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Trabalho - Ação Direta de Inconstitucionalidade - modelo

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Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
ADI 3.510 / DF
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
VOTO 
Senhores Ministros, é indiscutível o fato de que a propositura da presente ação direta de inconstitucionalidade, pela delicadeza do tema nela trazido, gerou, como há muito não se via, várias expectativas quanto à provável atuação deste Supremo Tribunal Federal no caso ora posto.
Buscaram-se neste Tribunal, a meu ver, respostas que nem mesmo o constituinte originário e reformador propôs-se a dar. Não há, por certo, uma definição constitucional do momento inicial da vida humana e não é papel desta Suprema Corte estabelecer conceitos que já não estejam explícitos na Constituição Federal. 
O Código Penal Brasileiro proíbe a prática do aborto, com exceção do aborto praticado por médico, que objetive salvar a vida da gestante, ou seja, quando a gestação lhe imponha riscos. É o que a legislação denomina de “aborto necessário” (art. 128, I, CP) e do aborto realizado no caso de gravidez resultante de estupro é tolerado pela legislação penal no artigo 128, inciso II, que dispõe que o aborto realizado por médico é permitido “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.
Julgamos nesta casa a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54, em 2012, onde decidimos que nos casos de gravidez que são gerados fetos anencéfalos, a interrupção da gravidez não configurava conduta típica, sendo declarada a inconstitucionalidade de uma interpretação diversa, visto que o feto não sobreviverá após o parto, que configura mais uma exceção ao disposto no Código Penal.
Apesar das exceções que julgamos necessárias, a Constituição nos traz que o direito à vida é o primeiro direito e próprio à condição de ser humano. A Constituição Federal no Brasil declara que o direito à vida é inviolável no caput do 5º art. É preciso que se note: numa democracia jamais será questionada a possibilidade de matar uma pessoa deliberadamente, pois viola os Direitos Humanos. 
Além disso, a Constituição Federal não admite a possibilidade de legislar contra o direito à vida, um direito fundamental. Prevê o 4º parágrafo do art. 60 da Lei Maior, as cláusulas pétreas. Vida digna é um valor supremo que não pode ser violado e tão pouco relativizado. É neste sentido que o direito do nascituro desde concepção está garantido, tanto aquele que teve sua gênese in utero, quanto aquele gerado in vitro. O Código Civil considera:
“que a personalidade do homem começa a partir da concepção, sendo que, desde tal momento, o nascituro é considerado pessoa. Tanto o nascimento in utero, quanto o nascimento in vitro, deve ser respeitado pela lei, não deixando o nascituro de ser protegido pelo Código Civil (art. 2º) por ter sido gerado desta ou daquela forma”.
Apesar de não se ter ao certo quando se começa a vida, a jurisprudência atual também tende a crer que a vida começa na concepção, mesmo que a ciência ainda não tenha chegado numa conclusão quanto ao tema. O que nossa legislação proíbe é que um terceiro pratique o aborto, posto que, na prática, tanto o feto como a grávida são as vítimas do ato.
Não ser a favor da vida seria em si só um ato hipócrita, uma vez que estamos negando a outros um direito de que nós mesmos gozamos sem que tenhamos pedido ou almejado a gozar. Seria um ato egoísta, uma vez que zelamos tanto por nossas vidas, mas desprezamos a vida alheia.
O aborto prejudica o corpo da mulher, além do risco de morrer que a mulher corre, existe um aumento da probabilidade real da mulher após o aborto: sofrer de problemas de ordem psicológica, ter um aborto natural em futuras gestações, desenvolver câncer e outras doenças.
Legalizar a prática é aceitar a injustiça contra quem só almeja o justo direito de nascer.
Toda a mulher tem direito de fazer suas decisões, de escolher o melhor momento para ter filhos, de ter domínio sobre o próprio corpo. Mas, no que diz respeito ao feto ela não tem direito de decidir se este deve viver ou não, visto que é um novo corpo e uma nova vida.
 No Brasil temos diversos meios contraceptivos para evitar uma gravidez indesejada, o Sistema Único de Saúde oferece oito opções de métodos contraceptivos são eles: preservativo masculino e feminino, pílula combinada, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, dispositivo intra-uterino com cobre, diafragma, anticoncepção de emergência e minipílula, com tantos meios disponíveis à qualquer pessoa, não me convence que uma gravidez seja indesejada pela mulher, a partir do momento que ela teve uma relação sexual sem proteção e esta proteção estava disponível em qualquer posto de saúde, ela se torna responsável pela gravidez e não pode então ferir o direito à vida garantido pela Constituição ao seu filho, visto que o direito à vida é um direito indisponível. 
Assim, apenas não podemos esquecer o que nos é garantido como direito fundamental, que é a dignidade da pessoa humana e o direito à vida, e o nasciruto é sujeito destes direitos. O Direito à Vida é direito fundamental no Brasil, direito individual e inviolável. Garantido na Constituição Federal no caput do 5º art. E mais, é direito resguardado em cláusula pétrea no art. 60, 4º parágrafo. Não podendo a meu ver que a mãe disponha do direito à vida de seu filho.
Ante todo o exposto, julgo improcedente o pedido formulado, na presente ação direta de inconstitucionalidade.
É como voto.
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