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Entropia IV MEC-1507 Sistemas Térmicos I Luiz Guilherme Vieira Meira de Souza | 1 Trabalho Reversível em Regime Permanente O trabalho realizado durante um processo depende da trajetória bem como das propriedades nos estados inicial e final. O trabalho de fronteira móvel reversível (quase-equilíbrio) associado aos sistemas fechados pode ser expresso utilizando as propriedades do fluido, como em: Trabalho Reversível em Regime Permanente 3 Seria igualmente interessante expressar o trabalho associado aos dispositivos com escoamento em regime permanente utilizando as propriedades do fluido. Trabalho Reversível em Regime Permanente 4 Primeiramente, admite-se que a direção positiva para o trabalho seja para fora do sistema (realização de trabalho). Assim, o balanço de energia para um dispositivo com escoamento em regime permanente (que passa por um processo internamente reversível) pode ser expresso na forma diferencial como: Trabalho Reversível em Regime Permanente 5 Mas, Substituindo essa relação na equação anterior e cancelando dh, tem-se: Trabalho Reversível em Regime Permanente 6 Integrando-se: Quando as variações das energias cinética e potencial são desprezíveis, essa equação se reduz a: Trabalho Reversível em Regime Permanente 7 Essas duas equações são relações para o trabalho reversível resultante associado a um processo internamente reversível de um dispositivo com escoamento em regime permanente. Elas produzirão um resultado negativo quando o trabalho for realizado sobre o sistema. Trabalho Reversível em Regime Permanente 8 Essas relações também podem ser escritas para a entrada de trabalho nos dispositivos com escoamento em regime permanente como compressores e bombas por: Trabalho Reversível em Regime Permanente 9 Obviamente, para realizar a integração, é preciso conhecer v em função de P para o processo em questão. Quando o fluido de trabalho é incompressível, o volume específico v permanece constante: Trabalho Reversível em Regime Permanente 10 Essa equação deixa claro que o trabalho reversível no escoamento em regime permanente está intimamente associado ao volume específico do fluido que escoa através do dispositivo. Trabalho Reversível em Regime Permanente 11 Quanto maior for o volume específico do fluido, maior será o trabalho reversível produzido ou consumido pelo dispositivo com escoamento em regime permanente. Trabalho Reversível em Regime Permanente 12 Essa conclusão é igualmente válida para os dispositivos com escoamento em regime permanente reais. Durante um processo de compressão é necessário manter o volume específico do fluido no nível mínimo possível para minimizar o trabalho requerido. Durante um processo de expansão, é necessário manter o volume específico do fluido no nível máximo possível para maximizar a produção de trabalho. Trabalho Reversível em Regime Permanente 13 Nas usinas de potência a vapor ou a gás, a elevação da pressão na bomba ou no compressor é igual à queda de pressão na turbina, desde que não se leve em conta as perdas de pressão nos outros componentes. Trabalho Reversível em Regime Permanente 14 Nas usinas a vapor, a bomba processa o líquido, o qual tem um volume específico muito baixo, e a turbina processa o vapor, cujo volume específico é muitas vezes maior. Assim, o trabalho realizado pela turbina é muito maior que o trabalho entregue à bomba. Trabalho Reversível em Regime Permanente 15 Esse é um dos motivos para o amplo uso das usinas de potência a vapor na geração de energia elétrica. Trabalho Reversível em Regime Permanente 16 Se fosse necessário comprimir o vapor de água que deixa a turbina de volta para a pressão na entrada da turbina antes de resfriá-lo primeiro no condensador (com o intuito de “economizar” o calor rejeitado), teria de se fornecer todo o trabalho produzido pela turbina de volta à bomba. Trabalho Reversível em Regime Permanente 17 Na verdade, o trabalho a ser fornecido seria até maior do que o trabalho produzido pela turbina, por causa das irreversibilidades presentes em ambos os processos. Trabalho Reversível em Regime Permanente 18 Nas usinas de potência a gás, o fluido de trabalho (em geral o ar) é comprimido na fase gasosa, e uma parte considerável do trabalho produzido na turbina é consumida pelo compressor. Consequentemente, uma usina de potência a gás fornece menos trabalho líquido por unidade de massa do fluido de trabalho. Trabalho Reversível em Regime Permanente 19 Para o escoamento em regime permanente de um líquido através de um dispositivo que não envolve interações de trabalho, a equação anterior pode ser expressa por: Mais conhecida como a equação de Bernoulli em mecânica dos fluidos. Trabalho Reversível em Regime Permanente 20 Eficiências Isentrópicas As irreversibilidades são inerentes a todos os processos reais e sempre resultam em uma degradação do desempenho dos dispositivos. Em análises de engenharia é recomendável dispor de alguns parâmetros que nos permitam quantificar o grau de degradação da energia nos dispositivos. 22 Eficiências Isentrópicas Anteriormente foi demonstrada essa quantificação para os dispositivos cíclicos, como as máquinas térmicas e os refrigeradores. Essa quantificação era realizada comparando-se os ciclos reais com os ciclos idealizados, como o ciclo de Carnot. 23 Eficiências Isentrópicas Também é possível estender este tipo de análise a dispositivos que trabalhem isoladamente e sob condições de escoamento em regime permanente. Turbinas, compressores, bocais, etc. O objetivo é examinar o grau de degradação da energia nesses dispositivos devido às irreversibilidades. 24 Eficiências Isentrópicas Entretanto, em primeiro lugar é necessário definir um processo ideal que sirva de modelo para os processos reais. 25 Eficiências Isentrópicas Embora seja inevitável alguma transferência de calor entre esses dispositivos e a vizinhança, muitos dispositivos com escoamento em regime permanente são projetados para operar sob condições adiabáticas. Assim, o processo modelo para esses dispositivos deve ser o adiabático. Além disso, um processo ideal não envolveria irreversibilidades, uma vez que seu efeito é sempre a degradação do desempenho dos dispositivos de engenharia. 26 Eficiências Isentrópicas Desse modo, o processo ideal que pode servir como modelo adequado para os dispositivos com escoamento em regime permanente é o processo isentrópico. 27 Eficiências Isentrópicas Quanto mais próximo o processo real seguir o processo isentrópico idealizado, melhor será o desempenho do dispositivo. Assim, seria bom dispor de um parâmetro que expressasse quantitativamente o grau de eficiência com o qual um dispositivo real se aproxima de um dispositivo idealizado. 28 Eficiências Isentrópicas Esse parâmetro é a eficiência isentrópica, que é uma medida do desvio entre os processos reais e os processos idealizados correspondentes. As eficiências isentrópicas são definidas de forma diferente para dispositivos diferentes, uma vez que cada dispositivo é concebido para executar tarefas diferentes. 29 Eficiências Isentrópicas Eficiências Isentrópicas Turbinas Para uma turbina operando em regime permanente, o estado de entrada do fluido de trabalho e a pressão de descarga são fixos. Assim, o processo ideal de uma turbina adiabática é um processo isentrópico entre o estado de entrada e o de saída. 31 Eficiências Isentrópicas - Turbinas O que se deseja de uma turbina é a produção de trabalho. Portanto, a eficiência isentrópica de uma turbina é definida como a razão entre o trabalho resultante real da turbina e o trabalho resultante que seria alcançado se o processo entre o estado e entrada e a pressão de saída fosse isentrópico: 32 Eficiências Isentrópicas - Turbinas Em geral, as variações das energias cinética e potencial associadas a uma corrente de fluido que escoa através de uma turbina são pequenas em relação à variação da entalpia, e podem ser desprezadas. Assim, o trabalho resultante de uma turbina adiabática torna-se simplesmente a variação da entalpia, e assim: 33 Eficiências Isentrópicas - Turbinas h2r e h2s são os valores de entalpia no estado de saída para os processos real e isentrópico. 34 Eficiências Isentrópicas - Turbinas O valor de ηT depende substancialmente do projeto dos componentes individuais que formam a turbina. Turbinas de grande porte e bem projetadas têm eficiências isentrópicas acima de 90%. Porém, em turbinas pequenas, essa eficiência pode ficar abaixo de 70%. 35 Eficiências Isentrópicas - Turbinas O valor da eficiência isentrópica de uma turbina é determinado pela medição do trabalho real da turbina e pelo cálculo do trabalho isentrópico nas condições medidas na entrada e na pressão de saída. Tal valor pode, então, ser usado convenientemente no projeto de usinas de potência. 36 Eficiências Isentrópicas - Turbinas Eficiências Isentrópicas Compressores e Bombas A eficiência isentrópica de um compressor é definida como a razão entre o trabalho necessário para elevar a pressão de um gás até um valor especificado de forma isentrópica e o trabalho de compressão real: 38 Eficiências Isentrópicas – Compressores e Bombas Observa-se que a eficiência do compressor isentrópico é definida com o trabalho isentrópico no numerador e não no denominador. Isso acontece porque ws é menor que wr, e essa definição evita que ηC seja maior que 100%. 39 Eficiências Isentrópicas – Compressores e Bombas Quando as variações das energias cinética e potencial do gás que está sendo comprimido são desprezíveis, o trabalho entregue a um compressor adiabático torna-se igual à variação de entalpia, e então: 40 Eficiências Isentrópicas – Compressores e Bombas h2r e h2s são os valores de entalpia no estado de saída para os processos real e isentrópico. 41 Eficiências Isentrópicas – Compressores e Bombas Novamente, o valor de ηC depende bastante do projeto do compressor. Compressores bem projetados têm eficiências isentrópicas que vão de 80 a 90%. 42 Eficiências Isentrópicas – Compressores e Bombas Quando as variações das energias cinética e potencial de um líquido são desprezíveis, a eficiência isentrópica de uma bomba é definida de modo similar como: 43 Eficiências Isentrópicas – Compressores e Bombas Eficiências Isentrópicas Bocais Os bocais são dispositivos essencialmente adiabáticos usados para acelerar um fluido. Assim, o processo isentrópico também é um modelo adequado para os bocais. 45 Eficiências Isentrópicas – Bocais A eficiência isentrópica de um bocal é definida como a razão entre a energia cinética real do fluido na saída do bocal e a energia cinética na saída de um bocal isentrópico para o mesmo estado de entrada e pressão de saída. 46 Eficiências Isentrópicas – Bocais Bocais não envolvem interações de trabalho e o fluido passa por pouca ou nenhuma variação em sua energia potencial ao escoar através do dispositivo. Além disso, se a velocidade de entrada do fluido for pequena com relação à velocidade de saída, tem-se que: 47 Eficiências Isentrópicas – Bocais Assim, a eficiência isentrópica do bocal pode ser expressa em relação às entalpias: 48 Eficiências Isentrópicas – Bocais h2r e h2s são os valores de entalpia no estado de saída para os processos real e isentrópico. 49 Eficiências Isentrópicas – Bocais As eficiências isentrópicas dos bocais geralmente estão acima de 90%. Eficiências de bocais acima de 95% não são raras. 50 Eficiências Isentrópicas – Bocais Exercícios Vapor de água entra em uma turbina adiabática em regime permanente a 3 MPa e 400 °C e sai a 50 kPa e 100 °C. Se a potência produzida pela turbina for de 2 MW, determine: a) a eficiência isentrópica da turbina; b) a vazão mássica de vapor de água que escoa através da turbina. 52 Exercício 1 Ar é comprimido por um compressor adiabático de 100 kPa e 12 °C até uma pressão de 800 kPa à vazão constante de 0,2 kg/s. Se a eficiência isentrópica do compressor for de 80%, determine: a) a temperatura de saída do ar; b) a potência entregue ao compressor. 53 Exercício 2 Ar a 200 kPa e 750 K entra em um bocal adiabático a baixa velocidade e é descarregado à pressão de 80 kPa. Se a eficiência isentrópica do bocal for de 92%, determine: a) a máxima velocidade de saída possível; b) a velocidade de saída real do ar; c) a temperatura de saída. 54 Exercício 3
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