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Direito Econômico

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Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Direito Econo mico 
Professor: Daniel Clayton Moreti 
 
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016 
Relação entre Direito e Economia 
A economia estuda como a sociedade deve distribuir os bens escassos. O 
objeto a ser consumido somente será caracterizado como econômico se contiver certo 
grau de escassez e resultar de ato de produção, pois se for abundante no universo não 
será assim considerado. 
Por não ser dotada de poder coercitivo, a economia utiliza-se do Direito para 
fazê-lo (a economia diz o que a sociedade deve fazer, e o Direito obriga: ponto de 
intersecção/ligação entre Direito e Economia). 
Realizar atividades econômicas não é função do Estado, no entanto, é 
recorrentemente "chamado" para atuar no mercado econômico, pois o mercado sem a 
intervenção de um "agente forte", não consegue meios passíveis de solução. 
 
1. A relevância do estudo da Economia para o Direito 
A Economia é um dos campos do conhecimento, no qual o Direito vai buscar 
elementos para a composição das normas jurídicas, pois o Direito sempre busca suas 
composições jurídicas em outros campos do conhecimento. 
 
2. O conceito de Direito Econômico 
Direito Econômico é um ramo do Direito que estuda as formas e os 
instrumentos por meio dos quais o Estado põe em prática as políticas econômicas. A 
política econômica deve ser entendida como os objetivos do Estado na área econômica 
(o que o Estado deseja fazer na área econômica). 
Programa de Estado: políticas econômicas asseguradas pela CF, independentemente do 
governo que está no poder. 
Programa de Governo: políticas econômicas criadas pelo governo (como fazer o que está 
assegurado pela CF). 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
O surgimento do Direito Econômico resulta do tratamento jurídico conferido a 
uma nova organização das disciplinas jurídicas, na qual, uma boa parte dos temas, 
antes inseridos nos currículos de direito constitucional, administrativo, financeiro, 
penal, empresarial, entre outros, agora compõem uma disciplina que possui a 
particularidade de cuidar, sobretudo, da intervenção do Estado no domínio 
econômico, ou seja, os parâmetros normativos criados pelo Estado de Direito no 
delineamento das práticas econômicas, seja instituindo políticas específicas, coibindo 
condutas, prevendo as formas de fiscalização, regulação e participação do Estado na 
atividade econômica. 
 
3. Distinção do Direito Econômico com outras disciplinas 
O Direito Econômico preocupa-se única e exclusivamente com a intervenção do 
Estado na Economia (relação pública). 
 
4. Competência para legislar sobre Direito Econômico 
Um dos argumentos que justificam a autonomia do Direito Econômico é a 
previsão Constitucional da competência para criação de normas jurídicas de Direito 
Econômico. A disposição constitucional assim determina: 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre: 
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico 
e urbanístico; 
II – (...) 
§1.º No âmbito da legislação concorrente, a competência 
da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§2.º A competência da União para legislar sobre normas 
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§3.º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. 
§4.º A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for 
contrário.” 
 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 I - (...) 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência 
de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
X - (...) 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da 
poupança popular; 
XX - (...)” 
 
A competência concorrente estipulada no inciso I, do art. 24, da CF, deve ser 
aplicada apenas quando o tema econômico não seja incluído na competência privativa 
da União (art. 22), pois legislar sobre crédito, câmbio, transferência de valores, 
sistemas de poupança, entre outros, implica na criação de normas de natureza 
eminentemente econômica. 
Por fim, compete também aos municípios legislar sobre direito econômico em 
razão do disposto no art. 30, III, da CF, nos termos: 
“Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - (...) 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que 
couber; 
III - (...)” 
 
Em resumo, a competência para legislar sobre direito econômico é concorrente 
(União, Estados e Distrito Federal). Entretanto, devem ser excluídos os temas 
econômicos previstos na competência privativa da União. De forma suplementar, os 
municípios poderão legislar sobre temas de direito econômico. 
 
5. Evolução da relação entre Estado e Economia 
a) Liberalismo (Adam Smith) 
O liberalismo tem início do século XX e caracteriza-se pela não intervenção 
estatal no mercado econômico (teoria da mão invisível, de Adam Smith). 
O liberalismo ou o Estado liberal identifica um Estado que tem por princípios 
atuar de forma mínima no domínio econômico. O Estado, na verdade, confia que os 
agentes econômicos privados são suficientes para suprir o mercado daquilo que é 
necessário para a satisfação dos mais variados interesses econômicos. 
O Estado do liberalismo econômico era o resultado do temor que se tinha dos 
abusos de poder contra os agentes econômicos. Acreditava-se que a participação do 
Estado não poderia limitar a livre iniciativa de empreender e competir com os outros 
agentes econômicos. 
A ausência de um ente coercitivo na economia causou um ambiente 
completamente descontrolado e frágil, que culminou, em 1.929, na Quebra da Bolsa 
de Valores de Nova York, demonstrando o fracasso desse sistema econômico; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
b) Intervencionismos (Keynes) 
Com a Quebra da Bolsa de Nova York, percebeu-se que o Estado deveria 
interferir na Economia, como um Estado de bem estar social, fator que aumentou o 
"tamanho" do Estado e reduziu o campo de iniciativa privada. 
Isso fez com que o Estado não tivesse mais de onde tirar dinheiro para cobrir os 
seus gastos, desencadeando o Neoliberalismo; 
 
c) Reformas Neoliberais 
Tem início na década de 1990. Trata-se do modelo liberal com novas 
características. 
Defende a intervenção estatal na economia, mas de forma a garantir a primazia 
da iniciativa privada. O Estado atua preventiva e repressivamente contra os problemas 
que levaram ao fracasso de 29, principalmente por meio da chamada regulação. 
 
 
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 
Fundamentos e Princípios da Ordem Econômica 
1. Fundamentos 
 Valorização do trabalho humano: A valorização do trabalho humano é o 
primeiro fundamento que representa, de forma preliminar, o próprio direito ao 
trabalho. Dessa forma, o Estado cria para si uma obrigação imediata de criação 
de possibilidades de trabalho, pois é assim que o valoriza. 
A criação de condições específicas de proteção ao trabalho deve vir apenas 
após a garantia da empregabilidade, o que envolve a possibilidade de estudo, 
de desenvolvimento cultural etc.; 
 
 Existência digna: A existência digna é medida pela quantidade de 
oportunidades proporcionadas aos indivíduos, sendo tratada como um dos 
fundamentos do próprio Estado brasileiro (CF, art. 1.°); 
 
 Justiça social: O significado do termo “justiça” compreende o acesso, o 
equilíbrio e a igualdade de participação nas instituições sociais. O justiçado 
socialmente é o que possui os mesmos direitos e oportunidades de usufruir os 
bens para a satisfação de suasnecessidades básicas. A justiça social é que faz o 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
homem digno. O acesso à educação, à saúde, à cultura etc. é que equilibra as 
desproporções econômicas que muitas vezes são a consequência natural do 
mundo capitalista. 
O ditame da justiça social refere-se à participação ampla nos resultados da 
atividade econômica que deve garantir, inclusive, um nível de vida que 
proporcione o melhor acesso possível aos bens produzidos; 
 
 Livre iniciativa: O mercado está aberto para quem quiser entrar e produzir o 
que bem entender. No entanto, o Estado pode impor condições para o 
funcionamento dos estabelecimentos. Os condicionamentos impostos são em 
razão do exercício de poder (fiscalização) do Estado, em razão da proteção à 
coletividade (parágrafo único do art. 170). 
A atuação do Estado na organização, regulação e controle da atividade 
econômica não pode interferir na livre iniciativa fora dos padrões estabelecidos 
na própria Constituição Federal. Tanto na participação direta do Estado na 
atividade econômica quanto nas formas de intervenção indireta, o Estado deve 
obedecer aos limites determinados pela Constituição Federal. 
 
2. Princípios 
 Soberania nacional: Um dos elementos do Estado para se firmar como tal é a 
soberania, que significa que as decisões tomadas devem representar a vontade 
absoluta do Estado Nacional. 
O Estado brasileiro deve, sempre que possível, privilegiar o mercado econômico 
interno e não internacionais; 
 
 Propriedade privada: A propriedade privada na função de princípio da ordem 
econômica significa o reconhecimento dos direitos inerentes ao domínio da 
coisa, objeto de exploração e organização dos agentes econômicos. 
No entanto, o princípio da propriedade privada não é absoluto, pois encontra 
seu limite no princípio da função social da propriedade (a propriedade deve ter 
uma função, ex. latifúndio para produção); 
 
 Função social da propriedade: A relação do indivíduo com a propriedade, que 
antes lhe serviu os interesses apenas, passa a agregar também o interesse 
social. A função social é uma função limitadora da autonomia privada sobre os 
bens, o choque dos interesses pessoais do proprietário com os interesses gerais 
da sociedade limitará os direitos daquele; 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 Livre concorrência: O princípio da livre concorrência impõe ao Estado abrigar 
uma ordem econômica fundada na rivalidade dos entes exploradores de 
mercado. Segundo esse princípio, o mercado deve ser explorado pela maior 
quantidade de agentes possíveis, ou seja, o Direito deve garantir a entrada e a 
capacidade de concorrer a quem queira explorá-lo. 
O Estado deve conter qualquer ato de agentes econômicos que viole direitos de 
outros agentes econômicos. Ou seja, o Estado deve assegurar igualdade às 
condições de concorrência (ex. não se pode vender com preço inferior ao seu 
custo, para captar clientes e falir os concorrentes). 
A livre concorrência (ação do Estado) é um contraponto da livre iniciativa 
(abstenção do Estado). 
O Estado deve atuar aplicando sanções, proibindo fusões (ex. Garoto e Nestlé - 
a fusão prejudicaria a livre concorrência) art. 173, parágrafo 4. 
Lei 12.529 de 2011: CAD - Órgão de Fiscalização; 
 
 Defesa do consumidor: Na relação de consumo, as condições desiguais de 
poder entre o fornecedor e o destinatário final podem ser desequilibradas, o 
que demanda a criação no interior do Direito do Consumidor de uma série de 
regras que regulam as condições obrigacionais desta relação, como, por 
exemplo, a regulação dos anúncios publicitários, entre outros. Apenas com a 
organização dos direitos dos consumidores é que se pode equilibrar o poder 
nas relações de consumo, pois nas relações diretas entre fornecedor e o 
consumidor quase sempre aquele tem maiores condições de realizá-la 
considerando somente as suas necessidades; 
 
 Defesa do meio ambiente: O Estado deve regular a exploração econômica 
tendo a defesa do meio ambiente como uma das mais importantes formas de 
desenvolvimento social, principalmente dos recursos naturais esgotáveis; 
 
 Redução das desigualdades regionais e sociais: o Estado, quando estabelece as 
suas políticas econômicas, deve incentivar a instalação de fábricas em regiões 
menos desenvolvidas economicamente. 
O agente econômico privado, se não direcionado por políticas públicas que o 
estimulem a empreender e desenvolver regiões específicas, pouco poderá fazer 
para a aplicação do princípio. Assim, dirige-se ao legislador ao próprio Poder 
Público, que identificará as regiões e criará as políticas de desenvolvimento 
econômico; 
 
 Busca do pleno emprego: Uma das maneiras de valorizar o trabalho humano é 
garantir o pleno emprego. O pleno emprego, na verdade, é uma das 
consequências da economia em pleno e eficiente funcionamento. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
O Estado deve estimular os agentes de produção econômica a proporcionar 
maior quantidade possível de efeitos sociais, e a geração de empregos é um 
deles; 
 
 Tratamento favorecido a EPP: O tratamento diferenciado para esse conjunto 
de empresas revela, contudo, a necessidade de se proteger os organismos que 
possuem menores condições de competitividade em relação às grandes 
empresas e conglomerados, para que dessa forma efetivamente ocorra a 
liberdade de concorrência (e de iniciativa). É uma medida tendente a assegurar 
a concorrência em condições justas entre micro e pequenos empresários de 
uma parte, e de outra, grandes empresários. 
Lei Complementar 123 de 2006 - Privilegiar essas empresas em razão 
exclusivamente do seu faturamento (isonomia substancial). 
 
 
terça-feira, 01 e 08 de março de 2016 
A forma de intervenção do Estado na Ordem Econômica 
O Estado pode atuar no domínio econômico desenvolvendo ele próprio 
atividade econômica, o que acontece com os serviços públicos ou outras atividades as 
quais os imperativos da segurança nacional ou do interesse coletivo determinem a 
realização de atividades econômicas diretamente pelo Estado. Nos dois casos, a forma 
de atuação do Estado é por participação (intervenção direta). 
A participação direta do Estado no desenvolvimento da atividade econômica 
pode se dar em regime de competição com a iniciativa privada ou em regime de 
monopólio e, por fim, em parceria com a iniciativa privada. 
Por outro lado, quando o Estado não desenvolve diretamente a atividade 
econômica, mas regula, fiscaliza, incentiva, normatiza e planeja, a atuação é indireta. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
1. Intervenção Direta (arts. 173 e 175) 
Dispõe o art. 173 da CF que a participação do Estado na exploração da 
atividade econômica é situação de exceção, sendo possível apenas em razão dos 
imperativos de segurança nacional ou de relevante interesse coletivo. Assim, o 
Estado vem participar, integrar na ordem econômica, para nela atuar junto com os 
demais agentes econômicos (o Estado exerce o papel de agente econômico – função 
atípica). 
O Estado poderá participar do desenvolvimento direto de atividade econômica 
por intermédio das conhecidas empresas estatais, que são as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
 
a) ABSORÇÃO: O Estado atua na economia e absorve, de forma integral, todo o 
seguimento econômico, tornando-se o único atuante na área (monopólio); 
 
b) PARTICIPAÇÃO/COMPETIÇÃO: O Estado não absorve todo um segmento, 
mas apenas concorre em um determinado segmento da economia sem 
constituir monopólio (Ex. banco). 
Aplicam-se os mesmos regimes das empresas do setor privado (ADPF 46 – 
Lei 6.538/78 – ex. Correios); 
Bancos –Princípio da livre iniciativa, soberania nacional, defesa do 
consumidor; 
Petrobrás – Princípio da soberania nacional, defesa do meio ambiente, 
livre concorrência. 
 
c) SERVIÇOS PÚBLICOS (ECONÔMICOS): Podem ser delegados para a iniciativa 
privada, sendo remunerado por meio de tarifas (ex. transporte público, 
telefone, energia elétrica). 
Subsídio cruzado: dentro da mesma atividade do Poder Público, algumas 
prestações dão lucro e outras, prejuízo. Mas o Poder Público não pode 
deixar de oferecer esses serviços, ainda que deem prejuízo (aqueles 
usuários que dão lucro pagam por aqueles que dão prejuízo). 
Transporte público – Função social da propriedade. 
 
 
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Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Ocorre a intervenção direta quanto o Estado, o Poder Público, se propõe a 
realizar atividades econômicas, que na maioria dos casos não são atividades próprias 
do Estado, desde que seja atendidos os seguintes requisitos: 
 Exploração de atividade necessária aos imperativos da segurança 
nacional, conforme definido em lei ou; 
 Relevante interesse coletivo, definido em lei. 
Dessa forma, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado é medida 
excepcional. 
 
2. Intervenção Indireta (art. 174) 
O Estado não atua como agente da ordem econômica. Permanece de fora, mas 
promove (sem entrar na ordem econômica) alguns atos interventivos. 
a) INDUÇÃO/FOMENTO: Estimula ou desestimula a atividade econômica 
através de redução ou aumento de impostos. 
A indução ou fomento consiste em um ato interventivo, por meio do qual o 
Estado exerce pressão sobre a economia a fim de estimular ou de 
desestimular a prática de determinadas atividades econômicas; 
Redução do IPI dos veículos automotores - Princípio da busca do pleno 
emprego, soberania nacional; 
Aumento da taxa de luz – Princípio da defesa do meio ambiente. 
b) DIREÇÃO/REGULAÇÃO/ORDENAÇÃO: Sem atuar como agente econômico, 
o Estado planeja, controla, disciplina e impõe sanções, ou seja, dirige, 
coordena, regula o bom funcionamento da ordem econômica 
(normalmente existem agências reguladoras). 
Permite ao Estado dirigir, planejar, organizar, criar normas de 
funcionamento, fiscalizar, impor sanções a descumprimentos de regras, etc. 
dos mercados. 
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) – Princípio da defesa 
do consumidor; 
Banco Central (BACEN) – Princípio da soberania nacional. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Atividades do Estado 
Ao conjunto de atividades do Estado, chamamos de serviço público em sentido 
amplo. Fazem parte do serviço público em sentido amplo: 
 
1. Funções públicas 
Toda atividade não econômica (não se cobra por ela) e irrenunciável do Estado. 
Pode ser: 
 Exclusiva: exercido apenas pelo Estado (ex. segurança pública, atividade 
jurisdicional e legislativa); 
 Não exclusiva. 
 
2. Serviço público em sentido estrito 
Serviço público em sentido estrito é atividade econômica atribuída 
constitucionalmente ao Estado, em regime de privilégio, e que pode ser 
desempenhada pela iniciativa privada apenas se obedecidas certas formalidades, 
mediante concessão ou permissão. 
 
3. Atividade Econômica em sentido estrito 
As atividades econômicas desempenhadas pelo Estado correspondem aos atos 
de Intervenção Direta na ordem econômica, em regime de concorrência ou em regime 
de monopólio. Estão sujeitas a um distinto regime jurídico, em parte próprio das 
empresas privas, em parte próprio do Poder Público. 
 
 
terça-feira, 15 de março de 2016 
Intervenção Direta 
É a exploração de atividade econômica pelo Estado. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
1. Requisitos para atuação estatal (art. 173) 
1° - autorização Constitucional; 
2° - Interesse público ou razões de segurança nacional. 
 
2. Instrumentos de intervenção direta 
O Estado utiliza-se da administração indireta para realizar intervenções na 
economia. 
a) Administração direta 
Compõe a Administração direta os órgãos da União, dos Estados e do Distrito 
Federal. 
b) Administração indireta – Decreto Lei 200/67 
Fazem parte da administração indireta (CF, art. 37, XIX): 
 Autarquias 
 Fundações públicas 
 Empresas públicas 
 Sociedades de economia mista 
As autarquias e as fundações públicas são pessoas jurídicas de direito público, 
realizando atividades próprias do Poder Público, não sendo, em geral, órgãos de 
intervenção indireta. 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são empresas estatais 
(realizam atividade econômica em sentido estrito, típica do setor privado). Assim, 
quando se fala em intervenção direta, geralmente, depararemos com empresas 
públicas ou sociedades de economia mista, pois são eles que viabilizam a atividade do 
Estado. Ambas são pessoas jurídicas de direito privado, implicando à submissão parcial 
ao regime jurídico das empresas privadas (regime misto). 
A empresa pública sempre terá 100% do capital de titularidade estatal. Já a 
sociedade de economia mista tem como característica a participação do capital público 
e do capital privado (no mínimo, 51% do capital devem pertencer ao Poder Público). 
Quanto à forma jurídica, a sociedade de economia mista sempre adotará a 
forma de S/A. Já a empresa pública poderá adotar qualquer forma de tipo jurídico. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
3. Características da intervenção direta 
a) Equiparação ao regime jurídico das empresas privadas 
 
 Art. 173, §1°, II 
A lei disciplinará o estatuto jurídico das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista, estando, no entanto, sujeito ao mesmo regime jurídico das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários. 
No entanto, existem casos em que empresas estatais realizam atividades do 
Poder Público (ex. Correios – ADPF 46). Assim, o conteúdo prevalece sobre a forma, 
não seguindo o regime do setor privado. 
 ADI 1.642 
 
b) Vedação a privilégios não extensivos ao setor privado 
 
 Art. 173, §2° 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
 Serviço público x Atividade econômica em sentido estrito 
 
 Imunidade tributária (CF, art. 150, VI, A c/c §3°) 
As sociedades de economia mista que realizam atividade de mercado não 
possuem imunidade tributária, com exceção dos correios (RE 601.392/PR). 
 
c) Pessoal 
 
 CLT x Estatuto dos servidores públicos 
A empresa estatal contrata mediante concurso público, no entanto, os 
funcionários serão contratados no regime da CLT e não terão estabilidade, mas, para 
fins penais e de improbidade administrativa, são equiparados aos servidores públicos 
(CP, art. 327, §1°). 
 Vínculo? 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 Contratação (súmula 231 do TCU) 
 AI 468.580 
 
d) Pagamento de dívidas 
 
 RE 599.628 
Os órgãos do Poder Público, para fins de cumprimento de obrigações líquidas 
declaradas em decisões judiciais transitadas em julgado, se darão mediante 
precatórias, em razão da impenhorabilidade dos bens públicos. 
Em se tratando de empresas públicas e de economia mista, estas não serão 
beneficiadas peloregime das precatórias. 
 
e) Custas e prazos processuais 
 
 RE 220.906 
Se a atividade for típica do Poder Público não pagará custas e terá prazo 
dobrado. Se atuar em concorrência com as empresas privadas, terá as mesmas regras 
das empresas privadas no que diz respeito à custa e prazos. 
f) Prestação de contas 
 
 STF, MS 25.092/DF 
As empresas públicas ou de economia mista, com qualquer atividade 
desenvolvida, existe capital público, assim, sempre haverá prestação de contas aos 
Tribunais de Contas (CF, art. 71, II). 
 
g) Patrimônio 
 
 Bens públicos? 
 
h) Contratações 
Em se tratando de atividade meio, é necessária a realização de licitação pública. 
Se atividade fim, está dispensada a licitação pública (art. 17 da Lei 8.666/93). 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
terça-feira, 22 de março de 2016 
Serviços Públicos em sentido estrito 
Serviços Públicos são atividades econômicas de competência do Estado, 
geralmente estruturadas em rede, previstas na Constituição Federal, regidas pelo 
artigo 175 a CF, delegáveis à iniciativa privada mediante prévia licitação e contratos de 
concessão ou permissão (Lei 8.987/95). 
Concessão e permissão se tratam de verdadeiros contratos, assim, geram 
direitos e deveres. Diferente é a autorização, que não gera contrato nem direito 
adquirido, podendo ser revogada sem quaisquer consequências jurídicas. 
 
 
terça-feira, 29 de março de 2016 
Privatização 
No início do século XX prevalecia o modelo econômico denominado 
liberalismo. Após, iniciou-se o modelo intervencionista (o Estado intervindo no 
mercado econômico como um verdadeiro agente econômico). Dai surge a maioria das 
empresas públicas para a realização das diversas atividades a que se propôs. 
Na década de 80 esse modelo intervencionista começa a dar sinais de fracasso 
e o governo não consegue manter a estrutura anteriormente criada. Nesse momento, 
em países mais avançados começam a ser praticadas políticas de menor intervenção 
estatal (deixam de ser intervencionistas e para tornarem-se neoliberais). 
Os principais fatores do neoliberalismo são a globalização e a necessidade da 
regulação (liberalismo limitado onde não se tem o Estado como agente de mercado, 
mas como um fiscalizador do funcionamento desse mercado). 
Com a promulgação da atual CF, garante-se a propriedade privada, mas 
também resquícios do intervencionismo. Iniciam-se, então, as reformas neoliberais 
possibilitando que as empresas de iniciativa privada executem serviços antes 
exclusivos do Poder Público. 
 
1. Desestatização 
EC 6/95 – art. 172 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Abertura para 
 
Telecom 
EC 8/95 – art. 21, XI 
 
Gás canalizado 
EC 5/95 – art. 25, §2° 
 
2. Programa nacional de desestatização 
Lei 9.491/97 
Art. 1°, I e V 
Art. 2° 
Art. 4° 
 
3. Privatização em sentido amplo 
Privatização em sentido amplo é qualquer medida que vise a transferência do 
desempenho de atividades do Estado para o setor privado, independentemente da 
forma como se transfere. 
Maria Sylvia Zanella Di PIETRO afirma que, privatização, em sentido amplo, 
"abrange todas de medidas com o objetivo de diminuir o tamanho do Estado e que 
compreendem, fundamentalmente a desregulação, desmonopolização de atividades 
econômicas, venda de ações de empresas estatais ao setor privado, concessão de 
serviços públicos, etc”. 
 
4. Privatização em sentido estrito 
Privatização em sentido estrito apenas ocorrerá quando houver a alienação de 
empresas públicas e patrimônio público ao setor privado. 
 
Exemplos: concessão das rodovias 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Existe um novo modelo de concessão que se aproxima da privatização, tal 
modelo é sustentado no reconhecimento do Poder Público de que este é insuficiente 
para fazer os investimentos necessários, bem como ineficiente para realizar as 
atividades, denominado Parceria Público Privada, como, por exemplo, a construção e 
manutenção de unidades prisionais, sem, contudo, fazer a segurança de tais unidades 
(função pública do Estado). 
 
5. Concessão Patrocinada x Concessão Administrativa 
Na concessão patrocinada as atividades são pagas parte pelos usuários e parte 
pelo Estado. Já na concessão administrativa as atividades são pagas integralmente pelo 
Estado. 
 
 
terça-feira, 5 de abril de 2016 
Princípios dos serviços públicos 
Os princípios são construídos com base na interpretação doutrinária, logo, 
variará de autor para autor. 
 
 Obrigatoriedade da prestação: o serviço público necessariamente deverá ser 
prestado. O que o Poder Público tem a faculdade de definir, é se prestará o 
serviço diretamente ou mediante concessão ou permissão; 
 Supremacia do interesse público: orienta qualquer tipo de função estatal, pois 
as atividades do estado são desempenhadas em função da sociedade; 
 Adaptabilidade: os serviços públicos quando prestados, devem se adaptar a 
inovações de caráter tecnológico; 
 Universalidade: o serviço público deve alcançar todo o universo de pessoas que 
dele possa precisar, isto é, serviço público oferecido para toda a coletividade, 
sem discriminação ou segregação; 
 Impessoalidade: princípio por meio do qual se manifesta o princípio maior da 
isonomia. Deve ser prestado de maneira igualitária, sem privilegiar 
determinados destinatários do serviço público, salvo nos casos em que existe 
um balanceamento com outros direitos (ex.: assento especial para idosos no 
transporte público); 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 Continuidade: princípio específico do serviço público pelo qual se garante que o 
serviço público, em razão de sua importância, será prestado continuamente, 
sem interrupções, ressalvadas as hipóteses de caso fortuito ou de força maior. 
Garante-se a retomada do serviço, caso este não esteja sendo prestado de 
forma devida mediante concessão ou permissão; 
 Transparência: decorre do princípio da publicidade que orienta todos os atos 
do Poder Público. É o direito que os cidadãos possuem ao contrato de 
concessão, o custo efetivo do serviço público, a margem de lucro do 
concessionário; 
 Modicidade de tarifas: Modicidade vem de módico (pequeno). Impõe a 
necessidade de cobrança de valores diminutos pelos serviços públicos, para que 
os usuários possam ter acesso a este serviço. Podem ocorrer casos em que o 
Poder Público custeará parte dessa tarifa para garantir o acesso de todos; 
 Controle: está relacionado com a regulação. Conforme o Estado delega suas 
atividades para particulares, se sujeita à regular estes serviços públicos. 
 
1. Características 
 Nem todo serviço é delegado, mas todo serviço público desempenhado por 
particulares só pode ser por concessão ou permissão. 
 
 Atividades desempenhadas por particulares sem concessão ou permissão não 
são serviços públicos ou estão irregulares. 
 
 Nem toda atividade concedida ou permitida é serviço público, mas todo 
serviço público pode ser concedido ou permitido. Existem outras atividades 
concedidas ou permitidas pelo Estado aos particulares que não são serviços 
públicos, logo, nem toda concessão ou permissão é de serviço público. 
 
 Se houver vedação a que uma atividade econômica seja delegada, não é serviço 
público. 
Exceção: atividade de correio postal. 
 
 Se uma atividade pode ser desempenhada por particulares sem concessão ou 
permissão não será serviço público. Será uma atividade econômica em sentido 
estrito ou uma função pública não exclusiva (saúde e educação). 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
2. Serviço público na atualidade 
a) Competência MunicipalConforme a CF, está enquadrado no regime jurídico de serviço público de 
competência municipal o transporte coletivo urbano (art. 30, V), saneamento básico 
(art. 23, IX) e iluminação pública (art. 149 – A). 
 
b) Competência Estadual 
Enquadra-se no regime jurídico de serviço público de competência do Estado o 
serviço de gás canalizado (art. 25, §2°) e transporte coletivo intermunicipal 
(competência residual). 
 
c) Competência Federal 
Competência da União o Correios (art. 21, X), telecomunicações (art. 21, XI), 
radio difusão sonora (art. 21, XII, a), energia elétrica (art. 21, XII, b), navegação aérea, 
aeroespacial e infraestrutura aeroportuária (art.21, XII, c), transporte ferroviário e 
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham o limite 
do Estado ou Território (art. 21, XII, d), transporte rodoviário interestadual e 
internacional de passageiros (art. 21, XII, e), portos marítimos fluviais e lacustres (art. 
21, XII, f). 
 
 
terça-feira, 12 de abril de 2016 
Definição do conceito de concessão, permissão e autorização 
na doutrina e na Lei 8.987/95. 
Analisar com essa base, o art. 175 e 21, XI da Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
terça-feira, 26 de abril de 2016 
Concessão de serviço público (Lei 8.987/95) 
O contrato de concessão de serviços públicos nada mais é que uma contratação 
celebrada pelo Poder Público. Como toda contratação efetuada pelo Poder Público 
deve atender ao princípio da eficiência e da isonomia, todas as contratações, em 
regras, são precedidas de licitação. 
Assim, todos que tiverem interesse, podem se habilitar e concorrer ao contrato 
de concessão de serviços públicos. 
Em regra, aplica-se a Lei especial 8.987/95 e, naquilo que ela for omissa, aplica-
se a Lei 8.666/93. 
 
1. Licitação 
 Art. 14 
 Aplicação supletiva da Lei 8.666/93 
 Concorrência 
A modalidade para concessão de serviços públicos é chamada concessão 
 
2. Características gerais do contrato de concessão 
a) Alteração unilateral 
Art. 9°, §4° 
Uma vez celebrado o contrato de concessão, é possível que o Poder Público 
promova alterações de forma unilateral para conformar o objeto da contratação às 
necessidades da população. 
 
b) Remuneração 
 Tarifa 
 Equilíbrio econômico-financeiro (art. 9°, §3°) 
Exatamente em relação a essas alterações unilaterais, os valores do contrato 
podem ser alterados. 
A remuneração se dá, normalmente, por meio do pagamento de tarifas pelos 
usuários. A estipulação do valor da tarifa é dotado de extrema complexidade, pois 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
reflete o custo da atividade, o ressarcimento do concessionário em razão de 
investimentos por ele realizados, além do lucro do concessionário (custo da atividade, 
recuperação dos investimentos e lucro do concessionário). 
Entretanto, pode ser que haja alguma alteração unilateral do contrato ou uma 
mudança na situação econômica que faça com que o custo da atividade aumente 
significantemente. Nessas hipóteses, a lei admite a figura do reequilíbrio econômico-
financeiro. 
No entanto, as circunstâncias de mercado, ou seja, os riscos do negócio, não 
justificam o reequilíbrio econômico-financeiro. Mas tão somente os atos praticados 
pelo Estado, excluindo-se o imposto de renda, a criação, a alteração ou extinção de 
quaisquer tributos ou encargos legais (art. 9°, §3° da Lei 8.987/95). 
Pode ocorrer, para atender a moderação do valor da tarifa, que o Estado 
subsidie parte do valor da taxa (ex. tarifa do transporte público). 
 
c) Solução de conflitos 
 Arbitragem (art. 23-A) 
Existe a possibilidade de solução de conflitos através da arbitragem, mas 
existem inúmero questionamentos sobre a constitucionalidade da arbitragem 
envolvendo o Poder Público pois, na arbitragem ou acontecerá um acordo ou a 
imposição da decisão de um árbitro que não o Judiciário, assim, fere o princípio da 
indisponibilidade dos bens públicos. 
 
d) Responsabilidade pela prestação 
 Art. 25 – responsabilidade objetiva 
 Art. 37, §6° da CF 
 Responsabilidade subsidiária do Estado na atividade-fim 
De acordo com o art. 37, §6° da CF, o Estado possui responsabilidade objetiva, 
relativamente aos danos e prejuízos causados a terceiros decorrentes dos serviços por 
ele prestados. Tal responsabilidade se estende ao concessionário do serviço público, 
pois este faz às vezes do Estado (atua como se o Estado fosse). 
No entanto, o Estado responde apenas de forma subsidiária nos casos de danos 
causados pelos concessionários no exercício da sua atividade-fim, apenas na hipótese 
destes virem à falência. Se o dano for causado no exercício da atividade-meio, o Estado 
não tem qualquer responsabilidade. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
e) Contratação de terceiros 
 Art. 25, §2° 
Para a realização da atividade-meio, o concessionário realiza contratação de 
terceiros, nestes contratos celebrados para desempenho da atividade-meio, não gera 
nenhum reflexo em relação ao poder concedente. 
 
f) Subconcessão 
 Art. 26 
É permitida a subconcessão (terceirização), nos termos previstos no contrato 
de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente. Para a 
subconcessão haverá, necessariamente, uma nova licitação. 
 
g) Transferência da concessão ou controle acionário da concessionária 
 Art. 27 
 Franquia dos correios – Lei 11.668/08 
É possível a transferência da concessão ou controle acionário da concessionária 
desde que haja a anuência do poder concedente, sob pena de caducidade da 
concessão. 
A franquia dos correios (serviço público em sentido estrito não delegada, mas 
exercido exclusivamente pela União) não caracteriza-se como delegação, pois o titular 
continua sendo o Poder Público, há apenas uma contratação de atividade de apoio 
para a prestação das atividades exercidas pelos correios. 
 
 
terça-feira, 3 de maio de 2016 
3. Extinção do contrato de concessão 
De acordo com o princípio da continuidade, os serviços públicos devem ser 
prestados continuamente, sem interrupção. Assim, o Estado não pode permitir que 
haja paralização dos serviços públicos. 
Quando há a delegação para um determinado agente econômico, este adquire 
um poder/dever de prestar um serviço público e, para tanto, este se apropria de bens 
públicos afetados para viabilizar o exercício da atividade, assim, em regra, também em 
razão ao princípio da continuidade dos serviços públicos, sempre que houver a 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
extinção do contrato de concessão, o Poder Público deve imediatamente assumir o 
serviço público para garantir a sua continuidade de prestação. 
Para que garanta a continuidade, também haverá a reversão, para o Poder 
Público, de todos os bens inerentes à prestação de serviço da atividade. 
Assim, são efeitos essenciais que decorrem da extinção do serviço público: a 
assunção do serviço pelo Poder Público e a reversão de todos os bens utilizados pelo 
agente econômico para a realização da atividade em favor do Poder Público (os bens 
podem ser tanto de origem pública, ou ainda, bens que são frutos em razão do 
contrato de concessão). O princípio que orienta esses dois efeitos é a continuidade dos 
serviços públicos. 
A concessão do serviço público envolve o custeio das despesas correntes, os 
investimentos e o lucro. 
Despesas correntes são as despesas do concessionário para a prestação da 
própria atividade (pagamento de funcionários, etc.). Investimentos são as construções 
e compras de equipamentos, por exemplo. O lucro é o que efetivamente o 
concessionário ganhou com o desempenhoda atividade. 
 
a) Advento do termo contratual 
Em situações normais, a extinção do contrato de concessão se dá pelo advento 
do termo contratual, se o concessionário não incorrer em nenhum descumprimento 
contratual. Nessa hipótese, em tese, todos os deveres foram cumpridos pelas partes. O 
concessionário recebe o valor das despesas correntes, dos investimentos e o lucro. 
Em todas as demais hipóteses de extinção haverá uma “situação problemática” 
de rompimento de contrato, assim, o rompimento dar-se-á antes do prazo final 
contratado, pode acontecer de o concessionário não tenha levantado o lucro 
pretendido, surgindo a hipóteses da indenização do concessionário. 
A indenização pode ser dar para ressarcimento dos investimentos realizados, já 
que todos os bens serão entregues para o Poder Público; ou em razão do lucro 
cessante, ou seja, em razão do lucro que o concessionário deixou de auferir em razão 
da ruptura do contrato. 
 
b) Encampação (art. 37) 
É a retomada do serviço por parte do Poder Público, que podia optar entre 
explorar diretamente o serviço ou delegar. Ao delegar, no entanto, o Poder Público 
decide explorar diretamente o serviço, por razões de interesse público, devidamente 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
autorizado por lei, sem que o concessionário tenha descumprido o contrato de 
concessão. 
A encampação vai acarretar uma indenização ao concessionário em razão dos 
investimentos que este realizou e que não pôde recuperar, bem como uma 
indenização a titulo de lucro cessante. 
 
Requisitos: 
i. Interesse Público 
ii. Lei autorizadora 
iii. Prévia indenização 
 
c) Caducidade (art. 38) 
A caducidade é a extinção do contrato de pleno direito (dispensa discussão 
judicial) por parte do Poder Público, em razão de faltas contratuais cometidas pelo 
concessionário, ou seja, este descumpriu o contrato de concessão. 
As hipóteses de caducidade estão descritas no art. 38, §1° da Lei da Prestação 
de Serviços. As hipóteses de caducidade são extremamente graves, pois a caducidade 
é precedida de um processo administrativo, para só então ter a extinção do contrato 
de concessão. 
Declarada a caducidade, os efeitos serão a reversão de bens e a assunção do 
serviço público para o Poder concedente. Não tendo que se falar em indenização por 
lucro cessante, mas tão somente pelos investimentos não recuperados, em 
decorrência do princípio da propriedade privada (a expropriação exige prévia e justa 
indenização). 
Normalmente os contratos de concessão preveem multas pelo seu 
descumprimento, assim, na indenização devida pelo Poder Público, serão abatidas as 
devidas multas. 
 
d) Rescisão (art. 39) 
A rescisão é a extinção do contrato em razão do descumprimento contratual 
por parte do concedente, o Poder Público. A rescisão não se opera de pleno direito, ou 
seja, depende de decisão judicial. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
O Poder Público promoverá a assunção e obterá a reversão de bens, haverá, 
ainda, a dupla indenização (em decorrência dos investimentos não recuperados e do 
lucro cessante). 
 
e) Anulação 
Pode ser feita pelo Poder concedente ou pelo Poder Judiciário. A anulação será 
possível quando se verifica a existência de vícios formais no contrato de concessão. 
Vícios formais são os que tornam o concessionário inapto, como por exemplo, a falta 
de entrega de documentos obrigatórios para a concessão, podendo decorrer de culpa 
ou dolo. 
Também nesses casos haverá a assunção dos serviços públicos e a reversão de 
bens. Quanto à indenização, caberá em decorrência dos investimentos não 
recuperados, mas em decorrência do lucro cessante irá variar de acordo com a culpa 
do concessionário. 
Caso se trate de um vício que possa ser suprido, não há que se falar em 
extinção do contrato de concessão. 
 
f) Falência ou extinção do concessionário 
A decretação de falência ou insolvência da empresa concessionária a impede de 
continuar prestando o serviço público, logo, o contrato será extinto e o Poder Público 
assumirá a prestação dos serviços e os bens serão revertidos. 
Haverá indenização pelos investimentos não recuperados, mas não em 
decorrência do lucro cessante, pois esta depende de quem contribuiu para extinção do 
contrato. 
 
Reversão de bens (art. 35) 
i. Encerramento sem culpa do concessionário 
ii. Encerramento por culpa do concessionário (decisão judicial) 
iii. Art. 36 – indenização 
 
Assunção do serviço público (art. 35, §2°) 
 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
terça-feira, 10 de maio de 2016 
Parcerias Público-Privadas (PPP) 
Constitui novas formas de concessão de atividades pelo Poder Público. As 
Parcerias Público-Privadas surgem a partir da observação de que as concessões 
comuns implicam na necessidade de pagamento de tarifas pelos usuários, permitido 
ao Poder Público subsidiar uma parte desses serviços públicos em sentido estrito. 
 
1. Motivação 
Lei 11.079/04 
Definição 
 
2. Modalidades 
Tem como traço marcante a realização de investimentos vultosos pela empresa 
privada, que o Poder Público não é capaz de realizar, mais a exploração da atividade 
(obra + serviço). Não se confundindo com as concessões comuns, pois não haverá, 
necessariamente, a realização de investimentos pelo parceiro público privado, ou 
contrapartida do Poder Público. 
 
a) Concessão patrocinada 
O usuário não é o Poder Público. É possível identificar o particular (PF ou PJ) 
que utiliza do serviço público, sendo possível cobrar-lhe a remuneração, desde que 
parte dessa remuneração seja paga pelo Poder Público. 
 
b) Concessão administrativa 
Aquela em que o usuário do serviço e o destinatário final é o próprio Estado. 
Isso significa que a atividade é realizada para o Poder Público e este, por sua vez, 
remunera integralmente o concessionário. 
 
3. Atividades que podem ser objeto de PPP 
Na concessão comum, apenas haverá celebração de contratos para delegar 
serviços públicos em sentido estrito. O mesmo não ocorre com as PPPs. 
[A1] Comentário: As PPIs tem como 
objetivo intensificar e trazer segurança às 
empresas privadas que tenham interesse 
na PPP. Cria alguns mecanismos de 
segurança jurídica no bojo das parcerias 
público privadas. 
[A2] Comentário: Em ambas as 
modalidades haverá um investimento para 
a construção da infraestrutura e a 
prestação de serviços. 
Se for um contrato de mera realização de 
obra pública, ou exclusivamente de 
prestação de serviços, não poderá ser 
objeto de PPP. 
[A3] Comentário: Se não houver 
participação do Poder Público com 
dinheiro, não estaremos diante de 
nenhuma das duas modalidades de 
concessão, mas tão somente de uma 
concessão comum. 
[A4] Comentário: O objeto se aproxima 
dos serviços públicos em sentido estrito. 
[A5] Comentário: O objeto está muito 
próximo das funções públicas. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
As PPPs foram pensadas para viabilizar o que o Estado não consegue realizar 
sozinho, atraindo para essas atividades investimento privado. Em se tratando de 
serviços públicos essenciais, não podendo ser cobrado por parte do Estado. 
 
a) Concessão administrativa (SPSA) 
Em geral, são as chamadas funções públicas, já que não se pode exigir 
contraprestação do usuário. 
 
b) Concessão patrocinada (SPSE) 
Os serviços públicos em sentido estrito serão submetidos, em geral, às 
concessões patrocinadas. 
 
4. Prazo 
Mínimo de 5 anos e máximo de 35 anos 
 
5. Vedações 
a) Prestação de serviço inferior a 5 anos 
b) Objeto 
Contratos que tenham como objeto único o fornecimento de mão de obra, 
instalação de equipamentos ou execução de obra. 
c) Valor inferior aR$20 milhões 
d) Funções estatais de regulação, jurisdicional, poder de polícia e outras 
exclusivas do Estado. 
 
6. Repartição de riscos e resultado 
Para atrair empresas privadas para investimentos vultosos, se estabelece 
mecanismos de vantagem e segurança. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
a) Art. 5°, III 
b) Caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica 
extraordinária 
Em geral, os contratos de concessão comum não contempla participação de 
risco do Poder Público, ou seja, o risco do negócio é da empresa privada. 
Nas PPPs, o Poder Público terá participação nos riscos, com exceção dos 
decorrentes da álea ordinária (risco do próprio negócio). 
 
Álea ordinária 
 
7. Vantagens ao parceiro privado 
a) Garantias – art. 8° 
 Vinculação de receitas; 
 Instituição de fundos especiais com bens públicos; 
 Contratação de seguro-garantia. 
b) Mecanismos alternativos de resolução de conflitos 
c) Formas variadas de pagamento 
d) Atualização das tarifas sem necessidade de homologação do Poder 
Público – art. 5°, §1° 
 
8. Natureza jurídica do parceiro privado 
Constituirá uma empresa cujo único objeto será a realização desta atividade 
(SPE – sociedade de propósito específico). 
a) Art. 9° 
b) SPE 
c) Autorização para transferência de controle societário 
d) Vedação ao controle da administração - §4° 
 
9. Licitação 
e) Art. 10° e ss. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
terça-feira, 17 de maio de 2016 
Direitos dos usuários e aplicação do CDC 
1. Teorias 
Discute-se a aplicação dos direitos do consumidor à disciplina dos serviços 
públicos em sentido estrito. Existem três correntes que se posicionam sobre o assunto: 
a) Privatista 
As relações jurídicas decorrentes das prestações de serviços públicos em 
sentido estrito são regidas pelas regras de direito privado, decorrentes da autonomia 
da vontade das partes. Por meio dessas vontades são celebrados contratos com 
característica da bilateralidade. 
Ocorre que essa teoria não se sustenta, pois o contrato celebrado entre o 
usuário do serviço público em sentido estrito e a empresa concessionária não é 
discutido entre as partes, ou seja, o usuário não discute as cláusulas, portanto, torna-
se um contrato de adesão, afastando a autonomia da vontade, caracterizando uma 
posição de hipossuficiência desse usuário. 
 
b) Publicista 
A teoria publicista, por sua vez, diz que tudo o que acontece é relação de 
direito publico, sendo contratos de adesão, com prevalência do interesse público sobre 
o privado. 
No entanto, a relação de direito público não pode ser constituída entre um 
concessionário, que é uma empresa privada, e um particular, PJ ou PF, entre dois entes 
privados. Assim, não se caracteriza como uma relação puramente de direto público. 
 
c) Mista 
Mostra-se mais adequada, portanto, a teoria mista. Para tal teoria, existem 
duas relações jurídicas: a primeira, entre o Estado e o concessionário, sendo uma 
relação de direito público e; a segunda relação, entre concessionário e usuário, como 
uma relação jurídica de direito privado, embora o usuário não tenha a chance de 
negociar as cláusulas do contrato, já que o contrato se dá em prol do interesse público. 
Características do contrato: 
 Responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, §6°); 
 Contrato de adesão; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 Hipossuficiência do usuário. 
 
2. CF, art. 175, II 
 
3. Lei 8.987/95, art. 7° 
 
4. CDC, art. 6°, X e art. 22 
Aplicam-se as regras do CDC nas prestações de serviços públicos em sentido 
estrito. Ratificado pela jurisprudência do STJ, REsp 467.883, 263.299 e 527.137 (teoria 
mista). 
 
5. Efeitos 
a) Custo do serviço público/Subsídio cruzado 
Não aplicação dos arts. 39, V e 51, IV do CDC, pois existe incompatibilidade 
dessas regras do CDC. 
Em matéria de serviço público, não é compatível que se cobre do usuário 
apenas a quantidade que este utilizou. 
Subsídio cruzado: 
 
b) Tarifa mínima 
 
Serviços públicos e concorrência 
 
 Atividade Econômica Serviço Público 
Concorrência Conselho Administrativo de 
Defesa Econômica (CAD) – Lei 
12.529/2011. 
Regulação setorial; 
CAD 
 
A delegação gera a criação de agências reguladoras. Nos serviços públicos há 
uma dupla análise de controle da concorrência. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Em matéria de serviços públicos a possibilidade de haver cartel, a matéria será 
objeto de apreciação e aplicação de sanções tanto pelo CAD quanto pela Agência 
Reguladora, mas a possibilidade de acontecer é menor que em relação ao setor 
privado. Isso se dá pelo fato de ser o Estado o definidor das concessões/concorrências, 
reduzindo a possibilidade de distúrbios concorrenciais. O nome que se atribui a essa 
definição por parte do Estado do tamanho e da natureza das características do 
mercado é modelagem do marco regulatório. 
 
 
terça-feira, 31 de maio de 2016 
Terceiro setor 
Primeiro setor é administração pública, o segundo setor é a iniciativa privada e 
o terceiro setor é a iniciativa privada realizando funções típicas (função social) do 
Estado, sem fins lucrativos. 
Todo o dinheiro arrecadado por essas entidades são investidas para as suas 
funções. Eventuais valores remanescentes não serão distribuídos aos sócios. 
São associações (art. 44, I do Código Civil). 
 
 Termos de colaboração: Tem por objeto a consecução de finalidades de 
interesse público e recíproco propostos pela Administração Pública que envolva 
a transferência de recursos financeiros 
 Termos de fomento: Abrangem finalidades de interesse público, propostas 
pelas Organizações da Sociedade Civil que envolva a transferência de recursos 
financeiros; 
 Acordos de cooperação: Abrange a consecução de finalidades de interesse 
público que não envolva a transferência de recursos financeiros. 
 
 
1. ONGs 
Organizações não Governamentais 
 
[A6] Comentário: Corresponde à 
atuação da iniciativa privada sem interesse 
econômico, auxiliando o Poder Público nas 
atividades que lhes são próprias. 
A CF/88 previu uma descentralização da 
Administração Pública, de forma a 
transmitir a realização de atividades 
próprias do Poder Público ao setor privado, 
salvo as funções públicas indelegáveis. 
Suprem as ineficiências do Poder Público. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
2. Entidades Paraestatais 
Tem como função auxiliar o Estado no desempenho de suas funções. 
 
3. Fundamentos 
a) Eficiência da Administração Pública 
 
b) Constitucionalização das parcerias 
Art. 37, §8° (EC 19/98) – Permite que o Estado não apenas motive o 
funcionamento do terceiro setor, mas também que “financie” o setor (chamada lógica 
da “flexibilidade/eficiência”). 
O Poder Público estabelece metas e controla a forma como as atividades são 
exercidas. Trata-se de uma descentralização de atividades do Poder Público 
 
4. Organizações sociais (OS) 
a) Lei 9.637/98 
 
b) Instrumento 
Contratos de gestão 
 
c) Forma jurídica 
 
d) Atividades 
Ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, meio ambiente, saúde e 
cultura. 
 
e) Contratação 
Dispensa de licitação (art. 24, XXIV da Lei 8.666/93) 
 
5. Organizações sociais da sociedade civil de interesse público (OSCIP) 
a) Lei 9.790/99 
 
[A7] Comentário: Não é natureza 
jurídica de PJ, mas tão somente de sua 
qualificação. 
Está previsto a celebração de contratos de 
gestão, onde o Poder Público ajusta com 
essas Organizações a transferências de 
bens e valores, sob controle da 
Administração. 
[A8] Comentário: Realizado mediante 
termos de parceria.Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
b) Instrumento 
Termo de parceria 
 
c) Forma jurídica 
 
d) Atividade (art. 3°) 
 
e) Contratação 
 
6. Ação Direita de Inconstitucionalidade 1923 
Questionou o terceiro setor 
 O PT entendeu que o procedimento desse modelo era um desvio de 
finalidade, pois se trata de uma delegação sem prévia licitação; 
 Parte da Lei 9637 foi declarada inconstitucional. 
 
 
1. Quais são os requisitos para credenciamento de uma OS e quais os requisitos 
para OSCIP? 
 
2. Qual a diferença do regime jurídico da OS e da OSCIP? 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
terça-feira, 16 de agosto de 2016 
Direito Concorrencial 
 
As normas de proteção da concorrência deverão sempre privilegiar a existência 
de um mercado cujos agentes participantes sejam eficientes, ou seja, que o resultado 
da atividade econômica produza benefícios econômicos aos consumidores, ao meio 
ambiente, ao desenvolvimento de produtos melhores, entre outros. Assim, a 
existência de competição não é suficiente para atestar que o mercado opera em plena 
eficiência. 
Na atual Constituição, a livre iniciativa aparece, inicialmente, como fundamento 
da República Federativa do Brasil (art. 1°, caput) e no caput do art. 170, como 
fundamento da ordem econômica. A livre concorrência também ganha atenção do 
legislador, que coloca como princípio geral da atividade econômica (art. 170, IV). 
A atual Constituição, além de incluir a livre concorrência entre os princípios 
gerais de ordem econômica, incumbe a lei de reprimir os abusos do poder econômico 
que “visem” ao domínio de mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento 
arbitrário de lucros (art. 173, §4°). 
Portanto, o bem tutelado pela chamada Constituição Econômica, quando 
impõe normas de repressão ao abuso do poder econômico, é o mercado 
concorrencial, que não existe licitamente se não houver concorrência e não for livre 
a iniciativa dos entes exploradores. 
 
 
 
Também denominado direito antitruste, e disciplina a defesa da concorrência. É 
nos EUA que se começa a pensar em atos de defesa da concorrência. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Para que o liberalismo funcionasse, tal qual foi pensado, era necessário que se 
efetivasse o que a economia denominava como concorrência perfeita, ou seja, um 
sistema econômico que funcione adequadamente com múltiplos fornecedores, 
produtores e consumidores, de modo que havendo multiplicidade de oferta e 
consumo, não haveria desequilíbrio entre os dois polos da relação econômica 
(multiplicidade de agentes econômicos), impedindo assim, o domínio do mercado por 
um dos agentes. O funcionamento adequado da concorrência perfeita pressupõe 
também a inexistência de concorrência desleal. 
No entanto, a noção de concorrência perfeita é utópica, pois na prática, os 
agentes econômicos, na ânsia de desenvolvimento das suas atividades e na sua sede 
de realização de atos econômicos, praticam atos prejudiciais aos outros agentes 
econômicos, tentando dominar o mercado, ocasionando o desequilíbrio do mercado. 
Essa formação de conglomerado de agentes econômicos denomina-se ato de 
concentração econômica. 
No atual modelo econômico (neoliberalismo), o princípio da livre iniciativa 
garante que os agentes econômicos sejam livres para empreender, mas, se excedendo 
o agente econômico, a livre iniciativa será reduzida através do princípio da livre 
concorrência. Assim, o Estado intervém para garantir o funcionamento da economia, 
atuando contra esses atos de excesso da livre iniciativa, prevenindo e reprimindo atos 
nocivos contra a economia. 
“Art. 173, §4°, CF. A lei reprimirá o abuso do poder 
econômico que vise à dominação dos mercados, à 
eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos 
lucros.” 
 
A Lei 12.529/2011 cria o sistema brasileiro de defesa da concorrência, trazendo 
o chamado Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, composto por três 
órgãos: 
 Tribunal Administrativo de Defesa Econômica – TAD: integrada por 
sete conselheiros com mandato fixo de 4 (quatro) anos, sendo vedada a 
demissão “ad nutum”, ou seja, não pode haver a demissão dos 
conselhos por exclusivo ato de vontade da Presidência da República. 
Compete ao Tribunal Administrativo, julgar. 
Art. 11. Compete aos Conselheiros do Tribunal: 
I - emitir voto nos processos e questões submetidas ao 
Tribunal; 
II - proferir despachos e lavrar as decisões nos processos 
em que forem relatores; 
[A9] Comentário: Visa impedir o 
monopólio e o monopsólio, através do 
método Estrutura, Controle e Desempenho 
– ECP. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
III - requisitar informações e documentos de quaisquer 
pessoas, órgãos, autoridades e entidades públicas ou 
privadas, a serem mantidos sob sigilo legal, quando for o 
caso, bem como determinar as diligências que se fizerem 
necessárias; 
IV - adotar medidas preventivas, fixando o valor da multa 
diária pelo seu descumprimento; 
V - solicitar, a seu critério, que a Superintendência-Geral 
realize as diligências e a produção das provas que 
entenderem pertinentes nos autos do processo 
administrativo, na forma desta Lei; 
VI - requerer à Procuradoria Federal junto ao Cade 
emissão de parecer jurídico nos processos em que forem 
relatores, quando entenderem necessário e em despacho 
fundamentado, na forma prevista no inciso VII do art. 15 
desta Lei; 
VII - determinar ao Economista-Chefe, quando 
necessário, a elaboração de pareceres nos processos em 
que forem relatores, sem prejuízo da tramitação normal 
do processo e sem que tal determinação implique a 
suspensão do prazo de análise ou prejuízo à tramitação 
normal do processo; 
VIII - desincumbir-se das demais tarefas que lhes forem 
cometidas pelo regimento; 
IX - propor termo de compromisso de cessação e acordos 
para aprovação do Tribunal; 
X - prestar ao Poder Judiciário, sempre que solicitado, 
todas as informações sobre andamento dos processos, 
podendo, inclusive, fornecer cópias dos autos para 
instruir ações judiciais.” 
 
 Superintendência Geral: é nomeado um superintendente. Compete à 
Superintendência Geral o serviço investigativo e fiscalizador. 
Art. 13. Compete à Superintendência-Geral: 
I - zelar pelo cumprimento desta Lei, monitorando e 
acompanhando as práticas de mercado; 
II - acompanhar, permanentemente, as atividades e 
práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que 
detiverem posição dominante em mercado relevante de 
bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem 
econômica, podendo, para tanto, requisitar as 
informações e documentos necessários, mantendo o 
sigilo legal, quando for o caso; 
III - promover, em face de indícios de infração da ordem 
econômica, procedimento preparatório de inquérito 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
administrativo e inquérito administrativo para apuração 
de infrações à ordem econômica; 
IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os 
autos do inquérito administrativo ou de seu 
procedimento preparatório; 
V - instaurar e instruir processo administrativo para 
imposição de sanções administrativas por infrações à 
ordem econômica, procedimento para apuração de ato 
de concentração, processo administrativo para análise de 
ato de concentração econômica e processo 
administrativo para imposição de sanções processuais 
incidentais instaurados para prevenção, apuração ou 
repressão de infrações à ordem econômica; 
VI - no interesse da instrução dos tipos processuais 
referidos nesta Lei: 
a) requisitar informações e documentos de quaisquer 
pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos, autoridades e 
entidades, públicas ou privadas, mantendo o sigilo legal, 
quando for o caso, bem como determinaras diligências 
que se fizerem necessárias ao exercício de suas funções; 
b) requisitar esclarecimentos orais de quaisquer pessoas, 
físicas ou jurídicas, órgãos, autoridades e entidades, 
públicas ou privadas, na forma desta Lei; 
c) realizar inspeção na sede social, estabelecimento, 
escritório, filial ou sucursal de empresa investigada, de 
estoques, objetos, papéis de qualquer natureza, assim 
como livros comerciais, computadores e arquivos 
eletrônicos, podendo-se extrair ou requisitar cópias de 
quaisquer documentos ou dados eletrônicos; 
d) requerer ao Poder Judiciário, por meio da Procuradoria 
Federal junto ao Cade, mandado de busca e apreensão de 
objetos, papéis de qualquer natureza, assim como de 
livros comerciais, computadores e arquivos magnéticos 
de empresa ou pessoa física, no interesse de inquérito 
administrativo ou de processo administrativo para 
imposição de sanções administrativas por infrações à 
ordem econômica, aplicando-se, no que couber, o 
disposto no art. 839 e seguintes da Lei no 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sendo 
inexigível a propositura de ação principal; 
e) requisitar vista e cópia de documentos e objetos 
constantes de inquéritos e processos administrativos 
instaurados por órgãos ou entidades da administração 
pública federal; 
f) requerer vista e cópia de inquéritos policiais, ações 
judiciais de quaisquer natureza, bem como de inquéritos 
e processos administrativos instaurados por outros entes 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
da federação, devendo o Conselho observar as mesmas 
restrições de sigilo eventualmente estabelecidas nos 
procedimentos de origem; 
VII - recorrer de ofício ao Tribunal quando decidir pelo 
arquivamento de processo administrativo para imposição 
de sanções administrativas por infrações à ordem 
econômica; 
VIII - remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos 
administrativos que instaurar, quando entender 
configurada infração da ordem econômica; 
IX - propor termo de compromisso de cessação de prática 
por infração à ordem econômica, submetendo-o à 
aprovação do Tribunal, e fiscalizar o seu cumprimento; 
X - sugerir ao Tribunal condições para a celebração de 
acordo em controle de concentrações e fiscalizar o seu 
cumprimento; 
XI - adotar medidas preventivas que conduzam à 
cessação de prática que constitua infração da ordem 
econômica, fixando prazo para seu cumprimento e o 
valor da multa diária a ser aplicada, no caso de 
descumprimento; 
XII - receber, instruir e aprovar ou impugnar perante o 
Tribunal os processos administrativos para análise de ato 
de concentração econômica; 
XIII - orientar os órgãos e entidades da administração 
pública quanto à adoção de medidas necessárias ao 
cumprimento desta Lei; 
XIV - desenvolver estudos e pesquisas objetivando 
orientar a política de prevenção de infrações da ordem 
econômica; 
XV - instruir o público sobre as diversas formas de 
infração da ordem econômica e os modos de sua 
prevenção e repressão; 
XVI - exercer outras atribuições previstas em lei; 
XVII - prestar ao Poder Judiciário, sempre que solicitado, 
todas as informações sobre andamento das investigações, 
podendo, inclusive, fornecer cópias dos autos para 
instruir ações judiciais; e 
XVIII - adotar as medidas administrativas necessárias à 
execução e ao cumprimento das decisões do Plenário. “ 
 
“Art. 14. São atribuições do Superintendente-Geral: 
I - participar, quando entender necessário, sem direito a 
voto, das reuniões do Tribunal e proferir sustentação oral, 
na forma do regimento interno; 
II - cumprir e fazer cumprir as decisões do Tribunal na 
forma determinada pelo seu Presidente; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
III - requerer à Procuradoria Federal junto ao Cade as 
providências judiciais relativas ao exercício das 
competências da Superintendência-Geral; 
IV - determinar ao Economista-Chefe a elaboração de 
estudos e pareceres; 
V - ordenar despesas referentes à unidade gestora da 
Superintendência-Geral; e 
VI - exercer outras atribuições previstas em lei.” 
 
 Secretaria de Assuntos Econômicos. 
Trata-se de um sistema consultivo que tem como função a elaboração 
de subsídios jurídicos para o Cade. 
“Art. 17. O Cade terá um Departamento de Estudos 
Econômicos, dirigido por um Economista-Chefe, a quem 
incumbirá elaborar estudos e pareceres econômicos, de 
ofício ou por solicitação do Plenário, do Presidente, do 
Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral, 
zelando pelo rigor e atualização técnica e científica das 
decisões do órgão.” 
 
O CADE é uma autarquia federal (órgão que integra o Poder Executivo), tendo o 
seu próprio orçamento, gestão, funcionários, etc. que garante a livre concorrência, 
atuando preventivamente e repressivamente. 
As decisões do Cade são soberanas no âmbito do Poder Executivo, ou seja, não 
podem ser anuladas ou revistas. No entanto, em respeito ao princípio da 
inafastabilidade da jurisdição cumulado com o princípio da revisão dos atos do Poder 
Executivo, as decisões do Cade poderão ser revistas pelo Poder Judiciário, apesar de 
fortes críticas a esse respeito. 
 
a) Proteção contra os abusos do poder econômico 
 
O poder econômico é normal e lícito nas economias modernas. Os problemas 
jurídicos apenas surgem quando esses agentes buscam utilizá-lo de forma prejudicial 
ao mercado. 
O poder econômico, em termos iniciais, pode ser visualizado na possibilidade 
de um agente econômico poder dispor de decisões que influenciam 
consideravelmente um determinado mercado. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Finalidade da lei contra o abuso de poder econômico (Lei 12.529/2011) 
 
O art. 1° da Lei 12.529/2011 cuida da finalidade da lei. Inicialmente provoca 
uma discussão sobre quem são os verdadeiros donos dos bens por ela tutelados. 
 
A estruturação do mercado é o bem jurídico protegido. Preservando-se o livre 
mercado, se estará indiretamente produzindo efeitos benéficos ao trabalho, ao 
consumo, à concorrência. Entretanto, nenhum deles pode ser atribuído como único 
destinatário e muito menos o conjunto de todos eles, pois, por vezes, sequer seus 
interesses coincidem. Claro que indiretamente se beneficiam todos os entes 
mencionados, mas não persistem dúvidas de que os concorrentes são os principais 
destinatários do livre mercado. 
 
Territorialidade 
 
 
A lei de proteção contra o abuso de poder econômico aplica-se às práticas 
cometidas no todo ou em parte no território nacional ou que nela produzam ou possa 
produzir efeitos. Dessa maneira, a legislação brasileira leva em consideração o local 
da ação (atividade) ou o dos efeitos (resultado) das práticas restritivas. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Composição do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC 
 
Na sistemática da Lei 12.529/2011, o SBDC é formado apenas pelo Cade e pela 
Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (SEAE). 
 
 
 
Conselho Adminstrativo de Defesa Econômica – Cade 
 
 
O Cade na condição de autarquia federal não realiza função jurisdicional. 
Quando lemos “jurisdição” devemos pensar em aplicação administrativa da legislação 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
contra o abuso de poder econômico, o que não veda a apreciação judicial quando for o 
caso. 
 
i. Tribunal Administrativo de Defesa Econômica 
O Tribunal tem a competência, sobretudo, para julgar as infrações à ordem 
econômica e aplicar as sanções administrativas cabíveis. Funciona também na 
apreciação em grau recursal das medidas preventivas adotadas pelo Conselheiro-
Relator ou pela Superintendência Geral. 
O Tribunal Administrativo de Defesa Econômica é composto por um Presidente 
e seus Conselheirosindicados pelo Presidente da República após sabatina do Senado. 
O mandato dos seus membros será de quatro anos, não coincidentes, vedada a 
recondução. 
Com a Lei 12.529/2011, o Tribunal Administrativo passou a exercer a função 
principal do Cade. 
Art. 11. Compete aos Conselheiros do Tribunal: 
I - emitir voto nos processos e questões submetidas ao 
Tribunal; 
II - proferir despachos e lavrar as decisões nos processos 
em que forem relatores; 
III - requisitar informações e documentos de quaisquer 
pessoas, órgãos, autoridades e entidades públicas ou 
privadas, a serem mantidos sob sigilo legal, quando for o 
caso, bem como determinar as diligências que se fizerem 
necessárias; 
IV - adotar medidas preventivas, fixando o valor da multa 
diária pelo seu descumprimento; 
V - solicitar, a seu critério, que a Superintendência-Geral 
realize as diligências e a produção das provas que 
entenderem pertinentes nos autos do processo 
administrativo, na forma desta Lei; 
VI - requerer à Procuradoria Federal junto ao Cade 
emissão de parecer jurídico nos processos em que forem 
relatores, quando entenderem necessário e em despacho 
fundamentado, na forma prevista no inciso VII do art. 15 
desta Lei; 
VII - determinar ao Economista-Chefe, quando 
necessário, a elaboração de pareceres nos processos em 
que forem relatores, sem prejuízo da tramitação normal 
do processo e sem que tal determinação implique a 
suspensão do prazo de análise ou prejuízo à tramitação 
normal do processo; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
VIII - desincumbir-se das demais tarefas que lhes forem 
cometidas pelo regimento; 
IX - propor termo de compromisso de cessação e acordos 
para aprovação do Tribunal; 
X - prestar ao Poder Judiciário, sempre que solicitado, 
todas as informações sobre andamento dos processos, 
podendo, inclusive, fornecer cópias dos autos para 
instruir ações judiciais. 
 
ii. Superintendência-Geral 
Sua finalidade precípua é a disseminação de práticas tendentes à expansão, ou, 
nas palavras do próprio texto legal, à promoção da concorrência. 
Constitui as principais funções da Superintendência-Geral: 
 Acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de 
pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em 
mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da 
ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e 
documentos necessários; 
 Promover, em face de indícios de infração da ordem econômica, 
procedimento preparatório de inquérito administrativo para apuração 
de infrações à ordem econômica; 
 Decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando o autor do inquérito 
administrativo ou de seu procedimento preparatório; 
 Instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções 
administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para 
apuração de ato de concentração, processo administrativo para análise 
de ato de concentração econômica e processo administrativo para 
imposição de sanções processuais incidentais instaurados para 
prevenção, apuração ou repressão de infrações à ordem econômica; 
 Remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos que instaurar, 
quando entender configurada infração da ordem econômica. 
 
iii. Departamento de Estudos Econômicos 
Em relação ao Departamento de Estudos Econômicos, destaca-se a sua 
finalidade de atualização técnica e científica das decisões do órgão. Ele é presidido por 
um economista-chefe, de ilibada reputação e notório saber econômico. 
A função do Departamento de Estudos Econômicos é de auxiliar na 
compreensão das práticas econômicas que de alguma forma possam restringir a 
concorrência. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) 
 
Art. 19. Compete à Secretaria de Acompanhamento 
Econômico promover a concorrência em órgãos de 
governo e perante a sociedade cabendo-lhe, 
especialmente, o seguinte: 
I - opinar, nos aspectos referentes à promoção da 
concorrência, sobre propostas de alterações de atos 
normativos de interesse geral dos agentes econômicos, 
de consumidores ou usuários dos serviços prestados 
submetidos a consulta pública pelas agências reguladoras 
e, quando entender pertinente, sobre os pedidos de 
revisão de tarifas e as minutas; 
II - opinar, quando considerar pertinente, sobre minutas 
de atos normativos elaborados por qualquer entidade 
pública ou privada submetidos à consulta pública, nos 
aspectos referentes à promoção da concorrência; 
III - opinar, quando considerar pertinente, sobre 
proposições legislativas em tramitação no Congresso 
Nacional, nos aspectos referentes à promoção da 
concorrência; 
IV - elaborar estudos avaliando a situação concorrencial 
de setores específicos da atividade econômica nacional, 
de ofício ou quando solicitada pelo Cade, pela Câmara de 
Comércio Exterior ou pelo Departamento de Proteção e 
Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça ou órgão 
que vier a sucedê-lo; 
V - elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo para 
a participação do Ministério da Fazenda na formulação de 
políticas públicas setoriais nos fóruns em que este 
Ministério tem assento; 
VI - propor a revisão de leis, regulamentos e outros atos 
normativos da administração pública federal, estadual, 
municipal e do Distrito Federal que afetem ou possam 
afetar a concorrência nos diversos setores econômicos do 
País; 
VII - manifestar-se, de ofício ou quando solicitada, a 
respeito do impacto concorrencial de medidas em 
discussão no âmbito de fóruns negociadores relativos às 
atividades de alteração tarifária, ao acesso a mercados e 
à defesa comercial, ressalvadas as competências dos 
órgãos envolvidos; 
VIII - encaminhar ao órgão competente representação 
para que este, a seu critério, adote as medidas legais 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
cabíveis, sempre que for identificado ato normativo que 
tenha caráter anticompetitivo. 
§1° Para o cumprimento de suas atribuições, a Secretaria 
de Acompanhamento Econômico poderá: 
I - requisitar informações e documentos de quaisquer 
pessoas, órgãos, autoridades e entidades, públicas ou 
privadas, mantendo o sigilo legal quando for o caso; 
II - celebrar acordos e convênios com órgãos ou entidades 
públicas ou privadas, federais, estaduais, municipais, do 
Distrito Federal e dos Territórios para avaliar e/ou sugerir 
medidas relacionadas à promoção da concorrência. 
 
b) Infrações da ordem econômica 
 
A defesa da concorrência contra os atos de abuso de poder econômico pode 
ocorrer de duas formas distintas: a primeira quando a ação do agente econômico visar 
à limitação da concorrência, do aumento arbitrário de lucros ou à dominação de 
mercado, condutas que merecem uma ação punitiva do Estado; a segunda 
compreende o controle dos atos e contratos que de alguma maneira podem limitar a 
competição, existe, assim, um controle preventivo das estruturas provenientes de 
reorganizações societárias, aquisição de empresas, bem como outros procedimentos 
empresariais que provocam alguma mudança na oferta de determinado bem ou 
serviço. 
As infrações podem ser praticadas tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, 
inclusive as de direito público, bem como quaisquer associações, com ou sem 
personalidade jurídica, sendo que a prática das infrações implica a responsabilidade 
tanto da empresa quanto a individual de seus representantes de forma solidária. Em 
caso de sociedades integrantes de grupo econômico também há responsabilidade 
solidária. Da mesma maneira, poderá ser desconsiderada a personalidade jurídica do 
responsável pela infração quando houver: abuso de direito, excesso de poder, infração 
da lei ou de contratos e estatutos sociais ou ainda, se houver falência, estado

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