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Bases da cirurgia – 13/06 ESTOMAS E COLOSTOMIAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE ESTOMAS . Quando forem inevitáveis, considerar que o paciente terá que conviver com uma situação que altera sua qualidade de vida, além do alto custo associado; . Paradoxalmente o númreo de estomas definitivoss vem caindo consdderavelmtne em razão do paerfeiçoamento da te´cnica cirúrgica; . Outros fatores são: antibioticoprofilaxia, aparelhos de sutura mecânica, as operações de reservatório ileal pélvico, ileostomia continente e implante de esfincteres anais artificiais; . Uma parcela significativa de pacientes não dispõe destas opções, e sua qualidade de vida depende somente de técnica operatória apurada, reabilitação e cuidados de estomatoterapia, para das atividades habituais próximas ao normal; ESTOMAS . O termo “estoma” orgiina-se do grego; . Etimologia: “stoma” = boca; . Essa palavra é usada em cirurgia para designar abertura feita intencionalmente pelo cirurgião para comunicar órgãos ocos como a traqueia, esôfago, estômago, intestino, bexiga, etc. com o exterior ou com outro órgão oco; COLOSTOMIAS . São aberturas da parede dos cólons, exteriorizadas na parede abdominal, permitindo a eliminação de gases e fezes, com desvio do transito intestinal; SITUAÇÕES CLÍNICAS . Câncer colorretal; . Doença diverticular; . Doença inflamatória intestinal; . Incontinência anal; . Colite isquêmica; . Polipose adenomatosa familiar; . Trauma; . Megacólon; . Infecções perineais graves; . Proctite actínica (infecção do reto após radioterapia – queimadura crônica); . Proteção de anastomoses cólicas entre outras; APLICABILIDADE . A execução da colostomia depende do local de comprometimento do cólon, do tipo de doença, das condições clínicas do doente e preferências do cirurgião; . Devido à mobilidade do mesentério, os locais preferenciais são: porção proximal do cólon transverso e o sigmoide (mesentério presente, diferente do cólon ascendente que não tem mobilidade); CLASSIFICAÇÃO . As colostomias podem ser classificadas segundo as formas de confecção, estruturas e intenções de utilização; TEMPO DE PERMANÊNCIA . Temporária: nos traumas abdominais com perfuração intestinal ou proteção de uma anastomose intestinal mais distal à derivação; . Definitivas – perda de função esfinctérica após tratamento cirúrgico ou incontinência após insucesso de outras opões que objetivam restaurar a evacuação transanal; - Câncer próximo ao reto, que não tem margem para fazer uma anastomose – muito próxima da pele do canal anal; TÁTICA CIRÚRGICA . Com eversão da borda do coto cólico exteriorizado (maturação precoce); . Sem eversão do coto cólico exteriorizado (maturação tardia); PERÍODO DE ABERTURA . Pré-operatório (durante a cirurgia); . Pós-operatório; MODO DE EXTERIORIZAÇÃO Segundo modo de exteriorização: . Terminal: - Boca única – com fechamento da boca distal, com amputação do segmento distal (reto); - Boca dupla (de espingarda) – próximas – na mesma incisão ou em incisões diferentes; . Em alça; COLOSTOMIAS EM ALÇA – INDICAÇÕES . As derivações temporárias em alça facilitam a posterior reconstrução do trânsito sem a necessidade de laparotomia; . Proteção de anastomoses de alto risco de deiscência (colorretal baixa, coloanal e ileoanal); - Câncer do canal anal; . Tratamento da obstrução do cólon esquerdo ou derivação do transito fecal (cirurgia de Hartmann) . Trauma ano-reto-perineal importante e graves processos infecciosos perineais (fístula, abscesso – não quer fezes passando ali); COLOSTOMIA EM ALÇA – EFETIVIDADE . O objetivo maior é derivar a corrente fecal; . Há controvérsias se as derivações em alça derivam o fluxo fecal completamente; . Winslet e cols., aplicando técnica com radioisótopos na alça eferente de ileostomias demonstrou que a capacidade de derivação do fluxo fecal era de 100%; . Há a noção infundada, porém clássica de que para a desfuncionalização, a derivação em alça deveria ser construída de forma que a alça aferente (funcionante) deva ser posicionada inferiormente; - Alça eferente num plano superior – preceito de técnica discutida se realmente vai fazer a interrupção total do fluxo; PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA A CONFECÇÃO DOS ESTOMAS INTESTINAIS . Com a exceção de pequenas diferenças, os princípios técnicos gerais para a construção de colostomias e ileostomias são muito similares; ESCOLHA DO LOCAL . Quando se planejam operações que possam incluir um estoma as incisões medianas devem ser preferidas . Evitar incisões paramedianas, pois os estomas devem ser sempre exteriorizados através do músculo reto abdominal; - O local que vai ficar a colostomia pode ficar bem em cima da incisão – dificultando a aplicação do dispositivo coletor; . A incisão paramediana compromete a futura função do estoma devido à dificuldade de aplicação do dispositivo coletor sobre a cicatriz; ESCOLHA DO LOCAL – PERÍODO . A escolha do local do estoma deve ser feita no período pré-operatório, mesmo para os doentes de emergência; . O local do estoma deve ser demarcado antes da anestesia, na mesa cirúrgica, se possível com o doente sentado por um breve período de tempo; ESCOLHA DO LOCAL – IMC . Quando a demarcação pré-operatória não pode ser realizada vale a regra que: . Em doentes com peso ideal, o estoma deve estar através do reto abdominal, poucos centímetros abaixo da cicatriz umbilical na linha com a espinha ilíaca antero-superior; . Em doentes obesos, deslocar alguns centímetros cranialmente para evitar o “avental” constituído pelo excesso de tecido subcutâneo (nível da cicatriz umbilical ou acima); ESCOLHA DO LOCAL – ANATOMIA . A cicatriz umbilical, pregas de pele, outras cicatrizes e proeminência ósseas devem ser mantidas a pelo menos 5 cm do local do estoma a fim de não prejudicar a aplicação da bolsa coletora; . O local escolhido para o estoma deve ser fácil ao doente, possível enxergar, a fim de possibilitar o manuseio da derivação com conforto e segurança – para ele mesmo conseguir trocar; ESCOLHA DO LOCAL . Ileostomias: quadrante abdominal inferior direito; . Colostomias do sigmoide: quadrante inferior esquerdo; . Colostomias do transverso; quadrante superior direito; ASPECTOS TÉCNICOS COMUNS ÀS COLOSTOMIAS E ILEOSTOMIAS . A incisão na pele deve ser CIRCULAR, com o auxílio de pinça do tipo Kocher para apreensão da pele formando um disco que será excisado em continuidade a um cilindro com todas as camadas do tecido celular subcutâneo desde a DERME até o PLANO APONEURÓTICO; . Colostomias, o diâmetro da incisão circular deve ser aproximadamente 3 cm; . Ileostomias – 2,5 cm; . A incisão na bainha anterior do reto deve ser CRUCIFORME; . Afasta-se o músculo por divulsão, empregando o afastado de Farabeuf ou Lengenbeck; . Incisão na aponeurose posterior conjuntamente ao peritônio; . O defeito criado na parede abdominal deve permitir a passagem do íleo ou do cólon; ANATOMOSES NAS COLOSTOMIAS E ILEOSTOMIAS . A anastomose deve ser realizada por pontos separados de fio absorvível; . São empregados habitualmente os fios de categute simples ou cromado, poligalactina; .Não há necessidade da fixação por pontos da serosa ao peritônio parietal nas bordas da incisão do estoma (não há evidência de diminuição de prolapso); . O DISPOSITIVO COLETOR deve ser colocado imediatamente após o término da operação; . Não se faz curativo, pois o sangramento é mínimo e o funcionamento do estoma pode ser verificado frequentemente ainda no trans-operatório, principalmente situações de obstrução intestinal; ILEOSTOMIAS Ileostomias terminais: . Colectomia total abdominal de urgência ou proctocolectomia total na retocolite ulcerativa; . Polipose adenomatosa familiar, câncer avançado no reto inferior ou na presença de múltiplos pólipos retais na vigência de contraindicação técnica à anastomoses íleo-anal com reservatório ileal; . Construção de derivações urinárias; . Canceres sincrônicos do reto inferior e do ceco; Ileostomias em alça . Proteção de anastomoses íleo-anais, colo-anais ou colorretais;. Doença de Crohn, nos raros casos de sepsis abodominal por perfuração íleo-cecal após ressecção ileal nas situações de doença perianal quando a proctocolectomia é recusada; . Tratamento de perfurações intestinais com peritonite generalizada; . No tratamento paliativo da obstrução do cólon esquerdo, na ausência de alça fechada; CONFECÇÃO DA ILEOSTOMIA TERMINAL . O íleo é seccionado a 10 cm da válvula íleo-cecal; . Pode ser empregado um grampeador linear cortante; . A incisão circunferencial na pele deve ter diâmetro ao redor de 2,5 cm e deve ser realizado no QUADRANTE ABDOMINAL INFERIOR DIREITO na projeção anterior do músculo reto abdominal; ETAPAS PARA A ILEOSTOMIA TERMINAL . O íleo deve ser exteriorizado sem tensão em extensão de no mínimo 7 cm acima do nível da pele; Com emprego de duas pinças tipo BABYCOCK, é possível proceder à eversão do estoma; A extensão do segmento evertido não deve ser inferior a 3 cm; . Para a eversão, os pontos aplicados para a maturação devem compreender a totalidade da parede intestinal, incluir a CAMADA SEROMUSCULAR DO ÍLEO ao nível da pele e esta; . Pontos “cardeais” servem à orientação da maturação; . Os pontos devem ser amarrados somente após todos terem sido passados para evitar desvio lateral; - 4 cardeais + 2 de cada lado; - Cardeais – alça não fica torcida (se há desvio do ângulo – não funciona adequadamente); ILEOSTOMIAS EM ALÇA . A ileostomia em alça é realizada para a proteção de anastomose íleo-anal ou proximalmente a doença do intestino delgado deve distar destas aproximadamente 15 cm; . Se realizada na presença do cólon direito, deve distar 10 a 15 cm da válvula; . No ápice da alça mais móvel selecionada, o mesentério é transpassado por sonda plástica número 14, 16 ou 18 e o conjunto é exteriorizado através da incisão; . O ápice deve se posicionar sem tensão a pelo menos 4 cm do nível da pele; . A maturação será realizada após fechamento da parede abdominal; .Um bastão de vidro ou de plástico deve ocupar o local da sonda plástica por 10 dias de forma a manter o septo entre as bocas aferente e eferente elevado contribuindo para a eficácia da desfuncionalização; . A boca eferente deve ser maturada junto à pele, sem eversão; COLOSTOMIAS Colostomias terminais . Amputação abdominoperineal do reto; . Operação de Hartmann (sigmoidectomia ou retossigmoidectomia com colostomia terminal e sepultamento do coto retal); Colostomias em alça . Proteção de anastomoses colo-anais ou colorretais; . Tratamento inicial da obstrução do cólon esquerdo (“procedimento em três tempos”); . Tratamentos da perfuração do reto extraperitoneal; . Tratamento paliativo da neoplasia obstrutiva do cólon associada à carcinomatose peritoneal ou múltiplas metástases à distância; . Tratamento dos processos infecciosos perineais graves; COLOSTOMIA TERMINAL . A colostomia terminal é mais frequentemente uma derivação definitiva criada após uma grande operação abdominal; . A incisão do estoma deve ser praticada no local demarcado...; . Para a maturação a derivação deve ser bem vascularizada, sem tensão ou redundância do cólon intraperitoneal, plana, com sutura mucocutânea sem eversão; . A obliteração do espaço criado entre a derivação e seu meso e a parede anterolateral do abdome no espaço parieto-cólico esquerdo com o objetivo de se evitar a ocorrência de hérnia interna deve ser realizada com sutura; COLOSTOMIAS EM ALÇA . Colostomias em alça são construídas geralmente no transverso (próximo à flexura cólica direita) ou no sigmoide que representam os segmentos móveis do cólon; . O local para sua construção depende do motivo que levou à necessidade de derivação fecal; COLOSTOMIAS EM ALÇA X ILEOSTOMIAS . Vale a pena ressaltar que há tendencia estableecida entre os cirurgiiões em construir ileostomias em alça ao invés de colostomias em alça do tranverso; .A consistência das fezes noc olon direito é de fezes pastoses e, por vezes, próxima à do conteúdo liquido do ileo distal . As tranversostomias em alça evoluem com maior numero de prolapso e hérnias paraestomais comparadas às ileostomias; . As colostomias do transverso apresentam maior volume do que as ileostomias e dificultam a aplicação do dispositivo coletor; TÉCNICA: TRANVERSOSTOMIA EM ALÇA . Incisão transversa de aproximadamente 6 cm no quadrante abdominal superior direito, a maio caminho entre a cicatriz umbilical e o umbigo; . o músculo reto abdominal deve ter suas laminas aponeuróticas incisadas; . O cólon transverso proximal é identificado a inserção do omento maior em sua borda contramesenterial deve então ser liberada; . O mesocólon é transpassado junto à borda mesenterial do cólon com uma sonda plástica número 14 ou 16, afim de facilitar a exteriorização do cólon sem tensão através da incisão criada; . Para a maturação do estoma, emprega-se a incisão longitudinal do cólon na tênia antimesenterial, outros praticam a incisão transversa; . A incisão transversa leva a menor dano a vasculatura que irriga o cólon e é de fechamento mais fácil; . Evitar a eversão da boca aferente (estoma menos volumoso); . O fluxo fecal fica excluso totalmente, estoma sem tensão e o bastão permanecendo por mínimo de 10 dias; . A transversostomia em alça causa um estoma volumoso que leva por vezes a limitações do convívio social; SIGMOIDOSTOMIAS EM ALÇA . Para a sigmoidostomia em alça, os mesmos princípios técnicos devem ser seguidos; . Incisão transversa de 5 cm na espessura do músculo reto abdominal na fossa ilíaca esquerda entre o umbigo e a espinha ilíaca antero-superior esquerda; . O cólon sigmoide deve ser identificado ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE ESTOMAS – INCA . Quais são os tipos de bolsas? Há diversos tipos de bolsas para atender melhores às diferentes necessidades e tamanhos de estomas; . Podem ser, basicamente, de dois tipos, de acordo com a finalidade, as intestinais (que coletam fezes), e as urinárias (que armazenam urina); Elas podem ser: . Abertas (drenáveis) – podem ser esvaziadas quando necessário; . Fechadas . Evitar que as fezes entrem em contato com a pele; CUIDADOS COM ESTOMAS . Observar sempre a cor; . A limpeza; CUIDADOS COM A PELE AO REDOR DO ESTOMA . A limpeza da pele ao redor do estoma deve ser feita com água e sabonete neutro, sem esfregar com força, nem usar esponjas ásperas; . Os pelos ao redor do estoma devem ser aparados bem curtos, com tesoura. Exponha a pele ao redor do estoma (sempre que possível) ao sol da manhã, de 15 a 20 minutos por dia. Tenha cuidado sempre proteger o estoma com gaze umedecida; . Não utilizar substâncias agressivas; COMO TROCAR O COLETOR DE UMA PEÇA? Retire delicadamente o coletor para não traumatizar a pele. Use um tecido macio embebido em água da torneira ou chuveiro. O ideal é que este procedimento seja realizado durante o banho, pois facilita a retirada da bolsa; Jogue o coletor usado no lixo; Limpe delicadamente a pele ao redor do estoma com seu sabonete e água; Seque bem ao redor do estoma sem esfregar. Faça isto depois de secar o corpo; Recorte a bolsa no tamanho do estoma. Se for necessário, use o mensurador para estomas. O coletor deve ser recortado antes de iniciar a troca; Retire o papel que protege a resina; Coloque a bolsa de baixo para cima Procure não deixar pregas ou bolhas de ar que facilitem vazamento se que acabam fazendo co quem o coletor descole; ... COMO TROCAR A BOLSA DE DUAS PEÇAS? ALIMENTAÇÃO . Os efeitos dos alimentos no organismo podem ser diferentes de uma pessoa para outra. Para você, que tem um estoma, é importante esclarecer que com o tempo você poderá se alimentar quase da mesma forma que fazia antes; . Ao experimentar um alimento novo, faça-o em pequena quantidade. Procure descobrir como seu organismo reage a cada tipo de comida; . Alguns alimentos produzem gases demais, como os ovos, feijão, bebidas gasosas, etc. Outros amolecem demais as fezes, como as verduras e frutas cruas, lentilha, ervilhas, bagaços de laranja, etc. Há também alimentos que provocam prisão de ventre, como batata,inhame, maça cozida., banana prata, arroz branco, etc.; . Atenção aos alimentos que produzem cheiros fortes, como a cebola, alho cru, ovos cozidos, repolho, frutos do ma, etc. Outros, ao contrário, neutralizam odores fortes, como cenoura, chuchu, espinafre, maisena, entre outros;
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