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Exergia III MEC-1507 Sistemas Térmicos I Luiz Guilherme Vieira Meira de Souza O Princípio da Diminuição da Exergia O princípio de conservação da energia impõe que a energia não pode ser criada ou destruída durante um processo. O princípio do aumento da entropia, que pode ser visto como um dos enunciados da segunda lei, impõe que a entropia pode ser criada, mas não pode ser destruída. Ou seja, a geração de entropia Sger deve ser positiva (processos reais) ou zero (processos reversíveis), mas não pode ser negativa. 3 O Princípio da Diminuição da Exergia Um enunciado alternativo para a segunda lei da termodinâmica é chamado de princípio da diminuição da exergia, que é o equivalente ao princípio do aumento da entropia. 4 O Princípio da Diminuição da Exergia Por definição, nenhum calor, trabalho ou massa pode cruzar as fronteiras de um sistema isolado, portanto nesse caso não há transferência de energia e entropia. 5 O Princípio da Diminuição da Exergia Sendo assim, os balanços de energia e entropia para um sistema isolado podem ser expressos como: 6 O Princípio da Diminuição da Exergia Multiplicando-se a segunda equação por T0 e subtraindo-a da primeira, tem-se: A variação de exergia para um sistema fechado é: 7 O Princípio da Diminuição da Exergia Uma vez que V2=V1 para um sistema isolado (que não pode envolver qualquer fronteira móvel e, consequentemente, qualquer trabalho de fronteira), Então, 8 O Princípio da Diminuição da Exergia Combinando-se essas equações, tem-se que: T0 é a temperatura termodinâmica do ambiente (quantidade positiva), Sger ≥ 0 e assim T0Sger ≥ 0. 9 O Princípio da Diminuição da Exergia Pode-se então concluir que: Essa equação pode ser expressa como: a exergia de um sistema isolado durante um processo sempre diminui ou (no caso-limite de um processo reversível) permanece constante. 10 O Princípio da Diminuição da Exergia Em outras palavras, ela nunca aumenta e a exergia é destruída durante um processo real. Isso é conhecido como o princípio da diminuição da exergia. Para um sistema isolado, a diminuição da exergia é igual à exergia destruída. 11 O Princípio da Diminuição da Exergia Destruição da Exergia Irreversibilidades sempre geram entropia, e tudo que gera entropia sempre destrói exergia. A exergia destruída é proporcional à entropia gerada e é expressa como: 13 Destruição da Exergia A exergia destruída é uma quantidade positiva para todo processo real e torna-se zero para um processo reversível. A exergia destruída representa o potencial de trabalho perdido e também é denominada de irreversibilidade ou trabalho perdido. 14 Destruição da Exergia As equações deduzidas para a diminuição e para a destruição de exergia são aplicáveis a qualquer tipo de sistema que passe por qualquer tipo de processo. Qualquer sistema e sua vizinhança podem ser envolvidos por uma fronteira arbitrária suficientemente grande através da qual não há transferência de calor, trabalho e fluxo de massa e, assim, qualquer sistema e sua vizinhança se transformam em um sistema isolado. 15 Destruição da Exergia Nenhuma exergia é destruída durante um processo reversível. Porém, nenhum processo real é reversível, e alguma exergia é sempre destruída. Portanto, a exergia do universo, que pode ser considerado um sistema isolado, está diminuindo continuamente. Quanto mais irreversível for um processo, maior será a destruição de exergia durante aquele processo. 16 Destruição da Exergia O princípio da diminuição da exergia não significa que a exergia de um sistema não pode aumentar. A variação da exergia de um sistema pode ser positiva ou negativa durante um processo, mas a exergia destruída não pode ser negativa. 17 Destruição da Exergia 18 Destruição da Exergia O princípio da diminuição da exergia pode ser resumido da seguinte maneira: Essa relação funciona como um critério alternativo para determinar se um processo é reversível, irreversível ou impossível. 19 Destruição da Exergia Balanço de Exergia: Sistemas Fechados A natureza da exergia é oposta à da entropia, uma vez que a exergia pode ser destruída, mas não pode ser criada. Dessa forma, o princípio da diminuição da exergia pode ser expresso como: 21 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Ou ainda, 22 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Essa relação é chamada de balanço de exergia e pode ser enunciada como: “A variação da exergia de um sistema durante um processo é igual à diferença entre a transferência líquida de exergia através das fronteiras do sistema e a exergia destruída dentro das fronteiras do sistema como resultado de irreversibilidades.” 23 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados A exergia pode ser transferida de ou para um sistema por transferência de calor, trabalho e fluxo de massa. Assim, o balanço de exergia de qualquer sistema passando por qualquer processo pode ser expresso de forma mais explícita como: 24 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Ou na forma de taxa como: No qual: 25 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados O balanço de exergia também pode ser expresso por unidade de massa como: Todas as quantidades são expressas por unidade de massa do sistema. 26 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Em um processo reversível o termo de destruição da exergia Xdestruída desaparece de todas as relações anteriores. Em geral é mais conveniente encontrar a geração da entropia Sger em primeiro lugar e, em seguida, avaliar a exergia destruída diretamente. 27 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Um sistema fechado não envolve fluxo de massa e, portanto, nenhuma transferência de exergia associada ao fluxo de massa. Considera-se que a direção positiva para a transferência do calor é para o sistema, e a direção positiva do trabalho vem do sistema. 28 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Assim, o balanço de exergia de um sistema fechado pode ser expresso de forma mais clara por: Ou, 29 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Qk é a transferência de calor através da fronteira à temperatura Tk no local k. Dividindo-se a equação anterior pelo intervalo de tempo Δt e tomando o limite quando Δt→0, tem-se a forma de taxa do balanço de exergia para um sistema fechado: 30 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados As relações anteriores para um sistema fechado são desenvolvidas considerando a transferência de calor para um sistema e o trabalho realizado pelo sistema como quantidades positivas. Portanto, a transferência de calor do sistema e o trabalho realizado no sistema devem ser considerados como quantidades negativas quando se usam essas relações. 31 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados As relações de balanço de exergia apresentadas podem ser usadas para deter- minar o trabalho reversível Wrev admitindo o termo de destruição de exergia igual a zero. Nesse caso, o trabalho W torna-se o trabalho reversível. W = Wrev quando Xdestruída = T0Sger = 0. 32 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Xdestruída representa a exergia destruída apenas dentro da fronteira do sistema, e não a destruição de exergia que pode ocorrer fora da fronteira do sistema durante o processo, como resultado de irreversibilidades externas. Portanto, um processo para o qual Xdestruída =0 é internamente reversível, mas não necessariamente totalmente reversível. 33 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados A exergia total destruída durante um processo pode ser determinada pela aplicação do balanço de exergia a um sistema estendido que inclui o próprio sistema e sua vizinhança imediata, no qual irreversibilidades externas possam estar ocorrendo. 34 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados 34 A variação da exergia nesse caso é igual a soma das variações de exergia do sistema com a variação da exergia da vizinhança imediata. Sob condições de regime permanente, o estado (e, portanto, a exergia da vizinhança imediata em qualquer ponto) não varia durante o processo, e a variação da exergia da vizinhança imediata é zero. 35 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Ao avaliar a transferência de exergia entre um sistema estendido e o ambiente, a temperatura da fronteira do sistema estendido é considerada simplesmente a temperatura ambiente T0. 36 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Para um processo reversível, a geração de entropia e, consequentemente, a destruição de exergia são iguais a zero. A equação do balanço de exergia nesse caso torna-se análoga à equação do balanço de energia. Ou seja, a variação de exergia do sistema torna-se igual à transferência de exergia. 37 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Para qualquer processo a variação de energia de um sistema é igual à transferência de energia, mas a variação de exergia de um sistema é igual à transferência de exergia apenas em um processo reversível A quantidade de energia sempre é preservada durante um processo real (a primeira lei), mas a qualidade deve diminuir (a segunda lei). 38 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Essa diminuição da qualidade sempre é acompanhada por um aumento da entropia e por uma diminuição da exergia. Quando 10 kJ de calor são transferidos de um meio quente para um meio frio, por exemplo, ainda tem-se 10 kJ de energia ao final do processo, mas a uma temperatura mais baixa e, portanto, com menos qualidade: menos potencial de realizar trabalho. 39 Balanço de Exergia: Sistemas Fechados Exercícios Considere a transferência de calor em regime permanente através da parede de tijolos de uma casa com 5 m x 6 me espessura de 30 cm. Em um dia em que a temperatura externa é de 0 °C, a casa é mantida a 27 °C. As temperaturas das superfícies interna e externa da parede de tijolos são medidas como 20 °C e 5 °C, respectivamente, e a taxa de transferência de calor através da parede é de 1.035 W. 41 Exercício 1 Determine a taxa de destruição de exergia na parede, e a taxa total de destruição de exergia associada a esse processo de transferência de calor. 42 Exercício 1 Um bloco de ferro de 5 kg a uma temperatura inicial de 350 °C é mergulhado em um tanque isolado que contém 100 kg de água a 30 °C. 43 Exercício 2 Considerando-se que a água que vaporiza durante o processo se condensa novamente no tanque e que a vizinhança está a 20 °C e 100 kPa, determine: a) a temperatura final de equilíbrio b) a exergia do sistema combinado nos estados inicial e final c) o potencial de trabalho desperdiçado durante esse processo 44 Exercício 2 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos As equações para o balanço de exergia dos volumes de controle diferem daquelas dos sistemas fechados. Envolvem fluxo de massa através das fronteiras. A massa possui exergia, bem como energia e entropia, e as quantidades dessas três propriedades extensivas são proporcionais à quantidade de massa. 46 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos 47 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Considerando-se a direção positiva da transferência de calor para o sistema, e a direção positiva da realização de trabalho do sistema, as equações gerais do balanço de exergia (podem ser expressas para um volume de controle de forma mais explícita por: 48 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Ou: 49 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Ou ainda em forma de taxa: 50 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos A equação do balanço de exergia anterior pode ser enunciada como: “A taxa de variação da exergia dentro do volume de controle durante um processo é igual à taxa líquida de transferência de exergia através das fronteiras do volume de controle por calor, trabalho e fluxo de massa menos a taxa de destruição da exergia dentro das fronteiras do volume de controle.” 51 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Balanço de exergia para sistemas com escoamento em regime permanente A maioria dos volumes de controle encontrados em situações práticas, como turbinas, compressores, bocais, difusores, trocadores de calor, tubos e dutos operam em regime permanente. Portanto, não sofrem variações nas quantidades de massa, energia, entropia e exergia, assim como seus volumes. 53 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Portanto, dVVC/dt=0 e dXVC/dt=0 para tais sistemas. A quantidade de exergia que entra em um sistema com escoamento em regime permanente sob todas as formas (calor, trabalho, fluxo de massa) deve ser igual à quantidade de exergia que sai mais a exergia destruída. 54 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Assim, a forma de taxa do balanço de exergia geral para um processo com escoamento em regime permanente fica reduzida a: 55 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Para um dispositivo com escoamento em regime permanente de corrente única (uma entrada e uma saída), a equação anterior se reduz a: 1 e 2 representam os estados de entrada e de saída. 56 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos A variação da exergia da corrente é dada por: O balanço de exergia por unidade de massa é: 57 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Para o caso de um dispositivo adiabático de corrente única sem interações de trabalho, a equação do balanço de exergia pode ser simplificada ainda mais. A exergia do fluido deve diminuir à medida que ele escoa através de um dispositivo adiabático sem trabalho ou permanecer igual no caso-limite de um processo reversível, independentemente de alterações nas outras propriedades do fluido 58 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Trabalho Reversível As equações para o balanço de exergia apresentadas anteriormente podem ser usadas para determinar o trabalho reversível Wrev, admitindo a exergia destruída igual a zero. Nesse caso, o trabalho W torna-se o trabalho reversível. 60 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos A partir da equação da variação da exergia da corrente, a potência de um dispositivo de corrente única com escoamento em regime permanente é determinada como: 61 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Para um dispositivo adiabático isso se reduz a: O trabalho reversível representa o máximo de trabalho produzido pelos dispositivos que produzem trabalho e o consumo mínimo de trabalho para os dispositivos que consomem trabalho. 62 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Eficiência de segunda lei dos dispositivos com escoamento em regime permanente A eficiência de segunda lei dos diversos dispositivos com escoamento em regime permanente pode ser determinada com base em sua definição geral: 64 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Quando as variações das energias cinética e potencial são desprezíveis, a eficiência de segunda lei de uma turbina adiabática pode ser determinada por: 65 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Para um compressor adiabático com energias cinética e potencial desprezíveis, a eficiência de segunda lei torna-se: 66 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos No caso da turbina, o recurso de exergia utilizado é o vapor, e a exergia fornecida é simplesmente o decréscimo da exergia do vapor. A exergia recuperada é o trabalho de eixo da turbina. No caso do compressor, o recurso de exergia é o trabalho mecânico, e a exergia fornecida é o trabalho consumido pelo compressor. A exergia recuperada nesse caso é o acréscimo da exergia do fluido comprimido. 67 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Para um trocador de calor adiabático com duas correntes de fluido não misturadas, a exergia fornecida é a diminuição da exergia da corrente quente, e a exergia recuperada é o aumento da exergia da corrente fria, desde que a corrente fria não esteja a uma temperatura mais baixa do que a vizinhança. 68 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos 69 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Assim, a eficiência da segunda lei para o trocador de calor é: 70 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Para uma câmara de mistura adiabática onde vapor quente 1 é misturado a uma corrente fria 2, formando uma mistura 3, o recurso exergético é dado pela corrente quente. Assim, a exergia fornecida é dada pela diminuição da exergia do fluido quente, e a energia recuperada é dada pelo aumento da exergia do fluido frio. 71 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos O estado 3 é o estado da mistura, portanto a eficiência de segunda lei para a câmara de mistura torna-se: 72 Balanço de Exergia: Sistemas Abertos Exercícios Vapor de água entra em uma turbina a 3 MPa e 450 °C a uma vazão de 8 kg/s e sai a 0,2 MPa e 150 °C. 74 Exercício 3 O vapor perde calor para o ar da vizinhança a 100 kPa e 25 °C a uma taxa de 300 kW, e as variações da energia cinética e potencial são desprezíveis. Determine: a) a produção real de potência b) a máxima potência possível c) a eficiência de segunda lei d) a exergia destruída e) a exergia do vapor nas condições de entrada 75 Exercício 3 Um tanque rígido de 200 m³ inicialmente contém ar atmosférico a 100 kPa e 300 K, e deve ser usado como recipiente para armazenamento de ar comprimido a 1 MPa e 300 K. 76 Exercício 4 O ar comprimido deve ser fornecido por um compressor que recebe ar atmosférico a P0 =100 kPa e T0 = 300 K. Determine o mínimo trabalho necessário para esse processo. 77 Exercício 4
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