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Conteúdo de Sociologia e Direito II

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Universidade Federal Fluminense
Mário Henrique Nóbrega Martins
Conteúdo da Disciplina Sociologia e Direito II
Professor: Joaquim Leonel
	Niterói	
2013
22/11/2012
Pluralismo Jurídico
O Direito produzido pela modernidade tinha uma ideia de monismo jurídico, ou seja, só há um direito regulamentado pelo Estado.
	Mesmo com as diferenças entre as tradições romano-germânica e anglo-saxã, o poder / representação do Estado permanece sempre uno.
	A Sociologia propõe uma releitura do conceito de monismo jurídico. Cria-se a ideia empírica de que no mesmo espaço geopolítico há diferentes criadores do Direito que formam certos grupos / centros de disputa da produção do Direito, ou seja, forma-se o pluralismo jurídico.
- Tipos de Pluralismo Jurídico
Infranacional
Supranacional
Pesquisa de campo de Boaventura de Sousa Santos:
Pesquisa / Pluralismo
Direito de Pasárgada / Direito Estatal Brasileiro (comparação em 8 variáveis)
Espaço retórico do Direito (fala) – Método em que se mostram as variações entre os Direitos.
Duas linhas explicativas para essa diferenciação
Conceito do Direito
Pluralismo Jurídico dentro de um território
Pluralismo Jurídico Infranacional
Pesquisa / Pluralismo
- Estruturas jurídicas internas
- Situação de pluralismo
	- Teoria do Estado-Nação
	- Recuperação do Estado – Marx
	- Ideia de Estado não dado, mas construído e diferente do Direito.
- Potencial de Direito: Conflitos x ilegalidade.
- Pesquisa Empírica
	- Observação / Participação / Posicionamento (Boaventura mora por três meses na Rocinha fazendo uma real pesquisa de campo).
- Atualidade: UPP’s e o poder do tráfico.
Moradia: Questão inicial do pluralismo jurídico em Pasárgada. Todas as questões do pluralismo se baseiam na ilegalidade das pessoas que permitem a formação de um novo poder.
26/11/2012
Direito de Pasárgada / Direito Estatal Brasileiro
Situação específica da reprodução social que se inicia com a questão da ilegalidade da moradia (situação potencializadora).
	
	Direito de Pasárgada
	Direito Estatal Brasileiro
	Lócus de resolução de conflitos
	Associação de moradores
	Poder Judiciário
	Referência de mobilização da verdade
	Topois: Pontos de vista mais ou menos aceitos da comunidade
	Lei: Instrumento normativo
	
Modelo de decisão
	Mediação
	Adjudicação (as partes não participam da decisão)
	Linguagem (tipo)
	Comum
	Formal (técnica)
	Objeto
	Flexível; modifica-se ao longo do conflito
	Petição inicial * (é rígida; imutável)
	
Modelo de procedimento
	Conteúdo e procedimento quase não se separam
	Direito material (conteúdo) e Direito processual (condições de procedimento para o exercício do Direito)
	
Interação entre atores
	Indiferenciação / Imbricação entre as funções
	Separação das funções (formalidade)
	Interação entre atores e coisas
	Não é ilustrativa de poder
	Estrutura de poder (simbólica; material). 
Ex: Sala de audiência.
O julgamento não pode ser ultrapetita: Só pode ser julgado aquilo que consta na petição inicial e nada, além disso.
29/11/2012
Espaço retórico do Direito (fala) – Método em que se mostram as variações entre os Direitos.
Ideia de que, no Direito de Pasárgada, o espaço retórico de fala é maior do que no Direito Estatal Brasileiro. Pasárgada tem uma referência muito mais oral, enquanto que no Direito Oficial a referência é muito mais escrita.
Duas linhas explicativas para essa diferenciação
- Primeira linha: o nível de institucionalização da questão jurídica – burocratização / especialização da função jurídica, tanto do ponto de vista externo (autonomização e separação do Direito das demais funções sociais) quanto do ponto de vista interno (especialização das atividades / papéis jurídicos).
- Segunda linha: Poder de coerção a serviço da decisão jurídica. Enquanto no Direito Oficial há um grande poder coercitivo legal e mecanismo de opressão, no Direito de Pasárgada, esse poder é fraco / pouco presente.
Conceito do Direito
- Sociologia do Direito: preocupa-se com o Direito produzido nas sociedades urbanas, industrializadas, modernas (a Sociologia apresenta um conceito de Direito).
- Antropologia do Direito: preocupa-se com o Direito produzido nas sociedades agrárias, arcaicas, primitivas. A Antropologia não apresenta um conceito de Direito.
Civilização (Sociologia) x Barbárie (Antropologia)
Para debater sobre o conceito de Direito na Antropologia, Glukman e Bohannan discursam:
	- Glukman: Sustenta que o Direito produzido pela modernidade pode ser usado, já que também é uma abstração / é genérico.
	- Bohannan: Opõe-se a Glukman, entendendo que o conceito de Direito é produzido pela dogmática moderna e só é possível em determinadas situações históricas.
Boaventura de Sousa Santos entende, por uma lógica operacional, que tanto Pasárgada quanto o Direito Oficial Brasileiro são Direitos, portanto, há pluralismo jurídico.
Pluralismo Jurídico
Ambos apresentam muito mais uma disputa do que um caráter hierárquico (para Boaventura de Sousa Santos).
	A questão do pluralismo jurídico começa na ideia de colônia e metrópole (Imperialismo / Neocolonialismo). Isso se dá por conta da heterogeneidade cultural que gera o pluralismo jurídico.
	A heterogeneidade / diversidade das classes sociais é o fator potencializador do fato.
03/12/2012
Pluralismo Jurídico Supranacional
Lócus de produção na cena internacional
Visão moderna (estatal) desse lócus que é negadora do pluralismo
- Duas formas diferentes
Visão pós-moderna (pós-Estatal)
- Afirmação do pluralismo
Duas linhas explicativas desse pluralismo
Binômio de autoridade territorial / funcional
Binômio de integração sistêmica / integração social
Exemplos empíricos (concretos)
Lócus de produção na cena internacional
Associação de Estados em blocos é comum. Como a NAFTA, o CAFTA, o MERCOSUL e a União Européia. A última é o cenário de uma nova institucionalização no mundo e ela seria exemplo de pluralismo jurídico supranacional. A situação não é superior hierarquicamente aos direitos dos Estados Nacionais, mas o bloco concorre com tais direitos, formando, portanto, um pluralismo jurídico.
Visão moderna (estatal) desse lócus que é negadora do pluralismo
Visão moderna 
	
	- Visão embrionária de um Estado: Ideia de que a UE poderia, futuramente, transformar-se em um Estado Federativo com autonomia na produção jurídica.
	- Organizações internacionais: Assim como a OLC, ONU e OIT.
Há uma negação do pluralismo jurídico, já que se entende que há um Direito Europeu superior que permite Direitos de federações inferiores. Há, portanto, um monismo jurídico. 
Para a ideia de que a UE seria uma organização internacional, interpreta-se que pela lógica de que o bloco estaria submetido à aprovação dos Estados soberanos da Europa. Sem tal aprovação, a UE não teria meios de ser validada em determinados Estados. Portanto, o bloco não teria uma soberania de um Estado Federativo.
Visão pós-moderna (pós-Estatal)
É a ideia de que o conceito da União Européia não pode ser comparado a nenhum outro sistema jurídico / político (OPJNI – Objeto Político Jurídico Não Identificado), uma vez que é um evento nunca antes visto e que não se encaixa em nenhuma conceituação anterior.
 
13/12/2012
Direito Alternativo
Surge emergente das atividades profissionais de uma parte da magistratura brasileira, mais especificamente de juízes de 1ª instância do RS. Em seguida, o tema é absorvido para estudo na pós-graduação da UFSC.
Origens e Conceitos
1.1. Perspectiva Histórica
De início, era uma série de práticas profissionais sem nenhum tipo de visibilidade no âmbito nacional. Entretanto, em 25/10/1990, na Folha da Tarde, de São Paulo, um jornalista publica o artigo “Juízes gaúchos colocam o Direito acima da lei”,em uma construção que visava desmerecer tal prática. Partindo do pressuposto de que o juiz só deveria aplicar a lei e nada acima disso, faz-se uma crítica à postura de tais juízes.
Eles se reuniam para discutir ciência política de modo crítico, no sentido de apontar os elementos de exploração e dominação social, além de discutir a prática profissional da magistratura.
Amilton Bueno de Carvalho foi deles o que mais chamou atenção em âmbito nacional. Em 09/1991, acontece o I Encontro Internacional de Direito Alternativo, na UFSC.
1.2. Perspectiva Ideológica
Existe uma identificação clara e explícita da leitura marxista, mais especificamente em torno do “Movimento crítico do Direito”, criado na França na década de 1970. Há uma releitura de Marx através de um estruturalismo sob a ótica de Althusser (vinculação à esquerda).
Além disso, a concepção profissional deles é de que o magistrado não se limita a julgar, mas também a ser militante e posicionado politicamente.
Tais magistrados eram amplamente defensores do socialismo.
	1.3. Perspectiva conceitual
Existem quatro grandes conceitos que orientam a prática da magistratura.
Lei e aplicação da lei
Justiça
Conceito de juiz
Conceito de Direito Alternativo
Positivismo de combate
Uso alternativo do Direito
Direito Alternativo propriamente dito (sentido estrito)
17/12/2012
Lei e aplicação da lei
- Visão usual: Interesse coletivo = coletividade = nação (Bloco monolítico)
- Visão dos daqueles juristas do RS: Ideia de que a lei e o ordenamento jurídico representam os interesses da nação, mas apresentam contradições e imposições de certos interesses em relação a outros. 
Ex: Questão dos royalties e sua divisão entre os Estado da federação.
 
- Pela visão usual, existe uma neutralidade da prática de julgar (do ponto de vista valorativo). Para eles, julgar é um posicionamento teórico e formal, portanto, político.
-- Pela visão alternativa, não há possibilidade de imparcialidade neutralidade no julgamento, portanto, o ato de julgar implica no posicionamento do juiz. Há um interesse valorativo (mesmo que implícito). Ou seja, julgar é, em sentido amplo, um ato político.
Justiça
- Visão usual: Abstrata – filosofia especulativa. Ex: Jusnaturalismo.
- Visão alternativa: Concreta – ideia de que só há sentido em se falar de justiça quando se relaciona ao caso concreto, que envolve ganhadores e perdedores. Logo, a prática desses juízes é redistributiva de bens em uma sociedade.
Justiça: Defesa aos desfavorecidos (proteção das partes hipo-suficientes da relação).
Conceito de Juiz
Juiz: Recrutado das classes médias altas (elites) por meio de provas / exames. Essas pessoas tendem a reproduzir as práticas de onde elas advêm. Logo, há uma elitização do Poder Judiciário.
Juiz Orgânico: Apesar de ter origem de classe média alta, apresentam uma lógica de defesa às partes menos favorecidas nas relações.
Conceito de Direito Alternativo
Sustentação de três grandes posturas:
Positivismo de combate
	Trabalha com um dispositivo normativo já instituído (mas sonegado de grande parcela da população do Brasil), aplicando a norma com outra interpretação / caráter.
Uso alternativo do Direito
	É uma nova interpretação da norma. Aquilo que está instituído é relido so uma ótica diferente da usual.
Direito Alternativo em sentido estrito
	Saída do campo legal e entrada no campo instituinte. Ou seja, aqueles juízes / juristas passam a legislar segundo suas perspectivas do Direito (esse fato é negado, a princípio).
Ex: A questão da união estável em relação homo-afetiva.
07/01/2013
Direito Alternativo (continuação)
- Atuação do Judiciário e Direito Alternativo (ou da liberdade do ato de julgar)
Contexto
A obra de Amilton Bueno de Carvalho, datada de 1991, é a primeira a tratar de forma mais ampla do Direito Alternativo no Brasil.
Alternatividade e motivação
A principal motivação para o crescimento do espaço do Direito Alternativo é a crise no Judiciário. Esta se daria, segundo o autor, devido à atuação e à cultura da magistratura brasileira. O ensino jurídico seria, portanto, uma das causas do atual estado da magistratura, uma vez que se liga a visão positivista-tecnicista-formalista que apenas reproduz e aumenta essa crise. Esse panorama pode servir de motivação para os magistrados que se viam insatisfeitos com seus respectivos trabalhos.
Alternatividade e reflexão
Apesar do cenário existente, a maior parte dos membros da magistratura tinha repulsa às posturas do Direito Alternativo. Essa repulsa se dá por alguns aspectos, como o fato de haver um maniqueísmo no tratamento do Direito Alternativo, tanto positivamente quanto negativamente. Amilton refuta essa postura e indica que o Direito Alternativo se trata de mais uma vertente do Direito e não pode ser menosprezado nem endeusado. Outro motivo da repulsa é a da representação de classe dos magistrados, já que determinados juízes acreditam na imparcialidade e na superioridade do juiz. O terceiro motivo de repulsa se deve à própria crise do Judiciário. Para esse motivo, o autor explica que só há uma crítica tão ferrenha ao Direito Alternativo pelo fato do Judiciário estar em crise, visto que se não estivesse, tal vertente seria aceita ou não, mas sem o ceticismo em que se fazem as críticas.
Alternatividade e o juiz (Judiciário)
A crise do Judiciário vem justamente no momento em que ele ganha maior demanda. Isso se explica, segundo o autor, pelo progressivo abandono do ideal de transformação social através da revolução, fato que era corriqueiro nas décadas de 1960/70 (Ditadura Militar), que foi substituído pela transformação social através da instrumentalização vigente com relação ao Poder Judiciário, por exemplo. É a chamada Judicialização da política, que perde um pouco de sua força em seus campos habituais para entrar no meio Judiciário.
Ex: A existência de uma acessória jurídica para as reivindicações do MST. 
	Nesse sentido, Amilton tenta compreender o ato de julgar, que, para ele, é um ato político e tem muito a ver com a valoração individual de justiça, que precisa ser fundamentada e calcada, principalmente, em uma orientação principiológica do Direito e não estão, necessariamente, no Direito positivado.
Estudo das profissões jurídicas (Sociologia das Profissões)
- Magistratura (enquanto categoria sócio-profissional)
Contexto geral da pesquisa
Categorias gerais de compreensão de uma cultura sócio-profissional.
Categorias específicas de compreensão da cultura organizacional da magistratura.
Elementos empíricos.
Recrutamento e seleção dos magistrados
Perfil
Inserção profissional
- Grau de satisfação profissional
			- Concepção da atuação profissional
Democratização do Poder Judiciário
- Crise do poder Judiciário
- Controle sob os magistrados
- Direito Alternativo (conhecimento e impacto)
Contexto geral da pesquisa
	Esse projeto de pesquisa buscou fundos na EMERJ (Escola de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro). Entretanto, a pesquisa sobre a “Democratização do Poder Judiciário” foi refutada pela EMERJ.
	Já o Departamento de pesquisa da OAB/RJ ajudou a pesquisa juntamente com a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro.
Provas de seleção
Análise da Revista da Jurisprudência do TJ/RJ.
Questionário para todos os magistrados na ativa do RJ.
Entrevistas
10/01/2013
Categorias gerais de compreensão de uma cultura sócio-profissional.
- Compreensão de qualquer grupo sócio-profissional
- Categorias elaboradas pelo sociólogo Pierre Bordieu
- utiliza três grandes categorias para entender qualquer grupo.
Categorias de campo
- Delimita abstratamente um espaço no qual as relações entre esses profissionais se estabelecem.
- Tem um campo no qual o grupo se move.
- As relações interpessoais se estabelecem e o grupo vai constituindo sua identidadena forma de falar, de agir, etc.
- Estas se dão em função de uma profissão / atividade profissional.
“Habitus” profissional (Representação cultural – técnicas / referências / competências / habilidades)
	Toda atividade profissional é acompanhada de uma série de características. Ex: Modo de falar, de se vestir (singulariza um grupo em face de outros).
	Determinados valores também são compartilhados, mas não há homogeneidade total, já que existem alguns habitus concorrentes. Portanto, os habitus são uma série de valores, atividades e costumes partilhados por um grupo profissional dentro de um campo.
Rito de passagem
Quando alguém de fora desse grupo passa a fazer parte dele. Esse rito pode ser formalizado ou não e há um controle na entrada de pessoas de fora para que as que entrem possam se tornar parte do grupo.
Ex: Concurso Público – permite que pretendente externo entre no campo / Momento de posse.
Categorias específicas de compreensão da cultura organizacional da magistratura.
- Cultura democrática: Categoria demonstrativa da cultura da magistratura do RJ.
			X
- Cultura conservadora: Grupo da magistratura brasileira. Não há uma relação dicotômica, mas uma serie de características intermediárias. 
Cultura Organizacional Universalista 	x 	Corporativista
	Ilustrativa da democracia
	Ilustrativa do conservadorismo
	Há valores compartilhados internamente por seus membros, mas se aceita aquilo que é externo (pluralista)
	Não admite (ou admite muito pouco) o ponto de vista daquilo que é externo.
	Abertura ao diálogo com o exterior.
	Fechado ao diálogo com o exterior.
	Sensíveis e abertos às críticas externas.
	Refratário a críticas externas.
Direitos Coletivos 			x 		Direitos Individuais
	Difusos e transindividuais
	Sensível ao marco dos direitos individuais
	Sensíveis para tratar da conflitualidade social sem individualizar 
	
	Trata o direito de todos de modo coletivo.
	
Cultura interdisciplinar 	x Cultura tecnicista / formalista / legalista 
	O cotidiano e o ato de julgamento não se fazem apenas por referências tecnicistas. Ex: Fatos históricos / econômicos.
	Referências nas leis / conhecimento jurídico strictu sensu.
	Cultura democrática
	Cultura conservadora
	Mobiliza-se em outras referências além das legais, não se limitando às leis.
	Maior número de jurisprudências presentes.
14/01/2013
Elementos Empíricos
Recrutamento e seleção dos magistrados
- Recrutamento: Os magistrados são, geralmente, oriundos das classes médias altas (nas décadas de 1970/1980). Desse modo, entende-se que a magistratura não é uma profissão que permita mudança social, havendo, portanto, uma manutenção de classe. A hereditariedade na profissão é outro fator relevante. Via de regra, a magistratura é feita a partir de referências familiares. Sendo assim, há uma familiarização no modus operandi (modo de falar; palavras técnicas; o meio em que se vive).
- Seleção: A partir de uma pesquisa para saber o tipo de conhecimento demandado na prova, entende-se que estas se organizam em questões técnicas do Direito, em jurisprudências e no Direito Positivo, ou seja, em questões técnico-formais. Esse fato gera a pista de que os ingressantes tendem a ilustrar a cultura conservadora.
Perfil – idade e sexo
- Idade: Juvenilização da profissão – há, cada vez mais, pessoas de pouca idade entrando na magistratura do Estado do RJ.
- Gênero: Feminilização da profissão – se antes a profissão era, majoritariamente, masculina, esta passa a ser composta por um número relevante de mulheres. Esse segundo aspecto tem muito a ver com a resolução feminista que, desde a década de 1960 passa a aumentar a influência feminina no mercado de trabalho.
Essas contestações são elucidativas de uma transformação no habitus anteriormente existente.
Inserção Profissional
- Grau de satisfação profissional: 86,5% dos ingressantes estão satisfeitos com suas práticas profissionais. A grande aceitação e a ausência de tensão dá a entender que estes magistrados já tinham alguma habilidade nesse campo em que eles foram previamente socializados. Isso retrata a classe e o meio de onde vêm.
- Concepção da atuação profissional: Quase toda a magistratura entende que seu trabalho é tão somente a aplicação da lei. Desse modo, pode-se interpretar uma cultura conservadora por parte dos magistrados.
17/01/2013
Democratização do Poder Judiciário
- Crise do poder Judiciário: Há a percepção de uma crise no Poder Judiciário. Porém, os magistrados entendem que a crise não se dá na prática da magistratura, mas na questão estrutural do funcionamento do Judiciário.
- Controle sob os magistrados: Á época da pesquisa, o CNJ não existia. Logo, os próprios pares julgavam seus colegas, mas não havia um órgão controlador para melhor monitoramento das funções dos magistrados. Entre eles, a grande maioria era contra esse controle, já que feriria a autonomia do Judiciário (postura corporativista da magistratura).
- Direito Alternativo (conhecimento e impacto): Pergunta – Os juízes conhecem o Direito Alternativo? Se sim, ele tem impacto na prática profissional? Resposta – A maioria dos magistrados conhecia as teses do Direito Alternativo, entretanto este não tem impacto na vida profissional.
31/01/2013
Cidadania e Direitos Sociais
Perspectiva Geral de Produção – Conceitual
Quadro teórico de Marshall
Críticas ao modelo de Marshall
Especificidades da cidadania no Brasil
Perspectiva Geral de Produção – Conceitual
	É um conceito polissêmico, sujeito a diversos sentidos e interpretações que podem querer justificar uma infinidade de posturas, fazendo gerar um posicionamento por parte das pessoas.
	Sendo assim, quando um pesquisador vai dissertar cientificamente sobre cidadania, deve-se precisar a partir de que ponto a cidadania será exposta.
	Portanto, tem-se que a dissertação se pautará na conferência feita por Marshall em 1949 (“Classe, cidadania e desenvolvimento social”).
Quadro teórico de Marshall
	Marshall se propõe a fazer uma releitura ao processo de construção da cidadania historicamente na Inglaterra. Dito isso, ele entende que o conceito de cidadania começa quando o povo deixa de ser submisso ao soberano para entender que tem direitos oponíveis a este, não entendendo mais a soberania como uma ordem natural.
	Com isso, o autor propõe três dimensões de cidadania (civil, política e social) na Inglaterra. Ele propõe que estas dimensões se ligam por meio de quatro diferenciações (variação de períodos históricos; variação de tipos de direitos; especializações funcionais da estrutura estatal e modelos diferenciados de Estado)
	
DIMENSÃO
	Variação de períodos históricos
	Variação de tipos de direitos
	Especializações funcionais da estrutura estatal
	Modelos diferenciados de Estado
	
CIVIL
	
Século XVIII
	Civis; Liberdades negativas *1
	
Tribunais *2
	
Liberal *3
	
POLÍTICA
	
Século XIX
	Políticos; Participação política nas decisões tomadas pelo Estado *4
	
Parlamento *5
	
Democrático *6
	
SOCIAL
	
Século XX
	Sociais; Políticas públicas *7
	Seguridade Social *8
	
Social *9
*1: É negativa, já que se tem o livre arbítrio para fazer ou não. O Estado deve apenas permitir que essas ações possam ser executadas, garantido que não haja violações a esse direito. 
*2: Direito que a pessoa tem de mobilizar o Estado quando houver cerceamento à determinada liberdade negativa. É o local em que se pode fazer cumprir tal direito.
*3: Tem como função principal a garantia da não-violação dos direitos individuais. É o Estado mínimo.
É justamente pelo exercício dos seus direitos através da dimensão civil que se chega à dimensão política.
*4: O direito de voto e o de elegibilidade elucidam bem essa lógica. Tais direitos são múltiplos (Ex: Referendos). Nesse caso, os cidadãos deixam de ser passivos nas escolhas políticas,passando a poder participar da vida política do Estado.
*5: Estrutura do Estado que dá concretude a essa dimensão da cidadania.
*6: Não somente permite as liberdades negativas, mas também incorpora a participação política dos cidadãos nas decisões.
Exatamente pelo exercício dos direitos políticos que a dimensão social pode passar a existir.
*7: O direito à saúde, à educação, ao trabalho (aposentadoria, seguro-desemprego). O Estado não apenas provê meios para as liberdades individuais, mas deve fazer isso dando contribuições para as melhoras nas condições individuais.
*8: A Seguridade Social permite que o estado exerça influência prática na vida de seus cidadãos.
*9: É democrático-social de Direito. Faz tudo o que os outros Estados faziam, mas também protege os cidadãos do país para que estes consigam ser mais bem-sucedidos exercendo melhor sua cidadania.
- Até o século XX, a questão da cidadania era discutida em torno das referências legais. Ou seja, só teria validade pela sua existência nas leis em uma perspectiva formal, mas não tendo relação (ou pouco tendo) com o homem concreto. Marshall liga a cidadania não só à existência de direitos, mas também ao exercício dos direitos. Desse modo, a história é uma grande referência para sua construção e sua forma atual.
- Com a ideia de direitos comuns a toda população, cria-se um sentimento de identidade e, de certo modo, um nacionalismo. Consequentemente, há uma diferenciação entre os povos.
- Há uma valorização da dimensão social, já que ela é a dimensão mais complexa no que tange à cidadania.
04/02/2013
Críticas ao modelo de Marshall pela Sociologia histórico-contemporânea
O encadeamento não é só cronológico, mas também é lógico
	A observação empírica não basta para compreender o esquema, mas também a lógica para exibir esse modelo. Logo, Marshall não compreende um fato como consequência de outro, o que acontece na prática. Por esse motivo, essa explicação foi tida como um modelo paradigmático.
	Outros críticos, partindo do pressuposto de que o modelo apresenta um paradigma, entende que há casos que não se aplicam segundo tal modelo. 
Ex: Alemanha.
Bloco monolítico de dimensões
	Tal ideia pressupõe totalidade que é complicada para compreender avanços e retrocessos nas práticas da sociedade, mas entende que há um encaminhamento para um todo complexo e perfeito. Nesse sentido, não se abre espaços para as instabilidades e inconsistências presentes na sociedade.
Bloco monolítico gera um todo harmônico
	Dá a entender que há processos que se complexificam, somando-se uns aos outros, não dando abertura a novas lógicas ou teorias que possam ser avessas / contraditórias com a lógica anterior. Pode não haver pacifismo na evolução do modelo.
07/02/2013
Especificidades da cidadania no Brasil
Pesquisa de José Murilo de Carvalho sobre a cidadania da população metropolitana do Rio de Janeiro. Obtém dados a partir de 3 eixos:
	
Grau de conhecimento de direitos da população metropolitana do RJ
Grau de engajamento dos moradores em atividades políticas e cívicas.
Pertencimento nacional
Grau de conhecimento de direitos da população metropolitana do RJ
	Da totalidade de entrevistados, 58% não souberam citar qualquer direito constitucionalmente garantido. Dos 42% restantes, há a seguinte divisão:
- 26% citaram algum direito social
- 12% citaram algum direito cívico
- 4% citaram algum direito político
	Desse modo, a cidadania passa a não ser exercida em sua totalidade, já que a maioria da população desconhece seus direitos.
	A baixa citação de direitos políticos pode ser entendida pela obrigatoriedade do voto, que faz com que o povo entenda tal direito como um dever.
	Sob o aspecto social, percebe-se que há um Estado paternalista em que se dão concessões, dádivas por parte do Estado, o que tira o caráter de direito do referido direito.
	Portanto, o Brasil viveria uma ESTADANIA, em que o Estado se apresenta como agente provedor de direitos. Sendo assim, quanto mais próximo do Estado alguém estiver, maior cidadania ele terá. Isso não significa dizer que não há luta social, mas que existe outro padrão de aquisição de direitos que se dá ao redor do Estado.
Grau de engajamento dos moradores em atividades políticas e cívicas.
	Mostra-se que no Brasil há um baixo grau de engajamento político e cívico.
Ex: Na pesquisa não houve citação a eventos como o impeachment de Fernando Collor ou do movimento “Diretas Já”, pela emenda Dante de Oliveira.
	Portanto, entende-se que não há uma movimentação política satisfatória na população brasileira.
Pertencimento nacional
	Através da pesquisa feita, pode-se perceber que o pertencimento nacional envolve questões culturais como o samba, o frevo, o futebol, mas está desassociada de questões políticas históricas como a independência ou a proclamação da República, muito por conta desses fatos estarem ligados a posturas estatais e não a conquistas populares, diferentemente do que aconteceu em outros países como a França (Revolução Francesa) e EUA (Independência das 13 colônias).
Função Social do Poder Judiciário
(Sociologia da Administração da Justiça)
Há uma novidade na análise, que se baseia no funcionamento do Poder Judiciário.
Campo tradicional da Sociologia do Direito
Pré-condições para o estudo das dimensões de funcionamento da Justiça
Condições teóricas para o estudo das dimensões de funcionamento da Justiça
Condições sociais para o estudo das dimensões de funcionamento da Justiça
Campo tradicional da Sociologia do Direito
Tema: Acesso à Justiça
Funcionamento da Justiça
- A Sociologia do Direito tem característica normativista e substantivista.
	- Normativista: Norma – explica seu conteúdo a parir de elementos externos às normas.
	- Substantitvista: Material – existência de direitos nas relações sociais.
Pré-condições para o estudo das dimensões de funcionamento da Justiça
- Deslocamento de interesses (da norma para sua aplicação – decisão do juiz).
18/02/2013
Condições teóricas para o estudo das dimensões de funcionamento da Justiça
Resgate de Max Webber
	Ao longo do século XX o autor foi colocado em 2º plano em detrimento do pensamento marxista, uma vez que tinha um pensamento considerado conservador.
	Toda essa construção foi mudada nos últimos 30 anos do século XX, em que Webber ganha mais força, principalmente, no que tange à Sociologia das organizações.
	Por esse motivo, o autor serviu como lastro para a Sociologia do Direito trabalhar a função social.
Emergência da Teoria dos sistemas sociais
	Movimento teórico na década de 1970 o qual entende que o Direito não se esgota em uma análise normativa, mas abrange um sistema jurídico muito mais amplo e ligado a outros subsistemas tais qual a política e a economia.
	Desse modo, torna-se obsoleto o conceito de Civil Law e Common Law, uma vez que a análise autopoiética ligada à Luhmann é muito mais latente.
Antropologia do Direito
	A Antropologia evidencia a estrutura arcaica que o Direito tinha para mostrar que mesmo com a existência de uma estrutura teórica moderna, a realidade mostra que, na prática, tal estrutura não existe desse modo. O que ocorre são práticas muito atreladas a posturas ultrapassadas, tal qual o caráter pessoal no exercício das funções estatais. Sendo assim, há um resquício daquilo que é visto claramente no patrimonialismo, por exemplo, e que justifica atos ilícitos como a corrupção e o lob.
Condições sociais para o estudo das dimensões de funcionamento da Justiça
Forma de reivindicação de direitos
	Até a década de 1960, os movimentos sociais tinham uma maneira individualista para mobilizar os direitos, uma vez que quando estes eram dispostos na ordem jurídica passam a ser aplicáveis igualmente a todos os destinatários de forma geral. 
	Apesar das manifestações serem feitas por determinadosgrupos, elas não eram feitas apenas em seus nomes e seus efeitos valiam para toda a população.
	Entretanto, a partir das décadas de 1960/70, os movimentos passaram a se voltar a identidades particulares como o feminismo, o movimento negro, o movimento estudantil. Exemplo prático disso é a lei de cotas sociais.
	Por isso, entende-se que há um caráter particularista nos movimentos, baseado em questões identitárias. Desse modo, percebe-se que as normas passam a agir de maneira particular dependendo do grupo social a que ela seja aplicada.
Explosão de litigiosidades em função da natureza dos direitos sociais
	Os direitos sociais se concretizam por políticas públicas estatais e estas passaram a ser exercidas mais veementemente no pós-guerra no âmbito mundial e a partir de 1988 no Brasil. A partir de então, os movimentos reconfiguraram a maneira de agir para que o Poder Judiciário obrigue a administração pública a fornecer a prestação devida. Por isso, há uma judicialização dos conflitos e, consequentemente, uma tomada de posição do Judiciário sobre estas questões. Com isso, o comportamento do PJ passou a chamar muito mais a atenção pelo aumento de sua relevância cotidiana.
Acesso à Justiça
Tratamento do tema na Sociologia do Direito (2 formas)
Mauro Cappelletti – 3 ondas de acesso à Justiça no mundo ocidental
	- Gratuidade da Justiça (estruturação e ampliação da Defensoria Pública)
	- Reconhecimento de direitos coletivos e difusos
	- Reforma institucional do PJ (criação dos Juizados Especiais)
Juizados Especiais (Mario Grynszpan)
	- Mobilizado, basicamente, pelas classes médias.
4ª onda? Reforma do ensino jurídico para formar um novo operador do Direito
21/02/2013
Tratamento do tema na Sociologia do Direito (2 formas)
	Tal tratamento pode ocorrer sob duas perspectivas: a primeira, ligada a questões institucionais do Direito (norma, estrutura do PJ) e a segunda, relacionada à questão do conhecimento dos direitos, atrelado a sociedade civil e seus conhecimentos.
	O foco do estudo retrata a questão institucional, exibindo como ela pode facilitar / dificultar o acesso ao PJ.
Mauro Cappelletti – 3 ondas de acesso à Justiça no mundo ocidental
	O autor vê 3 grandes ondas de acesso à Justiça no mundo ocidental, de modo a ampliá-lo a setores até então excluídos.
	- A gratuidade no acesso à Justiça: 1ª forma de ampliação, já que a questão pecuniária também é relevante para acessar o PJ. A Defensoria Pública tem grande responsabilidade nesse fato, uma vez que sua gratuidade facilita com que pessoas que não possuem dinheiro para pagar as custas possam pleitear as suas causas.
	- Reconhecimento de direitos coletivos e difusos: Tais direitos, assim como os transindividuais, apresentam mudanças que permitiram uma maior notabilidade, já que o advento dos sindicatos proporcionou aos trabalhadores uma série de benefícios que estes, antes sozinhos, não tinham força e poder para conseguir independentemente.
	Os sindicatos se dispõem, portanto, como uma força mobilizadora e unificadora dos anseios de determinadas classes.
	- Reforma institucional do PJ (criação dos Juizados Especiais): Tal reforma se daria pela mudança da estrutura do Poder Judiciário, o que proporcionaria um maior acesso a ele. Assim, há sentido e objetivo nos Juizados Especiais, que representam novidade no PJ ao maximizar o acesso à Justiça pelas classes menos favorecidas.
Juizados Especiais (Mario Grynszpan)
	A reforma que fez emergir os Juizados Especiais teve início na década de 1980 por meio da criação dos Juizados de Conciliação e Arbitragem no Estado do RS, tendo como objetivo central resolver os conflitos trazidos ao Judiciário pela conciliação. Desse modo, diminuía-se o tempo de espera e resolução de problemas. Tais Juizados cuidavam de causas de até o equivalente à 4,76 salários mínimos nos dias atuais, ou seja, de pequeno valor.
	Essa iniciativa ficou restrita ao TJ/RS, mas em âmbito federal ganhou suporte do Ministério da Desburocratização que, pela Lei 7244/84, criou os Juizados de Pequenas Causas que, de certo modo, constituiu certos princípios norteadores dos Juizados Especiais.
	Pela CRFB de 1988, este tema ganha atenção, já que apresenta uma reforma do PJ que cria, em todo o país, Juizados Especiais, regulamentados pela Lei 9.099/95.
	Portanto, não há mais Juizados de Pequenas Causas, mas Juizados Especiais que não são juizados de 2ª classe, já que tratam de temas tão relevantes quanto os tratados por outros juizados. Outra mudança ocorreu no teto do valor da causa, que passou para 40 salários mínimos.
	Os princípios norteadores desses juizados incluem a informalidade, a oralidade, a ausência de necessidade de representação por advogados, além da maior celeridade nos procedimentos.
25/02/2013
	A pesquisa de Mário Grynszpan com dados dos Juizados Especiais busca saber quem os procura. Desse modo, conclui-se que as classes médias eram as usuárias de tais juizados. Sendo assim, o que ocorre não é o aumento do acesso ao PJ, mas o desvio do lócus de resolução dos problemas, que antes iam para os tribunais comuns, mas agora vão para os juizados, que agilizaram os processos de julgamento nos casos.
	O funcionamento dos juizados também foi analisado por uma aluna do professor Kant, da FD-UFF, que compreendeu que esses juizados ainda se utilizam de todo um tecnicismo e formalismo. Ou seja, as posturas que deveriam ser mudadas por estes juizados apenas refletem as práticas dos tribunais comuns.
4ª onda? Reforma do ensino jurídico para formar um novo operador do Direito
Kim Economides entende que para que haja uma nova onda de acesso à Justiça, há a necessidade de reformulação no ensino jurídico que transmita novos conhecimentos e referências para o exercício do Direito. Desse modo, com tal mudança cultural, poder-se-ía falar em uma 4ª onda de acesso ao mundo jurídico.

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