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AULA 7 – A TEORIA ECONOMICA DE KEYNES CAP. 1 Sua principal publicação : The General Theory of Employment, Interest and money , essência de sua contribuição à teoria econômica geral. Suas ideias se agrupam em 5 principais pontos: caráter geral da teoria de Keynes; o papel do dinheiro; relação entre juros e dinheiro; o investimento; a incerteza acerca do futuro. Vou discorrer sobre cada umas delas e fechar este capítulo com uma transcrição do texto que a resume. Teoria Geral de Keynes Seu objetivo preocupa-se em explicar o que é que determina o volume de emprego era um momento dado, seja o pleno emprego, desemprego amplo ou um nível intermediário Economia monetária Dinheiro desempenha três funções: meio de troca; unidade de conta; reserva de valor. A mais importante: acumular valor. As pessoas que ganham mais que consomem tem a oportunidade de acumular o excesso de várias formas : entesourar o dinheiro, emprestar dinheiro ou transforma-lo em algum tipo de bem de capital. Entesourar o dinheiro: não obtém rendimento. Mais seguro e demonstra a incerteza, desconfiança no futuro econômico da sociedade em que vive. Emprestar: lucro e juros. Investimento de capital: algum proveito do bem adquirido, valorização. Juros como premio para não entesourar dinheiro A taxa de juros será determinada pela preferencia a liquidez, como afirma Keynes. O aumento da procura pelo empréstimo de dinheiro aumenta a taxa de juros. Porém se a taxa se eleva demais, as pessoas podem se sentir desestimuladas a emprestar o dinheiro que usariam para investimentos que gerariam vagas de emprego e assim ocasionar o desemprego Para a teoria econômica tradicional os juros seriam uma recompensa à poupança, e por adiar o consumo e não como premio à cessão da liquidez. Para Keynes o desemprego e o emprego estão diretamente ligados as questões do dinheiro e dos juros. O investimento como o principal determinante de emprego Dinheiro emprestado a taxa de juros aceitáveis geram investimentos na economia que por sua vez criam empregos, mas quando os juros são excessivos os investimentos caem e o desemprego aumenta. Investimento consiste em construir novas fábricas, novas casas, novas vias férreas e outros bens que não sejam consumidos tão logo sejam produzidos, e sim os bens duráveis. Essa é a diferença entre investimento e consumo. O investimento não gera somente empregos diretos, mas seus trabalhadores também gastam seus salários em outros setores e estimulam a economia. Então desemprego é resultado de investimento insuficiente. O que causa o baixo investimento e consequentemente o desemprego ? Porque o investimento é feito levando-se em consideração situações futuras, que são difíceis de prever. O inversor potencial tem que se guiar por suas previsões para chegar a decisão de investir em uma fábrica ou não. Eles tendem a confiar no juízo da maioria, ou da média, o que Keynes chama de Juízos convencionais que são baseados no comportamento do mercado, baseada na psicologia da massa. Os economistas clássicos agem com uma psicologia racionalista e esquecem que o mercado não é tão racional e que o papel estratégico do dinheiro é o de proteger o presente e o futuro incerto. E é justamente o interesse de Keynes, o comportamento racionalista em um mundo irracional. Resumo: Em um mundo no qual o futuro econômico é sumamente incerto e no qual o dinheiro é uma forma de acumular riqueza o nível geral do emprego depende da relação entre lucros esperados do investimento em bens de capital e o prêmio de juros que é preciso pagar para induzir os possuidores de riqueza a transferir o domínio de seu dinheiro. Se há confiança no futuro, haverá investimento real e o emprego terá nível elevado. CAP. 2 O FUNDO CLÁSSICO e a opinião de Keynes A teoria clássica baseia-se na presunção de pleno emprego do trabalho e demais fatores de produção, quando ocorre períodos de queda no pleno emprego são consideradas como anomalias, onde a tendência é o equilíbrio do pleno emprego. Quando os períodos de queda no pleno emprego persistem são atribuídos a interferência de governos e monopólios privados no livre jogo das forças de mercado. O habitual seria a laissez faire, a ausência de intervenção estatal na empresa privada. A aceitação do pleno emprego tem como justificativa de que a oferta cria a sua procura, a “lei do mercado” de Say (economista francês, séc. XIX). E ele supõe que as pessoas trabalham e produzem com a intensão de consumir, procura troca-la por outro produto. Quando há superoferta temporária de determinado produto, essa vai ser logo corrigida, já que a oferta cria sua própria procura. O significado do pleno emprego e do desemprego na teoria clássica Não existe desemprego involuntário e sim voluntário e friccional Desemprego voluntário: os candidatos ao emprego não querem aceitar o salário ofertados, podem ser também os ricos ou pobres ociosos, preguiçosos. Como ocorrem por opção não podem ser considerados desempregados e assim não atrapalham a ideia da condição de existência de pleno emprego. Desemprego friccional: São gerados por imperfeiçoes no mercado de trabalho, como imobilidade da mão de obra, natureza sazonal do trabalho, escassez de matéria prima, avarias em máquinas etc. Isso não é aceitável e deve-se procurar pela correção destas imperfeições. Defende a condição de “competição integral” entre os candidatos ao emprego, sem a interferência de o Estado ou de sindicatos trabalhistas, o que traria a condição de salários cada vez mais baixos, sem salários mínimos ou seguros desempregos e os empregadores teriam condições de contratar todos que se propusessem a trabalhar. Coloca a culpa do desemprego, nos próprios colegas de trabalho, que não aceitam trabalhar por salários menores. Agora é possível entender as diferenças e as críticas de Keynes ao fundo clássico. A crítica de Keynes a teoria clássica está em que a mesma não considera o mundo capitalista contemporâneo, onde há inflação, ciclos econômicos e outras instabilidades .
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