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Apostila Direito Processual do Trabalho

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André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
1 
RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
 
Sumário 
 
01. MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS. 
AUTODEFESA. AUTOCOMPOSIÇÃO. HETEROCOMPOSIÇÃO. ................... 9 
01.1. Autodefesa ......................................................................................................... 9 
01.2. Autocomposição................................................................................................. 9 
01.3. Heterocomposição ............................................................................................. 9 
 
02. JURISDIÇÃO ....................................................................................................... 13 
02.1. Conceito ........................................................................................................... 13 
02.2. Princípios Inerentes à Jurisdição .................................................................... 14 
02.2.1. princípio da investidura ............................................................................ 14 
02.2.2. princípio da aderência ao território ........................................................... 14 
02.2.3. princípio da indelegabilidade.................................................................... 15 
02.2.4. princípio da inevitabilidade ...................................................................... 15 
02.2.5. princípio da inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional) ..... 15 
02.2.6. princípio do juiz natural ............................................................................ 15 
02.2.7. princípio da inércia ................................................................................... 16 
02.2.8. princípio da ampla defesa e do contraditório ............................................ 16 
 
03. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ...................... 16 
 
04. AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ................. 17 
 
05. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO..................... 18 
05.1. Conceito – José Cretella Junior ...................................................................... 18 
05.2. Princípios Constitucionais do Direito Processual .......................................... 19 
05.2.1. Acesso à justiça ........................................................................................ 19 
05.2.2. Inafastabilidade da prestação jurisdicional ............................................... 20 
05.2.3. Dever de fundamentar a decisão ............................................................... 20 
05.3. Princípios Constitucionais do Direito Processual do Trabalho: ................... 20 
05.3.1. Competência conciliatória e decisória dos órgãos judiciais trabalhistas .. 20 
05.3.2. Poder normativo para decidir conflitos coletivos de trabalho .................. 21 
05.3.3. Respeito, nos dissídios coletivos, às disposições convencionais e legais 
mínimas de proteção ao trabalho .......................................................................... 21 
05.4. Princípios específicos do Direito Processual do Trabalho: ........................... 21 
05.4.1. Oralidade .................................................................................................. 22 
05.4.2. Concentração ............................................................................................ 22 
05.4.3. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias ........................................... 23 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
2 
05.4.4. Celeridade ................................................................................................. 23 
05.4.5. Identidade física do juiz ............................................................................ 24 
05.4.6 Impulso oficial na fase executória ............................................................. 24 
 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB .......................................................................... 25 
 
06. RELAÇÕES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ..................... 26 
 
07. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ........................... 27 
07.1. Fontes materiais .............................................................................................. 27 
07.2. Fontes formais ................................................................................................. 27 
07.2.1. Fontes heterônomas .................................................................................. 27 
07.2.2. Fontes autônomas ..................................................................................... 27 
07.3. Fontes Formais Encontradas nas Normas Processuais Trabalhistas: ........... 27 
07.3.1. Na Constituição Federal de 1988.............................................................. 28 
07.3.2. A lei como fonte formal de Direito Processual do Trabalho - Leis 
Ordinárias ............................................................................................................. 28 
07.3.3. Decretos que regulamentam as leis. ......................................................... 28 
07.3.4. Regimentos dos Tribunais. ....................................................................... 28 
07.3.5. O negócio jurídico como fonte formal do Direito Processual do Trabalho
 .............................................................................................................................. 28 
07.3.6. Costumes .................................................................................................. 28 
07.3.7. Jurisprudência – Súmula ........................................................................... 28 
 
08. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO. EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO. 
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO. .................................................................. 29 
08.1. Eficácia ............................................................................................................ 29 
08.1.1. Eficácia das leis processuais trabalhistas no tempo.................................. 29 
08.1.2. Eficácia das leis processuais trabalhistas no espaço ................................. 30 
08.2. Interpretação das Normas Trabalhistas Processuais ..................................... 30 
08.2.1. Com relação às fontes de interpretação: ................................................... 30 
08.2.2. Com relação aos meios de interpretação: ................................................. 30 
08.2.3. Com relação aos efeitos (resultado da interpretação) ............................... 31 
08.3. Integração das Normas Processuais Trabalhistas .......................................... 32 
08.3.1. As técnicas de integração ......................................................................... 32 
 
09. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPOSIÇÃO DOS 
TRIBUNAIS. ............................................................................................................... 33 
09.1. Poder Judiciário - ramos ................................................................................. 33 
09.2. Constituição Federal de 1934 ......................................................................... 33 
09.3. Constituição Federal de 1937 ......................................................................... 33 
09.4. Decreto-Lei nº 1.237/39 de 05/05/39 regulamentado pelo Decreto nº 6.596/40 
de 12/12/40 ............................................................................................................... 34 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
3 
09.5. Constituição Federal de 1946 ......................................................................... 3409.6. Peculiaridades da Justiça do Trabalho ........................................................... 34 
09.7. Varas do Trabalho. .......................................................................................... 35 
09.7.5. Garantias do juiz – artigo 95 da CF/88: .................................................... 36 
09.8. Tribunais Regionais do Trabalho .................................................................... 36 
09.9. Tribunal Superior do Trabalho ....................................................................... 38 
09.9.15. Órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho................................................. 40 
09.10. Ministério Público do Trabalho .................................................................... 40 
9.11. Defensoria Pública .......................................................................................... 45 
 
10. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA, DA PESSOA, FUNCIONAL 
E DO LUGAR. CESSAÇÃO DA COMPETÊNCIA CLÁUSULA DE FORO DE 
ELEIÇÃO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONFLITOS 
DE COMPETÊNCIA. ................................................................................................ 46 
10.1. Competência .................................................................................................... 46 
10.2. Competência da Justiça do Trabalho .............................................................. 46 
10.3. Competência em Razão da Matéria................................................................. 46 
10.4. Competência em Razão da Pessoa: ................................................................. 60 
10.5. Competência Funcional: ................................................................................. 64 
10.6. Competência Territorial: ................................................................................. 64 
10.7. Competência por Distribuição: ....................................................................... 66 
10.8. Cessação da Competência: ............................................................................. 66 
10.9. Foro de Eleição: .............................................................................................. 66 
10.10. Incompetência da Justiça do Trabalho: ........................................................ 67 
10.11. Conflito de Competência: .............................................................................. 67 
 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB .......................................................................... 70 
 
11. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS. ............................................... 73 
11.1. Atos processuais: ............................................................................................. 73 
11.2. Termos: ............................................................................................................ 74 
11.3. Prazos processuais: ......................................................................................... 75 
 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB .......................................................................... 79 
 
12. NULIDADES. PRECLUSÃO. PEREMPÇÃO. ................................................. 81 
12.1. Conceito de Nulidade ...................................................................................... 81 
12.2. Sistema de Nulidades ....................................................................................... 81 
12.3. Anulabilidade................................................................................................... 81 
12.4. Princípios......................................................................................................... 82 
12.4.1. Princípio da transcendência ...................................................................... 82 
12.4.2. Princípio da convalidação ......................................................................... 82 
12.4.3. Princípio da proteção ................................................................................ 82 
12.4.4. Princípio da instrumentalidade ................................................................. 83 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
4 
12.5. Conceito de Preclusão ..................................................................................... 83 
12.6. Conceito de Perempção ................................................................................... 84 
13. PARTES. REPESENTAÇÃO. PROCURADORES E TERCEIROS. JUS 
POSTULANDI. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. ÉTICA NO PROCESSO DO 
TRABALHO (LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ). SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. 
LITISCONSÓRCIO. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. ................................... 87 
13.1. Partes ............................................................................................................... 87 
13.2. Representação ................................................................................................. 87 
13.3. Procuradores ................................................................................................... 90 
13.4. Terceiros .......................................................................................................... 95 
13.4.1. Substituição processual............................................................................. 95 
13.4.2. Litisconsórcio ........................................................................................... 96 
13.4.3. O litisconsórcio se classifica em ............................................................... 96 
13.5. Intervenção de Terceiros ................................................................................. 97 
13.5.1. Assistência ................................................................................................ 97 
13.5.2. Oposição ................................................................................................... 97 
13.5.3. Nomeação à autoria .................................................................................. 98 
13.5.4. Denunciação da lide.................................................................................. 98 
13.5.5. Chamamento ao processo ......................................................................... 98 
13.5.6. Factum Principis ....................................................................................... 99 
13.6. Assistência judiciária ...................................................................................... 99 
13.7. Ética no processo do trabalho (litigância de má-fé) ..................................... 100 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 101 
14. DISSÍDIO INDIVIDUAL E DISSÍDIO COLETIVO. DISTINÇÕES 
FUNDAMENTAIS.................................................................................................... 103 
15. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PETIÇÃO INICIAL. REQUISITOS. 
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ........................................................ 104 
15.1. Ação ............................................................................................................... 104 
15.2. Natureza jurídica do direito de ação ............................................................. 104 
15.3. Termos utilizados no processo do trabalho ................................................... 105 
15.4. Processo......................................................................................................... 105 
15.5. Procedimento ................................................................................................. 105 
15.6. Elementos da Ação ........................................................................................ 105 
15.6.1. Partes ......................................................................................................105 
15.6.2. Pedido ..................................................................................................... 105 
15.6.3. Causa de pedir ........................................................................................ 106 
15.7. Classificação das ações ................................................................................. 108 
15.7.1. Ações individuais ................................................................................... 108 
15.7.2. Ações coletivas ....................................................................................... 109 
15.8 Pressupostos Processuais de Existência e Validade do Processo ................. 109 
15.8.1 Conceito – Moacyr Amaral Santos .......................................................... 109 
15.9 Condições da Ação ......................................................................................... 110 
15.9.1. Possibilidade jurídica do pedido ............................................................. 110 
15.9.2. Interesse de agir ...................................................................................... 110 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
5 
15.9.3. Legitimidade de parte ............................................................................. 111 
15.10. Termos utilizados nas ações trabalhistas:................................................... 111 
15.10.1. Autor ..................................................................................................... 111 
15.10.2. Ré .......................................................................................................... 111 
15.11. Petição inicial .............................................................................................. 111 
15.11.1. Artigo 840, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho ........ 111 
15.11.2. Artigos 319 e 320 do Novo Código de Processo Civil ......................... 112 
15.12. Tutela de Urgência no Processo do Trabalho............................................. 113 
15.12.1. Natureza jurídica – antecipação da decisão de mérito. ......................... 114 
15.12.2. Situações específicas de tutela antecipada em matéria trabalhista ....... 114 
15.13. Tutela de Evidência no Processo do Trabalho ............................................ 114 
15.14. Comissão de Conciliação Prévia ................................................................ 115 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 117 
16. AUDIÊNCIA. ORDEM DOS ACONTECIMENTOS. ARQUIVAMENTO. 
REVELIA. CONFISSÃO. CONCILIAÇÃO. CONTESTAÇÃO. 
RECONVENÇÃO. COMPENSAÇÃO. .................................................................. 120 
16.1. Ordem dos Acontecimentos na Audiência UNA ............................................ 120 
16.2. Procedimento Ordinário................................................................................ 121 
16.3. Defesa: Contestação do Réu.......................................................................... 127 
16.3.1. Exceções ................................................................................................. 128 
16.3.2. Contestação ............................................................................................. 131 
16.3.3. Reconvenção ........................................................................................... 135 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 136 
17. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO............................................................... 141 
Petição inicial no procedimento sumaríssimo........................................................ 141 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 144 
18. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. MEIOS DE PROVA. ÔNUS DA PROVA. 
PRESUNÇÕES. VALORAÇÃO DA PROVA. ...................................................... 147 
18.1. Finalidade da Prova ...................................................................................... 147 
18.2. Princípios da Prova segundo Amauri Mascaro Nascimento ........................ 147 
18.3. Momento da Produção da Prova................................................................... 148 
18.4. Local da Produção da Prova......................................................................... 148 
18.5. Valoração da Prova – 3 teorias .................................................................... 148 
18.6. Classificação das Provas Segundo Amauri Mascaro Nascimento ................ 149 
18.7. Artigo 374 do Novo Código de Processo Civil - Fatos Que Independem de 
Prova ...................................................................................................................... 150 
18.8. Artigo 376 do Novo Código de Processo Civil – Prova de Normas Jurídicas
 ................................................................................................................................ 150 
18.9. Ônus da Prova ............................................................................................... 151 
18.9.1. Ônus da prova de fato constitutivo ......................................................... 151 
18.9.2. Ônus da prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo ................ 151 
18.9.3. Situações específicas em processo trabalhista ........................................ 151 
18.10. Produção Antecipada de Prova ................................................................... 155 
18.11. Meios de Prova ............................................................................................ 155 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
6 
18.11.1. Depoimento Pessoal ............................................................................. 155 
18.11.2. Confissão .............................................................................................. 156 
18.11.3. Prova testemunhal................................................................................. 157 
18.11.4. Prova documental ................................................................................. 159 
18.11.5. Prova pericial ........................................................................................ 161 
18.11.6. Inspeção judicial ................................................................................... 162 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 162 
19. RAZÕES FINAIS. SENTENÇA. VALOR DA CONDENAÇÃO. CUSTAS E 
DESPESAS PROCESSUAIS. PUBLICAÇÃO. TRÂNSITO EM JULGADO. .. 166 
20. PROCEDIMENTOS (RITOS): ORDINÁRIO, SUMÁRIO E 
SUMARÍSSIMO. INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA 
GRAVE. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
HABEAS CORPUS. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. 
PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÕES POSSESSÓRIAS. RESTAURAÇÃO DE 
AUTOS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MEDIDAS CAUTELARES NOMINADAS E 
INOMINADAS, AÇÃO ANULATÓRIA, AÇÃO RESCISÓRIA, AÇÃO 
MONITÓRIA. ........................................................................................................... 176 
20.1. Procedimento ................................................................................................. 176 
20.2. Os Procedimentos Especiais São os Seguintes.............................................. 176 
20.2.1. Inquérito Para Apuração de Falta Grave ................................................ 176 
20.2.2. Ação de Cumprimento ............................................................................ 178 
20.2.3. Mandado de Segurança ........................................................................... 179 
20.2.4. Habeas corpus .........................................................................................183 
20.2.5. Ação de Consignação em Pagamento ..................................................... 185 
20.2.6. Prestação de Contas ................................................................................ 190 
20.2.7. Ações Possessórias ................................................................................. 191 
20.2.8. Restauração de autos .............................................................................. 192 
20.2.09. Ação Civil Pública ................................................................................ 192 
20.2.10. Ação Anulatória .................................................................................... 195 
20.2.11. Ação Rescisória .................................................................................... 196 
20.2.12. Ação Monitória ..................................................................................... 210 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 214 
21. RECURSOS. GENERALIDADES. EFEITOS: SUSPENSIVO E 
DEVOLUTIVO. PRESSUPOSTOS. ESPÉCIES DE RECURSOS CABÍVEIS NO 
PROCESSO DO TRABALHO. ............................................................................... 219 
21.1. Conceito ......................................................................................................... 219 
21.2. Princípios....................................................................................................... 219 
21.2.1. Princípio do duplo grau de jurisdição ..................................................... 219 
21.2.2. Princípio da uni-recorribilidade .............................................................. 219 
21.2.3. Princípio da fungibilidade ...................................................................... 220 
21.3. Peculiaridades dos recursos no processo do trabalho .................................. 220 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
7 
21.3.1. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias. ........................................ 220 
21.3.2. Inexigibilidade de fundamentação .......................................................... 221 
21.3.3. Instância única ........................................................................................ 222 
21.4. Efeitos ............................................................................................................ 222 
21.4.1. Efeito devolutivo .................................................................................... 222 
21.4.2. Efeito suspensivo .................................................................................... 223 
21.4.3. Efeito translativo..................................................................................... 223 
21.4.4. Efeito substitutivo ................................................................................... 223 
21.4.5. Efeito extensivo ...................................................................................... 224 
21.4.6. Efeito regressivo ..................................................................................... 224 
21.5. Pressupostos Recursais ................................................................................. 224 
21.5.1. Pressupostos objetivos ............................................................................ 225 
21.5.2. Pressupostos subjetivos .......................................................................... 230 
21.6. Juntada de documentos quando da interposição de recurso ........................ 231 
21.7. Espécies de Recursos Cabíveis no Processo do Trabalho ............................ 231 
21.7.1. Pedido de Revisão do Valor da Causa .................................................... 231 
21.7.2. Embargos de Declaração ........................................................................ 232 
21.7.3. Recurso Ordinário: ................................................................................. 235 
21.7.4. Recurso de Revista ................................................................................. 235 
21.7.5. Embargos no Tribunal Superior do Trabalho ......................................... 243 
21.7.6. Agravo de Instrumento ........................................................................... 245 
21.7.7. Agravo de Petição ................................................................................... 247 
21.7.8. Agravo Regimental ................................................................................. 248 
21.7.9. Recurso Extraordinário ........................................................................... 250 
21.7.10. Recurso Adesivo ................................................................................... 251 
21.7.11. Correição Parcial .................................................................................. 253 
21.7.12. Recurso Ex-officio ................................................................................ 254 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 258 
22. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO. PROCEDIMENTO. 
EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO. DEFESA 
DO EXECUTADO SEM EMBARGOS (“EXCEÇÃO OU OBJEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE”). ALIENAÇÃO DE BENS E EMBARGOS. SUSPENSÃO E 
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. ............................................................................... 266 
22.1. Liquidação de sentença. ................................................................................ 266 
22.1.1. Conceito .................................................................................................. 266 
22.1.2. Tipos de liquidação de sentença ............................................................. 267 
22.1.3. Momento Para Manifestação Sobre a Conta de Liquidação ................... 268 
22.1.4. Natureza Jurídica da Sentença de Liquidação ........................................ 269 
22.2. Execução ........................................................................................................ 270 
22.2.1. Conceito .................................................................................................. 270 
22.2.2. Artigos da Consolidação das Leis do Trabalho que tratam da execução 270 
22.2.3. Aplicação Subsidiária na Falta de Disposição Expressa ........................ 270 
22.2.4. Princípios Que Norteiam a Execução Trabalhista .................................. 270 
22.2.5. Execução pode ser .................................................................................. 272 
22.2.6. Execução compreende ............................................................................ 273 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
8 
22.2.7. Atos Atentatórios à Dignidade da Justiça ............................................... 273 
22.2.8. Execução Provisória de Obrigação de Fazer .......................................... 274 
22.2.9. Legitimidade Ativa e Passiva Para a Execução ...................................... 275 
22.2.10. Modalidades de Execução .................................................................... 277 
22.2.11. Citação na Execução e Penhora de Bens .............................................. 283 
22.2.12. Penhora de Bens ................................................................................... 285 
22.2.13. Bens Impenhoráveis ............................................................................. 286 
22.2.14. Segunda Penhora .................................................................................. 293 
22.2.15. Exceção ou Objeção de Pré-Executividade .......................................... 293 
22.2.16. Execução Contra a Fazenda Pública ..................................................... 294 
22.2.17. Execução Contraa Massa Falida .......................................................... 297 
22.2.18. Embargos à Execução e Matérias Alegáveis ........................................ 297 
22.2.19. Impugnação à sentença de liquidação .................................................. 300 
22.2.20. Embargos de Terceiros no Processo do Trabalho ................................ 300 
22.2.21. Alienação de Bens em Juízo ................................................................. 302 
22.2.22. Embargos à Arrematação e à Adjudicação ........................................... 304 
22.2.23. Suspensão e Extinção da Execução no Processo do Trabalho ............. 305 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 307 
23. DISSÍDIO COLETIVO. PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA E DE 
NATUREZA JURÍDICA. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. SENTENÇA 
NORMATIVA. RECURSO. .................................................................................... 313 
23.1. Conceito: Sérgio Pinto Martins ..................................................................... 313 
23.2. Poder Normativo ........................................................................................... 314 
23.3. Natureza Jurídica da Sentença Normativa .................................................... 314 
23.4. Quorum da Assembléia Sindical – artigo 859 da Consolidação das Leis do 
Trabalho ................................................................................................................. 315 
23.5. Prazo Para Instauração – artigo 616, parágrafo 3º, da Consolidação das Leis 
do Trabalho ............................................................................................................ 315 
23.6. Instauração de Ofício - Artigo 856 da Consolidação das Leis do Trabalho c/c 
o artigo 8º, da Lei nº 7783/89 ................................................................................. 315 
23.6.1. Legitimidade Ativa ................................................................................. 315 
23.6.2. Tentativa de negociação coletiva prévia ................................................. 315 
23.6.3. Procedimentos ........................................................................................ 315 
23.6.4. Documentos necessários ......................................................................... 316 
23.6.5. Contestação ............................................................................................. 316 
23.6.6. Reconvenção ........................................................................................... 316 
23.6.7. Tentativa inicial de Conciliação ............................................................. 316 
23.6.8. Instrução ................................................................................................. 317 
23.6.9. Nova tentativa de conciliação ................................................................. 317 
23.6.10. Parecer do Ministério Público do Trabalho .......................................... 317 
23.6.11. Prolação de Sentença Normativa .......................................................... 317 
23.6.12. Recurso Ordinário................................................................................. 317 
23.7. Dissídio Coletivo de Funcionário Público .................................................... 317 
23.8. Extensão das decisões ................................................................................... 318 
23.9. Ação de Cumprimento ................................................................................... 318 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
9 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB ........................................................................ 320 
 
 
01. MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS. 
AUTODEFESA. AUTOCOMPOSIÇÃO. HETEROCOMPOSIÇÃO. 
 
Conflito – pode ser entendido como controvérsia ou dissídio. 
 
Conflitos podem ser individuais ou coletivos. 
 
Meios: 
 
01.1. Autodefesa 
As próprias partes procedem à defesa de seus interesses. A solução do conflito 
somente ocorre quando uma parte cede à outra. Ex: greve e lock-out. 
 
a) greve: no Brasil é um direito. 
b) Lock-out: proibido no Brasil. 
 
01.2. Autocomposição 
Realizada pelas próprias partes, sem a intervenção de um terceiro. Ex: celebração de 
acordos coletivos de trabalho e de convenções coletivas de trabalho. 
 
a) acordos coletivos de trabalho: celebrados entre sindicato de empregados e uma ou 
mais empresas. 
b) convenções coletivas de trabalho: celebradas entre sindicado de empregados e 
sindicato de empregadores. 
 
01.3. Heterocomposição 
Quando a solução dos conflitos trabalhistas é determinada por um terceiro. Ex: 
mediação, arbitragem e a jurisdição do Estado. 
 
a) mediação: ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, propõe soluções às 
partes, vindo estas a colocar termo ao litígio. Não há necessidade que o mediador 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
10 
tenha conhecimentos jurídicos. As partes não estão obrigadas a aceitar as propostas 
feitas pelo conciliador, razão pela qual este não pode coagi-las de forma alguma. O 
mediador não toma nenhuma decisão servindo apenas como intermediário entre as 
partes. Geralmente a mediação é extrajudicial, mas nada impede que seja judicial. 
A mediação é instituto aplicado largamente em outros países como França, Espanha, 
Argentina, Austrália, EUA, etc. 
 
No Brasil foi editado o Decreto nº 1.572/95 de 28/07/1995 que estabelece regras sobre 
mediação na negociação coletiva. Pode o mediador ser escolhido livremente pelas 
partes e se não houve escolha, pode ser indicado o Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
A Portaria nº 817/95 de 30/08/1995 do Ministério do Trabalho e Emprego especifica 
critérios para a participação do mediador nos conflitos de negociação coletiva de 
natureza trabalhista. 
 
b) arbitragem: é a forma de solução dos conflitos feita por um terceiro estranho em 
relação às partes, que é escolhido por estas, impondo a solução do litígio. É forma 
voluntária de terminar o conflito, ou seja, não é obrigatória. Largamente utilizada na 
Europa e EUA. 
 
No Brasil foi aprovada a Lei nº 9.307/96 de 23/09/1996 que dispõe sobre referido 
diploma legal preconiza que esse instituto somente é aplicável se o litígio versar 
sobre direitos patrimoniais disponíveis, sendo necessário que as partes estejam aptas 
a contratar. 
 
Convenção de arbitragem = cláusula compromissória + compromisso arbitral. 
 
Cláusula compromissória – é a convenção através da qual as partes em um contrato de 
trabalho comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir 
relativamente a tal contrato – artigo 4º da Lei nº 9.307/96. 
 
Explicar os riscos de inserção de cláusula compromissória nos contratos de trabalho. 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
11 
 
Compromisso arbitral – é a convenção por meio da qual as partes submetem um litígio 
à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. Artigo 9º 
da Lei nº 9.307/96. 
 
Prazo para a solução do litígio – 6 (seis) meses podendo ser prorrogado a critério das 
partes envolvidas. 
 
Decisão do árbitro deve ser escrita e conter relatório, fundamentos da decisão e 
dispositivo. 
 
A sentença arbitral é título executivo judicial segundo o artigo 515, inciso VII, do 
Novo Código de Processo Civil, razão pela qual não necessita de homologação pelo 
Poder Judiciário e pode ser executada de imediato. 
 
Vantagens do procedimento arbitral – rapidez e segredo.Desvantagens do procedimento arbitral – alto custo em alguns casos sendo 
desaconselhável para solucionar conflitos que envolvem pequenas quantias. 
 
Nulidade da sentença arbitral – hipóteses: artigo 32 da Lei nº 9.307/96: 
 
 for nulo o compromisso. 
 emanou de quem não podia ser árbitro. 
 não contiver os requisitos do artigo 26 da Lei nº 9.307/96. 
 for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem. 
 não decidir todo o litígio submetido à arbitragem. 
 comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção 
passiva. 
 proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, da Lei nº 
9.307/96. 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
12 
 forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, parágrafo 2º, da Lei 
nº 9.307/96. 
 
Princípios da arbitragem: contraditório 
 igualdade das partes 
 imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento 
 
Nulidade da sentença arbitral deve ser pleiteada junto ao Poder Judiciário competente 
devendo ser proposta no prazo de 90 (noventa) dias após o recebimento da 
notificação da mesma. Quando tal ocorrer a sentença de nulidade proferida pelo Poder 
Judiciário determinará que o árbitro profira nova sentença arbitral. 
 
Arbitragem – único dispositivo constitucional que trata da arbitragem está previsto no 
artigo 114, parágrafo 1º, da CF/88, in verbis: Frustrada a negociação coletiva, as partes 
poderão eleger árbitros. 
 
Dissídio coletivo – indiscutível a possibilidade da arbitragem nos termos do artigo 114, 
parágrafo 1º, da Constituição Federal de 1988. 
 
Dissídio individual – É possível a arbitragem? Em nosso entendimento é possível a 
arbitragem no dissídio individual trabalhista, desde que atendidas algumas 
especificidades, a saber: 
 
 Não é possível a arbitragem antes mesmo do início da relação jurídica 
trabalhista e nem mesmo a inclusão de cláusula compromissória de arbitragem 
no contrato de trabalho, na medida em que resta presumida a mácula na 
vontade do trabalhador de se submeter a tal procedimento ao invés de buscar a 
justiça pública. 
 
 Também não é possível a submissão do trabalhador ao procedimento arbitral 
durante o pacto laboral pelo mesmo motivo declinado acima, ou seja, em razão 
da mácula à vontade do trabalhador quanto à submissão a tal procedimento. 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
13 
 
 Admitimos, respeitando entendimentos em contrário, que o procedimento 
arbitral no dissídio individual trabalhista possa ser realizado após findo o 
contrato de trabalho, desde que devidamente homologada a rescisão contratual 
junto ao sindicato da categoria profissional ou junto à Delegacia Regional do 
Trabalho e Emprego (quando o contrato de trabalho tenha mais de um ano) ou 
devidamente homologada a rescisão contratual diretamente pelo empregador 
(quando o contrato de trabalho tenha menos de um ano) e desde que não se 
trate de matéria de ordem pública. Isto porque a arbitragem não é um instituto 
que se preste a homologar rescisão contratual e também porque o artigo 1º da 
Lei nº 9.307/96 preconiza que a arbitragem somente pode ser utilizada para 
solução de conflitos de pessoas capazes e decorrentes de direitos patrimoniais 
disponíveis. 
 
Observação: A Lei nº 13.129/2015 alterou alguns dispositivos da Lei nº 9.307/1996, 
mas nada de modo efetivo relacionado ao direito processual do trabalho. 
 
c) jurisdição do Estado: os conflitos solucionados pelo Poder Judiciário, seja em 
dissídios individuais, seja em dissídios coletivos. 
 
 
 
02. JURISDIÇÃO 
 
02.1. Conceito 
É o poder de dizer o direito. É inerente a todos os juízes investidos nessa função pelo 
Estado. 
 
Jurisdição é todo poder que o juiz tem de dizer o direito, portanto, difere-se de 
competência. 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO (aplicação subsidiária): 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
14 
 - Conhecimento: regra da CLT, se omissa, subsidiariamente o CPC - art. 769 da 
CLT; 
 - Execução: regra da CLT, se omissa, subsidiária Lei 6.830 de 80 (LEF). 
Depois CPC - art.889 da CLT 
 
OBS. art 15 do CPC 
 
02.2. Princípios Inerentes à Jurisdição 
Segundo Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel 
Dinamarco são princípios inerentes à jurisdição: investidura, aderência ao território, 
indelegabilidade, inevitabilidade, inafastabilidade, juiz natural e inércia. 
 
02.2.1. princípio da investidura 
A jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na 
autoridade de juiz. A jurisdição é um monopólio do Estado e este, que é uma pessoa 
jurídica, precisa exercê-la através de pessoas físicas que sejam seus órgãos ou agentes: 
essas pessoas físicas são os juízes. 
 
A jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na 
autoridade de juiz 
 
02.2.2. princípio da aderência ao território 
Manifesta-se, em primeiro lugar, a limitação da própria soberania nacional ao território 
do país. Além disso, como os juízes são muitos no mesmo país, distribuídos em 
comarcas ou seções judiciárias também se infere daí que cada juiz só exerce a sua 
autoridade nos limites do território sujeito por lei à sua jurisdição. Esse princípio 
estabelece limitações territoriais à autoridade dos juízes. 
 
Primeiro, nacional. Segundo, distribuídos em comarcas ou seções judiciárias também 
se infere daí que cada juiz só exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito 
por lei à sua jurisdição 
 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
15 
02.2.3. princípio da indelegabilidade 
É, em primeiro lugar, expresso através do princípio constitucional segundo o qual é 
vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições. A Constituição fixa o conteúdo das 
atribuições do Poder Judiciário e não pode a lei, nem pode muito menos alguma 
deliberação dos próprios membros deste, alterar a distribuição feita naquele nível 
jurídico-positivo superior. Além disso, no âmbito do próprio Poder Judiciário não pode 
juiz algum, segundo seu próprio critério e talvez atendendo à sua própria conveniência, 
delegar funções a outro órgão, na medida em que o magistrado exerce a jurisdição 
como agente do Estado e não em seu próprio nome. 
 
É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições 
 
 
02.2.4. princípio da inevitabilidade 
Significa que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo uma emanação do próprio 
poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das 
partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. 
 
Uma vez que o litígio foi levado ao judiciário, executa-se ainda que sem a vontade das 
partes 
 
02.2.5. princípio da inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional) 
Garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a 
quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela 
(artigo 5º, inciso XXXV, da CF/88). 
 
Garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a 
quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela 
(artigo 5º, inciso XXXV, da CF/88). 
 
02.2.6. princípio do juiz natural 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
16 
Assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e 
imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais. A Constituiçãoproíbe os 
chamados tribunais de exceção, instituídos para o julgamento de determinadas pessoas 
ou crimes de determinada natureza, sem previsão constitucional (artigo 5º, inciso 
XXXVII da CF/88). 
 
Assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e 
imparcial (quando surge um litígio, deve haver previamente a tipificação e o órgão 
competente) - juiz substituto não fere o princípio do juiz natural. 
 
02.2.7. princípio da inércia 
Por sua própria natureza, os órgãos jurisdicionais são inertes, ou seja, só age mediante 
provocação das partes. Exceção que ocorre no processo do trabalho: artigo 878 da 
CLT, o qual preconiza que o juiz do trabalho pode impulsionar a fase executória de 
ofício. 
 
Inércia: o órgão jurisdicional só age mediante provocação das partes. 
Diferentemente do CPC, a jurisdição trabalhista é inerte apenas na fase de 
conhecimento. O juiz do trabalho pode impulsionar a fase executória de ofício (art. 
878 da CLT). 
 
02.2.8. princípio da ampla defesa e do contraditório 
É princípio previsto no artigo 5º, inciso LV, da Carta Constitucional de 1988. 
 
Observação: o artigo 10 do Novo Código de Processo Civil apenas e tão somente 
repisa o princípio da ampla defesa e do contraditório. 
 
 
 
03. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 
 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
17 
Cleber Lúcio de Almeida – direito processual do trabalho é o conjunto de normas e 
princípios que organizam e disciplinam a solução judicial dos conflitos de interesses 
de natureza trabalhista (entendendo-se como tais os que decorrem de uma relação de 
trabalho ou que sejam conexos à relação de emprego). 
 
Emenda 45 de 2004 
 
Renato Saraiva – direito processual do trabalho é o ramo da ciência jurídica, dotado de 
normas e princípios próprios para a atuação do direito do trabalho e que disciplina a 
atividade das partes, juízes e seus auxiliares, no processo individual e coletivo do 
trabalho. 
 
 Amauri Mascaro Nascimento - direito processual do trabalho é o ramo do direito 
processual destinado à solução judicial dos conflitos trabalhistas. 
 
Sérgio Pinto Martins - direito processual do trabalho é o conjunto de princípios, regras 
e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos 
dissídios, individuais ou coletivos, entre trabalhadores e empregadores. 
 
Observação: Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 é certo que a 
competência da Justiça do Trabalho foi significativamente ampliada, razão pela qual 
outros litígios que não apenas entre trabalhadores e empregadores são solucionados 
por esse ramo do Poder Judiciário. 
 
 
 
04. AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 
 
No dizer de Amauri Mascaro Nascimento o direito processual do trabalho, que nunca 
se separa do direito processual civil, tem os seguintes aspectos: 
 
O Processo do Trabalho ganhou certa autonomia em relação ao Direito do Trabalho (a 
partir do art. 643 da CLT – Processo do Trabalho). 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
18 
A disciplina se torna autônoma quando têm regras, disciplinas, princípios, doutrinas 
próprias. 
 
-jurisdição especial destinada a julgar dissídios individuais. 
-dissídio coletivo econômico, jurídico e de greve como uma de suas peculiaridades. 
-existência de lei processual específica, embora com larga aplicação subsidiária do 
direito processual comum. 
-singularidade do tipo de contrato que interpreta - o vínculo de trabalho - que, diante 
da inafastabilidade entre o trabalho e a pessoa que o presta, difere dos contratos de 
direito civil, na medida em que em seu objeto está envolvida a pessoa que trabalha, 
seus direitos de personalidade e o poder de direção daquele que é beneficiado pelo 
trabalho, uma troca salário-trabalho, mas, também, diante das pessoas típicas que 
figuram como sujeitos do vínculo, o empregado e o empregador. 
 
Dessa forma, diz o doutrinador, o direito do trabalho e o direito processual do trabalho 
são autônomos, porque o primeiro é ramo do direito material, e o segundo, do direito 
processual. 
 
A CLT contém tanto normas de direito material, quanto normas de direito processual. 
 
A maioria dos cursos de bacharelado tem a cadeira específica de direito processual do 
trabalho. 
 
Por fim, a produção doutrinária de direito processual do trabalho em nosso País é uma 
das maiores entre todos os países esclarecendo o renomado doutrinador que há livros 
de curso, livros monográficos e de prática forense. 
 
 
 
05. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 
 
05.1. Conceito – José Cretella Junior 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
19 
Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que 
condicionam todas as estruturações subsequentes. São os alicerces da ciência. 
 
Princípios são norteadores do Direito. 
 
05.2. Princípios Constitucionais do Direito Processual 
 
05.2.1. Acesso à justiça 
Direito de ação. Nenhuma lei pode contemplar vedação ao direito de cada um acionar 
o Poder Judiciário. Nesse sentido, incabível a possibilidade de discussão de qualquer 
litígio em instância administrativa, antes da propositura de ação judicial. A única 
exceção encontra-se prevista no artigo 217, parágrafo 1º, da Lei Magna que assim 
preconiza: 
 
Art. 217 - ... 
... 
Parágrafo 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e 
às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça 
desportiva, reguladas em lei. 
 
Nos litígios exclusivamente desportivos, apenas poderá ser acionado o Judiciário, 
após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva. 
Se forem litígios desportivos e trabalhistas, simultaneamente, é permitido o 
ajuizamento de ações trabalhistas. 
 
Sobreleva mencionar, portanto, a passagem por instância administrativa, nesse caso, 
somente tem cabimento quando o litígio for exclusivamente ligado às questões 
desportivas. Disso é forçoso concluir que quando se trate de questões trabalhistas ou 
desportivas e trabalhistas, simultaneamente, é permitido o ajuizamento de ações 
trabalhistas (grifei e negritei). 
 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
20 
05.2.2. Inafastabilidade da prestação jurisdicional 
Vivemos num Estado Democrático de Direito. Assim sendo em vista que não é 
possível fazer justiça com as próprias mãos é direito de cada um obter uma decisão 
judicial para o seu pleito. 
 
É direito de cada um obter uma decisão judicial (vedada a autotutela). 
 
05.2.3. Dever de fundamentar a decisão 
Tal encontra-se consagrado no artigo 93, inciso IX, da Carta Constitucional de 1988. 
Não é admissível que o juiz defira ou indefira pedidos sem dizer como e porque de sua 
decisão. 
 
Os juízes e tribunais tem o dever de fundamentar as suas decisões. 
No novo CPC, os juízes são obrigados a rebater todos os argumentos (apreciar todos os 
argumentos, não somente os principais), além de fundamentar a decisão. 
 
 
05.3. Princípios Constitucionais do Direito Processual do Trabalho: 
 
No Processo Trabalhista, o prazo não se conta em dias úteis. Mantêm-se em dias 
corridos. 
 
05.3.1. Competência conciliatória e decisória dos órgãos judiciais trabalhistas 
No processo do trabalho a conciliação deve ser buscada à exaustão, na medida em que 
tal se presta como instrumento de pacificação social. No processo do trabalho pode-se 
tentar a conciliação a qualquer tempo, bem como em inúmeras vezes. Todavia, em 
duas oportunidadestal deve ser obrigatória em audiência, a saber: antes da 
apresentação da defesa e após as razões finais. 
 
Deve haver audiência prévia de conciliação (antes da apresentação da defesa), bem 
como após as razões finais. 
 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
21 
05.3.2. Poder normativo para decidir conflitos coletivos de trabalho 
A legislação processual trabalhista permite que se solucionem conflitos trabalhistas 
tanto de forma individual, como de forma coletiva. O litígio individual é a própria 
reclamação trabalhista ou ação trabalhista, no qual há solução do mesmo in concreto 
(sentença condenatória). Por outro lado, no litígio coletivo a solução se dá por meio de 
uma sentença normativa em que o Poder Judiciário tem a possibilidade de criar norma 
com a aprovação de cláusulas normativas, atuando em verdadeira função atípica, 
quando a solução do litígio ocorre in abstrato (sentença declaratória-constitutiva). 
 
Função executiva – função típica: executar as leis aprovadas pelo CN; função atípica: 
julgamento do servidor público nos procedimentos administrativo-disciplinares. 
Função legislativa – função típica: aprovar leis; função atípica: julgamento do 
Presidente nos crimes de responsabilidade. 
Função judiciária – função típica: aplicar leis ao caso concreto; função atípica: poder 
normativo (ação de dissídio coletivo – sentença normativa) 
 
SENTENÇA NORMATIVA: o Poder Judiciário tem a possibilidade de criar norma 
com a aprovação de cláusulas normativas, atuando em verdadeira função atípica, 
quando a solução do litígio ocorre in abstrato (sentença declaratória-constitutiva). 
 
05.3.3. Respeito, nos dissídios coletivos, às disposições convencionais e legais 
mínimas de proteção ao trabalho 
Não é permitido ao Poder Judiciário proferir sentença normativa que viole acordos 
coletivos de trabalho ou convenções coletivas de trabalho que estejam em vigor e que 
tragam mais direitos aos trabalhadores e nem proferir sentença normativa que consagre 
direitos trabalhistas inferiores àqueles previstos na Constituição Federal de 1988 ou na 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
Nos dissídios coletivos, devem-se respeitar os direitos trabalhistas básicos previstos na 
CF e CLT. 
 
05.4. Princípios específicos do Direito Processual do Trabalho: 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
22 
 
Decorrem da sistemática processual trabalhista 
 
05.4.1. Oralidade 
Prevalência da produção oral de provas reduzida a termo. Hodiernamente referido 
princípio tem sido mitigado pelos operadores do direito, na medida em que os litígios 
trabalhistas se tornam mais complexos. Contudo, referido princípio ainda remanesce, 
quando possível de aplicação. 
 
Até a CF 46, a justiça do trabalho estava dentro do Poder Executivo, assim, a 
reclamação era verbal. 
791 da CLT: as partes podem reclamar pessoalmente, não havendo necessidade de 
petição escrita e advogado, no setor de reclamação verbal. 
 
- Defesa no Processo Trabalhista: Quando os autos são físicos, a defesa é 
levada no dia da audiência. Quando os autos não são físicos, a contestação deve ser 
protocolada até uma hora antes da audiência. 
* Nos casos do art. 791, o consenso é de que a contestação pode ser feita na hora. 
- Defesa no Processo Civil: A defesa deve ser protocolada. 
 
05.4.2. Concentração 
Prevalência da realização de todos os atos num só momento. Em regra a audiência 
trabalhista deve ser UNA. Entretanto, cabe ao juiz do trabalho decidir sobre a adoção 
dessa modalidade de audiência ou mesmo de audiência fracionada. Sustentamos a 
audiência UNA como regra justamente para conferir observância ao princípio sob 
estudo. Mas nem sempre é possível a realização de audiência UNA como, v.g., no caso 
de necessidade de realização de prova pericial ou no mesmo no caso de oitiva de 
testemunha por meio de carta precatória ou de carta rogatória. 
 
Tipos de audiência: 
 - Una: no mesmo dia é feita a conciliação, instrução e julgamento; 
 - Fracionada: 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
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* Bipartida: conciliação em um dia; instrução e audiência de julgamento em outro; 
* Tripartida: conciliação em um dia, instrução em um segundo e a audiência de 
julgamento em um terceiro dia. 
 
Na sistemática da CLT, a audiência é una. 
 
 
05.4.3. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias 
Diferentemente do processo civil, o Agravo de Instrumento no processo do trabalho 
somente se presta a destrancar recurso cujo seguimento tenha sido denegado. 
Exceções: impugnação ao valor atribuído à causa (Lei nº 5.584/70 – artigo 2º, 
parágrafo 1º) e as matérias previstas na Súmula 214 do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
O Agravo não tem recurso imediato, tem apenas caráter anti-preclusivo e será 
analisado posteriormente (artigo 893, parágrafo primeiro da CLT). 
Deste modo, as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, o seu mérito 
somente será apreciado posteriormente, no recurso da sentença definitiva. Cabe 
mencionar que, segundo entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, existem 
exceções para a regra da irrecorribilidade, as quais estão previstas em sua Súmula n.º 
214. 
“Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões 
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação 
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para 
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, 
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.” 
 
05.4.4. Celeridade 
O processo não é fim em si mesmo, mas apenas meio para obtenção do direito violado. 
Por isso a necessidade de uma solução rápida para o litígio que, lembre-se, tem 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
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natureza alimentar. Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004 foi aprovado 
o inciso LXXVIII ao artigo 5º, in verbis: 
 
Art. 5º ... 
... 
Inciso LXXVIII – a todos, no âmbito judicial ou administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. 
 
05.4.5. Identidade física do juiz 
Com o cancelamento da Súmula 136 do TST é de se concluir que no processo do 
trabalho, à semelhança do que ocorre no processo civil, há identidade física do juiz. 
Assim, o juiz do trabalho que instruir o feito deverá julgá-lo. 
 
Súmula 136 do TST: Não existe identidade física do juiz (cancelada) 
Logo, existe identidade física: o juiz que primeiro conhece o processo, deve julgá-lo. 
A Súmula existia porque até a Emenda 24 de 99, os processos eram julgados por um 
juiz togado mais dois juízes de representação classista que possuíam mandato de 
apenas três anos. Assim, com o cancelamento do julgamento pelos juízes classistas, a 
súmula também foi cancelada. 
 
05.4.6 Impulso oficial na fase executória 
O juiz deverá impulsionar o processo de ofício quando o mesmo estiver na fase 
executória. É o que se depreende do disposto no artigo 878, caput, do Texto 
Consolidado, conforme abaixo: 
Art. 878 – A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou 
ex officio, pelo próprio juiz ou presidente ou tribunal competente, nos 
termos do artigo anterior. 
 
Justamente por conta desse artigo é que a doutrina e a jurisprudência divergem sobre a 
existência ou não de prescrição intercorrente no processo do trabalho,matéria que 
melhor será estudada no ponto que trata da execução trabalhista. 
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25 
 
 
 
QUESTÕES DA PROVA DA OAB 
 
EXAME DE ORDEM IX – FGV – 1ª FASE 
Um dos princípios norteadores do Processo do Trabalho é o da celeridade, dada a 
natureza salarial do crédito trabalhista. Entretanto, por força de Lei, algumas causas 
especiais possuem preferência na tramitação. Das situações listadas a seguir, assinale 
aquela que terá preferência em todas as fases processuais: 
 
A) a que será executada contra a União, Estados ou Municípios. 
B) a que será executada perante o juízo da falência. 
C) a que será executada em face de empregador doméstico 
D) a que será executada em face de empresa pública. 
 
 
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06. RELAÇÕES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 
 
Segundo Sérgio Pinto Martins, o direito processual do trabalho relaciona-se com 
outros ramos do direito, a saber: 
 
a) Direito do Trabalho: os dispositivos processuais inseridos na CLT se prestam a 
concretizar o direito material do trabalho inserido no mesmo diploma legal. 
 
b) Direito Processual: vários conceitos consagrados no direito processual como ação, 
autor, réu, exceção, reconvenção, recurso, etc são trazidos do direito processual. 
 
c) Direito Administrativo: utilização de toda a organização da Justiça do Trabalho e o 
regime jurídico dos seus servidores públicos. 
 
d) Direito Penal: utilização dos conceitos caracterizadores da justa causa aplicada ao 
empregado, vez que são infrações que muito se assemelham com as infrações 
cometidas pelas pessoas e que estão previstas no Código Penal. Além disso, pode 
ocorrer o cometimento de crimes como falso testemunho, falsa perícia, fraude 
processual, coação no curso do processo, crimes de funcionários públicos da Justiça do 
Trabalho. 
 
e) Direito Empresarial: utilização de regras contidas na lei de falências e de 
recuperação judicial no processo do trabalho. 
 
f) Direito Civil: utilização de regras contidas no Código Civil como, por exemplo, 
habilitação de herdeiros, conceitos de parentesco para saber se a testemunha pode ou 
não depor, etc. 
 
g) Direito Tributário: utilização subsidiária da Lei nº 6.830/80 (lei de execuções 
fiscais) na fase executória, por força do contido no artigo 889 da CLT. Também a 
incidência de imposto de renda, contribuição previdenciária e fundiária sobre verbas 
de natureza trabalhista apontam para o relacionamento do direito processual do 
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27 
trabalho com essa matéria. Por fim, a fixação de custas processuais, tributo da espécie 
taxa. 
 
O Juiz Trabalhista deve executar a contribuição previdenciária. 
 
 
07. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 
 
São classificadas em: fontes formais e fontes materiais. 
 
07.1. Fontes materiais 
Sérgio Pinto Martins - são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de 
normas, envolvendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, 
econômicos, históricos, etc. São os fatores reais que irão influenciar na criação da 
norma jurídica. 
 
07.2. Fontes formais 
Sérgio Pinto Martins – são as formas de exteriorização do Direito. Exemplo: lei, 
costume, etc. 
 
Fontes formais – são classificadas em heterônomas e autônomas. 
 
07.2.1. Fontes heterônomas 
São aquelas impostas por agente externo. Exemplo: constituição, lei, decreto, sentença 
normativa, regulamento de empresa. 
 
07.2.2. Fontes autônomas 
São aquelas elaboradas pelos próprios interessados. Exemplo: costume, convenção 
coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, regulamento de empresa, contrato de 
trabalho. 
 
07.3. Fontes Formais Encontradas nas Normas Processuais Trabalhistas: 
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(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
28 
 
A primeira fonte do Direito Processual do Trabalho é a CF e, após, a CLT. 
 
07.3.1. Na Constituição Federal de 1988 
Artigo 111 e seguintes tratam de direito processual trabalhista sobre competência, 
organização e composição da Justiça do Trabalho. 
 
07.3.2. A lei como fonte formal de Direito Processual do Trabalho - Leis 
Ordinárias 
CLT, Novo CPC (este último de forma subsidiária e supletiva, segundo o artigo 15 do 
Novo CPC), Decreto-Lei nº 779/69, Lei nº 5.584/70, Lei nº 6.830/80, Lei nº 7.701/88. 
 
07.3.3. Decretos que regulamentam as leis. 
 
07.3.4. Regimentos dos Tribunais. 
 
07.3.5. O negócio jurídico como fonte formal do Direito Processual do Trabalho 
Normalmente o negócio jurídico contempla normas de direito material trabalhista. 
Todavia, podem as convenções coletivas de trabalho e os acordos coletivos de trabalho 
trazer regras sobre mediação e arbitragem. 
 
07.3.6. Costumes 
Nem todos os doutrinadores entendem possível, pois, em regra, as normas são 
elaboradas pelo Estado. 
 
Observação: Direito Processual do Trabalho, em princípio, é exclusivamente estatal. 
Todavia, tratados internacionais podem conter normas processuais. Ex: Tratado de 
Itaipu, Tratado de Roma, Tratado de Assunção. 
 
07.3.7. Jurisprudência – Súmula 
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Também pode versar sobre Direito Processual do Trabalho. Ex: quando tratam de 
prazo, quando tratam de cabimento de recursos, quando tratam de cabimento de ação 
rescisória, quando trata de mandado de segurança, quando trata de substituição 
processual, etc. 
 
 
08. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO. EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO. 
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO. 
 
08.1. Eficácia 
No entendimento de Sérgio Pinto Martins, significa a aplicação ou a execução da 
norma jurídica. É a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações. 
 
Esclarece o doutrinador que a eficácia não se confunde com validade, que é a força 
imponível que a norma tem, isto é, a possibilidade de ser observada. 
 
Esclarece o doutrinador, ainda, que a eficácia também não se confunde com a vigência 
da norma, que diz respeito ao seu tempo de atuação. 
 
08.1.1. Eficácia das leis processuais trabalhistas no tempo 
Geralmente a lei entra em vigor na data de sua publicação. Se não existir disposição 
expressa a lei começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada (artigo 1º da 
Leis de Introdução ao Código Civil). Normalmente, a eficácia da lei processual 
trabalhista é imediata, razão pela qual se aplica aos processos em curso ficando 
resguardados os atos já praticados pelo direito adquirido e pelo ato jurídico perfeito. 
Contudo, o retromencionado legislador cita como exemplo a Lei nº 9.957/2000 que 
criou o procedimento sumaríssimo, a qual entrou em vigor 60 dias após sua publicação 
no Diário Oficial. 
 
Tempo: Entra em vigor na data da publicação e, em regra, não tem efeito retroativo 
 
André Cremonesi – Direito USJT 
(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
30 
08.1.2. Eficácia das leis processuais trabalhistas no espaço 
Diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. A lei processual trabalhista 
se aplica no território brasileiro tanto para os trabalhadores nacionais, quanto para os 
trabalhadores estrangeiros que buscam a prestação jurisdicional em nosso País. 
 
Espaço: Válido para brasileiros e estrangeiros. 
 
 
08.2. Interpretação das Normas Trabalhistas Processuais 
Para Sérgio Pinto Martins interpretar a norma é compreender o que o legislador quer 
dizer. Em suma: interpretar é buscar o verdadeiro sentido da norma.Súmula 356 do TST 
 
Os recursos de interpretação podem ser classificados de diversas formas. Alguns 
critérios: 
 
Na interpretação a norma já existe; 
Na integração, existe lacuna que é preenchida por analogia, princípio geral do Direito, 
etc. 
 
08.2.1. Com relação às fontes de interpretação: 
 
a) autêntica – feita pelo autor da norma. 
 
b) doutrinária – feita pelos doutrinadores: é a opinião dos doutos. 
 
c) jurisprudencial – é a estabelecida pelos tribunais. 
 
08.2.2. Com relação aos meios de interpretação: 
 
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a) gramatical ou literal - consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da 
norma jurídica, o alcance das palavras encerradas no texto da lei. É a mais pobre de 
todas as interpretações da lei. 
 
b) lógica - em que se estabelece conexão entre vários textos legais a serem 
interpretados. 
 
c) teleológica ou finalística - a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo 
com o fim colimado pelo legislador. 
 
d) sistemática - a interpretação será dada ao dispositivo legal conforme a análise do 
sistema no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um dispositivo, 
mas ao seu conjunto. 
 
e) histórica - leva em conta o contexto histórico existente à época da edição da lei, sua 
exposição de motivos, mensagens, emendas, discussões parlamentares. 
 
f) sociológica - em que se verifica a realidade e a necessidade social na elaboração da 
lei e em sua aplicação. Diz a lei de introdução ao Código Civil que o juiz, ao aplicar a 
lei, deve ater-se aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
 
08.2.3. Com relação aos efeitos (resultado da interpretação) 
 
a) taxativa – prevalece rigorosamente aquilo que foi previsto pelo legislador. 
 
b) restritiva – a conclusão é no sentido de que o legislador quis incluir menos casos do 
que aqueles que, à primeira vista, estão incluídos na redação da norma. 
 
c) extensiva ou ampliativa – a conclusão é no sentido de que o legislador quis aplicar a 
norma a casos aparentemente não previstos na redação da norma. 
 
 
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32 
 
08.3. Integração das Normas Processuais Trabalhistas 
Integrar é suprir lacunas do ordenamento jurídico. Mesmo com a enorme quantidade 
de normas que existe no ordenamento jurídico, e em especial no ordenamento jurídico 
trabalhista que conta com fontes específicas de produção de normas (acordo coletivo, 
convenção coletiva, sentença normativa), pode ocorrer de determinado problema 
concreto não encontrar preceito próprio que diga como as partes devem se comportar. 
Nessa hipótese, o intérprete e o operador do Direito (advogados, juízes, membros do 
Ministério Público) deverão apelar para critérios ou técnicas apropriadas para integrar 
o sistema jurídico, criando por esses meios a norma que falta. 
 
08.3.1. As técnicas de integração 
O intérprete está autorizado a suprir lacunas existentes na norma jurídica por meio de 
utilização de técnicas jurídicas. O artigo 8º da Consolidação das Leis do Trabalho 
autoriza o juiz, na falta de disposição legal ou convencional, a utilizar a analogia e a 
equidade. Também podem ser usados a doutrina, os princípios e a jurisprudência. São 
elas: 
 
a) analogia: consiste na utilização de uma regra semelhante para o caso em exame. 
Divide-se em analogia legis (aplicação de texto de lei que soluciona caso concreto a 
caso semelhante) ou analogia juris (aplicação de princípio). 
 
b) equidade: tem dois significados. Pode ser chamado de equidade o processo de 
criação da norma jurídica para a sua integração no ordenamento jurídico, sendo, pois, 
por esse prisma, uma técnica de integração da norma. Tem também o significado de 
igualdade, de benignidade, de equilíbrio. Nesse último sentido, deve ser lembrado que 
em nosso sistema jurídico o juiz só pode julgar por equidade nas hipóteses 
expressamente autorizadas em lei (artigo 140, parágrafo único, do Novo Código de 
Processo Civil). 
 
 
 
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33 
 
09. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPOSIÇÃO DOS 
TRIBUNAIS. 
 
O STF é preenchido por critérios exclusivamente políticos; 
TST – 4 de 5 carreira (merecimento e antiguidade); o quinto é o constitucional (1 de 
10 procurador do MPT e 1 de 10 advogados); 
TRT – 4 de 5 carreira (merecimento e antiguidade); o quinto é o constitucional (1 de 
10 procurador do MPT e 1 de 10 advogados); 
Vara do Trabalho – monocrático (2 anos para vitaliciar) (merecimento e 
antiguidade). 
 Merecimento: não ter sentença em atraso ou representação na corregedoria 
 
09.1. Poder Judiciário - ramos 
 
a) Poder Judiciário da União que se subdivide em: 
 
Justiça Federal; 
Justiça do Trabalho; 
Justiça Eleitoral; 
Justiça Militar. 
 
b) Poder Judiciário dos Estados Membros. 
 
Quanto à Justiça do Trabalho pode-se dizer o seguinte: 
 
09.2. Constituição Federal de 1934 
Artigo 122 – Justiça do Trabalho instituída para dirimir questões entre empregadores e 
empregados, não se aplicando aos juízes as garantias pertinentes aos juízes do Poder 
Judiciário. Isto porque nessa época a Justiça do Trabalho era órgão pertencente ao 
Poder Executivo. 
 
09.3. Constituição Federal de 1937 
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(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
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Artigo 139 – redação semelhante ao artigo 122 da Constituição Federal de 1934 
mencionando que ficaria instituída a Justiça do Trabalho para dirimir os conflitos 
oriundos das relações entre empregadores e empregados, sendo regulada em lei e à 
qual não se aplicam as disposições constitucionais relativas à competência, ao 
recrutamento e às prerrogativas da justiça comum. 
 
09.4. Decreto-Lei nº 1.237/39 de 05/05/39 regulamentado pelo Decreto nº 6.596/40 de 
12/12/40 
Organizou a Justiça do Trabalho. Era considerado órgão autônomo do Poder 
Executivo, mas ainda não pertencia ao Poder Judiciário. 
 
09.5. Constituição Federal de 1946 
Artigo 122 – inclusão da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário. Passa 
também a ter uma organização estabelecida pela própria Constituição. O artigo 122 da 
referida norma consagrou o que foi repetido nas demais constituições: os órgãos da 
Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do 
Trabalho e Juntas de Conciliação de Julgamento. 
 
 
Também versam sobre o tema: artigo 133 da Constituição Federal de 1967. 
 artigo 141 da Emenda Constitucional nº 1/69. 
 artigos 111 a 116 da Constituição Federal de 1988. 
 
 
09.6. Peculiaridades da Justiça do Trabalho 
 
09.6.1. dá efetividade ao direito do trabalho. 
09.6.2. não há divisão em entrâncias nas Varas. 
09.6.3. não existem Varas especializadas. 
09.6.4. os tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados. Contudo, aos 
poucos essa realidade foi mudando e, hoje, a maioria dos Estados é contemplada com 
um Tribunal Regional do Trabalho, exceto nos seguintes casos: 8ª Região – Pará 
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(Editado: Aline Sayuri Kazari) 
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(abrange Pará e Amapá), 11ª Região – Amazonas (abrange Amazonas e Roraima) e 
14ª Região – Rondônia (abrange Rondônia e Acre). Além disso, ao contrário do que 
acaba de ser dito, o único Estado que possui dois Tribunais Regionais do Trabalho é 
São Paulo (2ª Região que abrange a Capital, Grande São Paulo e parte da Baixada 
Santista e 15ª Região

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