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Vetevene1234 2016

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Uma Reflexa˜o Sobre o Processo Eleitoral
em Moc¸ambique
1977-2014
POR: NELSON TOMA´S VETEVENE
Maputo, Novembro 2016
Conteu´do
1 Introduo 3
2 Eleic¸o˜es no Per´ıodo do Monopartidarismo 5
2.1 Lei 1/77 de 1 de Setembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Lei 5/86 de 26 de Junho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3 Eleic¸o˜es Multipartida´rias 9
3.1 Lei 4/93 de 28 de Dezembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Lei 4/99 de 2 de Fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.3 Lei 20/2002 de 10 de Outubro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.4 Lei 8/2007 de 26 de Fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4 Pacote Eleitoral 2013 e 2014 15
4.1 6/2013 de 22 de Fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.2 Lei 9/2014 de 12 de Marc¸o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5 Conclusa˜o e Recomendac¸o˜es 18
6 Bibliografia 20
2
1 Introduc¸a˜o
Questo˜es inerentes a`s Eleic¸o˜es em Moc¸ambique sempre foram amplamente dis-
cutidas sob ponto de vista da eficieˆncia e efica´cia dos pacotes eleitorais, bem como
no que tange ao funcionamento das instituic¸o˜es incumbidas de garantir o bom curso
do processo eleitoral.1
A primeira Lei que da forma o processo Eleitoral em Moc¸ambique e´ a Lei 1/77 de 1
de Setembro, que pela primeira vez na histo´ria de Moc¸ambique o povo Moc¸ambicano
foi as urnas para eleger as Assembleias do povo. Com um regime Monopartida´rio, as
Eleic¸o˜es foram consideradas livres, baseadas no sufra´gio universal onde foram eleitos
milho˜es de Moc¸ambicanos para dirigir o Estado e reforc¸ar a alianc¸a do povo com
Estado, para este servir cada vez mais o povo.2
Depois de va´rios procedimentos e processos, uma nova constituic¸a˜o e´ aprovada em
1990 que estabeleceu direitos individuais e de propriedade, incluindo liberdade re-
ligiosa e de expressa˜o pol´ıtica.3 Este acto conduzio ao surgimento de mu´ltiplos
partidos pol´ıticos que na˜o se identificavam com o regime monopartida´rio que teve
o seu arcabouc¸o com o partido Frelimo, aliado ao centralismo democra´tico, pol´ıtica
(”Marxista-Leninista”) em que todas as deciso˜es eram tomadas ao n´ıvel es-
trate´gico do partido Frelimo passando no n´ıvel ta´ctico neste caso as Assembleias
prov´ınciais, ate´ ao n´ıvel operacional concretamente os postos administrativos, lo-
calidades e crculos.4 Portanto houve uma necessidade de reverter esta situac¸a˜o e
poˆr as coisas no seu devido lugar. Com a adesa˜o da nova constituic¸a˜o multipar-
tida´ria em 1990 e de seguida a assinatura do Acordo Geral de Paz em Outubro de
1992, este acto na˜o so´ marcou um passo de capital importaˆcia na histo´ria pol´ıtica
de Moc¸ambique, mas tambe´m deu in´ıcio ao processo de democratizac¸a˜o deste belo
Pa´ıs, que na sua o´ptica de classificac¸a˜o segundo Samuel Huntigton enquadra-se nas
Democracias de Terceira Onda.5
1Por: Nelson Toma´s Vetevene, estudante do curso de Administrac¸a˜o Pu´blica, Universidade
Eduardo Mondlane.
2Lei 1/77 de 1 de Setembro.
3Harry G. West.Governem-se Voceˆs mesmo! Democracia e Carnificina no Norte de
Moc¸ambique. Vol.XLIII(2o) 2008, S/Ed.
4Relato´rio do Comit Central da Frelimo 3o (III) Congresso.
5Huntigton, Samuel. Democracias da Terceira Onda, 1994.
3
Este artigo tem como objectivo trazer de forma sistematizada o processo eleitoral
em Moc¸ambique, as suas metamorfoses no que concerne a lei eleitoral partindo do
monopartidarismo, ate´ as u´ltimas eleic¸o˜es presideˆnciais e legislativas realizadas em
Moc¸ambique 2014.
4
2 Eleic¸o˜es no Per´ıodo do Monopartidarismo
2.1 Lei 1/77 de 1 de Setembro
2.2 Lei 5/86 de 26 de Junho
A primeira lei que institucionaliza as primeiras eleic¸o˜es em Moc¸ambique e´ a Lei
1/77 de 1 de Setembro, as eleic¸o˜es eram apresentadas em 4 n´ıveis:
a) An´ıvel das Localidades, dos Distritos e das Cidades, Prov´ıncial e da Assembleia
Popular.6
A comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es era eleita pela Assembleia Popular e era costitu´ıda
por:
• Presidente, Secreta´rio, Relator, e um ma´ximo de 10 membros.7
O proceso de votac¸a˜o para os n´ıveis das Assembleias retrocitadas, decorriam nos
seguintes per´ıodos:
a) Assembleia Popular e Prov´ıncial cinco (5) anos;
b) Assembleia Distrital, Assembleia de Cidade e as Assembleias das Localidades:
dois anos e meio (2.5).8
Para as eleic¸o˜es de 1977, quem elegia os deputados para as Assembleias do primeiro
escala˜o neste caso as localidades era a populac¸a˜o.
1) Os deputados eram eleitos em reunio˜es de cidada˜o com direito de voto, em locais
de resideˆncia e em locais de trabalho. Nas localidades de grande extensa˜o e de
grande densidade populacional, a comissa˜o distrital de eleic¸o˜es poder determinar
a realizac¸a˜o da confereˆncia eleitoral da localidade;
2) Cada cidada˜o com direito de voto so´ pode participar uma vez na votac¸a˜o da
mesma proposta eleitoral;
6Artigo 2 da lei 1/77 de 1 Setembro.
7Artigo 18 da Lei 1/77 de 1 de Setembro.
8Artigo 3 Lei 1/77.
5
3) Na sua primeira sessa˜o as Assembleias de localidade de cidade e de distrito ele-
gera˜o de entre os seus membros, e da estrutura dos partidos, das forc¸as populares
de libertac¸a˜o de Moc¸ambique e de outros o´rga˜os de defesa e de seguranc¸a, das
organizac¸o˜es democraticas de massas, das instituic¸o˜es estatais e das Unidades de
produc¸a˜o, os delegados respectivamente a`s conefereˆncias Eleitorais de distrito e
prov´ıncia.9
Depois de va´rios representantes, em cada localidade era escolhido apenas um (1),
numa prac¸a pu´blica, mas apesar destes todos processos havia sempre uma con-
trove´rsia entre os candidatos escolhidos pelo Povo e o Partido no Poder, ou seja
a pessoa que era escolhida pelo povo por cada localidade na˜o correspondia as pre-
fereˆncias do partido Frelimo. Um dos motivos que levava a rejeic¸a˜o do candidato
escolhido pela populac¸a˜o para a Assembleia de localidade, diante partido Frelimo, e´
pelo simples facto de o l´ıder escolhido pelo povo ser uma daquelas pessoas rejeitadas
pelo partido no Poder ou seja tratam-se de (Regulos, antigos Sipaios, e as antigas
forc¸as especiais Portugueˆsas), os que na˜o tinham nenhum direito de eleger nem de
ser eleito.
Assim o voto passa a ser indirecto porque ja´ na˜o era o povo que ı´a numa urna
deposita-lo, mas o sentido do voto era em forma de delegac¸a˜o, tambe´m para evitar
que o povo escolha uma pessoa que na˜o era aceite pela Frelimo. A n´ıvel prov´ıncial
o voto era aberto tipo (”Voceˆ a´ı levanta a ma˜o vais escolher a Quem?), e para a
Assembleia Popular o voto era Secreto, o administrador do distrito era o presidente
da Assembleia distrital, o governador da prov´ıncia era o presidente da Assembleia
prov´ıncial e os presidentes das Assembleia da cidade eram os presidentes dos conse-
lhos executivos. O nu´mero de deputados das Assembleias varia´va de 230 a` 35:
1) A Assembleia popular e´ constitu´ıda por um nu´mero ma´ximo de 230 membros;
2) As Assembleias prov´ınciais sa˜o constitu´ıdas por um nu´mero mı´nimo de 50 mem-
bros e um ma´ximo de 80 membros;
3) As Assembleias distritais sa˜o consitu´ıdas por 25 como nu´mero mı´nimo e um
ma´ximo de 35 membros;
9Artigo 21 da Lei 1/77 de 1 Setembro
6
4) As Assembleias da cidade sa˜o constitu´ıdas por 25 e 80;
5) As localidades por 15 e 35 membros e so´ sa˜o membros de direito da Assembleia
popular os membros do Conselho de Ministros e os Governos Prov´ınciais.10
Os que na˜o tem direito de Eleger nem de ser Eleito
a) Todos indiv´ıduos que se identificaram como colonialismo, com todas manobras e
intrigas do imperialismo da reacc¸a˜o quer pela adesa˜o a organizac¸o˜es colonialistas
e ”fantoches” quer pela participac¸a˜o volunta´ria em acc¸o˜esde opressa˜o do povo
Moc¸ambicano;
b) Todos inv´ıduos que se encontram detidos;
c) Os indiv´ıdos que por motivos de doenc¸a ps´ıquica se encontram incapacitados.11
Em 1986 e´ aprovada a Lei 5/86 de 26 de Junho, com a aprovac¸a˜o desta lei ha´ um
n´ıvel da Assembleia que e´ acrescentado, a Assembleia do Posto Administrativo que
e´ a unidade administrativa que intermedeia a localidade e o distrito. As eleic¸o˜es
passam a ter um per´ıodo de realizac¸a˜o de 5 anos para todas as Assembleias, no final
de cada cinco (5) anos era necessa´rio voltar a convocar novas eleic¸o˜es para a eleic¸a˜o
dos novos membros das Assembleias, os candidatos ja´ na˜o eram escolhidos pelo povo
mas sim pelo partido para evitar controve´rsias entre as prefereˆncias do povo e do
partido no poder.
”NB”. Enquanto que em 1977 a povo e´ que escolhia e o partido negava, em 86 a
coisa muda de sentido isto e´ o partido escolhia e povo rejeitava.
No mesmo ano va˜o se definir o nu´mero de deputados que ira˜o constituir as Assem-
bleias do povo. O artigo 20 da lei eleitoral passa para a artigo 21 com a seguinte
redac¸a˜o:
a) A Assembleia popular sera´ constitu´ıda por um nu´mero ma´ximo de 250 deputados
e 10 suplentes;
b) As Assembleias Prov´ınciais, por um nu´mero de 60 a` 100 deputados e 10 suplentes;
10Lei 1/77 de 1 de Setembro.
11Artigo 14 lei 1/77.
7
c) A Assembleias do posto administrativo, por um nu´mero de 25 a` 50 deputados e
5 suplentes;
d) As Assembleias das localidades, por um nu´mero de 15 a` 25 deputados e 5 su-
plentes;
e) Os da Assembleia de cidade sera˜o constitu´ıdas por um nu´mero de deputados
correspondentes ao respectivo estatuto territorial.12
Assim as Assembleias de todos n´ıveis passam a ter um limite ma´ximo de representan-
tes, ao n´ıvel das Assembleias prov´ınciais o voto passa a ser secreto e nas localidades
o voto passa a ser aberto, esta foi a estrate´gia adotada ao n´ıvel estrate´gico do par-
tido Frelimo para poder controlar o n´ıvel de clivagem resultante da escolha por eles
feita, e para a Frelimo poder controlar mais vai fazer uma nomeac¸a˜o directa dos
deputados ate´ 5 na Assembleia da Repu´blica pelo presidente da Repu´blica.
De acordo com o estabelecido na lei 5/86 no seu artigo 36:
1) Os prazos fixados para as confereˆncias Eleitorais sa˜o de cumprimento obrigato´rio.
2) Nas localidades, postos administrativos e distritos onde as circuntaˆncias na˜o per-
mitiam observar as datas fixadas para o processso Eleitoral, podera´ a comissa˜o
prov´ıncial de Eleic¸o˜es, determinar para a realizac¸a˜o das eleic¸o˜es, uma data pos-
terior a conclusa˜o do processo eleitoral.
3) Em caso de criac¸a˜o das novas unidades administrativas territoriais, apo´s a con-
clusa˜o do processo Eleitoral, a eleic¸a˜o das respectivas Assembleias processar-se-a´
de acordo com os princ´ıpios definidos na presente lei, competindo a comissa˜o
permanente da Assembleia Popular estabelecer os mecanismos adequados para o
efeito.
4) Em caso de revogac¸a˜o do mandato, renu´ncia, incapacidade ou morte de um
deputado a Assembleia respectiva desiganara´ o suplente que preenchera´ a vaga
verificada.13
12Artigo 21 da Lei 5/86 de 26 de Junho.
13Artigo 36, 37 e 38 da Lei 5/86 de 26 de Junho.
8
Com a aprovac¸a˜o da nova constituic¸a˜o multipartida´ria em 1990 e a assinatura do
acordo geral de Paz em Roma em Outubro de 1992 marcaram um ponto de virada
importante na histo´ria pol´ıtica de Moc¸ambique. Depois de uma guerra civil que de-
vastou o tecido social, pol´ıtico e econo´mico do pa´ıs, realizaram-se em Moc¸ambique
5 processos de Eleic¸o˜es presideˆnciais e legislativas (1994, 2004, 2009 e 2014); 4 pro-
cessos de Eleic¸o˜es autrquicas (1994, 2003, 2008 e 2013), e 2 de eleic¸o˜es dos membros
das Assembleias prov´ınciais (2009, 2014), todas ganhas pelo partido Frelimo e pelos
seus candidatos.14
3 Eleic¸o˜es Multipartida´rias
3.1 Lei 4/93 de 28 de Dezembro
3.2 Lei 4/99 de 2 de Fevereiro
3.3 Lei 20/2002 de 10 de Outubro
3.4 Lei 8/2007 de 26 de Fevereiro
Depois da aprovac¸a˜o da nova constituic¸a˜o multipartida´ria, foi criada uma nova
lei para as eleic¸o˜es presideˆnciais e legislativas em Moc¸ambique, trata-se da Lei 4/93
de 28 de Dezembro que estabelece o quadro jur´ıdico para a realizac¸a˜o das primeiras
eleic¸o˜es gerais multipartida´rias de 1994, e em simultaˆneo criou dois o´rga˜os de gesta˜o
eleitoral a CNE (Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es) e o STAE (Secretariado Te´cnico
de Administrac¸a˜o Eleitoral), que na sua o´ptica de classificac¸a˜o segundo Luis de Brito
(2010), enquadra-se no modelo Indepedente, Assentando numa comissa˜o Eleitoral
formada essencialmente por representantes dos partidos, membros da sociedade civil
e um participac¸a˜o significativa da ONU.15
Sobre as primeiras Eleic¸o˜es Multipartida´rias, segundo S. Chichava (2007 Pp. 8-9),
participaram no total doze candidatos a` presideˆncia da Repu´blica, doze partidos
pol´ıticos e duas coligac¸o˜es as eleic¸o˜es legislativas em Moc¸ambique.
14Domingos M. do Rosa´rio: O´rga˜os de Administrac¸a˜o eleitoral em Moc¸ambique: entre a Impar-
cialidade e a procura de Transpareˆncia nas eleio˜es Moc¸ambicanas. Maputo 2016.
15L. de Brito, Revisa˜o da Legislac¸a˜o Eleitoral, Algumas propostas para o debate. Maputo 2010.
9
Entre estes partidos e coligac¸o˜es temos:
• O Partido Trabalhista (PT);
• Partido da Renovac¸a˜o Democrtica (PRD);
• Unia˜o Democra´tica (UD).
Os partidos a cima citados participaram apenas nas eleic¸o˜es legislativas.
Igualmente participaram partidos como:
• Partido Independente de Moc¸ambique (PIMO)
• Partido Democrtico de Moc¸ambique (Pademo);
• Unia˜o Nacional A´fricana (UNAMO), e todos outros partidos concorreram em
todas as circunscric¸o˜es eleitorais. 16
Candidato Partido Pol´ıtico/Coligac¸a˜o
Joaquim Chissano Frelimo
Anfonso Dhlakama Renamo
Ma´ximo Dias Monamo/FAP
Casmiro Nhamitambo Sol
Carlos Alexandre dos Reis Unamo
Padimbe Kamati PPPM
Domingos Arouca Fumo/PCD
Vasco Campira Momboya Pacode
Wehia Ripua Pdemo
Yacoob Sibindy PIMO
Ma´rio Machel Indepedente
Carlos Jeque Indepedente
Tabela 1: Fonte: B. Mazula (org), Eleic¸o˜es, Democracia e Desenvolvimento,
Maputo, Embaixada do Reino dos Pa´ıses baixos, 1995.
16CHICHAVA, Se´rgio. Uma Prov´ıncia ”Rebelde”O significado do Voto Zambe´ziano a Favor da
Renamo. IESE (Instituto de Estudos Sociais e Econo´micos. Maputo 2007).
10
A Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es tinha um composic¸a˜o equilibrada, entre o partido
no poder e a oposic¸a˜o, era composta por 21 membros que pelas suas caracter´ıticas
profissionais davam garantia de equil´ıbrio, objectividade e Indepedeˆncia em relac¸a˜o
a todos partidos.
Tinha a seguinte redac¸a˜o:
1) No total eram (21) membros, dez (10) escolhidos pelo partido no Poder (Fre-
limo,) e sete (7) indicados pela (Renamo) maior partido da oposic¸a˜o,
os restantes treˆs (3) membros escolhidos pelos outros partidos da oposic¸a˜o, ex-
cluindo a FRELIMO e a RENAMO, uma personalidade indicada pela comissa˜o,
nomeado pelo Presidente da Repu´blica para a presideˆncia da Comissa˜o Nacional
de Eleic¸o˜es (CNE).17
A Lei 4/93 de 28 de Dezembro, que criou a Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es (CNE e
o Secretariado Te´cnico de Administrac¸a˜o Eleitoral STAE), era aplicada apenas as
primeiras eleic¸o˜es multipartida´rias, terminado este processo eleitoral, tanto a CNE
e o STAE assim como os axiomas adoptados para a sua formac¸a˜o davam-se por ter-
minados, isto significa que estes o´rga˜os na˜o eram permanentes mas sim tempora´rios
e so´ apareciam no perio´do das eleic¸o˜es. De acordo com o nu´mero 2 do artigo 19
da Lei 4/93 de 28 de Dezembro estabelece que: o Secretariado da Administrac¸a˜o
Eleitoral subordina-se a` Comissa˜o Nacionalde eleic¸o˜es durante o funcionamento
desta.18 O prazo estabelecido para a publicac¸a˜o dos resultados eleitorais era de 15
dias contando apartir da data de encerramento da votac¸a˜o, mas estes dias eram
vistos como extremamente longos e muita das vezes tinham sido ultrapassados, o
que cria uma certa desconfianc¸a no o´rga˜o de gesta˜o Eleitoral, e que pode poˆr em
causa a credibilidade dos resultados eleitorais.
17Artigo 15 da Lei 4/93 de 28 de Dezembro.
18Artigo 19 da Lei 4/93 de 28 de Dezembro
11
Depois de um breve per´ıodo em que a intensa˜o do governo era de passar a direcc¸a˜o
e organizac¸a˜o das eleic¸o˜es integralmente para STAE, ou seja adoptando um modelo
extremamente governamental (onde a organizac¸a˜o e conduc¸a˜o do processo eleitoral
e´ feita sob a responsabilidade do poder executivo, atrave´s do Ministe´rio do Interior,
da administrac¸a˜o territorial ou equivalente as autoridades locais) de gesta˜o eleitoral,
a Renamo recusou esta ideia e levou que fosse de novo institu´ıda uma nova figura da
CNE, como o´rga˜o de direcc¸a˜o das eleic¸o˜es. Pore´m este pedido feito pela Renamo
foi limitado pelo partido no poder, porque a Frelimo na˜o cedeu a` Renamo um
dos aspectos centrais, ou seja ”Uma composic¸a˜o que garantia ao partido da
”Perdiz” uma represetac¸a˜o maioritaria na CNE”. Deste modo dando ori-
gem a uma nova lei, trata-se da Lei 4/97 de 28 de Maio, para a institucionalizac¸a˜o,
funcionamento e organizac¸a˜o do pleito eleitoral.
A CNE passou a ser composta por nove (9) membros escolhidos de seguinte forma:
um (1) presidente designado pelo Presidente da Repu´blica, sete (7) membros eleitos
pela Assembleia da Repu´blica, respeitando sempre a regra de representatividade
parlamentar e um (1) membro designado pelo Conselho de Ministros.
Em 1999 foi criada uma nova (Lei Lei 4/99 de 2 de Fevereiro que altera a lei 8/99),
que ira´ institucionalizar a organizac¸a˜o, funcionamento do o´rga˜o de supervisa˜o dos
actos eleitorais. A Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es passou a ser constitu´ıda por 17
membros, sendo um (1) presidente e dezasseis (16) vogais, quinze (15) membros
apresentados pelos partidos com assento na Assembleia da Repu´blica e eleito por
esta de acordo com o princ´ıpio de representatividade parlamentar, isto e´ cada partido
indicando um nu´mero de membros correspondente a` percentagem da sua representa-
tividade no parlamento, sendo os dois restantes indicados pelo governo, o presidente
da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es e´ indicado pelo presidente da Repu´blica depois
de ser escolhido pelos respectivos membros no seu arcabouc¸o.
Entretanto depois de uma revisa˜o Eleitoral, em 2002 a composic¸a˜o da CNE foi de
novo alterada Lei 20/2002 de 10 de Outubro, passando estar composta por dezanove
(19) membros sendo um presidente dois Vice-presidentes e dezasseis vogais.
Neste Contexto, os permanentes conflitos a parcialidade e o fraco desempenho das
sucessivas comisso˜es eleitorais, levaram a uma crescente pressa˜o para transformar
este o´rga˜o numa instituic¸a˜o independente dos partidos. Para tal a soluc¸a˜o indicada
12
depois das eleic¸o˜es de 2004 na base de um entendimento entre a Renamo e a Fre-
limo, era que os membros da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es fossem escolhidos pela
Sociedade Civil. Em conformidade com a nova lei, a Lei 8/2007 de 26 de Feve-
reiro que revoga a Lei 20/2002 de 10 de Outubro, a Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es
passou a ser composta por treze (13) membros, dos quais Cinco (5) sa˜o indicados
pelos partidos pol´ıticos ou coligac¸o˜es de partidos com assento na Assembleia da
Repu´blica sempre obedecendo o crite´rio de representatividade parlamentar, sendo
oito (8) propostos pelas Organizac¸o˜es da Sociedade Civil (OSC), legalmente cons-
titu´ıdas mediante os anu´ncios nos o´rga˜o de comunicac¸a˜o social feito pelos membros
eleitos nos termos da al´ınea a) do nu´mero 1 do artigo 5.19 O presidente da Comissa˜o
Nacional de Eleic¸o˜es e´ eleito pelos seus pares de entre as personalidades apresenta-
das pelas organizac¸o˜es da Sociedade Civil legalmente constitu´ıdas, e posteriormente
nomeado pelo presidente da Repu´blica. Esta Lei foi aprovada para organizar as
Eleic¸o˜es auta´rquicas de 2008 e gerais de 2009.
”NB”. Se formos a fazer uma ana´lise no que tange a composic¸a˜o da CNE para as
Eleic¸o˜es de 2008 e 2009, podemos verificar que existe um certo desequil´ıbrio no que
concerne ao nu´mero dos membros que compo˜e a CNE escolhidos de a cordo com a
representatividade parlamentar. No nu´mero 4 do artigo 5 da mesma lei estabelece
que, o Presidente da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es e´ eleito por consenso. Na˜o
havendo consenso, e´ eleito por maioria de votos dos membros, por escrut´ınio se-
creto.20 (”a frelimo tem elevado nu´mero de membros escolhidos de acordo
com a representatividade parlamentar logo nestes moldes o candidato da
frelimo ira´ vencer”).
19Artigo 5 da Lei 8/2007 de 26 de Fevereiro.
20No 4 do artigo 5 da lei 8/2007 de 26 de Fevereiro
13
Aı´ podemos encontrar dois impasses que nos ajudam a perceber o desiquil´ıbrio deste
o´rga˜o:
1o) Como a escolha dos membros da CNE e´ por representatividade parlamentar,
a Frelimo sempre tera´ um nu´mero elevado de membros que compo˜e a CNE
deferentemente da Renamo e outros partidos da oposic¸a˜o, porque a Frelimo e´ o
partido com maior nu´mero de Assentos na Assembleia da Repu´blica;
2o) O presidente da CNE e´ nomeado pelo presidente da Repu´blica, o que significa
que ”o presidente da Repu´blica na˜o vai escolher um membro da oposic¸a˜o”claro
que sera´ algue´m do seu partido ou da sua confianc¸a, o que vai aumentar o
nu´mero de membros na Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es a favor do partido Fre-
limo, partino mesmo do n´ıvel estrate´gico deste o´rga˜o. E como o processo eleitoral
em Moc¸ambique e´ uma carne na brasa ”onde cada um puxa para o seu
lado”, a´ı ja´ podemos notar as consequeˆncias nos resultados eleitorais a partir
mesmo do arcabouc¸o deste o´rga˜o no que diz respeito a sua composic¸a˜o.21
21Nelson Toma´s Vetevene, Estudante do Curso de Administrac¸a˜o Pu´blica. Universidade Edu-
ardo Mondlane.
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4 Pacote Eleitoral 2013 e 2014
4.1 6/2013 de 22 de Fevereiro
4.2 Lei 9/2014 de 12 de Marc¸o
No dia 15 de Junho de 2013, estava em curso a de´cima primeira (11o) Ronda das
negociac¸o˜es entre o Governo e Renamo, que culminou com resultados plaus´ıveis
no que tange ao pacote Eleitoral. Estas duas partes chegaram relativamente um
consenso sobre a alterac¸a˜o do pacote Eleitoral e a composic¸a˜o da Comissa˜o Naci-
onal de Eleic¸o˜es (CNE), nestes moldes viu-se criar uma nova Lei 6/2013 de 22 de
Fevereiro, que ira´ aprefeic¸oar a organizac¸a˜o, Coordenac¸a˜o, execuc¸a˜o, conduc¸a˜o, di-
recc¸a˜o e supervisa˜o do recenseamento e dos actos eleitorais, esta nova lei revoga a
lei 8/2007 de 26 de Fevereiro.
De acordo com o artigo 5 no seu nu´mero 1, a Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es passa
a ser composta por treze (13) membros sendo um Presidente e doze (12) vogais.
Os membros escolhidos para compor a Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es para esta nova
Lei, sa˜o constitu´ıdos de seguinte forma:
a) Cinco representantes da Frelimo;
b) Dois representantes da Renamo;
c) Um representante do MDM;
d) Um juiz indicado pelo Conselho Supeior da Magistratura Judicial;
e) Um procurador indicado pelo Conselho Supeior da Magistratura do Ministe´rio
Pu´blico;
f) Treˆs membros das Organizac¸o˜es da Sociedade Civil.
De novo, o Presidente da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es e´ eleito pelos membros da
CNE de entre as personalidades apresentadas por organizac¸o˜es da sociedade Civil
legalmente constitu´ıdas, e posteriormente sera´ nomeado e empossado pelo presidente
da Repu´blica.22
22Artigo 5 e 6 daLei 6/2013 de 22 de Fevereiro.
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Olhando para esta nova lei apenas mudou o nu´mero de membros que compunha
antiga lei eleitoral revogada, mas os processos de escolha dos membros que ira˜o fa-
zer parte da CNE e a nomeac¸a˜o do presidente da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es
cont´ınuam os mesmos, e isso podera´ ter implicac¸o˜es na sua implementac¸a˜o.
Em 29 de Julho de 2013, o l´ıder da Renamo ameac¸a dividir o pa´ıs em Prov´ıncias
independentes, caso o governo prossiga com as eleic¸o˜es auta´rquicas marcadas para
Novembro do mesmo ano. No dia 6 de Agosto termina o processo de registro dos
partidos que pretendem concorrer as eleic¸o˜es auta´rquicas, e a Renamo fica de fora.
A seguir a` estas datas foram marcados por violentos ataques perpetrados por alega-
dos homens da Renamo na regia˜o centro do pa´ıs numa zona denominada Muxumgueˆ
na Prov´ıcia de Sofala, depois foram seguidos mais e mais em se´rie nas outras zonas
com foco para distrito de Homu´ıne em Inhambane, o distrito de Morrumbala na
prov´ıncia da Zambe´zia onde partido perdiz tem forte influeˆncia populacional.
No dia 21 de Fevereiro de 2014, o parlamento Moc¸ambicano aprovou na generalidade
o projecto de revisa˜o das leis da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es e do recenseamento
eleitoral apresentado pelo pricipal partido da oposic¸a˜o.
As referidas leis sa˜o consideradas duas principais leis que compo˜em a proposta de
revisa˜o do pacote eleitoral submetida pela Renamo.23
Aqui podemos notar que enquanto havia uma reforma em termos da composic¸a˜o dos
o´rga˜os da administrac¸a˜o eleitoral em cada 5 anos, para 2013 e 2014 as coisas mudam
totalmente, mudam em func¸a˜o do conflito armado, e pelo facto da Renamo na˜o ter
participado nas eleic¸o˜es auta´rquicas de 2013 ainda exigindo uma revisa˜o profunda
na lei eleitoral para a Renamo participar nas eleic¸o˜es presideˆncias de 2014.
Apo´s uma revisa˜o profunda da Lei eleitoral a informac¸a˜o veio em a` tona, no seu
artigo nu´mero 1 sa˜o indicadas as poss´ıveis alterac¸o˜es feitas na lei 6/2013 de 22 de
Fevereiro, e sa˜o alterados os seguintes artigos: 3, 5, 6, 8, 12, 43, 44, 46, 48, 50, 51,
56, 57, e 58. Apo´s estes todos exerc´ıcios, pela primeira vez o director do (STAE) e´
nomeado pelo concurso pu´blico fixados nos termos da Lei 14/2009 de 17 de Marc¸o
no seu cap´ıtulo V artigo 27, cujo o pessoal e´ proveniente do concurso pu´blico de
avaliac¸a˜o curricular e aprovado pela Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es.
23http://www.m.DW.com acedido no dia 29 de Dezembro 2016.
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Apesar de alguns mumu´rios no que tange a nomeac¸a˜o do director do STAE pelo
concurso pu´blico, esta atitude foi considerada leg´ıtima para alguns e para os outros
foi apenas uma feic¸a˜o e um acto buropatolo´gico, porque tudo foi feito de acordo
com o que o partido no poder pretendia. Enta˜o a lei de 2013 foi considerada pro-
blema´tica, e com a insurreic¸a˜o armada que o pa´ıs vivia em algumas regio˜es, levou
ao surgimento de uma nova Lei 9/2014 de 12 de Marc¸o, que veiu incorporar as al-
terac¸o˜es da lei 6/2013 de 22 de Fevereiro.
Esta nova lei vai aumentar os membros da comissa˜o Nacional de Eleico˜es de 13
para 17 vogais, sendo um Presidente, dois Vice-Presidentes, escolhidos pela seguinte
redac¸a˜o:
a) Cinco (5) representantes da FRELIMO;
b) Quatro (4) representantes da RENAMO;
c) Um (1) representante do MDM;
d) Revogado;
e) Revogado;
f) Sete (7) membros das organizac¸o˜es da Sociedade Civil.
Os Vice-Presidentes da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es sa˜o indicados por Of´ıcio, pe-
los dois partios Pol´ıticos votados com assentos na Assembleia da Repu´blica e sa˜o
nomeados e empossados pelo Presidente da Repu´blica.24
Pelos vistos a nomeac¸a˜o do presidente da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es pelo Pre-
sidente da Repu´blia e a pol´ıtica de representatividade parlamentar para a escolha
dos membros que fara˜o parte da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es se na˜o for dado por
terminado, ou adoptado um novo me´todo para este efeito sempre teremos problemas
na composic¸a˜o da Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es, e havera sempre um partido com
um nu´mero de elevado de membros em relac¸a˜o a outros partidos pol´ıticos, e isto
diminui a capacidade concentrac¸a˜o de outros membros da oposic¸a˜o.
24Artigo 5 e 6 da Lei 9/2014 de 12 de Marc¸o
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5 Conclusa˜o e Recomendac¸o˜es
A lei Eleitoral Moc¸ambicana e os o´rga˜os que gerem o processo Eleitoral em
Moc¸ambique nunca estiveram fixos, desde a introduc¸a˜o do multipartidarismo em
Moc¸ambique e a relizac¸a˜o do primeiro processo eleitoral, este acto sempre foi mar-
cado por impugnac¸o˜es e conflitos po´s-eleitorais. Apesar de va´rios pacotes eleitorais
introduzidos em Moc¸ambique terem se mostrado bastante via´veis, mas sempre apre-
sentaram falhas na sua implementac¸a˜o pois, para a oposic¸a˜o estes pacotes eram
pol´ıticamente via´veis mas na˜o se mostravam te´cnicamente exequ´ıveis.
A composic¸a˜o dos o´rga˜o de gesta˜o eleitoral e a parcialidade deste o´rga˜o sempre fo-
ram os pontos focantes para os conflitos po´s-eleitorais, neste contexto se estes o´rga˜os
de gesta˜o eleitoral continuarem com estes paradigmas quanto a sua formc¸a˜o e com-
posic¸a˜o acredito que em Moc¸ambique nunca havera˜o eleic¸o˜es livres justas e nem
transparentes.
Diante do exposto retrocitado recomenda-se que a` Comissa˜o Nacional de Eleic¸o˜es
(CNE) e o Secretariado Te´cnico de Administrac¸a˜o Eleitoral (STAE):
• Primeiro que procure mecanismos para a composic¸a˜o da Comissa˜o Nacional
de Eleic¸o˜es de modo a garantir equil´ıbrio tanto para os membros do partido
no poder assim como para a oposic¸a˜o;
• A CNE tem que adoptar mecanismos de observac¸a˜o e controle eleitoral, com
vista a garantir que o estabelecido por lei seja cumprido de forma a propiciar
a realizac¸a˜o de eleic¸o˜es transparentes;
• Recrutamento de agentes eleitorais qualificados, que garantam um processo
eleitoral efectivo;
• A CNE aja de forma imparcial de modo a na˜o favorecer nenhum dos partidos;
Os partidos da oposic¸a˜o na˜o estavam preprados e sofriam de uma falta de orga-
nizac¸a˜o e estruturas partida´rias capazes para implementarem totalmente e usufru-
rem dos arranjos no tange a cada pacote lei Eleitoral.
• Recomenda-se aos partidos pol´ıticos uma maior organizac¸a˜o das suas estrutu-
ras, para fazer face a nova lei eleitoral;
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• Os partidos da oposic¸a˜o devem ser capazes de encontrar pessoas suficientes e
qualificadas, para realizac¸a˜o das suas competeˆncias legalmente estabelecidas.
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6 Bibliografia
CHICHAVA, Se´rgio. Uma Prov´ıncia ”Rebelde”. O significado do Voto Zambe´ziano
a Favor da Renamo. IESE (Instituto de Estudos Sociais e Econo´micos.)
Maputo 2007.
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a imparcialidade e a procura de transpareˆncia nas eleic¸o˜es Moc¸ambicanas. Maputo.
MAZULA, Braza˜o (org), Eleic¸o˜es, Democracia e Desenvolvimento, Maputo,
Embaixada do Reino dos Pa´ıses baixos, 1995.
Harry G. West. Governem-se voceˆs mesmo! Democracia e carnificina no Norte de
Moc¸ambique. Vol. XLIII (2o) 2008. S/Ed.
Luiz de Brito. Revisa˜o da Legislac¸a˜o Eleitoral, Algumas propostas para debate. Ma-
puto 2010.
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HUNTINGTON, Samuel P. A Terceira Onda: democratizac¸a˜o no final do seculo
XX. Sa˜o Paulo: ed, tica,1994. Legislac¸a˜o
5/86 de 26 de Junho;
4/93 de 28 de Dezembro;
8/2007 de 26 de Fevereiro;
6/2013 de 22 de Fevereiro;
9/2014 de 12 de Marc¸o;
14/2009 de 17 de Marc¸o.
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