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Curso de 
Alongamento Terapêutico 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
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MÓDULO II 
 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ALONGAMENTO 
 
 
1. Receptores sensoriais relacionados ao alongamento 
Existem alguns sistemas orgânicos sensoriais proprioceptivos que 
respondem a um estímulo de alongamento. O órgão tendinoso de golgi detecta a 
tensão muscular; o fuso muscular detecta o comprimento relativo do músculo e os 
mecanorreceptores articulares detectam deformação mecânica dos tecidos. 
 
Figura 01 – Receptores de alongamento muscular 
 
Fonte: ADESNÍVEL, 2008 
 
 
1.1 Órgão tendinoso de golgi (OTG) 
O OTG é uma estrutura encapsulada, localizada na junção músculo-
tendinosa, nos tendões, e que está em série, em relação ao tecido muscular. É um 
mecanismo de proteção que inibe a contração do músculo respondendo através de 
suas conexões neurais, inibindo a elaboração de tensão no músculo (promovendo 
relaxamento muscular) e não permitindo a tensão nos músculos antagonistas. Tem 
 
 
 
 
 
41 
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um limiar muito baixo de disparo após uma contração muscular ativa e tem um alto 
limiar de disparo para o alongamento passivo. 
Em conseqüência de sua disposição anatômica, o OTG não é capaz de 
informar a respeito da variação de comprimento muscular (se o músculo encurta, ele 
sofre tração; se o músculo alonga, ele também sofre tração). Por isso, são 
designados como sensores de força, ou seja, estruturas responsáveis por informar 
ao SNC a magnitude do estado contrátil do músculo em cujo tendão está inserido. 
 
Figura 02 – O órgão tendinoso de Golgi 
 
Fonte: PEDIGONI, 2008 
 
 
Diante da contração muscular, estes sensores enviam sinais para o SNC 
através da fibra aferente IIA. Esta fibra penetra na região posterior da medula e 
conecta-se a dois interneurônios: um excitatório, que transmite o impulso ao eferente 
do antagonista, e um inibitório, que bloqueia o sinal para a fibra motora do agonista, 
causando seu relaxamento máximo e impedindo sua contração por décimos de 
segundo. Assim que a tensão desaparece, o reflexo é interrompido, habilitando o 
músculo para novas contrações. O estímulo para o desencadeamento da atividade 
 
 
 
 
 
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do OTG deve perdurar por cerca de 6 segundos. A contração do antagonista, 
simultaneamente ao relaxamento do agonista, tem por função evitar o processo de 
estiramento. 
O reflexo miotático inverso está relacionado à proteção das estruturas 
relacionadas ao sistema músculo-esquelético e à produção de força e movimento. 
Assim, se a tensão gerada atingir um nível crítico, potencialmente lesivo aos tecidos 
relacionados, incluindo a possibilidade de rompimento tecidual, o reflexo miotático 
inverso causa o relaxamento da musculatura que sustenta a carga, interrompendo o 
processo de contração muscular e produção de força. 
Se um indivíduo tenta aparar ou segurar um objeto demasiadamente 
pesado, o primeiro reflexo ativado é o miotático, já que o primeiro estímulo é o 
estiramento, informando ao SNC o número de unidades motoras necessárias à 
realização do movimento e a magnitude de contração; a seguir, diante da 
constatação do dano iminente, o reflexo miotático inverso é ativado. Em outras 
palavras, a contração proporcional à carga elevada gera um grande aumento na 
tensão sobre o Órgão Tendinoso de Golgi. 
 
Figura 03 – Ativação do OTG 
 
1. Neurônio do OTG é ativado – 2. Moto neurônio é inibido – 3. Músculo relaxa – 4. Objeto é 
derrubado. 
Fonte: PEDIGONI, 2008 
 
 
 
 
 
 
 
43 
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1.2 Fuso muscular (FNM) 
 
Os fusos musculares são órgãos sensoriais espalhados por todo o tecido 
muscular, compostos por 3 a 12 fibras musculares finas intrafusais circundadas por 
uma bainha do tecido conjuntivo, tendo de 3 a 10 mm de comprimento, que ativam 
reflexamente o músculo e inibem simultaneamente o músculo oponente ou 
antagonista (reflexo de estiramento). 
O fuso muscular é o principal órgão sensitivo do músculo. Se o impulso do 
alongamento for muito grande, o influxo proveniente do fuso muscular acarreta uma 
contração protetora funcionando como um detector do comprimento. 
Os fusos musculares são considerados unidades contráteis regulares do 
músculo. 
Figura 04 – Ativação do FNM 
 
Fonte: PEDIGONI, 2008 
 
 
 
 
 
 
44 
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O fuso está ligado às fibras extrafusais; assim, quando o músculo é 
alongado, ocorre também o alongamento do fuso. O processo de excitação do fuso 
muscular ocorre quando um estímulo de alongamento é aplicado. O fuso muscular 
monitora a velocidade e duração do alongamento e detecta as alterações no 
comprimento do músculo. As fibras do fuso muscular são sensíveis à rapidez com a 
qual um músculo é alongado. 
O fuso pode ser excitado de duas maneiras diferentes: pelo estiramento de 
todo o músculo (terminações primárias) e pela contração das porções terminais das 
fibras intrafusais (terminações secundárias). As terminações primárias respondem 
tanto ao grau de alongamento muscular como ao ritmo desse alongamento (resposta 
dinâmica). As terminações secundárias respondem somente ao grau de 
alongamento (resposta estática). A resposta dos fusos promove a ativação do 
reflexo de alongamento e inibição da elaboração de tensão no grupo dos músculos 
antagonistas (inibição recíproca). 
O reflexo de estiramento é decorrente da ativação dos fusos em um músculo 
distendido, promovendo uma resposta rápida através de uma transmissão neural, 
com estimulação dos nervos aferentes que conduzem estímulos dos fusos até a 
medula espinhal; os nervos eferentes trazem de volta a resposta, resultando em 
elaboração de tensão no músculo. O procedimento para realização de um 
alongamento muscular consiste, portanto, em minimizar os efeitos dos fusos 
musculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 05 – Reflexo de estiramento 
 
Fonte: PEDIGONI, 2008 
 
 
1.3 Mecanorreceptores articulares 
Todas as articulações sinoviais do corpo são supridas de quatro variedades 
de receptores de extremidades nervosas. Esses receptores articulares captam 
forças mecânicas nas articulações, tais como pressão de alongamento e distensão. 
São classificados como tipo I, II, III e IV, de acordo com as características 
morfológicas e comportamentais. 
 
 
 
 
 
46 
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Os mecanorreceptores do tipo I são grupos de corpúsculos globulares 
encapsulados, denominados de corpúsculos de Golgi-Mazzoni. Estão localizados na 
camada externa da cápsula articular fibrosa, são receptores de limiar baixo e 
adaptação lenta, possuem várias funções como: promoção da sensação cinestésica 
e postural, facilitação dos tônus muscular, regulação da pressão articular, entre 
outros. 
 
 
 
Figura 06 – Corpúsculo de Golgi Mazzoni 
 
Fonte: CAVALLOTTI, 2008 
 
 
 
 
O tipo II é chamado de corpúsculo de Pacine, representado por corpúsculos 
maiores, grossamente encapsulados e cônicos. Está localizado na cápsula articular 
fibrosa, em suas camadas mais profundas e em coxins gordurosos articulares. É 
conhecido como mecanorreceptor dinâmico ou de aceleração, pois possui limiar 
baixo e adaptação rápida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
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Figura 07 – Corpúsculo de Pacini 
 
Fonte: KALIPEDIA, 2008 
 
 
Os mecanorreceptores do tipo III são corpúsculos finamente encapsulados, 
confinados aos ligamentos intrínsecos e extrínsecos de muitas articulações. 
Chamados de corpúsculos de Ruffine possuem alto limiar que se adaptam 
lentamente, respondendo somente a altas tensões geradas nos ligamentos 
articulares, têm como função a monitoração da direção do movimento e inibição 
reflexa da atividade de alguns músculos. 
 
Figura 08 – Corpúsculo de Rufinni 
 
Fonte: ALARDÍN, 2008 
 
 
Ao contrário dos mecanorreceptores, o tipo IV ou terminações nervosas 
livres são desencapsulados. São encontrados nos coxins gordurosos e por toda 
cápsula articular. Constituem o sistema de receptor de dor dos tecidos articulares. 
 
 
 
 
 
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Sob condições normais, esses receptores são inteiramente inativos. Contudo, eles 
se tornam ativos quando os tecidos articulares que contêm esse tipo de extremidade 
nervosa são submetidos à acentuada deformação mecânica ou irritação química. 
 
Figura 09 – Terminações nervosas livres 
 
Fonte: KALIPEDIA, 2008 
 
 
2. Adaptação do tecido muscular ao alongamento 
Os tecidos moles que podem restringir a mobilidade articular são os 
músculos, tecido conectivo e pele. Cada um tem qualidades próprias que afetam sua 
extensibilidade, ou seja, sua capacidade de alongar-se. Quando procedimentos de 
alongamento são aplicados a esses tecidos moles, a velocidade, intensidade e 
duração da força de alongamento irão afetar a resposta dos diferentes tipos de 
tecido mole. Tanto as características mecânicas dos tecidos contráteis e não 
contráteis, quanto as propriedades neurofisiológicas do tecido contrátil, afetam o 
alongamento do tecido mole. 
O tecido muscular e articulações possuem componentes elásticos, plásticos 
e inextensíveis. 
Os componentes elásticos são os que, submetidos ao alongamento, 
retornam a sua forma original após o relaxamento da musculatura. São os 
miofilamentos, que representam os elementos contráteis fundamentais, e o tecido 
conjuntivo que é disposto tanto em séries, como em paralelo com as fibras 
musculares. 
Os componentes plásticos são aqueles que não retornam a sua forma 
original depois de cessado o alongamento. São divididos basicamente em: 
 
 
 
 
 
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mitocôndrias, retículo endoplasmático e sistema tubular, ligamentos e disco 
intervertebral. 
Os componentes inextensíveis são aqueles que não trabalham durante a 
ação de uma força longitudinal, ou seja, não provoca deformações. São eles: os 
ossos e tendões. 
O tecido muscular tem a capacidade de adaptação à determinada 
estimulação, resultante da plasticidade, isto é, a capacidade do tecido mole em 
assumir um comprimento novo após a força de alongamento ter sido removida. Essa 
característica é decorrente da composição da fibra muscular. 
O músculo esquelético apresenta as propriedades de irritabilidade, 
contratilidade, extensibilidade e elasticidade. 
A irritabilidade é a capacidade do músculo em reagir a determinados 
estímulos, que podem ser mecânicos e eletroquímicos. Uma vez que o tecido 
muscular esquelético possui grande sensibilidade, uma estimulação mínima como a 
realizada pelo neurotransmissor químico é suficiente para produção de estímulos 
musculares. 
A contratilidade refere-se à capacidade do encurtamento ou contração do 
músculo quando for estimulado de forma suficiente. Alguns músculos esqueléticos 
conseguem reduzir seu comprimento em até 70% do seu comprimento em repouso, 
contudo, a média de encurtamento dos músculos esqueléticos é de 
aproximadamente 57%, pois o encurtamento recebe restrições pelas estruturas do 
corpo humano. 
A extensibilidade é a capacidade que o músculo tem de ser estirado, 
promovendo um aumento em seu comprimento, a partir de uma força externa 
exercida sobre ele. Esta característica é influenciada pelo tecido conectivo existente 
no músculo encontrado no perimísio, epimísio e fáscia. 
Elasticidade é a capacidade de a fibra muscular voltar ao seu comprimento 
inicial, depois que o estímulo é retirado. O músculo pode ter estímulos 
eletroquímicos como potencial de ação vindo do nervo correspondente, ou ainda 
mecânico, quando o músculo é atingido por algum golpe externo. Esta característica 
 
 
 
 
 
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também pode ser determinada pelo tecido conectivo. Esta propriedade aliada à 
extensibilidade promove os mecanismos de proteção muscular. 
Quando se alonga um músculo sem forçar demais sua amplitude de 
movimento, geramos um afastamento do local de origem e inserção do músculo, que 
chamamos de alongamento. Se este alongamento ocorrer de forma suave, chegar 
próxima a sua amplitude articular máxima e for mantida a posição por pouco tempo, 
as fibras musculares se alongam e posteriormente retornam ao seu comprimento 
normal. Isto é chamado de resposta elástica da musculatura. Quando o alongamento 
segue as condições citadas acima, porém o tempo de permanência na postura 
aumenta, conseqüentemente tenta-se aumentar a amplitude de movimento, acaba-
se gerando uma deformidade plástica na musculatura. Esta situação é chamada de 
resposta plástica da musculatura. 
 
2.1 Ajuste do comprimento muscular 
O músculo estriado esquelético adapta-se às alterações em seu 
comprimento por meio da regulação no número de sarcômeros em série, e a 
manutenção de uma determinada posição é fator determinante na regulação desse 
número. Quando os músculos são alongados além do comprimento superior ao 
normal, ocorre a hipertrofia. Isso acarreta o acréscimo de novos sarcômeros nas 
extremidades das fibras musculares, onde se inserem nos tendões. 
Inversamente, quando o músculo permanece encurtado continuamente, para 
menos que seu comprimento normal, os sarcômeros, nas extremidades das fibras 
musculares, desaparece com rapidez aproximadamente igual. É através desses 
processos que os músculos são remodelados continuamente, a fim de manter o 
comprimento adequado para a contração muscular apropriada. 
Quando o músculo é estirado ou encurtado, osarcômero passa a atingir um 
comprimento maior ou menor do que o de repouso e, portanto, há redução na 
sobreposição entre os filamentos contráteis. O ajuste parece ocorrer para que o 
comprimento do sarcômero retorne ao seu comprimento funcional. 
As modificações no comprimento da fibra muscular provavelmente ocorrem 
para manter o comprimento fisiológico e funcional do sarcômero. Os tendões são 
 
 
 
 
 
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freqüentemente tratados como estruturas inextensíveis que transmitem as alterações 
do comprimento muscular às suas inserções ósseas. Contudo, muitas vezes o 
tendão se comporta com maior complacência que o próprio músculo, podendo 
contribuir como armazenador de energia elástica e conseqüentemente, como 
realinhador, durante as atividades motoras cíclicas. 
Além da redução no comprimento da fibra e no número de sarcômeros em 
músculo imobilizado na posição encurtada, estudos também demonstram aumento 
em sua resistência passiva e isso, provavelmente, é devido à alteração na 
remodelação no tecido conjuntivo nos músculos mantidos encurtados. 
Foi observado aumento na proporção de colágeno, diminuição no conteúdo 
de glicosaminoglicanas e água da matriz extracelular, com conseqüente 
aproximação de suas fibras, deposição aleatória do colágeno recém-formado e 
formação de ligações cruzadas anormais entre as mesmas. Todas essas mudanças 
no tecido conjuntivo parecem ocorrer para proteger o músculo de um alongamento 
muscular excessivo. 
 
3. Definições de termos fundamentais 
 
3.1 Flexibilidade 
Geralmente o termo “flexibilidade” é usado para referir-se à habilidade da 
unidade musculotendínea em alongar-se, enquanto um segmento corporal ou 
articulação move-se através da amplitude de movimento. Pode ser definida como a 
qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de 
amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro 
dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão. Uma boa flexibilidade 
permite a realização de movimentos que de outra forma, seriam impossíveis. Além 
disso, esta qualidade física aumenta a eficiência mecânica e reduz o risco de lesões 
músculo-articulares. 
A flexibilidade é influenciada pela idade, pelo sexo e possivelmente pela raça 
do indivíduo. A flexibilidade geral das pessoas é comparada, porém ela é específica 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
para cada articulação. Isto é, uma quantidade extrema de flexibilidade em uma 
articulação não garante o mesmo grau de flexibilidade em todas as articulações. 
 
3.2 Contraturas 
Encurtamento de um músculo ou outros tecidos que cruzam uma 
articulação, resultando em uma limitação de a mobilidade articular. As contraturas 
podem ser classificadas em vários tipos: 
A contratura miostática é aquela em que não há patologia específica no 
tecido e o músculo está adaptativamente encurtado e com a mobilidade restrita. As 
adesões são tipos de contraturas em que existe aderência entre as fibras de 
colágeno. Adesões cicatriciais ocorrem quando há presença de tecido cicatricial em 
resposta a uma lesão muscular prévia. As contraturas irreversíveis são aquelas em 
que há perda definitiva da extensibilidade dos tecidos moles e a recuperação é 
apenas cirúrgica. As contraturas pseudomiostáticas ocorrem quando a limitação de 
movimentos é decorrente de hipertonicidade gerada por lesões do sistema nervoso 
central. 
 
4. Fatores limitantes de a flexibilidade articular 
A flexibilidade depende de diversos fatores como a mobilidade articular, 
elasticidade muscular, massa tecidual (muscular e adiposa) e pele, que são seus 
componentes (variáveis) fisiológicos. 
A avaliação da mobilidade articular envolve a observação da estrutura 
óssea, capsular, ligamentar, discal e sinovial (líquido); a amplitude de movimento, ou 
seja, o ângulo máximo que a articulação consegue alcançar sem a interferência dos 
tecidos moles não diretamente relacionados, como os tecidos musculares, 
conjuntivos e epiteliais, é a mobilidade articular. 
A elasticidade muscular é a capacidade do material de sofrer deformação 
mecânica (estiramento ou compressão) e retornar à posição original. Se um músculo 
não retorna à posição inicial após um estiramento, há indício de que tenha ocorrido 
ruptura na estrutura ou componentes elásticos de sua constituição. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A massa tecidual pode interferir na flexibilidade a partir do momento em que 
pode gerar alterações na amplitude de movimento articular. Músculos extremamente 
hipertrofiados, por exemplo, representam um impedimento mecânico para a 
aproximação dos segmentos; pessoas obesas apresentam limitação evidente de 
flexão de tronco. A elasticidade da pele também pode representar um fator limitante 
para a flexibilidade. O treinamento físico continuado aumenta o aporte vascular das 
estruturas conjuntivas e epiteliais, gerando uma melhor aparência da pele. 
 
5. Conceito de alongamento 
Alongamento muscular são exercícios físicos para manter ou desenvolver a 
flexibilidade. O alongamento é uma das mais importantes categorias de exercícios 
que podem ser prescritos para manter e restaurar o equilíbrio normal em cada uma 
destas estruturas: o músculo, a fáscia, o tendão e o ligamento. Estes podem exibir 
um grau de rigidez aumentado – que conduz ao funcionamento não-ótimo em 
determinada articulação secundária – e restringir a amplitude de movimento 
disponível. O alongamento muscular permite modificar o comprimento do músculo, 
visando manter ao mesmo tempo, características mecânicas e funções 
neuromusculares. 
 
6. Alongamento terapêutico 
O alongamento pode ser utilizado como manobra terapêutica para aumentar 
o comprimento de tecidos moles que estejam encurtados, podendo ser definido 
também como técnica utilizada para aumentar a extensibilidade músculo-tendinosa e 
do tecido conjuntivo periarticular, de tal modo contribuindo para aumentar a 
flexibilidade articular. 
 
6.1 Benefícios dos alongamentos 
Um programa regular de alongamento proporciona: 
? Aumento da flexibilidade, resistência e força muscular; 
? Diminuição de dores e desconfortos musculares; 
? Boa mobilidade muscular e articular; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
? Melhora da aparência física e imagem pessoal; 
? Melhora do alinhamento postural estático e dinâmico; 
? Facilitação dos processos de aquecimento/desaquecimento em 
atividades esportivas; 
? Redução de encurtamentos do sistema muscular; 
? Diminuição dos riscos de lesões músculo-articulares; 
? Aumento do relaxamento muscular e melhora da circulação sangüínea; 
? Melhora da coordenação motora. 
 
6.2 Objetivos 
? Restaurar a amplitude de movimento normal na articulação envolvida e a 
mobilidade das partes moles adjacentes a esta articulação; 
? Aumentar a flexibilidade geral antes de exercícios vigorosos de 
fortalecimento; 
? Minimizar o risco de lesões músculo-tendíneas relacionadas a atividades 
físicas; 
? Prevenir o encurtamento ou tensionamento irreversíveis de grupos 
musculares; 
? Facilitar o relaxamento muscular. 
 
6.3 Indicações 
? Quando a ADM está limitada como resultado de contraturas, adesõesou 
tecido cicatricial, levando ao encurtamento de músculos, tecido conectivo e 
pele; 
? Quando existe fraqueza muscular e retração nos tecidos opostos. Os 
músculos retraídos devem ser alongados antes que os músculos fracos 
possam ser efetivamente fortalecidos; 
? Quando as limitações da movimentação da articulação causam deformidades 
esqueléticas evitáveis que podem influenciar na simetria corporal e postura. 
 
 
 
 
 
 
 
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6.4 Contra-indicações 
? Bloqueio ósseo limitando a mobilidade articular; 
? Inflamação ou infecção nas estruturas envolvidas; 
? Presença de dor aguda; 
? Integridade óssea ou vascular comprometida; 
? Presença de hematomas ou outras indicações de traumatismos teciduais; 
? Comprometimento ou falta de estabilidade ou integridade articular; 
? Fratura recente. 
 
6.5 Precauções do alongamento terapêutico 
? As articulações não devem ser forçadas além da amplitude normal de 
movimento; 
? Estabilizar fraturas recém consolidadas; 
? Evitar alongamentos vigorosos após uma imobilização prolongada, devido à 
perda de tensão sofrida pelos tendões e ligamentos, podendo resultar em 
ruptura; 
? Cuidados com pacientes com osteoporose, repouso prolongado no leito, 
idade avançada; 
? Presença de dor acentuada durante a realização do alongamento; 
? Dor articular ou muscular com mais de 24 horas de duração, após a técnica. 
Neste caso, pode ter havido microlesões nas estruturas dos sarcômeros. 
 
6.6 Métodos de alongamento 
Os quatro principais tipos de alongamento são: alongamento estático, por 
inibição ativa, balístico e dinâmico. 
 
6.6.1 Alongamento estático 
O alongamento estático é o mais utilizado. Nesse tipo de alongamento, o 
indivíduo alonga determinado músculo ou grupo muscular levando lentamente a 
parte do corpo para a posição desejada e mantendo essa posição durante pelo 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
menos 15 a 30 segundos. Como é realizado lentamente em um músculo relaxado, o 
alongamento estático dificilmente ativa o reflexo miotático. Pode ser realizado de 
forma ativa ou passiva. 
Neste caso, a sustentação da posição ativa as fibras intrafusais, que ativam 
os motoneurônios α das fibras extrafusais. Assim, a contração mantida é do tipo 
isométrica, pois não há retorno imediato à posição inicial; a tensão sobre a 
musculatura e sobre o tecido conjuntivo circunjacente aumentam, sensibilizando o 
Órgão Tendinoso de Golgi, gerando relaxamento muscular através do reflexo 
miotático inverso. À medida que o tempo da sessão transcorre, há predominância da 
ação bloqueadora do OTG, levando ao relaxamento lento e progressivo. Na prática, 
a permanência na posição tende a fazer com que se ganhe cada vez mais 
amplitude, em função do mecanismo neural associado (potencialização do reflexo 
miotático inverso). 
 
6.6.1.1 Alongamento passivo 
Realizado com ajuda de forças externas (aparelhos, terapeuta) em um 
estado de relaxamento da musculatura a ser alongada. O terapeuta aplica uma força 
externa e controla a direção, velocidade, intensidade e duração do alongamento dos 
tecidos moles, que serão alongados além de seu comprimento de repouso. 
 
6.6.1.2 Alongamento ativo 
É determinado pelo maior alcance de movimento voluntário, utilizando-se a 
força dos músculos agonistas e relaxamento dos músculos antagonistas. 
 
6.6.2 Alongamento por inibição ativa 
Inibição ativa refere-se a técnicas nas quais o paciente relaxa reflexamente o 
músculo a ser alongado antes da manobra de alongamento. Quando um músculo é 
inibido (relaxado) ocorre resistência mínima ao alongamento. As técnicas de inibição 
ativa relaxam somente as estruturas contráteis dentro do músculo, não os tecidos 
conectivos. Esse tipo de alongamento é possível somente se o músculo a ser 
alongado tem inervação normal e está sob controle voluntário. Não pode ser usado 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
em pacientes com fraqueza muscular intensa, espasticidade ou paralisia devido à 
disfunção neuromuscular. Podem ser usadas diversas técnicas, entre elas: 
 
6.6.2.1 Sustentar-relaxar (hold-relax) 
O indivíduo é instruído a realizar uma contração isométrica no final da 
amplitude de movimento do músculo retraído antes que ele seja passivamente 
alongado. Após uma contração pré-alongamento do músculo retraído, ele irá relaxar 
por inibição autogênica, sendo mais facilmente alongado. Esta técnica fundamenta-
se sobre a inibição da circuitária reflexa miotática: a eliminação da ação de 
estiramento desliga/inibe o fuso, impedindo a contração decorrente do estiramento, 
enquanto a tensão gerada ativa o OTG, acionando o reflexo miotático inverso. Desta 
forma, a musculatura é relaxada pelo reflexo desencadeado pelo OTG e não é 
contraída devido à inibição do sinal fusal. Após o relaxamento seguido do 
alongamento passivo, o estiramento muscular gera nova ativação das fibras 
intrafusais, reiniciando o ciclo. 
A cada repetição se ganha mais alguns graus de movimento articular. A 
contração isométrica deve durar entre 2 e 4 segundos, e o tempo de sustentação da 
posição em alongamento estático deve ser de 20 a 30 segundos, proporcionando a 
adaptação do sistema. O retorno à posição inicial deve ser realizado lentamente. 
Esta técnica é extremamente eficiente, e deve ser sempre realizada passivamente. 
 
6.6.2.2 Contrair-relaxar (hold-relax-contract) 
Variação da técnica anterior. Neste caso, após o músculo retraído ter sido 
alongado passivamente, o paciente faz uma contração concêntrica contra resistência 
do músculo retraído antes dele ser alongado. 
 
6.6.2.3 Sustentar-relaxar com contração do agonista 
O indivíduo é instruído a realizar uma contração isométrica de pré-
alongamento do músculo retraído e relaxamento deste, seguido por uma contração 
concêntrica do músculo oposto ao retraído. 
 
 
 
 
 
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À medida que o músculo oposto ao retraído se encurta, o músculo retraído 
se alonga. Essa técnica combina inibição autogênica e inibição recíproca para 
alongar músculos retraídos. 
 
6.6.2.4 Contração do agonista 
O paciente contrai o músculo oposto ao músculo retraído contra resistência. 
Isso provoca uma inibição recíproca do músculo retraído e esse se alonga facilmente 
à medida que o músculo se move. É efetivo quando o músculo retraído tem dor ou 
em estágio iniciais de recuperação. 
 
6.6.3 Alongamento balístico 
O alongamento balístico usa contrações musculares para forçar a extensão 
do músculo por meio de movimentos pendulares ininterruptos. Embora alongue 
rapidamente o músculo a cada repetição, o movimento pendular também ativa a 
resposta do reflexo miotático. Como o reflexo miotático estimula os grupos 
musculares a se contraírem após o alongamento, essa modalidade geralmente é 
desencorajada. 
 
6.6.4 Alongamento dinâmico 
Exercícios dinâmicos, pendulares e rítmicos executados nos limites de 
extensão do músculo. Geralmente segue a realização de movimentos específicos de 
determinado esporte. 
O alongamento brusco de alta intensidade e duração curta podem ocasionar 
lesões musculares mais facilmente devido à maior atividade dos fusos musculares. 
Pode ainda provocardor muscular tardia. Durante o alongamento dinâmico a 
estimulação dos fusos musculares desencadeia o reflexo de estiramento, 
acarretando contração muscular. Do ponto de vista neuromuscular, o estiramento da 
musculatura a cada insistência sensibiliza o fuso e ativa o reflexo miotático, gerando 
contração concêntrica. 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Glossário 
 
Cápsula articular: estrutura fibrosa das superfícies articulares, inserida nas 
cartilagens articulares, revestida por tecido sinovial, contendo estruturas 
ligamentares e líquido sinovial. 
 
Disco intervertebral: estrutura fibrocartilaginosa em forma de disco, situada entre 
dois corpos vertebrais vizinhos. 
 
Epimísio: camada de tecido conjuntivo que envolve todo o músculo. 
 
Espasticidade: aumento anormal no tônus muscular desencadeado por lesão do 
sistema nervoso central. 
 
Glicosaminoglicanas: cadeias polissacarídicas, longas, não ramificadas, 
compostas por unidades dissacarídicas repetidas. 
 
Hematoma: coleção extravascular circunscrita de sangue e coágulos, formando uma 
massa. 
 
Hipertonicidade: aumento anormal do tônus muscular ou de um órgão. 
 
Interneurônios: qualquer neurônio não motor ou sensitivo. Podem também se 
referir aos neurônios cujos axônios permanecem em uma particular região do 
cérebro em contraste aos neurônios de projeção que apresentam axônios que 
projetam para outras regiões cerebrais. 
 
Medula espinhal: porção do sistema nervoso central contida no canal vertebral. 
 
Mitocôndrias: é uma das mais importantes organelas celulares, sobretudo para a 
respiração celular. 
 
 
 
 
 
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Osteoporose: redução de massa óssea sem alteração da composição do osso, 
podendo levar a fraturas patológicas. 
 
Perimísio: membrana fibro-elástica formada de elastina e colágeno que tem a 
função de envolver o ventre muscular para proteger e manter as fibras e fascículos 
organizados para potencializar a ação muscular. 
 
Reticulo endoplasmático: organela citoplasmática com formato de uma rede 
membranosa que pode ter morfologia tubular ou de pilhas achatadas. Existem dois 
tipos de retículos, classificados pela conjugação ou ausência de ribossomos em sua 
superfície: o retículo endoplasmático granular, associado aos ribossomos, e o 
retículo endoplasmático liso, sem ribossomos. O retículo endoplasmático rugoso 
desempenha a síntese de proteínas. O retículo endoplasmático liso sintetiza 
principalmente lipídeos e esteróides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-----------FIM DO MÓDULO II -----------

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