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André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 1 RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Sumário 01. MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS. AUTODEFESA. AUTOCOMPOSIÇÃO. HETEROCOMPOSIÇÃO. ................... 9 01.1. Autodefesa ......................................................................................................... 9 01.2. Autocomposição................................................................................................. 9 01.3. Heterocomposição ............................................................................................. 9 02. JURISDIÇÃO ....................................................................................................... 13 02.1. Conceito ........................................................................................................... 13 02.2. Princípios Inerentes à Jurisdição .................................................................... 14 02.2.1. princípio da investidura ............................................................................ 14 02.2.2. princípio da aderência ao território ........................................................... 14 02.2.3. princípio da indelegabilidade.................................................................... 15 02.2.4. princípio da inevitabilidade ...................................................................... 15 02.2.5. princípio da inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional) ..... 15 02.2.6. princípio do juiz natural ............................................................................ 15 02.2.7. princípio da inércia ................................................................................... 16 02.2.8. princípio da ampla defesa e do contraditório ............................................ 16 03. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ...................... 16 04. AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ................. 17 05. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO..................... 18 05.1. Conceito – José Cretella Junior ...................................................................... 18 05.2. Princípios Constitucionais do Direito Processual .......................................... 19 05.2.1. Acesso à justiça ........................................................................................ 19 05.2.2. Inafastabilidade da prestação jurisdicional ............................................... 20 05.2.3. Dever de fundamentar a decisão ............................................................... 20 05.3. Princípios Constitucionais do Direito Processual do Trabalho: ................... 20 05.3.1. Competência conciliatória e decisória dos órgãos judiciais trabalhistas .. 20 05.3.2. Poder normativo para decidir conflitos coletivos de trabalho .................. 21 05.3.3. Respeito, nos dissídios coletivos, às disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho .......................................................................... 21 05.4. Princípios específicos do Direito Processual do Trabalho: ........................... 21 05.4.1. Oralidade .................................................................................................. 22 05.4.2. Concentração ............................................................................................ 22 05.4.3. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias ........................................... 23 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 2 05.4.4. Celeridade ................................................................................................. 23 05.4.5. Identidade física do juiz ............................................................................ 24 05.4.6 Impulso oficial na fase executória ............................................................. 24 QUESTÕES DA PROVA DA OAB .......................................................................... 25 06. RELAÇÕES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ..................... 26 07. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ........................... 27 07.1. Fontes materiais .............................................................................................. 27 07.2. Fontes formais ................................................................................................. 27 07.2.1. Fontes heterônomas .................................................................................. 27 07.2.2. Fontes autônomas ..................................................................................... 27 07.3. Fontes Formais Encontradas nas Normas Processuais Trabalhistas: ........... 27 07.3.1. Na Constituição Federal de 1988.............................................................. 28 07.3.2. A lei como fonte formal de Direito Processual do Trabalho - Leis Ordinárias ............................................................................................................. 28 07.3.3. Decretos que regulamentam as leis. ......................................................... 28 07.3.4. Regimentos dos Tribunais. ....................................................................... 28 07.3.5. O negócio jurídico como fonte formal do Direito Processual do Trabalho .............................................................................................................................. 28 07.3.6. Costumes .................................................................................................. 28 07.3.7. Jurisprudência – Súmula ........................................................................... 28 08. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO. .................................................................. 29 08.1. Eficácia ............................................................................................................ 29 08.1.1. Eficácia das leis processuais trabalhistas no tempo.................................. 29 08.1.2. Eficácia das leis processuais trabalhistas no espaço ................................. 30 08.2. Interpretação das Normas Trabalhistas Processuais ..................................... 30 08.2.1. Com relação às fontes de interpretação: ................................................... 30 08.2.2. Com relação aos meios de interpretação: ................................................. 30 08.2.3. Com relação aos efeitos (resultado da interpretação) ............................... 31 08.3. Integração das Normas Processuais Trabalhistas .......................................... 32 08.3.1. As técnicas de integração ......................................................................... 32 09. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS. ............................................................................................................... 33 09.1. Poder Judiciário - ramos ................................................................................. 33 09.2. Constituição Federal de 1934 ......................................................................... 33 09.3. Constituição Federal de 1937 ......................................................................... 33 09.4. Decreto-Lei nº 1.237/39 de 05/05/39 regulamentado pelo Decreto nº 6.596/40 de 12/12/40 ............................................................................................................... 34 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 3 09.5. Constituição Federal de 1946 ......................................................................... 3409.6. Peculiaridades da Justiça do Trabalho ........................................................... 34 09.7. Varas do Trabalho. .......................................................................................... 35 09.7.5. Garantias do juiz – artigo 95 da CF/88: .................................................... 36 09.8. Tribunais Regionais do Trabalho .................................................................... 36 09.9. Tribunal Superior do Trabalho ....................................................................... 38 09.9.15. Órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho................................................. 40 09.10. Ministério Público do Trabalho .................................................................... 40 9.11. Defensoria Pública .......................................................................................... 45 10. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA, DA PESSOA, FUNCIONAL E DO LUGAR. CESSAÇÃO DA COMPETÊNCIA CLÁUSULA DE FORO DE ELEIÇÃO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONFLITOS DE COMPETÊNCIA. ................................................................................................ 46 10.1. Competência .................................................................................................... 46 10.2. Competência da Justiça do Trabalho .............................................................. 46 10.3. Competência em Razão da Matéria................................................................. 46 10.4. Competência em Razão da Pessoa: ................................................................. 60 10.5. Competência Funcional: ................................................................................. 64 10.6. Competência Territorial: ................................................................................. 64 10.7. Competência por Distribuição: ....................................................................... 66 10.8. Cessação da Competência: ............................................................................. 66 10.9. Foro de Eleição: .............................................................................................. 66 10.10. Incompetência da Justiça do Trabalho: ........................................................ 67 10.11. Conflito de Competência: .............................................................................. 67 QUESTÕES DA PROVA DA OAB .......................................................................... 70 11. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS. ............................................... 73 11.1. Atos processuais: ............................................................................................. 73 11.2. Termos: ............................................................................................................ 74 11.3. Prazos processuais: ......................................................................................... 75 QUESTÕES DA PROVA DA OAB .......................................................................... 79 12. NULIDADES. PRECLUSÃO. PEREMPÇÃO. ................................................. 81 12.1. Conceito de Nulidade ...................................................................................... 81 12.2. Sistema de Nulidades ....................................................................................... 81 12.3. Anulabilidade................................................................................................... 81 12.4. Princípios......................................................................................................... 82 12.4.1. Princípio da transcendência ...................................................................... 82 12.4.2. Princípio da convalidação ......................................................................... 82 12.4.3. Princípio da proteção ................................................................................ 82 12.4.4. Princípio da instrumentalidade ................................................................. 83 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 4 12.5. Conceito de Preclusão ..................................................................................... 83 12.6. Conceito de Perempção ................................................................................... 84 13. PARTES. REPESENTAÇÃO. PROCURADORES E TERCEIROS. JUS POSTULANDI. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. ÉTICA NO PROCESSO DO TRABALHO (LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ). SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. LITISCONSÓRCIO. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. ................................... 87 13.1. Partes ............................................................................................................... 87 13.2. Representação ................................................................................................. 87 13.3. Procuradores ................................................................................................... 90 13.4. Terceiros .......................................................................................................... 95 13.4.1. Substituição processual............................................................................. 95 13.4.2. Litisconsórcio ........................................................................................... 96 13.4.3. O litisconsórcio se classifica em ............................................................... 96 13.5. Intervenção de Terceiros ................................................................................. 97 13.5.1. Assistência ................................................................................................ 97 13.5.2. Oposição ................................................................................................... 97 13.5.3. Nomeação à autoria .................................................................................. 98 13.5.4. Denunciação da lide.................................................................................. 98 13.5.5. Chamamento ao processo ......................................................................... 98 13.5.6. Factum Principis ....................................................................................... 99 13.6. Assistência judiciária ...................................................................................... 99 13.7. Ética no processo do trabalho (litigância de má-fé) ..................................... 100 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 101 14. DISSÍDIO INDIVIDUAL E DISSÍDIO COLETIVO. DISTINÇÕES FUNDAMENTAIS.................................................................................................... 103 15. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PETIÇÃO INICIAL. REQUISITOS. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ........................................................ 104 15.1. Ação ............................................................................................................... 104 15.2. Natureza jurídica do direito de ação ............................................................. 104 15.3. Termos utilizados no processo do trabalho ................................................... 105 15.4. Processo......................................................................................................... 105 15.5. Procedimento ................................................................................................. 105 15.6. Elementos da Ação ........................................................................................ 105 15.6.1. Partes ......................................................................................................105 15.6.2. Pedido ..................................................................................................... 105 15.6.3. Causa de pedir ........................................................................................ 106 15.7. Classificação das ações ................................................................................. 108 15.7.1. Ações individuais ................................................................................... 108 15.7.2. Ações coletivas ....................................................................................... 109 15.8 Pressupostos Processuais de Existência e Validade do Processo ................. 109 15.8.1 Conceito – Moacyr Amaral Santos .......................................................... 109 15.9 Condições da Ação ......................................................................................... 110 15.9.1. Possibilidade jurídica do pedido ............................................................. 110 15.9.2. Interesse de agir ...................................................................................... 110 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 5 15.9.3. Legitimidade de parte ............................................................................. 111 15.10. Termos utilizados nas ações trabalhistas:................................................... 111 15.10.1. Autor ..................................................................................................... 111 15.10.2. Ré .......................................................................................................... 111 15.11. Petição inicial .............................................................................................. 111 15.11.1. Artigo 840, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho ........ 111 15.11.2. Artigos 319 e 320 do Novo Código de Processo Civil ......................... 112 15.12. Tutela de Urgência no Processo do Trabalho............................................. 113 15.12.1. Natureza jurídica – antecipação da decisão de mérito. ......................... 114 15.12.2. Situações específicas de tutela antecipada em matéria trabalhista ....... 114 15.13. Tutela de Evidência no Processo do Trabalho ............................................ 114 15.14. Comissão de Conciliação Prévia ................................................................ 115 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 117 16. AUDIÊNCIA. ORDEM DOS ACONTECIMENTOS. ARQUIVAMENTO. REVELIA. CONFISSÃO. CONCILIAÇÃO. CONTESTAÇÃO. RECONVENÇÃO. COMPENSAÇÃO. .................................................................. 120 16.1. Ordem dos Acontecimentos na Audiência UNA ............................................ 120 16.2. Procedimento Ordinário................................................................................ 121 16.3. Defesa: Contestação do Réu.......................................................................... 127 16.3.1. Exceções ................................................................................................. 128 16.3.2. Contestação ............................................................................................. 131 16.3.3. Reconvenção ........................................................................................... 135 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 136 17. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO............................................................... 141 Petição inicial no procedimento sumaríssimo........................................................ 141 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 144 18. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. MEIOS DE PROVA. ÔNUS DA PROVA. PRESUNÇÕES. VALORAÇÃO DA PROVA. ...................................................... 147 18.1. Finalidade da Prova ...................................................................................... 147 18.2. Princípios da Prova segundo Amauri Mascaro Nascimento ........................ 147 18.3. Momento da Produção da Prova................................................................... 148 18.4. Local da Produção da Prova......................................................................... 148 18.5. Valoração da Prova – 3 teorias .................................................................... 148 18.6. Classificação das Provas Segundo Amauri Mascaro Nascimento ................ 149 18.7. Artigo 374 do Novo Código de Processo Civil - Fatos Que Independem de Prova ...................................................................................................................... 150 18.8. Artigo 376 do Novo Código de Processo Civil – Prova de Normas Jurídicas ................................................................................................................................ 150 18.9. Ônus da Prova ............................................................................................... 151 18.9.1. Ônus da prova de fato constitutivo ......................................................... 151 18.9.2. Ônus da prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo ................ 151 18.9.3. Situações específicas em processo trabalhista ........................................ 151 18.10. Produção Antecipada de Prova ................................................................... 155 18.11. Meios de Prova ............................................................................................ 155 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 6 18.11.1. Depoimento Pessoal ............................................................................. 155 18.11.2. Confissão .............................................................................................. 156 18.11.3. Prova testemunhal................................................................................. 157 18.11.4. Prova documental ................................................................................. 159 18.11.5. Prova pericial ........................................................................................ 161 18.11.6. Inspeção judicial ................................................................................... 162 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 162 19. RAZÕES FINAIS. SENTENÇA. VALOR DA CONDENAÇÃO. CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. PUBLICAÇÃO. TRÂNSITO EM JULGADO. .. 166 20. PROCEDIMENTOS (RITOS): ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO. INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. HABEAS CORPUS. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÕES POSSESSÓRIAS. RESTAURAÇÃO DE AUTOS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MEDIDAS CAUTELARES NOMINADAS E INOMINADAS, AÇÃO ANULATÓRIA, AÇÃO RESCISÓRIA, AÇÃO MONITÓRIA. ........................................................................................................... 176 20.1. Procedimento ................................................................................................. 176 20.2. Os Procedimentos Especiais São os Seguintes.............................................. 176 20.2.1. Inquérito Para Apuração de Falta Grave ................................................ 176 20.2.2. Ação de Cumprimento ............................................................................ 178 20.2.3. Mandado de Segurança ........................................................................... 179 20.2.4. Habeas corpus .........................................................................................183 20.2.5. Ação de Consignação em Pagamento ..................................................... 185 20.2.6. Prestação de Contas ................................................................................ 190 20.2.7. Ações Possessórias ................................................................................. 191 20.2.8. Restauração de autos .............................................................................. 192 20.2.09. Ação Civil Pública ................................................................................ 192 20.2.10. Ação Anulatória .................................................................................... 195 20.2.11. Ação Rescisória .................................................................................... 196 20.2.12. Ação Monitória ..................................................................................... 210 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 214 21. RECURSOS. GENERALIDADES. EFEITOS: SUSPENSIVO E DEVOLUTIVO. PRESSUPOSTOS. ESPÉCIES DE RECURSOS CABÍVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO. ............................................................................... 219 21.1. Conceito ......................................................................................................... 219 21.2. Princípios....................................................................................................... 219 21.2.1. Princípio do duplo grau de jurisdição ..................................................... 219 21.2.2. Princípio da uni-recorribilidade .............................................................. 219 21.2.3. Princípio da fungibilidade ...................................................................... 220 21.3. Peculiaridades dos recursos no processo do trabalho .................................. 220 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 7 21.3.1. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias. ........................................ 220 21.3.2. Inexigibilidade de fundamentação .......................................................... 221 21.3.3. Instância única ........................................................................................ 222 21.4. Efeitos ............................................................................................................ 222 21.4.1. Efeito devolutivo .................................................................................... 222 21.4.2. Efeito suspensivo .................................................................................... 223 21.4.3. Efeito translativo..................................................................................... 223 21.4.4. Efeito substitutivo ................................................................................... 223 21.4.5. Efeito extensivo ...................................................................................... 224 21.4.6. Efeito regressivo ..................................................................................... 224 21.5. Pressupostos Recursais ................................................................................. 224 21.5.1. Pressupostos objetivos ............................................................................ 225 21.5.2. Pressupostos subjetivos .......................................................................... 230 21.6. Juntada de documentos quando da interposição de recurso ........................ 231 21.7. Espécies de Recursos Cabíveis no Processo do Trabalho ............................ 231 21.7.1. Pedido de Revisão do Valor da Causa .................................................... 231 21.7.2. Embargos de Declaração ........................................................................ 232 21.7.3. Recurso Ordinário: ................................................................................. 235 21.7.4. Recurso de Revista ................................................................................. 235 21.7.5. Embargos no Tribunal Superior do Trabalho ......................................... 243 21.7.6. Agravo de Instrumento ........................................................................... 245 21.7.7. Agravo de Petição ................................................................................... 247 21.7.8. Agravo Regimental ................................................................................. 248 21.7.9. Recurso Extraordinário ........................................................................... 250 21.7.10. Recurso Adesivo ................................................................................... 251 21.7.11. Correição Parcial .................................................................................. 253 21.7.12. Recurso Ex-officio ................................................................................ 254 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 258 22. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO. PROCEDIMENTO. EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO. DEFESA DO EXECUTADO SEM EMBARGOS (“EXCEÇÃO OU OBJEÇÃO DE PRÉ- EXECUTIVIDADE”). ALIENAÇÃO DE BENS E EMBARGOS. SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. ............................................................................... 266 22.1. Liquidação de sentença. ................................................................................ 266 22.1.1. Conceito .................................................................................................. 266 22.1.2. Tipos de liquidação de sentença ............................................................. 267 22.1.3. Momento Para Manifestação Sobre a Conta de Liquidação ................... 268 22.1.4. Natureza Jurídica da Sentença de Liquidação ........................................ 269 22.2. Execução ........................................................................................................ 270 22.2.1. Conceito .................................................................................................. 270 22.2.2. Artigos da Consolidação das Leis do Trabalho que tratam da execução 270 22.2.3. Aplicação Subsidiária na Falta de Disposição Expressa ........................ 270 22.2.4. Princípios Que Norteiam a Execução Trabalhista .................................. 270 22.2.5. Execução pode ser .................................................................................. 272 22.2.6. Execução compreende ............................................................................ 273 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 8 22.2.7. Atos Atentatórios à Dignidade da Justiça ............................................... 273 22.2.8. Execução Provisória de Obrigação de Fazer .......................................... 274 22.2.9. Legitimidade Ativa e Passiva Para a Execução ...................................... 275 22.2.10. Modalidades de Execução .................................................................... 277 22.2.11. Citação na Execução e Penhora de Bens .............................................. 283 22.2.12. Penhora de Bens ................................................................................... 285 22.2.13. Bens Impenhoráveis ............................................................................. 286 22.2.14. Segunda Penhora .................................................................................. 293 22.2.15. Exceção ou Objeção de Pré-Executividade .......................................... 293 22.2.16. Execução Contra a Fazenda Pública ..................................................... 294 22.2.17. Execução Contraa Massa Falida .......................................................... 297 22.2.18. Embargos à Execução e Matérias Alegáveis ........................................ 297 22.2.19. Impugnação à sentença de liquidação .................................................. 300 22.2.20. Embargos de Terceiros no Processo do Trabalho ................................ 300 22.2.21. Alienação de Bens em Juízo ................................................................. 302 22.2.22. Embargos à Arrematação e à Adjudicação ........................................... 304 22.2.23. Suspensão e Extinção da Execução no Processo do Trabalho ............. 305 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 307 23. DISSÍDIO COLETIVO. PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA E DE NATUREZA JURÍDICA. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. SENTENÇA NORMATIVA. RECURSO. .................................................................................... 313 23.1. Conceito: Sérgio Pinto Martins ..................................................................... 313 23.2. Poder Normativo ........................................................................................... 314 23.3. Natureza Jurídica da Sentença Normativa .................................................... 314 23.4. Quorum da Assembléia Sindical – artigo 859 da Consolidação das Leis do Trabalho ................................................................................................................. 315 23.5. Prazo Para Instauração – artigo 616, parágrafo 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho ............................................................................................................ 315 23.6. Instauração de Ofício - Artigo 856 da Consolidação das Leis do Trabalho c/c o artigo 8º, da Lei nº 7783/89 ................................................................................. 315 23.6.1. Legitimidade Ativa ................................................................................. 315 23.6.2. Tentativa de negociação coletiva prévia ................................................. 315 23.6.3. Procedimentos ........................................................................................ 315 23.6.4. Documentos necessários ......................................................................... 316 23.6.5. Contestação ............................................................................................. 316 23.6.6. Reconvenção ........................................................................................... 316 23.6.7. Tentativa inicial de Conciliação ............................................................. 316 23.6.8. Instrução ................................................................................................. 317 23.6.9. Nova tentativa de conciliação ................................................................. 317 23.6.10. Parecer do Ministério Público do Trabalho .......................................... 317 23.6.11. Prolação de Sentença Normativa .......................................................... 317 23.6.12. Recurso Ordinário................................................................................. 317 23.7. Dissídio Coletivo de Funcionário Público .................................................... 317 23.8. Extensão das decisões ................................................................................... 318 23.9. Ação de Cumprimento ................................................................................... 318 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 9 QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 320 01. MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS. AUTODEFESA. AUTOCOMPOSIÇÃO. HETEROCOMPOSIÇÃO. Conflito – pode ser entendido como controvérsia ou dissídio. Conflitos podem ser individuais ou coletivos. Meios: 01.1. Autodefesa As próprias partes procedem à defesa de seus interesses. A solução do conflito somente ocorre quando uma parte cede à outra. Ex: greve e lock-out. a) greve: no Brasil é um direito. b) Lock-out: proibido no Brasil. 01.2. Autocomposição Realizada pelas próprias partes, sem a intervenção de um terceiro. Ex: celebração de acordos coletivos de trabalho e de convenções coletivas de trabalho. a) acordos coletivos de trabalho: celebrados entre sindicato de empregados e uma ou mais empresas. b) convenções coletivas de trabalho: celebradas entre sindicado de empregados e sindicato de empregadores. 01.3. Heterocomposição Quando a solução dos conflitos trabalhistas é determinada por um terceiro. Ex: mediação, arbitragem e a jurisdição do Estado. a) mediação: ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, propõe soluções às partes, vindo estas a colocar termo ao litígio. Não há necessidade que o mediador André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 10 tenha conhecimentos jurídicos. As partes não estão obrigadas a aceitar as propostas feitas pelo conciliador, razão pela qual este não pode coagi-las de forma alguma. O mediador não toma nenhuma decisão servindo apenas como intermediário entre as partes. Geralmente a mediação é extrajudicial, mas nada impede que seja judicial. A mediação é instituto aplicado largamente em outros países como França, Espanha, Argentina, Austrália, EUA, etc. No Brasil foi editado o Decreto nº 1.572/95 de 28/07/1995 que estabelece regras sobre mediação na negociação coletiva. Pode o mediador ser escolhido livremente pelas partes e se não houve escolha, pode ser indicado o Ministério do Trabalho e Emprego. A Portaria nº 817/95 de 30/08/1995 do Ministério do Trabalho e Emprego especifica critérios para a participação do mediador nos conflitos de negociação coletiva de natureza trabalhista. b) arbitragem: é a forma de solução dos conflitos feita por um terceiro estranho em relação às partes, que é escolhido por estas, impondo a solução do litígio. É forma voluntária de terminar o conflito, ou seja, não é obrigatória. Largamente utilizada na Europa e EUA. No Brasil foi aprovada a Lei nº 9.307/96 de 23/09/1996 que dispõe sobre referido diploma legal preconiza que esse instituto somente é aplicável se o litígio versar sobre direitos patrimoniais disponíveis, sendo necessário que as partes estejam aptas a contratar. Convenção de arbitragem = cláusula compromissória + compromisso arbitral. Cláusula compromissória – é a convenção através da qual as partes em um contrato de trabalho comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir relativamente a tal contrato – artigo 4º da Lei nº 9.307/96. Explicar os riscos de inserção de cláusula compromissória nos contratos de trabalho. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 11 Compromisso arbitral – é a convenção por meio da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. Artigo 9º da Lei nº 9.307/96. Prazo para a solução do litígio – 6 (seis) meses podendo ser prorrogado a critério das partes envolvidas. Decisão do árbitro deve ser escrita e conter relatório, fundamentos da decisão e dispositivo. A sentença arbitral é título executivo judicial segundo o artigo 515, inciso VII, do Novo Código de Processo Civil, razão pela qual não necessita de homologação pelo Poder Judiciário e pode ser executada de imediato. Vantagens do procedimento arbitral – rapidez e segredo.Desvantagens do procedimento arbitral – alto custo em alguns casos sendo desaconselhável para solucionar conflitos que envolvem pequenas quantias. Nulidade da sentença arbitral – hipóteses: artigo 32 da Lei nº 9.307/96: for nulo o compromisso. emanou de quem não podia ser árbitro. não contiver os requisitos do artigo 26 da Lei nº 9.307/96. for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem. não decidir todo o litígio submetido à arbitragem. comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva. proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, da Lei nº 9.307/96. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 12 forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, parágrafo 2º, da Lei nº 9.307/96. Princípios da arbitragem: contraditório igualdade das partes imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento Nulidade da sentença arbitral deve ser pleiteada junto ao Poder Judiciário competente devendo ser proposta no prazo de 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da mesma. Quando tal ocorrer a sentença de nulidade proferida pelo Poder Judiciário determinará que o árbitro profira nova sentença arbitral. Arbitragem – único dispositivo constitucional que trata da arbitragem está previsto no artigo 114, parágrafo 1º, da CF/88, in verbis: Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. Dissídio coletivo – indiscutível a possibilidade da arbitragem nos termos do artigo 114, parágrafo 1º, da Constituição Federal de 1988. Dissídio individual – É possível a arbitragem? Em nosso entendimento é possível a arbitragem no dissídio individual trabalhista, desde que atendidas algumas especificidades, a saber: Não é possível a arbitragem antes mesmo do início da relação jurídica trabalhista e nem mesmo a inclusão de cláusula compromissória de arbitragem no contrato de trabalho, na medida em que resta presumida a mácula na vontade do trabalhador de se submeter a tal procedimento ao invés de buscar a justiça pública. Também não é possível a submissão do trabalhador ao procedimento arbitral durante o pacto laboral pelo mesmo motivo declinado acima, ou seja, em razão da mácula à vontade do trabalhador quanto à submissão a tal procedimento. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 13 Admitimos, respeitando entendimentos em contrário, que o procedimento arbitral no dissídio individual trabalhista possa ser realizado após findo o contrato de trabalho, desde que devidamente homologada a rescisão contratual junto ao sindicato da categoria profissional ou junto à Delegacia Regional do Trabalho e Emprego (quando o contrato de trabalho tenha mais de um ano) ou devidamente homologada a rescisão contratual diretamente pelo empregador (quando o contrato de trabalho tenha menos de um ano) e desde que não se trate de matéria de ordem pública. Isto porque a arbitragem não é um instituto que se preste a homologar rescisão contratual e também porque o artigo 1º da Lei nº 9.307/96 preconiza que a arbitragem somente pode ser utilizada para solução de conflitos de pessoas capazes e decorrentes de direitos patrimoniais disponíveis. Observação: A Lei nº 13.129/2015 alterou alguns dispositivos da Lei nº 9.307/1996, mas nada de modo efetivo relacionado ao direito processual do trabalho. c) jurisdição do Estado: os conflitos solucionados pelo Poder Judiciário, seja em dissídios individuais, seja em dissídios coletivos. 02. JURISDIÇÃO 02.1. Conceito É o poder de dizer o direito. É inerente a todos os juízes investidos nessa função pelo Estado. Jurisdição é todo poder que o juiz tem de dizer o direito, portanto, difere-se de competência. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO (aplicação subsidiária): André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 14 - Conhecimento: regra da CLT, se omissa, subsidiariamente o CPC - art. 769 da CLT; - Execução: regra da CLT, se omissa, subsidiária Lei 6.830 de 80 (LEF). Depois CPC - art.889 da CLT OBS. art 15 do CPC 02.2. Princípios Inerentes à Jurisdição Segundo Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco são princípios inerentes à jurisdição: investidura, aderência ao território, indelegabilidade, inevitabilidade, inafastabilidade, juiz natural e inércia. 02.2.1. princípio da investidura A jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz. A jurisdição é um monopólio do Estado e este, que é uma pessoa jurídica, precisa exercê-la através de pessoas físicas que sejam seus órgãos ou agentes: essas pessoas físicas são os juízes. A jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz 02.2.2. princípio da aderência ao território Manifesta-se, em primeiro lugar, a limitação da própria soberania nacional ao território do país. Além disso, como os juízes são muitos no mesmo país, distribuídos em comarcas ou seções judiciárias também se infere daí que cada juiz só exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito por lei à sua jurisdição. Esse princípio estabelece limitações territoriais à autoridade dos juízes. Primeiro, nacional. Segundo, distribuídos em comarcas ou seções judiciárias também se infere daí que cada juiz só exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito por lei à sua jurisdição André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 15 02.2.3. princípio da indelegabilidade É, em primeiro lugar, expresso através do princípio constitucional segundo o qual é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições. A Constituição fixa o conteúdo das atribuições do Poder Judiciário e não pode a lei, nem pode muito menos alguma deliberação dos próprios membros deste, alterar a distribuição feita naquele nível jurídico-positivo superior. Além disso, no âmbito do próprio Poder Judiciário não pode juiz algum, segundo seu próprio critério e talvez atendendo à sua própria conveniência, delegar funções a outro órgão, na medida em que o magistrado exerce a jurisdição como agente do Estado e não em seu próprio nome. É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições 02.2.4. princípio da inevitabilidade Significa que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo uma emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. Uma vez que o litígio foi levado ao judiciário, executa-se ainda que sem a vontade das partes 02.2.5. princípio da inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional) Garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela (artigo 5º, inciso XXXV, da CF/88). Garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela (artigo 5º, inciso XXXV, da CF/88). 02.2.6. princípio do juiz natural André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 16 Assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais. A Constituiçãoproíbe os chamados tribunais de exceção, instituídos para o julgamento de determinadas pessoas ou crimes de determinada natureza, sem previsão constitucional (artigo 5º, inciso XXXVII da CF/88). Assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e imparcial (quando surge um litígio, deve haver previamente a tipificação e o órgão competente) - juiz substituto não fere o princípio do juiz natural. 02.2.7. princípio da inércia Por sua própria natureza, os órgãos jurisdicionais são inertes, ou seja, só age mediante provocação das partes. Exceção que ocorre no processo do trabalho: artigo 878 da CLT, o qual preconiza que o juiz do trabalho pode impulsionar a fase executória de ofício. Inércia: o órgão jurisdicional só age mediante provocação das partes. Diferentemente do CPC, a jurisdição trabalhista é inerte apenas na fase de conhecimento. O juiz do trabalho pode impulsionar a fase executória de ofício (art. 878 da CLT). 02.2.8. princípio da ampla defesa e do contraditório É princípio previsto no artigo 5º, inciso LV, da Carta Constitucional de 1988. Observação: o artigo 10 do Novo Código de Processo Civil apenas e tão somente repisa o princípio da ampla defesa e do contraditório. 03. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 17 Cleber Lúcio de Almeida – direito processual do trabalho é o conjunto de normas e princípios que organizam e disciplinam a solução judicial dos conflitos de interesses de natureza trabalhista (entendendo-se como tais os que decorrem de uma relação de trabalho ou que sejam conexos à relação de emprego). Emenda 45 de 2004 Renato Saraiva – direito processual do trabalho é o ramo da ciência jurídica, dotado de normas e princípios próprios para a atuação do direito do trabalho e que disciplina a atividade das partes, juízes e seus auxiliares, no processo individual e coletivo do trabalho. Amauri Mascaro Nascimento - direito processual do trabalho é o ramo do direito processual destinado à solução judicial dos conflitos trabalhistas. Sérgio Pinto Martins - direito processual do trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou coletivos, entre trabalhadores e empregadores. Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 é certo que a competência da Justiça do Trabalho foi significativamente ampliada, razão pela qual outros litígios que não apenas entre trabalhadores e empregadores são solucionados por esse ramo do Poder Judiciário. 04. AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. No dizer de Amauri Mascaro Nascimento o direito processual do trabalho, que nunca se separa do direito processual civil, tem os seguintes aspectos: O Processo do Trabalho ganhou certa autonomia em relação ao Direito do Trabalho (a partir do art. 643 da CLT – Processo do Trabalho). André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 18 A disciplina se torna autônoma quando têm regras, disciplinas, princípios, doutrinas próprias. -jurisdição especial destinada a julgar dissídios individuais. -dissídio coletivo econômico, jurídico e de greve como uma de suas peculiaridades. -existência de lei processual específica, embora com larga aplicação subsidiária do direito processual comum. -singularidade do tipo de contrato que interpreta - o vínculo de trabalho - que, diante da inafastabilidade entre o trabalho e a pessoa que o presta, difere dos contratos de direito civil, na medida em que em seu objeto está envolvida a pessoa que trabalha, seus direitos de personalidade e o poder de direção daquele que é beneficiado pelo trabalho, uma troca salário-trabalho, mas, também, diante das pessoas típicas que figuram como sujeitos do vínculo, o empregado e o empregador. Dessa forma, diz o doutrinador, o direito do trabalho e o direito processual do trabalho são autônomos, porque o primeiro é ramo do direito material, e o segundo, do direito processual. A CLT contém tanto normas de direito material, quanto normas de direito processual. A maioria dos cursos de bacharelado tem a cadeira específica de direito processual do trabalho. Por fim, a produção doutrinária de direito processual do trabalho em nosso País é uma das maiores entre todos os países esclarecendo o renomado doutrinador que há livros de curso, livros monográficos e de prática forense. 05. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 05.1. Conceito – José Cretella Junior André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 19 Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. São os alicerces da ciência. Princípios são norteadores do Direito. 05.2. Princípios Constitucionais do Direito Processual 05.2.1. Acesso à justiça Direito de ação. Nenhuma lei pode contemplar vedação ao direito de cada um acionar o Poder Judiciário. Nesse sentido, incabível a possibilidade de discussão de qualquer litígio em instância administrativa, antes da propositura de ação judicial. A única exceção encontra-se prevista no artigo 217, parágrafo 1º, da Lei Magna que assim preconiza: Art. 217 - ... ... Parágrafo 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, reguladas em lei. Nos litígios exclusivamente desportivos, apenas poderá ser acionado o Judiciário, após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva. Se forem litígios desportivos e trabalhistas, simultaneamente, é permitido o ajuizamento de ações trabalhistas. Sobreleva mencionar, portanto, a passagem por instância administrativa, nesse caso, somente tem cabimento quando o litígio for exclusivamente ligado às questões desportivas. Disso é forçoso concluir que quando se trate de questões trabalhistas ou desportivas e trabalhistas, simultaneamente, é permitido o ajuizamento de ações trabalhistas (grifei e negritei). André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 20 05.2.2. Inafastabilidade da prestação jurisdicional Vivemos num Estado Democrático de Direito. Assim sendo em vista que não é possível fazer justiça com as próprias mãos é direito de cada um obter uma decisão judicial para o seu pleito. É direito de cada um obter uma decisão judicial (vedada a autotutela). 05.2.3. Dever de fundamentar a decisão Tal encontra-se consagrado no artigo 93, inciso IX, da Carta Constitucional de 1988. Não é admissível que o juiz defira ou indefira pedidos sem dizer como e porque de sua decisão. Os juízes e tribunais tem o dever de fundamentar as suas decisões. No novo CPC, os juízes são obrigados a rebater todos os argumentos (apreciar todos os argumentos, não somente os principais), além de fundamentar a decisão. 05.3. Princípios Constitucionais do Direito Processual do Trabalho: No Processo Trabalhista, o prazo não se conta em dias úteis. Mantêm-se em dias corridos. 05.3.1. Competência conciliatória e decisória dos órgãos judiciais trabalhistas No processo do trabalho a conciliação deve ser buscada à exaustão, na medida em que tal se presta como instrumento de pacificação social. No processo do trabalho pode-se tentar a conciliação a qualquer tempo, bem como em inúmeras vezes. Todavia, em duas oportunidadestal deve ser obrigatória em audiência, a saber: antes da apresentação da defesa e após as razões finais. Deve haver audiência prévia de conciliação (antes da apresentação da defesa), bem como após as razões finais. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 21 05.3.2. Poder normativo para decidir conflitos coletivos de trabalho A legislação processual trabalhista permite que se solucionem conflitos trabalhistas tanto de forma individual, como de forma coletiva. O litígio individual é a própria reclamação trabalhista ou ação trabalhista, no qual há solução do mesmo in concreto (sentença condenatória). Por outro lado, no litígio coletivo a solução se dá por meio de uma sentença normativa em que o Poder Judiciário tem a possibilidade de criar norma com a aprovação de cláusulas normativas, atuando em verdadeira função atípica, quando a solução do litígio ocorre in abstrato (sentença declaratória-constitutiva). Função executiva – função típica: executar as leis aprovadas pelo CN; função atípica: julgamento do servidor público nos procedimentos administrativo-disciplinares. Função legislativa – função típica: aprovar leis; função atípica: julgamento do Presidente nos crimes de responsabilidade. Função judiciária – função típica: aplicar leis ao caso concreto; função atípica: poder normativo (ação de dissídio coletivo – sentença normativa) SENTENÇA NORMATIVA: o Poder Judiciário tem a possibilidade de criar norma com a aprovação de cláusulas normativas, atuando em verdadeira função atípica, quando a solução do litígio ocorre in abstrato (sentença declaratória-constitutiva). 05.3.3. Respeito, nos dissídios coletivos, às disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho Não é permitido ao Poder Judiciário proferir sentença normativa que viole acordos coletivos de trabalho ou convenções coletivas de trabalho que estejam em vigor e que tragam mais direitos aos trabalhadores e nem proferir sentença normativa que consagre direitos trabalhistas inferiores àqueles previstos na Constituição Federal de 1988 ou na Consolidação das Leis do Trabalho. Nos dissídios coletivos, devem-se respeitar os direitos trabalhistas básicos previstos na CF e CLT. 05.4. Princípios específicos do Direito Processual do Trabalho: André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 22 Decorrem da sistemática processual trabalhista 05.4.1. Oralidade Prevalência da produção oral de provas reduzida a termo. Hodiernamente referido princípio tem sido mitigado pelos operadores do direito, na medida em que os litígios trabalhistas se tornam mais complexos. Contudo, referido princípio ainda remanesce, quando possível de aplicação. Até a CF 46, a justiça do trabalho estava dentro do Poder Executivo, assim, a reclamação era verbal. 791 da CLT: as partes podem reclamar pessoalmente, não havendo necessidade de petição escrita e advogado, no setor de reclamação verbal. - Defesa no Processo Trabalhista: Quando os autos são físicos, a defesa é levada no dia da audiência. Quando os autos não são físicos, a contestação deve ser protocolada até uma hora antes da audiência. * Nos casos do art. 791, o consenso é de que a contestação pode ser feita na hora. - Defesa no Processo Civil: A defesa deve ser protocolada. 05.4.2. Concentração Prevalência da realização de todos os atos num só momento. Em regra a audiência trabalhista deve ser UNA. Entretanto, cabe ao juiz do trabalho decidir sobre a adoção dessa modalidade de audiência ou mesmo de audiência fracionada. Sustentamos a audiência UNA como regra justamente para conferir observância ao princípio sob estudo. Mas nem sempre é possível a realização de audiência UNA como, v.g., no caso de necessidade de realização de prova pericial ou no mesmo no caso de oitiva de testemunha por meio de carta precatória ou de carta rogatória. Tipos de audiência: - Una: no mesmo dia é feita a conciliação, instrução e julgamento; - Fracionada: André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 23 * Bipartida: conciliação em um dia; instrução e audiência de julgamento em outro; * Tripartida: conciliação em um dia, instrução em um segundo e a audiência de julgamento em um terceiro dia. Na sistemática da CLT, a audiência é una. 05.4.3. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias Diferentemente do processo civil, o Agravo de Instrumento no processo do trabalho somente se presta a destrancar recurso cujo seguimento tenha sido denegado. Exceções: impugnação ao valor atribuído à causa (Lei nº 5.584/70 – artigo 2º, parágrafo 1º) e as matérias previstas na Súmula 214 do Tribunal Superior do Trabalho. O Agravo não tem recurso imediato, tem apenas caráter anti-preclusivo e será analisado posteriormente (artigo 893, parágrafo primeiro da CLT). Deste modo, as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, o seu mérito somente será apreciado posteriormente, no recurso da sentença definitiva. Cabe mencionar que, segundo entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, existem exceções para a regra da irrecorribilidade, as quais estão previstas em sua Súmula n.º 214. “Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.” 05.4.4. Celeridade O processo não é fim em si mesmo, mas apenas meio para obtenção do direito violado. Por isso a necessidade de uma solução rápida para o litígio que, lembre-se, tem André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 24 natureza alimentar. Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 foi aprovado o inciso LXXVIII ao artigo 5º, in verbis: Art. 5º ... ... Inciso LXXVIII – a todos, no âmbito judicial ou administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 05.4.5. Identidade física do juiz Com o cancelamento da Súmula 136 do TST é de se concluir que no processo do trabalho, à semelhança do que ocorre no processo civil, há identidade física do juiz. Assim, o juiz do trabalho que instruir o feito deverá julgá-lo. Súmula 136 do TST: Não existe identidade física do juiz (cancelada) Logo, existe identidade física: o juiz que primeiro conhece o processo, deve julgá-lo. A Súmula existia porque até a Emenda 24 de 99, os processos eram julgados por um juiz togado mais dois juízes de representação classista que possuíam mandato de apenas três anos. Assim, com o cancelamento do julgamento pelos juízes classistas, a súmula também foi cancelada. 05.4.6 Impulso oficial na fase executória O juiz deverá impulsionar o processo de ofício quando o mesmo estiver na fase executória. É o que se depreende do disposto no artigo 878, caput, do Texto Consolidado, conforme abaixo: Art. 878 – A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio, pelo próprio juiz ou presidente ou tribunal competente, nos termos do artigo anterior. Justamente por conta desse artigo é que a doutrina e a jurisprudência divergem sobre a existência ou não de prescrição intercorrente no processo do trabalho,matéria que melhor será estudada no ponto que trata da execução trabalhista. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 25 QUESTÕES DA PROVA DA OAB EXAME DE ORDEM IX – FGV – 1ª FASE Um dos princípios norteadores do Processo do Trabalho é o da celeridade, dada a natureza salarial do crédito trabalhista. Entretanto, por força de Lei, algumas causas especiais possuem preferência na tramitação. Das situações listadas a seguir, assinale aquela que terá preferência em todas as fases processuais: A) a que será executada contra a União, Estados ou Municípios. B) a que será executada perante o juízo da falência. C) a que será executada em face de empregador doméstico D) a que será executada em face de empresa pública. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 26 06. RELAÇÕES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. Segundo Sérgio Pinto Martins, o direito processual do trabalho relaciona-se com outros ramos do direito, a saber: a) Direito do Trabalho: os dispositivos processuais inseridos na CLT se prestam a concretizar o direito material do trabalho inserido no mesmo diploma legal. b) Direito Processual: vários conceitos consagrados no direito processual como ação, autor, réu, exceção, reconvenção, recurso, etc são trazidos do direito processual. c) Direito Administrativo: utilização de toda a organização da Justiça do Trabalho e o regime jurídico dos seus servidores públicos. d) Direito Penal: utilização dos conceitos caracterizadores da justa causa aplicada ao empregado, vez que são infrações que muito se assemelham com as infrações cometidas pelas pessoas e que estão previstas no Código Penal. Além disso, pode ocorrer o cometimento de crimes como falso testemunho, falsa perícia, fraude processual, coação no curso do processo, crimes de funcionários públicos da Justiça do Trabalho. e) Direito Empresarial: utilização de regras contidas na lei de falências e de recuperação judicial no processo do trabalho. f) Direito Civil: utilização de regras contidas no Código Civil como, por exemplo, habilitação de herdeiros, conceitos de parentesco para saber se a testemunha pode ou não depor, etc. g) Direito Tributário: utilização subsidiária da Lei nº 6.830/80 (lei de execuções fiscais) na fase executória, por força do contido no artigo 889 da CLT. Também a incidência de imposto de renda, contribuição previdenciária e fundiária sobre verbas de natureza trabalhista apontam para o relacionamento do direito processual do André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 27 trabalho com essa matéria. Por fim, a fixação de custas processuais, tributo da espécie taxa. O Juiz Trabalhista deve executar a contribuição previdenciária. 07. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. São classificadas em: fontes formais e fontes materiais. 07.1. Fontes materiais Sérgio Pinto Martins - são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas, envolvendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, econômicos, históricos, etc. São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica. 07.2. Fontes formais Sérgio Pinto Martins – são as formas de exteriorização do Direito. Exemplo: lei, costume, etc. Fontes formais – são classificadas em heterônomas e autônomas. 07.2.1. Fontes heterônomas São aquelas impostas por agente externo. Exemplo: constituição, lei, decreto, sentença normativa, regulamento de empresa. 07.2.2. Fontes autônomas São aquelas elaboradas pelos próprios interessados. Exemplo: costume, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, regulamento de empresa, contrato de trabalho. 07.3. Fontes Formais Encontradas nas Normas Processuais Trabalhistas: André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 28 A primeira fonte do Direito Processual do Trabalho é a CF e, após, a CLT. 07.3.1. Na Constituição Federal de 1988 Artigo 111 e seguintes tratam de direito processual trabalhista sobre competência, organização e composição da Justiça do Trabalho. 07.3.2. A lei como fonte formal de Direito Processual do Trabalho - Leis Ordinárias CLT, Novo CPC (este último de forma subsidiária e supletiva, segundo o artigo 15 do Novo CPC), Decreto-Lei nº 779/69, Lei nº 5.584/70, Lei nº 6.830/80, Lei nº 7.701/88. 07.3.3. Decretos que regulamentam as leis. 07.3.4. Regimentos dos Tribunais. 07.3.5. O negócio jurídico como fonte formal do Direito Processual do Trabalho Normalmente o negócio jurídico contempla normas de direito material trabalhista. Todavia, podem as convenções coletivas de trabalho e os acordos coletivos de trabalho trazer regras sobre mediação e arbitragem. 07.3.6. Costumes Nem todos os doutrinadores entendem possível, pois, em regra, as normas são elaboradas pelo Estado. Observação: Direito Processual do Trabalho, em princípio, é exclusivamente estatal. Todavia, tratados internacionais podem conter normas processuais. Ex: Tratado de Itaipu, Tratado de Roma, Tratado de Assunção. 07.3.7. Jurisprudência – Súmula André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 29 Também pode versar sobre Direito Processual do Trabalho. Ex: quando tratam de prazo, quando tratam de cabimento de recursos, quando tratam de cabimento de ação rescisória, quando trata de mandado de segurança, quando trata de substituição processual, etc. 08. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO. 08.1. Eficácia No entendimento de Sérgio Pinto Martins, significa a aplicação ou a execução da norma jurídica. É a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações. Esclarece o doutrinador que a eficácia não se confunde com validade, que é a força imponível que a norma tem, isto é, a possibilidade de ser observada. Esclarece o doutrinador, ainda, que a eficácia também não se confunde com a vigência da norma, que diz respeito ao seu tempo de atuação. 08.1.1. Eficácia das leis processuais trabalhistas no tempo Geralmente a lei entra em vigor na data de sua publicação. Se não existir disposição expressa a lei começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada (artigo 1º da Leis de Introdução ao Código Civil). Normalmente, a eficácia da lei processual trabalhista é imediata, razão pela qual se aplica aos processos em curso ficando resguardados os atos já praticados pelo direito adquirido e pelo ato jurídico perfeito. Contudo, o retromencionado legislador cita como exemplo a Lei nº 9.957/2000 que criou o procedimento sumaríssimo, a qual entrou em vigor 60 dias após sua publicação no Diário Oficial. Tempo: Entra em vigor na data da publicação e, em regra, não tem efeito retroativo André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 30 08.1.2. Eficácia das leis processuais trabalhistas no espaço Diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. A lei processual trabalhista se aplica no território brasileiro tanto para os trabalhadores nacionais, quanto para os trabalhadores estrangeiros que buscam a prestação jurisdicional em nosso País. Espaço: Válido para brasileiros e estrangeiros. 08.2. Interpretação das Normas Trabalhistas Processuais Para Sérgio Pinto Martins interpretar a norma é compreender o que o legislador quer dizer. Em suma: interpretar é buscar o verdadeiro sentido da norma.Súmula 356 do TST Os recursos de interpretação podem ser classificados de diversas formas. Alguns critérios: Na interpretação a norma já existe; Na integração, existe lacuna que é preenchida por analogia, princípio geral do Direito, etc. 08.2.1. Com relação às fontes de interpretação: a) autêntica – feita pelo autor da norma. b) doutrinária – feita pelos doutrinadores: é a opinião dos doutos. c) jurisprudencial – é a estabelecida pelos tribunais. 08.2.2. Com relação aos meios de interpretação: André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 31 a) gramatical ou literal - consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da norma jurídica, o alcance das palavras encerradas no texto da lei. É a mais pobre de todas as interpretações da lei. b) lógica - em que se estabelece conexão entre vários textos legais a serem interpretados. c) teleológica ou finalística - a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o fim colimado pelo legislador. d) sistemática - a interpretação será dada ao dispositivo legal conforme a análise do sistema no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um dispositivo, mas ao seu conjunto. e) histórica - leva em conta o contexto histórico existente à época da edição da lei, sua exposição de motivos, mensagens, emendas, discussões parlamentares. f) sociológica - em que se verifica a realidade e a necessidade social na elaboração da lei e em sua aplicação. Diz a lei de introdução ao Código Civil que o juiz, ao aplicar a lei, deve ater-se aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 08.2.3. Com relação aos efeitos (resultado da interpretação) a) taxativa – prevalece rigorosamente aquilo que foi previsto pelo legislador. b) restritiva – a conclusão é no sentido de que o legislador quis incluir menos casos do que aqueles que, à primeira vista, estão incluídos na redação da norma. c) extensiva ou ampliativa – a conclusão é no sentido de que o legislador quis aplicar a norma a casos aparentemente não previstos na redação da norma. André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 32 08.3. Integração das Normas Processuais Trabalhistas Integrar é suprir lacunas do ordenamento jurídico. Mesmo com a enorme quantidade de normas que existe no ordenamento jurídico, e em especial no ordenamento jurídico trabalhista que conta com fontes específicas de produção de normas (acordo coletivo, convenção coletiva, sentença normativa), pode ocorrer de determinado problema concreto não encontrar preceito próprio que diga como as partes devem se comportar. Nessa hipótese, o intérprete e o operador do Direito (advogados, juízes, membros do Ministério Público) deverão apelar para critérios ou técnicas apropriadas para integrar o sistema jurídico, criando por esses meios a norma que falta. 08.3.1. As técnicas de integração O intérprete está autorizado a suprir lacunas existentes na norma jurídica por meio de utilização de técnicas jurídicas. O artigo 8º da Consolidação das Leis do Trabalho autoriza o juiz, na falta de disposição legal ou convencional, a utilizar a analogia e a equidade. Também podem ser usados a doutrina, os princípios e a jurisprudência. São elas: a) analogia: consiste na utilização de uma regra semelhante para o caso em exame. Divide-se em analogia legis (aplicação de texto de lei que soluciona caso concreto a caso semelhante) ou analogia juris (aplicação de princípio). b) equidade: tem dois significados. Pode ser chamado de equidade o processo de criação da norma jurídica para a sua integração no ordenamento jurídico, sendo, pois, por esse prisma, uma técnica de integração da norma. Tem também o significado de igualdade, de benignidade, de equilíbrio. Nesse último sentido, deve ser lembrado que em nosso sistema jurídico o juiz só pode julgar por equidade nas hipóteses expressamente autorizadas em lei (artigo 140, parágrafo único, do Novo Código de Processo Civil). André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 33 09. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS. O STF é preenchido por critérios exclusivamente políticos; TST – 4 de 5 carreira (merecimento e antiguidade); o quinto é o constitucional (1 de 10 procurador do MPT e 1 de 10 advogados); TRT – 4 de 5 carreira (merecimento e antiguidade); o quinto é o constitucional (1 de 10 procurador do MPT e 1 de 10 advogados); Vara do Trabalho – monocrático (2 anos para vitaliciar) (merecimento e antiguidade). Merecimento: não ter sentença em atraso ou representação na corregedoria 09.1. Poder Judiciário - ramos a) Poder Judiciário da União que se subdivide em: Justiça Federal; Justiça do Trabalho; Justiça Eleitoral; Justiça Militar. b) Poder Judiciário dos Estados Membros. Quanto à Justiça do Trabalho pode-se dizer o seguinte: 09.2. Constituição Federal de 1934 Artigo 122 – Justiça do Trabalho instituída para dirimir questões entre empregadores e empregados, não se aplicando aos juízes as garantias pertinentes aos juízes do Poder Judiciário. Isto porque nessa época a Justiça do Trabalho era órgão pertencente ao Poder Executivo. 09.3. Constituição Federal de 1937 André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 34 Artigo 139 – redação semelhante ao artigo 122 da Constituição Federal de 1934 mencionando que ficaria instituída a Justiça do Trabalho para dirimir os conflitos oriundos das relações entre empregadores e empregados, sendo regulada em lei e à qual não se aplicam as disposições constitucionais relativas à competência, ao recrutamento e às prerrogativas da justiça comum. 09.4. Decreto-Lei nº 1.237/39 de 05/05/39 regulamentado pelo Decreto nº 6.596/40 de 12/12/40 Organizou a Justiça do Trabalho. Era considerado órgão autônomo do Poder Executivo, mas ainda não pertencia ao Poder Judiciário. 09.5. Constituição Federal de 1946 Artigo 122 – inclusão da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário. Passa também a ter uma organização estabelecida pela própria Constituição. O artigo 122 da referida norma consagrou o que foi repetido nas demais constituições: os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juntas de Conciliação de Julgamento. Também versam sobre o tema: artigo 133 da Constituição Federal de 1967. artigo 141 da Emenda Constitucional nº 1/69. artigos 111 a 116 da Constituição Federal de 1988. 09.6. Peculiaridades da Justiça do Trabalho 09.6.1. dá efetividade ao direito do trabalho. 09.6.2. não há divisão em entrâncias nas Varas. 09.6.3. não existem Varas especializadas. 09.6.4. os tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados. Contudo, aos poucos essa realidade foi mudando e, hoje, a maioria dos Estados é contemplada com um Tribunal Regional do Trabalho, exceto nos seguintes casos: 8ª Região – Pará André Cremonesi – Direito USJT (Editado: Aline Sayuri Kazari) 35 (abrange Pará e Amapá), 11ª Região – Amazonas (abrange Amazonas e Roraima) e 14ª Região – Rondônia (abrange Rondônia e Acre). Além disso, ao contrário do que acaba de ser dito, o único Estado que possui dois Tribunais Regionais do Trabalho é São Paulo (2ª Região que abrange a Capital, Grande São Paulo e parte da Baixada Santista e 15ª Região
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