Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICO CURSO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CAMPUS MARABÁ FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL I Profº André Scheidegger Laia • TEMPERATURA, CALOR E 1ª, 2ª E 3ª LEI DA TERMODINÂMICA • Termologia • Calor • Equilíbrio térmico • Escalas termométricas • Dilatação • Termodinâmica • Conceitos fundamentais • Lei zero, 1ª e 2ª lei • Relações entre trabalho e energia interna • Máquinas térmicas DILATAÇÃO TÉRMICA • Definição • Em Física, dilatação térmica é o nome que se dá ao crescimento das dimensões de um corpo, ocasionado pelo aumento de sua temperatura. Dilatação térmica Aumento de Temperatura → aumento da separação média entre átomos do sólido (dilata). Com a variação na temperatura de um sólido, as partículas que o constituem vibram, menos ou mais, em torno de sua posição de equilíbrio. Fenômenos Cotidianos Os fios de telefone ou luz, expostos ao Sol, variam suas temperaturas, fazendo com que o fio se estenda de um comprimento inicial (Lo) para um comprimento final (L), aumentando assim sua curvatura. Imagem: Hugh Venables / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic. Fenômenos Cotidianos • Quando tentamos abrir um pote de azeitona, cogumelos ou palmito e parece que a tampa esta colada no fraco. Fenômenos Cotidianos • Quando pegamos uma vasilha de vidro ou cerâmica aquecidos e colocamos encima de uma superfície molhada. • Em todos esses casos esta evidente a contração e expansão da matéria, fenômeno associado também ao grau de agitação das moléculas e a distancia média ocupada pelas moléculas destes materiais. Dilatação Linear • A dilatação linear consiste em um aumento em apenas uma dimensão, onde um fio metálico de coeficiente de dilatação linear e comprimento Lo aumenta ou diminui para um comprimento L devido a uma variação de temperatura T provocando uma dilatação L . Dilatação linear dos sólidos A variação no comprimento de uma barra L, submetida a uma variação de temperatura t, é: 1 Dilatação linear dos sólidos Coeficiente de dilatação linear de alguns materiais Material A (10-6°C-1) Chumbo 29 Zinco 26 Alumínio 23 Prata 19 Cobre 17 Ouro 15 Concreto 12 Aço 11 Vidro comum 9 Granito 8 Porcelana 3 Diamante 0,9 Expressão geral da dilatação (ou contração) linear de um sólido: Dilatação linear dos sólidos (tecnologia) 1 Dilatação linear dos sólidos Dilatação linear dos sólidos (cuidados) Dilatação Superficial • A dilatação superficial ocorre em um corpo de coeficiente de dilatação superficial β, quando duas dimensões tem tamanhos consideráveis (área Ao) e esta sujeita a uma variação de temperatura T provocando uma dilatação superficial A. Dilatação Superficial Variação da área da superfície de um corpo em função da variação da temperatura: Coeficiente de dilatação superficial b: Dilatação Superficial Expressão geral da dilatação (ou contração) superficial de um sólido: Dilatação Superficial (Tecnologias) • Quando o dente fica cariado é colocado uma resina dentaria (obturação), esta resina deve ter um coeficiente de dilatação igual ao do dente ou ela pode causar desconfortos ou até cair pelo fato de sofrer constantes variações de temperatura durante a alimentação. Dilatação Superficial (Tecnologias) • Em construções o uso de rejunte é fundamental pois toda superfície esta sujeita a dilatação. Ao aquecer a cerâmica também dilata e para que esse acréscimo de área não provoque danos as peças é utilizado uma pasta emborrachada que se deforma sem danificar. Dilatação Superficial (cuidados) O espelho de um telescópio como o Keck, no Havaí, apresenta espaços entre os espelhos que o compõem, para prevenir dos efeitos da dilatação térmica. E o que acontece com os espaços vazios? O V ID IU IO R D A C H I/ SH U TT ER ST O C K P H O TO V IB ES / SH U TT ER ST O C K D M IT R Y K R A M A R / SH U TT ER ST O C K TH O R ST EN S C H U H / SH U TT ER ST O C K Dilatação Volumétrica A variação no volume é proporcional à variação de temperatura (t) e ao volume inicial (V0) do corpo: A constante de proporcionalidade é o coeficiente de dilatação volumétrica: Volume final do corpo que sofreu a dilatação: Dilatação volumétrica dos sólidos como produto de dilatações lineares de três dimensões Dilatação Volumétrica (aplicações) A dilatação térmica de materiais é um fenômeno que auxilia na construção de peças e componentes industriais. Dilatação dos Líquidos Os líquidos, assim como os sólidos, sofrem dilatações ao serem aquecidos. Uma vez que não têm forma própria, fato este devido à gravidade, adquirem a forma do recipiente . Se o líquido estivesse livre da atração gravitacional (no espaço, por exemplo) obteria a forma de uma esfera, pois nessa geometria há a menor área de superfície para um determinado volume. A gota, uma pequena porção de água, costuma obter formato esférico Dilatação de líquidos Ao se ver o conjunto recipiente + líquido ser aquecido, tem-se a sensação de que apenas o líquido teve seu volume aumentado. Mas, na verdade, ambos os corpos, em diferentes estados físicos, sofrem dilatação. Como o líquido tem mais facilidade de absorver calor, sofre uma maior variação de volume do que o recipiente sólido. O que se observa é a dilatação aparente (ΔVaparente) do líquido. Para saber sua dilatação real (ΔVlíquido), precisa-se adicionar a dilatação do recipiente (ΔVrecipiente), e para isso, deve-se conhecer os coeficientes de dilatação volumétrica do líquido e do recipiente. A dilatação real do líquido é, portanto, a dilatação aparente, somada à dilatação do recipiente. ΔVlíquido = ΔVaparente + ΔVrecipiente TERMODINÂMICA • Termodinâmica • Termo Calor • Dinâmica movimento • Movimento ou transferência de calor de um corpo com maior temperatura para um corpo de menor temperatura. Fonte: http://conhecimentosgerais-algosobre.blogspot.com.br/transferencia-de-calor-e-equilibrio. Introdução Geral aos fundamentos de Termodinâmica • É energia térmica em trânsito de um corpo para o outro ou de uma parte para outra de um mesmo corpo, trânsito este provocado por uma diferença de temperatura. Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema Obs: A unidade padrão de calor é a caloria que corresponde a 4,18 J • Mas até quando ocorre essa transferência de energia? O que é Calor? • É quando todos os átomos e moléculas possuem um mesmo grau de agitação. Equilíbrio térmico • Esta lei estabelece que dois corpos estarão em equilíbrio térmico quando não houver fluxo de calor entre os mesmos ao serem colocados em contato. Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/equilibrio-termico.htm Lei Zero da Termodinâmica • Retomando... • Termodinâmica • Calor • Temperatura • Equilíbrio térmico • Lei Zero da Termodinâmica Podemos passar adiante... Síntese • No século XIX Thompson percebeu que existia uma relação entre trabalho e energia. Para isso podemos analisar a situação abaixo: Fonte: http://casadachris.uol.com.br/imprime_faca.php?id=17 Conclusão: Trabalho pode ser transformado em energia! Relação entre Trabalho e Energia Térmica • James Joule tendo conhecimento dos estudos de Thompson realizou um experimento onde procurou tirar proveito da agitação térmica de um recipiente contendo água fervente acoplando um eixo com hélices e verificou que tal agitação era capaz de fazer girar o eixo. Fonte: http://optativadequimica.blogspot.com.br/2011/04/experimento-de-joule.html Obs: Calor também pode ser transformado em energia! Relação entre Trabalho e Energia Térmica Capacidade térmica (C) • Capacidade térmica é a constate de proporcionalidade entre a quantidade de calor recebido ou perdido (Q) e a variação de temperatura ∆T. Cada corpo tem uma capacidade limitada de receber energia para uma determinada variação de temperatura. A capacidade térmica é proporcional a massa. T Q C Calor Específico (c) • Calorespecífico é uma característica de cada substância de forma que cada uma possui um calor específico diferente e este não depende da massa do corpo. • Conceito: calor específico indica a quantidade de calor que cada unidade de massa do corpo precisa receber ou ceder para que sua temperatura varie uma unidade. • c = C/m Tm Q c Conversões • CALOR = ENERGIA [Q] = Joule 1 cal = 4,1868 J : Calor necessário para aumentar T de 1 g de água de 14,5 →15,5ºC • Calor específico [c] : J/(kg.K) : cal /(g.oC) Calor Específico Sensível e Calor Específico latente • Sensível: É o calor que quando recebido ou cedido provoca uma variação de temperatura Q = m . c . ∆T • Latente: É a quantidade de calor necessária que se perca ou que se receba para que uma determinada massa de uma substancia mude de fase. L = Q/m Q = m . L Transformação de FASE Temperatura não varia durante mudança de estado Requer energia : Q sólido líquido gasoso FUSÃO VAPORIZAÇÃO Q Q Q Q Transformação de FASE Calor Absorvido/Liberado na mudança de fase por unidade de massa Calor de Transformação Requer energia : Q sólido líquido gasoso FUSÃO VAPORIZAÇÃO Q Q Q Q m Q L Calor de Transformação • É a somatória dos vários tipos de energia existentes nas partículas de um sistema. • Ex: uma folha de papel apresenta: Energia cinética molecular Energia química Energia associada aos núcleos atômicos. Energia associada a existência (E = mc2) E = Energia M = Massa C= Velocidade da Luz Energia Interna • A energia interna de um gás ideal pode ser calculada pela lei de Joule. Eint = Energia interna. n = número de mols. R = constante universal dos gases perfeitos (R= 0,082 atm.L/mol.K). T = Temperatura. • Pela lei de Joule para um gás ideal, ao fornecermos energia térmica para um corpo este aumentará sua energia interna e se retirarmos energia térmica sua energia interna diminuirá. Energia Interna • Para um sistema fechado tal como um embolo contendo um gás ideal e contido por um pistão. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=14722 Energia Interna e Trabalho • Esta lei estabelece o princípio da conservação da energia e garante que em um sistema termodinâmico a variação da energia interna será igual a diferença entre a quantidade de calor fornecido ou cedido e o trabalho realizado. ∆U = Q – W ∆U = Variação da energia interna. Q = Quantidade de calor recebido ou cedido. W = Trabalho realizado ou sofrido pelo sistema. Ex: Um gás perfeito sofre uma expansão, realizando um trabalho igual a 200 J. Sabe-se que, no final dessa transformação, a energia interna do sistema está com 60 J a mais que no inicio. Qual a quantidade de calor recebida pelo gás? Primeira Lei da Termodinâmica • No estudo dos gases perfeitos existem quatro transformações particulares que devem ser analisadas com mais detalhes: Isotérmica (temperatura constante) Isométrica (volume constante) Isobárica (pressão constante) Adiabática (não ocorre troca de calor entre o sistema e o meio externo). Fonte: http://www.stefanelli.eng.br/webpage/simtermo/p_sim_tp.html Transformações Termodinâmicas Particulares Transformação isotérmica • Nas transformações isotérmicas, a temperatura do sistema gasoso mantém-se constante e, em conseqüência a variação da energia interna é nula (∆U = 0). Lembre-se de que a energia interna de um gás depende unicamente da temperatura. • Isso significa que o calor e o trabalho trocados com o meio externo são iguais. Q W As transformações isotérmicas devem ser lentas, para que o gás troque calor na mesma medida que troca trabalho. Recebe Calor Perde Calor Transformações isométricas ou isovolumétricas • Nessas transformações o volume do gás mantém-se constante e, em conseqüência, o sistema não pode realizar trabalho e todo o calor trocado com o meio externo é convertido em variação da energia interna. ∆U = Q Transformações Isobáricas • Em uma transformação isobárica a pressão é mantida constante. Dessa forma, a analise do que ocorre é feita pela EQUAÇÃO DE CLAPEYRON. • Note que para uma pressão constante esta expressão nos diz que volume é diretamente proporcional a temperatura. Quando a temperatura aumenta o volume também aumenta e quando ela diminui o volume também diminui. p V = n R T Trabalho de um gás em uma transformação isobárica • Podemos calcular o trabalho realizado pelo gás pela definição de força constante: W = F . d Sendo F, o modulo da força média aplicada pelo gás sobre o êmbolo e d, o deslocamento sofrido por esse êmbolo. Da definição temos: F = p . A Onde; p = pressão A = área do êmbolo Substituindo temos: W = p . A . d • O produto A .d, corresponde ao volume variado V. • Assim a equação do trabalho do gás em uma transformação isobárica fica expressa pelo produto da pressão, que permanece constante e pela variação do volume. W = p . V = n.R.T Transformações adiabáticas • Nas transformações adiabáticas não há troca de calor entre o sistema e o meio externo. Desta forma toda energia recebida ou cedida pelo sistema ocorre por meio de trabalho. Transformações adiabáticas Sistema isolado OU Processo muito rápido WEi 0Q Expansão adiabática : W>0 : Ei<0 : Temperatura diminui → Não há transferência de calor WQEi Compressão adiabática : W<0 : Ei>0 : Temperatura aumenta • Um sistema gasoso realiza uma transformação definida como cíclica quando o estado final dessa transformação coincide com o estado inicial. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18555 Transformações Cíclicas: • Máquina térmica é todo dispositivo usado para converter energia térmica em energia mecânica. Fonte: http://etudocienciacdb.blogspot.com.br/2010/08/maquina-e-celula-fig-1.html Máquinas térmicas • Esta lei afirma que é impossível uma máquina transformar em trabalho, toda energia térmica recebida por uma fonte quente. Fonte: http://www.indaiazine.com.br/voce-conhece-o-passeio-de-maria-fumaca-de-campinas/ Segunda Lei da termodinâmica Equações • Pela conservação da energia: W = Qq – Qf • O rendimento de uma maquina térmica é a razão percentual de energia transformada em trabalho: • E como já se pode observar esta maquina térmica só terá um rendimento de 100 % quando a fonte fria estiver no zero absoluto, Coisa até então impossível pois estimasse que para que isso ocorra é necessário um trabalho infinito. 1Q W 1 2aLei da Termodinâmica ***η → rendimento 1 2 1 Q Q 1 21 Q QQ • Nicolas Sadi Carnot (1796 – 1832) propôs uma máquina teoria, ideal, que funcionaria em um ciclo particular utilizando toda a energia térmica para a realização de trabalho. • Segundo seus postulados: Nenhuma máquina operando entre duas temperaturas fixa pode ter um rendimento maior que a maquina ideal de Carnot. Ao opera entre duas temperaturas, a máquina de Carnot teria o mesmo rendimento, qualquer que fosse o fluido. Fonte: http://fisikanarede.blogspot.com.br/2012/09/termodinamica-iii_22.html Ciclo de Carnot Ciclo Refrigerador O processo de funcionamento da geladeira consiste na transferência de calor de uma fonte fria para uma fonte quente. Isso não é espontâneo e requer um trabalho externo realizado pelo compressor. O fluido usado é o fréon que se vaporiza a baixa pressão no congelador e se condensa a alta pressão no radiador. • O calor pode se propagar de três formas diferentes: • Condução • Convecção • Radiação Processos de propagação do calor Condução • Definição: É o processo de propagação de calor no qual a energia térmica passa de partícula para partícula de um meio. Convecção • É o processo de propagação de calor no qual a energia térmica muda de local, acompanhando o deslocamento do próprio material aquecido. Radiação • É o processo de propagação de energia na forma de ondas eletromagnéticas. Ao serem absorvidas, parte da energia dessas ondas se transforma em energia térmica.Exercícios Um sistema gasoso ideal troca (recebe ou cede) com o meio externo 150 cal em forma de calor. Determine, em joules, o trabalho trocado com o meio, em cada um dos casos; a) Expansão isotérmica b) Compressão isotérmica c) Aquecimento isométrico Um motor de Carnot recebe da fonte quente 100 cal por ciclo e rejeita 80 cal para a fonte fria. Se a temperatura da fonte quente é de 127 °C, qual deve ser a temperatura da fonte fria? • R. A. Bonjorno, J. R. Bonjorno, V. Bonjorno e C. M. Ramos. Física completa, 2ª ed. São Paulo: FTD, 2001. • D. Halliday, R. Resnick e J. Walker. Fundamentos de física. Rio de Janeiro: LTC, 2007. • P. A. Tipler. Física. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1984. • V. B. Newton, H. D. Ricardo e G. J. Biscuola, Física 2, 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010. • Hewitt, Paul G. Física Conceitual. 9ª ed. Bookman, 2002 • G. J. Van Wilen. R. E. Sonntag. C. Borgnakke. Fundamentos da termodinâmica. Edgar Blucher. 7ª ed., 2009. • Grupo de Reestruturação de Ensino de Física (GREF). Física. Volume 2. Campinas. Editora Unicamp, [2000] Referências Bibliográficas • Investir em Educação é o melhor juros que se pode colher! Abraham Lincoln Muito Obrigado!
Compartilhar