psicológicas dos perso-
nagens - Se um determinado personagem tem como característica 
ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser men-
tira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos 
necessários para uma boa interpretação de texto. 
- Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos 
acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar. 
- Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto 
- É importante que você saiba ou pesquise sobre a época narrada 
no texto, assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por 
você podem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada. 
- Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de 
novo. Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura 
vem com o hábito.
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de 
leitura: Informativa e de reconhecimento;
Interpretativa
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primei-
ro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando 
para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-
-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia-cen-
tral de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se 
nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com não, 
exceto, respectivamente, etc, pois fazem diferença na escolha ade-
quada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. 
Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global 
proposto pelo autor.
Organização do Texto e Ideia Central
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se-
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela 
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão 
do texto. Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
- Declaração inicial;
- Definição;
- Divisão;
- Alusão histórica.
Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista 
os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indica-
do através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico 
frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, assegura-
mos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
Os Tipos de Texto
Basicamente existem três tipos de texto:
- Texto narrativo;
- Texto descritivo;
- Texto dissertativo.
Cada um desses textos possui características próprias de cons-
trução, que veremos no tópico seguinte (Tipologia Textual).
É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar 
textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham 
monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu 
próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua manei-
ra. No texto literário, essa ideia tem algum fundamento, tendo em 
vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto 
não-literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem 
algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar com 
mais proficiência.
- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passa-
mos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. 
Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não 
se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. 
Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. 
Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará 
mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais 
e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o 
estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo 
para cada tempo de nossas vidas. 
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu 
meio.
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um 
bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas.
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
- Leia verdadeiramente. 
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode 
ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de res-
ponder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está vol-
tada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo 
para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada 
à ideia geral do texto. 
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conheci-
mento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito. 
Veja um exemplo disso:
Texto:
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre 
fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. 
Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos 
colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em deter-
minados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se 
acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige 
a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as 
atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem re-
gularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses.
b) os negros.
c) os índios.
d) tanto os índios quanto aos negros.
e) a miscigenação de portugueses e índios.
(Aquino, Renato. 
Interpretação de textos, 2ª edição. 
Rio de Janeiro: Impetus,2003.)
Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos 
índios, é possível concluir pelas características apresentadas no 
texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença 
de sentido nas frases a seguir. 
a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
c) Os alunos dedicados passaram no vestibular.
d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.
e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
Explicações: 
a) Diego fez sozinho o trabalho de artes.
b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, pas-
saram no vestibular, somente, os que se dedicaram, restringindo o 
grupo de alunos.
d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
e) Marcão é chamado para cantar.
f) Marcão pratica a ação de cantar.
Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele.
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar ado-
lescente com hormônios em ebulição e com o desejo natural da 
idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos 
casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à 
autoridade do professor.” 
Frase para análise.
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das 
escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno.
1 – Não é mencionado que a escola seja da rede privada.
2 – O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre 
fez parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande 
desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do 
desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do 
desafio do magistério.
Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo 
do sentido original). Veja o exemplo: 
Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de 
trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loiro-
na a me olhar e eu olhava também.
(Concurso TRE/SC)
A frase parafraseada é:
a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, 
próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me 
olhou.
b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quan-
do ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de 
uma loirona.
c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando 
vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar.
d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando 
olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me olhar 
também.
Resposta: Letra C.
A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algu-
mas delas.
a) substituição de locuções por palavras;
b) uso de sinônimos;
c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
d) converter a voz ativa para a passiva;
e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A 
águia de Haia; o povo lusitano = portugueses).
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões 
nas frases.
Exemplos
a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de pro-
fessores.
b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de pro-
fessores.
c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.
d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.
Explicações:
a) Certos alunos = qualquer aluno.
b) Alunos certos = aluno correto.
c) Alunos determinados = alunos decididos.
d) Determinados alunos = qualquer aluno.
Exercícios
Atenção: Para responder às questões de números 01 a 03, 
considere o texto abaixo.
Os governos e os parlamentos devem achar que a astronomia 
é uma das ciências que custam mais caro: o menor instrumento 
custa centenas de milhares de francos; o menor observatório 
custa milhões; cada eclipse acarreta depois de si despesas 
suplementares. E tudo isso para astros que ficam tão distantes, 
que são completamente estranhos às nossas lutas eleitorais, e 
provavelmente jamais desempenharão qualquer papel nelas. É 
impossível que nossos homens políticos não tenham conservado 
um resto de idealismo, um vago instinto daquilo que é grande; 
realmente, creio que eles foram caluniados; convém encorajá-los, 
e lhes mostrar que esse instinto não os engana, e que não são 
logrados por esse idealismo.
Bem poderíamos lhes falar da navegação, cuja importância 
ninguém ignora, e que tem necessidade da astronomia. Mas isso 
seria abordar a questão por seu lado menos importante.
A astronomia é útil porque nos eleva acima de nós mesmos; 
é útil porque é grande; é útil porque é bela; é isso que se precisa 
dizer. É ela que nos mostra o quanto o homem é pequeno no 
corpo e o quanto é grande no espírito, já que essa imensidão 
resplandecente, onde seu corpo não passa de um ponto obscuro, 
sua inteligência pode abarcar inteira, e dela fruir a silenciosa 
harmonia. Atingimos assim a consciência de nossa força, e isso é 
uma coisa pela qual jamais pagaríamos caro demais, porque essa 
consciência nos torna mais fortes.
Mas o que eu gostaria de mostrar, antes de tudo, é a que 
ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências, mais 
diretamente úteis, porque foi ela que nos proporcionou um espírito 
capaz de compreender a natureza.
[Adaptado de Henri Poincaré (1854-1912). O valor da 
ciência. Tradução Maria Helena Franco Martins. Rio de 
Janeiro: Contraponto, 1995, p.101]
01. Para o autor, a astronomia tem um custo
(A) muito menor do que outros campos do conhecimento 
humano, como a navegação, que aliás acaba por se beneficiar do 
conhecimento astronômico.
(B) elevado, de centenas de milhares a milhões de francos, 
cabendo aos políticos o equilíbrio desses gastos de modo a permitir 
que essa ciência continue a engrandecer o homem.
(C) muito alto quando comparado com o de outras ciências 
mais úteis, o que deve, contudo, ser relativizado em função da 
contribuição que recebem do conhecimento astronômico.
(D) alto, de fato, mas que acaba plenamente compensado pela 
importância dessa ciência em si mesma e para outros campos do 
conhecimento humano.
(E) bem menor do que aquele que os políticos divulgam, 
interessados que estão na transferência de recursos para outras 
áreas que possam trazer dividendos eleitorais.
02. É ela que nos mostra o quanto o homem é pequeno no 
corpo e o quanto é grande no espírito, já que essa imensidão 
resplandecente, onde seu corpo não passa de um ponto obscuro, 
sua inteligência pode abarcar inteira, e dela fruir a silenciosa 
harmonia.
A frase acima pode ser corretamente entendida, no contexto, 
como o reconhecimento
(A) da pequenez do homem diante da grandeza do universo, 
que pode, no entanto, a partir da ciência astronômica, ser conhecido 
em sua totalidade pela inteligência humana.
(B) de que o homem é pequeno fisicamente, mas tem uma 
alma que pode ser lúcida, generosa e tão grande como o universo 
mostrado pela astronomia.
(C) da grandeza da inteligência humana que, colocada em um 
ser tão pequeno, pode fazê-lo um dia capaz de transportar-se para 
qualquer galáxia do universo.
(D) da insignificância do homem quando visto a partir do 
conhecimento astronômico, revelando que sua inteligência, por 
maior que seja, é incapaz de compreender a harmonia universal.
(E) de que há no homem uma divisão radical entre corpo 
e alma, que só poderá ser superada na medida da compreensão 
integrada da presença humana no universo.
Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
03. ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras 
ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o 
grifado acima está empregado em:
(A) ... astros que ficam tão distantes ...
(B) ... que a astronomia é uma das ciências ...
(C) ... que nos proporcionou um espírito ...
(D) ... cuja importâncianinguém ignora ...
(E) ... onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...
Atenção: Para responder às questões de números 04 e 05, 
considere o texto abaixo.
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso 
mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em 
disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos 
de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No 
entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou 
até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Ela 
se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem rosto. 
Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos ouvidos 
registram música em quase todos os momentos − pedaços de hip-
hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô, o 
sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de 
Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de 
um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no 
passado.
Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em 1877, 
existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor 
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para 
os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a 
tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam 
que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando 
a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos, 
as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de 
concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem 
de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão 
saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn 
Gould, depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, 
previu que dentro de um século o concerto público desapareceria 
no éter eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura 
musical.
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia 
Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
04. No texto, o autor
(A) apresenta duas posições radicalmente opostas em relação 
aos efeitos da tecnologia sobre a fruição da música.
(B) critica os que fazem música de maneira anônima, 
contrapondo-os aos grandes músicos do passado.
(C) comprova que a música se desvalorizou na medida em que 
deixou de ser apresentada ao vivo, passando a ser uma arte menor.
(D) lamenta os efeitos nefastos da tecnologia sobre a música, 
que se transformou em mero toque de celular.
(E) conclui com ironia que os adolescentes desfrutam música 
de qualidade inferior à cultivada por pessoas já formadas.
05. No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós 
mesmos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de 
nós.
Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o 
elemento grifado pode ser substituído por:
(A) Porém.
(B) Contudo.
(C) Todavia.
(D) Entretanto.
(E) Conquanto.
Leia o texto para responder às questões de números 06 a 09.
Temos o poder da escolha
Os consumidores são assediados pelo marketing a todo 
momento para comprarem além do que necessitam, mas somente 
eles podem decidir o que vão ou não comprar. É como se abrissem 
em nós uma “caixa de necessidades”, mas só nós temos o poder 
da escolha.
Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será 
que paramos para pensar de onde vem o produto que estamos 
consumindo e se os valores da empresa são os mesmos em que 
acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que elas 
evoluam para serem opções para o consumidor. Nos anos 60, saber 
fabricar qualquer coisa era o suficiente para ter uma empresa. Nos 
anos 70, era preciso saber fazer com qualidade e altos índices de 
produção. Já no ano 2000, a preocupação era fazer melhor ou 
diferente da concorrência e as empresas passaram a atuar com 
responsabilidade socioambiental.
O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua 
relação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar 
o produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder que 
possuem.
É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa 
ou produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um 
envolvimento e aceitação e a preferência dependerá das ações que 
aprovamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de ideia.
Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das 
pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas 
pessoas admitem que já compraram produto pirata. Temos de 
refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
(Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado)
06. De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que os 
consumidores
(A) raramente sofrem interferências do marketing.
(B) sabem dizer não quando uma empresa age incorretamente.
(C) devem selecionar melhor empresas e produtos.
(D) ameaçam deixar de continuar consumindo ao descobrirem 
irresponsabilidades.
(E) resistem aos apelos do marketing, evitando as compras.
07. Conforme informações do texto, o consumo consciente 
depende
(A) da reflexão sobre a origem dos produtos e da honestidade 
das empresas.
(B) de os preços serem acessíveis ao consumidor e o produto 
estar na moda.
(C) do marketing, que consegue convencer as pessoas.
(D) de um produto ser atraente ou não para o consumidor.
(E) das vantagens que a empresa pode oferecer ao se pagar à 
vista.
Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
08. Na frase – Os consumidores são assediados pelo 
marketing... –, a palavra destacada pode ser substituída, sem 
alteração de sentido, por:
(A) perseguidos.
(B) ameaçados.
(C) acompanhados.
(D) gerados.
(E) preparados.
09. No trecho – Temos uma expectativa, um envolvimento e 
aceitação... –, a palavra destacada apresenta sentido contrário de
(A) vontade.
(B) apreciação.
(C) avaliação.
(D) rejeição.
(E) indiferença.
Texto para os itens de 10 a 15
Ouvir a voz da rua, por meio da literatura, constitui um bom 
começo para a apreensão dos espaços de interação das pessoas 
destinatárias do texto literário com o direito e com o seu fenômeno 
de expressão mais notável, que é a lei. A leitura do texto literário 
que narra a perplexidade das pessoas em relação à lei pode 
interferir positivamente na compreensão do problema da adesão 
aos centros de tutela que nela se estabelecem.
A dialética própria do conhecimento aplica-se especialmente 
ao direito como grande cena da cultura humana e lugar de 
residência ou de visibilidade do conflito. O texto literário pode 
mudar o leitor, pode confrontar suas crenças e fazê-lo pensar. Ele 
pode, também, fazer o apostolado das necessidades. Esse, porém, 
não é um processo automático e não prescinde de uma mobilização 
por aqueles que detêm as ferramentas operacionais de geração do 
direito — legisladores, professores, teóricos e agentes máximos 
da informação pelo argumento, como os juízes, os advogados, 
os promotores etc. — para chamar a atenção do leitor acerca do 
conteúdo proposto no texto literário.
O texto literário pode mudar o leitor, dar-lhe voz, chamar-lhe 
a atenção para algo não percebido espontaneamente, preencher-lhe 
as lacunas com o alívio de ouvir o que queria que fosse dito. Esse 
texto pode abrir uma vereda para a expansão do conhecimento por 
meio das promessas e perguntas que faz.
Mônica Sette Lopes. A imagem do direito e da justiça no 
Machado de Assis cronista. Internet: <www.amatra3.com.br> 
(com adaptações).
Com relação às ideias do texto, julgue os itens de 10 a 15.
10. Infere-se do texto que o texto literário é um dos agentes 
capazes de garantir que o cidadão comum tome conhecimento de 
seus direitos estabelecidos em lei.
11. Depreende-se da leitura do texto que, de modo geral, 
os inconformados com o sistema judicial utilizam os escritos 
literários como meio de expressão.
12. No texto, caracteriza-se a dialética como “grande cena 
da cultura humana e lugar de residência ou de visibilidade do 
conflito”(R.10-11).
13. O debate de diferentes aspectos pertinentes a determinados 
fatos regulados pela lei promovido pelos agentes que detêm as 
ferramentas operacionais de geração do direito é importante para 
que o texto literário possa levar o leitor a questionar seu modo de 
pensar e até a mudar seu ponto de vista a respeito dos assuntos 
nele abordados.
Julgue os itens a seguir, referentes aos sentidos e aos aspectos 
estruturais do texto.
14. O trecho “dar-lhe voz, chamar-lhe a atenção para algo” 
(R.21-22) poderia ser corretamente entendido da seguinte forma: 
dar voz ao leitor, chamar a atenção do leitor para algo.
15. A palavra “cena” (R.10) foi empregada no texto com o 
sentido de arte.
Texto para os itens de 15 a 19
O exercício da advocacia criminal constitui instrumento de 
equilíbrio social. Não haveria paz e tranquilidade se os julgamentos 
fossem realizados sem leis antecipadamente organizadas e se 
os réus — por mais graves que fossem os crimes cometidos — 
pudessem ser condenados sumariamente sem defesa. Quando se 
fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de 
recorrer, quando a decisão não for favorável. O recurso ampara-
se em dois fundamentos de natureza psicológica. De um lado, o 
sentimento inato, inerente ao gênero humano, de inconformidade 
com a derrota. De outro, a certeza universal da falibilidade humana. 
Daí o impulso 13 existencial legítimo de ver um julgamento 
desfavorável reexaminado, de preferência por quem lhe pareça 
mais qualificado por melhores dotes de sabedoria e experiência, 
e mesmo, ainda que por simples presunção, por melhores valores 
culturais e morais.
Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes é 
uma necessidade, a lei não poderia deixar de acolher a utilização 
de recursos para o seu trato diário, como uma forma de ver-se 
prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo 
se sintam amparadas, com a sensação de que a decisão foi, tanto 
quanto possível, devidamente apreciada, imparcial e justa.
Tales Castelo Branco. Todo réu deve ter defesa. Internet: 
<http://super.abril.com.br> (com adaptações).
Considerando as ideias e a tipologia do texto apresentado, 
julgue os itens subsequentes.
16. De acordo com o texto, o direito de ampla defesa contempla 
o direito de interposição de recurso contra uma sentença judicial.
17. O texto pode ser classificado como dissertativo, visto 
que nele se defende a ideia da importância da ampla defesa e se 
desenvolve argumentação a partir dela.
18. De acordo com o texto, a previsão em lei do direito de 
recorrer contra decisão judicial contribui tanto para a manutenção 
da reputação do sistema judicial quanto para a promoção do bem-
estar do réu.
19. O texto sugere que a ausência de paz e tranquilidade em 
uma sociedade advém do fato de o exercício da advocacia criminal 
ser falho ou inexistente.
Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto para os itens de 20 a 25
O matemático americano Salman Khan, ou Sal, tornou-se o 
mais bem-sucedido professor de todos os tempos sem nenhuma 
base teórica na área da pedagogia nem trânsito no mundo dos 
especialistas em educação. Aos 36 anos, ele nunca chegou a 
demonstrar ambição de se converter em um grande pensador da 
sala de aula, mas vem se firmando como alguém com um olhar 
muito pragmático e ácido sobre a escola. Sal não muda o tom 
em seu recém-lançado The One World Schoolhouse: Education 
Reimagined, best-seller nos Estados Unidos, com chegada ao 
Brasil prevista para janeiro com o título Um Mundo, uma Escola 
(...). Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo 
de suas aulas – já vistas 200 milhões de vezes na rede –, ele expõe 
pela primeira vez de forma mais organizada suas descobertas 
sobre o aprendizado. Incentivado pelos colegas do Vale do Silício, 
onde fincou sua Khan Academy, Até arrefeceu um pouco o ritmo 
frenético com que produz conteúdo áreas do conhecimento – algo 
que parecia impossível para quem o conhece bem – para concluir 
o texto sobre o qual se debruçou por dois anos. “Não tenho a 
pretensão dos grandes teóricos, mas uma experiência concreta 
que sinaliza para uma escola menos chata”, resume a VEJA o 
entusiasmado Sal.
O mérito número 1 desse jovem matemático que coleciona 
ainda graduações em ciências da computação e engenharia 
elétrica e uma passagem pelo mercado financeiro é mostrar que a 
transformação da escola – ainda baseada no velho modelo prussiano 
do século XVIII – não requer nada de muito mirabolante nem tão 
dispendioso. Sal é, acima de tudo, um defensor do bom-senso. Ele 
indaga: “Se todas as pesquisas da neurociência já provaram que 
as pessoas perdem a concentração em longas palestras, por que a 
aula-padrão é expositiva e leva uma hora?”. Suas lições virtuais 
não passam de vinte minutos. Sal se declara ainda contra a falta 
de ambição acadêmica, uma das raízes do fracasso escolar. “O 
aprendizado de hoje é como um queijo suíço, cheio de buracos, e 
isso é estranhamente tolerado. Os alunos mudam de capítulo sem 
ter assimilado o anterior, dispara com o mesmo ímpeto com que 
combate a monotonia da sala de aula. “Enquanto o mundo requer 
gente criativa e com alta capacidade inovadora, o modelo vigente 
reforça reforça a passividade”, diz.
Uma de suas grandes contribuições é mostrar como a 
tecnologia pode revirar velhas convicções sobre a escola, área 
em que ainda paira uma zona de sombra – inclusive no Brasil. 
As iniciativas nesse campo costumam se limitar a prover acesso a 
computadores e tablets sem que se faça nada de verdadeiramente 
útil, muito menos revolucionário, com eles. Sal aponta dois 
caminhos. O primeiro requer bons professores para lançar na rede 
conteúdo do mais alto nível para ser visto de qualquer lugar e no 
ritmo de cada um. De tão simples parece banal, mas ele reforça 
que pode estar aí a chave para um novo tipo de escola: “A criança 
assiste em casa à melhor aula possível, e o tempo na escola 
passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dúvidas e 
projetos intelectualmente desafiantes”, explica. O outro caminho 
descortinado por ele passa pela possibilidade que o computador 
traz de monitorar o desempenho dos alunos em tempo real – algo 
que, se bem aplicado, pode se converter em uma ferramenta 
valiosa. O próprio Sal desenvolveu um programa que permite ao 
professor visualizar o desempenho do aluno no instante exato em 
que ele resolve os desafios propostos no site da Khan Academy. 
(...)
(BUTTI, Nathália. “Abaixo a chatice na sala de aula”. Veja. 
São Paulo: Editora Abril, 05 dez. 2012, p. 158-60.)
20. Na passagem “... Até arrefeceu um pouco...”, a forma 
verbal presente tem como antônimo:
(A) esfriou
(B) abrandou
(C) estimulou
(D) prejudicou
(E) desanimou
21. No trecho “... o mais bem-sucedido professor de todos os 
tempos...” é possível reconhecer o emprego adequado do:
(A) comparativo analítico
(B) superlativo de totalidade
(C) superlativo absoluto sintético
(D) comparativo de superioridade
(E) superlativo relativo de superioridade
22. Nos sintagmas abaixo, a mudança de posição dos termos 
provoca alteração de sentido, EXCETO em:
(A) “... velho modelo...”
(B) “... ritmo frenético...”
(C) “... grande pensador...”
(D) “... jovem matemático...”
(E) “... matemático americano...”
23. A passagem do texto em que se pode perceber o emprego 
de uma figura de linguagem é:
(A) “... O aprendizado de hoje é como um queijo suíço...”
(B) “.... Sal é, acima de tudo, um defensor do bom-senso...”
(C) “... o tempo na escola passa a ser usado de forma muito 
mais produtiva...”
(D) “... Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo 
assertivo de suas aulas...”
(E) “... O primeiro requer bons professores para lançar na rede 
conteúdo do mais alto nível...”
24. A oração “... sem que se faça nada de verdadeiramente 
útil, muito menos revolucionário,com eles...” apresenta valor 
semântico de:
(A) condição
(B) finalidade
(C) proporção
(D) concessão
(E) consequência
25. Considere o trecho a seguir: “...“A criança assiste em 
casa à melhor aula possível, e o tempo na escola passa a ser 
usado de forma muito mais produtiva, para dúvidas e projetos 
intelectualmente desafiantes”, explica...”.
Segundo o autor, “casa” e “escola” estabelecem relação de:
(A) complementaridade
(B) incompatibilidade
(C) mecanicidade
(D) reduplicação
(E) introjeção
Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o texto e responda as questões de 26 a 30.
ESCOLA DA DROGA
Liana Melo
Era pra ser um dia como outro qualquer. O carioca A.E. 
Acordou cedo e iniciou sua rotina matinal. Vestiu-se para ir à 
escola, tomou café e despediu-se da avó, com quem morava 
na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ao sair, checou se o cigarro de 
maconha que costumava esconder na mochila estava lá. Antes de 
ir para a sala de aula de um dos colégios religiosos tradicionais da 
cidade, foi ao banheiro. Ali, deixou o baseado cair. Foi denunciado 
e expulso. O episódio ocorreu há três anos, quando A.E. Tinha 12 
anos. Hoje (...) é um dos 92 mil jovens que fazem uso regular de 
drogas e um dos cerca de milhões de estudantes brasileiros que 
admitem a existência de entorpecentes nas escolas. (...).
“Ilusão pensar que é o traficante quem oferece drogas nas 
escolas. São os próprios amigos do colégio que fazem esse papel”, 
analisa a socióloga carioca Mary Castro.
Foi exatamente isso que aconteceu com A.E. Um colega da 
escola de seu primo foi quem apertou o primeiro baseado para ele 
fumar. (...). Ao galgar a posição de usuário regular, A.E. Começou 
a ficar sem dinheiro. Com a mesada curta, passou a roubar celulares 
na escola. Não é incomum que o uso de drogas gerem distúrbios 
de comportamento como o de A.E.: 92% dos alunos pesquisadores 
afirmaram já ter cometido algum tipo de transgressão.
É no entorno dos colégios, mais do que dentro deles, que se 
constata a presença do tráfico e do consumo de drogas. “Não é o 
aluno que vai atrás das drogas, é a droga que vai ao encontro dele”, 
analisa o psiquiatra paulista José Antônio Ribeira da Silva. A 
UNESCO confirma essa tese ao apontar os bares como os lugares 
onde, com maior frequência, são vendidas as drogas aos menores. 
Dentro das escolas, o banheiro é o lugar preferido para usar 
entorpecentes no horário das aulas. A maconha é disparadamente a 
droga ilícita mais consumida pelos estudantes. “Costumo dizer que 
a droga se matriculou na escola”- palavras do médico psicanalista 
José Outeiral.
Num passado recente, o jovem debutava no mundo das 
drogas aos 14 anos: hoje, aos 11 anos. Isso não significa que todos 
esses jovens evoluam para a dependência, assim como nem todo 
adolescente que usa droga está envolvido com tráfico. “Os mais 
vulneráveis são aqueles oriundos de famílias cujos limites não são 
claros”, analisa o psicanalista Luiz Alberto Pinheiro de Freitas. 
A ausência do “não” na vida desses jovens cria uma espécie de 
ideal maníaco pela felicidade eterna e ininterrupta. (...) Segundo 
pesquisa, o consumo de drogas entre meninas é 30% inferior ao 
dos meninos estudantes.
“As drogas, sobretudo a maconha, provocam prejuízo 
cognitivo”- comenta o médico Jorge Jaber. Na faixa etária de 18 
anos, por terem ainda o sistema nervoso imaturo, as drogas podem 
causar danos irreparáveis. Só que ao contrário do que se pensa, não 
é a maconha a porta de entrada para o mundo das drogas ilícitas, 
mas o álcool e o cigarro. L.S. iniciou nas drogas pelo álcool. Hoje 
aos 18 anos, ele já repetiu de ano algumas vezes e cursa a 8ª série. 
Já agrediu a mãe e costuma roubar: “Meus alvos preferidos são 
as velhinhas indefesas.” Em muitas escolas impera mesmo é a lei 
do silêncio, que vem acompanhada do medo e da ameaça, o que 
demonstra as tênues fronteiras entre a droga e a violência.
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1718074-escola-
da-droga/#ixzz2McJ3RQ3F último acesso em 04 /03/2012.
26. De acordo com o texto:
(A) Colegas da mesma escola oferecem drogas aos seus 
amigos
(B) A droga chega na escola por intermédio de traficantes.
(C) Colégios religiosos são os que mais denunciam os 
traficantes
(D) O traficante oferece drogas nos colégios tradicionais
27. Era pra ser um dia como outro qualquer. Essa frase do 
texto, referindo-se ao carioca A.E., faz supor que esse dia não foi 
igual aos demais porque ele:
(A) Não encontrou seu cigarro na mochila
(B) Deixou cair seu cigarro na sala de aula
(C) Foi descoberto como um usuário de droga
(D) Em vez de ir para a escola, foi para a zona sul do Rio.
28. É correto afirmar que o tráfico das drogas acontece, na 
maioria das vezes:
(A) nas salas de aula
(B) nos arredores da escola
(C) nos banheiros das escolas
(D) no pátio do colégio
29. Costumo dizer que a droga se matriculou na escola. Com 
essa frase, o médico quis dizer que:
(A) Os alunos usuários de droga se matriculam nas escolas 
para usá-las mais facilmente.
(B) A droga convive com os alunos, na escola.
(C) A escola é o lugar mais visitado pelos traficantes
(D) O aluno matricula-se na escola porque sabe que lá há 
drogas
30. O texto informa que:
(A) Todo jovem dependente de droga aos 11 anos é traficante.
(B) Todo jovem que usa droga acaba se envolvendo com o 
tráfico
(C) Alguns jovens que começam a usar drogas aos 11 anos não 
se tornam dependentes dela
(D) Jovens de 14 anos tornam-se dependentes da droga mais 
depressa.
Leia o texto para responder às questões de números 31 a 34.
Mais denso, menos trânsito
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em 
processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico 
da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura, 
mas é importante também considerar o planejamento urbano.
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de 
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros 
urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade de 
deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros 
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, 
dificultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a 
necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a 
desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa 
região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário, 
temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da 
cidade.
Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado 
adensamento e predominância do transporte coletivo, como 
mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais 
bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de 
telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes 
cidades, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas 
não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, 
com deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de transporte 
coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter 
esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte individual, 
fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas 
também da necessidade de maior número de viagens em função da 
distância cada vez maior entre os destinos da população.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. 
Adaptado)
31. A partir da leitura do primeiro parágrafo, pode-se concluir 
que a degeneração das grandes cidades brasileiras tem sido 
acelerada
(A) pelo crescimento econômico da última década.
(B) pela ausência de manutenção das grandes rodovias.
(C) pela falta de investimento por parte de empresas privadas.
(D) pela inexistênciade transporte individual.
(E) pela concentração de moradores em zonas muito pobres.
32. Para o autor, a criação de diversos centros urbanos dificulta 
o deslocamento, porque
(A) limita as atividades dos indivíduos a uma única área da 
cidade.
(B) obriga os cidadãos a usar o transporte coletivo.
(C) acarreta uma redução do número de rodovias.
(D) diminui a necessidade de construção de vias públicas.
(E) multiplica o número de viagens da população.
33. Uma alternativa apontada no texto para a melhoria do 
trânsito nas grandes cidades, além do adensamento, está em
(A) ampliar a malha viária no entorno das cidades.
(B) proibir a circulação de veículos nas regiões centrais.
(C) investir no transporte coletivo.
(D) estimular a aquisição de automóveis.
(E) restringir o horário de circulação de veículos.
34. Na opinião do autor, o centro histórico de São Paulo 
deveria ser a região mais adensada da metrópole, uma vez que é 
a mais
(A) populosa e concentra o maior número de empresas.
(B) rica em termos de infraestrutura e transporte público.
(C) frequentada por trabalhadores e paulistanos no geral.
(D) tradicional e considerada polo turístico da cidade.
(E) carente quanto à oferta de serviços de saneamento.
35. Leia o cartum de Jean Galvão.
(https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista)
Considerando a relação entre a fala do personagem e a 
imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular a onda é 
a necessidade de
(A) demonstrar respeito às religiões.
(B) realizar um ritual místico.
(C) divertir-se com os amigos.
(D) preservar uma tradição familiar.
(E) esquivar-se da sujeira da água
Leia o texto para responder às questões de números 36 a 38.
Pulseira ‘high-tech’ ajuda a encontrar criança na praia
Pulseiras de silicone à prova d’água ligadas a um sistema 
eletrônico são as novas estratégias disponíveis aos pais para ajudar 
a localizar filhos perdidos na praia.
Só no período de 21 de dezembro de 2012 a 10 de janeiro 
de 2013, o litoral paulista somou 323 casos de crianças perdidas, 
segundo o Corpo de Bombeiros – o que representa um avanço de 
41% em relação à temporada de 2011/2012 e de 201% ante a de 
2010/2011.
De fabricação chinesa, a nova pulseirinha chega primeiro às 
areias do Guarujá. A ideia é da ONG Anjos do Verão. O grupo 
de voluntários instala um código numérico em baixo relevo na 
pulseira – que pode ser usada por até dois anos – e cadastra no 
sistema dados da criança, celular e e-mail dos pais e de outros 
familiares.
Se a criança se perder, quem encontrá-la verá na pulseira 
instruções para que envie uma mensagem eletrônica ao grupo 
ou acione o código na internet. Assim que o código é digitado, 
familiares cadastrados recebem automaticamente uma mensagem 
dizendo que a criança foi encontrada.
O sistema permite ainda cadastrar o nome e o telefone de quem 
a encontrou e informar um ponto de referência. Um geolocalizador 
também avisará os pais de onde o código foi acionado.
Segundo o coordenador da Anjos do Verão, Rui Silva, a ideia 
é instituir uma nova forma de identificação, sem correr o risco de 
expor dados da criança e da família.
A ONG planeja levar o sistema para além da faixa de areia. 
“Queremos criar um ponto de encontro eletrônico que sirva 
não só para as praias, mas também para o pai que leva os filhos ao 
shopping, ao aeroporto ou até à rua 25 de Março”, diz Silva.
(Natália Cancian, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
Glossário
high-tech: de alta-tecnologia
Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
36. De acordo com o texto, a pulseira eletrônica é distribuída 
pela ONG Anjos do Verão com a finalidade de
(A) impedir crianças de se distanciarem dos pais.
(B) facilitar a localização de crianças perdidas.
(C) alertar os pais sobre o risco de perder os filhos.
(D) auxiliar a encontrar vítimas de afogamento nas praias.
(E) identificar possíveis sequestradores de crianças.
37. Segundo o coordenador da Anjos do Verão, a pulseira 
eletrônica
(A) apresenta alta durabilidade, que ultrapassa dois anos de 
uso contínuo.
(B) será distribuída gratuitamente aos frequentadores das 
praias do Guarujá.
(C) deve ser usada por menores de todas as faixas etárias.
(D) auxiliou o trabalho dos bombeiros durante os últimos 
verões.
(E) oferece maior proteção aos dados da criança e da família.
38. Considerando o conjunto das informações do último 
parágrafo, com a frase – A ONG planeja levar o sistema para além 
da faixa de areia. –, a autora quer dizer que a ONG planeja
(A) expandir o sistema para outras áreas.
(B) demarcar as fronteiras de uso do sistema.
(C) levar o sistema para praias de todo o litoral paulista.
(D) tornar o sistema mais resistente à areia da praia.
(E) agilizar o acesso ao sistema nas praias.
Leia o texto para responder às questões de números 39 a 42.
Perdida, só me lembrava do ‘índio’ do prédio
“A única coisa que ela sabe é que tem o desenho de um índio 
na porta do prédio”, dizia o sorveteiro, um pouco confuso, sem 
saber o que fazer com aquela criança perdida na avenida em frente 
à praia. Ele tentava convencer duas senhoras a assumir o problema, 
que, no caso, era eu.
Em silêncio, de cabeça baixa, eu morria de vergonha diante de 
tamanha proeza – conseguir me perder entre os poucos metros que 
separavam o edifício onde estava com minha família e a banca de 
revistas. Tão senhora de mim aos oito anos de idade, nem percebi 
que segui em direção à praia, quando deveria voltar. E lá fui eu 
com as duas novas tutoras e o sorveteiro, em busca do tal edifício. 
Para elas, o jeito era chamar a polícia.
Anda de um lado, pergunta do tal índio pro outro, até que ouço 
uma voz: “achamos”. Uma prima, quase em prantos, me abraçou e 
disse: “estávamos desesperados”.
Lá pelos anos 70, sem celular, iPhone, iPad ou outras tantas 
muletas, a estratégia foi cada integrante da família se dividir e fixar 
um tempo para voltar à porta do prédio. Estavam todos lá, minha 
mãe, primos, tia, o sorveteiro, as duas mulheres e eu – ainda muda. 
Só choro, abraço e, para o meu espanto, nenhuma bronca. E a cara 
de surpresa quando todos viram que só eu havia reparado no tal 
índio pintado na porta do prédio.
Talvez nada disso teria acontecido se tivesse uma dessas 
pulseirinhas de identificação. Mas talvez também não tivesse 
aprendido que é sempre bom saber como voltar pra casa.
(Denise Chiarato, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
39. No texto, a narradora
(A) conta o episódio de quando se perdeu dos familiares aos 
oito anos.
(B) relata sua experiência de encontrar uma criança perdida 
na rua.
(C) fala da experiência de ter voltado para casa com a ajuda de 
um dispositivo eletrônico.
(D) expõe sua indignação contra pais que perdem seus filhos.
(E) lembra quando foi severamente repreendida pelos pais por 
ter se perdido.
40. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna 
do texto.
O fato de a menina saber que havia o desenho de um índio na 
porta do prédio mostrou-se para que ela soubesse voltar para casa 
sozinha.
(A) indispensável
(B) inútil
(C) essencial
(D) conveniente
(E) vantajoso
41. Releia o último parágrafo.
Talvez nada disso teria acontecido se tivesse uma dessas 
pulseirinhas de identificação. Mas talvez também não tivesse 
aprendido que é sempre bom saber como voltar pra casa.
A autora conclui que a experiência de perder-se pode ser
(A) divertida.
(B) traumática.
(C) letal.
(D) instrutiva.
(E) destrutiva.
42. Observe a passagem do penúltimo parágrafo.
Lá pelos anos 70, sem celular, iPhone, iPad ou outras tantas 
muletas, a estratégia foi cada integrante da família se dividir e fixar 
um tempo para voltar à porta do prédio. Estavam todos lá, minha 
mãe, primos, tia, o sorveteiro, as duas mulheres e eu – ainda muda.
O termo lá, nas expressões Lá pelos anos 70 e Estavam todos 
lá, expressa ideiade
(A) dúvida e modo, respectivamente.
(B) tempo, em ambas as ocorrências.
(C) modo, em ambas as ocorrências.
(D) lugar e dúvida, respectivamente.
(E) tempo e lugar, respectivamente.
A tirinha a seguir serve de base para as questões 43 e 44. 
Observe-a com atenção:
Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
43. Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é 
CORRETO afirmar que:
a) há uma relação intertextual entre elas, embora haja 
diferenças de estrutura sintática entre uma e outra.
b) sob o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva” 
tem uma extensão mais ampla que “lei da gravidade”, que tem 
sentido especializado.
c) a forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que 
as personagens estabelecem entre si na tirinha.
d) a conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no 
primeiro quadrinho, por porém ou no entanto.
e) a expressão “lei da gravidade” não pode ser entendida, 
devido ao contexto sarcástico, como um termo técnico da Física. 
44. A imagem no segundo quadrinho 
a) comprova que a lei da selva é válida em todas as situações.
b) é incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho.
c) reforça o lamento do gato no começo da tirinha.
d) permite ao rato fazer a observação que está no último balão.
e) mostra a indignação do rato para com a postura do gato. 
Gabarito: (1-D), (2-A), (3-D), (4-A), (5-E), (6-C), (7-A), (8-
A), (9-D), (10-E), (11-E), (12-E), (13-C), (14-C), (15-E), (16-C), 
(17-C), (18-C), (19-E), (20-C), (21-E), (22-B), (23-A), (24-D), 
(25-A), (26-A), (27-C), (28-B), (29-B), (30-C), (31-A), (32-E), 
(33-C), (34-B), (35-E), (36-B), (37-E), (38-A), (39-A), (40-B), 
(41-D), (42-E), (43-B), (44-D)..
Informações explícitas e implícitas
Texto:
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses 
craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), mas ain-
da tem um longo caminho a trilhar (...).”
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.
Esse texto diz explicitamente que:
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques;
- Neto não tem o mesmo nível desses craques;
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente.
O texto deixa implícito que:
- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos cra-
ques citados;
- Esses craques são referência de alto nível em sua especiali-
dade esportiva;
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz res-
peito ao tempo disponível para evoluir.
Todos os textos transmitem explicitamente certas informa-
ções, enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo, o texto 
acima não explicita que existe a possibilidade de Neto se equi-
parar aos quatro futebolistas, mas a inclusão do advérbio ainda 
estabelece esse implícito. Não diz também com explicitude que 
há oposição entre Neto e os outros jogadores, sob o ponto de vista 
de contar com tempo para evoluir. A escolha do conector “mas” 
entre a segunda e a primeira oração só é possível levando em conta 
esse dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto 
do que aqueles que aparecem explícitos na sua superfície. Leitura 
proficiente é aquela capaz de depreender tanto um tipo de signifi-
cado quanto o outro, o que, em outras palavras, significa ler nas 
entrelinhas. Sem essa habilidade, o leitor passará por cima de sig-
nificados importantes ou, o que é bem pior, concordará com ideias 
e pontos de vista que rejeitaria se os percebesse.
Os significados implícitos costumam ser classificados em 
duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
Pressupostos: são ideias implícitas que estão implicadas logi-
camente no sentido de certas palavras ou expressões explicitadas 
na superfície da frase. Exemplo:
“André tornouse um antitabagista convicto.”
A informação explícita é que hoje André é um antitabagista 
convicto. Do sentido do verbo tornarse, que significa “vir a ser”, 
decorre logicamente que antes André não era antitabagista convic-
to. Essa informação está pressuposta. Ninguém se torna algo que 
já era antes. Seria muito estranho dizer que a palmeira tornouse 
um vegetal.
“Eu ainda não conheço a Europa.”
A informação explícita é que o enunciador não tem conheci-
mento do continente europeu. O advérbio ainda deixa pressuposta 
a possibilidade de ele um dia conhecêla.
As informações explícitas podem ser questionadas pelo recep-
tor, que pode ou não concordar com elas. Os pressupostos, porém, 
devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como tais, por-
que esta é uma condição para garantir a continuidade do diálogo 
e também para fornecer fundamento às afirmações explícitas. Isso 
significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não 
tem cabimento. Assim, por exemplo, se Maria não falta nunca a 
aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer “Até Maria compa-
receu à aula de hoje”. Até estabelece o pressuposto da inclusão de 
um elemento inesperado.
Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois 
eles são um recurso argumentativo que visa a levar o receptor a 
aceitar a orientação argumentativa do emissor. Ao introduzir uma 
ideia sob a forma de pressuposto, o enunciador pretende transfor-
mar seu interlocutor em cúmplice, pois a ideia implícita não é pos-
ta em discussão, e todos os argumentos explícitos só contribuem 
para confirmála. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema de 
pensamento montado pelo enunciador.
A demonstração disso pode ser feita com as “verdades incon-
testáveis” que estão na base de muitos discursos políticos, como o 
que segue:
“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será re-
solvido o problema da seca no Nordeste.”
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa a mu-
dança do curso do São Francisco e, por consequência, a solução do 
problema da seca no Nordeste. O diálogo não teria continuidade se 
um interlocutor não admitisse ou colocasse sob suspeita essa cer-
teza. Em outros termos, haveria quebra da continuidade do diálogo 
se alguém interviesse com uma pergunta deste tipo:
“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do rio?”
Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor permite 
levar adiante o debate; sua negação compromete o diálogo, uma 
vez que destrói a base sobre a qual se constrói a argumentação, 
e daí nenhum argumento tem mais importância ou razão de ser. 
Com pressupostos distintos, o diálogo não é possível ou não tem 
sentido.
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser 
embaraçosa ou não, dependendo do que está pressuposto em cada 
situação. Para alguém que não faz segredo sobre a mudança de 
emprego, não causa o menor embaraço uma pergunta como esta:
“Como vai você no seu novo emprego?”
O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se diri-
gisse a uma pessoa que conseguiu um segundo emprego e quer 
manter sigilo até decidir se abandona o anterior. O adjetivo novo 
estabelece o pressuposto de que o interrogado tem um emprego 
diferente do anterior.
Marcadores de Pressupostos
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivo
Julinha foi minha primeira filha.
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras 
nasceram depois de Julinha.
Destruíram a outra igreja do povoado.
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja 
além da usada como referência.
- Certos verbos
Renato continua doente.
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no mo-
mento anterior ao presente. 
Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea copydesk.
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que copi-
desque não existia em português.
- Certos advérbios
A produção automobilística brasileira está totalmente nas 
mãos das multinacionais.
O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil indús-
tria automobilística nacional.
- Você conferiu o resultado da loteria? 
- Hoje

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