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Psicologia do desenvolvimento e da Aprendizagem aula 2

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Aula 02 – Teorias de Desenvolvimento
 Embora o estudo científico do desenvolvimento humano seja didaticamente mais fácil através da divisão de domínios, cabe relembrar que o desenvolvimento não se divide em partes, mas é holístico na medida em que cada domínio do desenvolvimento tem relação com todos os três domínios predominantes.
 O que fazem as teorias? 
Elas fornecem uma infraestrutura de princípios gerais que podem ser utilizados para orientar as pesquisas e explicar observações. Cada teoria sobre o desenvolvimento interpreta o desenvolvimento humano de forma diferente. 
 De outro lado cabe entender os elementos das representações sociais sobre o desenvolvimento humano pelos educadores e refletir sobre a importância dessas representações no cotidiano do cenário educacional. 
Almeida e Cunha, pesquisadoras da Universidade de Brasília e da Universidade Católica de Brasília realizaram um estudo tendo como sujeitos 210 educadores distribuídos em quatro subgrupos: 60 educadores de crianças, 60 de adolescentes, 60 de adultos e 30 de idosos. Além dos elementos constituintes das representações de desenvolvimento, esse estudo permitiu identificar sua organização interna. Os resultados mostram que a criança foi associada com brincadeiras, inocência e dependência; o adolescente com transformações no corpo, crises existenciais e sexualidade; o adulto com produtividade, trabalho, estabilidade e, o idoso com sabedoria e experiência. Estes resultados do estudo evidenciam as bases científicas do conhecimento popular acerca do desenvolvimento humano.
As grandes teorias sobre desenvolvimento humano (como saber científico) que têm ancorado as ideias de senso comum, bem como as teorias emergentes na contemporaneidade, são o alvo de tematização. 
 Essas teorias podem ser divididas em dois grupos. 
1° Grupo de teorias 
1) a abordagem psicanalítica de Freud e a versão de Erikson sobre esta base teórica;
 2) a teoria behaviorista da aprendizagem, que tem como objeto de estudo o comportamento, e como foco básico a estrutura e o desenvolvimento de processos do pensamento e do conhecimento do indivíduo; 
3) as teorias que mostram que as pessoas procuram conhecer experiências no processo que forma conceitos e estratégias cognitivas, ou seja, cada pessoa tenta fazer com que as novas experiências façam sentido conciliando-as com seu conhecimento já existente.
 2° Grupo de teorias
 Contribuições apresentadas pelas teorias sociocultural e epigenética, como forma de ampliar a compreensão acerca das visões teóricas sobre o desenvolvimento humano. Essas teorias foram consideradas, por Berger, como emergentes entre as teorias do desenvolvimento humano. 
A teoria psicanalítica de Freud interpreta o desenvolvimento humano em termos de impulsos e motivos intrínsecos, muito dos quais são irracionais e inconscientes. Segundo Freud o desenvolvimento nos seis primeiros anos ocorre em três fases, cada qual caracterizada pelo interesse e pelo prazer sexual concentrados em uma determinada parte do corpo. 
Fase Oral 0 a 1 ano
 Fase Anal 1 a 3 anos
Fase Fálica 3 a 6 anos
 Após estas três fases ocorre um interlúdio, entre os sete e onze anos, denominado latência. Por volta dos 12 anos a pessoa entra na fase genital. Para Freud, as emoções relativas a cada fase permanecem como forças poderosas, mas disfarçadas na personalidade adulta, parte do legado inconsciente da infância. 
A maneira como a pessoa suporta e resolve os problemas na infância, determina sua personalidade e seus padrões de comportamento durante toda a vida. A seguir veremos as semelhanças e diferenças da versão de Erikson para a abordagem psicanalítica freudiana. 
Assim como os demais seguidores de Freud, Erikson reconhece a importância das forças inconscientes e irracionais. Entretanto, considerando insuficientes as fases propostas por Freud sugeriu, no lugar delas, oito fases de desenvolvimento, que cobrem todos os estágios da vida. Cada uma destas fases é caracterizada por uma crise de desenvolvimento que, sendo fundamental, precisa ser resolvida. 
Confiança x desconfiança autonomia x vergonha e duvida iniciativa x culpa diligencia x inferioridade intimidade e isolamento generatividade x estagnação identidade x confusão de papeis integridade x desesperança
 Segundo esta teoria, a solução de cada crise do desenvolvimento depende da interação entre as características do indivíduo e qualquer que seja o suporte oferecido pelo ambiente social.
 A visão behaviorista surgiu em oposição à teoria psicanalítica. 
Watson, seu principal representante, se opunha abertamente à ênfase dada por Freud ao inconsciente, especialmente aos impulsos e a fatos dos quais o paciente só conseguia se lembrar anos depois de sondagens psicanalíticas, ou que só conseguia recordar por meio de sonhos ou por manifestações disfarçadas. Segundo Watson, o comportamento real, ao contrário dos motivos e dos impulsos inconscientes, pode ser estudado de maneira muito mais objetiva e científica. 
A teoria behaviorista da aprendizagem focaliza os meios pelos quais as pessoas aprendem comportamentos específicos. Segundo a visão destes teóricos, todo desenvolvimento envolve um processo de aprendizagem e, portanto, não ocorre só em determinadas fases que dependem da idade e do amadurecimento.
 A teoria da aprendizagem toma como base o estímulo e a resposta. A aprendizagem se dá por meio do condicionamento, processo através do qual uma determinada resposta é desencadeada por um estímulo. 
O condicionamento pode ser clássico ou operante.
 Condicionamento Clássica A
 Aprendizagem se dá por meio de associações e o estímulo neutro torna-se um estímulo condicionado. 
Condicionamento Operante- O reforço promove a aprendizagem de forma que repostas fracas ou raras tornam-se fortes e frequentes. 
 Outro conceito importante é o de aprendizagem social, em que os comportamentos observados tornam-se comportamentos copiados por meio da modelagem.
 A teoria cognitiva tem como foco principal a estrutura e o desenvolvimento dos processos de pensamento e de conhecimento do indivíduo.
 Segundo Piaget, o principal teórico desta visão há quatro períodos de desenvolvimento cognitivo: Sensório Motor, Pré-operacional, Operacional Concreto e Operacional Formal Para Piaget, cada pessoa tenta fazer com que as novas experiências façam sentido conciliando-as com seu conhecimento já existente. No ponto de vista do autor, este processo é conduzido pela necessidade humana de equilíbrio mental, denominado, por ele, como equilíbrio cognitivo. 
 Dessa forma, a adaptação cognitiva ocorre de duas maneiras: pela assimilação e pela acomodação. 
 A teoria sociocultural de Vygotsky encontra-se no bloco das teorias emergentes. Essa teoria explica o desenvolvimento humano em termos da orientação, do suporte e da estrutura proporcionados pela cultura.
 Uma aplicação no cotidiano do processo ensino aprendizagem desta visão é a possibilidade de se trabalhar com a ideia de que os educadores devem atuar como mentores que orientam os aprendizes através da zona de desenvolvimento proximal. 
Zona de Desenvolvimento Proximal é a distância entre o nível atual de desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade atual de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais capazes. 
 O aprendiz e a sociedade se desenvolvem em decorrência da colaboração entre o instrutor e o aprendiz. As sociedades e as culturas se modificam quando os indivíduos escolhem qual conhecimento deve ser passado adiante. Para os adeptos da visão sociocultural as pessoas aprendem a conhecer os recursos, as habilidades e os valores da sociedade por meio do aprendizado. 
 A teoria dos sistemas epigenéticos começa pela observação de que os genes são poderosos e onipresentes, potencialmente afetando todos os aspectos do desenvolvimento. Outro aspecto relevado por essa teoriaé a tese de que as crianças nascem com diversos impulsos e reflexos que ajudam a garantir sua sobrevivência, enquanto os adultos normalmente também são equipados com predisposições inatas para cuidar de bebês. Esta visão teórica enfatiza os primeiros anos do desenvolvimento humano, na medida em que acredita na ideia de que a forças bioquímicas iniciais alteram a manifestação dos genes. No que se refere à relação natureza-criação enfatiza que a natureza inicia o processo e a criação o afeta por meio de hormônios, enzimas, toxinas e adaptação seletiva

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