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Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Cieˆncias Exatas Disciplina Geometria Anal´ıtica Curso de Engenharia Professores Pryscilla Silva e Paulo Gala˜o Notas de Aula Aula 3 1 Matriz Inversa Resolva a seguinte equac¸a˜o matricial: A ·X = B, onde A = ( 3 4 2 3 ) , B = ( −1 −1 ) e X e´ uma matriz de ordem 2× 1. E´ claro que podemos resolver o problema anterior utilizando o produto e a definic¸a˜o de igualdade de matrizes. Mas, se tive´ssemos uma equac¸a˜o no conjunto dos nu´meros reais, o natural seria isolar X multiplicando o inverso de A em ambos os membros da igualdade. Desse modo, sera´ que e´ poss´ıvel resolvermos a equac¸a˜o anterior utilizando um recurso semelhante? Para isso vamos considerar a definic¸a˜o a seguir e algumas observac¸o˜es. Definic¸a˜o 1 Uma matriz quadrada A de ordem n e´ dita invers´ıvel se existir uma matriz quadrada B de ordem n talque A ·B = B · A = I, onde I e´ a matriz identidade de ordem n. Tal matriz B chama-se inversa de A e e´ denotada por A−1. Observac¸a˜o 1 Prova-se que se A e B sa˜o matrizes quadradas de ordem n, tal que AB = I, onde I e´ a matriz identidade de ordem n, enta˜o BA tambe´m e´ igual a I. Observac¸a˜o 2 E´ poss´ıvel provar que se I e´ a matriz identidade de ordem p e A e´ uma matriz de ordem p × k enta˜o I · A = A. Isto e´, em determinadas situac¸o˜es a matriz identidade funciona como um elemento neutro do produto de matrizes. Voltemos a` situac¸a˜o vista no in´ıcio: 1 Considere a matriz ( 3 −4 −2 3 ) . Note que ( 3 −4 −2 3 ) · ( 3 4 2 3 ) = ( 1 0 0 1 ) . Assim, utilizando a Observac¸a˜o 1, temos que A e´ inversivel e sua inversa e´ A−1 = ( 3 −4 −2 3 ) e desse modo: (A−1 · A) ·X = A−1 ·B I ·X = A−1 ·B onde I e´ a matriz identidade de ordem 2. Logo, utilizando a Observac¸a˜o 2, temos X = A−1 ·B X = ( 3 −4 −2 3 ) · ( −1 −1 ) = ( 1 −1 ) . Exemplo 1 Sejam A = ( 2 5 1 3 ) e B = ( 3 −5 −1 2 ) . Vamos verificar que A e´ in- vers´ıvel mostrando que B e´ a sua inversa, ou seja A ·B = B · A = I. De fato: A ·B = ( 2 5 1 3 ) · ( 3 −5 −1 2 ) = ( 2− 1 −10 + 10 3− 3 −5 + 6 ) = ( 1 0 0 1 ) Pela Observac¸a˜o 1, temos que BA = I. Logo, A e´ invers´ıvel e sua inversa e´ A−1 = B. Na questa˜o no in´ıco do texto e no exemplo anterior ja´ tinhamos uma candidata a matriz inversa de A. O problema e´ que nem sempre estaremos em uma situac¸a˜o ta˜o conforta´vel. Desse modo existem dois problemas a serem resolvidos quando se trata de matriz inversa: 1. Dada uma matriz invers´ıvel A como calcular a matriz inversa de A? 2 2. Toda matriz quadrada e´ invers´ıvel? Caso na˜o seja, como determinar se uma matriz quadrada e´ ou na˜o invers´ıvel? Para resolver o primeiro problema, vamos utilizar um precesso semelhante ao escalonamento que vimos para sistema lineares. Ja´ o segundo problema requer um pouco mais de teoria e sera´ resolvido quando apresentarmos a definic¸a˜o de Determinantes. Exemplo 2 Seja A a matriz do Exemplo 1. Vejamos como funciona o me´todo men- cionado anteriormente: 1. Escreva a matriz A ao lado da matriz identidade; 2 5 ... 1 0 1 3 ... 0 1 2. Apo´s isso vamos utilizar operac¸o˜es com as linhas de ambas as matrizes para obter- mos no lado esquerdo a matriz identidade; L1 ↔ 1/2L1 1 5/2 ... 1/2 0 1 3 ... 0 1 L2 ↔ L2 − L1 1 5/2 ... 1/2 0 0 1/2 ... −1/2 1 L1 ↔ L1 ↔ L1 − 5L2 1 0 ... 3 −5 0 1/2 ... −1/2 1 L2 ↔ 2L2 1 0 ... 3 −5 0 1 ... −1 2 3. Note que a matriz do lado direito e´ a inversa da matriz A. 1 Exemplo 3 Dada a matriz A = 2 1 34 2 2 2 5 3 , considerando que a matriz A e´ invers´ıvel utilizando o me´todo anterior, vamos obter a matriz inversa de A. 1O processo que fizemos anteriomente, que serve tanto para escalonar sistemas, quanto para determinar a inversa de uma matriz tambe´m pode ser feito utilizando as colunas ao inve´s das linhas. 3 2 1 3 ... 1 0 0 4 2 2 ... 0 1 0 2 5 3 ... 0 0 1 L2 ↔ 1/2L2 L1 ↔ 1/2L1 1 1/2 3/2 ... 1/2 0 0 2 1 1 ... 0 1/2 0 2 5 3 ... 0 0 1 L2 ↔ L2 − 2L1 L3 ↔ L3 − 2L1 1 1/2 3/2 ... 1/2 0 0 0 0 −2 ... −1 1/2 0 0 4 0 ... −1 0 1 L2 ↔ L3 1 1/2 3/2 ... 1/2 0 0 0 4 0 ... −1 0 1 0 0 −2 ... −1 1/2 0 L2 ↔ 1/4L2 L3 ↔ −1/2L3 1 1/2 3/2 ... 1/2 0 0 0 1 0 ... −1/4 0 1/4 0 0 1 ... 1/2 −1/4 0 L1 ↔ L1 − 1/2L2 1 0 3/2 ... 5/8 0 −1/8 0 1 0 ... −1/4 0 1/4 0 0 1 ... 1/2 −1/4 0 L1 ↔ L1 − 3/2L3 1 0 0 ... −1/8 3/8 −1/8 0 1 0 ... −1/4 0 1/4 0 0 1 ... 1/2 −1/4 0 . Refereˆncias IEZZI, Gelson; HAZZAN, Samuel. Fundamentos de matema´tica elementar: sequeˆncias, matrizes, determinantes, sistemas. 7 ed. Sa˜o Paulo: Atual, 2004. LIPSCHUTZ, Seymour. A´lgebra Linear. Sa˜o Paulo: Makron Books, 1994. 4
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